Buscar

CUNICULTURA completo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ORIGEM E HISTÓRIA DA 
DOMESTICAÇÃO DOS COELHOS 
 
 O coelho é originário da Europa, mas também foram 
encontrados fósseis muito antigos na África e Ásia Central. Os 
restos mais antigos na Europa datam de 6 milhões de anos. 
Inicialmente, os coelhos eram caçados na natureza e 
posteriormente foram guardados em leporarias, ou seja, 
parques murados, junto com outros animais selvagens para 
facilitar a caça. No final do Império Romano, sofreu a primeira 
etapa da domesticação. Monges franceses criavam coelhos para 
a venda desses animais e de coelhos maiores no século XII. 
 
 Família Leporidae 
 
Coelhos 
• Vivem em tocas, em famílias 
• Gestação de 30 a 31 dias 
• As patas posteriores são mais curtas 
• Nascem de 6 a 10 láparos, no máximo 15 
• Nascem com os olhos fechados e sem pelos 
• Orelhas menores 
• Crânio curto 
• 44 pares de cromossomos. 
Lebres 
• Vivem a céu aberto, e aos casais 
• Gestação média de 40 dias 
• As patas posteriores são mais curtas 
• Fazem ninho entre moitas de arbustos 
• Nascem de 1 a 4 filhotes 
• Nascem com olhos abertos e com pelos 
• Filhotes começam a andar após o nascimento 
• Orelhas longas, crânio mais longo 
• 48 pares de cromossomos 
 
 Na natureza, os coelhos são animais de temperamento 
arisco, não sociáveis e se assustam com facilidade. Possuem 
uma visão boa e hábitos noturnos, e possuem glândulas 
penianas e no queixo que secretam feromônio para marcar seu 
território. A reprodução ocorre ao acaso. 
 A medida em que se aproxima a hora do parto, a fêmea 
se separa da família, vai para um lugar profundo da toca e faz 
seu ninho retirando pelos do ventre para o aquecimento dos 
filhotes. Após parir o último filhote, ela amamenta de 6 a 10 
minutos, empurra o pelo, fecha o ninho e volta após 24 horas 
para amamentar novamente. 
 A coelha retorna nas horas de menos luz e após cerca 
de 15 dias ela abre as tocas para a saída dos filhotes. 
 
 
 Coelho Selvagem x Coelho Doméstico 
 
Coelho Selvagem 
• Tamanho pequeno 
• Temperamento arisco 
• Pelagem “agouti” 
• Hábitos noturnos 
• Vivem em tocas, em famílias 
• Olfato muito desenvolvido 
• Marcam seu território 
• Reproduzem-se ao acaso 
• Coelhas fazem ninhos em tocas 
 
Coelho Doméstico 
• Temperamento dócil 
• Tamanhos variados, várias cores 
• Maior atividade durantes as horas de menos luz 
• Vivem em gaiolas ou coelheiras 
• A reprodução é controlada pelo homem 
• É preciso fornecer um ninho 
• A coelha arranca pelos do ventre para preparar o ninho 
• Olfato desenvolvido 
• Quem determina a formação de grupos é o homem 
 
 
 Tamanhos dos Animais 
 
1. Gigante: > 5,0 kg 
2. Médio: 3,5 – 5,0 kg 
3. Pequeno: 1,5 – 3,5 kg 
4. Anão: < 1,5 kg 
 
 
 Montagem dos Ninhos 
 
 As fêmeas retiram pelos de seu ventre e misturam com 
capim para deixar o ninho bem aquecido para os láparos, 
amamentando-os 1 vez a cada 24 horas nas horas de menos luz. 
 Não se deve estressar os animais e é importante realizar 
a vistoria dos ninhos, idealmente sempre pela mesma pessoa, 
para verificar se estes estão em ordem, atentando-se para não 
deixar cheios estranhos nas mãos e no ninho. 
 As fezes são importantes uma vez que auxiliam os 
láparos a adquirirem resistência e a medida em que estes 
crescem, deve-se realizar troca dos ninhos pois os animais 
urinam muito. 
 
 
 
 Cecotrofia 
 
 Os coelhos selvagens e domésticos possuem o ceco 
desenvolvido e funcional. O alimento que chega ao estômago é 
digerido e a digesta não é absorvida, sendo misturada com a 
água e ficando retida de 16 a 18 horas no ceco, onde sofre 
fermentação. 
 Com isso, são sintetizados aminoácidos, vitaminas do 
complexo B, vitamina C, e ácidos graxos. Esse material 
enriquecido é, então, liberado ao cólon, onde formam-se os 
cecotrofos revestidos por muco. 
 Os coelhos realizam a ingestão desses cecotrofos ricos 
em nutrientes direto do ânus. As fezes propriamente ditas, são 
duras e secas, e não são ingeridas pelos animais. 
 O estresse pode suspender o hábito dos coelhos em 
realizar a cecotrofia. 
 
