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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E 
ECONÔMICAS 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
EVERALDO MARQUES CENCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE NÍVEIS DE 
ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE CONTROLE 
ECONÔMICO E FINANCEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINOP - MT 
2006 
 
 
EVERALDO MARQUES CENCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE NÍVEIS DE 
ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE CONTROLE 
ECONÔMICO E FINANCEIRO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado à Banca Avaliadora do 
departamento de Administração – 
UNEMAT, Campus Universitário de 
Sinop como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
 
Orientadora: Profª Arlete Redivo 
 
 
 
 
SINOP - MT 
2006 
 
 
 
EVERALDO MARQUES CENCI 
 
 
A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE NÍVEIS DE 
ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE CONTROLE 
ECONÔMICO E FINANCEIRO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Banca Avaliadora do 
departamento de Administração – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop 
como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. 
 
Aprovado em 27 de maio de 2006. 
 
____________________________ 
Profª Orientadora: Arlete Redivo 
Departamento de Administração 
UNEMAT – Campus Universitário de Sinop 
 
____________________________________ 
Prof. Avaliador: Gildete Evangelista da Silva 
Departamento de Administração 
UNEMAT – Campus Universitário de Sinop 
 
____________________________________ 
Prof. Avaliador: Norival Ricardo Cazarin 
Departamento de Administração 
UNEMAT – Campus Universitário de Sinop 
 
__________________________________ 
Natalicio Pereira Lacerda 
Chefe do Departamento de Administração 
UNEMAT – Campus Universitário de Sinop 
 
 
SINOP – MT 
2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho como forma de homenagem 
aos meus pais Ires e Rosa (in memoriam) que 
tanto apoio e incentivo me deram em vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida. 
Também um agradecimento especial à minha orientadora 
Professora Arlete Redivo sempre atenciosa, obrigado pelo 
auxílio. 
E, a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente 
para a elaboração deste trabalho. 
 
 
RESUMO 
 
 
CENCI, Everaldo Marques. A utilização dos indicadores de níveis de estoque 
como ferramenta de controle econômico e financeiro. 2006. 67f. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Bacharelado em Administração de Empresas) - 
Universidade do Estado De Mato Grosso. Instituto de Administração, Ciências 
Contábeis e Econômicas. Campus Universitário de Sinop. 
 
Na presente monografia, propôs-se um estudo de caso na empresa: Isa Rolamentos 
e Peças Ltda, em Sorriso-MT, no departamento de controle de estoque, e teve como 
objetivo geral: demonstrar a utilização dos indicadores de níveis de estoque como 
ferramentas de controle econômico e financeiro. Para um melhor entendimento se 
fez necessário descrever a forma de controle e registro de estoques utilizados pela 
empresa; identificar o modelo de previsão de estoque utilizado e por último fazer 
uma análise das movimentações de estoque utilizando-se indicadores de níveis de 
estoque. Como objeto do estudo utilizou-se uma amostragem de doze (12) produtos, 
onde foram levantadas as movimentações de entrada e de saída, e seus respectivos 
tipos, ocorridas no período compreendido de 01/09/2004 a 31/08/2005. Como 
problemática do trabalho questionou-se se, o modelo atual utilizado para controle 
dos níveis de estoque contribui eficientemente para o equilíbrio econômico e 
financeiro da organização. Optou-se para o estudo de caso o método de pesquisa-
diagnóstico, com isso detectaram-se algumas deficiências e apontaram-se possíveis 
sugestões. A pesquisa e coleta de dados foram efetuadas durante o estudo de caso. 
A análise e interpretação das informações foram realizadas de forma qualitativa e 
quantitativa, com apresentação de gráficos, tabelas, quadros e os dados coletados 
de forma descritiva. Constatou-se que a utilização dos indicadores de níveis de 
estoque contribui para o equilíbrio econômico e financeiro e ainda, que somente 
com a implantação de melhorias, no atual modelo de controle de estoque a 
organização atingirá uma eficiência e eficácia maior. 
 
Palavras-chave: controle, eficiência, eficácia, indicadores, equilíbrio, demanda. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
CENCI, Everaldo Marques. The use of the pointers of supply levels as tool of 
economic and financial control. 2006. 67f. Paper of Conclusion of Course 
(Graduation in Bachelorship in Business administration) - University of the State Of 
Mato Grosso. Institute of Administration, Accounting and Economic Sciences. 
University campus of Sinop. 
 
In the present monograph, a case study in the company was proposed: Isa 
Rolamentos and Peças Ltda, in Sorriso-MT, in the department of supply control, and 
had as objective generality: demonstrate the use of the pointers of supply levels as 
tools of economic and financial control. For a better understanding it has been made 
necessary to describe the form of control and register of supplies used by the 
company; identify the model of forecast of used supply and finally to make an 
analyzes of the movements of supply using supply levels indicators. As object of the 
study a sampling of twelve (12) products was used, where were raised the 
movements occurred during the period from 09/01/2004 to 08/31/2005, as much the 
movements of entrance as of exit of products and the respective types of 
movements. As problematic of the work it was questioned if, the current model used 
for control of the supply levels contributes efficiently for the economic and financial 
balance of the organization. The research-diagnosis method was opted for the case 
study, with this it detected some deficiencies and it pointed possible suggestions. The 
research and collects of data was effected during the case study. The analysis and 
interpretation of the information had been carried through in qualitative and 
quantitative form, with presentation of graphs, tables, pictures and the collected data 
of descriptive form. One evidenced that the use of the pointers of supply levels still 
contributes for the economic and financial balance and, that only with the 
implantation of improvements, in the current model of supply control the organization 
will reach an efficiency and bigger effectiveness. 
 
Key Words: control, efficiency, effectiveness, pointers, balance, demand. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Gráfico do estoque médio .........................................................................28 
Figura 2 - Gráfico do resumo das entradas e saídas – em quantidades ...................42 
Figura 3 - Gráfico do resumo das entradas e saídas – em valores de custo.............43 
Figura 4 - Gráfico curva ABC - em valores de venda ................................................54 
Figura 5 - Gráfico curva ABC - em rotatividade .........................................................55 
 
 
 
 16 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Cálculo de estoque de segurança ...........................................................23 
Tabela 2 – Percentuais na classificação ABC ...........................................................30 
Tabela 3 – Inventário do estoque realizado em 01/09/2005 ......................................39 
Tabela 4 – Venda real ...............................................................................................44 
 
17 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 – Relação dos produtos analisados...........................................................39 
Quadro 2 – Movimentação de estoque - baseadosnos meses de setembro/2004 à 
agosto/2005...............................................................................................................41 
Quadro 3 - Resumo das quantidades movimentadas................................................42 
Quadro 4 - Resumo das movimentações em valores de custo .................................43 
Quadro 5 - Vendas reais............................................................................................44 
Quadro 6 - Compras referentes 01/09/2004 a 31/08/2005 ........................................45 
Quadro 7 – Cálculo de estoque médio ......................................................................46 
Quadro 8 - Rotatividade do estoque e demanda média ...........................................46 
Quadro 9 - Cálculo do tempo de cobertura (mês) .....................................................47 
Quadro 10 – Cálculo de estoque mínimo ..................................................................48 
Quadro 11 - Ponto de pedido ....................................................................................49 
Quadro 12 – Intervalo de ressuprimento médio.........................................................50 
Quadro 13 - Cálculo do lote de compra .....................................................................50 
Quadro 14 - Cálculo de estoque máximo ..................................................................51 
Quadro 15 - Índice de sazonalidade ( I.S. ) - 01/09/2004 a 31/08/2005 ....................53 
Quadro 16 – Classificação ABC do estoque – em valor de venda ............................54 
Quadro 17 – Classificação ABC do estoque - em rotatividade ..................................55 
Quadro 18 – Diferença entre valores de compra.......................................................56 
Quadro 19 – Estoque mínimo sazonal mensal (EMSM)............................................58 
 
 
 
11 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13 
1 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 15 
1.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................ 15 
1.1.1 Definição de Administração de Materiais ................................................. 15 
1.1.2 Histórico da Administração de Materiais .................................................. 16 
1.2 CONTROLE DE ESTOQUES ......................................................................... 17 
1.2.1 Conceitos.................................................................................................. 17 
1.2.2 Precisão dos Registros de Estoques........................................................ 18 
1.2.3 Objetivos do Controle de Estoques .......................................................... 19 
1.2.4 Métodos de Previsão de Estoques ........................................................... 19 
1.3 NÍVEIS DE ESTOQUE.................................................................................... 20 
1.3.1 Estoque Mínimo (E.Min) ou Estoque de Segurança (ES)......................... 21 
1.3.2 Tempo de Ressuprimento ........................................................................ 23 
1.3.3 Tempo de Reposição (TR) ....................................................................... 24 
1.3.4 Tempo de Cobertura (TC) ........................................................................ 25 
1.3.5 Rotação de Estoque ................................................................................. 25 
1.3.6 Sazonalidade............................................................................................ 26 
1.3.7 Estoque Máximo (E.Máx) ......................................................................... 26 
1.3.8 Consumo Médio Mensal (CMM) – Demanda Média (DM)........................ 27 
1.3.9 Estoque Médio (EM)................................................................................. 27 
1.3.10 Ponto de Pedido (PP) – Nível de Reposição (NR) ................................. 28 
1.3.11 Nível ABC............................................................................................... 29 
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 31 
2.1 PLANO OU DELINEAMENTO DO ESTUDO .................................................. 31 
2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA E INSTRUMENTOS DE COLETA DO ESTUDO ....... 31 
2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS................................................ 32 
3 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 33 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA: ISA ROLAMENTOS E PEÇAS LTDA .. 33 
3.1.1 Dados da Empresa................................................................................... 33 
 
 
 
