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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ECONÔMICAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO EVERALDO MARQUES CENCI A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE NÍVEIS DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE CONTROLE ECONÔMICO E FINANCEIRO SINOP - MT 2006 EVERALDO MARQUES CENCI A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE NÍVEIS DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE CONTROLE ECONÔMICO E FINANCEIRO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Banca Avaliadora do departamento de Administração – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª Arlete Redivo SINOP - MT 2006 EVERALDO MARQUES CENCI A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE NÍVEIS DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE CONTROLE ECONÔMICO E FINANCEIRO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Banca Avaliadora do departamento de Administração – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovado em 27 de maio de 2006. ____________________________ Profª Orientadora: Arlete Redivo Departamento de Administração UNEMAT – Campus Universitário de Sinop ____________________________________ Prof. Avaliador: Gildete Evangelista da Silva Departamento de Administração UNEMAT – Campus Universitário de Sinop ____________________________________ Prof. Avaliador: Norival Ricardo Cazarin Departamento de Administração UNEMAT – Campus Universitário de Sinop __________________________________ Natalicio Pereira Lacerda Chefe do Departamento de Administração UNEMAT – Campus Universitário de Sinop SINOP – MT 2006 Dedico este trabalho como forma de homenagem aos meus pais Ires e Rosa (in memoriam) que tanto apoio e incentivo me deram em vida. Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida. Também um agradecimento especial à minha orientadora Professora Arlete Redivo sempre atenciosa, obrigado pelo auxílio. E, a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a elaboração deste trabalho. RESUMO CENCI, Everaldo Marques. A utilização dos indicadores de níveis de estoque como ferramenta de controle econômico e financeiro. 2006. 67f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Bacharelado em Administração de Empresas) - Universidade do Estado De Mato Grosso. Instituto de Administração, Ciências Contábeis e Econômicas. Campus Universitário de Sinop. Na presente monografia, propôs-se um estudo de caso na empresa: Isa Rolamentos e Peças Ltda, em Sorriso-MT, no departamento de controle de estoque, e teve como objetivo geral: demonstrar a utilização dos indicadores de níveis de estoque como ferramentas de controle econômico e financeiro. Para um melhor entendimento se fez necessário descrever a forma de controle e registro de estoques utilizados pela empresa; identificar o modelo de previsão de estoque utilizado e por último fazer uma análise das movimentações de estoque utilizando-se indicadores de níveis de estoque. Como objeto do estudo utilizou-se uma amostragem de doze (12) produtos, onde foram levantadas as movimentações de entrada e de saída, e seus respectivos tipos, ocorridas no período compreendido de 01/09/2004 a 31/08/2005. Como problemática do trabalho questionou-se se, o modelo atual utilizado para controle dos níveis de estoque contribui eficientemente para o equilíbrio econômico e financeiro da organização. Optou-se para o estudo de caso o método de pesquisa- diagnóstico, com isso detectaram-se algumas deficiências e apontaram-se possíveis sugestões. A pesquisa e coleta de dados foram efetuadas durante o estudo de caso. A análise e interpretação das informações foram realizadas de forma qualitativa e quantitativa, com apresentação de gráficos, tabelas, quadros e os dados coletados de forma descritiva. Constatou-se que a utilização dos indicadores de níveis de estoque contribui para o equilíbrio econômico e financeiro e ainda, que somente com a implantação de melhorias, no atual modelo de controle de estoque a organização atingirá uma eficiência e eficácia maior. Palavras-chave: controle, eficiência, eficácia, indicadores, equilíbrio, demanda. ABSTRACT CENCI, Everaldo Marques. The use of the pointers of supply levels as tool of economic and financial control. 2006. 67f. Paper of Conclusion of Course (Graduation in Bachelorship in Business administration) - University of the State Of Mato Grosso. Institute of Administration, Accounting and Economic Sciences. University campus of Sinop. In the present monograph, a case study in the company was proposed: Isa Rolamentos and Peças Ltda, in Sorriso-MT, in the department of supply control, and had as objective generality: demonstrate the use of the pointers of supply levels as tools of economic and financial control. For a better understanding it has been made necessary to describe the form of control and register of supplies used by the company; identify the model of forecast of used supply and finally to make an analyzes of the movements of supply using supply levels indicators. As object of the study a sampling of twelve (12) products was used, where were raised the movements occurred during the period from 09/01/2004 to 08/31/2005, as much the movements of entrance as of exit of products and the respective types of movements. As problematic of the work it was questioned if, the current model used for control of the supply levels contributes efficiently for the economic and financial balance of the organization. The research-diagnosis method was opted for the case study, with this it detected some deficiencies and it pointed possible suggestions. The research and collects of data was effected during the case study. The analysis and interpretation of the information had been carried through in qualitative and quantitative form, with presentation of graphs, tables, pictures and the collected data of descriptive form. One evidenced that the use of the pointers of supply levels still contributes for the economic and financial balance and, that only with the implantation of improvements, in the current model of supply control the organization will reach an efficiency and bigger effectiveness. Key Words: control, efficiency, effectiveness, pointers, balance, demand. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Gráfico do estoque médio .........................................................................28 Figura 2 - Gráfico do resumo das entradas e saídas – em quantidades ...................42 Figura 3 - Gráfico do resumo das entradas e saídas – em valores de custo.............43 Figura 4 - Gráfico curva ABC - em valores de venda ................................................54 Figura 5 - Gráfico curva ABC - em rotatividade .........................................................55 16 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Cálculo de estoque de segurança ...........................................................23 Tabela 2 – Percentuais na classificação ABC ...........................................................30 Tabela 3 – Inventário do estoque realizado em 01/09/2005 ......................................39 Tabela 4 – Venda real ...............................................................................................44 17 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Relação dos produtos analisados...........................................................39 Quadro 2 – Movimentação de estoque - baseadosnos meses de setembro/2004 à agosto/2005...............................................................................................................41 Quadro 3 - Resumo das quantidades movimentadas................................................42 Quadro 4 - Resumo das movimentações em valores de custo .................................43 Quadro 5 - Vendas reais............................................................................................44 Quadro 6 - Compras referentes 01/09/2004 a 31/08/2005 ........................................45 Quadro 7 – Cálculo de estoque médio ......................................................................46 Quadro 8 - Rotatividade do estoque e demanda média ...........................................46 Quadro 9 - Cálculo do tempo de cobertura (mês) .....................................................47 Quadro 10 – Cálculo de estoque mínimo ..................................................................48 Quadro 11 - Ponto de pedido ....................................................................................49 Quadro 12 – Intervalo de ressuprimento médio.........................................................50 Quadro 13 - Cálculo do lote de compra .....................................................................50 Quadro 14 - Cálculo de estoque máximo ..................................................................51 Quadro 15 - Índice de sazonalidade ( I.S. ) - 01/09/2004 a 31/08/2005 ....................53 Quadro 16 – Classificação ABC do estoque – em valor de venda ............................54 Quadro 17 – Classificação ABC do estoque - em rotatividade ..................................55 Quadro 18 – Diferença entre valores de compra.......................................................56 Quadro 19 – Estoque mínimo sazonal mensal (EMSM)............................................58 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13 1 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 15 1.