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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 2 Considerações iniciais. ................................................................................................ 5 2.1 Noções Gerais ... ....................................................... Erro! Indicador não definido. 3 CRIMES CONTRA A PESSOA. .................................................................................. 8 3.1 Crimes contra a vida. ................................................................................................ 8 3.2 Das Lesões Corporais – Art. 129 C.P. .................................................................... 11 3.3 Da Periclitação da Vida e Da Saúde – Art. 130 ao 136 C.P. ................................... 12 3.4 Da rixa – Art – 137 C.P ........................................................................................... 18 3.5 Dos crimes contra a honra Art. 138 a 145 CP. ........................................................ 19 3.6 Dos Crimes Contra a Liberdade Individual – Art. 146 a 154 - B .............................. 21 3.6.1 Dos crimes contra a liberdade pessoal ........................................................... 21 3.6.2 Dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio ............................................ 25 3.6.3 Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência ................................ 25 3.6.4 Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos .......................................... 27 4 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ................................................................ 30 5 DO DANO.................................................................................................................. 37 6 DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA ................................................................................. 38 7 DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES .............................................................. 40 8 DA RECEPTAÇÃO .................................................................................................... 41 9 DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................. 42 10 DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS .......................................................................................................... 44 11 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ............................................................. 46 11.1 Dos crimes contra a liberdade sexual .................................................................... 47 11.2 Da exposição da intimidade sexual (lei nº 13.772, 2018). ..................................... 49 11.3 Dos Crimes Sexuais Contra Vulnerável - Arts. 217 a 218 - C ............................... 50 3 11.4 Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual. .................................................................................................... 53 12 LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE ................................................................. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 63 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Esta apostila abrange o estudo dos principais artigos da Parte Especial do Código Penal Brasileiro, bem como a Legislação Penal extravagante, que são as leis não escritas no código penal, como por exemplo as leis de Crimes Hediondos, Lei Maria da Penha, Lei de Crimes Ambientais, estatuto do desarmamento entre outras. Não se pode confundir Legislação Penal Especial com Direito Penal especial, que leva em consideração os órgãos judiciais que aplicam o direito, ou seja, se a Lei penal objetiva pode ser aplicada através da justiça comum (estadual ou federal), sua qualificação será a de Direito Penal comum; se, no entanto, somente for aplicável por órgãos especiais, constitucionalmente previstos, trata-se de Lei penal especial, tais como o Direito Penal Militar e o Direito Penal Eleitoral (AGUIAR, 2016). Portanto existe o Direito Penal Comum, o Direito Penal Especial; e existe a Legislação Penal, objeto de estudo nesta apostila. A Legislação Penal é dividida em Parte Geral (Art. 1 ao 120 C.P.), Parte Especial (Art. 121 a 359 C.P.) e Legislação Extravagante constituída pelos demais diplomas legais que não se encontram expressos no Código Penal. Para iniciarmos nosso estudo iremos apresentar de forma sucinta a Parte especial do Código Penal, iniciando pelo Título I “Dos crimes contra a Pessoa”, dando sequência aos principais títulos e capítulos do Código Penal, depois passamos para análise e estudo de algumas das principais Leis Extravagantes vigentes no país. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 6 2.1 Noções gerais O código penal está divido em Parte geral (art. 1º a 120) e Parte especial (art. 121 a 361) a) Parte Geral - subdivida em 08 títulos, dedica-se a estabelecer regras gerais do Direito Penal; b) Parte Especial - contém 11 títulos com enfoque na descrição das condutas criminosas e a definição de suas respectivas penas. Leis Extravagantes: Abuso de autoridade - Lei 4.898/1965 Antidrogas - Lei 11.343/2006 Desarmamento - Lei 10.826/2003 - conforme Decreto 9.685/2019 Genocídio - Lei 2.889/1956 Hediondos - Lei 8.072/1990 - conforme Lei 13.769/2018 Idoso - Lei 10.741/2003 Interceptação telefônica - Lei 9.296/1996 Investigação conduzida pelo delegado de polícia - Lei 12.830/2013 Lavagem de dinheiro - Lei 9.613/1998 Licitações - Lei 8.666/1993 Maria da Penha - Lei 11.340/2006 - conforme Leis 13.641/2018, 13.721/2018 e 13.772/2018 Meio ambiente - Lei 9.605/1998 Ordem tributária, econômica e relações de consumo - Lei 8.137/1990 Organizações criminosas - Lei 12.850/2013 - conforme Decreto 9.527/2018 Pessoa com deficiência - Lei 13.146/2015 - conforme Decreto 9.522/2018 Propriedade intelectual de programa de computador - Lei 9.609/1998 Racismo - Lei 7.716/1989 Sistema Financeiro Nacional - Lei 7.492/1986 Terrorismo - Lei 13.260/2016 Tortura - Lei 9.455/1997 Trânsito - Lei 9.503/1997 - conforme Lei 13.804/2019 Transplante de órgãos - Lei 9.434/1997 7 Bem jurídico É toda coisa que pode ser objeto do Direito. Bem é tudo quanto pode proporcionar ao homem qualquer satisfação. Nesse sentido se diz que a saúde é um bem, que a amizade é um bem e etc. Mas juridicamente falando, bens são os valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. Bens são coisas úteis e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação. Sujeitos do Crime Sujeito ativo do crime é aquele que pratica a conduta descrita na lei, ou seja, o fato típico.Só o homem, isoladamente ou associado a outros (co-autoria ou participação), pode ser sujeito ativo do crime. Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa. Tipo objetivo e subjetivo Na conduta tipificada é possível distinguir os seus aspectos objetivo e subjetivo; é chamado aspecto objetivo do tipo a conduta propriamente dita (no crime de homicídio, por exemplo - o ato de se matar alguém); já o aspecto subjetivo do tipo é a vontade do indivíduo em praticar o ato infracional Ação Penal ➢ Ação penal pública incondicionada é a ação penal pública cujo exercício não se subordina a qualquer requisito. Não depende, portanto, de prévia manifestação de qualquer pessoa para ser iniciada. ➢ A ação penal pública condicionada é aquela que, embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado. 8 ➢ A ação penal privada é aquela na qual se tem como titular, em regra, o ofendido (§ 2º do art. 100 do CP) e, excepcionalmente, - na falta de capacidade da vítima - o seu representante legal (§ 3º do art. 100 do CP), por meio da qual se busca o início da ação penal mediante a apresentação da queixa 3 CRIMES CONTRA A PESSOA. 3.1 Crimes contra a vida. Fonte: renovamidia.com.br O artigo 5º, inciso XXXVIII, da Constituição Federal determina que é da competência do tribunal do júri o julgamento de crimes dolosos contra a vida. São crimes contra a vida: homicídio (artigo 121), induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (artigo 122), infanticídio (artigo 123) e aborto (artigos 124, 125, 126, 127 e 128). Via de regra a vida é resguardada, salvo no caso de legítima defesa, estado de necessidade e exercício regular de direito, que excluem a ilicitude, e o aborto legal (art. 128, I e II do CP), que extingue a punibilidade. Ninguém pode ser privado de sua vida. Mesmo nos países que são favoráveis à pena de morte, proposta em sentença transitada em julgado por poder competente, é preservada a vida até a execução, oferecendo ao criminoso ainda o direito ao indulto ou comutação de pena. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10628196/par%C3%A1grafo-2-artigo-100-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10628267/artigo-100-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10628149/par%C3%A1grafo-3-artigo-100-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10628267/artigo-100-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 https://renovamidia.com.br/ 9 Homicídio – Art. 121 a 128 C.P. A palavra Homicídio do latim hominis excidium – matar o homem - é o ato que consiste em uma pessoa matar a outra, está previsto no Art. 121 do Código Penal Brasileiro, com pena de reclusão de seis a vinte anos. Para Fernando Capez (2012), [...] Homicídio é a morte de um homem provocada por outro homem. É a eliminação da vida de uma pessoa praticada por outra. O homicídio é o crime por excelência. “Como dizia Impallomeni, todos os direitos partem do direito de viver, pelo que, numa ordem lógica, o primeiro dos bens é o bem vida. O homicídio tem a primazia entre os crimes mais graves, pois é o atentado contra a fonte mesma da ordem e segurança geral, sabendo-se que todos os bens públicos e privados, todas as instituições se fundam sobre o respeito à existência dos indivíduos que compõem o agregado social” Bem jurídico: É a vida extrauterina, prevista no art. 5º da Constituição Federal. Basta o início da passagem à luz para caracterizar o homicídio. Mesmo que não tenha sido cortado o cordão umbilical. Terminada a vida intrauterina, matar o recém-nascido é homicídio (CARREIRA, 2015). Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, pois trata-se de crime comum. Permite concurso eventual de agentes tanto na co-execução (coautoria) quanto na participação. Sujeito passivo: Vem identificado pelo elementar “alguém”, que é qualquer pessoa humana (CARREIRA, 2015). Tipo objetivo: matar alguém. Tipo subjetivo: Dolo. Consumação e tentativa: Consuma-se com a morte. Admite-se a tentativa. Quando a própria mãe comete a conduta delitiva acometida pelo estado puerperal, durante ou logo depois do nascimento com vida, pode ser enquadrado como infanticídio, se cometido por terceira pessoa ou mesmo pela mãe não acometida pelo estado puerperal é homicídio. Destaca-se que não há crime quando o feto é natimorto, por inidoneidade do objeto. Ninguém poderá ser condenado como incurso nas sanções do artigo 121/CPB quando for o responsável por matar um animal ou tirar qualquer outro tipo de vida por falta de tipicidade. https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Artigo_de_lei&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Tipicidade 10 O crime de Homicídio possui 08(oito) subdivisões (Vide art. 121 ao 128 C.P.). • Homicídio qualificado • Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) • Homicídio culposo • Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio • Infanticídio • Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento • Aborto provocado por terceiro, Forma qualificada, Aborto necessário • Aborto no caso de Gravidez resultante de estupro Classificação da qualificadora do Feminicídio Feminicídio: morte de uma mulher por razões de gênero (por discriminação ou menosprezo à condição de sexo feminino) Sujeitos passivo: Obrigatoriamente deve ser uma pessoa do sexo feminino (criança, adulta, idosa, desde que do sexo feminino). Tipo subjetivo: O feminicídio pode ser praticado com dolo direto ou eventual. Consumação e tentativa: Pode ser tentado ou consumado. Natureza da qualificadora: A qualificadora do feminicídio é de natureza subjetiva, ou seja, está relacionada com a esfera interna do agente (“razões de condição de sexo feminino”). Ademais, não se trata de qualificadora objetiva porque nada tem a ver com o meio ou modo de execução (DUARTE, 2018). Observação: Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino. Existe diferença entre feminicídio e femicídio? • Femicídio significa praticar homicídio contra mulher (matar mulher); • Feminicídio significa praticar homicídio contra mulher por “razões da condição de sexo feminino” (por razões de gênero). 11 A Lei sobre Feminicídio, pune mais gravemente aquele que mata mulher por “razões da condição de sexo feminino” (por razões de gênero). Não basta a vítima ser mulher. 