12 
3.1.2 Administração........................................................................................... 33 
3.1.3 Histórico.................................................................................................... 34 
3.2 A FORMA DE CONTROLE E REGISTRO DE ESTOQUE ............................. 34 
3.2.1 Recepção ................................................................................................. 34 
3.2.2 Conferência .............................................................................................. 35 
3.2.3 Estocagem................................................................................................ 35 
3.2.4 Registro do Estoque ................................................................................. 35 
3.3 MODELO DE PREVISÃO DE ESTOQUE UTILIZADO PELA EMPRESA....... 36 
3.3.1 Métodos de Previsão de Estoques ........................................................... 36 
3.4 ANÁLISE DAS MOVIMENTAÇÕES................................................................ 37 
3.4.1 Tipos de Movimentações.......................................................................... 38 
3.4.2 Produtos Analisados................................................................................. 38 
3.4.3 Inventário.................................................................................................. 39 
3.4.4 Resumo das Movimentações ................................................................... 40 
3.4.5 Vendas e Compras................................................................................... 43 
3.4.6 Estoque Médio e Rotatividade.................................................................. 45 
3.4.7 Tempo de Cobertura ................................................................................ 47 
3.4.8 Estoque Mínimo........................................................................................ 47 
3.4.9 Ponto de Pedido ...................................................................................... 48 
3.4.10 Intervalo de Ressuprimento Médio ......................................................... 49 
3.4.11 Lote de Compra...................................................................................... 50 
3.4.12 Estoque Máximo..................................................................................... 51 
3.4.13 Índice Sazonal ........................................................................................ 51 
3.4.14 Classificação ABC .................................................................................. 53 
3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................................................... 56 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 60 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 62 
ANEXOS .................................................................................................................. 64 
 
 
 
 
 
13INTRODUÇÃO 
 
 
No atual mercado, a competitividade está determinando uma busca maior 
pela eficiência dentro das organizações. As margens de lucro reduzidas exigem uma 
rotatividade maior e uma redução a níveis mais aceitáveis dos estoques. 
 
Assim, em qualquer empresa, os estoques representam componentes 
extremamente significativos, seja sob aspectos econômico-financeiros ou 
operacionais críticos. Nas empresas [...], os materiais concorrem, quase 
sempre, com mais de 50% do custo do produto vendido, o que faz com que 
os recursos financeiros aloucados a estoques devam ser empregados sob 
forma mais racional possível. (VIANA, 2002, p.108) 
 
A manutenção dos níveis de estoque está diretamente associado à formação 
do capital de giro. Quando se elevam os estoques ocorre um dispêndio maior de 
recursos financeiros e para que haja um equilíbrio se faz necessário um controle 
eficiente da quantidade adquirida. 
O atual modelo de gestão de estoques caracteriza-se pela alta rotatividade de 
produtos e a baixa margem de lucros. Daí a importância de se ter um controle eficaz 
e eficiente dos estoques. Entre as principais vantagens de um eficiente controle dos 
níveis de estoque, destacam-se: 
- Permite a gerência da empresa visualizar a qualquer momento a situação 
real de seus produtos no estoque; 
- Evita imobilizações em mercadorias de giro lento; (Sebrae, 1994, p.15) 
- Disponibiliza maior parcela de dinheiro para capital de giro; (Sebrae, 1994, 
p.15) 
- Proporciona segurança na tomada de decisões; 
- Evita compras desnecessárias ou exageros, investimentos mal aplicados; 
 
 
 
14 
- No lançamento de ofertas e promoções oferece dados reais e com isso 
diminui a possibilidades de prejuízos e fracassos. 
Desta maneira, o presente Trabalho de Conclusão de Curso justifica-se pela 
importância de se fazer um estudo detalhado a respeito do tema e ressaltar a 
utilização de tais controles para a empresa; e também por ser um assunto de 
particular interesse do autor e, que o mesmo considera de fundamental importância 
para o sucesso das organizações. 
Diante disto, o problema levantado foi, se o modelo atual utilizado para 
controle dos níveis de estoque contribui eficientemente para o equilíbrio econômico 
e financeiro da organização? 
Ressaltando, que na presente monografia, propôs-se um estudo de caso na 
empresa: Isa Rolamentos e Peças Ltda, em Sorriso-MT, na área de Administração 
de Materiais, mais precisamente no departamento de controle de estoque e teve 
como objetivo geral: demonstrar a utilização dos indicadores de níveis de estoque 
como ferramentas de controle econômico e financeiro. Para um melhor 
entendimento se fez necessário: descrever a forma de controle e registro de 
estoques utilizado pela empresa; identificar o modelo de previsão de estoque 
utilizado e analisar as movimentações de estoque utilizando-se alguns indicadores 
de níveis de estoque para demonstrar os resultados. 
 Diante da problemática e dos objetivos propostos, algumas hipóteses 
surgiram, tais como: a existência de uma discrepância1 entre os níveis de estoque 
considerados ideais, segundo os métodos científicos, e os identificados na empresa; 
a falta de uma política de controle de estoques bem definida e eficiente na empresa, 
e também, que a ausência de regras claras a respeito do controle de estoques 
provoca uma margem de insegurança. 
A partir desses pressupostos, estruturou-se o estudo em três capítulos, onde 
o primeiro buscou descrever toda teoria que abrange o tema estudado, utilizando-se 
das referências de vários autores ligados ao assunto; o segundo trata da 
metodologia utilizada para a elaboração do trabalho e o terceiro, o estudo de caso 
elaborado na empresa, cujas informações obtidas proporcionaram analisar e cumprir 
com o objetivo deste trabalho. 
 
1 DISCREPÂNCIA: Característica daquilo que diverge, desigualdade, diferença, discordância. 
(HOUAISS, 2001, p.1053) 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
1 REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
1.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 
 
1.1.1 Definição de Administração de Materiais 
 
De acordo com Viana (2002, p.41) “Administração de Materiais é o 
planejamento, coordenação, direção e controle de todas as atividades ligadas à 
aquisição de materiais para a formação de estoques, desde o momento de sua 
concepção até seu consumo final.” Pode-se dizer que se trata de um conceito novo, 
esse de se ter um departamento responsável pelos materiais que entram na 
empresa, desde o fornecedor até o consumidor. 
Segundo a definição de Arnold (1999, p.26) “Administração de Materiais é 
função coordenadora responsável pelo planejamento e controle do fluxo de 
materiais”. E cujos, objetivos são: 
• Maximinizar a utilização dos recursos da empresa; 
• Fornecer o nível requerido de serviços ao consumidor. 
Francischini e Gurgel (2002, p.5), definem Administração de Materiais como: 
“atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e 
econômicas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos a comprar 
até a entrega do produto terminado ao cliente.” Desta forma, os materiais 
necessitam de uma atenção especial, visto que, são indispensáveis para o 
desempenho das organizações. 
Sendo assim, Viana (2002, p.41) conceitua Materiais como sendo “todas as 
coisas contabilizáveis que entram como elementos constituídos ou constituintes na 
 
 
 
16 
linha de atividade de uma empresa.” Assim, administrar materiais requer o mesmo 
nível de organização aplicado à empresa como um todo, sendo necessária a 
aplicação das Funções Administrativas2 de forma eficiente e eficaz. 
 
1.1.2 Histórico da Administração de Materiais 
 
De acordo com Martins e Alt (2004, p.133) 
 
O estudo do papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo 
da própria administração. Como elemento regulador, quer no fluxo de 
produção, no caso do processo manufatureiro, quer no fluxo de vendas, no 
processo comercial, os estoques sempre foram alvo da atenção dos 
gerentes. 
 
Desta maneira, “os cálculos dos níveis de estoque (máximo, mínimo, 
segurança, ponto de ressuprimento)” (VIANA, 2002, p.146) eram precários, mas com 
a evolução e a introdução dos sistemas de informação através da informática 
eliminou-se a constância de falhas no controle dos estoques. 
Viana (2002, p. 45) ainda destacou que: 
 
Uma das primeiras medidas práticas, válidas até hoje, para equacionar a 
problemática do quanto e quando ressuprir foi à adoção de procedimentos 
como grau de controle, tamanho do estoque e quantidades de reposição, 
norteados pelos critérios da classificação ABC [...] 
 
A classificação ABC ou a metodologia de controle de estoques baseado na 
curva ABC foi desenvolvido em 1897, pelo economista, sociólogo e engenheiro 
italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), também chamada de Lei de Pareto. Esse 
sistema permite diferentes níveis de controle de acordo com a importância relativa 
dos itens. (VIANA, 2002) 
Destaca-se ainda, que “alguns autores atribuem o sucesso da Alemanha na 
Segunda Guerra Mundial a seu perfeito sistema de abastecimento [...]. No Brasil os 
primeiros estudos sobre a Moderna teoria do gerenciamento de estoques são da 
década de 50 [...]” (VIANA, 2002, p.108). Verificando desta forma, que no decorrer 
do tempo surgiu a necessidade de se ter um controle mais eficiente dos materiais, 
dentro das organizações. 
 
2 As funções administrativas segundo Fayol: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. 
 
 
17 
Até a década de 90, as empresas ganhavam muito com estoques. Tudo o que 
se comprava em um dia, no seguinte devido à inflação, aumentava de preço. Com o 
ensejo do Plano Real, a estabilização da moeda, índices baixos de inflação, 
aumento da concorrência, a estocagem excessiva de mercadorias se tornou um 
negócio desvantajoso. (SUCUPIRA, 2003)1.2 CONTROLE DE ESTOQUES 
 
1.2.1 Conceitos 
 
 São vários os conceitos atribuídos aos estoques. De acordo com Sebrae 
(1994) estoques são os produtos disponíveis para vender ou que serão utilizados 
direta ou indiretamente na fabricação de produtos para venda. Já Viana (2002, 
p.109) estende mais a sua definição e considera “como representativo de matérias-
primas, produtos semi-acabados, componentes para a montagem, sobressalentes, 
produtos acabados, materiais administrativos e suprimentos variados”. 
Destacando que seu controle é o conjunto de atividades desenvolvidas para 
garantir as mercadorias para venda, ou recursos utilizados direta ou indiretamente 
na produção (SEBRAE, 1994). Portanto, uma das mais importantes funções da 
administração de materiais está relacionada ao controle de níveis de estoques, isto 
quer dizer: ajustar os estoques de acordo com a demanda de mercado. 
Na visão de Pozo (2002, p. 38) “o termo controle de estoques, dentro da 
logística, é em função da necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e 
produtos que a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos”. 
Porém, Arnold (1999, p. 271) coloca que “uma empresa que deseja maximinizar seu 
lucro terá como objetivos mínimos a excelência no atendimento aos clientes e 
investimento mínimo em estoques”. 
Desta maneira, o ideal almejado pelas empresas seria trabalhar com mínimo 
de estoque possível. A decisão de se ter ou não estoques é uma questão muito 
discutível e deve-se adotar uma série de variáveis e critérios para focalizar os 
investimentos e, com isso, minimizar os custos. Dessa forma, o uso de modelos 
como Just In time são importantes para comparar-se com os modelos 
convencionais. Conforme Viana (2002, p.169): 
 
 
18 
 
Just In time é a produção na quantidade necessária, no momento 
necessário, para atender à variação de vendas com o mínimo de estoque 
em produtos acabados, em processo e em matéria-prima [...]. Os elementos 
principais do Just In time, entre outros, são: ter somente o estoque 
necessário e melhorar a qualidade tendendo a zero defeito. 
 
