Prévia do material em texto
MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes O Sangue MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 1. Composição do Sangue e Funções 2. Eritrócitos 3. Tipos Sanguíneos Conteúdo MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 1. Composição do Sangue e Funções •Suspensão de elementos sanguíneos (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) no plasma sanguíneo. •Distribui-se através do sistema circulatório constituído por vasos (artérias e veias). Os elementos sanguíneos podem ser separados do plasma sanguíneo usando força centrífuga. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Centrifugação 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Plasma Buffy coat (leucócitos e plaquetas) Eritrócitos Centrifugação Volume de eritrócitos numa amostra de sangue - HEMATÓCRITO 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Plasma Buffy coat Eritrócitos Centrifugação Volume de eritrócitos numa amostra de sangue - HEMATÓCRITO 30 34 38 42 46 50 Masculino Feminino H em at óc rit o (% ) 44 ± 5% 39 ± 4% 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Plasma Buffy coat Eritrócitos HEMATÓCRITO CAMADA BRANCA 1. Composição do Sangue e Funções O plasma sanguíneo, constituindo a porção líquida do sangue, é uma solução colóide de substâncias orgânicas e inorgânicas (eletrólitos, nutrientes, proteínas, hormonas etc.) com a adição de gases sanguíneos dissolvidos. É levemente opalescente e sua cor amarelada pálida é causada pela presença de pigmentos, formados pela deterioração dos eritrócitos. O volume de plasma sanguíneo é de aproximadamente 2,8-3,5 l (40-45 ml/kg de peso corporal). Juntamente com a linfa, compõe até 25% de líquido extracelular. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Plasma Buffy coat Eritrócitos Centrifugação 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Policitemia Plasma Buffy coat Eritrócitos Centrifugação 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 1. Composição do Sangue e Funções Nos nossos vasos sanguíneos circulam cerca de 4,5-6 L de sangue, o que representa aproximadamente 6-9% do peso corporal. As mulheres têm, em média, 3,5-5 L de sangue. Os homens têm, em média, 4,5-6 L de sangue. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Funções do Sangue 1) Transporte de nutrientes, produtos metabólicos, gases sanguíneos (oxigénio e dióxido de carbono) or moléculas sinalizadoras 2) Função Imunitária 3) Manter a homeostasia da água, iões e do pH 4) Distribuição de calor pelo corpo 5) Coagulação sanguínea 1. Composição do Sangue e Funções MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Funções do sangue 1) Transporte de nutrientes, produtos metabólicos, gases sanguíneos (oxigénio e dióxido de carbono) or moléculas sinalizadoras 2) Função Imunitária 3) Manter a homeostasia da água, iões e do pH 4) Distribuição de calor pelo corpo 5) Coagulação sanguínea Distribuição Regulação Proteção MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Funções do sangue 1) Transporte de nutrientes, produtos metabólicos, gases sanguíneos (oxigénio e dióxido de carbono) or moléculas sinalizadoras Distribuição Regulação Proteção 2) Função Imunitária 5) Coagulação sanguínea 3) Manter a homeostasia da água, iões e do pH 4) Distribuição de calor pelo corpo MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Viscosidade do sangue Viscosidade é um valor que caracteriza um atrito interno de um fluido. Depende principalmente das forças atrativas entre as partículas. Sob condições fisiológicas, a viscosidade do sangue é cerca de 3x maior que a viscosidade da água. A viscosidade do sangue está diretamente relacionada ao número de glóbulos vermelhos (hematócrito). Vi sc os id ad e Sangue Água Plasma Níveis fisiológicos normais do sangue Água Sangue Plasma MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Viscosidade do sangue Viscosidade é um valor que caracteriza um atrito interno de um fluido. Depende principalmente das forças atrativas entre as partículas. Sob condições fisiológicas, a viscosidade do sangue é cerca de 3x maior que a viscosidade da água. A viscosidade do sangue está diretamente relacionada com número de glóbulos vermelhos (hematócrito). Vi sc os id ad e Sangue Água Plasma Níveis fisiológicos normais do sangue MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Elementos do sangue MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 2. Eritrócitos Eritrócitos •Elementos anucleados; •Formato bicôncavo; •Medem cerca de 7,2 μm - 7,5 μm de diâmetro. •O volume globular médio de eritrócitos (VGM) é 84-96 femtolitros (fl ou 10−15 L). •Se o diâmetro dos eritrócitos for maior que 8 μm e o VGM maior que 96 fl, esses eritrócitos são chamados macrócitos. •Se o diâmetro for menor que 6 μm e o VGM menor que 84 fl, essas células são chamadas micrócitos. 