 
A CRIAÇÃO DE COELHOS NO 
BRASIL E NO MUNDO 
 
 Na década de 60 eram importadas raças da Europa para 
serem vendidos como animais de estimação e os neonatos para 
testes de vacina da febre aftosa. 
Posteriormente, foi criado a Associação Nacional dos 
Cunicultores (ANC) que tinha a responsabilidade de, entre 
outras coisas, fazer o registro genealógico dos animais. 
 Ao final da década de 70 havia importação de matrizes 
para produção de carne de coelho. 
 Os maiores estados produtores são: Rio Grande do Sul, 
Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, 
Espírito Santo e Bahia. Os maiores países produtores são a 
China, Itália, França, Espanha e Rússia. 
 
 Centro de Pesquisas em Cunicultura nos EUA 
 
 As três primeiras descobertas foram: criar coelhos em 
gaiolas suspensas limitava o aparecimento de coccidiose; 
alimento tipo granulado permitia oferecer uma alimentação 
mais completa, sem desperdício; foram formadas as raças NZB 
e Cal selecionadas para alta produção e criação sob piso de tela. 
 
 
 Vantagens da Criação de Coelhos 
 
1. Período de Gestação: Em média 30 a 31 dias. 
 
2. Produzem muitos filhotes: 8 a 10 podendo chegar a 16. 
 
3. A coelha pode ser acasalada ainda em lactação (cio pós-
parto) e, por isso, pode ter de 6 a 7 partos por ano. No 
Brasil, as fêmeas são cobertas 15 a 30 dias após o parto 
para a obtenção de 6 a 7 partos/fêmea/ano. Já na 
Europa, são cobertas 11 a 12 dias após o parto para 
gerar 6 a 7 partos/fêmea/ano. 
 
4. Desmamam 6 a 7 láparos por parto. 
 
5. Ocupam pequenos espaços: 10 fêmeas, um macho e 
suas crias precisa de uma área de 20 m² para as gaiolas 
e os corredores. 
 
6. No meio rural pode ser criado para subsistência da 
população mais pobre, utilizando um pequeno número 
de animais, afim de produzir carne para a família, já que 
a mão de obra pode ser uma única pessoa trabalhando 
8 horas por dia para cuidar de até 300 matrizes em 
galpões, realizando todo o manejo. 
 
 
 
7. Os coelhos são animais muito dóceis e o trabalho pode 
ser feito por mulheres, adolescentes e idosos. 
 
8. São vendidos vivos ou abatidos. 
 
9. Baixo impacto ambiental já que é possível aproveitar 
tudo do coelho: sangue, patas, cérebro, orelhas, 
vísceras não comestíveis (estômago e intestino). 
 
10. Produzem carne de ótima qualidade, rica em proteínas, 
com baixo teor de gordura e colesterol e rica em ácidos 
ômega 3 e 6. 
 
11. Baixa necessidade de água: utiliza-se água somente de 
bebida para os animais e para limpeza de 
equipamentos. Não se utiliza água para limpeza dos 
galpões! 
 
12. São animais herbívoros: a ração de coelho possui 40% 
de feno de uma forrageira com alto teor nutritivo, não 
dependendo de milho e farelo de soja. Em países ricos, 
utiliza-se alfafa. 
 
13. Produzem esterco de ótima qualidade para plantas. 
 
 
 Dificuldades dos Criadores 
 
• Poucas associações de criadores. 
• Falta de organização entre produtores. 
• Fala de políticas governamentais. 
• Pouca assistência técnica. 
• Falta de vacinas nacionais. 
• É preciso ter conhecimento e domínio sobre a atividade. 
• Falta de conhecimento sobre as qualidades de carne. 
• Dificuldade de chegada de pesquisas aos criadores. 
• As rações são caras e de média qualidade. 
• Falta mais divulgação da carne de coelho. 
• A genética dos animais deixa a desejar. 
• Faltam mais pesquisas nessa área. 
• É preciso um contato maior do criador com os 
pesquisadores, para que possam ser ajudados em seus 
problemas. 
 
OBJETIVOS DA CUNICULTURA 
 
 Ao escolher explorar o coelho economicamente, é 
necessário a realização de uma pesquisa de mercado e 
determinação de um objetivo para a criação, sendo eles: 
 
• Produção de carne 
• Animal vivo para laboratórios e instituições de pesquisa 
• Produção depeles 
• Produção de lã Angorá 
• Venda de animais para reprodução 
• Animais de estimação 
 
 Produção de Carne 
 
 Para a produção de carne o criador deve fazer todo o 
ciclo da criação, ou seja, ter as fêmeas e os machos para 
produzir os filhotes que após a desmama serão engordados e 
abatidos. 
 As coelhas de raças boas para a produção de carne 
podem produzir 6 a 7 partos por ano e, com isso, levar ao abate 
de 6 a 7 láparos por parto, o que resulta em uma produção de 
36 a 49 láparos para a venda por fêmea e por ano. 
 
 As melhores raças para a produção de carne são o Nova 
Zelândia Branco (porte médio) e California. 
 Para que isso ocorra, é necessário fornecer ao animal 
conforto, tranquilidade, boa alimentação e ajudar a coelha a 
cuidar de seus filhotes. Dessa forma, os animais podem ser 
abatidos com 60 a 80 dias de idade, com pesos vivos de 1,8 a 
2,5 kg e com uma carcaça de 1,0 a 1,5 kg. 
 
