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CDC (material Lei Seca + questões)

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - CDC
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: Lei 13.425/2017.
Última atualização jurisprudencial: 15/01/20 - Info 591, 592, 600, 614 e 636 (art. 1º); Info 639 (art. 51, §2º); Info 639 (art. 39, I); Info 640 (art. 39, IX); Info 641 (art. 43, §1º); Info 642 (art. 3º); Info 642 (art. 14); Info 580 (art. 94); Info 648 (art. 14, §1º); Info 649 (art. 2º); Info 651 (art. 51, XII); Sem Info (art. 53 – contribuição @mafaldaleitora). 
Última atualização questões de concurso: 12/02/2020.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no CDC).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
	
	Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
         O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
TÍTULO I
Dos Direitos do Consumidor
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
        Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. (MPMT-2008) (TJPA-2012) (MPMG-2012) (TJCE-2014) (TJPE-2013) (TJSC-2017)
	(MPRS-2016): Nas relações de consumo não se aplica a regra do pacta sunt servanda.
##Atenção: O direito material tradicional, concebido à luz dos princípios romanistas, tais como a autonomia de vontade, o pacta sunt servanda e a própria responsabilidade subjetiva, ficou ultrapassado, se revelando ineficaz para dar proteção efetiva ao consumidor." (Interesses difusos e coletivos esquematizado / Adriano Andrade, Cleber Masson - p.610).
(TJSP-2014-VUNESP): A Lei n.º 8.078/90 é norma de ordem pública e de interesse social, geral e principiológica e, com base no parágrafo 1.º do artigo 2.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, sempre revoga as anteriores incompatíveis, quer estas sejam gerais ou especiais. BL: art. 1º, CDC.
##Atenção: Luiz Antônio Rizzato Nunes explica o seguinte: “A Lei n. 8.078 é norma de ordem pública e de interesse social, geral e principiológica, o que significa dizer que é prevalente sobre todas as demais normas especiais anteriores que com ela colidirem. As normas gerais principiológicas, pelos motivos que apresentamos no início deste trabalho ao demonstrar o valor superior dos princípios, têm prevalência sobre as normas gerais e especiais anteriores" (RIZZATTO NUNES, Luiz Antonio. Comentários ao CDC. 3. ed. Saraiva, 2007. p. 91).
(TJGO-2012-FCC): O CDC estabelece normas de defesa e de proteção do consumidor, de ordem pública e de interesse social, regulamentando normas constitucionais a respeito. BL: art. 1º, CDC.
(MPMG-2012): A formação dos Estados Democráticos, para além da conformação do monismo normativo, transformou a vida das pessoas no reconhecimento dos novos valores sociais e na convivência com as diferenças, propiciando novo corte na hermenêutica do Direito no que respeita ao pluralismo jurídico. Sobre a técnica de coordenação das diferentes fontes jurídicas, revelada na aproximação do CDC com o CC/02, é correto dizer: Pela dimensão coordenação, há a possibilidade de transposição da reflexão doutrinária e jurisprudencial de uma codificação para outra codificação mais recente.
(TJSC-2009): O “Diálogo Sistemático de Subsidiariedade” consiste na aplicação prioritária do CDC e subsidiária do Código Civil.
##Atenção: ##MPMG-2012:  Claudia Lima Marques nos dá a resposta ao trazer sua visão sobre os três tipos de “diálogo" possíveis entre CDC e Código Civil:
“1) na aplicação simultânea das duas leis, uma lei pode servir de base conceitual para a outra (diálogo sistemático de coerência), especialmente se uma lei é geral e a outra especial, se uma é a lei central do sistema e a outra um microssistema específico, não completo materialmente, apenas com completude subjetiva de tutela de um grupo da sociedade; 
2) na aplicação coordenada das duas leis, uma lei pode complementar a aplicação da outra, a depender de seu campo de aplicação no caso concreto (diálogo sistemático de complementaridade e subsidiariedade em antinomias aparentes ou reais), a indicar a aplicação complementar tanto de suas normas, quanto de seus princípios, no que couber, no que for necessário ou subsidiariamente; 
3) ainda há o diálogo das influências recíprocas sistemáticas, como no caso de uma possível redefinição do campo de aplicação de uma lei (assim, por exemplo, as definições de consumidor stricto sensu e de consumidor equiparado podem sofrer influências finalísticas do Código Civil, uma vez que esta lei vem justamente para regular as relações entre iguais, dois iguais-consumidores ou dois iguais-fornecedores entre si — no caso de dois fornecedores, trata-se de relações empresariais típicas, em que o destinatário final fático da coisa ou do fazer comercial é um outro empresário ou comerciante —, ou, como no caso da possível transposição das conquistas do Richterrecht (direito dos juízes), alçadas de uma lei para a outra. É a influência do sistema especial no geral e do geral no especial, um diálogo dedouble sens (diálogo de coordenação e adaptação sistemática)" (Bolzan, Fabrício. Direito do Consumidor Esquematizado. 2.ed. – São Paulo: Saraiva, 2014).
        Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. (TJRR-2008) (MPRO-2008) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (MPMG-2010) (TJES-2011) (TJRO-2011) (TJPB-2011) (MPPR-2011) (TJMS-2012) (TJAC-2012) (TJCE-2012) (TJPA-2012) (TJBA-2012) (TJAM-2013) (TJPR-2010/2011/2012/2013/2014) (TJAP-2014) (MPSC-2014) (TJPE-2015) (TJGO-2015) (MPSP-2015) (TRF1-2015) (TJSC-2013/2017)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: Não se aplica o CDC aos contratos administrativos, tendo em vista que a Administração Pública já goza de outras prerrogativas asseguradas pela lei. A fiança bancária, quando contratada no âmbito de um contrato administrativo, também sofre incidência do regime publicístico, uma vez a contratação dessa garantia não decorre da liberdade de contratar, mas da posição de supremacia que a lei confere à Administração Pública nos contratos administrativos. Pode-se concluir, portanto, que a fiança bancária acessória a um contrato administrativo também não representa uma relação de consumo. STJ. 3ª T. REsp 1.745.415-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 14/05/19 (Info 649).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: Contrato de conta-corrente mantida entre corretora de Bitcoin e instituição financeira: não se aplica o CDC. A empresa corretora de Bitcoin que celebra contrato de conta-corrente com o banco para o exercício de suas atividades não pode ser considerada consumidora. Não se trata de uma relação de consumo. A empresa desenvolve a atividade econômica de intermediação de compra e venda de Bitcoins. Para realizar essa atividade econômica, utiliza o serviço de conta-bancária oferecido pela instituição financeira. Desse modo, a utilização desse serviço bancário (abertura de conta-corrente) tem o propósito de incrementar sua atividade produtiva de intermediação, não se caracterizando, portanto, como relação jurídica de consumo, mas sim de insumo. Em outras palavras, o serviço bancário de conta-corrente é utilizado como implemento de sua atividade empresarial, não se destinando, pois, ao seu consumo final. Logo, não se aplicam as normas protetivas do CDC. STJ. 3ª T. REsp 1696214-SP,Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 9/10/18 (Info 636).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: As normas protetivas do CDC não se aplicam ao seguro obrigatório (DPVAT). STJ. 3ª T. REsp 1.635.398-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 17/10/17 (Info 614).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: Deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre a pessoa natural, que visa a atender necessidades próprias, e as sociedades que prestam, de forma habitual e profissional, o serviço de corretagem de valores e títulos mobiliários. Ex: João contratou a empresa “Dinheiro S.A Corretora de Valores” para que esta intermediasse operações financeiras no mercado de capitais. Em outras palavras, João contratou essa corretora para investir seu dinheiro na Bolsa de Valores. A relação entre João e a corretora é uma relação de consumo. STJ. 3ª T. REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 14/3/17 (Info 600).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: A condição de consumidor do promitente-assinante não se transfere aos cessionários do contrato de participação financeira. Ex: João firmou contrato de participação financeira com a empresa de telefonia. João cedeu os direitos creditícios decorrentes do contrato para uma empresa privada especializada em comprar créditos, com deságio. A empresa cessionária, ao ajuizar demanda contra a companhia telefônica pedindo os direitos decorrentes deste contrato, não poderá invocar o CDC. As condições personalíssimas do cedente não se transmitem ao cessionário. STJ. 3ª T. REsp 1.608.700-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 9/3/17 (Info 600).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou incorporadora. STJ. 3ª T. REsp 1.560.728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 18/10/16 (Info 592).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: A franquia é um contrato empresarial e, em razão de sua natureza, não está sujeito às regras protetivas previstas no CDC. A relação entre o franqueador e o franqueado não é uma relação de consumo, mas sim de fomento econômico com o objetivo de estimular as atividades empresariais do franqueado. O franqueado não é consumidor de produtos ou serviços da franqueadora, mas sim a pessoa que os comercializa junto a terceiros, estes sim, os destinatários finais. STJ. 3ª T. REsp 1.602.076-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 15/9/16 (Info 591).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: O CDC não é aplicável à relação jurídica entre participantes ou assistidos de plano de benefício e entidade de previdência complementar fechada, mesmo em situações que não sejam regulamentadas pela legislação especial. STJ. 2ª S. REsp 1.536.786-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 26/8/2015 (Info 571).