3.2 Das Lesões Corporais – Art. 129 C.P. A lesão corporal é delito que antecede a um outro delito de maior gravidade, normalmente o homicídio. Como se trata de delito acessório, um acompanha o outro, quase sempre tem a violência física como meio de execução. (Tais como o constrangimento ilegal, roubo, extorsão, estupro possessório, atentado contra a liberdade de trabalho) ou qualificadora (dano com violência à pessoa, ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo com violência pessoal e, etc.). Trata-se de delito material, de comportamento e de resultado, em que o tipo exige a produção deste. O crime de lesão corporal se aperfeiçoa no momento em que há a real ofensa à integridade física ou à saúde física ou mental do ofendido. Subdivide-se em: • Lesão corporal de natureza grave • Lesão corporal seguida de morte • Lesão corporal culposa • Violência Doméstica – Incluído pela Lei nº 10.886 de 2004). Classificaçãogeral do crime de Lesões corporais. Bem jurídico: Integridade física da pessoa humana. Sujeito Ativo e Passivo: Qualquer pessoa Tipo objetivo: O núcleo é ofender, lesar, ferir. Pode ser praticado de forma livre, sendo comissivo ou omissivo. O dano à integridade física ou à saúde do ofendido deve ser juridicamente apreciável. Consumação: Com a efetiva ofensa, ainda que a vítima sofra mais de uma lesão, o crime será único. 12 Tentativa: Admissível, salvo em algumas figuras qualificadas como: § 1° IV (grave - resultando aceleração do parto): § 2° V (gravíssima - resultando aborto); § 3° (resultando morte). Ação Penal: Será pública condicionada à representação do ofendido. 3.3 Da Periclitação da Vida e Da Saúde – Art. 130 ao 136 C.P. Crime em que alguém cria uma situação perigosa para lesar ou prejudicar a vida ou a saúde de outra pessoa, disseminando algum tipo de doença ou afetando diretamente a integridade corporal da vítima. Periclitação vem de periclitar, que quer dizer estar em perigo; perigar; ameaçar perigo ou ruína. É importante distinguir os delitos de perigo concreto dos de perigo abstrato, assim, nos Crimes de perigo e de dano, este consuma-se com a efetiva lesão a um bem juridicamente tutelado e aquele contenta-se com a mera probabilidade de dano. Então para se configurar um crime de dano será exigida uma efetiva lesão ao bem jurídico protegido e nos crimes de perigo basta à possibilidade do dano, ou seja, a exposição do bem a perigo de dano. Para Rogério Greco (2016, p. 195), Os chamados delitos de dano são aqueles em que se exige, para sua configuração, a efetiva lesão ou dano ao bem juridicamente protegido pelo tipo penal. Ao contrário, os delitos reconhecidos como de perigo não exigem a produção efetiva de dano, mas, sim, a prática de um comportamento típico que produza um perigo de lesão ao bem juridicamente protegido, vale dizer, uma probabilidade de dano. O perigo seria, assim, entendido como probabilidade de lesão a um bem jurídico-penal (apud BENFICA NETO, 2016). Perigo de contágio venéreo Bem jurídico: A saúde da pessoa humana. Sujeitos: Os sujeitos do delito são no rol ativo: qualquer pessoa contaminada por moléstia venérea. No rol passivo: qualquer pessoa, Irrelevante o consentimento do ofendido. Tipo objetivo: Expor alguém por meio de relações sexuais – cópula e seus equivalente fisiológicos – ou qualquer ato libidinoso – destinado à satisfação de 13 prazeres sexuais – a contágio de moléstia venérea (elemento normativo extrajurídico), de que sabe ou deve saber que está contaminado. Indispensável o contato corporal direto entre agente e vítima (art. 330, caput). Tipo subjetivo: No artigo 130, caput, o dolo direito (sabe) ou eventual (deve saber); no § 1º, unicamente o dolo direto. Consumação e tentativa: A consumação se dá com o contato sexual, independentemente do contágio. A transmissão da moléstia venérea exaure o delito. É admissível a tentativa. Forma qualificada: Trata-se da hipótese de o agente ter a intenção de transmitir a moléstia (art. 130, § 1º, CP). Penal e ação penal: A competência para processo e julgamento do delito previsto no artigo 130, caput é do Juizado Especial Criminal (art. 61, Lei 9,099/1995). Admite-se em todas as hipóteses a hipótese de violência doméstica e familiar contra a mulher (art. 41, Lei 11.340/2006). A ação penal é pública condicionada à representação (art. 130, § 2º, CP). Perigo de contágio de moléstia grave Bem jurídico: Incolumidade física pessoal – a vida e a saúde da pessoa humana. Sujeitos: No rol ativo qualquer pessoa contaminada por moléstia grave e contagiosa (delito comum). Tipo objetivo: Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio (art. 131. CP). Moléstia grave é toda aquela que afete seriamente a saúde, perturbando o funcionamento do organismo (elemento normativo extrajurídico). Indispensável que a moléstia grave seja transmissível por contágio. Tipo subjetivo: Dolo (direto) e o elemento subjetivo do injusto “com o fim de transmitir a outrem moléstia grave”. Consumação e tentativa: Consumação – com a prática da conduta idônea à transmissão da doença. Independentemente do contágio. Sobrevindo este, exaure-se o delito. Tentativa – admissível. 14 Penal e ação penal: Comina-se pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa (art.131). Cabível a suspensão condicional e familiar contra mulher (art. 41 da Lei 11.340/2006 e art 129, § 9º CP). Ação Penal é pública incondicionada. Perigo para a vida ou saúde de outrem O artigo 132 vem caracterizar como crime a exposição da vida ou saúde de outrem a perigo. Bem jurídico: O bem jurídico em tela neste artigo é exatamente a vida e saúde da pessoa humana. Sujeitos: Os sujeitos do delito são no rol ativo: qualquer pessoa. No rol passivo: qualquer pessoa desde que individualizada, pois se ação e perigo conjunto ou difuso gera outra tipificação. Irrelevante o consentimento do ofendido. Tipo objetivo: é a exposição de outrem a situação que coloque em xeque sua vida ou sua saúde. Tipo subjetivo: pode ser acarretado no ramo subjetivo por dolo direto ou dolo eventual. Consumação e tentativa: se dará mediante a exposição da pessoa ao perigo direto iminente a vida ou saúde da própria. Ainda assim admite-se a tentativa. Forma qualificada: A causa de aumento da pena (1/6 a 1/3) se dá, quando o perigo advém de situação de transporte de trabalhador para a prestação do serviço. Usando da doutrina de Mirabete (2007), encontra-se o caso dos bóias frias que são levadas as lavouras em situações de perigo, na carroceria de caminhões sem qualquer segurança (apud MORAES, 2016). Penal e ação penal: A ação penal nestes casos é pública e incondicionada, e a pena nos casos que não se enquadram como grave é de detenção de três meses a um ano. Abandono de incapaz Bem jurídico: Vida e saúde da pessoa humana considerada incapaz. 15 Sujeito ativo: é somente aquele que possua uma especial relação de assistência com a vítima, ou que esteja cuidando, ou com a guarda, vigilância ou imediata autoridade (delito especial próprio). Sujeito passivo: é aquele que está sob a guarda, ainda que provisória, não se limitando o legislador a figura do infante, trazendo todos aqueles que figurem como incapazes de serem resguardados dos perigos e riscos possíveis do seu abandono. Tipo objetivo: quando ocorre o abandono do incapaz, possibilitando serem exposto a perigo concreto. Tipo subjetivo: caracteriza pelo dolo, isto é, “pela consciência e vontade do agente de expor a perigo concreto a vida ou saúde do sujeito passivo através do abandono”. (PRADO, 2014, p.275 apud SILVA, 2015). Consumação e tentativa: O crime consuma-se através do abandono, uma vez que haja perigo concreto. Lembrando que o crime é classificado como instantâneo, sendo necessário a situação de perigo que não transcorre com o tempo, mas sim de sua concretude e existência (SILVA, 2015). Forma qualificada: Quando o sujeito ativo atua com consciência e vontade de ofender a vítima. Penal e ação penal: As causas de aumento de pena estão previstas no § 3º do artigo 133 do CP. A ação penal é publica incondicionada. Exposição ou abandono de recém-nascido Bem jurídico: A vida e a saúde do recém-nascido. Sujeito ativo: Por se tratar de crime que tem como elemento subjetivo o fim de ocultar a própria desonra, é possível dizer que é a mãe, nas hipóteses de gravidez extra- matrimonial, incestuosa ou adulterina, bem como o pai, se o filho for adulterino ou incestuoso. Sujeito passivo: O recém-nascido Tipo objetivo: A conduta típica consiste em expor ou abandonar recém-nascido para ocultar desonra própria. Tipo subjetivo: Além do dolo de expor ou abandonar, que podeser direto ou eventual, é imprescindível o elemento subjetivo do tipo, fim de “ocultar desonra própria”. 16 Consumação e tentativa: O crime se consuma com o perigo concreto, decorrente do abandono. É viável a tentativa, na modalidade comissiva. Forma qualificada: Se em razão do abandono houver o resultado lesão corporal grave a pena será de 1 a 3 anos de reclusão (§ 1º) Se resulta morte, a pena será de 2 a 6 anos de reclusão (§ 2º). Observe-se que essa figura privilegiada do art. 134, traz pena bem mais branda, na hipótese de qualificadora pela morte, em comparação com o art. 133, CP. As duas formas qualificadas são crimes preterdolosos, de modo que é preciso que exista culpa no resultado. Se, apesar do abandono, for imprevisível o resultado, não se aplica a qualificadora por força do art. 19, CP. Penal e ação penal: Na forma simples, detenção de 6 meses a 2 anos. Preter dolosa que resulte lesão grave de 1 a 3 anos se resultar morte de 2 a 6 anos. Ação penal pública incondicionada. Omissão de socorro Bem jurídico: Resguarda-se a vida e saúde da pessoa humana. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa sem restrição (delito comum), desde que esteja próximo, podendo prestar socorro. Sujeito passivo: Qualquer pessoa em grave e iminente perigo. Tipo objetivo: A conduta típica consiste em deixar de prestar assistência sem risco pessoal quando possível faze-la ou não pedir socorro à autoridade pública competente ao se deparar com o sujeito passivo. Tipo subjetivo: Dolo direto ou eventual. É a decisão do agente na inação como a consciência do agente que poderia agir e com meios necessários para agir. Consumação e tentativa: A omissão de socorro consuma-se quando o agente não presta o socorro devido ainda que outro o tenha feito posteriormente. E com consequência tenha efetiva lesão da vítima. O crime de omissão de socorro é um crime de perigo sendo que na primeira parte “que a criança... desamparo” (Art. 135). Na segunda parte “grave e iminente perigo” é crime de perigo concreto. Forma qualificada: Prevista no § único que a pena será aumentada, se da omissão resultar lesão de natureza grave, a pena será aumentada na metade. Na hipótese de resultar morte, a pena será triplicada. Essas causas de aumento de pena somente incidirão se ficar demonstrado que a execução da conduta devida ou da conduta 17 omitiva teria evitado o resultado. Obs.: A crítica que se faz ao § único do art. 135 CP, é que sua redação é equivocada, pois não há a relação de causalidade alguma na omissão sendo-lhe assim mesmo imputado o resultado, desde que seja possível demonstrar que a ação devida teria evitado o resultado. Penal e ação penal: Pena na forma simples, detenção de 1 a 6 meses ou multa. Se resulta lesão grave, reclusão de 1 a 4 anos. Se resultar morte, reclusão de 4 a 12 anos. Ação penal pública incondicionada. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (incluído pela lei nº 12.653, de 2012). Bem jurídico: é a preservação da vida e da saúde da pessoa humana. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa que esteja ligado a pratica da cobrança de cheque ou condição para o atendimento do sujeito passivo, atendente ou pessoa responsável pela unidade de saúde. Sujeito passivo: Pessoa em estado de emergência. Tipo objetivo: A conduta criminosa do agente é “exigir” a garantia formal (“cheque- caução, nota promissória ou qualquer garantia”) de pagamentos dos custos médico- hospitalares, como “condição” para atendimento médico-hospitalar de emergência. Tipo subjetivo: Admite-se somente a forma dolosa de exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer outra garantia ou ainda de exigir o preenchimento prévio de formulários administrativos, sendo dolo de perigo. Inadmite-se, a modalidade culposa. Consumação e tentativa: consuma-se no momento da exigência da garantia de cheque-caução, nota promissória ou qualquer outra garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial. Não admite-se tentativa. Forma qualificada: Se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave, a pena poderá ser majorada ao dobro; resultando em morte, a pena seja majorada ao triplo. Penal e ação penal: A conduta tipificada no Art. 135-A, caput, do Código Penal tem como sanção aplicável, cumulativamente, a detenção de três a um ano e multa. A Ação Penal é Pública Incondicionada. Maus-tratos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 18 Delito de quem submete alguém, sob sua dependência ou guarda, a castigos imoderados, trabalhos excessivos e/ou privação de alimentos e cuidados, colocando, assim, em risco a vida ou a saúde. Bem jurídico: Crime de perigo, portanto o bem jurídico tutelado é a vida, a integridade corporal e a saúde. Sujeito ativo: quem possui com o sujeito passivo relação jurídica especificada: autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação ensino, tratamento ou custódia. Sujeito passivo: a pessoa que esteja subordinada a vínculo jurídico de subordinação. Tipo objetivo: A conduta é expor a perigo. A conduta só será típica se a exposição a perigo se der mediante uma das formas de execução: a) privação de alimentos, b) privação de cuidados indispensáveis, c) sujeição a trabalhos excessivos ou inadequados ou d) abuso dos meios de disciplina e correção. Tipo subjetivo: É o dolo de perigo, que pode ser direto ou eventual. Não há previsão de conduta culposa. Consumação e tentativa: Com a prática dos maus-tratos e a situação de perigo é admissível a tentativa. Forma qualificada: Se houver lesão corporal grave, a pena será de reclusão de 1 a 4 anos, e se houver morte, de 4 a 12 anos. Penal e ação penal: A pena sofrerá, ainda, uma majoração de 1/3, se a vítima for menor de 14 anos. Tal aumento incidirá na pena do caput, tanto quanto nas penas dos §§ 1º e 2º. A ação penal pública é incondicionada. 