 Características da Carne 
 
• Excelente qualidade: rica em proteínas, baixo teor de 
gorduras e colesterol. 
 
• Considerada carne branca, e recomendada para 
pessoas que desejam uma alimentação saudável. 
 
• É muito parecida com a carne de frango e pode ser 
preparada da mesma maneira. É tenra, macia e 
saborosa. 
 
• Tem uma ótima relação de ácidos graxos insaturados x 
saturados. 
 
 
 
 Abate 
 
 O abate nas criações pequenas pode ser feito pelo 
criador, num local limpo para que a carcaça não seja 
contaminada com sujeira e que se apresente com bom aspecto 
para preservar a qualidade da carne. 
 Nas criações médias e industriais o abate deve ser feito 
em abatedouros com inspeção estadual ou federal, pois assim 
será mais fácil a comercialização do produto. 
 Os fatores que influenciam na idade ao abate são: peso 
da carcaça requerido pelo mercado e índice de conversão 
alimentar. Os animais são abatidos em uma idade em que 
tenham uma boa faixa de conversão alimentar (60 a 80 dias). 
 
 Fases do Abate 
 
1. Jejum de ração 
2. Atordoamento 
3. Sangria 
4. Esfola (retirada da pele) 
5. Retirada das vísceras 
6. Lavagem da carcaça com água limpa 
7. Deixar a carcaça escorrer 
8. Colocar na geladeira ou em câmara de resfriamento 
9. Caso necessário congelar, devidamente embaladas 
 
 Rendimento de Carcaça 
 
 A carcaça é o que fica para a comercialização após o 
abate, podendo estar com ou sem cabeça e vísceras. Devem ser 
resfriadas a fim de maturar a carne, depois são embaladas e 
congeladas. 
 
 
𝑅𝐶 = 
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑐𝑎ç𝑎
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑉𝑖𝑣𝑜
 𝑥 100 = 55 𝑎 67% 
 
 Fatores que influenciam o rendimento de carcaça: 
 
• Peso ao abate: O animal com 80 dias, porém, com 
pouco peso, não é abatido. 
 
• Alimentação: Os pellets são alimentos estimulam o 
desenvolvimento do trato digestório e quando o TD é 
retirado, o rendimento da carcaça cai. Já quando o 
animal ingere volumoso, aumenta-se o tempo 
necessário para atingir o peso ideal ao abate. Portanto, 
a melhor opção é utilização de ração balanceada de 
qualidade e complementar com volumoso caso seja 
necessário. 
 
• Formas de abate: Está relacionado com o tempo da 
sangria e a retirada ou não das patas. 
 
• Formas de apresentação da carcaça: com ou sem 
cabeça, com ou sem vísceras. 
 
• Momento da pesagem: Com as cabeças e vísceras, a 
carcaça fica mais pesada. Geralmente a cabeça é 
retirada e o cérebro utilizado em laboratórios. Além 
disso, a carcaça quente, ou seja, antes de ser resfriada, 
possui muita água e, portanto, fica mais pesada. A 
carcaça resfriada resseca, perde água e peso. 
 
• Doenças: Promovem a diminuição do peso dos animais. 
 
• Genética do Animal: Deve-se observar os pais e a 
qualidade da carcaça dos mesmos, característica esta 
que será transmitida aos filhos. 
 
 Conversão Alimentar 
 
 É a quantidade de ração ou alimento necessário para o 
animal ganhar um quilo de peso vivo. 
 O animal em crescimento e engorda (da desmama ao 
abate) tem uma conversão alimentar de 2,8 a 3,5 kg para um 
quilo de peso vivo, dependendo do clima e da quantidade da 
ração. 
 Na criação de coelhos o produtor tem que calcular a 
quantidade de ração consumida pelos animais por mês, por 
quinzena ou por semana e, então, dividir pelos quilos de peso 
de coelhos vendidos no mesmo período. Dessa forma, o criador 
calculará a conversão global da criação que é muito importante 
para calcular o custo de produção. 
 Na conversão global estão incluídos os consumos dos 
animais da reprodução e dos animais em engorda (3,5 a 4,5:1). 
A conversão alimentar dos animais pós desmama até os 90 dias 
pode variar de 2,8 a 3,5:1. 
 
Exemplo: Em uma criação de 100 fêmeas, são gastos 2500 kg de ração 
por mês e são vendidos 572 kg de coelho vivo. 
 
A conversão global será obtida por: 
2500
572
= 4,5. Isso significa que para 
cada quilo de peso vivo produzido houve um gasto de 4,5 kg de ração. 
Galpão de Coelhos 
 
 
 
 
 
 
1. Reprodução 
• Reprodutores 
• Matrizes (Vazias, gestantes, lactantes + filhotes, 
lactante e novamente gestante, láparos só 
mamando com a mãe até 18-21 dias, láparos 
mamando e comendo ração da mãe após 21 dias). 
 