##Atenção: ##STJ: ##TJRN-2013: ##CESPE: As relações contratuais entre clientes e advogados são regidas pelo Estatuto da OAB, aprovado pela Lei 8.906/94, a elas não se aplicando o CDC. Dito de outro modo, a legislação consumeirista não se aplica à prestação de serviços de advocacia. STJ, 3ª T. REsp 1228104/PR, Min. Rel. Sidnei Beneti, j. 15/03/12 (Info 493).
##Atenção: ##STJ: Súmula 608-STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
##Atenção: ##STJ: Súmula 563-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
	(MPMG-2018): É possível a incidência do CDC, nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser a destinatária final do produto ou serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade. BL: art. 2º, CDC.
##Atenção: É a chamada "teoria finalista mitigada", ou ainda “aprofundada”, pela qual a vulnerabilidade do adquirente pode vir a caracterizar a relação jurídica como de consumo (STJ. 3ª Turma. REsp 1.195.642/RJ, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 13.11.2012)
(MPSC-2014): O conceito de consumidor não leva em conta o aspecto subjetivo, mas tão somente a natureza da posição ocupada em determinada relação jurídica, de modo que uma pessoa pode ser considerada consumidor em determinada situação e, no momento seguinte, em outra relação jurídica, ser caracterizada como fornecedor. 
(TJPA-2012-CESPE): Considera-se consumidor a pessoa que adquire o produto ou o serviço ou, ainda, a que, não o tendo adquirido, utiliza. BL: art. 2º, caput, CDC.
(TJPR-2012): A teoria finalista aprofundada se concentra em investigar no caso concreto a noção de consumidor final imediato e a de vulnerabilidade.
##Atenção: Está correta, tendo em vista que a teoria finalista, ao definir o consumidor se preocupa com a subjetividade da definição, quanto à finalidade existencial da retirada do bem do mercado de consumo. Define o consumidor como aquele que adquire o produto ou serviço para utilização própria ou de sua família, e não para fins profissionais, buscando tutelar os mais vulneráveis, nesses casos, os consumidores. 
        Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. (MPRO-2008) (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TJPR-2010/2012) (TJMS-2012) (TJAM-2013) (TJAP-2014) (MPMA-2014) (TJPE-2013/2015) (TJSC-2013/2017) 
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou incorporadora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.560.728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 18/10/16 (Info 592).
##Atenção: Desse modo, o condomínio pode ser incluído nesta definição de consumidor equiparado. O STJ tem, inclusive, um precedente antigo afirmando que é possível a aplicação do CDC nas ações em que o condomínio litiga contra empresa prestadora de serviços, estando presente relação de consumo: “(...) Existe relação de consumo entre o condomínio de quem é cobrado indevidamente taxa de esgoto e a concessionária de serviço público.” (...) STJ. 2ª Turma. REsp 650.791/RJ, Rel. Min. Castro Meira, j. 6/4/06.
	(TJMA-2013-CESPE): De acordo com o CDC, a coletividade está protegida, na condição de consumidor, desde que a coletividade tenha intervindo nas relações de consumo, ainda que não sejam determinadas as pessoas que a compõem. BL: art. 2º, § único, CDC.
(TJPE-2013-FCC): No tocante às relações de consumo, pode-se falar em consumidor por equiparação à coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. BL: art. 2º, § único, CDC.
        Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (MPAM-2007) (TJRR-2008) (MPRR-2008) (MPRO-2008) (MPRN-2009) (TJRO-2011) (TJGO-2009/2012) (TJPA-2009/2012) (TJBA-2012) (TJPR-2008/2010/2012/2013) (TJMG-2014) (TJDFT-2014) (TJMT-2014) (MPMA-2014) (TJPE-2013/2015) (TJSC-2009/2013/2017) (MPSP-2011/2015) (TJCE-2018)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: O conceito legal de “fornecedor” previsto no art. 3º do CDC abrange também a figura do “fornecedor aparente”, que consiste naquele que, embora não tendo participado diretamente do processo de fabricação, apresenta-se como tal por ostentar nome, marca ou outro sinal de identificação em comum com o bem que foi fabricado por um terceiro, assumindo a posição de real fabricante do produto perante o mercado consumidor. O fornecedor aparente, em prol das vantagens da utilização de marca internacionalmente reconhecida, não pode se eximir dos ônus daí decorrentes, em atenção à teoria do risco da atividade adotada pelo CDC. Dessa forma, reconhece-se a responsabilidade solidária do fornecedor aparente para arcar com os danos causados pelos bens comercializados sob a mesma identificação (nome/marca), de modo que resta configurada sua legitimidadepassiva para a respectiva ação de indenização em razão do fato ou vício do produto ou serviço. STJ. 4ª Turma. REsp 1580432-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, j. 6/12/18 (Info 642).
	(MPGO-2016): É considerado fornecedor de produtos ou prestador de serviços, entre outros, a pessoa jurídica de direito público ou privado, a massa falida, o espólio, a sociedade irregular e a sociedade de fato, independentemente de serem ou não filantrópicas ou terem ou não fins lucrativos.
##Atenção: ##TJBA-2012: ##CESPE: “Para o fim de aplicação do CDC, o reconhecimento de uma pessoa física ou jurídica ou de um ente despersonalizado como fornecedor de serviços atende aos critérios puramente objetivos, sendo irrelevantes a sua natureza jurídica, a espécie dos serviços que prestam e até mesmo o fato de se tratar de uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de caráter beneficente e filantrópico, bastando que desempenhem determinada atividade no mercado de consumo mediante remuneração". (STJ, REsp 519310/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 20/04/04, 3ª T.).
(TRF1-2015-CESPE): No que diz respeito à relação jurídica de consumo, assinale a opção correta: O fornecedor equiparado é o terceiro intermediário ou aquele que auxilia na relação de consumo principal, a exemplo dos bancos de dados nos serviços de proteção ao crédito.
##Atenção: A Teoria do fornecedor equiparado foi criada por Leonardo Roscoe Bessa. O autor ampliou o campo de incidência do CDC, por meio de uma visão mais abrangente do conceito de fornecedor. Para Bessa, o “CDC ao lado do conceito genérico de fornecedor (caput, art. 3º), indica e detalha, em outras passagens, atividades que estão sujeitas ao CDC. Talvez, o melhor exemplo seja o relativo aos bancos de dados e cadastros de consumidores (art. 43, CDC)”. A esse respeito, entende o doutrinador que, “até a edição da Lei n. 8.078/90, as atividades desenvolvidas pelos bancos de dados de proteção ao crédito (SPC, SERASA, CCF), não possuíam qualquer disciplina legal. A regulamentação integral de tais atividades surgiu justamente com o CDC, considerando sua vinculação direta com a crescente oferta e concessão de crédito no mercado. Portanto, não há como sustentar, ainda que se verifique que a entidade arquivista não atenda a todos os pressupostos do conceito de fornecedor do caput do art. 3º, que não se aplica o CDC”. O STJ, ainda que de forma indireta, corroborou, neste tema, com a tese apresentada ao editar a Súmula 359, que prevê: “Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição”. Constata-se, desta forma, que ao mantenedor do cadastro de inadimplentes foi imposta uma obrigação típica daquelas direcionadas ao fornecedor no mercado de consumo. Claudia Lima Marques bem resumiu a teoria do fornecedor equiparado, definindo-o como “aquele terceiro na relação de consumo, um terceiro apenas intermediário ou ajudante da relação de consumo principal, mas que atua frente a um consumidor (aquele que tem seus dados cadastrados como mau pagador e não efetuou sequer uma compra) ou a um grupo de consumidores (por exemplo, um grupo formado por uma relação de consumo principal, como a de seguro de vida em grupo organizado pelo empregador e pago por este), como se fornecedor fosse (comunica o registro no banco de dados, comunica que é estipulante no seguro de vida em grupo etc.)” (Disponível em:https://www.passeidireto.com/arquivo/18137151/direito-do-consumidor---esquematizado/34. Acesso em: 08/04/2016).
(TJMA-2013-CESPE): Assinale a opção correspondente a caso em que se identifica objeto de relação de consumo: d) Um hospital presta serviço a cliente credenciado por plano de saúde. 