 
Em síntese, controlar e equilibrar os níveis de estoque de forma mais 
racionalizada3, equacionando demanda do mercado com níveis baixos de estoque, 
torna-se um desafio para o administrador. 
 
1.2.2 Precisão dos Registros de Estoques 
 
Segundo Arnold (1999) a precisão e a utilidade dos registros de estoque, 
estão diretamente relacionados com sua eficiência. Com base nesses registros, uma 
empresa determina a necessidade de um item, libera pedidos baseando-se na 
disponibilidade de materiais e executa análise de estoques. 
Arnold (1999, p.361-362) ainda salienta que : 
 
Se os registros não forem precisos, haverá falta de materiais, programas 
descaracterizados, entregas atrasadas, vendas perdidas, baixa 
produtividade e excesso de estoque (dos itens errados). 
Três informações devem ser precisas: a descrição da peça (número 
da peça), a quantidade e a localização. Registros de estoque precisos 
permitem às empresas: 
- Operar um sistema eficaz de administração de materiais. Se os registros 
de estoque são imprecisos, os cálculos de bruto-para-líquido serão errados. 
- Manter um nível satisfatório de atendimento aos clientes. Se os registros 
mostram que o item está no estoque quando ele não está, qualquer 
promessa de pedido estará errada. 
- Operar com eficácia e eficiência. Os planejadores podem planejar, 
confiantes de que as peças estarão disponíveis. 
- Analisar o estoque. Qualquer análise de estoque só pode ter a qualidade 
dos dados em que se baseia. 
 
Desta forma, os registros de estoques, sejam eles de forma manual ou 
informatizados, têm como objetivo controlar a quantidade de materiais em estoque, 
tanto o volume físico quanto o financeiro. 
 
 
3 RACIONALIZAR: Tornar mais eficiente (trabalho, atividade, etc.) com planejamento ou pelo 
emprego de métodos científicos ou técnicas mais adequadas. (MINIAURÉLIO, 2005, p.677) 
 
 
 
19 
1.2.3 Objetivos do Controle de Estoques 
 
Os principais objetivos do controle do estoques são: 
 
¬ Informar à empresa a disponibilidade das matéria primas que serão 
utilizadas na produção; 
¬ Informar à empresa a disponibilidade das mercadorias para atendimento 
dos clientes; 
¬ Evitar imobilizações em mercadorias de giro lento ou em compras 
excessivas, liberando maior parcela de dinheiro para capital de giro. 
(SEBRAE, 1994, p.15) 
 
Resumidamente, o objetivo geral é otimizar os investimentos em estoque, 
tornar o uso dos recursos mais eficientes de modo a extrair o máximo de 
desempenho. 
 
1.2.4 Métodos de Previsão de Estoques 
 
Existem várias formas de se prever estoques e todas estão relacionadas com 
a demanda. Prevendo-se a quantidade a ser consumida, seja ela para consumo 
interno, matéria-prima para produção, ou quando da mercadoria para revenda, ter-
se-á possibilidade de melhor equacionar e planejar a compra com o consumo. 
 
O propósito básico de qualquer previsão é reduzir a incerteza. A incerteza é 
uma variável que não se pode eliminar e a qual se deva levar sempre em 
consideração nas previsões. A decisão correta a ser tomada hoje depende 
de se conhecer tanto quanto for possível as condições no futuro. (VIANA, 
2002, p.147). 
 
A incerteza de fato é uma variável que requer uma atenção especial porém, 
há meios de diminuir o seu grau de interferência através da utilização de alguns 
métodos. Conforme a colocação de Francischini e Gurgel (2002, p. 103) há dois 
métodos para se estimar a demanda , quanto à natureza: 
 
• Métodos qualitativos – baseados em opiniões e estimativas de 
diretores, gerentes, vendedores e consultores especializados (feeling); 
• Métodos quantitativos – baseados em ferramentas estatísticas e de 
programação da produção, pressupondo a utilização de cálculos 
matemáticos. 
 
Dentro da análise qualitativa pode-se definir segundo Churchill (2003, p. 107) 
como técnicas de previsão: 
 
 
20 
- Júri de opinião: que é a opinião de pessoas de diversas áreas na empresa; 
- Composição das estimativas da equipe de venda: valores estimados pelos 
vendedores; 
- Levantamento de intenções de compra: baseia-se nas informações 
coletadas junto aos clientes sobre sua intenções de compra. O autor 
adverte sobre as intenções dos clientes, “nem sempre fazem exatamente 
o que dizem que irão fazer.” 
O uso de ferramentas estatísticas “são muito úteis para estimar padrões 
básicos de comportamento do consumo, baseado no consumo passado e 
formulando determinadas hipóteses para um período futuro.” (FRANCISCHINI E 
GURGEL, 2002, p. 103) 
Os métodos de previsão de estoques baseados em médias são muito 
utilizados, dentre eles (ARNOLD, 1999, p. 239): 
- Demanda Média: faz-se uma média aritmética dos últimos períodos, pode-se 
usar como base os últimos doze meses, e utilizá-la para o período seguinte. 
- Média Móvel: utiliza-se a média dos últimos três ou seis períodos como valor 
para o próximo período, e no mês seguinte a demanda do primeiro período é 
desprezada e a do último acrescentada. As “médias móveis têm melhor 
utilização para prever produtos com demanda estável, que apresentam pouca 
tendência ou sazonalidade.” Já Dias (1995, p. 33) apresenta que “a previsão 
gerada por este modelo é geralmente menor que os valores ocorridos se o 
padrão de consumo for crescente. Inversamente, será maior se o padrão de 
consumo for decrescente.” 
- Método do último período: “utiliza para o período seguinte o valor ocorrido no 
período anterior.” (DIAS, 1995, p. 33) 
 
 
1.3 NÍVEIS DE ESTOQUE 
 
Ter estoque muito baixo pode prejudicar as vendas. Por outro lado estoque 
muito elevado empata capital de giro. Dessa forma, manter níveis adequados de 
estoque de mercadorias é uma tarefa que requer organização e um controle 
rigoroso. Existem alguns métodos e modelos matemáticos que podem auxiliar 
nestescontroles. “O custo de estocar materiais tende a ser subestimado pela 
 
 
21 
maioria dos gestores, que olham normalmente somente o custo do material. 
Esquecem de avaliar o custo do espaço necessário, dos equipamentos, dos insumos 
e do pessoal.” (POZO, 2004, p. 84) 
Ainda, segundo Pozo (2004, p. 42) “a mais importante função do controle de 
estoque e dos materiais está relacionada com a administração de níveis de 
estoque.” Neste mesmo contexto Viana (2002, p. 107) afirma “que, manter os níveis 
economicamente satisfatórios o atendimento às necessidades em material de 
qualquer empresa constitui seu mais amplo objetivo.“ 
Dentre alguns modelos e métodos de controle dos níveis de estoque 
destacam-se a seguir: 
 
1.3.1 Estoque Mínimo (E.Min) ou Estoque de Segurança (ES) 
 
Estoque mínimo ou também denominado estoque de segurança pode ser 
definido segundo Viana (2002, p. 150) como sendo a “quantidade mínima possível 
capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ou programado ou um 
consumo desproporcional”. Dias (1995, p. 63) complementa que tal quantidade tem 
como objetivo “a garantia do funcionamento ininterrupto e eficiente do processo 
produtivo, sem risco de faltas”. Em síntese, é a quantidade mínima de mercadoria 
que a empresa deve manter em estoque para atender as suas necessidades e 
assegurar seu nível de serviço desejado por determinado período. 
Lembrando que nível de serviço é definido segundo Francischini e Gurgel 
(2002, p. 155) “como o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes, 
internos ou externos, no atendimento dos pedidos.” Isto significa que se pode 
determinar, por exemplo, que um determinado item terá seu nível de serviço fixado 
em 95%, ou seja, em 95% das vezes que houver uma solicitação deste item, ela 
será atendida. E em 5% das vezes ocorrerão faltas. 
O Grau de Atendimento (GA) pode ser medido pela seguinte fórmula: 
 
 Consumo necessário x100 
 quantidade atendida 
 
GA = 
 
 
22 
O estoque mínimo ou de segurança pode sofrer mudanças no seu 
comportamento, caso hajam alterações da demanda média e do tempo de 
reposição, tais como: 
♦ aumento repentino de demanda ou oscilações no consumo; 
♦ demora no procedimento do pedido de compra, atraso no pedido de 
compra; 
♦ divergências do solicitado, por parte do fornecedor; 
♦ atrasos no transporte. 
♦ diferenças no inventário. (FRANCISCHINI e GURGEL, 2002, p. 152) 
 
De acordo com Dias (1995, p.63) “pode-se determinar o estoque mínimo 
através de”: 
- fixação de determinada projeção mínima (projeção estimada do consumo); 
- cálculos com base estatística. 
 
Modelos de cálculo para o estoque mínimo 
 
a) Fórmula simples 
 
E.Min. = CMM x K 
 
Onde: E.Min. = estoque mínimo 
CMM = consumo médio mensal 
K = fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantia contra 
um risco de ruptura. Pode ser utilizado o grau de atendimento como 
fator de segurança. (DIAS,1995). Neste estudo será utilizado o valor do 
Tempo de cobertura (TC) como fator “K”. 
 
b) Cálculo do Estoque de segurança 
 
Supondo que o comportamento da demanda e do tempo de reposição sofram 
variações significativas, deve-se levar em conta algumas variáveis já colocadas 
anteriormente, visto que é improvável um comportamento estático. 
 