2. Crescimento e Engorda 
 Láparos desmamados (em média 35 dias) até a 
venda (60-80 dias), alojados em grupo. 
 
 O criador deve calcular a quantidade de ração 
consumida pelos animais por mês/semana e dividir pelos quilos 
de PV vendidos no mesmo período. Assim, calcula-se a 
conversão alimentar global da criação, importante para calcular 
o custo de produção pois não somente os coelhos em engorda 
geram custo. 
Reprodução 
Crescimento e 
Engorda 
 A conversão alimentar de animais pós desmama até 80 
dias (engorda) pode variar de 2,8 kg a 3,5 kg de alimento para o 
animal ganhar 1 kg de PV. 
2,8: 1 𝑎 3,5: 1 
 
 A conversão alimentar do rebanho inclui tanto os 
animais da reprodução, que também geram gastos, quanto os 
animais da engorda. 
3,5: 1 𝑎 4,5: 1 
 
Exemplo: 
 Desmama/engorda: 2,9:1 (boa) 
 Rebanho: 6:1 (ruim) 
 Nesse caso, o problema está na reprodução, uma vez 
que os coelhos podem não estar produzindo muitos 
filhotes, enquanto estão consumindo ração e 
espaço, porém, poucos láparos chegam ao abate, 
havendo menor venda de quilos de peso vivo. 
 
 Coelhos que produzem poucos ou falham na 
reprodução, em 3 a 4 coberturas, são descartados. Deve-se, 
portando, repor as fêmeas e a taxa de reposição costuma ser de 
5% ao mês. 
Exemplo 2: 
 Desmama: 4:1 (ruim) 
 Rebanho: 7:5 (ruim) 
 Nesse caso, o problema pode ser na ração, já que o 
animal compensa a má qualidade da mesma 
aumentando o consumo. 
 
 
 Vendas de Animais para Laboratórios e 
Instituições de Pesquisa 
 
 O coelho é muito utilizado como animal de laboratório 
por ter temperamento dócil e ocupar pequenos espaços. Os 
cursos de medicina, veterinária e zootecnia os utilizam em 
experimentos, alguns compram coelhos recém desmamados e 
outros mais velhos. 
 A sua utilização como animal de laboratório deve 
obedecer às normas que já existem: utilizar o menor número, 
causar o mínimo de dor ao animal, cria-lo em condições 
adequadas de conforto e bem-estar, fornecer água e a 
alimentação adequada. 
 
 
 Venda de Animais para Reprodução 
 
 É necessário ter conhecimento de melhoramento 
genético e de sanidade animal. 
 Há um ótimo mercado nesta área, e a lucratividade é 
maior. É necessário iniciar com animais de qualidade genética e 
sanitária, o que é difícil de encontrar. 
 
 Produção de Peles 
 
 As peles são provenientes de animais abatidos para 
produção de carne, sendo a maioria de cor branca. São peles de 
tamanho pequeno pois o coelho para carne é abatido antes dos 
90 dias. 
Essas peles podem ser curtidas e utilizadas para 
artesanato, tendo pouco valor comercial. Podem, ainda, ser 
vendidas secas, congeladas ou curtidas para artesões. 
O produtor poderia escolherraças coloridas e de pele 
valiosa. Para que a pele seja valiosa o animal deve ser abatido 
mais tardiamente, dependendo da raça, 5 meses ou mais para 
que as peles sejam de grande tamanho e com a cor definitiva da 
raça. É importante que os animais não estejam em muda pois 
isto desvaloriza as peles e peles grandes de animais abatidos no 
inverno tem maior valor. 
 Produção de Pelos da Raça Angorá 
 
 A raça Angorá tem pelos com mais de 7cm de 
comprimento e o animal é tosquiado ou depilado como as 
ovelhas. Trata-se de um animal que precisa de cuidados 
especiais e são feitas 4 tosquias por ano. A produção é de 800 a 
1000g de lã por ano. 
 As fêmeas produzem lã de melhor qualidade que os 
machos, e o número de partos por fêmea por ano é pequeno 
(3:4). A lã é antialérgica e tem poder isolante maior que da lã de 
ovelha. 
 Existem poucos criadores no Brasil, em São Paulo e no 
Rio Grande do Sul. A lã é exportada para a Argentina. 
 
 Animais de Estimação 
 
 A criação de raças pequenas ou anãs tem aumentado 
bastante para serem vendidas como animais de estimação. 
Essas raças ocupam pequeno espaço, podendo substituir cães e 
gatos. 
Tornam-se extremamente dóceis, pois o contato com 
crianças e adultos é muito maior. O custo de manutenção com 
ração é pequeno. 
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS 
 
 Há alguns fatores a se considerar para começar uma 
cunicultura como: Objetivos da criação, pesquisa de mercado, 
escolha do local e estudo do clima. 
 