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................ 15 1.1.1 Definição de Administração de Materiais ................................................. 15 1.1.2 Histórico da Administração de Materiais .................................................. 16 1.2 CONTROLE DE ESTOQUES ......................................................................... 17 1.2.1 Conceitos.................................................................................................. 17 1.2.2 Precisão dos Registros de Estoques........................................................ 18 1.2.3 Objetivos do Controle de Estoques .......................................................... 19 1.2.4 Métodos de Previsão de Estoques ........................................................... 19 1.3 NÍVEIS DE ESTOQUE.................................................................................... 20 1.3.1 Estoque Mínimo (E.Min) ou Estoque de Segurança (ES)......................... 21 1.3.2 Tempo de Ressuprimento ........................................................................ 23 1.3.3 Tempo de Reposição (TR) ....................................................................... 24 1.3.4 Tempo de Cobertura (TC) ........................................................................ 25 1.3.5 Rotação de Estoque ................................................................................. 25 1.3.6 Sazonalidade............................................................................................ 26 1.3.7 Estoque Máximo (E.Máx) ......................................................................... 26 1.3.8 Consumo Médio Mensal (CMM) – Demanda Média (DM)........................ 27 1.3.9 Estoque Médio (EM)................................................................................. 27 1.3.10 Ponto de Pedido (PP) – Nível de Reposição (NR) ................................. 28 1.3.11 Nível ABC............................................................................................... 29 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 31 2.1 PLANO OU DELINEAMENTO DO ESTUDO .................................................. 31 2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA E INSTRUMENTOS DE COLETA DO ESTUDO ....... 31 2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS................................................ 32 3 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 33 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA: ISA ROLAMENTOS E PEÇAS LTDA .. 33 3.1.1 Dados da Empresa................................................................................... 33 12 3.1.2 Administração........................................................................................... 33 3.1.3 Histórico.................................................................................................... 34 3.2 A FORMA DE CONTROLE E REGISTRO DE ESTOQUE ............................. 34 3.2.1 Recepção ................................................................................................. 34 3.2.2 Conferência .............................................................................................. 35 3.2.3 Estocagem................................................................................................ 35 3.2.4 Registro do Estoque ................................................................................. 35 3.3 MODELO DE PREVISÃO DE ESTOQUE UTILIZADO PELA EMPRESA....... 36 3.3.1 Métodos de Previsão de Estoques ........................................................... 36 3.4 ANÁLISE DAS MOVIMENTAÇÕES................................................................ 37 3.4.1 Tipos de Movimentações.......................................................................... 38 3.4.2 Produtos Analisados................................................................................. 38 3.4.3 Inventário.................................................................................................. 39 3.4.4 Resumo das Movimentações ................................................................... 40 3.4.5 Vendas e Compras................................................................................... 43 3.4.6 Estoque Médio e Rotatividade.................................................................. 45 3.4.7 Tempo de Cobertura ................................................................................ 47 3.4.8 Estoque Mínimo........................................................................................ 47 3.4.9 Ponto de Pedido ...................................................................................... 48 3.4.10 Intervalo de Ressuprimento Médio ......................................................... 49 3.4.11 Lote de Compra...................................................................................... 50 3.4.12 Estoque Máximo..................................................................................... 51 3.4.13 Índice Sazonal ........................................................................................ 51 3.4.14 Classificação ABC .................................................................................. 53 3.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................................................... 56 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 62 ANEXOS .................................................................................................................. 64 13INTRODUÇÃO No atual mercado, a competitividade está determinando uma busca maior pela eficiência dentro das organizações. As margens de lucro reduzidas exigem uma rotatividade maior e uma redução a níveis mais aceitáveis dos estoques. Assim, em qualquer empresa, os estoques representam componentes extremamente significativos, seja sob aspectos econômico-financeiros ou operacionais críticos. Nas empresas [...], os materiais concorrem, quase sempre, com mais de 50% do custo do produto vendido, o que faz com que os recursos financeiros aloucados a estoques devam ser empregados sob forma mais racional possível. (VIANA, 2002, p.108) A manutenção dos níveis de estoque está diretamente associado à formação do capital de giro. Quando se elevam os estoques ocorre um dispêndio maior de recursos financeiros e para que haja um equilíbrio se faz necessário um controle eficiente da quantidade adquirida. O atual modelo de gestão de estoques caracteriza-se pela alta rotatividade de produtos e a baixa margem de lucros. Daí a importância de se ter um controle eficaz e eficiente dos estoques. Entre as principais vantagens de um eficiente controle dos níveis de estoque, destacam-se: - Permite a gerência da empresa visualizar a qualquer momento a situação real de seus produtos no estoque; - Evita imobilizações em mercadorias de giro lento; (Sebrae, 1994, p.15) - Disponibiliza maior parcela de dinheiro para capital de giro; (Sebrae, 1994, p.15) - Proporciona segurança na tomada de decisões; - Evita compras desnecessárias ou exageros, investimentos mal aplicados; 14 - No lançamento de ofertas e promoções oferece dados reais e com isso diminui a possibilidades de prejuízos e fracassos. Desta maneira, o presente Trabalho de Conclusão de Curso justifica-se pela importância de se fazer um estudo detalhado a respeito do tema e ressaltar a utilização de tais controles para a empresa; e também por ser um assunto de particular interesse do autor e, que o mesmo considera de fundamental importância para o sucesso das organizações. Diante disto, o problema levantado foi, se o modelo atual utilizado para controle dos níveis de estoque contribui eficientemente para o equilíbrio econômico e financeiro da organização? Ressaltando, que na presente monografia, propôs-se um estudo de caso na empresa: Isa Rolamentos e Peças Ltda, em Sorriso-MT, na área de Administração de Materiais, mais precisamente no departamento de controle de estoque e teve como objetivo geral: demonstrar a utilização dos indicadores de níveis de estoque como ferramentas de controle econômico e financeiro. Para um melhor entendimento se fez necessário: descrever a forma de controle e registro de estoques utilizado pela empresa; identificar o modelo de previsão de estoque utilizado e analisar as movimentações de estoque utilizando-se alguns indicadores de níveis de estoque para demonstrar os resultados. Diante da problemática e dos objetivos propostos, algumas hipóteses surgiram, tais como: a existência de uma discrepância1 entre os níveis de estoque considerados ideais, segundo os métodos científicos, e os identificados na empresa; a falta de uma política de controle de estoques bem definida e eficiente na empresa, e também, que a ausência de regras claras a respeito do controle de estoques provoca uma margem de insegurança. A partir desses pressupostos, estruturou-se o estudo em três capítulos, onde o primeiro buscou descrever toda teoria que abrange o tema estudado, utilizando-se das referências de vários autores ligados ao assunto; o segundo trata da metodologia utilizada para a elaboração do trabalho e o terceiro, o estudo de caso elaborado na empresa, cujas informações obtidas proporcionaram analisar e cumprir com o objetivo deste trabalho. 