 
23 
Tabela 1 – Cálculo de estoque de segurança 
 TR Constante TR VARIÁVEL 
Demanda Constante ES = 0 ES = D.Médio (TR.máx – TR) 
Demanda Variável ES = (D.Máx – D.Médio) x TR ES = (D.Máx – D.Médio) x (TR.máx – TR) 
FONTE: FRANCISCHINI e GURGEL, 2002, p.154 
 
Considerações: 
ES = estoque de segurança 
D.Máx = demanda máxima histórica ⇒ C.Máx = consumo máximo 
D.Média = demanda média ⇒ CMM = consumo médio mensal 
TR.máx = tempo de reposição máximo 
TR = tempo de reposição 
 
1.3.2 Tempo de Ressuprimento 
 
O tempo de ressuprimento compreende o “intervalo de tempo compreendido 
entre a emissão do pedido de compra e o efetivo recebimento, gerando a entrada de 
material no estoque” (VIANA, 2002, p. 155). O tempo decorrido entre um 
ressuprimento e outro é chamado de Intervalo de Ressuprimento (IR) (DIAS, 1995, 
p.62). O seu valor pode ser obtido utilizando-se a fórmula sugerida: 
 
 número de períodos (meses) 
 número de pedidos 
 
De acordo com Dias (1995, p. 136), “calcula-se a quantidade a comprar em 
função de necessidades reais”, utilizando um sistema de reposição periódica. O 
tempo de ressuprimento é composto por tempos internos da empresa como também 
por externos: 
 
a. TPC – Tempo de Preparação da Compra 
b. TAF – Tempo de Atendimento do Fornecedor 
c. TT – Tempo de Transporte 
d. TRR – Tempo de Recebimento e Regularização. (VIANA, 2002, p. 156) 
 
Intervalo de ressuprimento = 
 
 
 
 
24 
Esta separação em tempos compreende as atividades de forma sucinta. 
Pode-se subdividir cada tempo em atividades mais especificas conforme será 
mostrada mais adiante. 
 
1.3.3 Tempo de Reposição (TR) 
 
 A informação sobre o tempo de reposição é indispensável para o cálculo do 
estoque mínimo. Dias (1995, p. 58) define como “tempo gasto desde a verificação de 
que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado 
da empresa.” Esse tempo requer uma divisão de forma a especificar a sua 
informação. A divisão deste tempo pode ser efetuada em três momentos: 
 
a) Emissão do pedido - Tempo que leva desde a emissão do pedido de 
compra pela empresa até ele chegar ao fornecedor; 
b) Preparação do pedido – Tempo que leva o fornecedor para fabricar os 
produtos, separar os produtos, emitir faturamento e deixá-los em condições 
de serem transportados; 
c) Transporte – Tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento 
pela empresa dos materiais encomendados. (DIAS, 1995, p. 58) 
 
Estes momentos podem ser subdivididos de forma mais específica, conforme 
Francischini e Gurgel (2002, p. 151) em etapas: 
 
• constatar a necessidade de reposição [...]; 
• informar a área de comprar da necessidade de reposição; 
• contatar os fornecedores para obter as propostas de fornecimento por 
meio de cotações, licitações, etc., ou outro meio adequado; 
• emitir pedido de compra; 
• cumprir o prazo de entrega pelo fornecedor: fabricação, separação, e 
expedição do pedido feito; 
• transportar o item comprado do fornecedor até o comprador; 
• desembaraços alfandegários, quando necessários; 
• realizar os procedimentos adequados de inspeção e ensaios pelo Controle 
de Qualidade, quando necessário. 
Assim, o tempo de reposição é soma dos tempos de cada uma das etapas 
acima descritas. 
 
Além do cálculo do estoque mínimo, o tempo de reposição é utilizado para 
efetuar o cálculo de Ponto de Pedido (PP). Devido a sua grande importância esse 
tempo deve ser o mais preciso possível. Pois, caso hajam variações no valor durante 
o período compreendido também modificará a estrutura do estoque. 
 
 
25 
1.3.4 Tempo de Cobertura (TC) 
 
Tempo de Cobertura é o período decorrido entre o momento em que se 
verifica necessidade de fazer o pedido ao fornecedor e o momento em que repõe a 
mercadoria em estoque. Para que o cálculo do Tempo de Cobertura (TC) são 
necessárias algumas informações: 
- Prazo de informação: tempo que demora para tomar conhecimento do 
item que está faltando. 
- Prazo de elaboração do pedido ou preparação da compra: tempo desde o 
momento que se sabe da falta do produto, a emissão do pedido de compra 
pela empresa até ele chegar ao fornecedor. 
- Prazo de entrega das mercadorias: o tempo que as mercadorias levam 
para chegar até a empresa, compreende o tempo desde o fechamento do 
pedido de compra, mais a preparação do pedido pelo fornecedor e o 
tempo de transporte. 
- Prazo de recebimento: tempo gasto entre receber o produto, conferir a 
Nota Fiscal, etiquetá-los e estocá-los.- Margem de segurança: margem de dias para compensar os atrasos (do 
fornecedor) que possam ocorrer. (SEBRAE, 1994) 
De modo a simplificar o estudo, visto que alguns autores utilizam o Tempo de 
Reposição e outros Tempo de Ressuprimento, será adotado o Tempo de Cobertura 
como indicador, que além de incorporar ambos, é de fácil entendimento e por 
detalhar os tempos que compõe a informação final. 
 
1.3.5 Rotação de Estoque 
 
A rotação, rotatividade ou giro do estoque “indica quantas vezes o estoque foi 
renovado no ano” (VIANA, 2002, p. 160). É a relação entre o valor consumido no 
período e o estoque médio do produto neste período (MARTINS e ALT, 2004). Este 
dado obtido é muito importante na tomada de decisões com relação a investimentos 
nos estoques e estratégias de venda. 
 
 
26 
 
 consumo no período 
 estoque médio no período 
 
1.3.6 Sazonalidade 
 
 Dentro do estudo da demanda ocorrem picos de consumos de produtos em 
determinados períodos (ARNOLD, 1999, p. 244). O consumo é considerado sazonal 
quando possui alterações de 25%. (DIAS, 1995, p. 31) 
Uma forma de medir o grau de variação sazonal do produto é através do 
Índice Sazonal que, segundo Arnold (1999, p. 244) “trata-se de uma estimativa de 
quanto a demanda, durante um determinado período, será maior ou menor que 
demanda média do produto“. Calcula-se a demanda média de cada período 
compreendido e após, a média dessas demandas. 
Este índice é encontrado com o uso da seguinte fórmula: 
 
 Demanda Média para o período 
 Índice Sazonal = 
 Demanda Média para todos os períodos 
 
A sazonalidade influência na política de estoques da empresa, pois após ser 
determinada possibilita visualizar os períodos de demanda auxiliando assim a 
diminuição das incertezas e riscos na aquisição de estoque. 
 
1.3.7 Estoque Máximo (E.Máx) 
 
Estoque máximo é definido por Viana (2002, p. 149) como a “quantidade 
máxima de estoque permitida para o material” . E ainda, segundo Dias (1995, p. 62) 
pode ser determinado pela “soma do estoque mínimo mais o lote de compra. Esse 
lote pode ser econômico ou não”. 
Isso quer dizer que o uso de fórmulas prontas para o Lote de Compra é 
facultativo. A organização decidirá pelo seu uso ou a utilização de outro modelo. 
Viana (2002, p. 157) utiliza a fórmula de “quantidade de material a pedir 
quando o saldo remanescente em estoque for igual ao nível de reposição.” 
Rotatividade = 
 
 
27 
QC = NR + IR x CMM – EV 
 
 Onde: 
QC = Quantidade a comprar ⇒ LC = Lote de Compra 
NR = Nível de Reposição ⇒ PP = Ponto de Pedido 
IR = Intervalo de Ressuprimento 
CMM = Consumo médio mensal 
EV = Estoque Virtual ⇒ EV = NR 
 Logo: 
 
Lote de Compra = Intervalo de Ressuprimento x Demanda 
 
E.Max. = E.Min. + Lote de Compra 
 
 
1.3.8 Consumo Médio Mensal (CMM) – Demanda Média (DM) 
 
 O consumo de médio mensal ou a demanda média de um produto, conforme 
Dias (1995, p. 61), “é a quantidade referente à média aritmética das retiradas 
mensais de estoque.” 
Para que haja uma confiabilidade maior sobre o valor obtido, deve-se fazer 
esta média pelo consumo de seis meses, no mínimo. Através da média obtida pode-
se presumir a demanda mensal do produto. Pode-se estimar também a demanda 
diária, semestral, anual, etc. A fórmula utilizada é: 
 
 C1 + C2 + C3 + ... Cn 
n 
 
1.3.9 Estoque Médio (EM) 
 
Para Dias (1995, p. 61) estoque médio “é o nível médio em torno do qual as 
operações de compra e consumo se realizam”. Podendo ser representado 
graficamente, de acordo com a Figura 1, da seguinte forma: 
 
 
28 
EM = 
Figura 1 - Gráfico do estoque médio 
Q 
 
 
 -------------------------------------------------- 
2
Q
 
 
 Qo 
To T 
Fonte: DIAS (1995, p. 61) 
 
No instante T0 o estoque é igual a quantidade Q0 que varia de um mínimo zero 
(0), Q0 a um máximo, Q; o valor médio será então 0 + Q/2, ou melhor, Q/2. Então, 
significa dizer que é a relação entre o estoque inicial em determinado período e o 
estoque final nesse mesmo período. A fórmula utilizada para este cálculo é: 
 
 
 
 
1.3.10 Ponto de Pedido (PP) – Nível de Reposição (NR) 
 
 De acordo com a definição de Dias (1995, p. 58) ponto de pedido (PP) é um 
indicador de que, quando os níveis de estoque alcançarem o estoque virtual4 a 
mercadoria deverá ser reposta, e que a quantidade de saldo em estoque suportaria 
o consumo durante o Tempo de Reposição. 
 Em outras palavras o Ponto Pedido determina uma quantidade que ao ser 
atingida aciona um novo processo de compra. Viana (2002, p. 154) coloca que, 
quando o EV = NR deverá ser emitida solicitação de compra. 
 