 Cuidados na Escolha do Local 
 
 O local deve ser próximo ao mercado consumidor e 
longe de outras criações de coelhos, sendo a distância mínima 
de 3 km. 
 Deve ser em área rural e como não há vacinas, deve-se 
realizar uma pesquisa sobre a existência de doenças graves no 
local. Os terrenos devem ser secos e bem drenados de forma a 
permitir a construção das instalações a custo baixo. Além disso, 
o ambiente deve ter luz e água potável. 
 Na fase de reprodução, a luz provoca um estímulo ótico 
no eixo hipotálamo – hipófise. A hipófise produz o fator 
liberador de gonadotrofinas (GnRH) que vai agir sobre as 
gônadas masculinas e femininas, produzindo os hormônios da 
reprodução, principalmente o FSH e LH, estimulando a maior 
libido e produção espermática no macho e, na fêmea, maior 
libido, aparecimento de cio e maturação dos óvulos. 
As fêmeas precisam de no mínimo 12 – 14 horas de luz 
por dia, já os machos de no mínimo 8 horas. Caso num local haja, 
por exemplo, somente 8 horas de luz natural, deve-se 
complementar com luz artificial para suprir as necessidades das 
fêmeas. 
 É imprescindível que o local de escolha possua um bom 
clima. As temperaturas para criação de coelhos estão entre 10 a 
30 °C o interior das instalações (ideal entre 15 e 26 °C). 
 As temperaturas altas prejudicam a reprodução, 
diminuem o peso dos animais pois estes comem menos e 
podem até morrer. Já as temperaturas muito baixas causam 
morte alta dos recém-nascidos que precisam de 30 a 32 °C 
dentro do ninho nos primeiros 15 dias de vida. Nos adultos, as 
temperaturas baixas não causam mortalidade, porém, gera 
esterilidade nos machos. Além disso, os coelhos regulam sua 
temperatura corporal, no caso de baixa temperatura, através do 
aumento de consumo que gera calor e, com isso, há maior custo 
com alimentação. 
 A umidade ambiente deve estar entre 60 e 80% pois em 
ambientes muito úmidos ocorrem doenças como fungos e 
problemas respiratórios e em ambientes muito secos problemas 
de alergia respiratória. 
 
 
 
 Em um galpão semiaberto, os animais estão produzindo 
gases como CO2, NH3 (amoníaco), H2S (sulfídrico) e CH4 
(metano). Os gases metano e sulfídrico são provenientes da 
decomposição e fermentação das fezes, já o amoníaco é 
proveniente da urina e ajuda a medir como está a ventilação 
dentro do galpão, pois um cheiro forte indica que esta não está 
adequada ou há problema na fossa. Esses gases são quentes e 
de menor densidade, com isso, tendem a subir e sair pelas 
aberturas superiores do galpão. 
A presença de árvores de copa alta ao redor do galpão 
permite a formação de um microclima ideal, com ventilação 
natural, a qual consiste na saída do ar quente (formado pelos 
gases citados e pelo próprio calor gerado pelos animais) que 
tendem a subir e a entrada do ar fresco gerado externamente 
pelo microclima. Isso contribui para reduzir o cheiro da urina. 
Em regiões muito quentes, é importante que o pé 
direito seja mais alto, ajudando a ter um maior volume de ar 
fresco no galpão. Para o frio, podem ser utilizadas cortinas. 
 
 Tipos de Instalações 
 
• Soltos em parques murados 
• Em gaiolas móveis em parques 
• Coelheiras ao ar livre 
• Gaiolas em galpões semiabertos 
• Gaiolas em galpões com ambiente controlado 
 
Coelheiras ao Ar Livre 
• Menor custo e mais fáceis de construir 
• Não necessitam de galpões 
• Não há problema com gases tóxicos 
• Difícil controle dos fatores climáticos 
• Mais tempo gasto com o manejo 
 
Galpões 
 As coelheiras, no verão, devem ser protegidas do sol 
direto e o comprimento do galpão deve estar no sentido Leste – 
Oeste. Os materiais são madeira, fibrocimento, alvenaria e 
bambus. Já as telhas podem ser de barro, amianto, sapê, etc. 
 
 
 
Galpões Semiabertos 
• Orientação: Leste – Oeste 
• Largura: 5 a 10 metros 
• Telhas: Barro, amianto, sapê 
• Regiões quentes: Manta térmica 
• Pé direito: 2,50 a 3,50 m 
• Mureta lateral: 0,30 a 1,50 m 
 
Galpões com Ambiente Controlado 
• Por sobre pressão: Ventiladores que injetam ar dentro 
dos galpões através de tubulações com múltiplos 
orifícios. 
 
• Por depressão: Utilizando ventiladores exaustores que 
extraem ar de dentro dos galpões, sendo as entradas de 
ar calculadas em função dos animais presentes (kg), 
suas necessidades de ventilação e a capacidade de 
extração dos exaustores. 
 
• Painéis umidificadores: Podem ser utilizados nas 
entradas de ar, quando a umidade do ar é baixa. 
 
• Teto e Paredes: Devem ser isoladas termicamente. 
 
 
 
 Equipamentos 
 
• Gaiolas 
• Ninhos 
• Comedouros 
• Bebedouros 
• Pulverizador costal 
• Lança chamas ou vassoura de fogo 
• Carrinhos de transporte 
• Outros: pá, vassoura, carrinho de mão, etc. 
 
Gaiolas Tradicionais 
 No Brasil, utiliza-se o sistema de um só andar e a maioria 
das gaiolas utilizadas são grande, possuindo 80 cm de frente, 60 
cm de profundidade e 40 cm de altura. 
 As gaiolas possuem um comedouro que é abastecido 
por fora manualmente, a porta é frontal e voltada para o 
corredor e pode ou não ter uma manjedoura. 
 