3.4 Da rixa – Art – 137 C.P Bem jurídico: A segurança e proteção da pessoa humana. Sujeito ativo/passivo: “Os participantes da rixa são ao mesmo tempo sujeitos ativos e passivos uns em relação aos outros: rixa é crime plurissubjetivo (Delito cuja definição exige a participação de mais de uma pessoa na prática da ação típica. O mesmo que crime de concurso necessário. Não se confunde com a coautoria) recíproco, que exige a participação de, no mínimo, três contendores no Direito pátrio, ainda que alguns sejam menores” (BITENCOURT, 2014, p.137, apud SILVA, 2015). 19 Tipo objetivo: “Rixa é uma briga entre mais de duas pessoas, acompanhada de vias de fato ou violência reciprocas. Para caracterizá-la é insuficiente a participação de dois contendores” [...] (BITENCOURT, 2014, p.137 apud SILVA, 2015). Ou seja, deve haver mais de dois sujeitos para que se caracterize o crime. Consumação e tentativa: quando os sujeitos começam o conflito, exatamente no momento em que o participante adere voluntariamente à rixa e, respectivamente, começam as agressões recíprocas Forma qualificada: Havendo lesão corporal de natureza grave ou resultando em morte, se estabelece a qualificação do delito rixa. Penal e ação penal: A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal, seja simples ou qualificada. 3.5 Dos crimes contra a honra Art. 138 a 145 CP. Calúnia O crime de calúnia está previsto no artigo 138 do Código Penal, consiste em atribuir falsamente a alguém a autoria de um crime. Para que se configure o crime de calúnia, é preciso que seja narrado publicamente um fato criminoso. Bem jurídico: é a honra objetiva, isto é, a reputação do indivíduo. “Honra é valor imaterial, insuscetível de apreciação, valoração ou mensuração de qualquer natureza, inerente à própria dignidade e personalidade humana”.(BITENCOURT, 2014, p.567 apud SILVA, 2015). Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa imputável, pois se trata de crime comum. Sujeito passivo: quem recebe a ofensa. Tipo objetivo: Caluniar, que significa difamar, infamar, fazendo acusação falsa. Tipo subjetivo: Admite o dolo direito ou o indireto eventual. Não há previsão legal para a forma culposa. Consumação e tentativa: Consuma-se quando a falsa imputação torna-se conhecida de outrem, que não o sujeito passivo, ou seja, quando chega ao conhecimento de terceiros. É possível a tentativa somente na modalidade escrita, que é crime 20 plurissubsistente. Não se admite na forma verbal, porque o crime se perfaz em um único ato, é unissubsistente. Forma qualificada: Art. 141, incisos I, II e III. Penal e ação penal: A Ação penal é de iniciativa privada, de competência do Juizado Especial Criminal, por se tratar de crime de menor potencial ofensivo. Exceção da verdade: quando o sujeito ativo tem a possibilidade de provar o fato imputado. (Art.141, § 3°, do CP), como o próprio tipo aponta a falsidade da calúnia como elemento indispensável para que o crime seja exaurido (SILVA, 2015). Difamação Bem jurídico: O bem protegido é a honra, a reputação. “A tutela da honra, como bem jurídico autônomo, não é um interesse exclusivo do indivíduo, mas da própria objetividade, que se interessa pela preservação desse atributo, além de outros bens jurídicos, indispensáveis para a boa convivência harmônica em sociedade”. (BITENCOURT, 2014, p.579, apud SILVA, 2015). Sujeito ativo: pode ser tanto qualquer pessoa nos dois sujeitos. Tipo objetivo: Difamar é imputar a uma pessoa fato ofensivo à sua reputação. Em oposição ao delito de calúnia o fato imputado, não precisa ser falso e nem tampouco, ser definido como crime (SILVA,2015). Tipo subjetivo: A subjetividade deste delito reside no dolo de dano, “que se constitui na vontade consciente de difamar o ofendido imputando-lhe a prática de fato desonroso; é irrelevante tratar-se de fato falso ou verdadeiro. [...] O dolo pode ser direto ou eventual”. (BITENCOURT, 2014, p. 581 apud SILVA, 2015). Consumação e tentativa: ao atingir o conhecimento de outras pessoas o crime está estabelecido, não admite-se tentativa. Forma qualificada: Art. 141, incisos I, II e III. Retratação – antes da sentença, admite retratação (Art. 143, CP). Penal e ação penal: A Ação penal é de iniciativa privada, de competência do Juizado Especial Criminal. Injúria 21 Bem jurídico: Trata-se de crime contra honra, havendo diferença que esta honra é a subjetiva. “A injúria real, definida no § 2°, do Art. 140, é um dos chamados crimes complexos, reunindo sob sua proteção dois bens jurídicos distintos: e a integridade ou incolumidade física de alguém” (BITENCOURT, 2014, p.140, apud SILVA, 2015). Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Sujeito passivo: Qualquer pessoa pode ser vítima do crime de injúria. (Os mortos não podem ser injuriados, ao contrário do que ocorre na calúnia) Tipo objetivo: Injuriar alguém é ofender a sua dignidade ou decoro. Tipo subjetivo: O elemento subjetivo do crime de injúria é o dolo de dano - vontade consciente de injuriar, de lesar a honra subjetiva do indivíduo. Consumação e tentativa: A consumação do crime de injúria ocorre quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima. Não admite a tentativa. Forma qualificada: Art. 141, incisos I, II e III. Penal e ação penal: A Ação penal é de iniciativa privada, de competência do Juizado Especial Criminal. 3.6 Dos Crimes Contra a Liberdade Individual – Art. 146 a 154 - B São aqueles crimes que ferem a liberdade legalmente garantida das pessoas em território brasileiro. 3.6.1 Dos crimes contra a liberdade pessoal Constrangimento ilegal Bem jurídico: A proteção é tanto a liberdade individual, bem como a liberdade de pensar livremente. Sujeito ativo: Qualquer pessoa que impeça o exercício da liberdade individual de outrem. Sujeito passivo: Qualquer pessoa que tenha autodeterminação, e que se veja forçada a realizar ou a se abster de determinada conduta pela ação do agente. Tipo objetivo: Constranger (forçar, compelir, obrigar, coagir), considerando que para se efetivar o delito é importante destacar o alcance de fazer “alguém a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda (SILVA, 2015). 22 Tipo subjetivo: Há composição do dolo, há por assim dizer consciência e a vontade de constranger a vítima, “através da violência física ou moral, para dela obter a conduta pretendida. Exige-se a consciência da ilegitimidade da pretensão. São irrelevantes os motivos determinantes e o fim visado, salvo se capazes de excluir a ilicitude do constrangimento”. (PRADO, 2014, p. 800,801 apud SILVA, 2015). Consumação e tentativa: Havendo a efetiva realização, pelo constrangido da conduta visada pelo agente. E um dado importante: “se na cobrança de dívidas é utilizada ameaça, coação, constrangimento físico ou moral ou qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira em seu trabalho, descanso ou lazer, há o delito do art. 71 do CDC”. (PRADO, 2014, p. 801, apud SILVA, 2015). Forma qualificada: “O § 1° do art. 146 determina a aplicação cumulativa e em dobro das penas previstas [...] – quando para execução do crime: a) se reúnem mais de três pessoas, ou; b) há emprego de arma. Penal e ação penal: Competência do Juizados Especial; Ação Penal Pública Incondicionada. Ameaça Bem jurídico: A liberdade individual, em particular “à liberdade psíquica da pessoa humana”. (PRADO, 2014, p.806, apud SILVA, 2015). É relevante dizer que esta tipificação pode produzir “mal injusto e grave produz efeitos na livre capacidade de autodeterminação da vontade [...] no delito de ameaça é, portanto, a tranquilidade, a paz interior da vítima, cuja ofensa conduz à limitação da liberdade pessoal”. (PRADO, 2014, 806 apud SILVA, 2015). Sujeito ativo: Qualquer pessoa que possa crivelmente ameaçar a vítima. Sujeito passivo: também pode ser qualquer pessoa desde que determinada e capaz de entender a intimidação objetivada. Tipo objetivo: a conduta típica consiste em ameaçar, isto é intimidar, anunciar a provocação de um mal injusto. Tipo subjetivo: Crime doloso. A ameaça deve ser séria e idônea. A jurisprudência é predominante no sentido de que não se configura a ameaça quando feita: a) - em momentos de cólera; b) - em estado de embriaguez (autores e julgados contrariam reiterando o art. 28, II do CP, onde a embriaguez não exclui o crime); c) - 23 quando a vítima não lhe dá maior crédito. Todavia, não é necessário que o agente tenha no seu íntimo a intenção de concretizar o mal prometido (DUARTE, 2018). Consumação e tentativa: Consuma-se no momento em que a vítima toma conhecimento do conteúdo da ameaça, independentemente de sua real intimidação. Trata-se de crime formal, bastando à intenção de amedrontar e que a mesma tenha potencial para tanto (DUARTE, 2018). Penal e ação penal: ação pública à representação nos termos do art. 147, parágrafo único, do Código penal. Competência Juizado Especial Criminal. Sequestro e Cárcere privado É a privação da liberdade de alguém mediante enclausuramento ou confinamento. No cárcere privado há clausura, encerramento em recinto fechado, com impossibilidade de a vítima se afastar do local determinado pelo agente (DUARTE, 2018). Bem jurídico: liberdade individual, de forma particular a liberdade de ir e vir. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa (delito comum), todavia, se for o agente é funcionário público (Art.327, CP), pratica o crime “com abuso da função ou pretexto de exercê-la, configura-se o delito de violência arbitrária (Art. 322, CP), ou exercício arbitrário ou abuso de poder (Art. 350, CP) previsto também pelalei 4.898/1965 (Abuso de Autoridade). Constitui abuso de autoridade qualquer atentado à liberdade de locomoção (Art. 3°, “a”, Lei de 4.898/1965). (PRADO, 2014, pag. 814, apud SILVA, 2015) Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa sem distinção. Tipo objetivo: a conduta típica é privar alguém de sua liberdade de ir e vir, essa privação pode se dar por qualquer meio – violência, grave ameaça, uso de soníferos etc. pode ser cometido mediante deslocamento (detenção), levando-se a vítima até um determinado local, ou mediante retenção no próprio local onde se encontra (trancar a pessoa em casa por exemplo) (DUARTE, 2018). Urge se destacar, “o sequestro é o gênero do qual o cárcere privado é espécie, ou, noutro dizer, o sequestro (arbitrária privação ou compreensão da liberdade de movimento e espaço) toma o nome tradicional de cárcere privado quando exercido[...] em qualquer recinto fechado, não destinado a prisão pública” (PRADO, 2014, p. 813 apud SILVA, 2015). 24 Tipo subjetivo: Tem a necessidade de dolo, sendo ou pela consciência ou pela vontade de privar alguém de sua locomoção (SILVA, 2015). Consumação e Tentativa: A consumação ocorre quando a vítima for privada de sua liberdade por tempo juridicamente relevante. A tentativa é possível quando, por exemplo, o agente inicia o ato de execução, mas não consegue manter a vítima privada de sua liberdade por tempo juridicamente relevante (DUARTE, 2018). Forma qualificada: Hipóteses do Art. 148, § 1º e § 2º. Penal e ação penal: Ação penal – publica incondicionada. Redução Análoga à escravo Crime em que uma pessoa fica totalmente sujeita, submissa a outra, sob o seu domínio. Não há necessidade de inflação de maus-tratos, ou sofrimento a vítima, pois o que se protege é a liberdade e a não submissão da vítima à vontade de outrem (DUARTE, 2018). Bem jurídico: A liberdade em todas as suas manifestações. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: qualquer pessoa que esteja sobre vivendo a situação descrita no crime. Tipo objetivo: Não é necessário que haja escravidão – nos moldes do passado, bastando que a conduta do empregador se enquadre em uma das figuras expressamente elencadas no tipo penal. A Lei 10.803/2003 especificou o modus operandi da prática de reduzir a vítima à condição análoga à de escravo, transmutando-o em crime de forma vinculada. Permitindo o texto legal ao tipificação do ilícito sempre que se mostrar presente quaisquer das condutas típicas elencadas no texto legal (DUARTE, 2018). Tipo subjetivo: dolo – direito e ou eventual. Consumação e tentativa: exige-se que a vítima seja reduzida à condição análoga a de escravo e deve perdurar por período razoavelmente longo, de modo a ser possível a constatação do delito, classificado, portanto, como crime permanente. Pois se a vítima for sujeita a trabalhos forçados, de forma eventual, constitui apenas crime de maus-tratos (art. 136 CP) (DUARTE, 2018). É admissível a Tentativa. Forma qualificada: Art.149,§ 2º do CP. 25 Penal e ação penal: Ação penal - publica incondicionada de competência da Justiça Federal. 3.6.2 Dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio Violação de domicílio Entrar, permanecer, clandestinamente, ou contra a vontade expressa tácita de quem de direito, em casa alheia ou suas dependências. O crime já se configura com o acesso à área externa da residência (quintal, jardim, garagem), desde de que exista uma separação visível com as áreas de uso comum do povo (calçada), através de cerca, muro etc. não é necessário o ingresso na área interna da residência (DUARTE, 2018). Bem jurídico: Tranquilidade da vida doméstica. Sujeito ativo: Qualquer pessoa, inclusive proprietário do imóvel, quando a posse estiver legitimamente com terceiro. Sujeito passivo: Aquele que pode impedir a entrada de outrem em sua casa, que seja proprietário, locatário, possuidor legítimo etc. Tipo objetivo: Entrada completa ou permanência (sem consentimento de quem de direito). Tipo subjetivo: O dolo. A doutrina é unanime em afirmar que para a configuração do crime de violação de domicilio, é necessário que a conduta seja um fim específico (DUARTE, 2018). Consumação e tentativa: Quando o agente ingressa completamente na casa da vítima, ou quando, ciente de que deve sair, não o faz por tempo juridicamente relevante, pois a rápida permanência, com espontânea e imediata retirada na sequência, não constitui crime. Trata-se de crime de mera conduta, vez que o tipo penal não descreve qualquer resultado. É possível a tentativa em ambas as figuras (DUARTE, 2018). Forma qualificada: Art. 150 § 1º e § 2 Penal e ação penal: Ação Penal Pública inconcionada. 3.6.3 Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência 26 A Constituição Federal estabelece no artigo 5º, XII – "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas”, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. (DUARTE, 2018). Violação de Correspondência Bem jurídico: A inviolabilidade da correspondência alheia. Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa. Passivos: destinatário e remetente. Trata-se de crime subsidiário. Consumação Tipo objetivo: trata a lei de proteger a carta, o bilhete, o telegrama, ofício e similares, atuais e dirigidas a pessoa determinada desde que fechados. Tipo subjetivo: é o dolo. Não existe modalidade culposa, entretanto, não se pode punir aquele que, por engano, abre e lê correspondência alheia. Consumação e tentativa: consuma-se com o conhecimento do teor da correspondência. Admite-se a tentativa. Forma qualificada: As penas são aumentadas se comprovado o dano efetivo para outrem nos termos do art. 40, § 2° da Lei 6538/78. O dano pode ser econômico ou moral Penal e ação penal: A Competência é federal se a carta ainda estiver em trânsito, porque aí haverá crime contra o serviço de Correio, vinculado à União, ou estadual, se entregue ao destinatário. Ação penal - é pública incondicionada. Cabe: Transação no artigo 40, §§ 1° e 2 e suspensão condicional do processo no artigo 40, § 1° da Lei 6.538/78 (artigos 76 e 89 da Lei 9.099/95) Correspondência Comercial Bem jurídico: A inviolabilidade da correspondência alheia. Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, que só pode ser cometido pelas pessoas elencadas no texto legal – sócio ou empregado da empresa. Não é necessário que o agente esteja trabalhando no momento da infração. 27 Sujeito passivo: É a empresa remetente ou destinatária. Tipo objetivo: O dolo consistente na vontade livre e consciente de praticar as ações incriminadas e o elemento subjetivo do tipo referido pela expressão: abusar (fazer uso indevido) da condição de sócio ou empregado. Consumação e tentativa: Consuma-se com o efetivo desvio, sonegação, subtração, suspensão ou revelação total ou parcial. Admite-se a tentativa. Penal e ação penal: Ação penal - é pública incondicionada. 3.6.4 Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos Divulgação de segredo Bem jurídico: Resguardar o sigilo em relação aos fatos da vida cujo conhecimento por outras pessoas possa provocar dano. Sujeito ativo: O destinatário ou detentor do segredo. Sujeito passivo: A pessoa que pode sofrer o dano pela divulgação. Tipo objetivo: Não se protege o segredo recebido oralmente, mas apenas o contido em documento particular ou correspondência confidencial. O núcleo é divulgar, que significa propagar, difundir. Para alguns doutrinadores, exige-se que se conte o segredo a mais de uma pessoa. Alguns doutrinadores são de opinião que "basta que se narre a uma só, porquanto o que se tem em vista éo comportamento divulgar e não o resultado divulgação...” (DUARTE, 2018). Tipo subjetivo: O dolo contido na vontade livre e consciente de divulgar. Inexiste punição a título de culpa. Consumação e tentativa: Consuma-se no momento da conduta, mesmo que não sobrevenha o efetivo dano. Trata-se de crime instantâneo, formal, próprio quanto ao sujeito, doloso, comissivo. Admite-se a tentativa. Forma qualificada: Art. 153, § 1º - A Penal e ação penal: pública condicionada, (§§ 1 e 2º, salvo se o fato causar prejuízo à administração pública). Na modalidade simples a competência é do JECrim. Violação do segredo profissional 28 Bem jurídico: Resguardar o sigilo profissional o jurídico: A liberdade individual no aspecto do sigilo profissional. Sujeito ativo: Somente as pessoas que têm conhecimento do segredo em razão de certas condições. Trata-se de crime próprio. Sujeito passivo: Aquele que pode sofrer algum dano com a revelação do segredo, podendo ser o titular do segredo e ou terceiro. Tipo objetivo: A conduta típica consiste em revelar o segredo, o que significa dar ciência, contar a alguém o segredo, ao contrário do crime anterior cuja conduta é divulgar. Consumação e tentativa: Como ato de divulgar, independentemente do prejuízo. Admite-se a tentativa. O crime é próprio, doloso, comissivo, instantâneo e formal. Admite-se tentativa. Penal e ação penal: Pública condicionada à representação do ofendido. Invasão de dispositivo informático Bem jurídico: É a inviolabilidade da intimidade e da vida privada, consistente no resguardo dos dados e informações armazenadas em dispositivo informático da vítima. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, uma vez que o tipo penal não exige nenhuma qualidade especial do agente. Sujeito passivo: é a pessoa que pode sofrer dano material ou moral em consequência da indevida obtenção, adulteração ou destruição de dados e informações em razão da invasão de dispositivo informático. Tipo objetivo: Para configurar o delito de invasão de dispositivo informático exige-se uma avaliação do significado jurídico ou social, dos seguintes elementos normativos do tipo: (1) Alheio – é necessário que o dispositivo informático seja alheio, ou seja, de outrem, de terceiro; (2) Sem autorização – é necessário que a violação (indevida ou não) de mecanismo de segurança não tenha sido precedida de autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo. Assim, se o dispositivo informático não for alheio, ou seja, se for próprio ou coisa abandonada (res derelicta), ou se a conduta típica foi precedida de autorização do seu titular, não haverá crime por ausência de tipicidade do fato (DUARTE, 2018). 29 Tipo subjetivo: É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de invadir dispositivo informático alheio, mediante violação indevida de mecanismo de segurança ou de instalar no mesmas vulnerabilidades, tornando-o desprotegido, facilmente sujeito a violações. Exigem-se, ainda, os elementos subjetivos específicos (finalidades específicas) representados pelas expressões “com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações” e “para obter vantagem ilícita”. Assim, se ausentes essas finalidades específicas, ou se outra for a intenção do agente, o fato é atípico em relação ao delito em estudo. O tipo penal não admite a modalidade culposa (DUARTE, 2018). Consumação e tentativa: A invasão de dispositivo informático é crime formal (ou de consumação antecipada), que se consuma sem a produção do resultado naturalístico consistente na efetiva obtenção, adulteração ou destruição de dados ou informações da vítima, que se houver, constitui no simples exaurimento do crime. Consuma-se, portanto, no momento em que o agente invade o dispositivo informático da vítima, mediante violação indevida de mecanismo de segurança, ou instala no mesmo vulnerabilidades, tornando-o facilmente sujeito a violações. Trata-se de crime instantâneo, cuja consumação não se prolonga no tempo. A tentativa é possível por se tratar de crime plurissubsistente (DUARTE, 2018). Forma qualificada: § 3º, do art. 154-A Penal e ação penal: Em regra, é condicionada à representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos, hipóteses em que a ação será pública incondicionada (CP, art. 154-B). 30 4 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Do Furto Bem jurídico: corresponde exclusivamente ao patrimônio, no que diz respeito à posse e propriedade do objeto. Sujeito ativo e passivo: Qualquer pessoa pode ser tanto o sujeito ativo ou passivo. Tipo objetivo: Os elementares do crime de furto podem ser divididos em quatro partes: a) – Conduta típica – consistente em um ato de subtração; b) – Objeto material, deve ser coisa móvel; c) – Elemento normativo – necessidade de que se trate de coisa alheia. d) – elemento subjetivo o fim de assenhoramento definitivo do bem. Tipo subjetivo: É exigido o dolo, enquanto “o elemento subjetivo do tipo específico, que é a vontade de apossamento do que não lhe pertence, consubstanciada na expressão ‘para si ou para outrem’. Essa intenção deve espelhar um desejo do agente de apoderar-se definitivamente, da coisa alheia. É o que se chama tradicionalmente de dolo específico. Não existe a forma culposa” (IBIDEM, p. 866, apud SILVA, 2015). Consumação e tentativa: Existem algumas teorias para explicar o momento consumativo do crime de furto: a) - Contrectacio: segundo esta teoria, a consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa alheia. Se tocou já consumou (DUARTE, 2018). 31 b) - Apprehensio (amotio): a consumação ocorre no momento em que a coisa subtraída passa para o poder do agente, ainda que por breve espaço de tempo, mesmo que o sujeito seja logo perseguido pela polícia ou pela vítima (DUARTE, 2018). c) - Ablatio: para a qual a consumação ocorre quando a coisa, além de apreendida, é transportada de um lugar para outro (DUARTE, 2018). d) - Ilatio: a consumação só ocorre quando a coisa é levada ao local desejado pelo ladrão para tê-la a salvo (DUARTE, 2018). Posicionamento adotado pelo STF e STJ – a teoria da apprehensio (amotio) “o delito de furto consuma-se com a simples posse, ainda que breve, da cosia alheia móvel subtraída clandestinamente, sendo desnecessário que o bem saia da esfera de vigilância da vítima e tampouco que a posse tenha sido mansas e pacifica”. (STJ, REsp. 899.482/RS, DJ 29/10/20070). No mesmo sentido: STJ, (HC 99761/MG, rel. Og. Fernandes. DJe 06/10/2008) (DUARTE, 2018). Admite-se a Tentativa. Forma qualificada: Art. 155 § 4º, §5,§6,§7. Privilegiado: É possível o reconhecimento do privilegio no furto qualificado (assim, como o corre no crime de homicídio) entendimento do STF e STJ desde 2008 ao julgar parcialmente a ordem de habeas corpus de nº 96.140-MS, rel.Min. Jorge Mussi, 02/12/2008 que assim manifestou-se “A turma entendeu que, no furto qualificado pelo concurso de agentes, não há óbice ao reconhecimento do privilegio, desde que estejam presentes os requisitos ensejadores de sua aplicação, quais sejam, a primariedade do agente e o pequeno valor da coisa furtada, o que ocorreu no caso.” Assim, assentou que, no crime de furto, é possível a aplicação simultânea do privilegio e da citada qualificadora. De qualquer modo, reconhecida a hipótese, veda-se “a substituição da pena corpórea por multa (CP, art. 44, § 2º 1ª parte) ou a imposição de somente pena de multa” (STF, HC 94765/RS, rel. min Ellen Gracie, 09/09/20080) (DUARTE, 2018). Penal e ação penal: pública incondicionada. Como a pena mínima. Não supera a 1 (um) ano é cabível também a suspensão do processo (art. 89, lei 9.099/95), se presentes osdemais requisitos. Furto de Coisa Comum Bem jurídico: A Coisa Comum (Condomínio, coerdeiro, sócio). 