##Atenção: Para que haja uma relação de consumo é necessário que haja um consumidor e um fornecedor. Nesse caso o hospital é o fornecedor, enquadrado na definição contida no art. 3º do CDC e o cliente do plano de saúde é o consumidor, destinatário final do serviço prestado, enquadrando-se na definição contida no art. 2º do CDC. 
(TJPB-2011-CESPE): Considerando a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta acerca de fornecedor, proteção contratual e responsabilidade: Empresa jornalística não pode ser responsabilizada pelos produtos ou serviços oferecidos por seus anunciantes, sobretudo quando não se infira ilicitude dos anúncios. BL: art. 3º, CDC e entendimento do STJ.
##Atenção: Segundo o STJ, “nos contratos de compra e venda firmados entre consumidores e anunciantes em jornal, as empresas jornalísticas não se enquadram no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do CDC. A responsabilidade pelo dano decorrente do crime de estelionato não pode ser imputada à empresa jornalística, visto que essa não participou da elaboração do anúncio, tampouco do contrato de compra e venda do veículo”. (STJ, REsp 1046241/SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª T., j. 12/8/10). 
(MPMG-2010): Para que um profissional seja considerado fornecedor, o CDC não exige a finalidade de lucro no exercício de suas atividades. BL: art. 3º, CDC.
        § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TJRO-2011) (TJPR-2010/2013) (MPMA-2014) (TJPE-2013/2015) (MPSP-2015) (TJSC-2013/2017)
        § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (TJGO-2009) (MPRN-2009) (TJRO-2011) (MPRS-2012) (TJAM-2013) (TJPR-2010/2013) (TJSC-2013) (MPMA-2014) (TJMG-2014) (TJMT-2014) (MPSC-2014) (TJPE-2013/2015) (MPSP-2015) (MPMS-2015) (MPGO-2016) (MPRO-2008/2017)
	##Atenção: ##CESPE: Crédito educativo custeado pelo Estado ao aluno: Segundo o STJ, “o crédito educativo (Lei 8.436/92) não é serviço bancário, mas programa governamental custeado pela União, no qual a CEF figura como espécie de preposta ou delegada, não havendo subsídio de seus cofres. Destarte, não são aplicáveis as regras do CDC, por não haver qualquer relação de consumo.” (STJ, REsp 479.863/RS).
##Atenção: ##CESPE: Perícia judicial: Para o STJ, “a figura do perito mostra-se inerente à prestação jurisdicional, no âmbito da qual não se travam relações de consumo.” (STJ, REsp 213799).
(TJCE-2014-FCC): São relações jurídicas que se definem como de consumo, e assim se enquadram legalmente, as bancárias, securitárias, financeiras e as concernentes aos serviços prestados por profissionais liberais. BL: art. 3º, §2º c/c art. 14, §4º do CDC e S. 297 do STJ.
(TJSC-2013): Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, exceto as decorrentes das relações de caráter trabalhista, pode ser considerada como serviço, no âmbito da legislação consumeirista. BL: art. 3º, §2º, CDC.
(TJSC-2013): As empresas de financiamento prestam serviço sujeito à tutela da legislação de proteção ao consumidor. BL: STJ, AgRg no AREsp 244430-SC.
(TJSC-2013): O serviço de concessão de crédito está sujeito à incidência da legislação consumeirista. BL: art. 3º, §2º, CDC.
(TJPE-2013-FCC): Não se enquadram ao CDC as relações jurídicas concernentes aos condôminos nos condomínios edilícios. BL: STJ, AgRg no Ag 1122191-SP.
(TJRS-2012): O CDC não é aplicável ao atendimento realizado por hospital público, tratando-se de serviço prestado diretamente pelo Estado. BL: STJ, REsp 1187456-RJ.
(TJBA-2012-CESPE): Considera-se serviço qualquer atividade – salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista – fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, o que inclui as atividades de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária. BL: art. 3º, §2º, CDC.
(TJES-2011-CESPE): No CDC consta expressamente o conceito de consumidor e de fornecedor, os denominados elementos subjetivos da relação jurídica de consumo. Entretanto, nem sempre é possível certificar-se da existência de relação de consumo somente pela análise literal dos artigos do CDC, de modo que o julgador deve conhecer o entendimento dominante dos tribunais superiores. Segundo a jurisprudência do STJ, o CDC se aplicaa serviço de água e esgoto, contrato bancário e contrato de previdência privada. BL: STJ, AgRg no AREsp 239416-RJ; Súmula 297 do STJ; Súmula 563 do STJ.
##Atenção: ##TJBA-2012: ##CESPE: É firme o entendimento no STJ de que a relação entre a empresa concessionária de serviço público de fornecimento de água e o usuário final classifica-se como consumerista. Correta, portanto, a aplicação das disposições do CDC. (STJ, AgRg no Ag 1418635/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma, j. 16/10/2012).
CAPÍTULO II
Da Política Nacional de Relações de Consumo 
        Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) (TJPA-2009) (TJAC-2012)
	(TJSC-2009): Os objetivos da Política Nacional de Relações de Consumo abrangem o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, à sua saúde e à sua segurança, bem como a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, a transparência e a harmonia das relações de consumo. BL: art. 4º, CDC.
        I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; (TJRJ-2011) (MPPR-2011) (TJCE-2012) (TJPR-2013/2017)
	(TJGO-2009-FCC): Em relação à vulnerabilidade do consumidor, é princípio da política nacional das relações de consumo. BL: art. 4º, I, CDC.
        II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
        a) por iniciativa direta; (TJPA-2009) (MPSE-2010)
	(TJPA-2012-CESPE): Com base nos princípios relacionados ao direito do consumidor, assinale a opção correta: O CDC autoriza a intervenção direta do Estado no domínio econômico, para garantir a proteção efetiva do consumidor. BL: art. 4º, II, “a”, CDC.
        b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; (TJSC-2009) (MPSE-2010)
        c) pela presença do Estado no mercado de consumo; (MPSC-2014)
        d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
	(TJPA-2012-CESPE): O CDC autoriza a intervenção direta do Estado no domínio econômico, para garantir a proteção efetiva do consumidor. BL: art. 4º, II, CDC.
Explicação: A intervenção direta do Estado (art. 4º, II, CDC) visa a proteção efetiva do consumidor e busca assegurar-lhe o acesso aos produtos e serviços essenciais e garantir a qualidade e adequação dos produtos (segurança, durabilidade, desempenho).
        III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; (TJAC-2019)
	(TJSC-2009): O princípio da boa-fé objetiva é o princípio máximo do CDC. Pressupõe condutas sociais adequadas a padrões aceitáveis de procedimento e que não induza a resultado danoso. BL: art. 4º, III, CDC.
        IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; (TJRR-2008) (MPSE-2010) (TJCE-2012) (TJSC-2017) (PCPI-2018)
	(TJAC-2019-VUNESP): A Política Nacional das Relações de Consumo é regida pelo seguinte princípio, dentre outros: educação e informação de consumidores e fornecedores quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo. BL: art. 4º, IV, CDC.
        V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; (MPSE-2010)
        VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; (TJAC-2019)
        VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; (TJMT-2009) (TJPB-2011) (TJGO-2012) (TJAC-2019)
        VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo. 
	(PCPI-2018-NUCEPE): Segundo o CDC, a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo e estudo constante das modificações do mercado de consumo. BL: art. 4º, I e VIII, CDC.
        Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros: (TJSC-2010)
        I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente; (TJMT-2009) (MPSE-2010) (TJGO-2012) (TJCE-2012)
        II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; (MPSE-2010)
	(TJSC-2009): Dentre os instrumentos para a execução da Política Nacional de Relações de Consumo encontra-se a instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público. BL: art. 5º, II, CDC.
        III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; (MPSE-2010)
        IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; (MPSE-2010)
	(TJMT-2009-VUNESP): No que pertine ao rol exemplificativo dos instrumentos utilizados pelo poder público para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, encontra-se, na Lei n.º 8.078/90, criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo. BL: art. 5º, IV, CDC.
        V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor. (TJMT-2009) (MPSE-2010)
        §§ 1° e 2º (Vetados).       
CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
        Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
        I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; (MPMG-2010) (MPSP-2012) (TJSC-2013) (TJPA-2014) (DPERN-2015)
        II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; (TJAM-2013) (TJPA-2014)
       III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº 12.741, de 2012) (TJPA-2012) (TJMG-2012) (TJPR-2012) (TJPI-2012) (MPMT-2014) (MPSC-2016) (MPRO-2017) (MPSP-2012/2019)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: O médico deverá ser condenado a pagar indenização por danos morais ao paciente que teve sequelas em virtude de complicações ocorridas durante a cirurgia caso ele não tenha explicado ao paciente os riscos do procedimento. O dever de informar é dever de conduta decorrente da boa-fé objetiva e sua simples inobservância caracteriza inadimplemento contratual, fonte de responsabilidade civil per se. A indenização, nesses casos, é devida pela privação sofrida pelo paciente em sua autodeterminação, por lhe ter sido retirada a oportunidade de ponderar os riscos e vantagens de determinado tratamento que, ao final, lhe causou danos que poderiam não ter sido causadoscaso não fosse realizado o procedimento, por opção do paciente. O dever de informação é a obrigação que possui o médico de esclarecer o paciente sobre os riscos do tratamento, suas vantagens e desvantagens, as possíveis técnicas a serem empregadas, bem como a revelação quanto aos prognósticos e aos quadros clínico e cirúrgico, salvo quando tal informação possa afetá-lo psicologicamente, ocasião em que a comunicação será feita a seu representante legal. O princípio da autonomia da vontade, ou autodeterminação, com base constitucional e previsão em diversos documentos internacionais, é fonte do dever de informação e do correlato direito ao consentimento livre e informado do paciente e preconiza a valorização do sujeito de direito por trás do paciente, enfatizando a sua capacidade de se autogovernar, de fazer opções e de agir segundo suas próprias deliberações. Para que seja cumprido o dever de informação, os esclarecimentos deverão ser prestados de forma individualizada em relação ao caso do paciente, não se mostrando suficiente a informação genérica (blanket consent). O ônus da prova quanto ao cumprimento do dever de informar e obter o consentimento informado do paciente é do médico ou do hospital, orientado pelo princípio da colaboração processual, em que cada parte deve contribuir com os elementos probatórios que mais facilmente lhe possam ser exigidos. A responsabilidade subjetiva do médico (CDC, art. 14, §4º) não exclui a possibilidade de inversão do ônus da prova, se presentes os requisitos do art. 6º, VIII, do CDC, devendo o profissional demonstrar ter agido com respeito às orientações técnicas aplicáveis. Inexistente legislação específica para regulamentar o dever de informação, é o Código de Defesa do Consumidor o diploma que desempenha essa função, tornando bastante rigorosos os deveres de informar com clareza, lealdade e exatidão (art. 6º, III, art. 8º, art. 9º). STJ. 4ª T. REsp 1540580-DF, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Des. Conv. TRF 5ª R), Rel. Acd. Min. Luis Felipe Salomão, j. 2/8/18 (Info 632).
	(TJAC-2019-VUNESP): Almerinda da Silva foi a uma loja de eletrodomésticos e comprou um smartphone importado. Ao chegar em casa verificou que o manual de instruções estava redigido em inglês e por não conhecer a língua, não conseguiu sequer ligar o aparelho. Essa situação indica a violação do seguinte direito básico do consumidor, nos termos do CDC: Informação adequada e clara sobre diferentes produtos e serviços. BL: art. 6º, III, CDC.
        IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; (MPMG-2010) (TJRO-2011) (TJPR-2010/2012) (MPSP-2012) (TJSC-2017)
        V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; (TJPB-2011) (TJRO-2011) (TJES-2011) (TJMS-2008/2012) (TJGO-2012) (TJPA-2012) (MPPR-2012) (TJRJ-2013) (TJSC-2013) (TJPR-2008/2010/2012/2014) (TJMG-2014) (TJDFT-2014) (TJAM-2016) (TJSC-2017) 
	(MPRO-2017-FMP): Sobre os direitos básicos do consumidor, é correto afirmar: Admite a revisão do contrato em razão de fatos supervenientes que afetem seu equilíbrio. BL: art. 6º, V, CDC.
##Atenção: ##TJDFT-2014 e TJAM-2016: ##CESPE: O CDC adotou a Teoria da Quebra da Base Objetiva da relação contratual (art. 6º, V, 2ª parte), de influência germânica, desenvolvida, entre outros, por Karl Larenz. Nesta teoria, não interessa se o fato posterior era imprevisível, o que realmente interessa é se o fato superveniente alterou objetivamente as bases pelas quais as partes contrataram, alterando o ambiente econômico inicialmente presente. Isto é, para essa teoria, não interessa se o evento era previsível ou imprevisível, não se prendendo, então, a aspectos subjetivos.  Por sua vez, o Código Civil, no art. 478, adotou a Teoria da Imprevisão.
(MPSC-2013): Segundo o CDC, ainda que não sejam consideradas abusivas, com base os princípios da boa-fé e do equilíbrio e no reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor, é possível a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais, bem como assegura o direito à revisão das cláusulas em função de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. BL: art. 6º, V, CDC.
(MPMG-2010): Nos termos do CDC, O consumidor tem direito à revisão do contrato, no caso de onerosidade excessiva decorrente de fato superveniente ao negócio, não havendo necessidade de que esse fato seja extraordinário e imprevisível. BL: art. 6º, V, CDC.
        VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; (TJMS-2008) (TJPR-2010) (TJRO-2011) (TJPA-2012/2014) (TJAM-2013) (TJSC-2013) (TJMG-2014) (TJMT-2014) (DPEPR-2014) (MPRO-2017) (MPSC-2019)
        VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; (TJMS-2008) (MPMG-2010) (TJAM-2013)
	(TJPB-2011-CESPE): De acordo com o previsto no CDC, constitui direito básico do consumidor o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados. BL: art. 6º, VII, CDC.
        VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente [obs.: hipóteses não cumulativas], segundo as regras ordinárias de experiências; (TJMT-2009) (DPEBA-2010) (TJPB-2011) (TJRO-2011) (MPCE-2011) (TJMS-2010/2012) (TJCE-2012) (MPSP-2012) (MPAL-2012) (TJSC-2013) (TJAM-2013) (TRF1-2013) (TJPA-2009/2012/2014) (TJPR-2010/2012/2013/2014) (TJSP-2011/2014) (TJAP-2014) (MPMT-2014) (MPPA-2014) (DPEPR-2014) (TJGO-2015) (TJRR-2015) (TJRJ-2011/2013/2016) (MPRO-2008/2017) (TJMG-2012/2014/2018) (DPEAM/Reaplic.-2018) (MPSC-2014/2019)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPAL-2012: ##FCC: ##TJPA-2014: ##TJRJ-2013/2016: ##VUNESP: A inversão do ônus da prova de que trata o art. 6º, VIII, CDC é REGRA DE INSTRUÇÃO, devendo a decisão judicial que determiná-la ser proferida preferencialmente na fase de saneamento do processo ou, pelo menos, assegurar à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo a reabertura de oportunidade para manifestar-se nos autos. STJ. 2ª S. EREsp 422.778-SP, Rel. para o acórdão Min. Maria Isabel Gallotti (art. 52, IV, b, do RISTJ), j. 29/2/12 (Info 492).
##Atenção: ##STJ: ##TJRJ-2013/2016: ##VUNESP: Para o STJ: “Quando verificada a relação de consumo, prevalece, no âmbito da 2ª Seção do STJ que os efeitos da inversão do ônus da prova não possuem a força de obrigar a parte contrária a arcar com as custas da prova requerida pelo consumidor. (...) Na espécie, a prova pericial determinada pelo juízo foi requerida pelo consumidor, e portanto, a ele é imposto o ônus de arcar com as custas, conforme entendimento já pacificado nesta Corte Superior”. (STJ, AgRg no AREsp 246.375/PR, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, 4ª T., j. 4/12/12). No mesmo sentido, o STJ entende: “A simples inversão do ônus da prova, no sistema do CDC, não gera a obrigação de custear as despesas com a perícia, embora sofra a parte ré as consequências decorrentes de sua não-produção”. (STJ, REsp 639.534/MT, Rel. Min Carlos Alberto Menezes Direito, 2ª S., j. 09/11/2005).
##Atenção: ##MPAL-2012: ##FCC: Não confundir vulnerabilidade (art. 4º, I, CDC), que se refere ao direito material e já vem presumida em lei (presunção absoluta), com hipossuficiência (art. 6º, VIII, CDC), que se refere ao direito processual e deverá ser demonstrada no caso concreto (análise casuística).
	(DPEAL-2017-CESPE): Os princípios consagrados no CDC consistem no ponto de partida para acompreensão do sistema adotado pela lei consumerista e dos seus aspectos de proteção aos vulneráveis negociais. Considerando essas informações, assinale a opção correta, acerca dos princípios fundamentais do CDC e de suas consequências práticas: A hipossuficiência do consumidor — que não se relaciona, necessariamente, à condição financeira, política e social do destinatário final do produto — deve ser aferida em cada caso concreto, não podendo ser simplesmente presumida.