 
 
 
 
 As áreas de piso de gaiola ou coelheira necessária por 
categoria animal são: 
 Reprodutor: 0,40 a 0,50 m² 
 Matriz com ninho interno: 0,40 a 0,50 m² 
 Matriz com ninho externo: 0,30 m² 
 Láparos em engorda: 5 a 7 láparos em 0,50 m² 
 
Ninhos 
 Os ninhos podem ser colocados por fora (externo) ou 
dentro da gaiola (interno) que devem ser disponibilizados à 
coelha de 2 a 3 dias antes do parto. O ninho móvel deve ser 
retirado do interior da gaiola por volta dos 20 dias de idade, já o 
externo costuma acompanhar a ninhada até o dia da desmama. 
Podem ser feitos de madeira, de chapa galvanizada ou de 
plástico. 
O ninho externo é mais vantajoso e ideal visto que 
diminui o estresse gerado para a coelha. Além disso, os ninhos 
podem ser semifechados para que a coelha se sinta mais 
protegida. No Brasil, o mais utilizado é de madeira, interno. 
 
 
 
 
 No caso da utilização de ninhos de madeira, o fundo 
deve ter pequenos furos para ajudar na saída da umidade da 
urina dos filhotes. 
 
 
 
Comedouros e Bebedouros 
 Nas criações pequenas, podem ser utilizados vasilhames 
de barro pesados para colocar a ração e a água. Em criações que 
usam gaiolas de arame, o comedouro de chapa vem incluso. 
 O melhor bebedouro é o automático que vai ser 
colocado num cano de pvc que passa nas gaiolas,um por gaiola. 
É preciso ter uma caixa de água para o galpão e ela deve ser 
colocada na sombra para que a água não esquente no verão. 
 
Vassoura de Fogo ou Lança Chamas 
 Utilizada para limpeza, sendo passada pelas paredes e 
retirando poeira, pelos, teias de aranha, etc. 
 
REPRODUÇÃO E MANEJO REPRODUTIVO 
 
 Ao se fazer a aquisição de animais para reprodução, 
deve-se atentar a pontos como: escolha de cuniculturas 
idôneas, a qualidade genética dos animais, as fêmeas não 
podem ser parentes dos machos, a qualidade sanitária, o 
transporte dos animais até o novo local, quarentena e aptidão e 
a idade de compra dos animais. 
 
 Características Reprodutivas da Coelha 
 
 As coelhas não ovulam espontaneamente, tendo sua 
ovulação provocada pela monta, após 10 a 12 horas da 
ocorrência da mesma, e apresentam dois úteros com dois cérvix 
que desembocam na vagina. 
 O melhor momento para o acasalamento é durante o 
cio, porém, a coelha pode ser acasalada fora do cio e ficar 
gestante. Pode também ser acasalada em lactação. 
 As fêmeas preparam o ninho para os láparos arrancando 
os pelos do ventre e, após parir, elas amamentam uma só vez 
num período de 24 horas. 
 
 Quando a Coelha pode ser Acasalada 
 
 A identificação é feita a partir da cor e tamanho da vulva 
da fêmea. 
 Quando a vulva está de cor branca e pequena, e não há 
nenhuma receptividade ao macho, geralmente não existem 
óvulos maduros nos ovários para serem liberados. Portanto, não 
se deve cobrir a coelha. Cerca de zero a 3% ficam gestantes. 
 Vulva de cor rosa, ligeiramente aumentada, e coelhas 
não receptivas, sinaliza que existem óvulos maduros podendo 
ocorrer a monta forçada. Cerca de 30% ficam gestantes. 
 Vulva de cor vermelha e muito inchada ou tumefeita, 
corresponde ao cio, e as coelhas são muito receptivas ao macho. 
Em média 80% ficam gestantes. 
 Vulva de cor roxa e muito aumentada, as coelhas podem 
estar receptivas ao macho e 50% podem ficar gestantes. 
 
 
 
 
 
 Método para Sincronizar o Cio das Coelha ou 
Aumentar sua Receptividade ao Macho 
 
Um método consiste na Bioestimulação ou controle da 
lactação onde o acesso da coelha ao ninho é limitado de 20 a 30 
minutos pela manhã durante os 9 a 10 primeiros dias pós-parto. 
No 10° ou 11° dia a coelha não amamenta e, no dia 
seguinte, após amamentar os láparos ela é levada ao macho. O 
ninho pode ficar aberto desde então. 
Além disso, pode-se trocar as coelhas de gaiola 24 a 48 
horas antes de serem levadas ao macho (estresse moderado); 
colocar 2 a 3 coelhas na mesma gaiola 30 minutos antes de 
serem levadas ao macho; programa de luz para coelhas jovens 
(primíparas); e alimentação. 
 
