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FACULDADE IBMEC
CURSO:
 
C
IÊNCIAS
 
C
ONTÁBEIS
DISCIPLINA: 
T
EORIA 
A
VANÇADA DA 
C
ONTABILIDADE
 
(TACO)
PROF: 
I
VES 
A
LEXANDRE 
N
UNES
)
ATIVIDADE	Texto: Notas Explicativas
O texto apresentado a seguir é uma opinião do Prof. Eliseu Martins sobre o conteúdo das informações constantes nas notas explicativas das empresas brasileiras. Após a leitura do texto e baseado nos tópicos discutidos em sala de aula apresente suas considerações sobre o papel da contabilidade no momento de fornecer informações relevantes e úteis para os agentes de mercado.
Notas explicativas e demonstrações sem embromação
Eliseu Martins* - em 22 /09/2016
Passadas as publicações de 2015, mas começando a se aproximar o final de 2016, talvez seja o momento de voltar a esse assunto. Pesquisa da Abrasca, associação que representa companhias abertas, mostrou que, em 2014, após a emissão da OCPC 07 sobre notas explicativas, houve uma redução até que significativa do tamanho dessas notas; e alguns trabalhos acadêmicos evidenciaram razoável melhora na qualidade delas. Já em 2015 não foram percebidas mudanças da mesma intensidade.
Mas o que é assustador é a não observância daquilo que determinam as normas internacionais (que, sendo adotadas, produziriam um efeito devastador para as receitas dos jornais). A saber, entre outras normas:
· Todas as informações financeiras relevantes precisam ser evidenciadas, mas só devem ser informadas as relevantes. Ou seja, as normas são claríssimas ao condenar o oferecimento de notas irrelevantes! — Somente devem ser dadas as informações que forem capazes de produzir mudanças nas decisões de credores e investidores. (CPCP 00 sobre estrutura conceitual, parágrafos OB2, QC6, QC11 etc.). E a administração deve afirmar isso, segundo a OCPC 07.
· Notas exigidas por pronunciamentos específicos só devem ser dadas se tiverem essa característica de materialidade e relevância.
· Notas sobre políticas contábeis, apenas as específicas da empresa e caso se referiram a valores relevantes (até a Lei das S.As. já diz isso desde 1976, no artigo 176).
Esses princípios se aplicam também integralmente ao conteúdo das próprias demonstrações. Só que continua assustador o número de notas e de linhas nas demonstrações contábeis que não atentam para a materialidade e a relevância das informações. Daí talvez a explicação para eu ter recebido um pedido para fazer uma apresentação sobre a matéria no Congresso Brasileiro do Conselho Federal de Contabilidade, sob o mesmo título-chamariz desta coluna. Aliás, adorei o título. Porque o que parece é exatamente o que diz a OCPC 07: repetições e informações irrelevantes só servem para desviar a atenção do leitor, ou seja, para embromar.
Assustei-me ao pegar a elite — as 25 empresas participantes do Prêmio Transparência Anefac/Fipecafi/Serasa deste ano. As melhores! Numa delas, escolhida aleatoriamente, peguei um valor igual a 1,5% do ativo, igual também a 2,5% do patrimônio líquido, e 10% do lucro líquido, tomei-o como o limite do que é material e contei: 20% das linhas do balanço sobre valores irrelevantes; no resultado, o mesmo percentual; no fluxo de caixa, incríveis 43% de linhas sobre valores irrelevantes. E, nas notas explicativas, assustadores 35% de espaço gastos com valores inferiores ao número que considerei como material! E o que é importante, o maior valor em toda a demonstração, igual a mais de 100% do patrimônio líquido, com apenas um décimo de uma das 14 páginas do jornal (essa é para pensar em casa...). Incrível!
Acredito que o melhor caminho para se dar um salto enorme em direção à efetiva transparência, sem embromação, seja o seguinte: a administração da companhia determina o que considera valor material sob a ótica dos credores e investidores, diz qual é esse número, e só informa a partir dele. A não ser naquele caso em que as próprias normas afirmam, o que é lógico: a nota pode não ser relevante hoje, mas contém informações que levarão a números materialmente significativos no futuro.
O exercício feito mostra que essa trilha pode ser mesmo muito promissora. Claro, só os acionistas dos grandes jornais não vão gostar, mas sinto muito. O que não podemos é continuar embromando usuários da informação contábil, partindo do princípio de que o que é relevante está sendo dado.
* Eliseu Martins (prof.eliseu.martins@gmail.com) é professor emérito da FEA-USP e da FEA/RP-USP, consultor e parecerista na área contábil
Artigo impresso de Capital Aberto: https://capitalaberto.com.br Endereço para o artigo: https://capitalaberto.com.br/temas/contabilidade
RESPOSTAS:
Através do CPC 00, são citadas duas características qualitativas da informação contábil; relevância/materialidade e representação fidedigna. Na relevância/ materialidade é exposto que: uma informação é relevante quando acaba por influenciar as decisões dos usuários. E no texto de Eliseu Martins é citado que muitas entidades colocam em suas notas explicativas coisas que não relevantes e que são imateriais, assim trazendo maior complexibilidade na hora que os tomadores de decisões devem tomar decisões sob determinada entidade, assim trazendo dificuldades, como por exemplo, na hora de investir em uma sociedade de capital aberto, para saber se a situação da sociedade está boa para investimento ou não. Ainda no CPC 00 fala-se obre representação fidedigna; que é uma informação, completa, neutra e livre de erros, então pode-se concluir que as notas explicativas devem seguir esse padrão para na hora que o usuário precisar dessas informações não tenham dificuldades, e não encontrarem informações excessivas que ao invés de ajuda-lo irá o atrapalhar. Vale lembrar também que existem informações qualitativas de melhoria; comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compressibilidade. Que são características que auxiliam na melhor informação contábil e que também devem ser levadas em consideração na hora de montar notas explicativas sob as demonstrações contábeis.