1 DISCREPÂNCIA: Característica daquilo que diverge, desigualdade, diferença, discordância. (HOUAISS, 2001, p.1053) 15 1 REVISÃO DA LITERATURA 1.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 1.1.1 Definição de Administração de Materiais De acordo com Viana (2002, p.41) “Administração de Materiais é o planejamento, coordenação, direção e controle de todas as atividades ligadas à aquisição de materiais para a formação de estoques, desde o momento de sua concepção até seu consumo final.” Pode-se dizer que se trata de um conceito novo, esse de se ter um departamento responsável pelos materiais que entram na empresa, desde o fornecedor até o consumidor. Segundo a definição de Arnold (1999, p.26) “Administração de Materiais é função coordenadora responsável pelo planejamento e controle do fluxo de materiais”. E cujos, objetivos são: • Maximinizar a utilização dos recursos da empresa; • Fornecer o nível requerido de serviços ao consumidor. Francischini e Gurgel (2002, p.5), definem Administração de Materiais como: “atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto terminado ao cliente.” Desta forma, os materiais necessitam de uma atenção especial, visto que, são indispensáveis para o desempenho das organizações. Sendo assim, Viana (2002, p.41) conceitua Materiais como sendo “todas as coisas contabilizáveis que entram como elementos constituídos ou constituintes na 16 linha de atividade de uma empresa.” Assim, administrar materiais requer o mesmo nível de organização aplicado à empresa como um todo, sendo necessária a aplicação das Funções Administrativas2 de forma eficiente e eficaz. 1.1.2 Histórico da Administração de Materiais De acordo com Martins e Alt (2004, p.133) O estudo do papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo da própria administração. Como elemento regulador, quer no fluxo de produção, no caso do processo manufatureiro, quer no fluxo de vendas, no processo comercial, os estoques sempre foram alvo da atenção dos gerentes. Desta maneira, “os cálculos dos níveis de estoque (máximo, mínimo, segurança, ponto de ressuprimento)” (VIANA, 2002, p.146) eram precários, mas com a evolução e a introdução dos sistemas de informação através da informática eliminou-se a constância de falhas no controle dos estoques. Viana (2002, p. 45) ainda destacou que: Uma das primeiras medidas práticas, válidas até hoje, para equacionar a problemática do quanto e quando ressuprir foi à adoção de procedimentos como grau de controle, tamanho do estoque e quantidades de reposição, norteados pelos critérios da classificação ABC [...] A classificação ABC ou a metodologia de controle de estoques baseado na curva ABC foi desenvolvido em 1897, pelo economista, sociólogo e engenheiro italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), também chamada de Lei de Pareto. Esse sistema permite diferentes níveis de controle de acordo com a importância relativa dos itens. (VIANA, 2002) Destaca-se ainda, que “alguns autores atribuem o sucesso da Alemanha na Segunda Guerra Mundial a seu perfeito sistema de abastecimento [...]. No Brasil os primeiros estudos sobre a Moderna teoria do gerenciamento de estoques são da década de 50 [...]” (VIANA, 2002, p.108). Verificando desta forma, que no decorrer do tempo surgiu a necessidade de se ter um controle mais eficiente dos materiais, dentro das organizações. 2 As funções administrativas segundo Fayol: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. 17 Até a década de 90, as empresas ganhavam muito com estoques. Tudo o que se comprava em um dia, no seguinte devido à inflação, aumentava de preço. Com o ensejo do Plano Real, a estabilização da moeda, índices baixos de inflação, aumento da concorrência, a estocagem excessiva de mercadorias se tornou um negócio desvantajoso. (SUCUPIRA, 2003)1.2 CONTROLE DE ESTOQUES 1.2.1 Conceitos São vários os conceitos atribuídos aos estoques. De acordo com Sebrae (1994) estoques são os produtos disponíveis para vender ou que serão utilizados direta ou indiretamente na fabricação de produtos para venda. Já Viana (2002, p.109) estende mais a sua definição e considera “como representativo de matérias- primas, produtos semi-acabados, componentes para a montagem, sobressalentes, produtos acabados, materiais administrativos e suprimentos variados”. Destacando que seu controle é o conjunto de atividades desenvolvidas para garantir as mercadorias para venda, ou recursos utilizados direta ou indiretamente na produção (SEBRAE, 1994). Portanto, uma das mais importantes funções da administração de materiais está relacionada ao controle de níveis de estoques, isto quer dizer: ajustar os estoques de acordo com a demanda de mercado. Na visão de Pozo (2002, p. 38) “o termo controle de estoques, dentro da logística, é em função da necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos”. Porém, Arnold (1999, p. 271) coloca que “uma empresa que deseja maximinizar seu lucro terá como objetivos mínimos a excelência no atendimento aos clientes e investimento mínimo em estoques”. Desta maneira, o ideal almejado pelas empresas seria trabalhar com mínimo de estoque possível. A decisão de se ter ou não estoques é uma questão muito discutível e deve-se adotar uma série de variáveis e critérios para focalizar os investimentos e, com isso, minimizar os custos. Dessa forma, o uso de modelos como Just In time são importantes para comparar-se com os modelos convencionais. Conforme Viana (2002, p.169): 18 Just In time é a produção na quantidade necessária, no momento necessário, para atender à variação de vendas com o mínimo de estoque em produtos acabados, em processo e em matéria-prima [...]. Os elementos principais do Just In time, entre outros, são: ter somente o estoque necessário e melhorar a qualidade tendendo a zero defeito. Em síntese, controlar e equilibrar os níveis de estoque de forma mais racionalizada3, equacionando demanda do mercado com níveis baixos de estoque, torna-se um desafio para o administrador. 1.2.2 Precisão dos Registros de Estoques Segundo Arnold (1999) a precisão e a utilidade dos registros de estoque, estão diretamente relacionados com sua eficiência. Com base nesses registros, uma empresa determina a necessidade de um item, libera pedidos baseando-se na disponibilidade de materiais e executa análise de estoques. Arnold (1999, p.361-362) ainda salienta que : Se os registros não forem precisos, haverá falta de materiais, programas descaracterizados, entregas atrasadas, vendas perdidas, baixa produtividade e excesso de estoque (dos itens errados). Três informações devem ser precisas: a descrição da peça (número da peça), a quantidade e a localização. Registros de estoque precisos permitem às empresas: - Operar um sistema eficaz de administração de materiais. Se os registros de estoque são imprecisos, os cálculos de bruto-para-líquido serão errados. - Manter um nível satisfatório de atendimento aos clientes. Se os registros mostram que o item está no estoque quando ele não está, qualquer promessa de pedido estará errada. - Operar com eficácia e eficiência. Os planejadores podem planejar, confiantes de que as peças estarão disponíveis. - Analisar o estoque. Qualquer análise de estoque só pode ter a qualidade dos dados em que se baseia. Desta forma, os registros de estoques, sejam eles de forma manual ou informatizados, têm como objetivo controlar a quantidade de materiais em estoque, tanto o volume físico quanto o financeiro. 3 RACIONALIZAR: Tornar mais eficiente (trabalho, atividade, etc.) com planejamento ou pelo emprego de métodos científicos ou técnicas mais adequadas. (MINIAURÉLIO, 2005, p.677) 19 1.2.3 Objetivos do Controle de Estoques Os principais objetivos do controle do estoques são: ¬ Informar à empresa a disponibilidade das matéria primas que serão utilizadas na produção; ¬ Informar à empresa a disponibilidade das mercadorias para atendimento dos clientes; ¬ Evitar imobilizações em mercadorias de giro lento ou em compras excessivas, liberando maior parcela de dinheiro para capital de giro. (SEBRAE, 1994, p.15) Resumidamente, o objetivo geral é otimizar os investimentos em estoque, tornar o uso dos recursos mais eficientes de modo a extrair o máximo de desempenho. 