EV = ER (Estoque Real) + Encomendas 
 
 
4 Estoque real acrescido das quantidades de encomendas em andamento. (VIANA, 2002, p. 152) 
 
Estoque Inicial + Estoque Final 
 2 
 
 
 
 
29 
PP = C x TR + E.Min. 
 
 Viana (2002, p. 152) trata este termo com outra denominação: Nível de 
Reposição (NR) “quantidade na qual, ao ser atingida pelo estoque virtual em 
declínio, indica o momento de ser providenciada a emissão do pedido de compra 
para reposição do material”. 
 
NR = ES + CMM x TR 
 
 Sendo assim: 
PP = Ponto de Pedido ⇒ NR = Nível de Reposição 
C = Consumo Médio Mensal ⇒ CMM = Consumo Médio Mensal 
TR = Tempo de Reposição ⇒ TR = Tempo de Reposição 
E.Min = Estoque Mínimo ⇒ ES = Estoque de Segurança 
 
 
1.3.11 Nível ABC 
 
É comum nas empresas um estoque com uma diversidade e quantidade 
muito grande de produtos. Porém, nem todos esses produtos possuem uma grande 
rotatividade, valor alto, tamanho único, etc. Contudo, são indispensáveis para o 
atendimento dos clientes. Diante deste fato, deve-se medir que importância esses 
itens possuem dentro do estoque. 
O sistema de classificação ABC de estoques permite determinar a importância 
desses itens no estoque e relativamente os diferentes níveis de controle desses 
itens (ARNOLD, 1999). 
 
Após ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem 
ser definidas assim: 
Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com 
atenção bem especial; 
Classe B: grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C; 
Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção. 
(VIANA, 2002, p. 64) 
 
Existem várias situações em que se pode aplicar a metodologia ABC, 
segundo Arnold (1999, p. 284) pode-se basear o princípio ABC na observação de 
 
 
30 
que um pequeno número de itens, freqüentemente, domina os resultados atingidos 
em qualquer situação. 
Estes percentuais podem variar de acordo com análise e a interpretação a se 
fazer, alguns autores atribuem percentuais variados. Isso fica demonstrado na 
Tabela 2: 
 
Tabela 2 – Percentuais na classificação ABC 
CLASSE % QUANTIDADE DE ITENS % DE VALOR 
A 5 75 
B 20 20 
C 75 5 
 Fonte: VIANA (2002, p.65) 
 
A classificação ABC é uma ferramenta5 que auxilia na análise dos estoques, 
podendo auxiliar de diversas formas, pois cada produto tem a sua importância dentro 
do estoque e esta importância deve ser medida. Podendo-se usar como base o valor 
financeiro ou a quantidade movimentada. 
 
5 FERRAMENTA: qualquer instrumento necessário à prática profissional, meio para alcançar um fim. 
(HOUAISS, 2001, p. 1329) 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
 
2.1 PLANO OU DELINEAMENTO DO ESTUDO 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, foi realizado um estudo 
de caso. De acordo com Acevedo e Nohara (2004, p. 53), “o estudo de caso 
caracteriza-se pela análise em profundidade de um objeto ou um grupo de objetos, 
que podem ser indivíduos ou organizações”. 
Inicialmente, foram colocados algumasquestões ou pontos críticos que foram 
explicitados, reformulados ou mesmo abandonados, à medida que o estudo foi 
avançando. 
O estudo de caso se torna importante para o desenvolvimento do tema em 
questão, visto que foram buscadas informações que são conseqüências do modelo 
utilizado na prática e a partir daí confrontados com os modelos científicos. 
 
2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA E INSTRUMENTOS DE COLETA DO ESTUDO 
 
O dados foram coletados através de pesquisas primárias e secundárias, 
onde: 
- Os dados primários foram coletados através de entrevista informal e 
observações no período compreendido entre os meses de Agosto a 
Novembro de 2005, sendo efetuada com o gerente da empresa e os 
responsáveis de cada departamento envolvido e também levantamento de 
dados no sistema de informação da empresa (software). 
 
 
 
 
32 
- Os dados secundários foram obtidos através de pesquisa bibliográfica em 
informações já disponíveis em livros, revistas e consulta a documentos 
pertencentes à empresa. 
 
2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
 
A análise e interpretação das informações foram realizadas de forma qualitativa e 
quantitativa, utilizando-se o modo exploratório, que tem como objetivos “proporcionar 
maior compreensão do fenômeno que está sendo investigado” (ACEVEDO e 
NOHARA, 2004, p. 51). Podendo assim, levantar questões, hipóteses para posterior 
estudo. Isto é, os dados foram analisados em forma descritiva, gráfica de acordo 
com as respostas obtidas dos entrevistados e dados coletados. 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
3 ESTUDO DE CASO 
 
 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA: ISA ROLAMENTOS E PEÇAS LTDA 
 
 
3.1.1 Dados da Empresa 
 
a) Razão Social: ISA ROLAMENTOS E PEÇAS LTDA 
b) Denominação Comercial: ISRAEL ROLAMENTOS 
c) Setor da Economia e Ramo de Atividade: Comércio Varejista de Peças 
Agrícolas 
d) Principais produtos comercializados: rolamentos, retentores, filtros, óleos 
e graxas lubrificantes, ferramentas, peças para tratores, plantadeiras e 
colheitadeiras multimarcas. 
e) Endereço: Av. Perimetral Sudeste, 12079 - Centro - Sorriso – MT 
f) Número de colaboradores: 10 (dez) 
g) Enquadramento: Empresa de Médio Porte 
 
3.1.2 Administração 
 
a) Administração dos Níveis de Influência da Estrutura Organizacional: Willian 
Valério Borges 
b) Missão da Empresa: não identificada 
c) Principais Objetivos da Empresa: não identificados 
d) Sistema de Autoridade: Centralizada 
 
 
 
34 
e) Estilo de liderança: Autocrática e Liberal 
f) Tipo de departamentalização: Funcional 
 
3.1.3 Histórico 
 
A empresa Isa Rolamentos e Peças Ltda é pertencente ao Grupo Israel 
Rolamentos cujas atividades iniciaram em 1986 na cidade Rondonópolis – MT, onde 
se situa a loja Matriz e está presente com mais de 10 lojas em 3 estados do Brasil: 
São Paulo, Mato Grosso, Goiânia e no Distrito Federal . 
A Isa Rolamentos foi fundada pelo Sr. Israel da Silva Borges e Sr. Francisco 
da Silva Borges, atuais proprietários, em julho de 1997 na Av. Perimetral Sudeste, 
s/n na cidade de Sorriso – MT em prédio alugado. Em dezembro de 1999 mudou 
para prédio próprio na mesma avenida, com o nº 12079. Em maio de 2004, devido 
ao aumento da demanda de clientes e constante crescimento no intuito de oferecer 
um melhor atendimento, inaugurou suas novas e modernas instalações. Atualmente, 
é dirigida pelo Sr. Willian Valério Borges. 
 
 
3.2 A FORMA DE CONTROLE E REGISTRO DE ESTOQUE 
 
O processo de controle do estoque envolve uma série de atividades dentro da 
organização: a recepção, conferência, estocagem, registro dos produtos e a saída 
das mercadorias. 
 
3.2.1 Recepção 
 
O recebimento das mercadorias adquiridas é feito no setor de recepção, por 
um funcionário do setor de vendas, onde é checada a origem dos produtos, 
quantidade de volumes constante na guia de frete com o da Nota Fiscal, o estado 
em que a mercadoria se encontra e por fim assina-se a guia de frete. 
 
 
 
 
35 
3.2.2 Conferência 
 
Estando tudo certo na recepção, parte-se para a conferência dos produtos. 
Todos os produtos são contados e, verificado se a quantidade recebida está em 
conformidade com a da Nota Fiscal, em caso de divergência é comunicado o erro ao 
responsável pela compra ou o gerente, caso este não esteja no momento. Há 
ocorrência de lacunas no processo. Durante a conferência são numerados os 
produtos que necessitam de codificação original ou numeração similar. Desta forma, 
todos os produtos que possuem similaridade ficam estocados juntos. A conferência 
não precisa ser efetuada necessariamente pela mesma pessoa que recebeu. 
 
3.2.3 Estocagem 
 
Depois de conferidos e numerados, os produtos são levados para a prateleira 
onde são colocados em seqüência numérica crescente ou seu similar, no caso de 
filtros, retentores, peças agrícolas, por exemplo. Já nos rolamentos sua seqüência 
também é numérica, porém de acordo com as marcas, pois determinados itens 
possuem a mesma descrição, porém algumas marcas têm especificações técnicas 
diferentes tais como: rolamentos industriais, de agulha, cônicos, esfera, etc. Procura-
se estocar o máximo possível no espaço disponível nas prateleiras para que seja 
utilizado o máximo do espaço disponível, visto que o produto estocado gera custo de 
armazenagem. O excedente é colocado no depósito. 
 
3.2.4 Registro do Estoque 
 
Após conferência, a Nota fiscal segue para ser lançada no sistema. 
Identificou-se durante as observações que as notas são lançadas imediatamente 
após a conferência exceto, quando há muita mercadoria a ser lançada ou quando o 
responsável pelo lançamento no sistema prioriza outros assuntos. O registro do 
estoque é efetuado totalmente no software de controle de estoque desenvolvido e 
utilizado pelo grupo Israel Rolamentos. 
Primeiramente, é consultado se o item já está cadastrado, caso contrário é 
efetuado um cadastro do novo produto no sistema que será registrado com um 
 
 
36 
número seqüencial, seguindo o princípio arbitrário6, e todas as informações 
pertinentes ao produto como: a descrição, a aplicação, o código do fabricante, as 
dimensões, marca, grupo e subgrupo, tributação, custo de compra e custo de 
reposição, preço de venda, desconto máximo permitido e códigos sinônimos do 
produto. 
A divisão dos grupos não segue uma regra definida, não é muito especifica ou 
detalhada, divide-se em grupo e um subgrupo, em alguns casos os dois. 
 