 Características e Utilização do Macho 
 
 Os machos possuem libido muito acentuada e o sêmen 
muito concentrado, com 150 a 300 milhões de espermatozoides 
por ml e o volume médio liberado é de 0,6 a 0,8 ml. 
Os testículos só descem para as bolsas escrotais entre 2 
a 3 meses de idade e a espermatogênese só se completa em 
temperaturas abaixo de 30 °C. A proporção macho/fêmea é de 
1 macho para 8 a 10 fêmeas. 
 Quanto à utilização, os reprodutores devem iniciar a 
reprodução com 80% do peso adulto. Os machos de raça média 
iniciam a reprodução por volta dos 5 meses, cobrindo 2 a 3 
coelhas por semana, cobrindo em dias alternados. 
 No sexto mês, 3 a 4 coelhas por semana, cobrindo em 
dias alternados. No sétimo mês, o reprodutor pode cobrir 2 a 3 
coelhas por dia, durante 2 a 3 dias seguidos descansando pelo 
menos uma semana ao final desse período. 
 
 Manejo de Cobertura da Coelha 
 
 Deve-se verificar o peso da fêmea (se for primeira 
cobertura, 80% do peso padrão da raça) e se esta encontra-se 
saudável. Olhar a vulva da coelha, que deve estar colorida e 
inchada, sendo a cor vermelha o melhor momento para cobrir a 
coelha, pois corresponde ao cio. 
 A coelha pode ser acasalada não estando em cio, mas 
como os melhores resultados são obtidos em coelhas no cio, em 
criações médias e grandes, é preciso utilizar técnicas para 
sincronizar o cio das coelhas. 
 A fêmea é levada ao macho e deve-se presenciar a 
cobertura. Se necessário, ajudar segurando a fêmea para que o 
macho possa cobri-la. Após cobrir, o macho cai para um dos 
lados arrancando pelos da nuca da fêmea. Uma só monta é 
suficiente visto que o sêmen é muito concentrado. 
 Por fim, deve-se retirar a fêmea da gaiola e anotar nas 
fichas tanto do macho quanto da fêmea a data da cobertura e 
número da gaiola ou macho. 
 
 Diagnóstico da gestação 
 
Pode ser feito apalpando com cuidado o ventre da 
coelha por fora para sentir os fetos entre 10 e 15 dias após a 
monta. É preciso praticar muito para que se possa ter certeza de 
que a coelha está gestante e deve ser feito com delicadeza para 
evitar abortos. 
Como a gestação da coelha dura em média 30 dias, o 
pequeno criador muitas vezes não faz a palpação. Não é 
adequado realizar a palpação muito próximo do parto pois pode 
provocar estresse e até aborto. Essa técnica é feita dentro da 
gaiola e sempre pelo tratador pois a fêmea conhece a voz, 
cheiro, etc. do mesmo. 
 
 Cuidados durante a gestação 
 
O local deve ser tranquilo, com conforto, limpeza, boa 
alimentação e água. As coelhas não devem estar nem muito 
magras nem muito gordas durante a gestação para não gerar 
problemas de parto. 
A temperatura e umidade do ar devem estar dentro da 
faixa recomendada, além de higiene rigorosa da gaiola, 
bebedouro, ninho (sem odores fortes), cama sem 
contaminações e odores estranhos. 
 
 Cuidados antes do parto 
 
Colocar o ninho com cama na gaiola da fêmea gestante 
dois a três dias antes do parto. 
No dia do parto a coelha arranca pelos da barriga para 
forrar o ninho para os láparos. Ela prepara um ninho bem 
quentinho, pois eles nascem sem pelos, com os olhos fechados. 
Antes do parto as glândulas mamárias são muito pouco 
desenvolvidas, sendo importante que os filhotes mamem para 
estimular seu desenvolvimento. Normalmente as coelhas só 
dão uma mamada num período de 24 horas. 
 
 Determinação da produção de leite da coelha 
 
Pesar a coelha antes de amamentar os láparos e depois 
de amamentar. A diferença de peso (antes e depois de 
amamentar) é a produção de leite da coelha. Para isso é preciso 
limitar o acesso da coelha ao ninho. 
Pesar a ninhada antes e depois de mamar. É possível, 
também, determinar a produção de leite indiretamente através 
do peso dos láparos aos 21 dias. Devem ser comparadas coelhas 
com o mesmo número de láparos. 
O leite da coelha é riquíssimo em nutrientes e é difícil 
de imitar. 
 
 
 Lactação e Comportamento dos Láparos 
 
 As coelhas produzem leite rico em proteínas gordura e 
sais minerais. A produção de leite aumenta no momento do 
parto, atinge um pique com 21 dias e depois começa a diminuir. 
 Caso a coelha não seja acasalada após o parto, a 
lactação dura em média 42 dias. A primeira mamada ocorre logo 
após o parto, depois a maioria das coelhas amamenta uma vez 
num período de 24 horas. A coelha não fica dentro do ninho com 
os filhotes. 
 
 Tipos de lactação 
 
Livre acesso da coelha ao ninho: ela amamenta quando 
quer, geralmente a noite e um vez no período de 24h. 
Lactação controlada: o ninho fica fechado e será aberto 
durante 20 a 30 minutos pela manhã ou tarde. A lactação 
controlada diminui a mortalidade dos láparos e pode ser 
utilizada como método de sincronização de cio da coelha. 
 
