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1 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FUNDAÇÃO PARQUE TECNOLÓGICO ITAIPU 2014 - 2024 EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO: Adriana Brandt Ana Cristina Nóbrega Andréa P. Schmoeller Angelita Hanauer Daniela Lopes C. Stauffer Daniela Veronezi Denise Prolo Mittanck Fabiano Nogueira Fernanda Alves Flávio de Matos Rocha Hedryk Daijó Janer Vilaça João José Passini Jonhey N. Lucizani Jurema Fernandes Maria Angelica J. Marques Marlei Pastorini Milton Calmazini Nelinho D. Graef Paulo Roberto G. Carvalho Soraya Penzin Thaisa Praxedes de Oliveira Planejamento Estratégico – 1a. Etapa Período: 2014 a 2024 Aprovado por RCD 060/2014 Aprovado por RCC 002/2014 2 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 CONSELHO DIRETOR Juan Carlos Sotuyo Diretor Superintendente Claudio Issamy Osako Diretor Técnico José Luiz Dias Diretor Administrativo Financeiro CONSELHO FISCAL Titulares Salomão Galperin Presidente do Conselho Simone Rogoginski Milce Maria Portes Suplentes Marcos Paulo Bonamigo Rosely de Fatima S. Almeida CONSELHO CURADOR Titulares Jorge Habib Hanna El Khouri Presidente do Conselho Daniel de Andrade Ribeiro Marcos Antonio Baumgartner Newton Brião Marques Orestes Hotz Paulo Sérgio Wolff Theodorico Melo dos Santos Suplentes Alfredo Aparecido Batista Augusto Cesar Stein Celso Ribeiro Novaes David Rodrigues Krug Janice Gallert 3 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO.....................................................................................................5 2. CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL................................................................6 3. DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E PARQUE TECNOLÓGICO ITAIPU..........8 4. MISSÃO...................................................................................................................10 5. VISÃO......................................................................................................................10 6. VALORES................................................................................................................11 7. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS..............................................................................12 8. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS...............................................................................13 9. ESTRATÉGIAS E AÇÕES.......................................................................................14 10. ÍNDICES INSTITUCIONAIS..................................................................................22 11. DEFINIÇÕES E SIGLAS.......................................................................................24 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................25 13. ANEXOS................................................................................................................26 A) METODOLOGIA DE REVISÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FPTI-BR 2014 -2024.............................................................................................27 B) BSC ITAIPU......................................................................................................32 C) DO DESENVOLVIMENTO AO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: CONCEITOS E RELAÇÕES.................................................................................33 E) MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA C,T&I EM PARQUES TECNOLÓGICOS – PLATAFORMAS DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA & INOVAÇÃO E SISTEMA DE INTELIGÊNCIA PARA A INOVAÇÃO..........................................42 4 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 1. APRESENTAÇÃO Desde a sua criação, em 2005, a Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil (FPTI-BR) tem desempenhado um importante papel no apoio ao cumprimento da missão da ITAIPU Binacional. No decorrer dos seus quase dez anos de existência, a FPTI-BR passou por diferentes fases de desenvolvimento, assim como o Parque Tecnológico Itaipu - PTI, sempre buscando a efetividade no atendimento de seus objetivos e missão. Em 2012, frente aos desafios do cenário do Setor Elétrico Brasileiro e do contexto socioeconômico do território, a Diretoria da FPTI-BR entendeu ser necessária a revisão do escopo estratégico para a próxima década. Esta revisão se deu por meio da contratação de uma consultoria especializada, a Fundação CERTI, e envolveu um conjunto amplo de participantes da FPTI-BR, ITAIPU e parceiros estratégicos. O presente documento refere-se à descrição detalhada da revisão do Planejamento Estratégico acrescida dos ajustes necessários para compor o período de 2014-2024. Este documento abrange a primeira etapa da revisão e está estruturado com os componentes: missão, visão, valores, diretrizes estratégicas, objetivos estratégicos, estratégias, ações e indicadores institucionais. E a metodologia de revisão1 refere-se ao processo de revisão e definições dos elementos citados. Na revisão da missão, visão e valores, foram analisados os atributos prioritários previstos no Estatuto da FPTI-BR, tendo como premissa o alinhamento com a missão, visão e objetivos estratégicos da ITAIPU2. É importante ressaltar que para a revisão utilizou-se como referência dois documentos norteadores: (1) Planejamento Estratégico 2011-2015 aprovado em RCD 056/2010; (2) Planejamento Estratégico elaborado com o apoio da consultoria. 1 Anexo A – Metodologia de revisão do Planejamento Estratégico FPTI 2014 -2024 2 Anexo B – BSC ITAIPU 5 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 A implementação do Planejamento Estratégico acontecerá por meio de Planos de ação tático e operacional, que serão elaborados junto às áreas, em busca do alinhamento institucional com foco em resultados da FPTI-BR. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL A ITAIPU, buscando alinhar sua atuação a programas de governo que contemplassem ações de responsabilidade socioambiental e desenvolvimento regional desde 2000, ampliou sua missão e consequentemente a sua visão, que passaram a ser: Com a ampliação da missão da ITAIPU, além de reforçar o quesito geração de energia com qualidade, foram incorporadas ações em seu planejamento estratégico que impulsionavam o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai. Esse compromisso da ITAIPU em impulsionar o desenvolvimento foi o grande motivador da criação do PTI e da sua entidade gestora FPTI-BR, encarregada de 6 Missão: Gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai. Missão: Gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai. Visão: Até 2020, a Itaipu Binacional se consolidará como a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional. Visão: Até 2020, a Itaipu Binacional se consolidará como a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional. Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 fomentar iniciativas com foco no desenvolvimento territorial, conforme Relatório de Sustentabilidade 2005: “Na margem esquerda, o Parque Tecnológico Itaipu – importante instrumento da Entidade para contribuir com o desenvolvimento socioeconômico, especialmente na região de influência da Usina – transformou-se em Fundação, ente de natureza jurídica mais adequada para o cumprimento de suas finalidades.” (ITAIPU BINACIONAL, 2005, p.6) Nesse contexto, o PTI é caracterizado como instrumento estratégicono alcance do desenvolvimento proposto pela ITAIPU Binacional, em sua região de influência, direcionando seus esforços para a consecução da missão da ITAIPU e, por extensão, a missão da própria FPTI-BR. 7 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 3. DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E PARQUE TECNOLÓGICO ITAIPU A missão ampliada da ITAIPU Binacional objetiva impulsionar o desenvolvimento do território e, portanto, é fundamental o senso comum em relação ao conceito utilizado de desenvolvimento territorial. No entendimento da FPTI-BR o conceito de desenvolvimento territorial consiste em criar condições para constituir cidadãos autônomos, produtivos, socialmente responsáveis e com acesso ao conjunto dos bens materiais e culturais, necessários à sustentação e reprodução da vida e à interlocução qualificada de todos com todos. Isso demanda o aproveitamento das capacidades do próprio território (ainda que não exclusivamente) para melhoria da produtividade e competitividade das atividades produtivas locais, por meio da inovação, bem como a igualdade no acesso a bens e serviços essenciais ao exercício pleno da cidadania e oportunidade de inserções sócio produtivas. A Figura 1 ilustra a atuação da FPTI-BR no território. Figura 1. Abrangência de atuação FPTI-BR 8 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 O processo de atuação no território envolve as dimensões: a) social e humana; b) institucional, política e cultural; c) ambiental; d) tecnológica e; e) econômica.3 O Parque Tecnológico Itaipu (PTI) é um dos mecanismos do território para a promoção do desenvolvimento. É um ambiente complexo4 de promoção do desenvolvimento territorial, que visa fomentar economias baseadas no conhecimento e inovação, por meio da integração da pesquisa científico-tecnológica, negócios/empresas, organizações governamentais e da sociedade em um local físico, e do suporte às inter-relações entre estes grupos, gerando riqueza, equidade e inclusão social. 3 Anexo C – Contextualização do conceito de Desenvolvimento Territorial. 4 Anexo D – Em termos de organização, significa: alta capacidade de adaptação às exigências de um mercado sempre em mudança; funcionamento não-autoritário, sinérgico, resultante do livre fluxo de informação/conhecimento/energia; amplo diálogo entre os membros e rapidez de tomada de decisões e definição de estratégias; e alta capacidade de administrar conflitos internos. 9 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 4. MISSÃO Com o compromisso compartilhado com a ITAIPU em impulsionar o desenvolvimento territorial, a FPTI-BR tem como missão: 5 5. VISÃO A FPTI-BR tem objetivo em médio e longo prazo, partindo da sua missão, diretrizes, objetivos, e estratégias definidas: 6 5 Promover [Segundo Dicionário Aurélio]: v.t. Elevar a uma dignidade, a uma função, a uma categoria ou a um grau superior. / Dar impulso a; pôr em execução: promover uma política progressista. / Dar publicidade a; fazer a propaganda de. 6 A visão tem como prazo determinante o ano de 2020 por estar em conformidade à Visão da ITAIPU, com base no alinhamento estratégico existente entra a FPTI-BR e ITAIPU. 10 Tornar o Parque Tecnológico Itaipu, até 2020, reconhecido como referência na promoção do desenvolvimento territorial sustentável. Tornar o Parque Tecnológico Itaipu, até 2020, reconhecido como referência na promoção do desenvolvimento territorial sustentável. Promover o desenvolvimento territorial sustentável por meio da educação, ciência, tecnologia, inovação, cultura e empreendedorismo. Promover o desenvolvimento territorial sustentável por meio da educação, ciência, tecnologia, inovação, cultura e empreendedorismo. Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 6. VALORES Com a premissa de que os princípios e crenças são fundamentais e que fornecem sustentação para as suas principais decisões, a FPTI-BR preza pelos seguintes valores: Respeito Consideração, cortesia, estima, gentileza, na perspectiva da ética do cuidado de si, do outro e do planeta. Cooperação Valorização da ação colaborativa e as alianças institucionais para atingir objetivos comuns. Integração Predisposição para convivência harmoniosa, com respeito à diversidade. Solidariedade Predisposição para se colocar no lugar do outro e partilhar os recursos materiais e afetivos. Equidade Imparcialidade para reconhecer o direito de cada um, usando a equivalência para promover a justiça. Transparência Disponibilização de acesso às informações de interesse público, sem reservas, em linguagem adequada e compreensível, de forma direta e clara. Honestidade Atuação conforme os demais valores institucionais e os preceitos legais, morais, justos e éticos. Comprometimento Pertencimento a organização, assumindo a responsabilidade pelo cumprimento dos seus valores e objetivos. 11 VALORESVALORES Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 7. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS As diretrizes estratégicas são as trilhas orientadoras das prioridades para o cumprimento da missão e visão da FPTI-BR. D1. Contribuir para a execução dos objetivos estratégicos da mantenedora. Direcionar programas e ações que atendam aos objetivos estratégicos da Itaipu. D2. Promover o desenvolvimento humano em suas multidimensões. Contribuir para o alcance da autonomia, liberdade e qualidade de vida dos cidadãos em um processo que envolve as seguintes dimensões: social e humana; institucional, política e cultural; ambiental; tecnológica; e econômica. D3. Atuar em redes de cooperação e colaboração. Operar de forma colaborativa, no âmbito interno e externo da FPTI-BR, com pessoas e instituições, otimizando esforços para o alcance de objetivos comuns. D4. Desenvolver modelos e soluções que inspirem políticas públicas. Fazer com que os resultados da FPTI-BR e dos seus parceiros promovam a cidadania e beneficiem a sociedade. D5. Tornar a organização permanentemente útil para o território. Adotar práticas e atitudes que garantam a sustentabilidade da FPTI-BR. Com foco interno ou externo, as diretrizes abrangem amplamente a atuação da FPTI-BR e direcionam a sua atuação em observância às suas necessidades. Por isso, para a definição das diretrizes apresentadas, foram analisadas as possibilidades e premissas estratégicas para o delineamento da conduta, com foco na missão e visão definidas. 12 DIRETRIZES DESCRIÇÃODIRETRIZES DESCRIÇÃO Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 8. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Vinculados às diretrizes estratégicas, os objetivos estratégicos são os resultados que a FPTI-BR pretende atingir. OE1. Promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação de interesse da ITAIPU e do território; OE2. Contribuir para a formação de competências, qualificação técnica e valorização do ser humano no território; OE3. Promover ações que contribuam com o desenvolvimento social, cultural e ambiental no território; OE4. Promover a cultura empreendedora voltada à geração de emprego, trabalho e renda; OE5. Contribuir com o fortalecimento de atividades produtivas do território; OE6. Aperfeiçoar continuamente a gestão da FPTI-BR para agregar valor às suas finalidades; OE7. Garantir o equilíbrio econômico e financeiro da FPTI-BR. 13 OBJETIVOS ESTRATÉGICOSOBJETIVOS ESTRATÉGICOS Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 9. ESTRATÉGIAS E AÇÕES Para a FPTI-BR, suas estratégias e ações são consideradas um dos aspectos mais importantes no processo do planejamento estratégico, pois propiciam condições norteadoras para o cumprimento dos seus objetivos estratégicos. A Figura 2 define as estratégias da FPTI-BR. Figura 2. Estratégias da FPTI-BR 14 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 15 Planejamento Estratégico 2014 - 2024 Estratégia E1.Desenvolverações coordenadas e complementares para a execução dos programas e projetos da ITAIPU. Estratégia E1.Desenvolver ações coordenadas e complementares para a execução dos programas e projetos da ITAIPU. Ações A1. Apoiar a ITAIPU nas suas ações e projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e promoção da inovação. A2. Contribuir com a ITAIPU nas suas ações de desenvolvimento socioambiental e cultural; A3. Contribuir com os programas de educação corporativa da ITAIPU; A4. Apoiar a ITAIPU na atração e desenvolvimento de fornecedores. Ações A1. Apoiar a ITAIPU nas suas ações e projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e promoção da inovação. A2. Contribuir com a ITAIPU nas suas ações de desenvolvimento socioambiental e cultural; A3. Contribuir com os programas de educação corporativa da ITAIPU; A4. Apoiar a ITAIPU na atração e desenvolvimento de fornecedores. 