1.2.4 Métodos de Previsão de Estoques Existem várias formas de se prever estoques e todas estão relacionadas com a demanda. Prevendo-se a quantidade a ser consumida, seja ela para consumo interno, matéria-prima para produção, ou quando da mercadoria para revenda, ter- se-á possibilidade de melhor equacionar e planejar a compra com o consumo. O propósito básico de qualquer previsão é reduzir a incerteza. A incerteza é uma variável que não se pode eliminar e a qual se deva levar sempre em consideração nas previsões. A decisão correta a ser tomada hoje depende de se conhecer tanto quanto for possível as condições no futuro. (VIANA, 2002, p.147). A incerteza de fato é uma variável que requer uma atenção especial porém, há meios de diminuir o seu grau de interferência através da utilização de alguns métodos. Conforme a colocação de Francischini e Gurgel (2002, p. 103) há dois métodos para se estimar a demanda , quanto à natureza: • Métodos qualitativos – baseados em opiniões e estimativas de diretores, gerentes, vendedores e consultores especializados (feeling); • Métodos quantitativos – baseados em ferramentas estatísticas e de programação da produção, pressupondo a utilização de cálculos matemáticos. Dentro da análise qualitativa pode-se definir segundo Churchill (2003, p. 107) como técnicas de previsão: 20 - Júri de opinião: que é a opinião de pessoas de diversas áreas na empresa; - Composição das estimativas da equipe de venda: valores estimados pelos vendedores; - Levantamento de intenções de compra: baseia-se nas informações coletadas junto aos clientes sobre sua intenções de compra. O autor adverte sobre as intenções dos clientes, “nem sempre fazem exatamente o que dizem que irão fazer.” O uso de ferramentas estatísticas “são muito úteis para estimar padrões básicos de comportamento do consumo, baseado no consumo passado e formulando determinadas hipóteses para um período futuro.” (FRANCISCHINI E GURGEL, 2002, p. 103) Os métodos de previsão de estoques baseados em médias são muito utilizados, dentre eles (ARNOLD, 1999, p. 239): - Demanda Média: faz-se uma média aritmética dos últimos períodos, pode-se usar como base os últimos doze meses, e utilizá-la para o período seguinte. - Média Móvel: utiliza-se a média dos últimos três ou seis períodos como valor para o próximo período, e no mês seguinte a demanda do primeiro período é desprezada e a do último acrescentada. As “médias móveis têm melhor utilização para prever produtos com demanda estável, que apresentam pouca tendência ou sazonalidade.” Já Dias (1995, p. 33) apresenta que “a previsão gerada por este modelo é geralmente menor que os valores ocorridos se o padrão de consumo for crescente. Inversamente, será maior se o padrão de consumo for decrescente.” - Método do último período: “utiliza para o período seguinte o valor ocorrido no período anterior.” (DIAS, 1995, p. 33) 1.3 NÍVEIS DE ESTOQUE Ter estoque muito baixo pode prejudicar as vendas. Por outro lado estoque muito elevado empata capital de giro. Dessa forma, manter níveis adequados de estoque de mercadorias é uma tarefa que requer organização e um controle rigoroso. Existem alguns métodos e modelos matemáticos que podem auxiliar nestescontroles. “O custo de estocar materiais tende a ser subestimado pela 21 maioria dos gestores, que olham normalmente somente o custo do material. Esquecem de avaliar o custo do espaço necessário, dos equipamentos, dos insumos e do pessoal.” (POZO, 2004, p. 84) Ainda, segundo Pozo (2004, p. 42) “a mais importante função do controle de estoque e dos materiais está relacionada com a administração de níveis de estoque.” Neste mesmo contexto Viana (2002, p. 107) afirma “que, manter os níveis economicamente satisfatórios o atendimento às necessidades em material de qualquer empresa constitui seu mais amplo objetivo.“ Dentre alguns modelos e métodos de controle dos níveis de estoque destacam-se a seguir: 1.3.1 Estoque Mínimo (E.Min) ou Estoque de Segurança (ES) Estoque mínimo ou também denominado estoque de segurança pode ser definido segundo Viana (2002, p. 150) como sendo a “quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ou programado ou um consumo desproporcional”. Dias (1995, p. 63) complementa que tal quantidade tem como objetivo “a garantia do funcionamento ininterrupto e eficiente do processo produtivo, sem risco de faltas”. Em síntese, é a quantidade mínima de mercadoria que a empresa deve manter em estoque para atender as suas necessidades e assegurar seu nível de serviço desejado por determinado período. Lembrando que nível de serviço é definido segundo Francischini e Gurgel (2002, p. 155) “como o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes, internos ou externos, no atendimento dos pedidos.” Isto significa que se pode determinar, por exemplo, que um determinado item terá seu nível de serviço fixado em 95%, ou seja, em 95% das vezes que houver uma solicitação deste item, ela será atendida. E em 5% das vezes ocorrerão faltas. O Grau de Atendimento (GA) pode ser medido pela seguinte fórmula: Consumo necessário x100 quantidade atendida GA = 22 O estoque mínimo ou de segurança pode sofrer mudanças no seu comportamento, caso hajam alterações da demanda média e do tempo de reposição, tais como: ♦ aumento repentino de demanda ou oscilações no consumo; ♦ demora no procedimento do pedido de compra, atraso no pedido de compra; ♦ divergências do solicitado, por parte do fornecedor; ♦ atrasos no transporte. ♦ diferenças no inventário. (FRANCISCHINI e GURGEL, 2002, p. 152) De acordo com Dias (1995, p.63) “pode-se determinar o estoque mínimo através de”: - fixação de determinada projeção mínima (projeção estimada do consumo); - cálculos com base estatística. Modelos de cálculo para o estoque mínimo a) Fórmula simples E.Min. = CMM x K Onde: E.Min. = estoque mínimo CMM = consumo médio mensal K = fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantia contra um risco de ruptura. Pode ser utilizado o grau de atendimento como fator de segurança. (DIAS,1995). Neste estudo será utilizado o valor do Tempo de cobertura (TC) como fator “K”. b) Cálculo do Estoque de segurança Supondo que o comportamento da demanda e do tempo de reposição sofram variações significativas, deve-se levar em conta algumas variáveis já colocadas anteriormente, visto que é improvável um comportamento estático. 23 Tabela 1 – Cálculo de estoque de segurança TR Constante TR VARIÁVEL Demanda Constante ES = 0 ES = D.Médio (TR.máx – TR) Demanda Variável ES = (D.Máx – D.Médio) x TR ES = (D.Máx – D.Médio) x (TR.máx – TR) FONTE: FRANCISCHINI e GURGEL, 2002, p.154 Considerações: ES = estoque de segurança D.Máx = demanda máxima histórica ⇒ C.Máx = consumo máximo D.Média = demanda média ⇒ CMM = consumo médio mensal TR.máx = tempo de reposição máximo TR = tempo de reposição 1.3.2 Tempo de Ressuprimento O tempo de ressuprimento compreende o “intervalo de tempo compreendido entre a emissão do pedido de compra e o efetivo recebimento, gerando a entrada de material no estoque” (VIANA, 2002, p. 155). O tempo decorrido entre um ressuprimento e outro é chamado de Intervalo de Ressuprimento (IR) (DIAS, 1995, p.62). O seu valor pode ser obtido utilizando-se a fórmula sugerida: número de períodos (meses) número de pedidos De acordo com Dias (1995, p. 136), “calcula-se a quantidade a comprar em função de necessidades reais”, utilizando um sistema de reposição periódica. O tempo de ressuprimento é composto por tempos internos da empresa como também por externos: a. TPC – Tempo de Preparação da Compra b. TAF – Tempo de Atendimento do Fornecedor c. TT – Tempo de Transporte d. TRR – Tempo de Recebimento e Regularização. (VIANA, 2002, p. 156) Intervalo de ressuprimento = 24 Esta separação em tempos compreende as atividades de forma sucinta. Pode-se subdividir cada tempo em atividades mais especificas conforme será mostrada mais adiante. 1.3.3 Tempo de Reposição (TR) A informação sobre o tempo de reposição é indispensável para o cálculo do estoque mínimo. Dias (1995, p. 58) define como “tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa.” Esse tempo requer uma divisão de forma a especificar a sua informação. A divisão deste tempo pode ser efetuada em três momentos: a) Emissão do pedido - Tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela empresa até ele chegar ao fornecedor; b) Preparação do pedido – Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados; c) Transporte – Tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais encomendados. (DIAS, 1995, p. 58) Estes momentos podem ser subdivididos de forma mais específica, conforme Francischini e Gurgel (2002, p. 151) em etapas: • constatar a necessidade de reposição [...]; • informar a área de comprar da necessidade de reposição; • contatar os fornecedores para obter as propostas de fornecimento por meio de cotações, licitações, etc., ou outro meio adequado; • emitir pedido de compra; • cumprir o prazo de entrega pelo fornecedor: fabricação, separação, e expedição do pedido feito; • transportar o item comprado do fornecedor até o comprador; • desembaraços alfandegários, quando necessários; • realizar os procedimentos adequados de inspeção e ensaios pelo Controle de Qualidade, quando necessário. Assim, o tempo de reposição é soma dos tempos de cada uma das etapas acima descritas. Além do cálculo do estoque mínimo, o tempo de reposição é utilizado para efetuar o cálculo de Ponto de Pedido (PP). Devido a sua grande importância esse tempo deve ser o mais preciso possível. Pois, caso hajam variações no valor durante o período compreendido também modificará a estrutura do estoque. 25 1.3.4 Tempo de Cobertura (TC) Tempo de Cobertura é o período decorrido entre o momento em que se verifica necessidade de fazer o pedido ao fornecedor e o momento em que repõe a mercadoria em estoque. Para que o cálculo do Tempo de Cobertura (TC) são necessárias algumas informações: - Prazo de informação: tempo que demora para tomar conhecimento do item que está faltando. - Prazo de elaboração do pedido ou preparação da compra: tempo desde o momento que se sabe da falta do produto, a emissão do pedido de compra pela empresa até ele chegar ao fornecedor. - Prazo de entrega das mercadorias: o tempo que as mercadorias levam para chegar até a empresa, compreende o tempo desde o fechamento do pedido de compra, mais a preparação do pedido pelo fornecedor e o tempo de transporte. - Prazo de recebimento: tempo gasto entre receber o produto, conferir a Nota Fiscal, etiquetá-los e estocá-los.