Prévia do material em texto
Anatomia Humana Introdução à Anatomia BY: @dan.sv ↳Etimologia Vem do grego [ἀνατέμνω anatemnō] que significa "cortar em partes". Em latim, equivale a palavra "Dissecare" que significa cortar separadamente. ↳Conceito Campo que estuda a organização estrutural dos seres vivos, incluindo: ●os sistemas, órgãos e tecidos; ●a aparência e posição das várias partes; ●as substâncias de que são feitos; ●a sua localização e sua relação com outras partes do corpo. ↳Histórico → Alcméon de Crotona (séc. VI a.C.): Contemporâneo de Pitágoras, era um famoso médico-filosofo da época do período pré-socrático. Dissecava animais e humanos – esse ainda discutível -, foi o primeiro a relacionar as funções psíquicas ao cérebro ao ver que vias sensoriais terminavam no encéfalo; além disso relatou sobre a trompa de Eustáquio, nervos óticos e diferenciação de artérias e veias de como conhecemos hoje, e explicou fisiologicamente sobre o sono, o acordar e a morte. Mas o ponto chave foi sobre a teoria humoral das doenças, onde a vida seria mantida pelo equilíbrio entre quatro humores: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra, procedentes, respectivamente, do coração, sistema respiratório, fígado e baço. Cada um destes humores teria diferentes qualidades: o sangue seria quente e úmido; a fleuma, fria e úmida; a bílis amarela, quente e seca; e a bílis negra, fria e seca. Sendo ainda atribuído um valor respectivamente o sanguíneo, o fleumático, o bilioso ou colérico e o melancólico. Assim, o equilíbrio entre os humores seria a saúde e o desequilíbrio a doença. “Das coisas invisíveis têm clara consciência os deuses, a nós humanos, nos é permitido apenas conjecturar”. → Herófilo e Erasístrato (séc. III a.C.): Conhecidos por revolucionar a história da fisiologia e medicina, marcando a transição da visão filosófica para “cientifica” da época, foram dados a eles a permissão de prática sobre cadáveres – estes não descritos se vivos ou mortos – onde assim fundaram a escola de anatomia de Alexandria, a maioria dos documentos descritos foram perdidos mas alguns foram recuperados graças a descrição de Galeno. Herófilo tinha uma linha mais centrada a descobertas do sistema nervoso (SN), descrevendo o encéfalo como parte da inteligência e centro do SN, descreveu 7 pares de nervos cranianos distinguiu vasos sanguíneos de nervos e nervos motores de sensitivos, além disso descreveu sobre o olho, fígado, pâncreas, glândulas salivares, trato digestivo e órgãos genitais. Já Erasístrato fez descrições sobre as partes profundas do cérebro, do cerebelo, e dos ventrículos cerebrais, mas sempre descreveu sobre o sistema cardiovascular, como as válvulas do coração, e sobre a bomba do coração pulsar ar dentro de artérias transportando o fluido animal e que as veias e artérias convergem tanto para o coração quanto para o fígado, contrariando os humores corporais. → Galeno de Pérgamo (séc. II d.C.): Devido uma proibição sistemática da dissecação em corpos humanos, Cláudio Galeno foi um dos principais anatomistas em animais trazendo para a teoria em humanos, visto que fazia vivissecção. Suas teorias perpetuaram durantes séculos, levando a ser a bíblia da medicina por tempos, insuperável até Andreas Vesalius em 1543 fazer descrições impressas e ilustradas de dissecção humana. Ele trabalhou na arena mais famosa, O Coliseu, descrevendo como por exemplo que os rins processam a urina e que a laringe era responsável pela voz, demonstrava também que sangue corria nos vasos e não ar, descreveu a diferença entre os ossos que possuía cavidade medular, sobre a caixa craniana e a ação de músculos, além de que cada órgão realiza sua função própria devido a uma ação de forças que atuavam sobre os órgãos, o sangue circulava devido ao impulso ou força atrativa cuja origem era a própria parede da artéria, e isso perpetuou quinze séculos pois consideravam infalíveis (contestado por William Harvey, que descreveu corretamente os detalhes do sistema circulatório do sangue ao ser bombeado, por todo o corpo, pelo coração).. → Século V d.C.: Com ascensão do Clero Cristão