7 7 São os ambientes de comunicação, desenvolvimento e negociação entre os atores envolvidos. Devem proporcionar as condições necessárias para o desenvolvimento dos temas de interesse técnico-científicos, e dessa aproximação resultar a formulação e concretização de projetos cooperativos em ciência, tecnologia e inovação. O Anexo E descreve esse conceito. 16 Planejamento Estratégico 2014 - 2024 Estratégia E2. Consolidar as Plataformas de Ciência, Tecnologia e Inovação . Estratégia E2. Consolidar as Plataformas de Ciência, Tecnologia e Inovação . Ações A5. Estruturar o sistema para priorização, desenvolvimento e acompanhamento das plataformas; A6. Estabelecer relacionamentos cooperados entre a FPTI-BR, as universidades e as empresa, nas temáticas prioritárias; A7. Definir e constituir as células de competências nas temáticas prioritárias; A8. Implementar o modelo de financiamento e investimento em P, D & I; A9. Estabelecer e consolidar parcerias para fomento do desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação; A10. Estabelecer novos arranjos institucionais para o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação com a ITAIPU, empresas e parceiros; A11. Disponibilizar e aprimorar uma infraestrutura diferenciada para ciência, tecnologia e inovação; A12. Estruturar e implementar o Sistema de Gestão do Conhecimento a partir das temáticas prioritárias; A13. Estruturar e implementar o Sistema de Inteligência para a inovação, visando a competitividade territorial. Ações A5. Estruturar o sistema para priorização, desenvolvimento e acompanhamento das plataformas; A6. Estabelecer relacionamentos cooperados entre a FPTI-BR, as universidades e as empresa, nas temáticas prioritárias; A7. Definir e constituir as células de competências nas temáticas prioritárias; A8. Implementar o modelo de financiamento e investimento em P, D & I; A9. Estabelecer e consolidar parcerias para fomento do desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação; A10. Estabelecer novos arranjos institucionais para o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação com a ITAIPU, empresas e parceiros; A11. Disponibilizar e aprimorar uma infraestrutura diferenciada para ciência, tecnologia e inovação; A12. Estruturar e implementar o Sistema de Gestão do Conhecimento a partir das temáticas prioritárias; A13. Estruturar e implementar o Sistema de Inteligência para a inovação, visando a competitividade territorial. 8 8 Eugênio Mussak (2003), fez uma adaptação ao conceito de competência humana, resultando no C-H-A-V-E nos tempos atuais. Onde, Competência humana= Conhecimento+habilidade+atitude+valores+entorno. Aliados ao conhecimento, a habilidade e a atitude estão os valores (ser) e o entorno (interagir com o ambiente). Busca-se cada vez mais pessoas compromissadas com o próximo, pessoas éticas, com responsabilidade social e ambiental. 17 Estratégia E3. Consolidar o sistema de Gestão da FPTI-BR. Estratégia E3. Consolidar o sistema de Gestão da FPTI-BR. Ações A14. Ter o modelo de gestão da FPTI-BR difundido; A15. Garantir a efetividade da administração dos recursos econômico-financeiro da FPTI-BR; A16. Prospectar e captar recursos nacionais e internacionais; A17. Aperfeiçoar os processos corporativos da FPTI-BR; A18. Aprimorar a Gestão de Projetos e Portfólio da FPTI-BR; A19. Promover o desenvolvimento de competências dos colaboradores da FPTI-BR. Ações A14. Ter o modelo de gestão da FPTI-BR difundido; A15. Garantir a efetividade da administração dos recursos econômico-financeiro da FPTI-BR; A16. Prospectar e captar recursos nacionais e internacionais; A17. Aperfeiçoar os processos corporativos da FPTI-BR; A18. Aprimorar a Gestão de Projetos e Portfólio da FPTI-BR; A19. Promover o desenvolvimento de competências dos colaboradores da FPTI-BR. Planejamento Estratégico 2014 - 2024 9 9 O adensamento consiste na geração de oportunidades empresariais, de mais produção, mais empregos e mais investimento, além do que as empresas já realizam. Como tudo o que puder servir para que as empresas já estabelecidas e/ou as que venham a se estabelecer no território possam se desenvolver e tornar-se mais competitivas, tanto para o atendimento do mercado local quanto para exportação. 18 Estratégia E4. Gerar e fortalecer negócios no território. Estratégia E4. Gerar e fortalecer negócios no território. Ações A20. Promover ações para a atração de grandes empresas estruturantes para dinamização das atividades produtivas; A21. Promover o adensamento dos elos estratégicos das atividades produtivas do território; A22. Desenvolver empreendimentos de base solidária; A23. Desenvolver empreendimentos com foco na geração de produtos e serviços inovadores; A24. Dinamizar o ambiente de negócios a partir do PTI; A25. Desenvolver um modelo de fundo de investimentos para geração de novos negócios. Ações A20. Promover ações para a atração de grandes empresas estruturantes para dinamização das atividades produtivas; A21. Promover o adensamento dos elos estratégicos das atividades produtivas do território; A22. Desenvolver empreendimentos de base solidária; A23. Desenvolver empreendimentos com foco na geração de produtos e serviços inovadores; A24. Dinamizar o ambiente de negócios a partir do PTI; A25. Desenvolver um modelo de fundo de investimentos para geração de novos negócios. Planejamento Estratégico 2014 - 2024 19 Planejamento Estratégico 2014 - 2024 Estratégia E5. Estabelecer os modelos de relacionamento interno e externo. Estratégia E5. Estabelecer os modelos de relacionamento interno e externo. Ações A26. Estabelecer políticas de comunicação e relacionamento interno, considerando o modelo de operação da FPTI-BR; A27. Fortalecer o relacionamento institucional com a mantenedora; A28. Fortalecer o relacionamento institucional em âmbito nacional e internacional; A29. Fortalecer o relacionamento com instituições e empresas do território; A30. Fortalecer o relacionamento institucional no PTI. Ações A26. Estabelecer políticas de comunicação e relacionamento interno, considerando o modelo de operação da FPTI-BR; A27. Fortalecer o relacionamento institucional com a mantenedora; A28. Fortalecer o relacionamento institucional em âmbito nacional e internacional; A29. Fortalecer o relacionamento com instituições e empresas do território; A30. Fortalecer o relacionamento institucional no PTI. 20 Planejamento Estratégico 2014 - 2024 Ações A31. Tornar o PTI um ambiente extensionista, que inspire políticas públicas; A32. Estruturar ações de educação a partir de oportunidades internas e externas do PTI; A33. Desenvolver e fomentar pesquisas que contribuam com a qualidade da educação; A34. Qualificar o processo de ensino e aprendizagem em diferentes níveis; A35. Proporcionar a formação a partir das competências dos colaboradores da FPTI-BR e das instituições parceiras. Ações A31. Tornar o PTI um ambiente extensionista, que inspire políticas públicas; A32. Estruturar ações de educaçãoa partir de oportunidades internas e externas do PTI; A33. Desenvolver e fomentar pesquisas que contribuam com a qualidade da educação; A34. Qualificar o processo de ensino e aprendizagem em diferentes níveis; A35. Proporcionar a formação a partir das competências dos colaboradores da FPTI-BR e das instituições parceiras. Estratégia E6. Desenvolver ações coordenadas e complementares que contribuam para a evolução da educação no território. Estratégia E6. Desenvolver ações coordenadas e complementares que contribuam para a evolução da educação no território. 21 Planejamento Estratégico 2014 - 2024 Ações A36. Elaborar estudos sobre o contexto sociocultural e ambiental do território; A37. Fortalecer políticas públicas e compor ações voltadas à cultura; A38. Fortalecer políticas públicas e compor ações socioambientais. Ações A36. Elaborar estudos sobre o contexto sociocultural e ambiental do território; A37. Fortalecer políticas públicas e compor ações voltadas à cultura; A38. Fortalecer políticas públicas e compor ações socioambientais. Estratégia E7. Desenvolver ações coordenadas e complementares que promovam o desenvolvimento socioambiental e cultural do território. Estratégia E7. Desenvolver ações coordenadas e complementares que promovam o desenvolvimento socioambiental e cultural do território. 