- Margem de segurança: margem de dias para compensar os atrasos (do fornecedor) que possam ocorrer. (SEBRAE, 1994) De modo a simplificar o estudo, visto que alguns autores utilizam o Tempo de Reposição e outros Tempo de Ressuprimento, será adotado o Tempo de Cobertura como indicador, que além de incorporar ambos, é de fácil entendimento e por detalhar os tempos que compõe a informação final. 1.3.5 Rotação de Estoque A rotação, rotatividade ou giro do estoque “indica quantas vezes o estoque foi renovado no ano” (VIANA, 2002, p. 160). É a relação entre o valor consumido no período e o estoque médio do produto neste período (MARTINS e ALT, 2004). Este dado obtido é muito importante na tomada de decisões com relação a investimentos nos estoques e estratégias de venda. 26 consumo no período estoque médio no período 1.3.6 Sazonalidade Dentro do estudo da demanda ocorrem picos de consumos de produtos em determinados períodos (ARNOLD, 1999, p. 244). O consumo é considerado sazonal quando possui alterações de 25%. (DIAS, 1995, p. 31) Uma forma de medir o grau de variação sazonal do produto é através do Índice Sazonal que, segundo Arnold (1999, p. 244) “trata-se de uma estimativa de quanto a demanda, durante um determinado período, será maior ou menor que demanda média do produto“. Calcula-se a demanda média de cada período compreendido e após, a média dessas demandas. Este índice é encontrado com o uso da seguinte fórmula: Demanda Média para o período Índice Sazonal = Demanda Média para todos os períodos A sazonalidade influência na política de estoques da empresa, pois após ser determinada possibilita visualizar os períodos de demanda auxiliando assim a diminuição das incertezas e riscos na aquisição de estoque. 1.3.7 Estoque Máximo (E.Máx) Estoque máximo é definido por Viana (2002, p. 149) como a “quantidade máxima de estoque permitida para o material” . E ainda, segundo Dias (1995, p. 62) pode ser determinado pela “soma do estoque mínimo mais o lote de compra. Esse lote pode ser econômico ou não”. Isso quer dizer que o uso de fórmulas prontas para o Lote de Compra é facultativo. A organização decidirá pelo seu uso ou a utilização de outro modelo. Viana (2002, p. 157) utiliza a fórmula de “quantidade de material a pedir quando o saldo remanescente em estoque for igual ao nível de reposição.” Rotatividade = 27 QC = NR + IR x CMM – EV Onde: QC = Quantidade a comprar ⇒ LC = Lote de Compra NR = Nível de Reposição ⇒ PP = Ponto de Pedido IR = Intervalo de Ressuprimento CMM = Consumo médio mensal EV = Estoque Virtual ⇒ EV = NR Logo: Lote de Compra = Intervalo de Ressuprimento x Demanda E.Max. = E.Min. + Lote de Compra 1.3.8 Consumo Médio Mensal (CMM) – Demanda Média (DM) O consumo de médio mensal ou a demanda média de um produto, conforme Dias (1995, p. 61), “é a quantidade referente à média aritmética das retiradas mensais de estoque.” Para que haja uma confiabilidade maior sobre o valor obtido, deve-se fazer esta média pelo consumo de seis meses, no mínimo. Através da média obtida pode- se presumir a demanda mensal do produto. Pode-se estimar também a demanda diária, semestral, anual, etc. A fórmula utilizada é: C1 + C2 + C3 + ... Cn n 1.3.9 Estoque Médio (EM) Para Dias (1995, p. 61) estoque médio “é o nível médio em torno do qual as operações de compra e consumo se realizam”. Podendo ser representado graficamente, de acordo com a Figura 1, da seguinte forma: 28 EM = Figura 1 - Gráfico do estoque médio Q -------------------------------------------------- 2 Q Qo To T Fonte: DIAS (1995, p. 61) No instante T0 o estoque é igual a quantidade Q0 que varia de um mínimo zero (0), Q0 a um máximo, Q; o valor médio será então 0 + Q/2, ou melhor, Q/2. Então, significa dizer que é a relação entre o estoque inicial em determinado período e o estoque final nesse mesmo período. A fórmula utilizada para este cálculo é: 1.3.10 Ponto de Pedido (PP) – Nível de Reposição (NR) De acordo com a definição de Dias (1995, p. 58) ponto de pedido (PP) é um indicador de que, quando os níveis de estoque alcançarem o estoque virtual4 a mercadoria deverá ser reposta, e que a quantidade de saldo em estoque suportaria o consumo durante o Tempo de Reposição. Em outras palavras o Ponto Pedido determina uma quantidade que ao ser atingida aciona um novo processo de compra. Viana (2002, p. 154) coloca que, quando o EV = NR deverá ser emitida solicitação de compra. EV = ER (Estoque Real) + Encomendas 4 Estoque real acrescido das quantidades de encomendas em andamento. (VIANA, 2002, p. 152) Estoque Inicial + Estoque Final 2 29 PP = C x TR + E.Min. Viana (2002, p. 152) trata este termo com outra denominação: Nível de Reposição (NR) “quantidade na qual, ao ser atingida pelo estoque virtual em declínio, indica o momento de ser providenciada a emissão do pedido de compra para reposição do material”. NR = ES + CMM x TR Sendo assim: PP = Ponto de Pedido ⇒ NR = Nível de Reposição C = Consumo Médio Mensal ⇒ CMM = Consumo Médio Mensal TR = Tempo de Reposição ⇒ TR = Tempo de Reposição E.Min = Estoque Mínimo ⇒ ES = Estoque de Segurança 1.3.11 Nível ABC É comum nas empresas um estoque com uma diversidade e quantidade muito grande de produtos. Porém, nem todos esses produtos possuem uma grande rotatividade, valor alto, tamanho único, etc. Contudo, são indispensáveis para o atendimento dos clientes. Diante deste fato, deve-se medir que importância esses itens possuem dentro do estoque. O sistema de classificação ABC de estoques permite determinar a importância desses itens no estoque e relativamente os diferentes níveis de controle desses itens (ARNOLD, 1999). Após ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas assim: Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com atenção bem especial; Classe B: grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C; Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção. (VIANA, 2002, p. 64) Existem várias situações em que se pode aplicar a metodologia ABC, segundo Arnold (1999, p. 284) pode-se basear o princípio ABC na observação de 30 que um pequeno número de itens, freqüentemente, domina os resultados atingidos em qualquer situação. Estes percentuais podem variar de acordo com análise e a interpretação a se fazer, alguns autores atribuem percentuais variados. Isso fica demonstrado na Tabela 2: Tabela 2 – Percentuais na classificação ABC CLASSE % QUANTIDADE DE ITENS % DE VALOR A 5 75 B 20 20 C 75 5 Fonte: VIANA (2002, p.65) A classificação ABC é uma ferramenta5 que auxilia na análise dos estoques, podendo auxiliar de diversas formas, pois cada produto tem a sua importância dentro do estoque e esta importância deve ser medida. Podendo-se usar como base o valor financeiro ou a quantidade movimentada. 5 FERRAMENTA: qualquer instrumento necessário à prática profissional, meio para alcançar um fim. (HOUAISS, 2001, p. 1329) 31 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 2.1 PLANO OU DELINEAMENTO DO ESTUDO Para o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, foi realizado um estudo de caso. De acordo com Acevedo e Nohara (2004, p. 53), “o estudo de caso caracteriza-se pela análise em profundidade de um objeto ou um grupo de objetos, que podem ser indivíduos ou organizações”. Inicialmente, foram colocados algumasquestões ou pontos críticos que foram explicitados, reformulados ou mesmo abandonados, à medida que o estudo foi avançando. O estudo de caso se torna importante para o desenvolvimento do tema em questão, visto que foram buscadas informações que são conseqüências do modelo utilizado na prática e a partir daí confrontados com os modelos científicos. 2.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA E INSTRUMENTOS DE COLETA DO ESTUDO O dados foram coletados através de pesquisas primárias e secundárias, onde: - Os dados primários foram coletados através de entrevista informal e observações no período compreendido entre os meses de Agosto a Novembro de 2005, sendo efetuada com o gerente da empresa e os responsáveis de cada departamento envolvido e também levantamento de dados no sistema de informação da empresa (software). 32 - Os dados secundários foram obtidos através de pesquisa bibliográfica em informações já disponíveis em livros, revistas e consulta a documentos pertencentes à empresa. 2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS A análise e interpretação das informações foram realizadas de forma qualitativa e quantitativa, utilizando-se o modo exploratório, que tem como objetivos “proporcionar maior compreensão do fenômeno que está sendo investigado” (ACEVEDO e NOHARA, 2004, p. 51). Podendo assim, levantar questões, hipóteses para posterior estudo. Isto é, os dados foram analisados em forma descritiva, gráfica de acordo com as respostas obtidas dos entrevistados e dados coletados. 