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18/03/2020 1 AULA 12 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO E PUERPÉRIO Propedêutica no processo de cuidar da saúde da mulher ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO Procedimento na admissão/internação da parturiente 1. Anamnese: Antecedentes mórbidos, antecedentes obstétricos, DUM, informações sobre a movimentação fetal, e dados da evolução da gestação atual (Estes dados devem conter no cartão da gestante); 2. Exame clínico: Sinais vitais (PA, Pulso e temperatura), Avaliação das mucosas (Anemia, desidratação), Edema e varizes MMII, Ausculta cardíaca e pulmonar; 3. Exame obstétrico: BCF (Batimento cardiofetal), Altura Uterina, palpação obstétrica (para verificar a situação, posição e apresentação), Dinâmica Uterina (Duração das contrações e intervalo entre as contrações), Toque vaginal (para verificar a dilatação) 1 2 18/03/2020 2 ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO Procedimento na admissão/internação da parturiente 4. Alimentação: Gestante de baixo risco: na fase inicial do trabalho de parto poderá ingerir dieta leve; Gestante de alto risco: Devem permanecer de jejum. 5. Higiene da parturiente: Durante o trabalho de parto, a gestante perde secreções pela vagina e frequentemente apresenta sudorese. Deve-se encorajar a gestante a higienizar-se. Deve-se estar disponível: Banheiro com chuveiro, toalhas, lençóis e camisolas limpas e sabonetes para promover o conforto ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO Procedimento na admissão/internação da parturiente 6. Posição da Parturiente: A parturiente não deve ser obrigada a permanecer no leito. Deambular, sentar e deitar são condições que a gestante pode adotar no trabalho de parto. Quando deitada, a gestante deve ser orientada a não permanecer em decúbito dorsal que reduz o fluxo sanguíneo uterino e placentário. Evitar decúbito lateral direito para evitar a compressão das veias cavas inferiores e superiores. A posição vertical (em pé) favorece o trabalho de parto. 3 4 18/03/2020 3 ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO Procedimento na admissão/internação da parturiente 7. Vigilância da vitalidade fetal Verificar o BCF na Fase inicial latente do trabalho de parto a cada 60 minutos; Verificar o BCF na Fase inicial ativa do trabalho de parto a cada 15 a 30 minutos. É importante enfatizar que, quando existe excesso de contratilidade uterina, quer espontânea, quer iatrogênica, o sofrimento fetal agudo pode se instalar em poucos minutos, o que exige uma vigilância contínua do BCF até que o quadro seja revertido. ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO Diagnóstico de Trabalho de Parto presença de contrações uterinas a intervalos regulares, que vão progressivamente aumentando com o passar do tempo, em termos de frequência e intensidade, e que não diminuem com o repouso da gestante. O padrão contrátil inicial é, geralmente, de uma contração a cada 3-5 minutos e que dura entre 20 e 60 segundos; Apagamento (esvaecimento) e dilatação progressivos do colo uterino; A perda do tampão mucoso ou “sinal” e a formação da bolsa das águas são indicadores do trabalho de parto. 5 6 18/03/2020 4 ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO: dilatação Deambulação Alimentação e hidratação Respiração e relaxamento Banho quente / morno Controle contrações (DU), BCF Controle dilatação (toque vaginal) Massagem sacro-lombar (conforto) Orientar DLE. Assistência de Enfermagem no trabalho de parto - dilatação Exercícios respiratórios: ajuda no controle das sensações das contrações durante o trabalho de parto; Propiciar ambiente acolhedor, confortável e o mais silencioso possível, conduz ao relaxamento psicofísico da mulher; Disponibilizar roupas confortáveis para favorecer o relaxamento; 7 8 18/03/2020 5 Assistência de Enfermagem no trabalho de parto - dilatação PREPARANDO A MULHER PARA O PARTO Incentivar a gestante a deambular quando não houver restrições para melhora da algia; Incentivar o banho no chuveiro com água morna para relaxamento e alívio da dor; Massagens Musicoterapia Hipotensão supina Decúbito lateral esquerdo diminui compressão veia cava inferior e aorta