(TJPR-2017-CESPE): Maria, aposentada, compareceu a uma agência bancária para sacar seu benefício previdenciário. No entanto, ao consultar o extrato, verificou que o numerário fora sacado por terceiro. Inconformada, procurou a defensoria pública, que ajuizou ação de indenização, requerendo, entre outras coisas, a inversão do ônus da prova em favor de Maria. Por sua vez, em sua resposta, a instituição financeira alegou fato exclusivo da vítima, porquanto a operação fora realizada mediante a utilização de cartão e senha pessoal. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da legislação aplicável ao caso e da jurisprudência do STJ: O juiz deverá deferir o pleito de inversão do ônus da prova em favor da autora, pois cabe à instituição financeira demonstrar a regularidade do saque. BL: art. 6º, VIII do CDC e Súmula 479 do STJ.
(TJRJ-2016-VUNESP): Carlito da Silva ficou sem energia elétrica em sua residência por várias horas e acabou tendo prejuízo com perda de produtos de consumo doméstico que encontravam-se no freezer e geladeira da sua residência. Tendo acionando a concessionária, esta informou que não constava a existência de interrupção no fornecimento do serviço. Foi enviado um técnico e este constatou que a energia elétrica estava sendo regularmente fornecida. Inconformado, Carlito da Silva, sustentando que a concessionária estava omitindo a verdade, ingressou com ação judicial, calcado na legislação consumerista, pleiteando indenização por danos materiais e morais pelo período que ficou sem energia elétrica. Diante desses fatos, assinale a alternativa correta: Ainda que se aplique a inversão do ônus da prova, tal fato não exonera Carlito da Silva do ônus de apresentar alguma evidência do fato de que efetivamente houve a interrupção da prestação do serviço pela concessionária. BL: art. 6º, VIII do CDC.
##Atenção: As alegações do autor devem ser consistentes, havendo uma mínima comprovação dos fatos constitutivos, não bastando meras alegações. Desse modo, ainda que se aplique a inversão do ônus da prova, tal inversão não exonera o autor de apresentar alguma evidência dos fatos alegados.
(TJRS-2016): No âmbito do CDC, foram inseridas normas de natureza processual, visando garantir proteção adequada aos consumidores, permitindo-lhes o enfrentamento de disputas judiciais em igualdade de condições com o fornecedor. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta. O juiz poderá inverter o ônus da prova a favor do consumidor sempre que este for hipossuficiente ou for verossímil a sua alegação.  BL: art. 6º, VIII, CDC.
(MPF-2015): Nem todo consumidor é hipossuficiente, mas sempre será vulnerável. A hipossuficiência é auferida casuisticamente e gera consequências processuais, já a vulnerabilidade é presumida e gera consequências de direito material.
(TJSE-2015-FCC): O CDC se utiliza das expressões “vulnerabilidade e “hipossuficiência" nos seus artigos. A respeito deste tema, é correto afirmar que a vulnerabilidade é uma condição pressuposta nas relações de consumo e a hipossuficiência deve ser constatada no caso concreto. 
##Atenção: De uma vez por todas:
 - a VULNERABILIDADE é inerente ao consumidor; é absoluta; princípio do CDC; regra de direito material.
 - a HIPOSSUFICIÊNCIA será constatada mediante a aferição do caso concreto; direito básico do consumidor; regra de instrução processual.
(TJRJ-2013-VUNESP): Quanto à inversão do ônus da prova em favor do consumidor no processo civil individual, segundo o enfoque da jurisprudência dominante do STJ, é correto afirmar que caso decretada, não tem o condão de obrigar o fornecedor a custear a prova requerida pelo consumidor. BL: art. 6º, VIII e entendimento do STJ (vide julgado acima).
(MPSC-2013): A inversão do ônus da prova é direito básico dos consumidores e pode ser exercido tanto nas ações individuais, quanto nas ações coletivas de que cuida a Lei n. 8.078/90. 
##Atenção: "CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO MONOCRÁTICO. LEGALIDADE. ART. 557 DO CPC. POSSIBILIDADE DE AGRAVO INTERNO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. POSSIBILIDADE. 1. Não há óbice a que seja invertido o ônus da prova em ação coletiva - providência que, em realidade, beneficia a coletividade consumidora -, ainda que se cuide de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público. 2. Deveras, "a defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas" - a qual deverá sempre ser facilitada, por exemplo, com a inversão do ônus da prova - "poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo" (art. 81 do CDC). 3. Recurso especial improvido. (REsp 951.785/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 15/02/2011, DJe 18/02/2011)
(DPETO-2013-CESPE): A inversão do ônus da prova, fundada na desigualdade fática, econômica e jurídica existente na relação de consumo, constitui mecanismo processual de correção desse desequilíbrio entre as partes em litígio. BL: art. 6º, VIII, CDC.
(DPEES-2012-CESPE): A inversão do ônus da prova não obriga a parte contrária a arcar com as custas da prova requerida pelo consumidor, mas o fornecedor fica sujeito às consequências processuais advindas de sua não produção. BL: art. 6º, VIII, CDC.
##Atenção: “Civil. Processual. Monitória. Relação de consumo. Inversão ônus probatório. Honorários periciais. Pretensão de atribuir-se o ônus de pagamento à parte contrária. Descabimento. A inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC, não acarreta o encargo financeiro de custear as despesas pela parte adversa, mas, apenas, o faz arcar com as consequências jurídicas pertinentes. Precedentes. Recurso especial não conhecido” (REsp. nº 683518-DF, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 26.02.2007, p. 596).
(MPMG-2010): A facilitação da defesa dos direitos do consumidor, com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, enquanto direito básico, pode se fundar em critério judicial de verossimilhança e pode ser realizada, inclusive, de ofício pelo Juiz. . BL: art. 6º, VIII, CDC.
        IX - (Vetado);
        X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. (TJMS-2008) (TJPR-2010) (TJPE-2011) (TJPB-2011) (TJRO-2011) (TJGO-2012) (MPSP-2012) (TJAM-2013) (TJSC-2013) (TJPA-2014) (TJMT-2014) (MPSC-2014) (MPRO-2017)
  Parágrafo único.  A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.  (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)    (Vigência)
	(MPSC-2016): A informação adequada e clara, acessível à pessoa com deficiência, sobre os tributos incidentes sobre os diferentes produtos e serviços, bem como sobre os riscos que apresentem, configura direito básico do consumidor previsto na Lei 8.078/90. BL: art. 6º, inciso III c/c § único, CDC.
(TJPE-2011-FCC): Dentre os direitos básicos assegurados pela Teoria Geral do Direito abaixo discriminados NÃO se aplica às relações de consumo a regra da desconsideração da personalidade jurídica.
Explicação: Apesar da desconsideração da personalidade jurídica ser tutelada pelo CDC, ela não consta dos direitos básicos do consumidor, previstos no art. 6º.
        Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade. (TJCE-2012) (TJPA-2014) (TJSP-2014) (TJMS-2015) (TJSC-2017)Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo. (TJSP-2011) (TJPB-2011) (TJSC-2013)
	(TJSC-2017-FCC): Quanto aos direitos do consumidor, bem como suas disposições gerais, é correto: Direitos básicos do consumidor possuem rol elucidativo e não taxativo; se a ofensa for praticada por mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo. 
CAPÍTULO IV
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos
SEÇÃO I
Da Proteção à Saúde e Segurança
        Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. (MPAM-2007) (TJSP-2011) (TJMS-2010/2012) (TJPI-2012) (TJSC-2010/2013) (TJPR-2012/2014) (TJMG-2012/2014) (TJMT-2014) (MPSC-2014) (TJPE-2015) (TJCE-2014/2018) (TJAL-2019) (TJRO-2019) (MPSP-2019)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: Para a responsabilização do fornecedor por acidente do produto não basta ficar evidenciado que os danos foram causados pelo medicamento. O defeito do produto deve apresentar-se, concretamente, como sendo o causador do dano experimentado pelo consumidor. Em se tratando de produto de periculosidade inerente (medicamento com contraindicações), cujos riscos são normais à sua natureza e previsíveis, eventual dano por ele causado ao consumidor não enseja a responsabilização do fornecedor. Isso porque, neste caso, não se pode dizer que o produto é defeituoso. STJ. 3ª T. REsp 1.599.405-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 4/4/17 (Info 603)
	(MPPR-2017): A regra geral do CDC é que os produtos colocados no mercado não devem gerar risco à saúde e segurança do consumidor. BL: art. 8º, CDC.
##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: O CDC admite expressamente a comercialização de bens e serviços que possuam riscos normais e previsíveis, nos termos do caput do art. 8º. Todavia, o CDC ressalta o amplo dever de informação, nos termos dos arts. 6º, I e III; 12, caput e §1º, II; 14, caput e §1º, II; 31, caput. 
(TJSC-2009): O CDC admite, de maneira excepcional, que seja colocado no mercado produto ou seja executado serviço capaz de acarretar riscos à saúde e à segurança do consumidor. BL: art. 8º, CDC.