 
3.3 MODELO DE PREVISÃO DE ESTOQUE UTILIZADO PELA EMPRESA 
 
3.3.1 Métodos de Previsão de Estoques 
 
A previsão de estoques ou a quantidade prevista a ser estocada não seguem 
um modelo único ou padronizado. De acordo com informações levantadas 
informalmente na empresa “tudo depende da época, do tipo de cliente alvo que se 
queira atingir, da situação financeira, da importância do item no estoque e outras 
situações”. 
A princípio foram identificadas quatro formas de se estimar a quantidade dos 
pedidos: 
1ª) Uma das formas utilizadas para estabelecer a quantidade a ser pedida é 
através da opinião dos vendedores que estão diretamente em contato com 
clientes. 
2ª) Outra forma se dá pela análise de relatório de movimentações emitido pelo 
sistema de controle de estoque, onde se especifica o período compreendido de 
6 a 12 meses retroativos, uma espécie de análise de tendências7. E sobre este, 
calcula-se a média mensal e projeta-se para um número “x” de meses que se 
queira atingir. 
3ª) Ainda, usa-se fazer uma pesquisa entre os clientes, do número de 
equipamentos existentes (tratores, colheitadeiras, caminhões, utilitários, etc.) e o 
 
6 Os itens de material são codificados seqüencialmente, à medida que ingressam no estoque, e tem 
como desvantagem o fato de não permitir nenhuma forma de identidade entre itens de material da 
mesma natureza. FRANCISCHINI E GURGEL (2002, p.118) 
 
 
37 
período de trabalho decada um deles. Por exemplo: a empresa pretende 
ampliar sua linha, quer comercializar filtros para determinado trator ou outro 
equipamento em específico. Primeiro passo é levantar quantos equipamentos 
existem na região, a quantidade e os tipos de filtros que eles utilizam. Segundo, 
verificar a cada quanto tempo (horas de trabalho) é feito troca desses filtros. 
Terceiro sazonalidade de trabalho, este fator deve ser levado em conta, pois 
alguns equipamentos, principalmente, na atividade agrícola, trabalham somente 
três meses por ano, exemplo disso são as colheitadeiras que operam somente 
no período da colheita. Tendo estes dados em mãos é possível estimar o 
estoque para atender a demanda daquele período, não havendo assim 
necessidade de compras excedentes. 
4ª) E por fim, porém, não muito usual é a compra antecipada8 que consiste em 
comprar uma grande quantidade de produtos para aproveitar as promoções dos 
fornecedores, levando-se em consideração as outras formas de previsão. 
 
 
3.4 ANÁLISE DAS MOVIMENTAÇÕES 
 
Para e elaboração da análise das movimentações foram utilizados alguns 
indicadores de níveis de estoque. Esses indicadores possuem várias finalidades, 
cabe a empresa a melhor maneira de tirar proveito dessas informações, porém uma 
das finalidades é demonstrar limites para a manutenção dos estoques. Tais 
indicadores trazem informações de quais níveis seriam ideais para o estoque, 
sempre baseados no histórico das movimentações. 
A movimentação do estoque se dá a partir da entrada no sistema da Nota 
Fiscal de Compra. Neste momento são colocados todos os dados constantes da 
Nota, tais como: fornecedor, produtos, as quantidades, códigos, valores, impostos 
incidentes, condições de pagamentos, etc. E sua saída no momento em que se 
emite a Nota de Venda. 
 
7 ANÁLISE DE TENDÊNCIAS: Técnica de previsão de vendas que se apoia em padrões de vendas 
passadas para prever vendas futuras.(CHURCHILL, 2003, p.107) 
8 COMPRA ANTECIPADA: Prática consistente em comprar um grande estoque para aproveitar o 
preço reduzido de um fornecedor.(CHURCHILL, 2003, p. 107) 
 
 
 
38 
As movimentações de estoque não ocorrem somente pela operação de 
compra e venda, também por ajustes de estoque, balanços e cancelamentos de 
notas. 
 
 
3.4.1 Tipos de Movimentações 
 
Os cinco tipos de movimentações de estoque identificadas ocorrem nas 
seguintes situações: 
 Nota Fiscal de Venda (NFV): ocorre no momento da saída do produto com 
a emissão da nota de venda; 
 Nota Fiscal de Compra (NFC): no momento em que é registrada a entrada 
da mercadoria no sistema; 
 Balanço de Estoque (BAL): em virtude do inventário, identifica uma 
situação de entrada e de saída de mercadoria; 
 Ajuste de Estoque (AJT): sua ocorrência se dá no ato do ajuste das 
quantidades em estoque, pode ser uma saída ou uma entrada; 
 Cancelamento de Nota Fiscal (CNF): somente ocorre quando uma nota de 
venda é cancelada. 
Esses tipos de movimentações podem ser efetuados tanto pelo pessoal de 
vendas, quanto o pessoal que atua no financeiro, o sistema permite que qualquer 
um pratique estas rotinas. 
 
3.4.2 Produtos Analisados 
 
Devido ao grande número de produtos cadastrados no estoque da empresa, 
cerca de 18400 itens9, optou-se por fazer uma análise utilizando-se uma 
amostragem de apenas 12 (doze) itens (Quadro 1) do grupo específico de Filtros 
(Quadro 1) e efetuar o levantamento no sistema de controle de estoques das 
movimentações ocorridas no período compreendido de 01/09/2004 a 31/08/2005. 
 
 
 
9 Este dado sofre alterações quase que diariamente devido à aquisição de novos produtos. 
 
 
39 
Quadro 1 – Relação dos produtos analisados 
CODIGO DESCRIÇAO UNID. V. Custo Pr. Venda 
18011 Filtro Lubrificante PC 10,88 17,00 
167655 Filtro Lubrificante PC 13,95 19,50 
165636 Filtro Combustível PC 3,02 4,50 
18008 Filtro Combustível PC 6,83 11,00 
161454 Filtro Combustível PC 11,66 18,00 
140322 Filtro Combustível PC 16,22 25,00 
161455 Filtro Lubrificante PC 58,20 87,00 
149372 Filtro Ar PC 33,82 51,00 
18005 Filtro Direção PC 4,28 6,50 
162637 Filtro Ar PC 45,12 70,00 
163892 Filtro Lubrificante PC 27,63 42,00 
167860 Filtro Ar PC 89,00 160,00 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
3.4.3 Inventário 
 
No dia 01/09/2005 efetuou-se um inventário dos produtos selecionados, com 
a finalidade de fazer uma conciliação10 entre o estoque físico e a quantidade 
apresentada no sistema de controle de estoques da empresa (Tabela 3). 
 
Tabela 3 – Inventário do estoque realizado em 01/09/2005 
CODIGO Estoque Sistema Estoque Físico 
PRODUTO em 01/09/2005 em 01/09/2005 
18011 104 104 
167655 19 20 
165636 65 65 
18008 3 3 
161454 128 128 
140322 16 16 
161455 50 50 
149372 11 11 
18005 186 186 
162637 37 39 
163892 38 38 
167860 13 13 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
 
10 CONCILIAÇÃO: Ato ou efeito de combinar, ajustar ou harmonizar coisas que parecem contrárias ou 
contraditórias. (HOUAISS, 2001, p. 786) 
 
 
40 
O inventário físico11 representa uma oportunidade de corrigir quaisquer 
imprecisões nos registros de estoques (ARNOLD, 1999, p. 365). Segundo Martins e 
Alt (2004, p. 156) inventário físico “consiste na contagem física dos itens em 
estoque.” 
Pode-se citar como causas de erros no registro de estoque, segundo Arnold 
(1999, p. 362): 
 
• Retirada de material sem autorização; 
• Depósito sem segurança; 
• Pessoal mal treinado; 
• Contagens imprecisas; 
• Transações não registradas; 
• Falhas do sistema. 
 
O inventário demonstrou divergência entre estoque do sistema e o estoque 
físico em dois produtos: 167655 e 162637, em ambos o estoque apresentado no 
sistema está menor em relação ao físico. A diferença existente será acertada através 
de movimentação do tipo BAL ou AJT. 
 
 
3.4.4 Resumo das Movimentações 
 
 Os dados referentes às movimentações de estoque coletadas do sistema de 
controle de estoque estão demonstrados no Quadro 2, onde os produtos estão 
apenas identificados pelos seus respectivos códigos e as quantidades referem-se ao 
total das entradas e das saídas de cada mês correspondente, dos 12 (doze) itens 
selecionados, contendo também o estoque inicial e estoque final do período. 
 
 
 
 
 
 
 
11 INVENTÁRIO FÍSICO: É uma contagem periódica dos materiais existentes para efeito de 
comparação com os estoques registrados e contabilizados em controle da empresa, a fim de se 
comprovar sua existência e exatidão. (VIANA,2002,p.381) 
 
 
 
41 
Quadro 2 - Movimentação de estoque - baseados nos meses de setembro/2004 
a agosto/2005. 
Produto Est. ENTRADAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 
 Inic. SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 
18011 24 59 9 48 6 35 96 0 2 1 2 85 97 
167655 24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
165636 -7 10 0 0 0 0 200 0 0 30 0 0 2 
18008 85 15 0 48 36 6 50 0 0 0 24 20 49 
161454 84 26 26 53 10 32 1 0 9 4 48 98 48 
140322 54 1 51 25 0 16 0 10 0 0 8 1 1 
161455 5 28 69 1 0 41 24 0 0 0 24 1 0 
149372 8 4 20 12 0 2 0 1 0 1 10 0 13 
18005 21 240 0 0 10 69 120 0 1 0 168 5 96 
162637 28 0 27 168 15 121 0 0 10 0 0 3 1 
163892 15 0 0 0 0 65 0 0 0 2 5 0 36 
167860 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 10 0 0 
Produto SAÍDAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 Est. 
 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO Fin. 
18011 14 22 72 39 46 6 26 5 5 40 13 72 104 
167655 0 2 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 19 
165636 0 0 0 0 0 1 22 30 60 8 35 14 65 
18008 36 20 51 24 2 8 6 9 2 17 69 86 3 
161454 59 16 16 58 34 41 8 2 9 7 48 13 128 
140322 37 9 18 2 15 4 13 5 7 18 12 11 16 
161455 9 9 9 1 58 18 3 2 10 6 13 5 50 
149372 8 7 2 7 3 4 3 2 5 1 9 9 11 
18005 80 54 7 21 123 1 106 1221 49 21 49 186 
162637 23 32 3 54 0 1 141 31 12 3 16 20 37 
163892 2 3 0 7 33 0 3 1 3 21 7 5 38 
167860 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 13 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
O saldo do estoque final demonstra uma quantidade elevada. O estoque que 
existia no início do período era menor que o apurado no final, na maioria dos 
produtos analisados. Isto representa um investimento de capital em estoque parado. 
Financeiramente falando é mais interessante diminuir os ativos e aumentar o 
giro de capital. O aumento do estoque afeta principalmente o departamento 
financeiro. (DIAS, 1995). 
A análise das movimentações ocorridas durante o período, de acordo com os 
Tipos, estão dispostas de forma resumida no Quadro 3 e Figura 2. As informações 
ali contidas possibilitam uma visualização melhor de como essas movimentações 
ocorreram separadamente, tanto em quantidade de produtos como também em 
valores de custo (Quadro 4 e Figura 3). 
 