abdominal torna contrações mais coordenadas e intensas diminui compressão pulmonar 9 10 18/03/2020 6 ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO: Expulsivo Usar gorro, óculos, máscara e avental plástico Escovação cirúrgica Paramentação cirúrgica ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO: Expulsivo Posição ginecológica. Respiração do período expulsivo (respiração rápida e curta) Controle BCF Medidas de conforto Colocação dos campos (nádegas, pernas lateralmente e em cima de abdômen) 11 12 18/03/2020 7 ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO: Expulsivo Episiotomia Incisão pele, mucosa vaginal, musculatura. ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO: Expulsivo Proteção períneo (controle desprendimento cefálico); Desprendimento cefálico, rotação externa e desprendimento córmico; 13 14 18/03/2020 8 ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO: Dequitação Observar perda sanguínea vaginal e incisional; Controlar sinais vitais; Conferir placenta e membranas; Proceder episiorrafia (quando realizada episiotomia). ASSISTÊNCIA À MULHER NO TRABALHO DE PARTO: Greenberg Retirar da posição ginecológica. Massagem uterina. Observar e controlar perda vaginal (tônus útero). Controlar sinais vitais (perda de 500ml sangue). Observar episiorrafia (edema, hematomas). 15 16 18/03/2020 9 Assistência Enfermagem Greenberg Proporcionar higiene, conforto e repouso. Respeitar período sono. Oferecer dieta leve e líquidos após parto. Estimular e iniciar aleitamento materno. Assistência de enfermagem no período puerperal 17 18 18/03/2020 10 PERÍODO PUERPERAL Período cronologicamente variável, de âmbito impreciso, durante o qual se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da genitália materna ocorridas após o parto. A involução puerperal ocorre no prazo de 6 ou 8 semanas. Período Puerperal O puerpério pode ser divido em: Puerpério imediato: inicia-se após a dequitação e se estende até o 10º dia do pós-parto. Puerpério tardio: do 11º dia ao 45ºdia do pós- parto. Puerpério remoto: do 46º dia até a completa recuperação das alterações imprimidas pela gestação e a volta dos ciclos menstruais ovulatórios normais. Rezende, 1994; Ministério da Saúde, 2006 19 20 18/03/2020 11 Período Puerperal Nas primeiras 24 horas pós-parto: Avaliar SSVV de 15/15 minutos até a 2 hora do puerpério imediato, depois verificar a cada 1 hora. Monitorar a formação do globo de pinard (hemostasia uterina). Monitorar sangramento e atentar-se para sinais de choque hipovolêmico. Verificar contração e involução uterina. Avaliação da Mulher no Puerpério O que avaliar? Involução Uterina; Lóquios; Vagina; Vulva e Períneo; Assoalho Pélvico Colo Uterino; Aparelho Circulatório 21 22 18/03/2020 12 1. Involução Uterina Imediatamente após a dequitação da placenta, o corpo uterino forma um “globo” muscular duro, cujo ápice fica entre a cicatriz umbilical e a sínfise púbica. Ao término de 5 ou 6 semanas após o parto o útero atinge seu tamanho normal. O peso uterino após o parto é de 1000 g, uma semana depois é de 500 g e no final do puerpério é de 40 a 60 g. 1. Involução Uterina Medir a altura uterina (AU): Na palpação localizar o fundo uterino e localizar a cicatriz umbilical. Mensurar quantos centímetros o útero está acima ou abaixo da cicatriz umbilical. EX. Útero contraído e involuído 4 cm abaixo ou acima da cicatriz umbilical. 23 24 18/03/2020 13 2. Lóquios A hemorragia na zona de inserção da placenta e os produtos da cavidade uterina formam os lóquios. Composição do lóquios: - Sangue - Retalhos Teciduais - Células epiteliais - Muco Qualquer patologia no endométrio, colo uterino ou vagina, altera ascaracterísticas dessa secreção, tanto na cor, como quantidade e odor. 2. Loquios Classificação dos lóquios: - Rubro: apresentam-se sanguinolento após o parto. - Fusco: tornam-se escuros ao fim de dois dias. - Flavo: após o período de dez dias adquirem coloração amarelada. - Alvo: aos poucos se tornam brancos e serosos. 25 26 18/03/2020 14 2. Loquios Avaliar na Mulher em relação ao lóquios: - Quantidade. - Coloração. - Odor. Vagina, Vulva e Períneo 3. Vagina: A vagina requer algum tempo para se recuperar da distensão que sofreu, raramente voltando a condição de nulípara. As pregas vaginais reaparecem ao fim da 3º semana. 