33 3 ESTUDO DE CASO 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA: ISA ROLAMENTOS E PEÇAS LTDA 3.1.1 Dados da Empresa a) Razão Social: ISA ROLAMENTOS E PEÇAS LTDA b) Denominação Comercial: ISRAEL ROLAMENTOS c) Setor da Economia e Ramo de Atividade: Comércio Varejista de Peças Agrícolas d) Principais produtos comercializados: rolamentos, retentores, filtros, óleos e graxas lubrificantes, ferramentas, peças para tratores, plantadeiras e colheitadeiras multimarcas. e) Endereço: Av. Perimetral Sudeste, 12079 - Centro - Sorriso – MT f) Número de colaboradores: 10 (dez) g) Enquadramento: Empresa de Médio Porte 3.1.2 Administração a) Administração dos Níveis de Influência da Estrutura Organizacional: Willian Valério Borges b) Missão da Empresa: não identificada c) Principais Objetivos da Empresa: não identificados d) Sistema de Autoridade: Centralizada 34 e) Estilo de liderança: Autocrática e Liberal f) Tipo de departamentalização: Funcional 3.1.3 Histórico A empresa Isa Rolamentos e Peças Ltda é pertencente ao Grupo Israel Rolamentos cujas atividades iniciaram em 1986 na cidade Rondonópolis – MT, onde se situa a loja Matriz e está presente com mais de 10 lojas em 3 estados do Brasil: São Paulo, Mato Grosso, Goiânia e no Distrito Federal . A Isa Rolamentos foi fundada pelo Sr. Israel da Silva Borges e Sr. Francisco da Silva Borges, atuais proprietários, em julho de 1997 na Av. Perimetral Sudeste, s/n na cidade de Sorriso – MT em prédio alugado. Em dezembro de 1999 mudou para prédio próprio na mesma avenida, com o nº 12079. Em maio de 2004, devido ao aumento da demanda de clientes e constante crescimento no intuito de oferecer um melhor atendimento, inaugurou suas novas e modernas instalações. Atualmente, é dirigida pelo Sr. Willian Valério Borges. 3.2 A FORMA DE CONTROLE E REGISTRO DE ESTOQUE O processo de controle do estoque envolve uma série de atividades dentro da organização: a recepção, conferência, estocagem, registro dos produtos e a saída das mercadorias. 3.2.1 Recepção O recebimento das mercadorias adquiridas é feito no setor de recepção, por um funcionário do setor de vendas, onde é checada a origem dos produtos, quantidade de volumes constante na guia de frete com o da Nota Fiscal, o estado em que a mercadoria se encontra e por fim assina-se a guia de frete. 35 3.2.2 Conferência Estando tudo certo na recepção, parte-se para a conferência dos produtos. Todos os produtos são contados e, verificado se a quantidade recebida está em conformidade com a da Nota Fiscal, em caso de divergência é comunicado o erro ao responsável pela compra ou o gerente, caso este não esteja no momento. Há ocorrência de lacunas no processo. Durante a conferência são numerados os produtos que necessitam de codificação original ou numeração similar. Desta forma, todos os produtos que possuem similaridade ficam estocados juntos. A conferência não precisa ser efetuada necessariamente pela mesma pessoa que recebeu. 3.2.3 Estocagem Depois de conferidos e numerados, os produtos são levados para a prateleira onde são colocados em seqüência numérica crescente ou seu similar, no caso de filtros, retentores, peças agrícolas, por exemplo. Já nos rolamentos sua seqüência também é numérica, porém de acordo com as marcas, pois determinados itens possuem a mesma descrição, porém algumas marcas têm especificações técnicas diferentes tais como: rolamentos industriais, de agulha, cônicos, esfera, etc. Procura- se estocar o máximo possível no espaço disponível nas prateleiras para que seja utilizado o máximo do espaço disponível, visto que o produto estocado gera custo de armazenagem. O excedente é colocado no depósito. 3.2.4 Registro do Estoque Após conferência, a Nota fiscal segue para ser lançada no sistema. Identificou-se durante as observações que as notas são lançadas imediatamente após a conferência exceto, quando há muita mercadoria a ser lançada ou quando o responsável pelo lançamento no sistema prioriza outros assuntos. O registro do estoque é efetuado totalmente no software de controle de estoque desenvolvido e utilizado pelo grupo Israel Rolamentos. Primeiramente, é consultado se o item já está cadastrado, caso contrário é efetuado um cadastro do novo produto no sistema que será registrado com um 36 número seqüencial, seguindo o princípio arbitrário6, e todas as informações pertinentes ao produto como: a descrição, a aplicação, o código do fabricante, as dimensões, marca, grupo e subgrupo, tributação, custo de compra e custo de reposição, preço de venda, desconto máximo permitido e códigos sinônimos do produto. A divisão dos grupos não segue uma regra definida, não é muito especifica ou detalhada, divide-se em grupo e um subgrupo, em alguns casos os dois. 3.3 MODELO DE PREVISÃO DE ESTOQUE UTILIZADO PELA EMPRESA 3.3.1 Métodos de Previsão de Estoques A previsão de estoques ou a quantidade prevista a ser estocada não seguem um modelo único ou padronizado. De acordo com informações levantadas informalmente na empresa “tudo depende da época, do tipo de cliente alvo que se queira atingir, da situação financeira, da importância do item no estoque e outras situações”. A princípio foram identificadas quatro formas de se estimar a quantidade dos pedidos: 1ª) Uma das formas utilizadas para estabelecer a quantidade a ser pedida é através da opinião dos vendedores que estão diretamente em contato com clientes. 2ª) Outra forma se dá pela análise de relatório de movimentações emitido pelo sistema de controle de estoque, onde se especifica o período compreendido de 6 a 12 meses retroativos, uma espécie de análise de tendências7. E sobre este, calcula-se a média mensal e projeta-se para um número “x” de meses que se queira atingir. 3ª) Ainda, usa-se fazer uma pesquisa entre os clientes, do número de equipamentos existentes (tratores, colheitadeiras, caminhões, utilitários, etc.) e o 6 Os itens de material são codificados seqüencialmente, à medida que ingressam no estoque, e tem como desvantagem o fato de não permitir nenhuma forma de identidade entre itens de material da mesma natureza. FRANCISCHINI E GURGEL (2002, p.118) 37 período de trabalho decada um deles. Por exemplo: a empresa pretende ampliar sua linha, quer comercializar filtros para determinado trator ou outro equipamento em específico. Primeiro passo é levantar quantos equipamentos existem na região, a quantidade e os tipos de filtros que eles utilizam. Segundo, verificar a cada quanto tempo (horas de trabalho) é feito troca desses filtros. Terceiro sazonalidade de trabalho, este fator deve ser levado em conta, pois alguns equipamentos, principalmente, na atividade agrícola, trabalham somente três meses por ano, exemplo disso são as colheitadeiras que operam somente no período da colheita. Tendo estes dados em mãos é possível estimar o estoque para atender a demanda daquele período, não havendo assim necessidade de compras excedentes. 4ª) E por fim, porém, não muito usual é a compra antecipada8 que consiste em comprar uma grande quantidade de produtos para aproveitar as promoções dos fornecedores, levando-se em consideração as outras formas de previsão. 3.4 ANÁLISE DAS MOVIMENTAÇÕES Para e elaboração da análise das movimentações foram utilizados alguns indicadores de níveis de estoque. Esses indicadores possuem várias finalidades, cabe a empresa a melhor maneira de tirar proveito dessas informações, porém uma das finalidades é demonstrar limites para a manutenção dos estoques. Tais indicadores trazem informações de quais níveis seriam ideais para o estoque, sempre baseados no histórico das movimentações. A movimentação do estoque se dá a partir da entrada no sistema da Nota Fiscal de Compra. Neste momento são colocados todos os dados constantes da Nota, tais como: fornecedor, produtos, as quantidades, códigos, valores, impostos incidentes, condições de pagamentos, etc. E sua saída no momento em que se emite a Nota de Venda. 7 ANÁLISE DE TENDÊNCIAS: Técnica de previsão de vendas que se apoia em padrões de vendas passadas para prever vendas futuras.(CHURCHILL, 2003, p.107) 8 COMPRA ANTECIPADA: Prática consistente em comprar um grande estoque para aproveitar o preço reduzido de um fornecedor.(CHURCHILL, 2003, p. 107) 38 As movimentações de estoque não ocorrem somente pela operação de compra e venda, também por ajustes de estoque, balanços e cancelamentos de notas. 3.4.1 Tipos de Movimentações Os cinco tipos de movimentações de estoque identificadas ocorrem nas seguintes situações: Nota Fiscal de Venda (NFV): ocorre no momento da saída do produto com a emissão da nota de venda; Nota Fiscal de Compra (NFC): no momento em que é registrada a entrada da mercadoria no sistema; Balanço de Estoque (BAL): em virtude do inventário, identifica uma situação de entrada e de saída de mercadoria; Ajuste de Estoque (AJT): sua ocorrência se dá no ato do ajuste das quantidades em estoque, pode ser uma saída ou uma entrada; Cancelamento de Nota Fiscal (CNF): somente ocorre quando uma nota de venda é cancelada. Esses tipos de movimentações podem ser efetuados tanto pelo pessoal de vendas, quanto o pessoal que atua no financeiro, o sistema permite que qualquer um pratique estas rotinas. 3.4.2 Produtos Analisados Devido ao grande número de produtos cadastrados no estoque da empresa, cerca de 18400 itens9, optou-se por fazer uma análise utilizando-se uma amostragem de apenas 12 (doze) itens (Quadro 1) do grupo específico de Filtros (Quadro 1) e efetuar o levantamento no sistema de controle de estoques das movimentações ocorridas no período compreendido de 01/09/2004 a 31/08/2005. 9 Este dado sofre alterações quase que diariamente devido à aquisição de novos produtos. 