e queda do Império Romano, o estudo da anatomia humana foi considerado crime hediondo e todos os trabalhos travavam por cerca de 700 anos, onde em Salerno na Itália fundaram uma Escola de Medicina e os registros de Galeno voltaram a tona, além disso a dissecção foi trazida mas só podia ser feito em até 48 horas por não terem tecnologia que conservasse o cadáver. Muitos artistas Renascentistas da época se interessaram pelo estudo da anatomia. → Arte e Ciência: As primeiras ilustrações anatômicas impressas baseiam-se na tradição manuscrita medieval. O Fasciculus medicinae era uma coleção de textos de autores contemporâneos destinada aos médicos práticos, que alcançou muitas edições. Muito se popularizou nessa época a exposição de cadáveres ou estruturas que representassem o corpo humano, muitos dos famosos por fazerem isso foi Rembrandt, El Greco, Michelangelo e até mesmo Leonardo da Vinci. E cá entre nós os artistas mandaram muito bem, até melhores que os anatomistas da época, mas pouco reconhecidos. “A Lição de Anatomia do Dr. Tulp.” Rembrandt David ou Davi, obra de Michelangelo, artista mais conhecido por suas obras parecerem e terem bastante influência de estruturas anatômicas inseridas em suas obras de arte. “A Criação de Adão.” Michelangelo Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o primeiro artista que considerou a anatomia além do ponto de vista meramente pictórico. Fez preparações que logo desenhou, das quais são conservadas mais de 750, e representam o esqueleto, os músculos, os nervos e os vasos. As ilustrações foram completadas muitas vezes com anotações do tipo fisiológico, nos famosos “Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci” (Leonardo on the Human Body). A precisão de Leonardo é maior que a de Vesalio e sua beleza. Além dele acertar quase em cheio a posição correta do fetus in útero. Homem Vitruviano descrito como posição correta do homem (chamado também como conhecemos de posição anatômica). The Human Fetus In The Womb Os estudos retratam corretamente o feto humano em sua posição correta dentro de um útero dissecado. → Andreas Vesalius (séc. XVI / ano 1543): No Reino Unido, entre os séculos 16 e 17, as escolas de anatomia utilizavam em suas aulas corpos de criminosos condenados à forca, para os quais a dissecção era vista como punição adicional. Além disso, a esses criminosos era negado funeral religioso, e em certos casos eles não tinham funeral nenhum: seus esqueletos eram mantidos nas universidades e expostos ao público. Isso não ajudou a melhorar a imagem do estudo de cadáveres. Pelo contrário, as pessoas tinham horror a imaginar os corpos de parentes sendo abertos em escolas de medicina. A anatomia foi totalmente reformada por Andreas Vesalius, em seu livro “De humani corporis fabrica”. Ele insistia que o conhecimento derivava da confiança nos exames de cadáveres, e não apenas de textos antigos, submeteu os antigos tratados anatômicos a um rigoroso teste: uma comparação com a observação direta do corpo dissecado. A Fábrica de Corpos Humanos tornou-se o texto fundador da anatomia moderna, e inspirou uma série de sucessores. Como Vesalius, eles compararam seus resultados com os textos existentes, os erros foram corrigidos e produziu-se novos textos com ilustrações. A produção de imagens baseado na dissecção tornou-se um componente central da anatomia científica. De resumo, colocou ordem onde tudo estava passando já do limite e onde todo mundo tinha uma teoria sem descartar as já existentes e partir dali. Galeno que lute, porque a maioriade suas descrições foram refutadas. A partir dali: Com a disseminação do conhecimento e a crescente busca por respostas, ao final do século XVII, Swammerdam, Ruysch e outros estudiosos passaram a produzir peças anatômicas para exposição em Museus de Anatomia. Nos dias de hoje, radiografia, fotografia, imagem digital e computacional multiplicaram as possibilidades de manipulação, artistas e cientistas estão, novamente, explorando e reimaginando o corpo e investigando os limites entre suas respectivas disciplinas. Continuamos a sonhar o corpo anatômico.