10. ÍNDICES INSTITUCIONAIS Os índices (ou indicadores sintéticos) são combinações de diversas variáveis que sintetizam um conceito abstrato complexo, em um único valor, e tendem a retratar o comportamento ponderado (composto) de um conjunto de dimensões. Considerando que a FPTI-BR necessita mensurar e acompanhar sistematicamente SE e COMO a organização está cumprindo a sua missão e visão, foram definidos os seguintes índices institucionais: Índice de Resultados Estratégicos - IRE Mensura se a FPTI-BR está alcançado os seus objetivos estratégicos Índice de Condições Internas - ICI Avalia se a FPTI-BR tem as condições necessárias nas dimensões econômica, operacional, técnica e Institucional para atingir seus objetivos estratégicos Os indicadores são estabelecidos para mensurar o alcance dos objetivos estratégicos, por meio de metas. Além de considerar o público-alvo para estabelecimento das metas, deverá ser realizada uma análise da motricidade e dependência das estratégias e ações. O índice de Resultados Estratégicos agrega essas informações e parâmetros e deverá vir acompanhado de análise qualitativa e quantitativa. Ao mesmo tempo, o alcance dos objetivos estratégicos é dependente das condições de infraestrutura, técnicas, institucionais e econômicas. Desta forma, é preciso entender as especificidades e demandas para execução de cada ação. Assim, o que se pretende é reduzir a distorção de interpretação no não atingimento das metas, pois nem sempre é processual. Essa composição de indicadores de insumos constitui o índice de Condições Internas. 22 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Para a definição de indicadores, índices, metas e priorização de ações é necessária a construção da sistemática dos indicadores e índices da FPTI-BR, bem como a interpretação e análise qualitativa e quantitativa das informações. Esse esforço será realizado após a aprovação desse documento, perpassando pelas seguintes etapas: análise de Motricidade e Dependência das estratégias e ações; Estabelecimento dos Planos de Ação para implementação das estratégias; Definição de Metas e Indicadores para os Objetivos Estratégicos. 23 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 11. DEFINIÇÕES E SIGLAS C,T&I – Ciência, Tecnologia e Inovação FPTI-BR: Fundação Parque Tecnológico de Itaipu – Brasil. 24 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, F; DINI, M. Guia de desenvolvimento territorial. Brasília: CNI, 2009. ALMEIDA FILHO, N. Desenvolvimento territorial como expressão da perspectiva nacional do desenvolvimento: limites e potencial. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, Rio de Janeiro, nº 19, p. 94-116, dezembro 2006. CUNHA. H. P. Gestão Estratégica Aplicada em Organizações do terceiro setor: uma mudança de paradigma. Sitientibus, Feira de Santana, n. 39, p.191-205, jul./dez. 2008 .Disponibilizado: <http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/39/1.8_gestao_estrategica_aplicada_em_organiz acoes_do_terceiro_setor.pdf> ITAIPU Binacional. Relatório de Sustentabilidade 2005. Disponível: http://www.itaipu.gov.br/en/node/64?foto=geracao_casa_de_forca.jpg. Acessado em abril/2014. MARIOTTI, Humberto. Organizações de Aprendizagem: educação continuada e a empresa do futuro. 2ed. São Paulo: Atlas, 1999. MUSSAK, Eugênio. Metacompetência: Uma nova visão do trabalho e da realização pessoal. São Paulo: Editora Gente, 2003. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. São Paulo: Atlas, 1999. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2005. 25 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 http://www.itaipu.gov.br/en/node/64?foto=geracao_casa_de_forca.jpg 13. ANEXOS A) METODOLOGIA DE REVISÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FPTI-BR B) BSC ITAIPU C) DO DESENVOLVIMENTO AO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: CONCEITOS E RELAÇÕES D) CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS COMPLEXOS E) MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA C,T&I EM PARQUES TECNOLÓGICOS: PLATAFORMAS DE C,T&i E SISTEMA DE INTELIGÊNCIA PARA A INOVAÇÃO 26 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 A) METODOLOGIA DE REVISÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FPTI-BR 2014 -2024 1. Revisão do Planejamento Estratégico FPTI-BR Nesse documento estão contemplados os registros da metodologia utilizada para a revisão da primeira etapa do Planejamento Estratégico (missão, visão, valores, diretrizes estratégicas, objetivos estratégicos, estratégias, ações e índices institucionais), referente ao período 2014-2024. Importante ressaltar que, para a revisão, foi utilizado como referência dois documentos norteadores: (1) Planejamento Estratégico 2011-2015 aprovado em RCD 056/2010; (2) Planejamento Estratégico elaborado com o apoio da consultoria em 2012. O processo de revisão foi realizado nas seis etapas seguintes: Etapa 1 – Fundamentação para reflexão das bases de atuação do PTI Para o alinhamento dos conceitos a serem aplicados no Planejamento Estratégico, foi estruturada a fundamentação referente às bases de atuação da FPTI-BR, representada na Figura 1. Figura 1 – Fundamentação para reflexão das bases de atuação do PTI. 27 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Conceito Desenvolvimento Territorial Conceito de Parque Tecnológico Conceito Sistema Territorial de Inovação Conceito Plataforma Tecnológica de C,T&I Conceito Sistema de Inteligência para a Inovação Fundamentação para reflexão das bases de atuação do PTI Missão Visão Objetivos Estratégicos Diretrizes Estratégias Ajustes no Planejamento Estratégico do PTI Valores Para todos esses conceitos, foram realizadas análises de contexto e aplicação à FPTI-BR, considerando os atributos da organização, resultando em documentos de base que compõem o Planejamento Estratégico. Na revisão da missão, visão e valores, foram analisados os atributos prioritários previstos no Estatuto da FPTI-BR, tendo como premissa o alinhamento com a missão, visão da ITAIPU. Etapa 2 - Análise de aderência entre os objetivos estratégicos da FPTI-BR e da ITAIPU Quando definidos os objetivos estratégicos da FPTI-BR, foi realizada a análise de aderência aos objetivos estratégicos da ITAIPU, através de uma matriz com representação dos níveis “Forte”, “Média”, “Fraca” e “Sem aderência”, representadas pelas cores verde, amarelo, vermelho e cinza, respectivamente. Figura 2 – Aderência entre os objetivos estratégicos FPTI-BR e ITAIPU. 28 Planejamento EstratégicoFPTI 2014 - 2024 Objetivos EstratégicosObjetivos Estratégicos Missão Visão Objetivos Estratégicos Diretrizes Estratégias Ajustes no Planejamento Estratégico do PTI Valores Planejamento Estratégico Itaipu Etapa 3 - Análise de aderência entre as diretrizes e objetivos estratégicos da FPTI-BR Essa etapa permitiu a análise e averiguação de que se os objetivos estratégicos da FPTI-BR estão alinhados às diretrizes propostas, que resultou na Matriz com a mesma métrica do tópico anterior, representada na Figura 3. Figura 3 – Aderência entre as diretrizes e objetivos estratégicos da FPTI-BR Etapa 4 - Análise de aderência entre os objetivos estratégicos e estratégias Nessa etapa, foi realizada a análise de aderência para verificar se as estratégias definidas são suficientes para atender 100% dos objetivos estratégicos, ilustrada na Figura 4. 