 
 
42 
Quadro 3 - Resumo das quantidades movim. de 01/09/2004 a 31/08/2005 
 ENTRADAS ( + ) TOTAL SAÍDAS ( - ) TOTAL 
CODIGO NFC BAL CNF AJT ENTRADAS NFV BAL AJT SAÍDAS 
18011 360 46 23 11 440 339 20 1 360 
167655 0 0 0 0 0 3 2 0 5 
165636 0 200 32 10 242 142 28 0 170 
18008 204 18 23 3 248 299 31 0 330 
161454 224 91 40 0 355 266 45 0 311 
140322 72 21 19 1 113 114 37 0 151 
161455 138 45 5 0 188 94 49 0 143 
149372 54 2 7 0 63 59 0 1 60 
18005 624 69 16 0 709 495 49 0 544 
162637 170 121 29 25 345 206 130 0 336 
163892 84 17 7 0 108 68 17 0 85 
167860 4 10 1 0 15 2 0 0 2 
TOTAL 1934 640 202 50 2826 2087 408 2 2497 
Fonte: Isa Rolamentos, 2005 
 
Legenda: NFV : Nota Fiscal de Venda 
BAL : Balanço de Estoque 
AJT : Ajuste de Estoque 
NFC : Nota Fiscal de Compra 
CNF : Cancelamento de Nota Fiscal 
 
Fígura 2 - Gráfico do resumo das entradas e saídas 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Isa Rolamentos, 2005 
 
O levantamento demonstra uma quantidade significativa de produtos 
movimentados por BAL, tanto na entrada (23%), quanto na saída (16%). 
 
 
 
SAÍDAS ( - )
BAL
16%
AJT
0%
NFV
84%
NFV
BAL
AJT
ENTRADAS ( + )
AJT
2%
CNF
7%
BAL
23%
NFC
68%
NFC
BAL
CNF
AJT
 
 
43 
Quadro 4 - Resumo das movimentações em valores de custo – de 01/09/2004 a 31/08/2005 
 ENTRADAS ( + ) SAÍDAS ( - ) 
CODIGO NFC BAL CNF AJT 
TOTAL 
ENTRADAS NFV BAL AJT 
TOTAL 
SAÍDAS 
18011 3.916,80 500,48 250,24 119,68 4.787,20 3.688,32 217,60 10,88 3.916,80 
167655 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 41,85 27,90 0,00 69,75 
165636 0,00 604,00 96,64 30,20 730,84 428,84 84,56 0,00 513,40 
18008 1.393,32 122,94 157,09 20,49 1.693,84 2.042,17 211,73 0,00 2.253,90 
161454 2.611,84 1.061,06 466,40 0,00 4.139,30 3.101,56 524,70 0,00 3.626,26 
140322 1.167,84 340,62 308,18 16,22 1.832,86 1.849,08 600,14 0,00 2.449,22 
161455 8.031,60 2.619,00 291,00 0,00 10.941,60 5.470,80 2.851,80 0,00 8.322,60 
149372 1.826,28 67,64 236,74 0,00 2.130,66 1.995,38 0,00 33,82 2.029,20 
18005 2.670,72 295,32 68,48 0,00 3.034,52 2.118,60 209,72 0,00 2.328,32 
162637 7.670,40 5.459,52 1.308,48 1.128,00 15.566,40 9.294,72 5.865,60 0,00 15.160,32 
163892 2.320,92 469,71 193,41 0,00 2.984,04 1.878,84 469,71 0,00 2.348,55 
167860 356,00 890,00 89,00 0,00 1.335,00 178,00 0,00 0,00 178,00 
TOTAL 31.965,72 12.430,29 3.465,66 1.314,59 49.176,26 32.088,16 11.063,46 44,70 43.196,32 
Fonte: Isa Rolamentos, 2005 
 
Fígura 3 - Gráfico do resumo das entradas e saídas - em valores de custo 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Isa Rolamentos, 2005 
 
Esses mesmos produtos, em valores de custo, representam um percentual 
ainda maior: nas entradas (25%) e nas saídas (26%). (Figura 3) 
Considerando as movimentações de entrada no estoque, em valores de 
custo, 65% foram através de NFC, 3% de AJT e 7% por CNF. 
 As NFV representam em valores de custo 74% das movimentações e em 
quantidade 84% (Figura 2). 
 
3.4.5 Vendas e Compras 
 
Os valores das Vendas e Compras ficaram muito próximos, porém deve-se 
levar em conta os Cancelamentos que, subtraídos das vendas demonstram um 
volume maior de compras. Dos 12 (doze) itens analisados 7 (sete) apresentaram 
compras superiores às vendas (58%), 2 itens não apresentaram qualquer compra. 
SAÍDAS ( - )
BAL
26%
AJT
0%
NFV
74%
NFV
BAL
AJT
ENTRADAS ( + )
AJT
3%
CNF
7%
BAL
25% NFC
65%
NFC
BAL
CNF
AJT
 
 
44 
Ainda, 2 (dois) produtos (167655 e 167860) tiveram um volume de vendas muito 
baixo durante o período. 
De acordo com os dados contidos neste resumo (Quadro 3), pode-se dizer 
que as vendas ocorridas não demonstram a realidade. Pois, deve-se levar em 
consideração que durante o período houve cancelamentos de notas. Logo, pegando 
as quantidades vendidas e subtraindo-se os cancelamentos obtêm-se a venda real 
como demonstra a Tabela 4. 
 
Tabela 4 – Venda Real 
CODIGO VENDAS CANCELAMENTOS VENDA REAL 
18011 339 23 316 
167655 3 0 3 
165636 142 32 110 
18008 299 23 276 
161454 266 40 226 
140322 114 19 95 
161455 94 5 89 
149372 59 7 52 
18005 495 16 479 
162637 206 29 177 
163892 68 7 61 
167860 2 1 1 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) elaborado pelo autor. 
 
 As vendas ocorridas apresentam alguns aspectos peculiares, conforme 
mostra o Quadro 5, revelando períodos em que o consumo varia muito entre os 
produtos, caracterizando demandas sazonais. 
 
Quadro 5 - Vendas reais referentes 01/09/2004 a 31/08/2005 
Produto VENDAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 
 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 
18011 14 13 64 32 34 6 26 3 4 38 11 71 
167655 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 
165636 0 0 0 0 0 1 22 10 30 8 27 12 
18008 36 20 51 24 2 6 6 9 2 17 18 85 
161454 14 14 14 48 26 40 8 1 5 7 36 13 
140322 3 6 15 2 13 4 3 5 7 17 10 10 
161455 8 7 8 1 17 18 3 2 10 1 9 5 
149372 4 6 2 7 3 4 2 2 4 1 9 8 
18005 80 54 7 11 74 1 106 11 21 49 16 49 
162637 23 32 3 39 0 1 11 21 12 3 13 19 
163892 0 3 0 7 25 0 3 1 1 11 5 5 
167860 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
 
45 
Quadro 6 – Compras referentes 01/09/2004 a 31/08/2005 
COMPRAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 Produto 
SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 
18011 48 0 48 0 0 96 0 0 0 0 72 96 
167655 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
165636 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
18008 0 0 48 36 0 48 0 0 0 24 0 48 
161454 24 24 48 0 0 0 0 8 0 48 72 0 
140322 0 48 24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
161455 23 67 0 0 0 24 0 0 0 24 0 0 
149372 0 20 12 0 0 0 0 0 0 10 0 12 
18005 240 0 0 0 0 120 0 0 0 168 0 96 
162637 0 20 150 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
163892 0 0 0 0 48 0 0 0 0 0 0 36 
167860 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
 As compras não seguem uma política definida, ora compra-se grandes 
quantidades, ora quantidades menores (Quadro 6). Ocorrem também, períodos com 
ausência de compras. A conseqüência de compras elevadas fica evidenciado no 
Quadro 2, onde o saldo do estoque final demonstra-se elevado. 
 A relação entre o volume efetuado de compras e as vendas está demonstrada 
no Gráfico das Vendas Reais e Compras no Anexo I. Este gráfico demonstra de 
forma bem prática um comparativo entre as vendas reais e as compras do período 
determinado, com isso pode-se visualizar o volume de compra com as vendas mês a 
mês. 
 
3.4.6 Estoque Médio e Rotatividade 
 
O cálculo do estoque médio (Quadro 7) é requisito para o cálculo da 
rotatividade. Toma-se por base o estoque do início do período e o estoque do fim do 
período para elaboração do cálculo. 
Dos produtos analisados, o estoque médio dos itens 167655 (21,50) e 167860 
(6,50) são muito superiores às vendas do período. E a rotatividade aferida (Quadro 
8) desses itens é inferior a uma unidade durante o período analisado. 
O giro dos estoques neste período (Quadro 7) está muito abaixo da média 
brasileira que é de 14 giros de estoque por ano e 80 giros à média mundial. Quanto 
menor a rotatividade, maior o valor imobilizado em estoque e vice-versa. (POZO, 
2004). 
 