39 Quadro 1 – Relação dos produtos analisados CODIGO DESCRIÇAO UNID. V. Custo Pr. Venda 18011 Filtro Lubrificante PC 10,88 17,00 167655 Filtro Lubrificante PC 13,95 19,50 165636 Filtro Combustível PC 3,02 4,50 18008 Filtro Combustível PC 6,83 11,00 161454 Filtro Combustível PC 11,66 18,00 140322 Filtro Combustível PC 16,22 25,00 161455 Filtro Lubrificante PC 58,20 87,00 149372 Filtro Ar PC 33,82 51,00 18005 Filtro Direção PC 4,28 6,50 162637 Filtro Ar PC 45,12 70,00 163892 Filtro Lubrificante PC 27,63 42,00 167860 Filtro Ar PC 89,00 160,00 Fonte: Isa Rolamentos (2005) 3.4.3 Inventário No dia 01/09/2005 efetuou-se um inventário dos produtos selecionados, com a finalidade de fazer uma conciliação10 entre o estoque físico e a quantidade apresentada no sistema de controle de estoques da empresa (Tabela 3). Tabela 3 – Inventário do estoque realizado em 01/09/2005 CODIGO Estoque Sistema Estoque Físico PRODUTO em 01/09/2005 em 01/09/2005 18011 104 104 167655 19 20 165636 65 65 18008 3 3 161454 128 128 140322 16 16 161455 50 50 149372 11 11 18005 186 186 162637 37 39 163892 38 38 167860 13 13 Fonte: Isa Rolamentos (2005) 10 CONCILIAÇÃO: Ato ou efeito de combinar, ajustar ou harmonizar coisas que parecem contrárias ou contraditórias. (HOUAISS, 2001, p. 786) 40 O inventário físico11 representa uma oportunidade de corrigir quaisquer imprecisões nos registros de estoques (ARNOLD, 1999, p. 365). Segundo Martins e Alt (2004, p. 156) inventário físico “consiste na contagem física dos itens em estoque.” Pode-se citar como causas de erros no registro de estoque, segundo Arnold (1999, p. 362): • Retirada de material sem autorização; • Depósito sem segurança; • Pessoal mal treinado; • Contagens imprecisas; • Transações não registradas; • Falhas do sistema. O inventário demonstrou divergência entre estoque do sistema e o estoque físico em dois produtos: 167655 e 162637, em ambos o estoque apresentado no sistema está menor em relação ao físico. A diferença existente será acertada através de movimentação do tipo BAL ou AJT. 3.4.4 Resumo das Movimentações Os dados referentes às movimentações de estoque coletadas do sistema de controle de estoque estão demonstrados no Quadro 2, onde os produtos estão apenas identificados pelos seus respectivos códigos e as quantidades referem-se ao total das entradas e das saídas de cada mês correspondente, dos 12 (doze) itens selecionados, contendo também o estoque inicial e estoque final do período. 11 INVENTÁRIO FÍSICO: É uma contagem periódica dos materiais existentes para efeito de comparação com os estoques registrados e contabilizados em controle da empresa, a fim de se comprovar sua existência e exatidão. (VIANA,2002,p.381) 41 Quadro 2 - Movimentação de estoque - baseados nos meses de setembro/2004 a agosto/2005. Produto Est. ENTRADAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 Inic. SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 18011 24 59 9 48 6 35 96 0 2 1 2 85 97 167655 24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 165636 -7 10 0 0 0 0 200 0 0 30 0 0 2 18008 85 15 0 48 36 6 50 0 0 0 24 20 49 161454 84 26 26 53 10 32 1 0 9 4 48 98 48 140322 54 1 51 25 0 16 0 10 0 0 8 1 1 161455 5 28 69 1 0 41 24 0 0 0 24 1 0 149372 8 4 20 12 0 2 0 1 0 1 10 0 13 18005 21 240 0 0 10 69 120 0 1 0 168 5 96 162637 28 0 27 168 15 121 0 0 10 0 0 3 1 163892 15 0 0 0 0 65 0 0 0 2 5 0 36 167860 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 10 0 0 Produto SAÍDAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 Est. SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO Fin. 18011 14 22 72 39 46 6 26 5 5 40 13 72 104 167655 0 2 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 19 165636 0 0 0 0 0 1 22 30 60 8 35 14 65 18008 36 20 51 24 2 8 6 9 2 17 69 86 3 161454 59 16 16 58 34 41 8 2 9 7 48 13 128 140322 37 9 18 2 15 4 13 5 7 18 12 11 16 161455 9 9 9 1 58 18 3 2 10 6 13 5 50 149372 8 7 2 7 3 4 3 2 5 1 9 9 11 18005 80 54 7 21 123 1 106 1221 49 21 49 186 162637 23 32 3 54 0 1 141 31 12 3 16 20 37 163892 2 3 0 7 33 0 3 1 3 21 7 5 38 167860 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 13 Fonte: Isa Rolamentos (2005) O saldo do estoque final demonstra uma quantidade elevada. O estoque que existia no início do período era menor que o apurado no final, na maioria dos produtos analisados. Isto representa um investimento de capital em estoque parado. Financeiramente falando é mais interessante diminuir os ativos e aumentar o giro de capital. O aumento do estoque afeta principalmente o departamento financeiro. (DIAS, 1995). A análise das movimentações ocorridas durante o período, de acordo com os Tipos, estão dispostas de forma resumida no Quadro 3 e Figura 2. As informações ali contidas possibilitam uma visualização melhor de como essas movimentações ocorreram separadamente, tanto em quantidade de produtos como também em valores de custo (Quadro 4 e Figura 3). 42 Quadro 3 - Resumo das quantidades movim. de 01/09/2004 a 31/08/2005 ENTRADAS ( + ) TOTAL SAÍDAS ( - ) TOTAL CODIGO NFC BAL CNF AJT ENTRADAS NFV BAL AJT SAÍDAS 18011 360 46 23 11 440 339 20 1 360 167655 0 0 0 0 0 3 2 0 5 165636 0 200 32 10 242 142 28 0 170 18008 204 18 23 3 248 299 31 0 330 161454 224 91 40 0 355 266 45 0 311 140322 72 21 19 1 113 114 37 0 151 161455 138 45 5 0 188 94 49 0 143 149372 54 2 7 0 63 59 0 1 60 18005 624 69 16 0 709 495 49 0 544 162637 170 121 29 25 345 206 130 0 336 163892 84 17 7 0 108 68 17 0 85 167860 4 10 1 0 15 2 0 0 2 TOTAL 1934 640 202 50 2826 2087 408 2 2497 Fonte: Isa Rolamentos, 2005 Legenda: NFV : Nota Fiscal de Venda BAL : Balanço de Estoque AJT : Ajuste de Estoque NFC : Nota Fiscal de Compra CNF : Cancelamento de Nota Fiscal Fígura 2 - Gráfico do resumo das entradas e saídas Fonte: Isa Rolamentos, 2005 O levantamento demonstra uma quantidade significativa de produtos movimentados por BAL, tanto na entrada (23%), quanto na saída (16%). SAÍDAS ( - ) BAL 16% AJT 0% NFV 84% NFV BAL AJT ENTRADAS ( + ) AJT 2% CNF 7% BAL 23% NFC 68% NFC BAL CNF AJT 43 Quadro 4 - Resumo das movimentações em valores de custo – de 01/09/2004 a 31/08/2005 ENTRADAS ( + ) SAÍDAS ( - ) CODIGO NFC BAL CNF AJT TOTAL ENTRADAS NFV BAL AJT TOTAL SAÍDAS 18011 3.916,80 500,48 250,24 119,68 4.787,20 3.688,32 217,60 10,88 3.916,80 167655 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 41,85 27,90 0,00 69,75 165636 0,00 604,00 96,64 30,20 730,84 428,84 84,56 0,00 513,40 18008 1.393,32 122,94 157,09 20,49 1.693,84 2.042,17 211,73 0,00 2.253,90 161454 2.611,84 1.061,06 466,40 0,00 4.139,30 3.101,56 524,70 0,00 3.626,26 140322 1.167,84 340,62 308,18 16,22 1.832,86 1.849,08 600,14 0,00 2.449,22 161455 8.031,60 2.619,00 291,00 0,00 10.941,60 5.470,80 2.851,80 0,00 8.322,60 149372 1.826,28 67,64 236,74 0,00 2.130,66 1.995,38 0,00 33,82 2.029,20 18005 2.670,72 295,32 68,48 0,00 3.034,52 2.118,60 209,72 0,00 2.328,32 162637 7.670,40 5.459,52 1.308,48 1.128,00 15.566,40 9.294,72 5.865,60 0,00 15.160,32 163892 2.320,92 469,71 193,41 0,00 2.984,04 1.878,84 469,71 0,00 2.348,55 167860 356,00 890,00 89,00 0,00 1.335,00 178,00 0,00 0,00 178,00 TOTAL 31.965,72 12.430,29 3.465,66 1.314,59 49.176,26 32.088,16 11.063,46 44,70 43.196,32 Fonte: Isa Rolamentos, 2005 Fígura 3 - Gráfico do resumo das entradas e saídas - em valores de custo Fonte: Isa Rolamentos, 2005 Esses mesmos produtos, em valores de custo, representam um percentual ainda maior: nas entradas (25%) e nas saídas (26%). (Figura 3) Considerando as movimentações de entrada no estoque, em valores de custo, 65% foram através de NFC, 3% de AJT e 7% por CNF. As NFV representam em valores de custo 74% das movimentações e em quantidade 84% (Figura 2). 3.4.5 Vendas e Compras Os valores das Vendas e Compras ficaram muito próximos, porém deve-se levar em conta os Cancelamentos que, subtraídos das vendas demonstram um volume maior de compras. Dos 12 (doze) itens analisados 7 (sete) apresentaram compras superiores às vendas (58%), 2 itens não apresentaram qualquer compra. SAÍDAS ( - ) BAL 26% AJT 0% NFV 74% NFV BAL AJT ENTRADAS ( + ) AJT 3% CNF 7% BAL 25% NFC 65% NFC BAL CNF AJT 44 Ainda, 2 (dois) produtos (167655 e 167860) tiveram um volume de vendas muito baixo durante o período. De acordo com os dados contidos neste resumo (Quadro 3), pode-se dizer que as vendas ocorridas não demonstram a realidade. Pois, deve-se levar em consideração que durante o período houve cancelamentos de notas. Logo, pegando as quantidades vendidas e subtraindo-se os cancelamentos obtêm-se a venda real como demonstra a Tabela 4. Tabela 4 – Venda Real CODIGO VENDAS CANCELAMENTOS VENDA REAL 18011 339 23 316 167655 3 0 3 165636 142 32 110 18008 299 23 276 161454 266 40 226 140322 114 19 95 161455 94 5 89 149372 59 7 52 18005 495 16 479 162637 206 29 177 163892 68 7 61 167860 2 1 1 Fonte: Isa Rolamentos (2005) elaborado pelo autor. As vendas ocorridas apresentam alguns aspectos peculiares, conforme mostra o Quadro 5, revelando períodos em que o consumo varia muito entre os produtos, caracterizando demandas sazonais. Quadro 5 - Vendas reais referentes 01/09/2004 a 31/08/2005 Produto VENDAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 18011 14 13 64 32 34 6 26 3 4 38 11 71 167655 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 165636 0 0 0 0 0 1 22 10 30 8 27 12 18008 36 20 51 24 2 6 6 9 2 17 18 85 161454 14 14 14 48 26 40 8 1 5 7 36 13 140322 3 6 15 2 13 4 3 5 7 17 10 10 161455 8 7 8 1 17 18 3 2 10 1 9 5 149372 4 6 2 7 3 4 2 2 4 1 9 8 18005 80 54 7 11 74 1 106 11 21 49 16 49 162637 23 32 3 39 0 1 11 21 12 3 13 19 163892 0 3 0 7 25 0 3 1 1 11 5 5 167860 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Fonte: Isa Rolamentos (2005) 45 Quadro 6 – Compras referentes 01/09/2004 a 