29 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 15 Missão Visão Objetivos EstratégicosObjetivos Estratégicos DiretrizesDiretrizes Estratégias Ajustes no Planejamento Estratégico do PTI Valores Verificação do atendimento às Diretrizes Figura 4 – Aderência entre os objetivos estratégicos e as estratégias da FPTI-BR Etapa 5 - Estabelecimento de ações por estratégias Para a implementação das estratégias e concretização dos objetivos estratégicos, foram definidas ações norteadoras, ainda em níveis estratégicos. Após a estruturação, foram avaliadas a composição e congruência entre estratégias e ações. Figura 5 – Definição das estratégias e ações 30 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Estratégia n Ação 1 Ação 2 Ação m ... Missão Visão Objetivos EstratégicosObjetivos Estratégicos Diretrizes EstratégiasEstratégias Ajustes no Planejamento Estratégico do PTI Valores Análise se as estratégias eram suficientes para atender 100% os Objetivos Estratégicos Etapa 6 – Estabelecimento dos índices institucionais Na continuidade do processo de revisão, considerando a estruturação de indicadores prevista para a próxima etapa do Planejamento Estratégico (junto às metas por objetivos estratégicos), foram estabelecidos, previamente, dois índices institucionais, representados na Figura 6, que serão compostos por pacotes de indicadores. Esses possibilitam a mensuração dos resultados e condições da FPTI-BR para o alcance dos objetivos estratégicos estipulados. Figura 6 – Índices institucionais 31 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 A FPTI está atingindo seus objetivos? IRE – Índice Resultados Estratégicos A FPTI está atingindo seus objetivos? IRE – Índice Resultados Estratégicos A FPTI tem condições para atingir seus objetivos estratégicos? ICI – Índice de Condições Internas A FPTI tem condições para atingir seus objetivos estratégicos? ICI – Índice de Condições Internas Medem SE e COMO a FPTI está indo em direção ao atingimento da missãoMedem SE e COMO a FPTI está indo em direção ao atingimento da missão B) BSC ITAIPU 32 Planejamento Estratégico 2014 - 2024 C) DO DESENVOLVIMENTO AO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: CONCEITOS E RELAÇÕES Para entendimento acerca do processo de Desenvolvimento Territorial, faz-se necessário analisar dois conceitos: Desenvolvimento e Território. O tema Desenvolvimento é abordado, muitas vezes, com algumas precipitações teóricas. Uma delas é tratar Crescimento e Desenvolvimento como sinônimos, mas são conceitos distintos. O Crescimento é um aspecto estritamente voltado à análise de alterações numéricas em variáveis econômicas. Neste sentido, o crescimento não acarreta em alterações estruturais em dada realidade. O Desenvolvimento, por outro lado, se relaciona a alterações estruturais, que podem ser observadas tanto por alterações em variáveis ditas econômicas (o dito crescimento!), como por vários outros aspectos que perpassam o âmbito financeiro, e estabelecem relações com aspectos culturais, psicológicos, políticos, sociais e ambientais, institucionais, dentre outros. Deste modo, fica evidente que o processo de desenvolvimento é multidimensionado, em que não se pode diferenciar entre, por exemplo, Desenvolvimento Educacional, Humano, Social ou Tecnológico, mas sim, tratá-los como dimensões de um mesmo aspecto chamado Desenvolvimento. Contudo, convém notar que há descompassos10 entre estas dimensões. Destaca-se que Crescer não é Desenvolver, pois Desenvolver é criar condições de se tornar autônomo, seja um país, território ou indivíduo. Significa ter opções e liberdade de fazer escolhas, de modo que exista ampliação do horizonte material, social e cultural na vida das pessoas. A base material do processo de desenvolvimento é fundamental, mas deve ser considerada como um meio e não como um fim em si. 10 O processo de desenvolvimento não é pleno em todas as dimensões ao mesmo tempo. Em determinados territórios podem ser visualizadas situações em que existe elevado índice de desenvolvimento econômico cultural, institucional e tecnológico porém o desenvolvimento na dimensão social apresenta patamar menos evoluído com problemas educacionais, de saúde, de segurança. Na medida que esta dimensão conseguir uma elevação de patamar, outras tendem a evoluir menos. O importante é que deve haver a busca constante pelo avanço destas dimensões, de modo a mitigar os desequilíbrios. 33 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 De tal forma, para haver o desenvolvimento é preciso que se removam as principais fontes de privação de liberdade e aquilo que impede a conquista da autonomia, isto é, as privações materiais, sociais e culturais na vida das pessoas. Sublinhado os aspectos essenciais do Desenvolvimento, passa-se à discussão do conceito de território. Milton Santos assevera que: “O território deve ser entendido como território usado, não o território em si. O território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é o fundamento do trabalho; lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida” (2007, p.14).11 O território compreende além de regiões geográficas e administrativas as construções históricas e socioculturais. É o lócus da vida das pessoas, onde se realizam suas interações, quer sejam materiais ou espirituais. Assim, o território é caracterizado pelo conjunto de atores locais que o habitam, e sua organização social e política, sua cultura e instituições, bem como o espaço físico e as relações com o ambiente. É onde todas as suas relações são constituídas, é onde se constitui a vida da população. É, assim, um espaço socialmente construído. Neste espaço ocorre a mobilização dos atores locais acerca da construção de um projeto de desenvolvimento, que contemple os anseios dos sujeitos deste território. Importante observar que cada território é uma região particular e distinta, de modo que não há uma fórmula única (“receita de bolo”) para o desenvolvimento regional. Porque não há um único regional, com cada qual distinto à sua maneira. Neste sentido, os territórios não se desenvolvem ao mesmo tempo, nem da mesma forma, nem na mesma intensidade. O desenvolvimento é, por definição, um processo aberto e inconsistente com qualquer regulação dogmática e acrítica. Assim, cada território precisa identificar os elementos que comporá seu respectivo Plano de Desenvolvimento do Território. 11 Há que se sublinhar o aspecto de que o território é o lugar das trocas materiais e espirituais. Toda relação social baseada na ideia do Contrato Social Rousseauniano estabelece que essas trocas materiais e espirituais sejam regidas por um conjunto de regras, sejam elas formais ou não. As instituições que amparam as relações de trocas materiais na sociedade brasileira (e logo no Estado brasileiro) são notadamente capitalistas, oude outro modo, monetárias. Isto significa, de forma pragmática, dizer que as relações de trocas materiais são pautadas pelo aspecto da renda. 34 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Destarte, o Desenvolvimento territorial consiste em criar condições para se constituir cidadãos autônomos, produtivos, socialmente responsáveis e com acesso ao conjunto dos bens materiais e culturais necessários à sustentação e reprodução da vida e à interlocução qualificada de todos com todos. Isto demanda o aproveitamento das capacidades do próprio território (não exclusivamente) para melhoria da produtividade e competitividade das atividades produtivas locais, por meio da inovação; igualdade no acesso a bens e serviços essenciais ao exercício pleno da cidadania e oportunidade de inserções sócio- produtivas. Este processo envolve as dimensões: a) social e humano; b) institucional, político e cultural; c) ambiental; d) tecnológica e; e) econômica, conforme figura 1. Figura 1 – Desenvolvimento e as multidimensões 35 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Assim, o desenvolvimento territorial é o desenvolvimento que se realiza a partir da mobilização inicial e preferencial (ainda que não necessariamente exclusiva) de recursos disponíveis no território e que é objeto de controle e planejamento por parte de agentes domiciliados no mesmo. É importante destacar que o desenvolvimento territorial não se assenta na mobilização exclusiva de recursos e agentes locais, embora ele ocorra a partir destes. Destaca-se que o conceito de desenvolvimento territorial envolve a totalidade das dimensões comMcNeil a totalidade dos relacionamentos. Não se pode pensar em desenvolvimento pretendendo avançar em apenas uma das dimensões propostas, pois as dimensões estão interligadas. Comumente, o desenvolvimento é tratado de forma cartesiana e entendido como um conjunto de partes e muitas vezes consideradas “antagônicas”. Os defensores desta ideia acreditam que, se ocorre o desenvolvimento econômico, não ocorre o desenvolvimento social e ambiental ou vice-versa. Desta forma, estabelecem-se grupos defensores de cada uma destas correntes. O que é um equívoco. Assim, o Desenvolvimento territorial está solidamente enraizado na concepção de duas premissas. 