32 Sujeito ativo: O condômino, coerdeiro ou sócio são sujeitos ativos especiais. O condômino é o coproprietário; o coerdeiro é o sucessor juntamente com outra pessoa; e o sócio é o membro de uma sociedade, portanto, aquele que é proprietário em comum com outras pessoas, pertencentes ao mesmo agrupamento; de acordo com cada situação. Sujeito passivo: são os mesmos, acrescentando que deve estar na posse legítima da coisa. Tipo objetivo: Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, que legitimamente a detém, a coisa comum. Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não exceda a cota a que tem direito o agente. Tipo subjetivo: O delito de furto de coisa comum somente pode ser perpetrado de maneira dolosa, inexistindo previsão para a modalidade culposa no Ordenamento vigente. Ao lado disso, além do dolo, “o tipo penal exige, segundo a doutrina majoritária, o chamado especial fim de agir, caracterizado pela expressão para si ou para outrem, constante do art. 156 do Código Penal” (DUART, 2018). Penal e ação penal: Pública condicionada à representação do ofendido, conforme insculpido no §1º do dispositivo supramencionado. A competência é do Juizado Especial Criminal a competência para julgamento, bem como a proposta de suspensão condicional do processo, na forma assinalada na redação do artigo 89 da Lei Nº. 9.099/1995. DO ROUBO Bem jurídico: O patrimônio e a incolumidade física ou a liberdade individual. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, exceto o próprio dono do bem. Trata- se de crime comum. Admite-se coautoria e participação. Sujeito passivo: o proprietário do bem como possuidor ou detentor do bem, que sofra prejuízo econômico, e também todos aqueles que sofram a violência ou grave ameaça, ainda que não tenham prejuízo patrimonial. Pessoa jurídica também pode ser sujeito passivo. Tipo objetivo: O roubo, em princípio contém as mesmas elementares do furto: a) - subtração como conduta típica; b) – coisa móvel como objeto material; c) – a circunstância de a coisa ser alheia como elemento normativo; 33 d) – a finalidade de assenhoramento definitivo para si ou para outrem, como elemento subjetivo. Trata-se, de infração bem mais grave do que o furto, enquanto no furto ocorre uma subtração pura e simples, no roubo, o agente subjuga a vítima, pelo emprego da violência ou da grave ameaça ou qualquer outro meio, para viabilizar a subtração. Consumação e tentativa: no exato momento em que ele se apossa do bem pretendido, ainda que seja preso no local. "Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada." Segundo entendimento da (3ª seção do STJ firmou entendimento sobre o momento da consumação dos crimes de furto e de roubo, em julgamento de dois recursos representativos de controvérsia, sob o rito dos repetitivos ver processos relacionados – (Resp. 1.499.050 e REsp 1.524.450) (DUARTE, 2018). Admite-se a tentativa. Forma qualificada: Art. 157, § 3º e seguintes. Penal e ação penal: o julgamento do crime de latrocínio, é do juiz singular nos termos da Súmula 603 do STF - “A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do tribunal do Júri” Ação penal Pública incondicionada. Da Extorsão Bem jurídico: tutela o patrimônio, bem como a incolumidade física e a liberdade individual. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa trata-se de crime comum. Sujeito passivo: tosos os que sofrem a violência ou a grave ameaça, como aqueles que sofrem a lesão patrimonial. Tipo objetivo: consiste em obrigar, coagir a vítima a fazer algo (e entregar dinheiro ou outro bem qualquer, a preencher um cheque, a fazer compras para o agente, a pagar suas contas, etc.), tolerar que se faça algo permitir que o agente rasgue um titulo de credito, fazer uso de um imóvel sem pagar por isso etc.) ou deixar de fazer alguma coisa (não entrar em uma concorrência, não ingressar com uma ação de execução) etc. 34 Tipo subjetivo: a intenção de obter vantagem econômica é o que diferencia a extorsão dos crimes de constrangimento ilegal (art. 146 CP) e exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 CP). Consumação e tentativa: “O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida” (Súmula 96 – STJ). A tentativa é possível. A terceira sessão do STJ decidiu em 2004 (CC 40.569/SP, rel. Min José Arnaldo da Fonseca) que, em se tratando de mensagens eletrônicas ameaçadoras, o crime se consuma quando as vítimas as receberem. Forma qualificada: Art. 158, 2º e 3º. Penal e Ação Penal: Ação Penal Pública incondicionada. Extorsão Mediante Sequestro Bem jurídico: O patrimônio e a liberdade. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: também qualquer pessoa Tipo objetivo: a conduta típica e sequestrar, que consiste em capturar alguém e priva-lo de sua liberdade. Tipo subjetivo: É dolo de obter que consiste em obter qualquer vantagem como condição ou preço do resgate. Consumação e tentativa: É crime formal. Opera-se a consumação com o simples sequestro, independentemente da obtenção da vantagem, desde que seja esta a intenção do agente. A privação da liberdade da vítima, segundo jurisprudência dominante, deve ser por um tempo juridicamente relevante. É possível a tentativa. Há entendimento minoritário, no sentido de que o “sequestro relâmpago” deve ser tipificado neste caso. Aqueles que discordam de tal tipificação argumentam que a extorsão mediante sequestro a vítima do sequestro deve ser distinta daquela extorquida (DUARTE, 2018). Forma qualificada: Art. 158, § § 2º e 3º, CP Penal e Ação Penal: É publica incondicionada; Competência do local onde se deu a captura (art. 70 do Código Penal). Extorsão Indireta 35 Bem jurídico: O patrimônio e, indiretamente, a administração da justiça, que pode ser afetada em caso de apresentação do documento fraudulento às autoridades. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Embora na maioria das vezes, o autor desse crime é um agiota. Sujeito passivo: Também qualquer pessoa em dificuldade financeira. Consumação e tentativa: Na hipótese em que o próprio agente exige o documento fraudulento como garantia da dívida, o crime se consuma no instante em que a exigência chega ao conhecimento da vítima. Trata-se de crime formal, pois se consuma ainda que a vítima não elabore o documento. Pois a sua efetiva elaboração e entrega ao agente constitui mero exaurimento. Na figura receber o crime é material. Só se aperfeiçoa com a tradição do documento ao credor. É possível a tentativa quando se trata de exigência feita por escrito que se extravia (DUARTE, 2018). Penal e Ação Penal: É pública incondicionada, sendo cabível a suspensão do processo (art. 89 da lei 9.099/95). Da Usurpação Bem jurídico: a posse e a propriedade dos bens imóveis. Sujeito ativo: amplamente dominante o entendimento de tratar-se de crime próprio, pois, somente pode ser alterado pelo vizinho do imóvel, que na zona urbana, quer na rural. Sujeito passivo: o vizinho dono ou possuidor do imóvel. Tipo objetivo: possui duas condutas típicas: a) – supressão, ou seja, a total retirada do marco divisório; b) – deslocamento do marco divisório, afastando-o do local correto, de modo a aumentar a área do agente. Tipo subjetivo: a intenção de apropriar-se no todo ou em parte da propriedade alheia. Consumação e tentativa: no exato momento em que o agente suprime ou desloca o marcodivisório, ainda que a vítima posteriormente perceba e retorno a parte de que foi tolhida. Trata-se de crime formal. É possível quando o agente é flagrado iniciando a supressão ou deslocamento e é impedido de prosseguir (DUARTE, 2018). 36 Usurpação de Água Bem jurídico: o curso natural das águas. Sujeito ativo: vizinho do imóvel Sujeito passivo: vizinho ou possuidor Tipo objetivo: desviou ou deslocamento das águas alheias. Tipo subjetivo: causar prejuízo à uma propriedade pública ou privada. Esbulho Possessório Bem jurídico: A posse de bem imóvel. Sujeito ativo: Geralmente o proprietário em concurso de agentes. Sujeito passivo: possuidor indireto do imóvel Tipo objetivo: Tomar posse do bem imóvel de modo a expulsar o possuidor. Tipo subjetivo: Violência, grave ameaça, concursos de agentes. Penal e Ação Penal: Em todos os crimes descritos no artigo 161, não havendo violência, a ação será privada, caso contrário, pública incondicionada. Além disso, se a propriedade for pública, a ação também será pública incondicionada. Cabe Conciliação no caput e no § 1°, I e II, se a propriedade é particular e não há emprego de violência (§ 3°)( DUARTE, 2018). Supressão ou Alteração de Marcas em Animais Bem jurídico: a propriedade e a posse dos animais Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, inclusive quem possui animal que pertença à terceiro Sujeito passivo: o dono do animal. Tipo objetivo: apagar ou modificar o sinal indicativo de propriedade em gado e rebanhos alheios. (gado consiste em animais de grande porte = bois, cavalos. Rebanhos = porcos ovelhas cabras e etc). Consumação e tentativa: Consuma-se com a supressão ou alteração da marca, sinal, ainda que se dê apenas em relação a um animal. A tentativa é possível uando o agente não consegue concretizar a remarcação iniciada pela repentina 37 chegada de alguém no local, ou quando concretiza a remarcação, mas a faz de tal forma que continua sendo possível identificar a marca do verdadeiro dono. Penal e Ação Penal: Ação Penal Pública Incondicionada. 5 DO DANO Dano Bem jurídico: pode ser coisa móvel ou imóvel desde que tenha dono. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa exceto o proprietário da coisa danificada. Por condômino ou sócio, haverá crime apenas se o bem for infungível ou, se fungível, quando o valor do prejuízo exceder ao montante da quota-parte do agente. O proprietário que destrói ou danifica objeto seu em poder de terceiro (aluguel; penhora, etc), incide no delito do artigo 346 do Código Penal (DUARTE, 2018). Sujeito passivo: O proprietário, ou o possuidor que sofra prejuízo econômico em consequência do dano. Tipo objetivo: Destruir, Inutilizar, Deteriorar, coisa alheia (a obtenção de vantagem de ordem econômica, não constitui elemento do tipo). Tipo subjetivo: o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de destruir, inutilizar ou prejudicar. Consumação e tentativa: consuma-se, no momento em que o bem é danificado no todo ou em parte. Admite-se a tentativa. Forma qualificada: Ocorrendo violência ou grave ameaça à pessoa (I); uso de inflamável ou explosivo, não constituindo crime mais grave (II); contra bem público, de concessionário ou de sociedade de economia mista (III): motivo egoístico ou prejuízo considerável para a vítima (IV). Dá-se o dano qualificado com penas mais severas. Penal e Ação Penal: Nos danos simples a Ação Penal é de iniciativa Privada e nos demais é pública incondicionada. 38 Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia Bem jurídico: os direitos reais e a posse (superfície, usufruto, arrendamento etc.). Sujeito ativo: qualquer pessoa. Aquele que introduz ou deixa animal em propriedade alheia. Sujeito passivo: proprietário ou possuidor do imóvel invadido (seja ele legitimo possuidor, usufrutuário, arrendatário etc.). Consumação e tentativa: Consuma-se com a simples introdução ou abandono, ainda que o fato se dê em relação a apenas um animal, conforme inclinação geral da doutrina. Não se admite a tentativa. Penal e Ação Penal: Ação Penal Privada. 6 DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA Apropriação Indébita Bem jurídico: Coisa alheia móvel de que tem posse o agente. Sujeito ativo: – pode ser qualquer pessoa que tenha a posse ou a detenção lícita de uma coisa alheia. Sujeito passivo: quem sofre o prejuízo. Normalmente o proprietário, possuidor ou usufrutuário. Porém, quem apropriar-se de bens, proventos, pensão ou rendimento de pessoa idosa, incorre no crime previsto no art. 102 do estatuto do idoso (Lei 10.741/03). Tipo subjetivo: é o dolo de tornar-se dono daquilo de que é mero possuidor ou detentor. Consumação e tentativa: embora dependa de uma avaliação subjetiva, a consumação do crime opera-se quando o agente inverte a posse ou domínio da coisa. No caso de negativa de restituição, a consumação ocorre no momento em que o agente se recusa a devolver a coisa. Não havendo prazo pré-fixado para a devolução, é necessário interpelação ou notificação. 39 Quanto a tentativa, diverge a doutrina, alguns consideram possíveis, exceto na hipótese de negativa de restituição. Outros entendem que por tratar-se de modalidade omissiva é incompatível com a figura da tentativa. Forma qualificada: Art. 168, § 1º, CP Penal e Ação Penal: Pública incondicionada. Cabível a suspensão do processo (arft. 89 da Lei 9.099/95), na modalidade simples. De acordo com o STJ “compete ao juízo local onde representante comercial deveria efetuar a prestação de contas processar e julgar o crime de apropriação indébita imputado a ele” (DUARTE, 2018). Apropriação Indébita Previdenciária Bem jurídico: o patrimônio de todos os cidadão assegurado pelo sistema da seguridade social. Sujeito ativo: é a pessoal responsável por recolher a contribuição e repassá- la ao sistema previdenciário. Sujeito passivo: é o Estado, representado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Tipo objetivo: é a contribuição social que já foi descontada do contribuinte, mas que não foi repassada ao sistema previdenciário dentro do prazo. Consumação: Consuma-se com o decurso do prazo para o recolhimento. “O STF firmou orientação de que os crimes de sonegação e apropriação indébita de contribuições previdenciárias têm natureza material, a exigir a ocorrência de resultado naturalístico para a sua consumação. Assim, o dano à previdência, nesses casos, faz-se necessário, a fim de se vislumbrar justa causa para a instauração de inquérito policial, o esgotamento da via administrativa, tido como condição de procedibilidade para a ação penal, pois o suposto crédito pendente de lançamento definitivo impede a configuração daqueles delitos e a contagem do prazo prescricional” (DUARTE, 2018). 