7,2- 7,5 μm 0,8 μm 2,1 μm MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritrócitos •A forma bicôncava e a flexibilidade únicas dos eritrócitos são fornecidas pelas proteínas fibrilhares espectrina e anquirina, ambas envolvidas no grupo de proteínas da membrana periférica (localizadas na região interna da membrana plasmática). 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritrócitos •Os glóbulos vermelhos maduros não contêm organelos celulares necessários para a síntese de hemoglobina. •A hemoglobina do tipo adulto (Hb A1) é uma proteína composta por duas cadeias α- e β-polipeptídicas e quatro moléculas de heme contendo iões ferro (Fe2 +). Dependendo da ligação do oxigénio ao ferro: •Oxihemoglobina é hemoglobina com oxigénio; •Carbaminohemoglobina contém dióxido de carbono. • Contudo, a a hemoglobina tem maior afinidade para com o monóxido de carbono - o derivado é chamado carboxihemoglobina. Fe2+ 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritrócitos - metabolismo •A principal fonte de ATP (energia) para os eritrócitos é a glicose. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese •Processo de formação dos eritrócitos. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Taxas relativas de produção de glóbulos vermelhos na medula óssea de diferentes ossos em diferentes idades. Idade (anos) C el ul ar id ad e (% ) Vértebra Costela Tíbia Esterno Fém ur Eritropoiese 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese Proeritroblasto Eritroblasto basofílico Eritroblasto Policromatófilo Eritroblasto Ortocromático Reticulócito Eritrócitos Medula óssea Célula Estaminal Hematopoiética Célula Estaminal Mielóide 7 dias Ejeção do núcleo 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese Proeritroblasto Eritroblasto basofílico Eritroblasto Policromatófilo Eritroblasto Ortocromático Reticulócito Eritrócitos Medula óssea Célula Estaminal Hematopoiética Célula Estaminal Mielóide 7 dias Ejeção do núcleo Eritropoietina (EPO) Oxigenação dos Tecidos Redução • Redução do Volume de Sangue • Anemia • Disfunção da Hemoglobina • Fluxo sanguíneo fraco • Doença Pulmonar 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese Urrutia et al. (2016). Prolyl-4-hydroxylase 2 and 3 coregulate murine erythropoietin in brain pericytes. Blood. 128;21:2550-60. •Medula óssea •Pericitos cerebrais (célulamesenquimal, associada com as paredes de vasos sanguíneos pequenos) (Urrutia et al. 2016). Figure 4. Brain pericytes express Epo mRNA. (A) (Left) Representative image of a striatal section (ST) containing pericytes that coexpress Epo (green signal) and Pdgfrb transcripts (red signal). Nuclei are stained with 4’,6-diamidino-2- phenylindole (DAPI; blue fluorescence). Bright white structures inside the vessels represent RBCs. (Right) Percentage of Pdgfrb1 cells coexpressing Epo mRNA (white bar) or Epo1 cells coexpressing Pdgfrb transcripts (black bar) (n=3). (B) (Left) Representative image of a hippo- campal section (HP) containing pericytes that coex- press Epo (green signal) and Pdgfrb transcripts (red signal). Nuclei are stained with DAPI (blue signal). (Right) Percentages of Pdgfrb1 cells that coexpress Epo transcripts (white bar) or Epo1 cells that coexpress Pdgfrb transcripts (black bar) (n=3). 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese Proeritroblasto Eritroblasto basofílico Eritroblasto Policromatófilo Eritroblasto Ortocromático Reticulócito Eritrócitos Medula óssea Célula Estaminal Hematopoiética Célula Estaminal Mielóide 7 dias Maturação final Vitamina B12 (Cianocobalamina) Ácido Fólico 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese Proeritroblasto Eritroblasto basofílico Eritroblasto Policromatófilo Eritroblasto Ortocromático Reticulócito Eritrócitos Medula óssea Célula Estaminal Hematopoiética Célula Estaminal Mielóide 7 dias Maturação final Vitamina B12 (Cianocobalamina) Ácido Fólico •Devido à necessidade contínua de formação de glóbulos vermelhos, as células eritropoiéticas da medula óssea são as que mais crescem e se reproduzem mais rapidamente em todo o corpo. •A sua maturação e taxa de produção são afetadas grandemente pelo estado nutricional de uma pessoa. •Especialmente importante para a maturação final das hemácias estão duas vitaminas, vitamina B12 e ácido fólico. Ambas as vitaminas são essenciais para a síntese de ADN, porque cada uma, de uma maneira diferente, é necessária para a formação de trifosfato de timidina, um dos elementos essenciais do ADN. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese •A deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico causam falhas/ erros na maturação na Eritropoiese. •A falta de vitamina B12 ou ácido fólico causa DNA anormal e falha na maturação nuclear e divisão celular. Além disso, as células eritroblásticas da medula óssea, além de não proliferam rapidamente, produzem eritrócitos maiores que o normal, chamadas macrócitos com uma membrana frágil. Esta falta de eritrócitos por défice de Vitamina B12 ou Ácido Fólico origina 2 tipos de anemias: Anemia Perniciosa: má absorção de Vitamina B12 pelo sistema gastrointestinal. Anemia Megaloblástica: défice de Ácido Fólico 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese - Metabolismo do Ferro •Quando o ferro é absorvido pelo intestino delgado, ele combina-se imediatamente no plasma sanguíneo a apotransferrina (uma beta-globulina), dando origem à transferrina, que transporta o ferro no plasma. •O ferro tem uma ligação fraca à transferrina e, consequentemente, pode ser libertado para qualquer célula tecidular em qualquer ponto do corpo. •O excesso de ferro no sangue é depositado especialmente fígado e, em menor porção, na medula óssea. •No citoplasma celular, o ferro combina-se, principalmente, com a apoferritina (uma proteína), para formar a ferritina. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese - Metabolismo do Ferro •Quantidades menores de ferro nas zonas de armazenamento encontram-se numa forma extremamente insolúvel chamada hemossiderina. •A hemossiderina acumula-se nas células na forma de grandes aglomerados que podem ser observados microscopicamente como partículas grandes. Por outro lado, as partículas de ferritina são tão pequenas e dispersas que geralmente podem ser vistas no citoplasma celular apenas com um microscópio eletrónico. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritropoiese - Metabolismo do Ferro •Quando a quantidade de ferro no plasma diminui, parte da ferritina é removida facilmente e transportada na forma de transferrina no plasma para as áreas do corpo onde é necessário. •Uma característica única da molécula de transferrina é que ela se liga fortemente a receptores nas membranas celulares dos eritroblastos na medula óssea. •Em pessoas que não têm quantidades adequadas de transferrina no sangue, a falha no transporte de ferro para os eritroblastos causa anemia hipocrómica grave (ou seja, eritrócitos com menos hemoglobina do que o normal). 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Eritrócito - ciclo de vida •Tempo de vida médio: 120 dias. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Anemias •Défice de hemoglobina no sangue, que pode ser causada por poucos glóbulos vermelhos ou por hemoglobina nas células. Por perda de sangue Anemia aguda pós traumática Anemia crónica por perdas – Anemia ferropénica Por perturbação da eritropoiese Carenciais Ferro, vit. B12, ou folatos, A. da fome, A. do escorbuto Não carenciais Infeções, IR, Hipotiroidismo, doenças hepáticas, A.Aplásica, A.sideroblástica, etc. Por destruição eritrocitária (Anemias hemolíticas) Defeito do eritrócito Doenças da membrana do eritrócito, (intrínseco) eritroenzimopatias, hemoglobinopatias, Talassemias Esferocitose hereditária, etc. Agressão ao eritrócito Parasitas (malária), venenos e toxinas, trauma (microangiopatias), imunes (anto-anticorpos – Anemia hemolítica por anticorpos a quente/anticorpos a frio). Quanto à causa 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Anemias Microcítica e hipocrómica (VGM < 84 fl) Anemia ferropénica Anemia sideroblástica Síndromes talassémicos Doenças inflamatórias crónicas Intoxicação por chumbo - Por perda crónica de sangue - Aporte de ferro deficiente Macrocítica (VGM > 96fl) Anemia megaloblástica Deficiência de vit.B12 - Def. nutricional, má absorção, fármacos (colchicina, neomicina), tabagismo. Deficiência de ácido fólico Def. nutricional (fome, escorburo), má absorção, Aumento das necessidades (gravidez, exercício físico, neoplasias, hipertiroidismo, doenças inflamatórias crónicas, alcoolismo, síndromes mielodisplásicos. Fármacos Antiepiléticos e alguns citostáticos Normocítica e normocrómica (VGM= 84-96 fl) Anemias das doenças inflamatórias crónicas (ex.: artrite reumatóide), Anemias Aplásicas, Invasão da medula óssea, hemorragias agudas recentes, anemias hemolíticas Quanto ao tamanho e coloração dos Eritrócitos 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Anemias | Efeitos no sistema circulatório Anemia ↑ Resistência Vascular Periférica A viscosidade do sangue desce para 1,5x a viscosidade da água (em vez de 3x) Aumento do output cardíaco (da quantidade de sangue bombeada) Hipoxia ↑ Dilatação Vascular Periférica Diminuído transporte de O2 no sangue Aumento do retorno venoso (da quantidade de sangue que regressa ao coração) 3-4x superior ao normal Aumento da força de contração Insuficiência Cardíaca Aguda CRONICIDADE 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Policitemia •Excesso de eritrócitos que aumentam a viscosidade sanguínea •Existem 3 causas principais: Policitemia Vera Policitemia Secundária Doping Sanguíneo 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Policitemia Vera •Causada por uma aberração genética nas células hemocitoblásticas que produzem as células sanguíneas. •As células blásticas não param de produzir hemácias. •Geralmente,causa também excesso de produção de glóbulos brancos e plaquetas. •A contagem de hemácias pode ser de 7 a 8 milhões/mm3 e o hematócrito pode ser de 60 a 70%, em vez dos 40 a 45% normais. •Na policitemia vera, aumenta: •Hematócrito; •Volume total de sangue; • A viscosidade do sangue (de 3 para 10 x a viscosidade da água) •Obstrução dos capilares sanguíneos. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Policitemia Secundária •Sempre que os tecidos se tornam hipóxicos por causa de muito pouco oxigénio no ar respirado, como em grandes altitudes, ou devido à falha no fornecimento de oxigênio aos tecidos, como na insuficiência cardíaca, os órgãos formadores de sangue produzem automaticamente grandes quantidades de oxigênio. quantidade de hemácias extras. •Essa condição é chamada policitemia secundária ou vera, e a contagem de glóbulos vermelhos geralmente aumenta para 6 a 7 milhões / mm3, cerca de 30% acima do normal. •O tipo mais comum de policitemia secundária - policitemia fisiológica - ocorre em nativos que vivem a grandes altitudes, onde o oxigénio atmosférico é muito baixo. •Neste tipo de policitemia, as pessoas realizam razoavelmente as suas tarefas, mesmo numa atmosfera tão rarefeita. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Policitemias | Efeitos no sistema circulatório CRONICIDADE Policitemia ↓ Velocidade do Retorno Venoso Output cardíaco próximo do normal↑ Velocidade do Retorno Venoso A viscosidade do sangue aumenta O Volumente do sangue aumenta + - • A pressão arterial é normal na maioria das pessoas com policitemia, embora em cerca de 1/3 dos casos a pressão arterial está elevada. Ou seja, os mecanismos de regulação da pressão arterial geralmente compensam, mas se esses fatores de regulação falham, desenvolve-se uma hipertensão arterial. • Geralmente, devido aos níveis elevados de desoxigenação da hemoglobina, os pacientes com policitemia apresentam uma tez avermelhada com cianose (um tom azulado) na pele. 2. Eritrócitos MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Contexto histórico 3. Tipos sanguíneos •Existem cerca de 30 antígenos importantes e centenas de sem importância na membrana eritrocitária. •Karl Landsteiner examinou mortes frequentes após transfusões de sangue no século XX. Ele descobriu três tipos sanguíneos: A, B e C. Devido a essa descoberta, ele recebeu o prémio Nobel da Medicina (1930). Karl Landsteiner (1868-1943) 1930 MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Sistema AB0 3. Tipos sanguíneos •Tipo sanguíneo mais conhecido e mais importante. •Existem dois antigénios: A e B, que são expressos na membrana eritrocitária. Esses antigénios também são chamados aglutinogénios (glicolípidos, sendo a porção scôarídea que determina o tipo de sangue), de acordo com sua capacidade de aglutinar eritrócitos, se algum anticorpo estiver presente. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Sistema AB0 3. Tipos sanguíneos •Os indivíduos diferem no tipo de sangue por expressão genética presente no cromossoma 9. •Este gene codifica uma enzima, catalisando a síntese de uma parte terminal do sacárido. O alelo A e o alelo B são codominantes. Assim, a transferase A e a transferase B podem existir juntas. Também existe um alelo H recessivo. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Sistema AB0 3. Tipos sanguíneos •Portanto, existem quatro opções: 1. O indivíduo tem um tipo sanguíneo A - seu genótipo inclui uma combinação de alelos AA ou AH 2. O indivíduo tem um tipo sanguíneo B - seu genótipo inclui uma combinação de alelos BB ou BH 3. O indivíduo tem sangue do tipo AB - seu genótipo inclui uma combinação de AB 4. O indivíduo tem sangue tipo 0 - seu genótipo inclui dois alelos recessivos HH MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 3. Tipos sanguíneos •De acordo com essas características: •O tipo AB seria considerado um receptor universal. •O tipo 0 seria considerado dador universal. •Mas essa norma foi abandonada, porque a expressão de antigénios eritrocitários é muito mais complicada do que se pensava anteriormente. Hoje, conceitos de daador ou receptor universal já não são aceites. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Sistema Rhesus (Rh) 3. Tipos sanguíneos •Para além do tipo AB0, o sistema Rh também é importante na transfusão de sangue. •Diferem porque: •No sistema AB0, as aglutininas plasmáticas responsáveis por causa r reações t r ans fus iona i s desenvo lvem-se espontaneamente, enquanto que no sistema Rh quase nunca ocorrem aglutininas espontâneas. •Em vez disso, a pessoa deve primeiro ser exposta massivamente a um antígeno Rh, como por exemplo numa transfusão de sangue contendo o antigénio Rh, antes que se desenvolvam aglutininas suficientes para causar uma reação transfusional significativa. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Rh+ (positivo) e Rh- (negativo) 3. Tipos sanguíneos •Existem seis tipos comuns de antigénios Rh, cada um dos quais é chamado de fator Rh: C, D, E, c, d, e. •A pessoa que tem um antigénio C não possui o antigénio c, mas a pessoa que falta o antígeno C tem sempre o antigénio c. O mesmo vale para os antígenos D-d e E-e. Além disso, devido à maneira de herança desses fatores, cada pessoa possui um de cada um dos três pares de antigénios. •O antigénio do tipo D é amplamente prevalente na população e consideravelmente mais antigênico que os outros antígenos Rh. Diz-se que qualquer pessoa que possua esse tipo de antígeno é Rh-positiva, enquanto uma pessoa que não possui antígeno do tipo D é Rh-negativa. No entanto, deve-se notar que mesmo em pessoas Rh-negativas, alguns dos outros antígenos Rh ainda podem causar reações transfusionais, embora as reações sejam geralmente muito mais brandas. Caucasianos: 85%. Afro-americanos: 95%. Africanos: ~100%. Caucasianos: 15%. Afro-americanos: 5%. Africanos: ~0%. MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes 3. Tipos sanguíneos Sistema AB0-Rhesus (Rh) MIMD | Fisiologia I | Prof. Doutor José João Mendes Doenças eritrocitárias e Medicina Dentária Must read Pathology Oral manifestations of sickle cell disease M. Chekroun,1,2 H. Chérifi,1,2 B. Fournier,2,3 F. Gaultier,1,2 I.-Y. Sitbon,1 F. Côme Ferré2 and B. Gogly*1,2 haemolysis, thus creating an anaemia called haemolytic anaemia.3 In addition, the vascular occlusions further reduce the oxygen supply of the affected organs (Fig. 1). Persons with sickle cell disease are geneti- cally described as being homozygous S/S, with two identical Glu6Val mutations transmitted by each parent. Sickle cell trait refers to genetic haemoglobin diseases characterised by the presence of HbS associated with another Hb abnormality, with the biological and clinical signs depending on the nature of the associa- tion. Some forms are asymptomatic, others are characterised by clinical and haematologic signs close to those of sickle cell disease.2 Composite heterozygous forms (or double heterozygotes) combine an HbS variant with an HbC variant (HbSC form) or with other variants (OArab, DPunjab, for example), or an HbS variant with a β-thalassemia-related mutation.2 Thus, severe sickle cell disease includes: (i) homozygous S/S sickle cell anaemia, the most common and severe form; (ii) composite heterozygous