1) não há cisão entre as dimensões sociais e humanas, econômicas, ambientais, tecnológicas e político-institucionais; e 2) a defesa da equidade (ou, a defesa da redução da desigualdade) não se baseia exclusivamente em preferências políticas e ideológicas impermeáveis a qualquer discurso científico12. Taxativamente, a defesa da equidade não é uma questão utópica ou ideológica, não é uma questão “de gosto”, mas sim da construção de um entendimento científico, que busca proporcionar autonomia e liberdade aos indivíduos e ao território. Não obstante, também há que se refletir que o desenvolvimento não é um processo linear, mas sim, dialético. Significa observar que os processos relacionais entre as dimensões do desenvolvimento são causadores de desequilíbrios. Torna-se praticamente inexequível atuar para a melhoria de todos os elementos constitutivos 12 Compreende-se aqui por entendimento científico o fato de que, ao permitir o avanço das desigualdades aumentam-se as fontes de privação das liberdades (tanto individuais como do território). E para não entrar em contradição com a lógica de desenvolvimento assumida, que passa pela remoção das fontes de privação de liberdade, se aceita a defesa da equidade como entendimento científico. 36 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 do desenvolvimento, consequentemente tem-se a dificuldade de realização e satisfação destes em níveis iguais. Isso revela a necessidade de realizar uma priorização de ações. De tal forma, se fazem necessárias priorizações. Priorizações de ações e não de dimensões. Não significa que ao priorizar ações se está negando a importância das demais, mas sim, quais são os recursos do território (recursos físicos, humanos e financeiros) que possibilitam o ‘primeiro avanço’, além de se entender quais ações terão condições de gerar maiores oportunidades de potencializar a autonomia do território, atendendo a totalidade de dimensões e relacionamentos. Ainda no tocante à priorização das ações, além dos recursos, é importante analisar quais atores sociais e institucionais são necessários para a promoção de uma ação que visa a atuar dentro de algumas destas dimensões. Deste modo, uma das formas de realizar a priorização é entender quais atores podem pactuar uma ação ou projeto, quais as limitações de atuação de cada ator social, e até que ponto os atores envolvidos podem e devem realizar ações. Explica-se que o “pode” ou “deve” se refere ao espaço interno das organizações envolvidas e até que ponto elas, dentro de suas dinâmicas organizacionais, permitem ou têm interesses estratégicos de atuação sobre algumas das dimensões. A totalidade dos relacionamentos das dimensões que compõe o desenvolvimento pode se dar de maneiras diversas. Há situações em que a dimensão econômica e a dimensão institucional e política se reforçam mutuamente. Outras em que as dimensões sociais e humanas (saúde, educação, lazer e etc.) complementam a ação voltada para as dimensões econômicas, institucionais e políticas. Há inúmeras interfaces entre elas. A promoção do desenvolvimento em sua abordagem territorial depende da atuação de dois agentes: o Estado e os atores locais. O papel do Estado consiste em dividir a população e as atividades econômicas no espaço de forma homogênea e até ações que permitam a própria criação de territórios. Essa criação se dá a partir da inserção da economia territorial no contexto da economia nacional ou até mesmo internacional, criando uma identidade que caracteriza o território. 37 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Evidencia-se ainda, a importância dos atores locais no processo de desenvolvimento territorial: universidades, institutos de pesquisa, parques científicos e tecnológicos, prefeituras, agências de fomento à pesquisa, associações comerciais e industriais, organização civil, entre outros. Estes atores têm como papel estimular as inovações, reduzir os custos de produção das empresas locais e estimular a ação das empresas nos mercados e promover ações coletivas de cunho comunitário que promova a criação e manutenção da identidade sociocultural do território. O processo de desenvolvimento exige que as comunidades do território se organizem de maneira cooperada. A cooperação entre os atores locais gera sinergias positivas proporcionando maior dinamismo socioeconômico e cultural no território em que atua. 38 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, F; DINI, M. Guia de desenvolvimento territorial. Brasília: CNI, 2009. ALMEIDA FILHO, N. Desenvolvimento territorial como expressão da perspectiva nacional do desenvolvimento: limites e potencial. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, Rio de Janeiro, nº 19, p. 94-116, dezembro 2006. PAIVA, C. N. A; ROCHA, F. M; LUCIZANI, J. N.; GRAEF, N. D. Diagnóstico e Planejamento do Desenvolvimento das Cadeias Propulsivas do Oeste do Paraná. Relatório Técnico Oeste em Desenvolvimento (Versão Preliminar). FPTI-BR, 2014. PAIVA, C. N. A. Desenvolvimento Econômico Regional. Material de Aula do Curso Desenvolvimento Econômico Regional. Foz do Iguaçu, FPTI-BR, 2012. PAIVA, C. N. A. Fundamentos da Análise e do Planejamento de Economias Regionais. Foz do Iguaçu: Ed. Parque Itaipu, 2013. SANTOS, M. O dinheiro e o território. In: SANTOS, M.; BECKER, B. K. (orgs) Território, territórios: ensaios sobre o ordenamento territorial. 3. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. p.43-71. SEN, A. Desenvolvimento como liberdade.São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 39 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 D) CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS COMPLEXOS Como se vê, estamos falando de mudanças profundas de mentalidade. Sabemos das resistências que elas já vêm provocando e ainda irão provocar, porém, serão inúteis, como sempre ocorre nas grandes guinadas da história. Não estamos lidando com especulações ou propostas teóricas: trata-se de transformações globais, resultantes da natureza auto reguladora dos sistemas naturais. Não há como resistir indefinidamente a essa dinâmica. Só mantendo a flexibilidade de adaptação conseguiremos preservar a unidade na diversidade – o que Edgar Morin chama de unitas multiplex. O núcleo de auto avaliação e auto regulação dos sistemas biológicos é interno, mas mantém uma relação de vaivém com o meio ambiente e, portanto, com os demais sistemas. Quanto mais complexo um sistema, mais organizado ele será, e mais eficazmente se processará essa transacionalidade. Tudo isso, evidentemente, requer a existência de um grande potencial criativo, como o que existe nos sistemas complexos. São sistemas que fogem à reprodução (à repetição) e buscam a produção (a diferença). Em termos de organização, esse aspecto é crucial. Uma empresa que se limita à reprodução está em perigo. A tendência à reprodução (à repetição) costuma ser um sinal de que problemas de produção estão a caminho ou já no início. Daí a importância de um diagnóstico organizacional precoce. Os sistemas complexos são identificados pelas seguintes características. ● Baixa hierarquização; ● Baixo índice de obediência cega e pouca institucionalização (tendência a fugir do excesso de regras e normas); ● Baixo nível de especialização (polivalência, menor resistência à mudança, flexibilidade); 40 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 ● Alta tolerância à aleatoriedade e à conflituosidade (maior capacidade de conciliação, de opostos e resolução de conflitos). Em termos de organização, isso significa: ● Alta capacidade de adaptação às exigências de um Mercado sempre em mudança; ● Funcionamento não-autoritário, sinérgico, resultante do livre fluxo de informação/conhecimento/energia; ● Amplo diálogo entre os membros e rapidez de tomada de decisões e definição de estratégias; ● Alta capacidade de administrar conflitos internos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MARIOTTI, Humberto. Organizações de Aprendizagem: educação continuada e a empresa do futuro. 