       § 1º  Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.   (Redação dada pela Lei nº 13.486, de 2017) (MPPR-2017) (TJRO-2019)
	(TJSC-2013): Os produtos industriais devem ser acompanhados de informações, em impressos apropriados, fornecidos pelo fabricante. BL: art. 8º, §1º, CDC.
      § 2º  O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (Incluído pela Lei nº 13.486, de 2017) 
	(TJAL-2019-FCC): No que concerne à qualidade de produtos e serviços, prevenção e reparação dos danos nas relações de consumo, o fornecedor de produtos e serviços deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados nesse fornecimento, ou colocados à disposição do consumidor, informando, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. BL: art. 8º, §2º, CDC.
(TJRO-2019-VUNESP): No que diz respeito a proteção à saúde e segurança do consumidor, relativamente aos produtos e serviços existentes no mercado de consumo brasileiro para comercialização, nos termos da Codificação Consumerista, assinale a alternativa correta: O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de serviços, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. BL: art. 8º, §2º, CDC.
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. (TJPA-2009/2012) (TJMS-2010/2012) (TJPI-2012) (TJSC-2010/2013) (DPERR-2013) (TJPR-2012/2014) (TJMG-2014) (TJCE-2014/2018) (TJAL-2019)
	(TJRS-2016): O fornecedor poderá colocar no mercado produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança, mas deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. BL: art. 9º, CDC.
(TJMS-2010-FCC): Observadas as normas administrativas correspondentes, é permitida a venda de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde dos consumidores, desde que a potencial nocividade ou periculosidade seja clara e adequadamente informada pelo fornecedor. BL: art. 9º, CDC.
        Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. (MPSE-2010) (TJMS-2010/2012) (TJPI-2012) (TJSC-2013) (TJPR-2012/2014) (TJPE-2015) (TJCE-2014/2018)
        § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários. (DPEAL-2009) (TJGO-2009) (TJMS-2010/2012) (TJPR-2012) (MPSC-2013) (TJMG-2014) (TJCE-2014) (TJPE-2015) (TJRO-2019)
	(MPPR-2017): É um dos deveres do fornecedor que, após a colocação do produto no mercado vem a ter ciência de sua periculosidade, comunicar tal circunstância aos consumidores por meio de anúncios publicitários. BL: art. 10, §1º, CDC.
(TJAM-2016-CESPE): O recall efetuado pelo fornecedor mediante anúncios publicitários não afasta a sua obrigação de reparar o consumidor na hipótese de fato do produto pretérito decorrente desse defeito. BL: art. 10, §1º, CDC.
##Atenção: Por intermédio da observância do disposto no art. 10, § 1º do CDC é que se procede ao denominado recall (chamar de volta). O recall não exclui a responsabilidade do fornecedor: o fato de o fornecedor alertar os consumidores, através de anúncios publicitários ou comunicar o ato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, não o exime da responsabilidade objetiva sobre os danos provenientes dos vícios e defeitos de tais produtos e serviços, devendo responder nos exatos termos do art. 12 e ss do CDC.
        § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
	(TJCE-2014-FCC): Em relação à qualidade dos produtos e serviços, da prevenção e da reparação dos danos nas relações de consumo, examine o seguinte enunciado: Recall é o ato pelo qual o fornecedor informa o consumidor a respeito do defeito do produto que tem potencialidade para causar dano ou prejuízo à sua saúde ou segurança, chamando de volta o produto nocivo ou perigoso para a correção do risco que apresenta. BL: art. 10, §§1º e 2º, CDC.
        § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito. (MPSE-2010) (TJMS-2010/2012) (TJPR-2012) (DPERR-2013) (TJRO-2019)
	(TJPE-2015-FCC): Após introduzir no mercado de consumo um determinado modelo de liquidificador, sua fabricante descobre que, funcionando na potência máxima por mais de cinco minutos, o aparelho pode vir a explodir. Nesse caso, compete a todos os entes federados que tomarem conhecimento da periculosidade do produto informar os consumidores a respeito. BL: art. 10, §3º, CDC.Art. 11. (Vetado).
SEÇÃO II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
        Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. (AGU-2004) (TJRR-2008) (TJSE-2008) (MPRO-2008) (TJSP-2011) (MPMG-2010/2011/2012) (TJPA-2012) (TJRS-2012) (TJMS-2012) (TJPI-2012) (TJBA-2012) (MPRS-2012) (TJDFT-2011/2014) (TJAP-2014) (TJPR-2014) (TJMT-2014) (TJPE-2011/2015) (TJGO-2012/2015) (MPSP-2011/2012/2015) (TJSC-2017) (TJAL-2015/2019) (MPMT-2019)
	(TJAC-2019-VUNESP): Maria da Silva comprou um aparelho celular e, durante o regular uso, a bateria superaqueceu e explodiu, ferindo a sua sobrinha que estava manuseando o aparelho. Diante desse fato hipotético, assinale a alternativa correta quanto à responsabilidade do fornecedor: Há responsabilidade do fornecedor por fato do produto, pois o aparelho se apresentou defeituoso, causando danos aos consumidores. BL: art. 12, caput, CDC.
##Atenção: Em se tratando de fato do produto (defeito causador de dano físico, moral ou estético ao consumidor direto e equiparado), poderão responder o fabricante (art. 12, CDC) e TAMBÉM o fornecedor, nas hipóteses do art. 13 do CDC. Perceba que existe a responsabilidade para AMBOS. A questão NÃO especificou o tipo de responsabilidade (solidária ou não), mas apenas afirmou haver essa responsabilidade, o que está correto. 
##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: Se, de um lado, a responsabilidade dos produtores, construtores e importadores efetivamente é objetiva, (a) ela não prescinde da demonstração do nexo de causalidade a entrelaçar o dano e a conduta, e (b) a teoria adotada é a do risco da atividade.
(MPSC-2013): O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores, ainda que o defeito não necessariamente seja do produto, mas também da informação inadequada ou insuficiente que o acompanhe. BL: art. 12, caput, CDC.
        § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: (DPECE-2008) (TJRO-2011) (TJPA-2012) (TJMS-2012) (TJPI-2012) (MPSC-2014) (TJPE-2013/2015) (MPSP-2015) (TJAC-2019)
        I - sua apresentação; (TJPR-2010)
        II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; (TJSP-2008) (TJPR-2010)
        III - a época em que foi colocado em circulação. (MPSP-2008) (TJPR-2010) (MPSC-2014) (TJPE-2015)
	(MPSC-2016): No regramento da Lei 8.078/90 acerca da responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, conceitua-se como produto defeituoso aquele que não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, considerando-se as circunstâncias relevantes, dentre elas sua apresentação, o uso e riscos esperados e a época em que colocado em circulação. BL: art. 12, §1º, CDC. 
(TJTO-2007-CESPE): Acerca da responsabilidade pelo fato do produto e por vícios do produto e serviço nas relações de consumo, sob a sistemática do CDC, assinale a opção correta: O consumidor pode sofrer danos por defeitos relativos à prestação de serviços e por informação inadequada ou insuficiente que com ele seja fornecida. O serviço presume-se defeituoso quando é mal apresentado ao consumidor, quando sua fruição é capaz de suscitar riscos acima do nível razoável de expectativa, bem como quando, em razão do decurso do tempo, desde a sua prestação, é de se supor que não ostente sinais de envelhecimento.
OBS: A banca copiou, na integra, o conceito de serviço defeituoso apresentado pelo autor "Zelmo Denari": “O § 1º do art. 14 oferece critérios de aferição do vício de  qualidade do serviço prestado, e o item mais importante, neste  particular, é a segurança do usuário, que deve levar em conta: o  modo do fornecimento do serviço; os riscos da fruição; e a época em  que foi prestado o serviço. O dispositivo enfocado é mera adaptação da norma que conceitua o 'produto defeituoso', prevista no art. 6º da Diretiva n. 374/85 da  CEE e no § 1º do art. 12 do nosso Código de Defesa do Consumidor.  O serviço presume-se defeituoso quando é mal apresentado ao público  consumidor , quando sua fruição é capaz de suscitar riscos acima do nível de razoável expectativa (inc. I), bem como quando,  em razão do decurso de tempo, desde a sua prestação, é de se supor  que não ostente sinais de envelhecimento (inc. II)". Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2007.p. 203)
        § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. (TJPR-2010) (TJSP-2011) (TJRO-2011) (TJPB-2011) (TJMS-2010/2012) (TJDFT-2012) (DPERR-2013) (TJPE-2013/2015) (TJSC-2010/2013/2017) (MPPR-2019)
	(TJMA-2013-CESPE): Em ação que trate de matéria consumeirista, constitui aspecto irrelevante na análise do defeito do produto a existência, no mercado, de outro produto de melhor qualidade. BL: art. 12, § 2º, CDC.