4. Vulva e Períneo: Também involuem rapidamente, quase readquirindo suas características primitivas, desde que as eventuais lacerações do parto tenham sido convenientemente suturadas. 27 28 18/03/2020 15 5. Assoalho Pélvico Embora a musculatura desta região readquira seu tônus normal, devido as lacerações, principalmente dos músculos elevadores do ânus pode permanecer frouxa, originando as distopias uterinas e vesicais (Prolapso uterino, Cistocele). 6. Colo Uterino: Imediatamente após a dequitação da placenta, o colo apresenta-se flácido com limites mal delimitados. Mas no final da primeira semana, torna-se tão estreito, que dificilmente admite um dedo. 29 30 18/03/2020 16 Aparelho Circulatório Ocorre uma mudança na topografia, o coração volta para seu lugar certo ou seja o lugar que ocupava antes da gestação. Diminui o edema. Pulso: 50 a 60 bat./min devido a perda de líquidos. Assistência de Enfermagem no período puerperal Cuidados de Enfermagem: 1. Aferir SSVV; 2. Orientar os cuidados com a higiene pessoal, com o objetivo de esclarecer dúvidas e tabus; 3. Estimular a deambulação o mais precoce possível; 4. Orientar os cuidados com as mamas (higiene, banho de sol) com o objetivo de evitar as fissuras e rachaduras; 5. Estimular o aleitamento materno (orientações e apoio); 6. Verificar a contração e involução uterina, com o objetivo de diagnóstico precoce de atonia uterina e dor; 31 32 18/03/2020 17 Assistência de Enfermagem no período puerperal Cuidados de Enfermagem: 7. Realizar exame cuidadoso do abdome como um todo atentando para identificação de vísceras aumentadas e ou dolorosas, sendo necessário atentar para a ausculta dos ruídos hidroaéreos; 8. Verificar quantidade, aspecto dos lóquios com o objetivo de diagnóstico precoce de hemorragia; 9. Verificar as eliminações fisiológicas (evacuação e diurese); 10. Estimular o aleitamento materno (orientações e apoio); 11. Inspecionar local da incisão cirúrgica (cesárea) em busca de sinais de infecção, e períneo (PVE) em busca de infecção e hematomas; Assistência de Enfermagem no período puerperal Cuidados de Enfermagem: 12. Orientar a lavagem do períneo a cada episódio de evacuação ou micção, para prevenir infecção; 13. Orientar a lavagem da incisão cirúrgica com água e sabão e secar bem no momento do banho (cesárea), com o objetivo de prevenir infecção; 14. Estimular a ingestão de líquidos e dieta alimentar balanceada; 15. Orientar a abstinência sexual durante 40 dias; 16. Orientar os cuidados com o Recém-Nascido (banho, eliminações, troca de fraldas, cuidados com coto umbilical, sono e repouso); 33 34 18/03/2020 18 Assistência de Enfermagem no período puerperal Cuidados de Enfermagem: 17. Agendar consulta médica de retorno em 1 semana, visando uma reavaliação da paciente em curto período de tempo com os objetivos de observar os estado geral da puérpera; 18. Estimular o vínculo mãe e filho; 19. Verificar possíveis intercorrências: alterações emocionais, hipertensão, febre, dor em baixo-ventre ou nas mamas, presença de corrimento com odor fétido, sangramentos intensos; 20. Observar e avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento e pega da aréola; Assistência de Enfermagem no período puerperal Cuidados de Enfermagem: 21. Inspecionar genitais externos, atentando para a mucosa genital e condições da episiotomia; 22. Aconselhamento e Planejamento Familiar; 23. Identificar problemas/necessidades da mulher e do recém-nascido, com base na avaliação realizada. 35 36 18/03/2020 19 Assistência de Enfermagem no período puerperal Principais complicações no puerpério: Hemorragia (hipotonia uterina); Infecção Puerperal; Tromboflebites; Mastite; Infecções do Trato urinário Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Manual Técnico Pré-natal e puerpério: Atenção humanizada. Brasília, DF, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica da Saúde da Mulher. Urgências e Emergências Maternas: guia para diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna. Brasília: Ministério da Saúde, DF, 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada a mulher. Brasília: Ministério da Saúde, DF, 2001 37 38