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CONJUNTO RESIDENCIAL DO PEDREGULHO 1. Apresentação Nome: Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Morais, conhecido popularmente como “Pedregulho”; Arquiteto: Affonso Eduardo Reidy; Ano: 1946 - 1952; Localização: Bairro São Cristóvão, Rio de Janeiro; Tipo: Residência (habitação social); Materiais e Estrutura: Concreto e pilotis; Edifício Principal: 260m de comprimento (272 unidades); Apartamentos: Duas (2) tipologias; Equipamentos: Serviços públicos, centros comerciais, jardim de infância, maternal, berçário, escola primaria, quadras esportivas, ginásios, piscina e centro sanitário. Área do terreno: 52.142,00 m² Figura 1 - Conjunto Residencial do Pedregulho. 2. Partido arquitetônico O Conjunto Residencial do “Pedregulho” foi projetado pelo arquiteto Affonso Reidy com o intuito de abrigar os funcionários públicos da região do bairro São Cristóvão no Rio de Janeiro que na época era o Distrito Federal. Foi um dos primeiros projetos de conjuntos residenciais no Brasil com intenção de proporcionar uma maior integridade e dignidade para a classe funcionária brasileira. Reidy sempre prezava o poder de uma arquitetura econômica e social, ou seja, para a sociedade. No projeto desse complexo, Reidy, defende que o ato de habitar, morar, não se implica somente a uma vida no interior de uma casa. O arquiteto usou a topografia do terreno como base para seu projeto: todo o bloco A segue a curva de nível da encosta do morro do Pedregulho, por isso o nome popular de “pedregulho”, formando uma espécie de formação de todo o projeto, o arquiteto distribui ao longo do terreno as demais edificações visando à conformação dos espaços a partir das relações criadas entre os elementos. Figura 2 - Corte do terreno do Conjunto do Pedregulho. Figura 3 - Croqui do Bloco "A" inserido na curva de nível do terreno. Esta intenção de Reidy é claramente percebida ao analisar a implantação das edificações da escola, do posto de saúde e do bloco B de residências. Juntas, estas edificações conformam um espaço central onde se instala a praça do conjunto, que é a principal área de lazer do projeto. Essa distribuição das edificações em conjunto ao terreno realiza desde o princípio do projeto o êxito de todo o conjunto, efeito defendido por Le Corbusier que afirmava que o essencial de uma obra arquitetônica está em sua implantação. 3. Relação com o entorno O Conjunto Habitacional esta localizado no bairro de São Cristóvão no Rio de Janeiro, o terreno esta localizado na encosta do morro do Pedregulho na onde situa os principais reservatórios de água da cidade. A habitação esta próxima ao centro urbano do Rio tendo os predominantes acessos pela Avenida Brasil, Avenida Governador Carlos Lacerda e pela Rua Figura 4 - Implantação da habitação e sua área central de lazer. Prefeito Olympio de Melo. Referente ao entorno da habitação a respeito de comércios, grande parte é composta por lojas e restaurantes. O entorno do Conjunto é, na realidade, composto por agrupamento de casas formando pequenas favelas. Não há nenhuma praça ou parques públicos ao redor, provocando uma paisagem contrastante e passando a sensação de que o conjunto habitacional seria um “Oásis” para esse bairro. Nos últimos períodos a habitação sofreu com o abandono e danificações na estrutura e atualmente está passando por reformas. Suas ruas adjacentes são formadas por vias coletoras e vias locais apresentadas na figura 6. Figura 5 - Mapa com os principais pontos do entorno. 4. Funcionalidade 4.1. Setorização Figura 6 - Hierarquia Viária das ruas adjacentes ao Conjunto Residencial. Figura 7 - Setorização externa completa da habitação. Figura 8 - Setorização dos espaços externos em privado e público. Figura 9 - Vista aérea da implantação da habitação. 4.2. Acessos e Fluxos Figura 10 - Acessos de pedestres e acesso ao estacionamento. Figura 11 - Fluxos dos apartamentos Figura 12 - Fluxograma dos acessos externos do Conjunto Habitacional. 4.3. Circulações verticais e horizontais Figura 13 - Circulações externas da habitação. Figura 14 - Circulações internas no corte do Bloco "A". Figura 15 - Circulações internas no Bloco "B". Figura 16 - Escadas de acessos nos pavimentos intermediários. Figura 17 - Corredores de acessos dos apartamentos. Figura 18 - Rampas de acessos. Tipologias dos apartamentos Figura 19 - Tipologia usada no bloco "A". Figura 20 - Tipologia usada nos Blocos "B1" e "B2". 5. Sistema Construtivo/ estrutura/ materiais O sistema construtivo utilizado por Reidy foi o de construção sobre pilotis, que consiste em sustentar uma edificação através de colunas em seu pavimento térreo. O uso de pilotis de alturas variadas ao longo da construção foi umas das soluções adotadas no projeto em função dos desníveis do solo. Assim como o uso de passarelas e uma avenida posterior no topo do terreno, recursos estes que permitiram dispensar o uso de elevadores e driblarem o declive natural do terreno. Sendo um total de aproximadamente 70 pilares tanto no pavimento térreo, quanto no pavimento intermediário. Outros vários pilotis foram utilizados na sustentação do edifício e das passarelas. A alvenaria do edifício e composta por tijolos e concreto, com vigas que atravessam toda extensão do prédio. 