40 Apropriação de Coisa Havida por Erro, Caso Fortuito ou Força da Natureza Bem jurídico: é o patrimônio, coisa perdida ou tesouro visado. Sujeito ativo: Qualquer pessoa Sujeito passivo: é o proprietário ou legitimo possuidor da coisa desviada ou perdida, bem como o dono do prédio onde o tesouro for achado. Consumação: quando ocorrer a apropriação da coisa ou do tesouro, com a ressalva do prazo de quinze dias para a devolução feitiço, inciso II, inseriu-se um elemento temporal, que provocou o surgimento de uma condição para o aperfeiçoamento do tipo (DUARTE, 2018). 7 DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES Estelionato Bem jurídico: o patrimônio. Sujeito ativo: é tanto aquele que emprega a fraude como aquele que dolosamente recebe a vantagem ilícita. Sujeito passivo: os que sofrem o prejuízo patrimonial os que foram enganados pela fraude perpetrada (ainda que não sejam economicamente prejudicados). Assim, pode ser pessoa física ou jurídica, desde que seja determinada. Tipo objetivo: o estelionato é um crimepelo emprego de fraude, uma vez que o agente vale-se de alguma artimanha, consegue enganar a vítima e convencê-la a entregar-lhe algum bem e, na sequência, locupleta-se ilicitamente com tal objeto. Consumação e tentativa: Só se consuma com a obtenção da vantagem ilícita. Se a vantagem é licita, constitui exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 CP). O dano efetivo, necessário ao crime, não significa lucro efetivo do agente. Admite-se a tentativa. Forma qualificada: Art. 171, § 3º, CP Penal e Ação Penal: Pública incondicionada. 41 8 DA RECEPTAÇÃO Bem jurídico: O patrimônio Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: – é o proprietário ou legitimo possuidor de coisa produto de crime. Tipo objetivo: o crime de receptação dolosa possui as seguintes figuras: • Simples que pode ser própria (art. 180, caput, 1ª parte) ou imprópria (art. 180, caput 2ª parte); • Qualificada (§ 1º); • Agravada (§ 6º); • Privilegiada (§ 5º 2ª parte) • O crime de receptação própria possui cinco núcleos pela conjunção alternativa “ou”, assim, a realização de uma só conduta já é, suficiente para configurar o crime, mas a prática de uma delas em relação ao mesmo objeto material constitui crime único. Consumação e tentativa: quando houver prejuízo para a vítima em face do seu distanciamento da coisa que lhe foi tomada. É admissível a tentativa. Ação Penal: Pública incondicionada em todas as modalidades descritas no tip. Da Violação do Direito Autoral Bem jurídico: propriedade imaterial ou intelectual do autor Sujeito ativo: poderá ser qualquer pessoa que pratique o crime, podendo ainda ter coautor ou participante, a exemplo do editor de um livro plagiado. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: é o autor da obra ou titular do direito autoral, os herdeiros ou sucessores, quando já falecido o autor da obra. A lei 9.610/98 em seus arts. 49 a 52 traz também a possibilidade de ser sujeito passivo a pessoa jurídica de direito público ou privado na hipótese em que o autor cede os direitos sobre a obra. Tipo subjetivo: é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de o sujeito violar o direito autoral. Nas figuras qualificadas (§§ 1º a 3º), exige-se, ainda, o fim especial de agir contido na expressão “com o intuído de lucro direito ou indireto”. O tipo penal é exclusivamente doloso, não admite a modalidade culposa (DUARTE, 2018). 42 Consumação e tentativa: há consumação com a efetiva pratica da violação dos direitos autorais, mediante reprodução, venda ou oferecimentos ao público, independente da ocorrência do resultado. Tentativa é aceita em todas as modalidades. Penal e Ação Penal: Existem várias regras no art. 186 do CP. Vejamos: a) – ação privada – na figura do caput; b) – ação pública incondicionada - nas figuras qualificadas dos §§ 1º e 2º bem como se o crime for cometido em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público; c) – ação pública condicionada a representação - na figura do § 3º. 9 DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Atentado contra a liberdade de trabalho Bem jurídico: a atividade laborativa ou empresarial. Sujeito ativo: qualquer pessoa que pratique o crime, podendo ainda ser praticado em concurso de pessoas. Sujeito passivo: qualquer pessoa que recaia a violência ou grave ameaça, inclusive o proprietário do estabelecimento. Tipo objetivo: consiste em constranger mediante violência física, (compelindo ou obrigando) ou grave ameaça (promessa de causar mal), a fim de atingir a liberdade de trabalho do sujeito passivo. Consumação e tentativa: A consumação ocorre no momento que a vítima, coagida, realiza ou deixa de realizar a atividade que o agente determinou. Admite-se a tentativa. Penal e Ação Penal: é pública incondicionada. Como a pena máxima aplicada é de um ano, a competência e do JECrim. Atentado Contra a Liberdade de Contrato de Trabalho e Boicotagem Violenta Bem jurídico: é a liberdade de trabalho. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa. 43 Tipo subjetivo: O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de constranger, não admite a modalidade culposa. Consumação e tentativa: na primeira figura consuma-se no momento em que é celebrado o contrato de trabalho. Na boicotagem no instante em que é negado fornecimento ou aquisição de mercadorias. É admissível a tentativa. Penal e Ação Penal: é pública incondicionada. Em razão da pena competência JECrim. Atentado Contra a Liberdade de Associação Bem jurídico: Liberdade da livre associação profissional ou sindical. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa. Tipo subjetivo: O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de constranger, não admite a modalidade culposa. Consumação e tentativa: na primeira figura consuma-se no momento em que é celebrado o contrato de trabalho. Na boicotagem no instante em que é negado fornecimento ou aquisição de mercadorias. É admissível a tentativa. Penal e Ação Penal: é pública incondicionada. Em razão da pena competência JECrim. Paralisação de Trabalho, Seguida de Violência ou Perturbação da ordem Bem jurídico: Liberdade de trabalho Sujeito ativo: na primeira figura é o empregador, e na segunda – os empregados. Também respondem pelo crime aqueles que não são empregados ou empregados, mas que, em conluio com estes, empreguem a violência. Sujeito passivo: poderá ser qualquer pessoa natural quando houver violência contra a pessoa, ou pessoa jurídica quando houver dano à coisa. Tipo subjetivo: é o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de praticar a suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando durante a paralisação violência contra a pessoa ou contra a coisa, não admite a modalidade culposa. 44 Consumação e tentativa: A consumação se efetiva com a prática violenta praticada por empregado ou empregador no transcurso do movimento. A tentativa é admissível, uma vez que o sujeito ativo inicia determinada violência, porém não obtém êxito devido a forças alheias a sua vontade. Penal e Ação Penal: é pública incondicionada. Como a pena máxima aplicada é de um ano, a competência e do JECrim. 10 DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS Dos Crimes contra o Sentimento Religioso Ultraje a culto e impedimento ou Perturbação de Ato a ele Relativo. Bem jurídico: Tutela-se a liberdade individual de ter a crença e culto, seu sentimento religioso, independentemente da religião professada. Sujeito ativo: qualquer pessoa, pois se trata de crime comum. Sujeito passivo: é a pessoa que sofre com o escarnecimento, assim como a perturbação, impedimento de cerimônia ou prática de culto religioso, como também o vilipendio. Portanto, são pessoas determinadas que são vítimas, pois tanto pode ser um sacerdote, crente, rabino, padre, freira, pastor, ministro, assim como a toda a coletividade praticante da atividade religiosa. Tipo objetivo: há três condutas diversas previstas no artigo 208 que configuram o delito, vejamos: a) Escarnecer alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa. b) Impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso. c) Vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Tipo subjetivo: Em todas as condutas acima é representado pelo dolo (vontade livre e consciente) de modo especifico, já que inexiste modalidade culposa. Consumação e tentativa: Trata-se de delito material, com o escarnecimento, independentemente do resultado; com o efetivo impedimento ou perturbação; com o vilipêndio, sendo este material ou de simples conduta. É admissível a tentativa. Penal e Ação Penal: publica incondicionada,em face da pena a competência é do JECrim., cabível a suspensão do processo. 45 Dos Crimes Contra o Respeito aos Mortos Bem jurídico: Tutela-se o sentimento de respeito pelos mortos, bem como a dor de seus familiares. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, trata-se de crime comum. Sujeito passivo: atinge a coletividade, que representa os a familiares e amigos do morto, e também o Estado. Tipo objetivo: Ação ou omissão de impedir (paralisar, impossibilitar) ou perturbar (embaraçar, atrapalhar, estorvar) o enterro (transporte do corpo do falecido em cortejo fúnebre ou mesmo desacompanhado, até o local do sepultamento ou cremação, entendendo também num sentido amplo, o velório que pode ou não ser realizado no mesmo lugar do sepultamento ou cremação) ou cerimônia fúnebre (ato religioso ou civil realizado em homenagem ao morto) (DUARTE, 2018). Tipo subjetivo: é o Dolo direto ou eventual não há previsão na modalidade culposa. Consumação e tentativa: quando o agente tenha efetivamente produzido o resultado de impedir ou perturbar enterro ou cerimônia fúnebre. Trata-se de crime material. É admissível a tentativa. Penal e Ação Penal: Publica incondicionada, promovida e movimentada pelo Ministério Público. Destruição, Subtração ou Ocultação de Cadáver Bem jurídico: tutela-se o sentimento de respeito pelos mortos Sujeito ativo: qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: é a coletividade, entidade sem personalidade jurídica, a família e os amigos do morto. Trata-se de crime vago. Tipo objetivo: a conduta consiste em três figuras típicas: a) - Destruir (fazer com que não subsista, tornar insubsistente, destroçar, queimar, reduzir a detritos ou resíduos, desaparecer); b) - subtrair (tirar do local, furtar). 46 Obs.: Se a hipótese de o cadáver integrar o patrimônio de alguma Universidade ou instituo de pesquisa, a subtração nesse caso constitui crime de furto. E não subtração de cadáver. c) - ocultar (esconder, desde que não destrua do cadáver ou parte dele). Tipo subjetivo: É representado pelo dolo (vontade livre e consciente) de violar, subtrair ou ocultar cadáver. Consumação e tentativa: com a destruição total ou parcial do cadáver; desaparecer o cadáver ou parte dele, mesmo que temporariamente; retirada do cadáver ou parte dele, ainda que temporária. Admite-se a Tentativa Penal e Ação Penal: Ação Penal pública incondicionada. Competência: aplica-se em primeira instância, desde que afastada a incidência do crime de aborto, em que este último é de competência do Tribunal do Júri. 11 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Fonte: themisjus.com.br Com o desdobramento dos trabalhos da “CPI da Pedofilia”, editou-se a Lei 12.015/2009, responsável por diversas modificações na seara dos crimes sexuais, especialmente o recrudescimento das penas e a criação de novos delitos. E, como relevante mudança, merece destaque a nomenclatura do Título VI da Parte Especial do Código Penal. A ultrapassada expressão “crimes contra os costumes” cedeu espaço à adequada terminologia “crimes contra a dignidade sexual”. https://themisjus.com.br/ 47 Seu fundamento de validade reside no art. 1.