2ed. São Paulo: Atlas, 1999. 41 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 E) MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA C,T&I EM PARQUES TECNOLÓGICOS – PLATAFORMAS DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA & INOVAÇÃO E SISTEMA DE INTELIGÊNCIA PARA A INOVAÇÃO Os Parques Tecnológicos são ambientes interativos e integradores de diversos atores e instituições englobando o chamado Triângulo de Sabato e mais recentemente a Quadruple Helix, inserindo-se o papel fundamental da sociedade civil no processo de inovação. Considerando um sistema de estímulo ao desenvolvimento tecnológico com promoção da inovação (no sentido amplo, compreende também a inovação social e o desenvolvimento de tecnologias sociais no processo) em um ambiente de uso compartilhado de infraestruturas e recursos, por meio de mecanismos ágeis e funcionais de cooperação, propõe-se a idéia de Plataformas de C,T&I como vetor de indução de temas estratégicos no âmbito destes ambientes. As plataformas de C,T&I estão apoiadas no chamado modelo de estímulo ao desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação (Figura 1). Figura 1 - Modelo genérico de estímulo ao desenvolvimento C, T &I em um parque tecnológico. 42 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Neste modelo, pressupõe-se que, de forma geral, o parque pode abrigar parcial ou integralmente dois grandes conjuntos: de um lado as universidades, centros e departamentos de universidades, centros tecnológicos, organismos de pesquisa e comunidade acadêmica, em suas diversas áreas de conhecimento, atuando prioritariamente na formação de recursos humanos, responsáveis pela geração de conhecimento por meio do desenvolvimento de pesquisa básica. De outro lado, o mercado, representado pelas empresas, das diversas cadeias produtivas, de diversos portes, de base tecnológica, inovadoras ou tradicionais, agrupadas em arranjos ou não, incluindo-se também o governo como grande “comprador” de produtos e serviços e grandes empresas como demandantes de bens e serviços oriundos do sistema. Também, no caso das empresas, estas podem estar ou não abrigadas no ambiente do parque, dependendo aí dos critérios e interesse de cada parque. Em ambas as pontas há geração de conhecimento. Pelo lado da academia, a geração de conhecimento a partir da pesquisa livre, na fronteira do conhecimento e sob a perspectiva de definição de tendências em ciência e tecnologia, compreendendo a pesquisa científica nos chamados setores portadores de futuro ou áreas estratégicas de conhecimento. A academia é também o “locus” das áreas de conhecimento acumulado. Pelo lado do mercado, as empresas ou mesmo o governo e a sociedade, definem as áreas estratégicas de mercado, gerando demanda para o sistema, em tecnologias e conhecimento necessários para atender ao mercado atual e futuro. No centro do modelo, estão três elementos do processo que atuam de forma sinérgica e cooperada. A pesquisa pré-competitiva encontra ambiente dentro do parque por meio de atividades de prospecção tecnológica, pesquisa cooperativa e pré-incubação. A idéia central destes elementos é a de um processo capaz de transformar um projeto de pesquisa bem sucedido em um bem ou serviço comercializável ou apropriado por uma comunidade enquanto tecnologia social. Isto pode se dar por diversos mecanismos existentes dentro do parque, mas encontra um meio mais favorável enquanto um projeto de demonstração, com aporte financeiro para transformar o objeto da pesquisa em inovação. Para tanto, outro 43 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 elemento fundamental do processo é o conjunto de mecanismos (laboratórios, centros tecnológicos, centros de pesquisa, centros de inovação, ambientes de testes e experimentação, etc.) que provê com infraestrutura, serviços tecnológicos, ferramentas e recursos humanos qualificados, o desenvolvimento de bens e serviços. Estes mecanismos podem atuar em rede, de forma cooperada ou isoladamente e na prestação de serviços especializados às empresas ou empreendimentos. O terceiro elemento é complementar aos demais, entendendo-se a criação de negócios como geração de empreendimentos13. O parque se posiciona como um ambiente diferenciado que propicia a criação e desenvolvimento de empreendimentos nos seus diversos espaços14. É importante ressaltar os fluxos indutores do sistema que podem se originar tanto do mercado (‘market pull’) quanto da academia (‘technology push’), mas que se concretizam essencialmente por meio de parcerias, de modo que o modelo de atuação preferencial é o modelo de rede técnica-científica e de inovação aberta. Para tanto, o conceito das Plataformas de Ciência, Tecnologia e Inovação é fundamental para viabilizar o modelo. As Plataformas de Ciência, Tecnologia e Inovação15 são os ambientes de comunicação, desenvolvimento e negociação entre os atores envolvidos. As plataformas devem proporcionar as condições necessárias para o desenvolvimento dos temas de interesse técnico-científicos e dessa aproximação resultar a formulação e concretização de projetos cooperativos em ciência, tecnologia e inovação. Para tanto, cada plataforma é constituída por conjuntos de infraestrutura (laboratórios, salas, equipamentos), pessoas qualificadas(oriundas das diversas instituições parceiras) e serviços especializados, de modo a concretizar os projetos 13 Inserem-se no contexto os empreendimentos sociais e de economia solidária cuja forma de produção,consumo e distribuição de riqueza (economia) está centrada na valorização do ser humano e não do capital. Tem base associativista e cooperativista, e é voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços de modo autogerido, tendo como finalidade a reprodução ampliada da vida. 14 Ambientes e espaços físicos e ou virtuais onde se aplicam os resultados, assim como os ambientes no parque ou nas instituições parceiras que contam com pessoas, equipamentos e serviços básicos que possibilitam, favorecem e/ou estimulam o desenvolvimento das soluções. , 15 Sistema composto por infraestrutura, pessoas e serviços especializados de uma ou mais instituições, dinamizador do relacionamento, interação e cooperação, e da gestão do conhecimento, com foco em temática comum. 44 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 cooperativos em ciência, tecnologia e inovação junto com o ecossistema empresarial. As Plataformas de C,T&I estão baseadas no conceito da abordagem sistêmica, pois as relações entre os diversos elementos se dão de forma multidirecional e “fuzzy16”. As plataformas devem promover o desenvolvimento de serviços inovadores, viabilização de geração de novos negócios ou empreendimentos, e permanente desenvolvimento de recursos humanos criativos e inovadores permeando e produzindo resultados para o ecossistema empresarial e social, tendo sempre como direcionadores os temas estratégicos de interesse do parque e/ou do território. O ecossistema empresarial é o ambiente das empresas, sejam elas empresas de base tecnológica, sociais, tradicionais, spin-offs ou incubadas constituído pelas interações destas com o parque e o território e suas necessidades/demandas para inovar: produtos, serviços, gestão, financiamento, informação científica, tecnológica, socioeconômica e legal/regulatória. O objetivo da estratégia de consolidar plataformas de C,T&I é o de dinamizar e ampliar os resultados (produtos, serviços e processos) em inovação para o ecossistema empresarial, concentrando e otimizando esforços e recursos, criando condições favoráveis à inovação principalmente das micro e pequenas empresas, além de propiciar a gestão do conhecimento de uma determinada temática. No caso da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI-BR), a operação em plataforma viabiliza e acelera o desenvolvimento de competências em temáticas estratégicas à FPTI-BR, criam e fortalecem as bases em que se apoia o modelo de sustentabilidade da FPTI-BR (figura 2), e criam e fortalecem os vínculos e interações entre o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), o Sistema de Inovação do Território e também com o Sistema Nacional de Inovação. 