6. Conforto Ambiental O design do Pedregulho foi projetado com pavimentos abertos, várias aberturas onde há uma grande incidência de luz natural para o edifício, contudo sua fachada principal esta diretamente posicionada a uma grande parte da insolação, por esse motivo o edifico conta Figura 21 - Ilustração da estrutura em pilotis. com dispositivos como quebra-sol e venezianas de madeira para controlar o excesso de incidência solar. Toda a estrutura dos blocos de apartamentos foi construída sob pilotis o que promove uma maior e melhor ventilação para a habitação e também acaba sendo um ótimo recurso contra a insolação, os apartamentos constam com a utilização de painéis de tijolos vazados (cobogó) e janelas com esquadrias de alumínio na cor azul. O vento predominante nessa região do Rio de Janeiro vem no nordeste. Figura 22 - Representação da ventilação nos apartamentos. Figura 23 - Representação da fachada principal com maior incidência solar. Figura 24 - Pavimento intermediário aberto tendo grande incidência de luz natural. Figura 26 - Venezianas de madeira como controle do excesso de incidência solar. Figura 25 - Aberturas de janelas e Painéis vazados para ventilação. 7. Composição da forma e Soluções plásticas Nos prédios residenciais, as fachadas apresentam junção de planos cheios, superfícies vazadas e cores contrastantes. A escola encontra-se integrada às áreas esportivas pelo desenho da cobertura e pelos contrapontos formais acionados: os arcos e o fechamento do ginásio contrastam com o traçado reto e com a arquitetura vazada das escolas. No ginásio, há um grande painel de azulejos de Candido Portinari. O conjunto do Pedregulho apresenta várias soluções de fachada e de distribuição de espaços que resolvem o problema da proteção solar nas fachadas norte e da ventilação cruzada nos ambientes. Ele experimenta vários tipos e formas elementos de proteção solar e trabalha com a idéia de permeabilidade das superfícies, associando a elas várias texturas, que se reproduzem na luz e na sombra e que podem ser visualizadas em diferentes escalas.Figura 27 - Painel de Candido Portinari. Figura 28 - Fachada do Bloco principal com quebra sol e venezianas como dispositivos de controle de insolação. Outro método desenvolvido e aperfeiçoado no edifício é o uso de rampas, que articulam volumes e geram espaços de transição e das abóbadas de concreto, elementos que tocam o piso criando situações de tensão entre a cobertura e a vedação dos espaços internos. Figura 29 - Rampa de acesso. Figura 30 - Fachada da Escola Municipal Edmundo Bittencourt. UNIVERSIDADE PAULISTA ARQUITETURA E URBANISMO PROJETO ARQUITETÔNICO HABITAÇÃO COLETIVA CONJUNTO RESIDENCIAL DO PEDREGULHO ESTUDO DE CASO Kamile Imada – D9338J-0 Laura Regina da Silva – N443CB-0 Maria Eduarda Neves Corveloni – D8662E-6 Tárcela Ferreira Pellizon – D913HB-0 São José do Rio Preto 2020 8. Referências Bibliográficas Textos: https://www.archdaily.com.br/br/01-12832/classicos-da-arquitetura-conjunto- residencial-prefeito-mendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.062/446 XAVIER, Alberto; BRITO, Alfredo; NOBRE, Ana Luiza. Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro: 1. ed. São Paulo: Editora Pini Ltda, 1991. p. 58. Imagens: Google Imagens: https://www.google.com/search?q=conjunto+habitacional+pedregulho+imagens&sxsr f=ALeKk0083RXdvJpngrbr0vWhGJaWSr3Dqw:1583327706840&source=lnms&tbm =isch&sa=X&ved=2ahUKEwj5z52s84DoAhXPJLkGHWFcDqgQ_AUoAXoECAwQ Aw&biw=1366&bih=625 https://www.archdaily.com.br/br/01-12832/classicos-da-arquitetura-conjunto-residencial-prefeito-mendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy https://www.archdaily.com.br/br/01-12832/classicos-da-arquitetura-conjunto-residencial-prefeito-mendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.062/446 https://www.google.com/search?q=conjunto+habitacional+pedregulho+imagens&sxsrf=ALeKk0083RXdvJpngrbr0vWhGJaWSr3Dqw:1583327706840&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj5z52s84DoAhXPJLkGHWFcDqgQ_AUoAXoECAwQAw&biw=1366&bih=625 https://www.google.com/search?q=conjunto+habitacional+pedregulho+imagens&sxsrf=ALeKk0083RXdvJpngrbr0vWhGJaWSr3Dqw:1583327706840&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj5z52s84DoAhXPJLkGHWFcDqgQ_AUoAXoECAwQAw&biw=1366&bih=625 https://www.google.com/search?q=conjunto+habitacional+pedregulho+imagens&sxsrf=ALeKk0083RXdvJpngrbr0vWhGJaWSr3Dqw:1583327706840&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj5z52s84DoAhXPJLkGHWFcDqgQ_AUoAXoECAwQAw&biw=1366&bih=625 https://www.google.com/search?q=conjunto+habitacional+pedregulho+imagens&sxsrf=ALeKk0083RXdvJpngrbr0vWhGJaWSr3Dqw:1583327706840&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj5z52s84DoAhXPJLkGHWFcDqgQ_AUoAXoECAwQAw&biw=1366&bih=625