º, inc. III, da Constituição Federal: a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, definida com precisão por Marco Antônio Marques da Silva: A dignidade decorre da própria natureza humana, o ser humano deve ser tratado sempre de modo diferenciado em face da sua natureza racional. É no relacionamento entre as pessoas e o mundo exterior e entre o Estado e a pessoa que se exteriorizam os limites da interferência no âmbito desta dignidade. O seu respeito, é importante que se ressalte, não é uma concessão ao Estado, mas nasce da própria soberania popular, ligando-se à própria noção de Estado Democrático de Direito (apud GOMES et al, 2018, p.165). De fato, a dignidade é inerente a todas as pessoas, sem qualquer distinção, em decorrência da condição privilegiada do ser humano. Ademais, a dignidade da pessoa humana não gera reflexos apenas nas esferas física, moral e patrimonial, mas também no âmbito sexual. Em outras palavras, toda e qualquer pessoa humana tem o direito de exigir respeito no âmbito da sua vida sexual, bem como o dever de respeitar as opções sexuais alheias. 11.1 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Estupro Bem jurídico: liberdade sexual Sujeito ativo: qualquer pessoa (homem ou mulher), crime comum. Sujeito passivo: qualquer pessoa (homem ou mulher), independentemente de suas qualidades (honesta ou desonesta, recatada ou promíscua, virgem ou não, casada ou solteira, velha ou jovem). Tipo objetivo: ter conjunção carnal; praticar outro ato libidinoso; permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Tipo subjetivo: O Dolo. Consistente na vontade livre e consciente de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. 48 Consumação e tentativa: O estupro é crime material, que só se consuma com a produção do resultado naturalístico, consistente na conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Consuma-se, portanto, após o constrangimento da vítima, mediante violência ou grave ameaça. Admite-se a tentativa. Forma qualificada: Os §§ 1 º e 2º do art. 213 CP Penal e Ação Penal: Ação Penal Pública Condicionada à representação do ofendido (com exceção do estupro de vítima menor de 18 anos ou vulnerável será Ação Pública incondicionada). Violência Sexual Mediante Fraude Bem jurídico: Liberdade sexual de qualquer pessoa, homem ou mulher. Sujeitos ativo/passivo: Qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Tipo objetivo: Tipo objetivo possui dois elementos, tanto é "Ter conjunção carnal" como Praticar outro ato libidinoso com alguém mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima (SAMPAIO, 2016). Tipo subjetivo: É o dolo, ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém. Consumação e tentativa: Consuma-se com a efetiva prática do ato libidinoso e conjunção carnal. Penal e Ação Penal: Ação penal pública condicionada à representação. Importunação sexual – L13718/2018 Bem jurídico: Liberdade sexual de qualquer pessoa, homem ou mulher. Sujeitos ativo/passivo: É crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, seja do mesmo sexo/gênero ou não. A vítima pode ser qualquer pessoa, ressalvada a condição de vulnerável, que já tem previsão específica. Tipo objetivo: Satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro Tipo subjetivo: O elemento subjetivo sempre será o dolo direto e especial, tal seja vontade dirigida a satisfazer da própria lascívia ou de terceiros, não bastando o simples toque ou “esbarrão” no metrô, por exemplo. 49 Consumação e tentativa: O momento consumativo será com efetiva prática do ato libidinoso, admitindo tentativa. Penal e Ação Penal: Ação penal pública incondicionada. Assédio Sexual Bem jurídico: Liberdade sexual Sujeitos ativo: Qualquer pessoal. Necessário relação de hierarquia funcional ou ascendência Sujeito passivo: Deve estar no outro lado da relação hierárquica, podendo ser homem ou mulher. Pode acontecer também do sujeito passivo e ativo serem do mesmo sexo, o que para lei penal não é relevante (SAMPAIO, 2016). Tipo objetivo: " constranger "é a conduta tipificada no referido tipo penal. Tipo subjetivo: "É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de constranger a vítima. Exige-se, além daquele, o elemento subjetivo do tipo: a finalidade de obter a vantagem ou favorecimento sexual” (CAPEZ apud SAMPAIO, 2016). Consumação e tentativa: O crime se consuma com o constrangimento forte o bastante a causar desconforto no ofendido. Penal e Ação Penal: Ação penalpública condicionada à representação. 11.2 DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL (Lei nº 13.772, 2018). Registro não autorizado da intimidade sexual Bem jurídico: Tutela da dignidade sexual. Sujeitos ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: Também pode ser qualquer pessoa. Tipo objetivo: À proteção da intimidade sexual da vítima, preservando-a a exposição indevida de sua nudez ou de seus atos sexuais ou libidinosos de caráter íntimo e privado. Consumação e tentativa: Consuma-se com a efetiva prática das condutas incriminadas, ausente a autorização dos participantes. Admite-se a tentativa. 50 Penal e Ação Penal: Ação Penal é pública incondicionada. 11.3 Dos Crimes Sexuais Contra Vulnerável - Arts. 217 a 218 - C Vulnerável é a vítima menor de 14 anos ou deficientes mentais que não tem necessário discernimento para a prática do ato. A vulnerabilidade é a característica principal dos delitos em questão. Tal vulnerabilidade finca-se nas premissas do ainda incompleto desenvolvimento psicobiológico e sexual da vítima, que é incapaz de entender a legitimidade da prática de atos sexuais e, portanto, seu consentimento da pratica dos mesmos estaria maculado. Tal vulnerabilidade sempre ofereceu bases à antiga tipificação da “Violência Presumida” já que se presume violento o crime sexual praticado contra aquele que é impossibilitado de consenti-lo (ALMEIDA, 2016). Estupro de vulnerável Com o advento da Lei número 12.015/09 surge pela primeira vez no ordenamento jurídico o Estupro de Vulnerável, o tipo penal elenca como criminosa a conduta de manter relação sexual – sem necessidade de violência ou grave ameaça – ou praticar outro ato libidinoso em menores de catorze anos, em quem tem deficiência mental ou por alguma circunstância não pode oferecer resistência – evidentes sujeitos passivos do crime – sendo inválido o consentimento da vítima. Assim, como sujeito ativo, poderá figurar qualquer dos sexos – sendo necessário, contudo, no caso de conjunção carnal, uma relação heterossexual (ALMEIDA, 2016). Bem jurídico: Tutela-se a dignidade sexual dos vulneráveis com a finalidade de proteger a integridade e a privacidade de tais pessoas no âmbito sexual (DUARTE, 2019). Sujeitos ativo: trata-se de crime comum, portanto pode ser praticado por qualquer pessoa (homem ou mulher). Sujeitos passivo: É o indivíduo menor de 14 anos ou aquele que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. tanto o homem quanto a mulher podem ser sujeitos passivos do crime em exame (DUARTE, 2019). 51 Tipo objetivo: A conduta típica consiste em ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (quatorze) anos (caput), ou com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência (§ 1º). Tipo subjetivo: É o dolo, consubstanciado na vontade de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com indivíduo nas condições previstas no caput ou § 1ºdo artigo. Consumação e tentativa: Consuma-se com a prática do ato de libidinagem, sendo perfeitamente possível à tentativa, quando iniciada a execução, o ato sexual visado não se consuma por circunstancias alheias a vontade do agente. Penal e Ação Penal: Publica incondicionada com as alterações introduzidas pela Lei 13.718/18. Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente. Lascívia, significa a Propensão para a luxúria, sensualidade exagerada; lubricidade. O Art. 218-A do Código Penal prevê a pena de reclusão de 2 a 4 anos para aquele que praticar na presença de alguém menor de 14 anos, ou induzir a criança a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de terceiros. Bem jurídico: é a dignidade sexual da pessoa menor de 14 anos de idade, no tocante ao seu desenvolvimento sadio e equilibrado, bem como na sua íntegra formação moral. Sujeitos ativo: Trata-se de crime comum, portanto, tanto o homem quanto a mulher podem praticá-lo. Sujeito passivo: é a pessoa menor de 14 anos, ainda que corrompida. Tipo objetivo: Ação de praticar na presença da criança ou induzi-lo a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Tipo subjetivo: É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de praticar, na presença de menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 52 Consumação e tentativa: Consuma-se o crime com a prática, na presença de alguém menor de 14 anos, da conjunção carnal ou de outro ato libidinoso. No ato de induzir, o crime se consuma no instante em que o menor é efetivamente convencido, levado pelo agente a presenciar o ato sexual. A tentativa é perfeitamente admissível em ambas às modalidades delituosas (DUARTE, 2019). Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. Bem jurídico: Dignidade sexual do indivíduo menor de 18 anos e vulnerável Sujeitos ativo: qualquer pessoa pode praticar o delito em análise Sujeito passivo: É o menor de 18 anos ou vulnerável. Tipo objetivo: “submeter, induzir, atrair, facilitar impedir e dificultar” Tipo subjetivo: É dolo. Consumação e tentativa: O crime se consuma no momento em que a vítima passa a se dedicar habitualmente à prostituição, após ter sido submetida, induzida, atraída ou facilitada tal atuação pelo agente, ou ainda quando já se dedica usualmente a tal prática, tentar dela se retirar, mas se vê impedida pelo autor. Não se exige habitualidade das condutas previstas no tipo do art. 218-B, bastando seja praticada uma única ação de induzir, atrair, etc. (DUARTE, 2019). Penal e Ação Penal: ação penal pública incondicionada (art. 225 do Código Penal). Do crime de divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia Faz parte das alterações promovidas pela Lei 13.718/2018, em que acresceu o art. 218-C ao Código Penal, considerando aumento de pena a (pornografia de vingança/revanche) trazida no § 1º, o qual pune uma prática que, infelizmente, ocorre com frequência e que é chamada de “porn reveng”: que consiste na conduta do ex – companheiro(a) que, inconformado(a) com o término da relação, divulga, como forma de punir o ex-parceiro(a), fotografias ou imagens nas quais aparece nu(a) ou em cenas de sexo(DUARTE, 2019). Bem jurídico: É a liberdade sexual. 53 Sujeitos ativo: trata-se de crime bicomum o que significa dizer que pode ser praticado por qualquer pessoa (homem ou mulher). Sujeito passivo: A vítima deste crime é a pessoa que aparece na fotografia ou no vídeo, também contra qualquer pessoa (homem ou mulher). Tipo subjetivo: é o dolo, não se exige qualquer elemento subjetivo específico. Não admite modalidade culposa. Consumação e tentativa: Ocorre no momento em que o agente pratica qualquer dos verbos ali descritos, ou seja, oferece, troca, disponibiliza, transmite, vende, expõe à venda, distribui, publica ou divulga. Trata-se de crime material. Admite- se a tentativa. Penal e Ação Penal: Trata-se de crime de ação pública incondicionada. 11.4 Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual. Mediação para servir a lascívia de outrem Bem jurídico: tutela-se a moral sexual, bem como a liberdade sexual da vítima quando objeto de violência, grave ameaça ou fraude. Sujeitos ativo: trata-se de crime comum o que significa dizer que pode ser praticado por qualquer pessoa (homem ou mulher), isolada ou associada a outrem. Sujeito passivo: A vítima, qualquer pessoa homem ou mulher. Tipo objetivo: o crime se verifica quando o sujeito ativo induz(alicia, persuadi) alguém a satisfazer lascívia (sensualidade, libidinagem, luxuria), de outrem. Tipo subjetivo: é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de induzir a vítima a satisfazer a lascívia de outrem. Penal e Ação Penal: Ação penal pública incondicionada. Do Favorecimento da Prostituição ou outra Forma Exploração Sexual São formas de se praticar o delito: a) induzir: é dar a ideia, inspirar; b) atrair: é o aliciamento; c) facilitar: é o afastamento das dificuldades entre a vítima e a 54 prostituição). Nestas três primeiras hipóteses, a vítima ainda não está prostituída; d) impedir: é o mesmo que vedar, obstar; e) dificultar: é a imposição de obstáculos. Nas duas últimas hipóteses, a vítima é prostituta e pretende abandonar o ofício, mas é impedida pelo agente. Seja qual for o verbo, a conduta consiste em introduzir a pessoa à prostituição (ou outra forma de exploração sexual) ou nela mantê-la (SOUZA, 2016). Bem jurídico: Dignidade sexual. Sujeitos ativo: qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: qualquer pessoa. Tipo objetivo: são formas de se praticar o delito, compondo-se de cinco verbos nucleares: a) induzir: é dar a ideia, inspirar; b) atrair: é o aliciamento; c) facilitar: é o afastamento das dificuldades entre a vítima e a prostituição (ex.: encontrar clientes). Nestas três primeiras hipóteses, a vítima ainda não está prostituída; d) impedir: é o mesmo que vedar, obstar; e) dificultar: é a imposição de obstáculos, para que se abandone a prostituição (DUARTE, 2019). Tipo subjetivo: é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitar ou impedir que alguém a abandone. Não se admite a modalidade culposa. Também não há necessidade de lucro, o que se presente resultará na aplicação da pena privativa de liberdade e multa nos termos do § 3º do referido artigo (DUARTE, 2019). Consumação e tentativa: nas modalidades induzir, atrair e facilitar consuma-se o delito no momento em que a vítima passa a dedicar à prostituição ou outra forma de exploração sexual, colocando-se, de forma constante, à disposição dos clientes, ainda que não tenha se efetivado o atendimento de nenhum. Penal e Ação Penal: O art. 228 não é alcançado pelo art. 225 do CP, que só se aplica aos Capítulos I e II do Título VI. Diante do silêncio da lei, aplica-se a regra: ação penal pública incondicionada. Em razão das penas cominadas não cabe, nenhum dos benefícios da lei 9.099/95. Rufianismo 55 Bem jurídico: – o bem jurídico tutelado é a moralidade pública, em sua conotação sexual. Sujeitos ativo: ativo - podem ser qualquer pessoa. Sujeito passivo: é a pessoa já prostituída. Tipo objetivo: são duas ações nucleares típicas: tirar proveito - pune-se quem tira proveito da prostituição alheia (cafetão – rufianismo ativo) ou se faz sustenta - total ou parcialmente, com os valores auferidos pela pessoa prostituída (gigolô – rufianismo passivo). Consumação e tentativa: por se tratar de crime material ou causal é essencial para a consumação que o agente consiga tirar efetivo proveito da prostituição. No entanto, por ser crime habitual, a conduta deve ser reiterada. É possível a tentativa. O crime de rufianismo é caracterizado quando o sujeito ativo faz-se sustentar, completa ou parcialmente, por prostituta (o), participando, habitualmente, do lucro auferido com a prática da prostituição, não necessariamente precisando haver emprego de violência ou grave ameaça (SOUZA, 2016). Penal e Ação Penal: crime de ação penal pública incondicionada. Em face da pena cominada no caput, permite a aplicação da suspensão Condicional do Processo (art. 89 da Lei 9.099/95), o que é vedado nas formas qualificados dos §§ 1º e 2º do art. 230.Dos Crimes Contra o Casamento. 