16 McNeil e Thro (1994) relacionam algumas características de sistemas onde a aplicação da Lógica Fuzzy (ao que também se chama fuzziness, em inglês) é necessária ou benéfica: sistemas complexos que são difíceis ou impossíveis de modelar; sistemas controlados por especialistas [humanos]; sistemas com entradas e saídas complexas e contínuas; sistemas que se utilizam da observação humana como entradas ou como base para regras; sistemas que são naturalmente “vagos”, como os que envolvem ciências sociais e comportamentais, cuja descrição é extremamente complexa. 45 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Figura 2 – Bases de apoio para geração de negócios/empreendimentos e mudanças estruturais no território A operação em Plataformas de C,T&I se dá por meio de projetos, apoiados fortemente por um processo de cooperação e interação com diversos atores da quadruple helix em fluxos de “technology push” e “market pull”, conforme o modelo de estímulo ao desenvolvimento científico, tecnológico e inovação do PTI. Os relacionamentos se estabelecem e se dão por objetivos comuns de dois ou mais atores da quadruple helix. A FPTI-BR é a instituição gestora. É necessário desenvolver um “Sistema de Inteligência para a Inovação” viabilizado por uma gestão do conhecimento e por investimentos (Risco, Angel, Fundo) na inovação. Sistema de Inteligência para Inovação: estabelecendo o relacionamento entre as Plataformas de C,T&I e o Ecossistema Empresarial O dilema da relação universidade-empresa não é novo e é amplamente discutido na literatura. É também amplamente discutida na literatura a necessidade de se desenvolver capacidade produtiva de elevada qualidade, o que requer 46 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 processos e produtos inovadores e competitivos. Para tanto, é fundamental que as empresas tenham ou desenvolvam uma cultura inovadora, assim como são tão importantes quanto os investimentos contínuos nos processos e produtos inovadores. A interação entre universidade e empresa é um dos vetores capaz de promover esta capacidade, formando, juntamente com o governo e outros agentes da sociedade civil organizada, o chamado Sistema Nacional de Inovação; isto é, uma rede de instituições públicas e privadas que interagem para promover o desenvolvimento científico e tecnológico do país. No entanto, a realidade tem demonstrado que a prática é muito diferente. As instituições públicas e privadas ainda tem grande dificuldade para atuação em rede cooperada, e, embora muitas vezes existam condições propícias de financiamento e/ou competência para inovação, esta não se concretiza ou não ocorre de modo eficaz/eficiente, e se perde tempo, recursos e oportunidades. Neste sentido, o Sistema de Inovação do Território (figura 3) é uma abordagem mais interessante, uma vez que os Sistemas Nacionais de Inovação (SNI) trazem para o primeiro plano o papel do estado como agente coordenador (Soete, Verspagen & Weel, 201017), e na abordagem territorial, o que está em primeiro plano é a relação entre os diversos agentes (com ou sem governança formal) na geração não somente do conhecimento, mas também do aprendizado constante, o que é fundamental para o processo de inovação. As fontes de conhecimento incluem todas as instituições do território que geram conhecimento para uma mudança social e econômica. No Sistema de Inovação de um território, o Parque Tecnológico pode ser considerado um dos elementos dinamizadores e indutores deste sistema, disponibilizando suas plataformas de C,T&I, onde os resultados oriundos das pesquisas e desenvolvimentos cooperados a partir deste ambiente, podem melhorar a competitividade das cadeias produtivas locais e/ou gerar novos negócios/empreendimentos, desde que os fluxos de informação, conhecimento, produtos e serviços ocorram de forma fluida e contínua. 17 Systems of Innovation - Luc Soete, Bart Verspagen and Bas ter Weel, 2010 - CPB Discussion Paper, No 138. CPB Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis. 47 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Figura 3 – Sistema de Inovação Território – exemplo (adaptado de Bortagaray, 200018) Os fluxos se dão preferencialmente por meio de redes de relacionamento e redes de cooperação e alimentam o Sistema de Inovação do Território, ao mesmo tempo em que retroalimentam o ambiente do Parque Tecnológico com demandas, informações e conhecimento. Assim, compreendido o papel das diferentes camadas: plataformas de C,T&I do parque tecnológico e o ecossistema empresarial, propõe-se considerar ainda a necessidade de uma camada intermediária responsável por estabelecer o relacionamento ágil e eficiente entre as plataformas de C,T&I e o ecossistema empresarial, chamada Sistema de Inteligência para a Inovação. O papeldo Sistema 18 Bortagaray, Isabel. 2000. Innovation Cluster in Latin America. 4th International Conference on Technology Policy and Innovation Curitiba, Brazil, Aug. 28 – 31, 2000 48 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 de Inteligência para Inovação (figura 4) é de integrar as demais camadas utilizando os dados e informações produzidas pelos diferentes atores, produzindo conjuntos de informações “inteligentes”, ou seja, no tempo, qualidade e quantidade exigidos por cada ator ou conjunto de atores para facilitar e/ou promover o processo de inovação. Figura 5 – Papel do Sistema de Inteligência para Inovação Esta inteligência serve ambas as camadas e se beneficia de um processo de retroalimentação que gera conhecimento e inteligência para o território como um todo, potencializando a atuação em rede cooperada. As informações podem ser de prospecção e informação científica e tecnológica, socioeconômica e mercadológica, para o desenvolvimento de novos negócios, produtos ou serviços, entre outras. 49 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 Conforme a evolução das plataformas de C,T&I e do ecossistema empresarial, o sistema de inteligência para a inovação também evoluirá, agregando em maior escala conhecimento ao território, podendo tornar-se um “território inteligente e criativo” que aprende e desenvolve seu capital social e produtivo, promove um ambiente favorável ao investimento, à atividade das empresas, com uma base educativa e de P&D equitativa e sólidas, um conjunto de infraestruturas físicas que potencializam os processos de desenvolvimento e um quadro social e cultural justo e inclusivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORTAGARAY, Isabel. 2000. Innovation Cluster in Latin America. 4th International Conference on Technology Policy and Innovation Curitiba, Brazil, Aug. 28 – 31, 2000 MCNEILL. F. M. & E. THRO (1994). Fuzzy Logic: A Pratical Approach. London: Ap Prefessional – Academic Press SOETE. L, VERSPAGEN. B and Weel. B. T. 2010. CPB Discussion Paper, No 138. CPB Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis. 50 Planejamento Estratégico FPTI 2014 - 2024 1. APRESENTAÇÃO 2. CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL 3. DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E PARQUE TECNOLÓGICO ITAIPU 4. MISSÃO 5. VISÃO 6. VALORES 7. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS 8. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS 9. ESTRATÉGIAS E AÇÕES 10. ÍNDICES INSTITUCIONAIS 11. DEFINIÇÕES E SIGLAS 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13. ANEXOS A) METODOLOGIA DE REVISÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FPTI-BR 2014 -2024 Figura 6 – Índices institucionais B) BSC ITAIPU C) DO DESENVOLVIMENTO AO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: CONCEITOS E RELAÇÕES E) MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA C,T&I EM PARQUES TECNOLÓGICOS – PLATAFORMAS DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA & INOVAÇÃO E SISTEMA DE INTELIGÊNCIA PARA A INOVAÇÃO Sistema de Inteligência para Inovação: estabelecendo o relacionamento entre as Plataformas de C,T&I e o Ecossistema Empresarial MCNEILL. F. M. & E. THRO (1994). Fuzzy Logic: A Pratical Approach. London: Ap Prefessional – Academic Press