 
46 
Quadro 7 – Cálculo de estoque médio 
PRODUTO Estoque 
Inicial 
Estoque Final Estoque Médio 
18011 24 104 64,00 
167655 24 19 21,50165636 -7 65 29,00 
18008 85 3 44,00 
161454 84 128 106,00 
140322 54 16 35,00 
161455 5 50 27,50 
149372 8 11 9,50 
18005 21 186 103,50 
162637 28 37 32,50 
163892 15 38 26,50 
167860 0 13 6,50 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
 
 
Estoque Médio = (24 + 104) ÷÷2 = 64 
 
 
 
Quadro 8 - Rotatividade do estoque e demanda média 
PRODUTO Venda Real Demanda Média Estoque Médio Rotação 
18011 316 26,33 64,00 4,94 
167655 3 0,25 21,50 0,14 
165636 110 9,17 29,00 3,79 
18008 276 23,00 44,00 6,27 
161454 226 18,83 106,00 2,13 
140322 95 7,92 35,00 2,71 
161455 89 7,42 27,50 3,24 
149372 52 4,33 9,50 5,47 
18005 479 39,92 103,50 4,63 
162637 177 14,75 32,50 5,45 
163892 61 5,08 26,50 2,30 
167860 1 0,08 6,50 0,15 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
Rotatividade = Vendas / Estoque Médio 
 
O consumo médio mensal ou a demanda média de um produto, conforme 
Dias (1995, p. 61), “é a quantidade referente à média aritmética das retiradas 
mensais de estoque”. Em outras palavras, são os totais das vendas do período 
dividido pelo número de períodos. 
 
 
47 
Esses dados demonstram que para atender a demanda do período não seria 
necessário um estoque médio tão elevado. Daí os saldos resultantes do estoque 
final. O estoque final está acima da demanda média. 
 
3.4.7 Tempo de Cobertura 
 
O Tempo de cobertura é um indicador que demonstra o tempo que demora 
entre um ressuprimento e outro da mercadoria. Seu valor representa a soma dos 
tempos internos e externos durante o intervalo de ressuprimento. 
 
Quadro 9 – Cálculo do tempo de cobertura (mês) 
PRODUTO 
P
ra
zo
 d
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in
fo
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P
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co
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Te
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e 
C
ob
er
tu
ra
 
18011 2 2 20 1 1 26 0,87 
167655 2 2 20 1 1 26 0,87 
165636 2 2 20 1 1 26 0,87 
18008 2 2 20 1 1 26 0,87 
161454 2 2 20 1 1 26 0,87 
140322 2 2 20 1 1 26 0,87 
161455 2 2 20 1 1 26 0,87 
149372 2 2 20 1 1 26 0,87 
18005 2 2 20 1 1 26 0,87 
162637 2 2 20 1 1 26 0,87 
163892 2 2 20 1 1 26 0,87 
167860 2 2 20 1 1 26 0,87 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
Tempo de Cobertura ( TC ) = total da cobertura ( soma dos tempos ) / 30 
 
 
3.4.8 Estoque Mínimo 
 
O tempo de cobertura juntamente com a demanda real resultam o indicador 
de estoque mínimo. Este indicador fornece um valor mínimo de estoque para o 
produto enquanto aguarda o ressuprimento. 
 
 
48 
Fica bem evidenciado que o valor do Tempo de Cobertura é o fator 
determinante para o cálculo do Estoque Mínimo, qualquer alteração nesse valor 
reflete direta e significativamente no resultado final. 
 
Est. Mínimo = Demanda (Consumo médio mensal) x Tempo de cobertura ( K ) 
 
Demanda = Total das vendas / nº de períodos 
 
Quadro 10 – Cálculo de estoque mínimo 
PRODUTO Demanda Real Tempo de Cobertura Estoque Mínimo 
18011 26,33 0,87 22,82 
167655 0,25 0,87 0,22 
165636 9,17 0,87 7,94 
18008 23,00 0,87 19,93 
161454 18,83 0,87 16,32 
140322 7,92 0,87 6,86 
161455 7,42 0,87 6,43 
149372 4,33 0,87 3,76 
18005 39,92 0,87 34,59 
162637 14,75 0,87 12,78 
163892 5,08 0,87 4,41 
167860 0,08 0,87 0,07 
Fonte: Isa Rolamentos (2005). 
 
3.4.9 Ponto de Pedido 
 
Tendo a informação da demanda, do estoque mínimo e do tempo de 
cobertura é possível demonstrar outro indicador, o de ponto de pedido. Tal valor 
demonstra o momento em que se deve iniciar um novo processo de compra. E este 
valor pode sofrer alterações no seu resultado caso um dos outros três indicadores 
sofrer qualquer mudança, como demonstra o Quadro 11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
Quadro 11 - Ponto de pedido 
PRODUTO Demanda ( C ) TC ( TR ) E. Mínimo Ponto Pedido 
18011 26,33 0,87 22,82 46 
167655 0,25 0,87 0,22 0 
165636 9,17 0,87 7,94 16 
18008 23,00 0,87 19,93 40 
161454 18,83 0,87 16,32 33 
140322 7,92 0,87 6,86 14 
161455 7,42 0,87 6,43 13 
149372 4,33 0,87 3,76 8 
18005 39,92 0,87 34,59 69 
162637 14,75 0,87 12,78 26 
163892 5,08 0,87 4,41 9 
167860 0,08 0,87 0,07 0 
Fonte: Isa Rolamentos, 2005 
 
Ponto de Pedido = C x TR + E.Min. 
PP = 2xE.Min. 
C = Demanda ( Consumo médio mensal ) 
TR = Tempo de Cobertura (TC) 
E.Min. = Estoque Mínimo 
 
 
3.4.10 Intervalo de Ressuprimento Médio 
 
O indicador do intervalo de ressuprimento médio demonstra o tempo médio 
entre um ressuprimento e outro. Esse valor multiplicado pela demanda constitui o 
indicador de lote de compra. O IR tráz o tempo médio em meses entre uma compra 
e outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
Quadro 12 – Intervalo de ressuprimento médio (IR) 
PRODUTO Nº PERÍODOS Nº COMPRAS I. R. 
18011 12,00 5,00 2,40 
167655 12,00 0,00 0,00 
165636 12,00 0,00 0,00 
18008 12,00 5,00 2,40 
161454 12,00 6,00 2,00 
140322 12,00 2,00 6,00 
161455 12,00 4,00 3,00 
149372 12,00 4,00 3,00 
18005 12,00 4,00 3,00 
162637 12,00 2,00 6,00 
163892 12,00 2,00 6,00 
167860 12,00 1,00 12,00 
Fonte: DIAS (1995, p. 136), elaborado pelo Autor 
 
Intervalo de Ressuprimento médio (em meses) = Nº Períodos / Nº compras 
 
3.4.11 Lote de Compra 
 
O lote de compra é um indicador que fornece a quantidade a ser comprada, 
baseada no histórico e nos dados dos outros indicadores. Pode ser também 
considerado como uma sugestão da quantidade a ser adquirida. 
 
Quadro 13 - Cálculo do lote de compra 
PRODUTO I.R. Demanda Lote de Compra 
18011 2,40 26,33 63,20 
167655 0,00 0,25 0,00 
165636 0,00 9,17 0,00 
18008 2,40 23,00 55,20 
161454 2,00 18,83 37,67 
140322 6,00 7,92 47,50 
161455 3,00 7,42 22,25 
149372 3,00 4,33 13,00 
18005 3,00 39,92 119,75 
162637 6,00 14,75 88,50 
163892 6,00 5,08 30,50 
167860 12,00 0,08 1,00 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
Lote de Compra = Intervalo de Ressuprimento ( IR ) x Demanda 
 
 
 
51 
 Sua eficácia se torna maior se utilizado em observância ao IR. O uso do 
modelo do lote de compra pode ser opcional, pois deve-se levar em conta a 
sazonalidade da demanda. É importante definir quando e quanto comprar para que 
não fique mercadoria estocada por períodos de pouca procura. Também sofre 
oscilação caso os indicadores que o compõe sejam alterados. 
 
3.4.12 Estoque Máximo 
 
O estoque máximo é um indicador da quantidade máxima que se deve ter 
estocada. Neste caso é determinado pela soma do estoque mínimo mais o lote de 
compra. Sua função principal visa demonstrar um limite, a ser obedecido, de 
mercadoria em estoque. Isso não significa que seu valor deva ser tomado como 
regra, visto que num sistema Just In Time, tal valor dificilmente seria alcançado. 
 
Quadro 14 - Cálculo de estoque máximo 
PRODUTO Est. Mínimo Lote de compra Estoque Máximo 
18011 22,82 63,20 86,02 
167655 0,22 0,00 0,22 
165636 7,94 0,00 7,94 
18008 19,93 55,20 75,13 
161454 16,32 37,67 53,99 
140322 6,86 47,50 54,36 
161455 6,43 22,25 28,68 
149372 3,76 13,00 16,76 
18005 34,59 119,75 154,34 
162637 12,78 88,50 101,28 
163892 4,41 30,50 34,91 
167860 0,07 1,00 1,07 
Fonte: Isa Rolamentos (2005) 
 
Est. Máximo = Estoque mínimo + Lote de compra 
 
3.4.13 Índice Sazonal 
 
A Sazonalidade, dentro do estudo da demanda, ocorrem quando há picos de 
consumos de produtos em determinados períodos (ARNOLD, 1999). De acordo com 
Dias (1995, p.31), “o consumo é considerado sazonal quando possui alterações de 
25%”. 
 
 
52 
O indicador da sazonalidade de vendas demonstra um índice resultante da 
demanda de cada período pela demanda média de todos os períodos. A sua análise 
sobre o comportamento dos produtos pode ser: anual, semestral, trimestral ou 
mensal, depende apenas do que a organização pretende. O uso do indicador de 
índice de sazonalidade se torna mais eficiente quando se analisam vários períodos 
repetidos.