sickle cell disease, S/C, S/β, thalassemia and S/β + thalassemia; and (iii) more rarely, composite heterozygous sickle cell anaemia SDPunjab, SOArab, CatsC, or symptomatic heterozygotes.2 Introduction Sickle cell disease is one of the most common genetic diseases and predominates in persons of African descent.1 It is an autosomal recessive blood disorder associated with production of abnormal haemoglobin, caused by a specific mutation in the gene coding for the β-globin chain. This mutation (which substitutes glutamine to valine at positionsix of the poly- peptide) leads to the production of an altered haemoglobin molecule, termed haemoglobin S (HbS), which causes deformation of the red blood cells and concomitant obstruction of blood vessels.2 In a poorly oxygenated tissue environment, HbS molecules polymerise. This polymerisation leads to the formation of fibres that deform the red blood cells and reduce their plasticity. This, in turn, results in Sickle cell disease is one of the most common autosomal recessive genetic diseases. It gives rise to abnormally shaped red blood cells with altered function, the primary clinical features being haemolytic anaemia and vascular occlusion. Acute complications are frequent and variable and include chest syndrome, stroke, infection mainly due to asplenia, bone pain and priapism. Other chronic complications which can occur are bone necrosis, nephropathy and heart, lung and skin disorders. Oral lesions are also very common and include aseptic pulp necrosis, mucosal damage due to anaemia, fungal infections due to numerous antibiotic therapies, dental eruption delays, bone pain and osteomyelitis of the maxilla, and oral neuropathies, including of the mental nerve of the chin. The oral care of sickle cell patients requires specific precautions such as good management of local anaesthetics, rigorous anti-infective prophylaxis as well as controlled prescription of analgesics. Regular oral follow-up of sickle cell patients is necessary. For newborns at risk, neonatal screening is applied. The diagnosis is made by electropho- resis of haemoglobin. When an abnormality is suspected, it may be necessary to test the forms of Hb present. In this case, different tests are used. Isoelectrofocalisation and high-perfor- mance liquid chromatography (HPLC) allow rapid diagnosis of haemoglobinopathy. These two analytical techniques are currently recom- mended for neonatal screening of sickle cell disease at the international level. Whatever the first-line technique used, it is recommended to use an alternative method in the second line in order to validate the presumed variant (for example, DNA analysis, immunochemistry).4 In the UK, neonatal screening is universal in England, Scotland and Northern Ireland but not in Wales. In England, sickle cell disease affects one of every 2000 individuals at birth; 380,000 persons have the sickle cell trait, and more than 12,500 are sickle cell patients, with the highest prevalence in the African and Caribbean populations.5 The first step in the care of sickle cell patients is to inform the patient and his/her family of the condition. It is a chronic disease, manifested by important and quite varied complications. There are also non-symptomatic complications 1Henri Mondor Hospital, Dental Department, Paris- Descartes University, Ile-de France, France; 2Laboratory of Molecular Oral Pathophysiology, INSERM 1138, Paris, France; 3Rothschild Hospital, Centre de référence MAFACE, Paris-Diderot University, Paris, France *Correspondence to: Bruno Gogly Email: bruno.gogly@aphp.fr Refereed Paper. Accepted 14 September 2018 DOI: 10.1038/sj.bdj.2019.4 Sickle cell disease is one of the most common genetic diseases caused by a specific mutation in the gene coding for the ß-globin chain. While systemic complications are well documented, oral complications are less so. They include aseptic pulp necrosis, mucosal lesions, dental eruption delays, bone pain and osteomyelitis of the maxilla, and oral neuropathies. The oral care of sickle cell patients requires specific precautions such as good management of local anaesthetics, rigorous anti-infective prophylaxis as well as controlled prescription of analgesics. Key points VERIFIABLE CPD PAPER CLINICAL BRITISH DENTAL JOURNAL | VOLUME 226 NO. 1 | JANUARY 11 2019 27 �$$(!(�+ ɥ ).41-�+ ɥ .$ ɥ 3'# ɥ �1(3(2' ɥ �#-3�+ ɥ �22.!(�3(.-ƥ