(TJMG-2012-VUNESP): Assinale a alternativa correta: Um produto jamais será considerado defeituoso se outro de melhor qualidade for colocado no mercado. BL: art. 12, § 2º, CDC.
        § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: (DPEAL-2009) (MPMG-2010) (TJPR-2010/2011) (TJMS-2012) (TJPI-2012) (TJSC-2013) (MPSC-2013) (TJPA-2012/2014) (MPSP-2008/2012/2015) (TJPE-2015) (TJAC-2019)
        I - que não colocou o produto no mercado; 
        II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; (TJRO-2011)
        III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. (DPEAL-2009) (TJSP-2011) (TJPB-2011) (TJRO-2011) (TJSC-2013) (TJPA-2014)
	(TJRR-2015-FCC): A responsabilidade pelo fato do produto é objetiva, mas admite excludentes de responsabilização. BL: art. 12, caput e §3º, CDC.
(MPMG-2012): Indique abaixo o nexo de imputação mais adequado à responsabilidade pelo fato do produto com espeque no art. 12 do CDC: risco mitigado. BL: art. 12, §3º, III, CDC.
##Atenção: Apesar da responsabilidade ser objetiva, o CDC ressalvou algumas causas de "exclusão da responsabilidade”, o qual enfatiza a teoria do risco mitigado, comportando algumas excludentes a favor de quem deve indenizar, consoante as previsões legais.
        Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: [Obs.: responsabilidade subsidiária.] (AGU-2004) (TJTO-2007) (TJRO-2011) (TJDFT-2011) (TJPI-2012) (TJBA-2012) (TJPE-2013) (TJPR-2013/2014) (TJPA-2014) (TJMT-2014) (TJRR-2015) (MPSP-2011/2012/2015) (TJSP-2018)
	(TJAP-2014-FCC): Nos acidentes de consumo, pelo fato do produto ou do serviço, a responsabilidade do comerciante é meramente subsidiária. BL: art. 13, caput, CDC.
        I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; (TJRR-2008) (TJSE-2008) (TJPE-2011) (TJPR-2010/2013/2014) (TJPB-2011) (TJRO-2011) (TJMS-2010/2012) (TJPA-2014) (MPPR-2016) (TJSC-2013/2017) (TJAL-2019) (TJAC-2019)
	##Atenção: ##STJ: O STJ firmou entendimento de que, uma vez identificado o fabricante do produto impróprio para consumo, não há que se falar em responsabilização solidária do comerciante. (STJ, AgInt no REsp 1298531/SP, 4ª T., DJe 25/04/2018).
	(MPMT-2019-FCC): Não identificado o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador do bem, o comerciante do respectivo produto poderá ser responsabilizado. BL: art. 13, I, CDC.
(DPU-2017-CESPE): Com relação à responsabilidade e às práticas comerciais nas relações consumeristas, julgue o item que se segue. Situação hipotética: Paulo, dono de estabelecimento comercial, vendeu uma batedeira elétrica de fabricante identificado. Posteriormente, o aparelho explodiu durante o uso, o quecausou lesão no consumidor. Assertiva: Nessa situação, não haverá responsabilidade solidária entre o fabricante e Paulo pelo dano causado. BL: art. 13, I, CDC.
##Atenção: Paulo é comerciante. Trata-se de Fato do Produto (Defeito). Explosão de uma batedeira. No caso em exame, aplica-se o art. 13 do CDC. Sua responsabilidade, portanto, será subsidiária, haja vista o fabricante estar identificado. Sobre o assunto, vejamos seguinte trecho de julgado do STJ: “(...) AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. FATO DO PRODUTO. ILEGITIMIDADE ATIVA DO AUTOR E AFASTAMENTO DOS DANOS MATERIAIS. MODIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO COMERCIANTE NÃO CONFIGURADA. FABRICANTE IDENTIFICADO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (...) 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, a condenação do comerciante como responsável solidário somente teria lugar caso o produtor não pudesse ser identificado, o que não ocorreu na espécie. (...) (AgInt no AREsp 1016278/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 3ª T, j. 28/3/17).
        II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; (TJSE-2008) (TJRO-2011) (TJAL-2019)
        III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. (TJSE-2008) (TJAL-2019)
	(TJPI-2015-FCC): Karina adquiriu no supermercado Golf lacticínio produzido pela empresa Lima e acabou por passar mal porque o produto estava estragado, tanto em razão de falha na fabricação como no armazenamento. Se o juiz se convencer de que Karina sofreu danos morais, deverá condenar Golf e Lima, independentemente de comprovação de culpa, porque o fabricante é objetivamente responsável pelo fato do produto, mas o comerciante responde igualmente em caso de conservação inadequada de produtos perecíveis. BL: art. 12, caput, e art. 13, III do CDC.
        Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. (AGU-2004) (MPMG-2010) (TJSC-2010/2019) (MPMT-2019)
	(TJSP-2018-VUNESP): O comerciante é responsável por defeito do produto, quando fornecido sem identificação clara de seu fabricante; mas se efetuar o pagamento ao consumidor prejudicado, poderá exercer direito de regresso contra o fabricante, segundo sua participação na causação do evento danoso, em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir nos mesmos autos, mas vedada a denunciação da lide. BL: art. 13, caput e § único c/c art. 88, CDC.
##Atenção: V. art. 88, CDC: “Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.”
(TJSC-2013): Aquele que efetivar o pagamento ao consumidor prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. BL: art. 13, § único, CDC.
        Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (MPMG-2011) (TJPA-2012/2014) (TJMT-2014) (TJPB-2015) (TJCE-2014/2018)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: A sociedade empresária atuante no ramo da aviação civil possui a obrigação de providenciar a acessibilidade do cadeirante no processo de embarque quando indisponível ponte de conexão ao terminal aeroportuário (“finger”). Se não houver meio adequado (com segurança e dignidade) para o acesso do cadeirante ao interior da aeronave, isso configura defeito na prestação do serviço, ensejando reparação por danos morais. Assim, caso a pessoa com deficiência (“cadeirante”) tenha que ser carregado pelos funcionários da companhia aérea para entrar no avião, este fato configura defeito na prestação do serviço, gerando indenização por danos morais. A companhia aérea não se exime do pagamento da indenização alegando que o dever de fornecer o equipamento para a entrada da pessoa com deficiência na aeronave seria da ANAC. Isso porque a companhia aérea integra a cadeia de fornecimento, de forma que possui responsabilidade solidária em caso de fato do serviço, nos termos do art. 14 do CDC. Ademais, tal alegação não se amolda à excludente de responsabilidade por fato de terceiro (art. 14, § 3º, II, do CDC). Por fim, cumpre ressaltar que o embarque ou desembarque indevido de pessoa com deficiência – que é carregado por não se dispor de mecanismo adequado para seu transporte – é caracterizado como fato do serviço (art. 14 do CDC). Isso porque se trata de defeito que ultrapassa a esfera meramente econômica do consumidor, atingindo-lhe a incolumidade física ou moral, considerando o tratamento vexatório a que é submetido. STJ. 4ª Turma. REsp 1611915-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, j. 06/12/2018 (Info 642).
	(TJCE-2012-CESPE): Consoante os princípios da transparência e da informação, o fornecedor responderá tanto pela informação inverídica quanto pela falta de informação a respeito do produto ou serviço e da correta utilização do produto. BL: art. 6º, III e art. 14, caput, CDC.
        § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: (TJGO-2009) (TJSC-2009) (TJPE-2013) (TJCE-2018)
        I - o modo de seu fornecimento;
        II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
        III - a época em que foi fornecido.
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: O STJ, conferindo interpretação extensiva à Súmula 130, entende que estabelecimentos comerciais, tais como grandes shoppings centers e hipermercados, ao oferecerem estacionamento, ainda que gratuito, respondem pelos assaltos à mão armada praticados contra os clientes quando, apesar de o estacionamento não ser inerente à natureza do serviço prestado, gera legítima expectativa de segurança ao cliente em troca dos benefícios financeiros indiretos decorrentes desse acréscimo de conforto aos consumidores. No entanto, nos casos em que o estacionamento representa mera comodidade, sendo área aberta, gratuita e de livre acesso por todos, o estabelecimento comercial não pode ser responsabilizado por roubo à mão armada, fato de terceiro que exclui a responsabilidade, por se tratar de fortuito externo. Assim, lanchonete não tem o dever de indenizar consumidor vítima de roubo ocorrido no estacionamento externo e gratuito do estabelecimento. STJ. 2ª S. EREsp 1.431.606/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 27/3/19 (Info 648).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: A lanchonete responde pela reparação de danos sofridos pelo consumidor que foi vítima de crime ocorrido no drive-thru do estabelecimento comercial. A lanchonete, ao disponibilizar o serviço de drive-thru em troca dos benefícios financeiros indiretos decorrentes desse acréscimo de conforto aos consumidores, assumiu o dever implícito de lealdade e segurança. A empresa, ao oferecer essa modalidade de compra, aumentou os seus ganhos, mas, por outro lado, chamou para si o ônus de fornecer a segurança legitimamente esperada em razão dessa nova atividade. STJ. 4ª T. REsp 1.450.434-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 18/9/18 (Info 637).
        § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
	(TJSC-2017-FCC): Quanto à responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, é correto afirmar: O serviço, que é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, não é assim considerado pela adoção de novas técnicas. BL: art. 14, §§1º e 2º, CDC.
(TJGO-2009-FCC): O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, exceto a adoção de novas técnicas de sua prestação. BL: art. 14, §2º, CDC.
        § 3° Ofornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: [obs.: rol TAXATIVO]
        I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; (TJCE-2014)
        II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. (TJPA-2014) (TJRJ-2016) (TJCE-2018)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: A alteração substancial e unilateral do contrato firmado de transporte aéreo para terrestre impede a utilização da excludente de fortuito externo para eximir a empresa de transporte aéreo da responsabilidade civil por danos causados por roubo ao ônibus. STJ. 3ª T. REsp 1.728.068-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 5/6/18 (Info 627).
##Atenção: Rizzatto Nunes explica que “a utilização do advérbio “só” não deixa margem a dúvidas. Somente valem as excludentes expressamente previstas no § 3º, e que são taxativas. Nenhuma outra que não esteja ali tratada obriga o responsável pelo produto defeituoso.” (Nunes, Rizzatto. Comentários ao CDC. 7. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2013).
        
	(TJBA-2019-CESPE): À luz da jurisprudência e da legislação acerca do direito das relações de consumo, assinale a opção correta: Em demanda pertinente a responsabilidade por fato do serviço, a inversão do ônus da prova opera independentemente de decisão do magistrado, na modalidade ope legis, conforme entendimento do STJ. BL: art. 14, §3º, CDC.
##Atenção: A inversão do ônus da prova no caso de responsabilidade por fato do serviço ocorre ope legis, ou seja, por força de lei, uma vez que o fornecedor só não será responsabilizado quando provar que tendo prestado o serviço, o defeito inexiste ou culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
##Atenção: ##STJ: Diferentemente do comando contido no art. 6º, inciso VIII, que prevê a inversão do ônus da prova "a critério do juiz", quando for verossímil a alegação ou hipossuficiente a parte, o §3º, do art. 12, preestabelece - de forma objetiva e independentemente da manifestação do magistrado -, a distribuição da carga probatória em desfavor do fornecedor, que "só não será responsabilizado se provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III- a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro”. É a diferenciação já clássica na doutrina e na jurisprudência entre a inversão ope judicis (art. 6º, inciso VIII, do CDC) e inversão ope legis (arts. 12, § 3º, e art. 14, § 3º, do CDC). Precedente da Segunda Seção." (STJ, 4ª. T. REsp 1095271/RS, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, j. 07/02/2013).
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. (TJSP-2008) (DPEAL-2009) (MPMG-2010) (MPPB-2010) (TJPB-2011) (MPSP-2008/2012) (TJDFT-2012) (TJMS-2012) (TJMG-2012) (MPRS-2012) (TJRN-2013) (TJPR-2014) (TJPA-2014) (TJPE-2011/2015) (TJSC-2017) (TJAL-2019)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: Responsabilidade civil do médico em caso de cirurgia plástica: I – A obrigação nas cirurgias meramente estéticas é de resultado, comprometendo-se o médico com o efeito embelezador prometido. 
II – Embora a obrigação seja de resultado, a responsabilidade do cirurgião plástico permanece subjetiva, com inversão do ônus da prova (responsabilidade com culpa presumida) (não é responsabilidade objetiva). 
III – O caso fortuito e a força maior, apesar de não estarem expressamente previstos no CDC, podem ser invocados como causas excludentes de responsabilidade. 
STJ. 4ª T. REsp 985.888-SP, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/2/2012 (Info 491).
	(TJBA-2019-CESPE): A responsabilidade subjetiva do médico não exclui a possibilidade de inversão do ônus da prova, se presentes os requisitos previstos no CDC, devendo o profissional demonstrar ter agido com respeito às orientações técnicas aplicáveis. BL: art. 14, §4º, CDC e jurisprudência do STJ.
##Atenção: Segundo o STJ, a responsabilidade subjetiva do médico (CDC, art. 14 §4º) não exclui a possibilidade de inversão do ônus da prova, se presentes os requisitos do art. 6º, VIII, do CDC, devendo o profissional demonstrar ter agido com respeito às orientações técnicas aplicáveis. Precedentes. (STJ, 4ª. T. REsp 1540580/DF. Min. Rel. Lázaro Guimarães (Des. Conv. do TRF 5ª Região, j. 02.08.2018).
(DPEPE-2018-CESPE): Após ter sofrido grave acidente, Mariana contratou o fisioterapeuta Carlos para cuidar de sua reabilitação. Contudo, o tratamento foi mal sucedido, e Mariana, por considerar que ficou inabilitada para o trabalho por tempo excessivo em razão da ineficiência e da má qualidade do serviço, deseja ajuizar demanda contra Carlos, para pleitear lucros cessantes. Nessa situação hipotética, Mariana deve ajuizar ação de responsabilidade pelo fato do serviço, e a responsabilidade de Carlos é subjetiva. BL: art. 14, §4º, CDC.
##Atenção: No caso em questão, Mariana não teve apenas um serviço mal prestado, pelo qual poderia receber uma diminuição do valor pago. Ela teve uma inabilitação prolongada para o trabalho.
(TJPI-2015-FCC): Antonio é médico e realizou cirurgia, no hospital Papa, a cujos quadros pertence, que resultou na amputação de uma das pernas de Tania. A amputação ocorreu porque Antonio entendeu que o procedimento era necessário à salvação da vida de Tania, que sofria de graves problemas circulatórios. Tania ajuizou ação contra Antonio e Papa afirmando que ambos teriam responsabilidade objetiva pelo fato, devendo por isto indenizá-la. Para que haja a responsabilização, é necessário que se demonstre, além da ocorrência de dano, a existência de culpa de Antonio, caso em que Papa responderá objetivamente pelo dano, solidariamente com Antonio. BL: art. 14, §4º do CDC c/c arts. 932, II e 933 do CC/02.
(TJSC-2015-FCC): Etevaldo, médico neurocirurgião, realiza operação para retirada de tumor cerebral em estágio avançado em Lucicleide, que vem a falecer no curso da cirurgia. A família da paciente ajuiza ação indenizatória contra Etevaldo, alegando erro médico e que Lucicleide não foi informada de que a cirurgia era de alto risco, podendo levá-la a óbito. Nesse caso, o juiz considerará a responsabilidade de Etevaldo como subjetiva, apurando-se o eventual erro médico com a verificação de sua culpa; analisará como relevante juridicamente ter sido Lucicleide informada ou não dos riscos que corria, tendo em vista a gravidade de seu quadro de saúde, que impunha informação ostensiva e adequada da periculosidade da cirurgia a que seria submetida. BL: art. 14, §4º, CDC; art. 15 do CC/02 e Enunciado 533, da VI JDC.
##Atenção: Enunciado n. 533 da VI JDC: O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causa risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos.
(TJPE-2013-FCC): Na atividade médica, a responsabilidade civil do profissional liberal é, em regra, apurada com base na responsabilidade subjetiva e examinada como obrigação de meio, excepcionalmente examinando-se como obrigação de resultado. BL: art. 14, §4º do CDC e jurisprudência pacificada dos Tribunais. Precedente: RJTAMG 63/384.
        Arts. 15 e 16. (Vetados).
        Art. 17. Para os efeitos desta Seção [Leia-se: da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço], equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. (MPRO-2008) (TJGO-2009) (TJES-2011) (TJMS-2010/2012) (TJPI-2012) (MPMG-2012) (TJPE-2013) (TJPR-2012/2013/2014) (TJPA-2014) (MPSC-2014/2016) (TJAC-2019)
	(TJRR-2015-FCC): Empresa “Coisa Boa” adquiriu alimentos para festa de confraternização de seus funcionários. A aquisição foi realizada por Maria, responsável pelo setor de compras. Após a festa de confraternização, todos os funcionários da empresa passaram mal, assim como seus familiares, descobrindo-se que os produtos adquiridos por Maria estavam estragados. De acordo com o CDC, para fins de responsabilização por fato do produto, considera(m)-se consumidor(es) todas as vítimas do evento danoso. BL: arts. 14 e 17, CDC.
(TJPI-2015-FCC): Victor presenteou seu

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