56 12 LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE Neste capitulo iniciamos o estudo de algumas das principais Leis extravagantes. Leis que marcaram a história da sociedade brasileira, vez que surgirão para punir crimes que aconteciam cotidianamente, mas não eram reconhecidos pelo nosso Código Penal, algumas proporcionaram alterações importantes no referido código. Vejamos: Lei nº 11.340/2016 – Lei Maria da Penha Fonte:internacionaldaamazonia.com A Lei Maria da Penha foi criada baseada na história da farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que sofreu durante aproximadamente 23 anos de violência doméstica pelo ex-marido. O professor universitário e ex-marido de Maria da Penha, Marco Antônio Heredia Viveros, tentou contra vida de sua esposa por duas vezes, sendo a primeira em 1983, quando deu um tiro em Maria da Penha enquanto dormia, deixando-a paraplégica. Após a segunda tentativa de assassinato, quando foi vítima de eletrocussão e afogamento, Maria da Penha teve coragem para denunciar o seu agressor e começar o processo que demoraria quase 20 anos para ser finalizado. 57 A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 alterou o Código Penal brasileiro, fazendo com que os agressores sejam presos em flagrante ou que tenham a prisão preventiva decretada, caso cometam qualquer ato de violência doméstica pré- estabelecido pela lei. A mesma foi alterada pela Lei nº 13.641, de 3 de abril de 2018, para tipificar o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência. Bem jurídico: Proteger a mulher da violência doméstica e familiar que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou patrimonial. Sujeitos ativo: o sujeito ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que fique caracterizado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade, além da convivência, com ou sem coabitação. Sujeito passivo: A mulher. Tipo objetivo: Proteção a mulher; da violência doméstica e familiar que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou patrimonial. Tipo subjetivo: O Dolo do agente. Consumação: Consuma-se com violência seja doméstica resultante de morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou patrimonial. Penal e Ação Penal: Ação penal pública incondicionada. ➢ Das medidas protetivas de urgência Conforme supracitado a lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, surgiram medidas protetivas de urgência popularmente conhecidas como medidas de afastamento ou proteção. Tais medidas são de cunho protetivo e preventivo, visando garantir a integridade física e psicológica de vítimas que estejam em situação de risco, além disso, servem como instrumento para impor limites à campanha criminosa do agressor, objetivando a amparo daquelas. ➢ Sancionada o Projeto de Lei (PL) nº 94/2018, sancionada pelo Presidente Jair Bolsanaro no dia 14 de Maio de 2019. (Sujeito a alteração). Lei nº 13.827 de 13/05/2019. 58 De acordo com a norma, verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da vítima, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a pessoa ofendida. A medida de afastamento caberá à autoridade judicial; ao delegado de polícia, quando o município não for sede de comarca; ou ao policial, quando o município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia. Além do afastamento imediato, a lei determina que, nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. Lei nº 13.827 de 13/05/2019. (Sujeito a alteração). ➢ Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência No que dispõe a Lei 13.641, que se deu no dia 03 de abril de 2018, onde se alterou alguns artigos referentes a aplicação de penas sobre o descumprimento de medidas protetivas de urgência, o qual criminaliza a conduta daquele que venhaa descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência prevista na Lei 11.340/06. ➢ Lei nº 13.772/2018 No dia 19 de dezembro de 2018 entrou em vigor a Lei nº 13.772 com dois objetivos centrais: Alterar a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para reconhecer que a violação da intimidade da mulher configura violência doméstica e familiar; e alterar o Código Penal, para criminalizar o registro não autorizado de conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado. Lei de crimes hediondos . Crimes hediondos são os crimes entendidos pelo poder legislativo como os que merecem maior reprovação por parte do Estado. Os crimes hediondos são os crimes cometidos contra os bens que são protegidos pela Constituição Federal. Um dos bens que a CF deve proteger, guardar 59 é a vida. Logo, os crimes que atentam contra a vida são hediondos, assim como os que atentam contra a honra, e os demais direitos fundamentais inclusos nas cláusulas pétreas. No Brasil, são enquadrados como crimes hediondos expressamente previstos na Lei Nº 8.072 de 1990: Homicídio Condicionado quando praticado em atividade típica de extermínio, ainda que cometido por um só agente. Homicídio Qualificado Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) Latrocínio (homicídio com objetivo de roubo, ou roubo seguido de morte); (o roubo seguido de lesões corporais graves não é considerado crime hediondo). Extorsão qualificada pela morte; Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; Estupro; Estupro de vulnerável; Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais; Crime de genocídio; tentado ou consumado Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável Epidemia com resultado morte Matar policial ou seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau em razão da sua função. (Lei 13.142) Feminicídio Porte ou posse ilegal de arma de fogo de uso restrito (ex: fuzil) (Lei 13.497) Crimes equiparados aos crimes hediondos: Tráfico ilícito de entorpecentes; Tortura; Terrorismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Homic%C3%ADdio https://pt.wikipedia.org/wiki/Les%C3%A3o_corporal https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolo https://pt.wikipedia.org/wiki/Latroc%C3%ADnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Extors%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Estupro https://pt.wikipedia.org/wiki/Estupro_de_vulner%C3%A1vel https://pt.wikipedia.org/wiki/Genoc%C3%ADdio https://pt.wikipedia.org/wiki/Tortura https://pt.wikipedia.org/wiki/Terrorismo 60 Lei nº 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais Fonte: www.oeco.org.br A Constituição Federal, no artigo 225, caput, dispõe sobre o reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio como uma extensão ao direito à vida, seja pelo aspecto da própria existência física e saúde dos seres humanos, seja quanto à dignidade desta existência, medida pela qualidade de vida. Este reconhecimento impõe ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental. Assim a Lei nº 9.605/1998 institui como crime ambiental, todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização), determina as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Bem jurídico: Meio Ambiente, flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Sujeitos ativo: Nesta categoria enquadra-se como sujeitos ativos de tais atos ou condutas, não apenas as pessoas físicas, mas também abre a possibilidade de responsabilização da pessoa jurídica. Sujeito passivo: Será sempre a coletividade, podendo ser definida como a União, os Estados, os Municípios e o titular do bem jurídico lesado. 61 Tipo objetivo: Garantir o equilíbrio ecológico, advindo da necessária preservação de todos os espécimes que, de um modo ou de outro, integrem fauna silvestre brasileira, sejam elas pertencentes às espécies nativas, às migratórias (de curtas e longas migrações), e a quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, ameaçadas ou ao de extinção. Tipo subjetivo: Só o dolo, direto ou eventual. Consumação: com a morte, a perseguição, os atos de caça, a captura ou a utilização dos espécimes, de forma indevida. Penal e Ação Penal: Ação Penal Pública incondicionada. Desarmamento - Lei 10.826/2003 - conforme Decreto 9.685/2019 Em 2003 foi aprovado o Estatuto do Desarmamento. Atualmente, para se ter uma arma é preciso ser maior de 25 anos, ter ocupação lícita e residência fixa. Não é permitido ter sido preso ou responder a algum processo criminal. Bem jurídico: é a segurança pública e a incolumidade pública, interesses vinculados a coletividade. A finalidade específica da lei é punir todo e qualquer comportamento irregular relacionado à arma de fogo, acessório ou munição. A necessidade de regulamentação do estatuto ocorreu a fim de coibir o uso indiscriminado de armas de fogo, como por exemplo, o teste psicotécnico para a aquisição e porte de arma de fogo, marcação de munição e indenização para quem entregar sua arma. A lei proíbe o porte de armas por civis, com exceção para os casos onde haja necessidade comprovada; nesses casos, haverá uma duração previamente determinada e sujeita o indivíduo à demonstração de sua necessidade em portá-la, com efetuação de registro e porte junto à Polícia Federal (Sinarm), para armas de uso permitido, ou ao Comando do Exército (Sigma). ➢ O STF e o STJ têm firmado entendimento de que o porte de arma desmuniciada comete o crime de porte ilegal de arma de fogo, pois se http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Federal http://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcito_Brasileiro 62 trata de crime de perigo abstrato e presumido, bastando o simples porte para a sua configuração, desde que a arma seja eficaz. ➢ Se o porte envolver mais de uma arma, o crime é único, pois a quantidade apenas incidirá sobre a dosimetria da pena, configurando apenas um tipo penal. No caso de arma desmontada, entende-se que a pessoa apenas incidirá no crime se a arma estiver ao alcance do agente e puder ser montada em pouco tempo. Penal e Ação Penal: Pública Incondicionada. Decreto 9.685/2019: Promulgado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, promoveu alterações no Decreto 5.123/2004, que regulamenta o Estatuto do Desarmamento. A maior alteração trazida pelo Decreto 9.685/2019 se encontra na inclusão do parágrafo 7º ao art. 12. Assim, verifica-se que a possibilidade de aquisição de arma de fogo foi consideravelmente ampliada, tendo em vista que inclui grande parte de servidores públicos (da área de segurança pública; integrantes da Abin; da administração penitenciária; do sistema socioeducativo, desde que lotados em unidades de internação; envolvidos no exercício de atividades de poder de polícia ou correição), militares ativos e inativos, residentes em área rural, residentes em áreas urbanas com elevados índices de violência, responsáveis por estabelecimentos comerciais ou industriais e colecionadores, atiradores e caçadores, devidamente registrados Além disso, o Decreto 9.685/2019 alterou o prazo de renovação para as armas de uso permitido de cincopara 10 anos e para as armas de uso restrito de três para 10 anos, bem como renovou automaticamente os certificados de arma de fogo expedidos antes de sua publicação (CARVALHAIS, 2019). 63 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, L. 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