31/08/2005 COMPRAS - 01/09/2004 A 31/08/2005 Produto SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 18011 48 0 48 0 0 96 0 0 0 0 72 96 167655 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 165636 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18008 0 0 48 36 0 48 0 0 0 24 0 48 161454 24 24 48 0 0 0 0 8 0 48 72 0 140322 0 48 24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 161455 23 67 0 0 0 24 0 0 0 24 0 0 149372 0 20 12 0 0 0 0 0 0 10 0 12 18005 240 0 0 0 0 120 0 0 0 168 0 96 162637 0 20 150 0 0 0 0 0 0 0 0 0 163892 0 0 0 0 48 0 0 0 0 0 0 36 167860 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 Fonte: Isa Rolamentos (2005) As compras não seguem uma política definida, ora compra-se grandes quantidades, ora quantidades menores (Quadro 6). Ocorrem também, períodos com ausência de compras. A conseqüência de compras elevadas fica evidenciado no Quadro 2, onde o saldo do estoque final demonstra-se elevado. A relação entre o volume efetuado de compras e as vendas está demonstrada no Gráfico das Vendas Reais e Compras no Anexo I. Este gráfico demonstra de forma bem prática um comparativo entre as vendas reais e as compras do período determinado, com isso pode-se visualizar o volume de compra com as vendas mês a mês. 3.4.6 Estoque Médio e Rotatividade O cálculo do estoque médio (Quadro 7) é requisito para o cálculo da rotatividade. Toma-se por base o estoque do início do período e o estoque do fim do período para elaboração do cálculo. Dos produtos analisados, o estoque médio dos itens 167655 (21,50) e 167860 (6,50) são muito superiores às vendas do período. E a rotatividade aferida (Quadro 8) desses itens é inferior a uma unidade durante o período analisado. O giro dos estoques neste período (Quadro 7) está muito abaixo da média brasileira que é de 14 giros de estoque por ano e 80 giros à média mundial. Quanto menor a rotatividade, maior o valor imobilizado em estoque e vice-versa. (POZO, 2004). 46 Quadro 7 – Cálculo de estoque médio PRODUTO Estoque Inicial Estoque Final Estoque Médio 18011 24 104 64,00 167655 24 19 21,50165636 -7 65 29,00 18008 85 3 44,00 161454 84 128 106,00 140322 54 16 35,00 161455 5 50 27,50 149372 8 11 9,50 18005 21 186 103,50 162637 28 37 32,50 163892 15 38 26,50 167860 0 13 6,50 Fonte: Isa Rolamentos (2005) Estoque Médio = (24 + 104) ÷÷2 = 64 Quadro 8 - Rotatividade do estoque e demanda média PRODUTO Venda Real Demanda Média Estoque Médio Rotação 18011 316 26,33 64,00 4,94 167655 3 0,25 21,50 0,14 165636 110 9,17 29,00 3,79 18008 276 23,00 44,00 6,27 161454 226 18,83 106,00 2,13 140322 95 7,92 35,00 2,71 161455 89 7,42 27,50 3,24 149372 52 4,33 9,50 5,47 18005 479 39,92 103,50 4,63 162637 177 14,75 32,50 5,45 163892 61 5,08 26,50 2,30 167860 1 0,08 6,50 0,15 Fonte: Isa Rolamentos (2005) Rotatividade = Vendas / Estoque Médio O consumo médio mensal ou a demanda média de um produto, conforme Dias (1995, p. 61), “é a quantidade referente à média aritmética das retiradas mensais de estoque”. Em outras palavras, são os totais das vendas do período dividido pelo número de períodos. 47 Esses dados demonstram que para atender a demanda do período não seria necessário um estoque médio tão elevado. Daí os saldos resultantes do estoque final. O estoque final está acima da demanda média. 3.4.7 Tempo de Cobertura O Tempo de cobertura é um indicador que demonstra o tempo que demora entre um ressuprimento e outro da mercadoria. Seu valor representa a soma dos tempos internos e externos durante o intervalo de ressuprimento. Quadro 9 – Cálculo do tempo de cobertura (mês) PRODUTO P ra zo d e in fo rm aç ão P ra zo d e el ab or aç ão d o pe di do P ra zo d e en tr eg a da m er ca do ri a P ra zo d e re ce bi m en to M ar ge m d e se gu ra nç a To ta l d a co be rt ur a Te m po d e C ob er tu ra 18011 2 2 20 1 1 26 0,87 167655 2 2 20 1 1 26 0,87 165636 2 2 20 1 1 26 0,87 18008 2 2 20 1 1 26 0,87 161454 2 2 20 1 1 26 0,87 140322 2 2 20 1 1 26 0,87 161455 2 2 20 1 1 26 0,87 149372 2 2 20 1 1 26 0,87 18005 2 2 20 1 1 26 0,87 162637 2 2 20 1 1 26 0,87 163892 2 2 20 1 1 26 0,87 167860 2 2 20 1 1 26 0,87 Fonte: Isa Rolamentos (2005) Tempo de Cobertura ( TC ) = total da cobertura ( soma dos tempos ) / 30 3.4.8 Estoque Mínimo O tempo de cobertura juntamente com a demanda real resultam o indicador de estoque mínimo. Este indicador fornece um valor mínimo de estoque para o produto enquanto aguarda o ressuprimento. 48 Fica bem evidenciado que o valor do Tempo de Cobertura é o fator determinante para o cálculo do Estoque Mínimo, qualquer alteração nesse valor reflete direta e significativamente no resultado final. Est. Mínimo = Demanda (Consumo médio mensal) x Tempo de cobertura ( K ) Demanda = Total das vendas / nº de períodos Quadro 10 – Cálculo de estoque mínimo PRODUTO Demanda Real Tempo de Cobertura Estoque Mínimo 18011 26,33 0,87 22,82 167655 0,25 0,87 0,22 165636 9,17 0,87 7,94 18008 23,00 0,87 19,93 161454 18,83 0,87 16,32 140322 7,92 0,87 6,86 161455 7,42 0,87 6,43 149372 4,33 0,87 3,76 18005 39,92 0,87 34,59 162637 14,75 0,87 12,78 163892 5,08 0,87 4,41 167860 0,08 0,87 0,07 Fonte: Isa Rolamentos (2005). 3.4.9 Ponto de Pedido Tendo a informação da demanda, do estoque mínimo e do tempo de cobertura é possível demonstrar outro indicador, o de ponto de pedido. Tal valor demonstra o momento em que se deve iniciar um novo processo de compra. E este valor pode sofrer alterações no seu resultado caso um dos outros três indicadores sofrer qualquer mudança, como demonstra o Quadro 11. 49 Quadro 11 - Ponto de pedido PRODUTO Demanda ( C ) TC ( TR ) E. Mínimo Ponto Pedido 18011 26,33 0,87 22,82 46 167655 0,25 0,87 0,22 0 165636 9,17 0,87 7,94 16 18008 23,00 0,87 19,93 40 161454 18,83 0,87 16,32 33 140322 7,92 0,87 6,86 14 161455 7,42 0,87 6,43 13 149372 4,33 0,87 3,76 8 18005 39,92 0,87 34,59 69 162637 14,75 0,87 12,78 26 163892 5,08 0,87 4,41 9 167860 0,08 0,87 0,07 0 Fonte: Isa Rolamentos, 2005 Ponto de Pedido = C x TR + E.Min. PP = 2xE.Min. C = Demanda ( Consumo médio mensal ) TR = Tempo de Cobertura (TC) E.Min. = Estoque Mínimo 3.4.10 Intervalo de Ressuprimento Médio O indicador do intervalo de ressuprimento médio demonstra o tempo médio entre um ressuprimento e outro. Esse valor multiplicado pela demanda constitui o indicador de lote de compra. O IR tráz o tempo médio em meses entre uma compra e outra. 50 Quadro 12 – Intervalo de ressuprimento médio (IR) PRODUTO Nº PERÍODOS Nº COMPRAS I. R. 18011 12,00 5,00 2,40 167655 12,00 0,00 0,00 165636 12,00 0,00 0,00 18008 12,00 5,00 2,40 161454 12,00 6,00 2,00 140322 12,00 2,00 6,00 161455 12,00 4,00 3,00 149372 12,00 4,00 3,00 18005 12,00 4,00 3,00 162637 12,00 2,00 6,00 163892 12,00 2,00 6,00 167860 12,00 1,00 12,00 Fonte: DIAS (1995, p. 136), elaborado pelo Autor Intervalo de Ressuprimento médio (em meses) = Nº Períodos / Nº compras 3.4.11 Lote de Compra O lote de compra é um indicador que fornece a quantidade a ser comprada, baseada no histórico e nos dados dos outros indicadores. Pode ser também considerado como uma sugestão da quantidade a ser adquirida. Quadro 13 - Cálculo do lote de compra PRODUTO I.R. Demanda Lote de Compra 18011 2,40 26,33 63,20 167655 0,00 0,25 0,00 165636 0,00 9,17 0,00 18008 2,40 23,00 55,20 161454 2,00 18,83 37,67 140322 6,00 7,92 47,50 161455 3,00 7,42 22,25 149372 3,00 4,33 13,00 18005 3,00 39,92 119,75 162637 6,00 14,75 88,50 163892 6,00 5,08 30,50 167860 12,00 0,08 1,00 Fonte: Isa Rolamentos (2005) Lote de Compra = Intervalo de Ressuprimento ( IR ) x Demanda 51 Sua eficácia se torna maior se utilizado em observância ao IR. O uso do modelo do lote de compra pode ser opcional, pois deve-se levar em conta a sazonalidade da demanda. É importante definir quando e quanto comprar para que não fique mercadoria estocada por períodos de pouca procura. Também sofre oscilação caso os indicadores que o compõe sejam alterados. 3.4.12 Estoque Máximo O estoque máximo é um indicador da quantidade máxima que se deve ter estocada. Neste caso é determinado pela soma do estoque mínimo mais o lote de compra. Sua função principal visa demonstrar um limite, a ser obedecido, de mercadoria em estoque. Isso não significa que seu valor deva ser tomado como regra, visto que num sistema Just In Time, tal valor dificilmente seria alcançado. Quadro 14 - Cálculo de estoque máximo PRODUTO Est. Mínimo Lote de compra Estoque Máximo 18011 22,82 63,20 86,02 167655 0,22 0,00 0,22 165636 7,94 0,00 7,94 18008 19,93 55,20 75,13 161454 16,32 37,67 53,99 140322 6,86 47,50 54,36 161455 6,43 22,25 28,68 149372 3,76 13,00 16,76 18005 34,59 119,75 154,34 162637 12,78 88,50 101,28 163892 4,41 30,50 34,91 167860 0,07 1,00 1,07 Fonte: Isa Rolamentos (2005) Est. Máximo = Estoque mínimo + Lote de compra 3.4.13 Índice Sazonal A Sazonalidade, dentro do estudo da demanda, ocorrem quando há picos de consumos de produtos em determinados períodos (ARNOLD, 1999). De acordo com Dias (1995, p.31), “o consumo é considerado sazonal quando possui alterações de 25%”. 52 O indicador da sazonalidade de vendas demonstra um índice resultante da demanda de cada período pela demanda média de todos os períodos. A sua análise sobre o comportamento dos produtos pode ser: anual, semestral, trimestral ou mensal, depende apenas do que a organização pretende. O uso do indicador de índice de sazonalidade se torna mais eficiente quando se analisam vários períodos repetidos.