 Fatores que Influenciam a Produção de Leite 
 
• Genética 
• Alimentação (qualidade) 
• Acasalamento pós-parto 
• Número de láparos amamentados 
 
 Comportamento dos láparos 
 
Os láparos nascem sem pelos e com os olhos fechados, 
por volta dos 10 dias estarão com os olhos abertos e com pelo. 
Nos primeiros 15 dias vivem dentro do ninho. Depois já 
começam a entrar e sair dele. Aos 20 dias os ninhos podem ser 
retirados das gaiolas (ninhosinternos). 
Em torno de 20 dias os láparos começam a comer ração, 
mas ainda mamam e costumam se grupar para se aquecerem. 
 Adoção de láparos recém-nascidos 
 
Deve ser feita quando as coelhas têm mais de 10 filhotes 
ou de 1 a 3. A coelha aceita os filhotes da outra desde que não 
deixemos cheiros estranhos no seu ninho. 
A adoção de recém-nascidos deve ser feita logo após o 
parto, devendo a diferença de idade entre as ninhadas ser de no 
máximo 72 horas. 
Os ninhos devem ser olhados diariamente para retirar 
os mortos e verificar se a temperatura está correta e se a 
ninhada esta fria e úmida. O ninho sujo e frio pode fazer com 
que toda a ninhada morra. 
O ninho pode ser retirado da gaiola da fêmea, 20 dias a 
pós o parto. 
 
 Causas da mortalidade dos láparos 
 
• Condições inadequadas do ninho 
• Falta de leite da mãe 
• Abandonos (pode ocorrer em situações de estresse, 
como calor excessivo, sustos antes do parto, falta de 
água, etc.) 
 
 
• Canibalismo (pode ser deficiência nutricional, genética) 
• Pisoteio (ao entrar bruscamente nos ninhos) 
• Doenças (transmitidas da mãe aos filhotes) 
• Baixo peso ao nascer 
• Ninhadas muito numerosas 
 
OBS.: A mortalidade até 15% (no nascimento à desmama) é 
considerado normal. A taxa de mortalidade das criações no 
Brasil é alta. 
 
 
 Tipos de desmama 
 
Natural ou tardia: quando a ninhada esgota toda a 
produção de leite da coelha (42 a 45 dias) em criações pequenas 
ou caseiras. Tardia para produções que visam lucro. 
Precoce: feita com menos de 30 dias de vida ou peso 
inferior a 500g. 
Normal ou mais comum: feita com 32 a 35 dias ou peso 
mínimo de 600g. 
 
 
 Formas de desmamar 
 
Em sistemas tradicionais, ao atingir o peso ou idade, os 
láparos são retirados da gaiola da mãe e levados para as gaiolas 
de engorda. 
Pode-se, ainda, retirar a coelha e deixar os láparos na 
gaiola onde nasceram. 
Por último, pode-se levar a coelha junto com os láparos 
por 2 a 3 dias para a gaiola de engorda e depois trazer a coelha 
de volta para a gaiola. 
 
 Formação de lotes para a venda de animais vivos 
ou abatidos 
 
Por ninhada: machos e fêmeas irmãos podem ser 
criados na mesma gaiola até os 90 dias. 
As fêmeas que forem escolhidas para a produção 
podem ficar juntas até 3 meses e meio. Depois devem ficar 
sozinhas numa gaiola. Os machos irmãos para reprodução aos 
80 dias devem ficar sozinhos porque eles brigam. 
Mistura de ninhadas: ninhadas pequenas podem ser 
misturadas na gaiola de engorda. A taxa de mortalidade é 3 a 
5%, já após a desmama, a mortalidade é baixa). 
 
 Cobertura da coelha depois do parto 
 
Nas criações pequenas, como a desmama é feita com 35 
a 42 dias, a nova cobertura da coelha é feita alguns dias depois 
da desmama. O criador terá 3 a 4 partos por fêmea por ano. 
Nas criações comerciais (Brasil) a cobertura é feita entre 
15 a 30 dias após o parto com a coelha ainda amamentando os 
láparos e a desmama é feita com 32 a 35 dias. 
Na Europa as coelhas são inseminadas ou acasaladas 11 
a 12 dias pós-parto. O criador brasileiro terá 6 a 7 partos por 
fêmea por ano. 
 
 Ritmo de Reprodução da Coelha 
 
Ritmo Extensivo 
 A nova gestação nunca vai coincidir com a lactação 
anterior. A desmama é tardia e a cobertura pós-parto é feita 
após a desmama. 
 Exemplo: 
 
 
 
 Cobertura pós-parto: 45 dias 
 Desmama: 40 dias 
 Gestação: 30 dias 
 Intervalo entre partos: 75 dias 
 Partos teóricos/fêmea/ano: 4,8 
 Taxa de partos: 70 a 80 % 
 Partos reais: 4 
 
Ritmo Semi Intensivo 
Parte da nova gestação vai coincidir com parte da 
lactação anterior. A desmama é feita com 32 a 35 dias de idade 
dos láparos ou quando eles apresentarem pelo menos 600g. A 
coelha pode ser acasalada entre 15 a 30 dias pós-parto. 
Exemplo: 
 
 
 
 
Ritmo Intensivo 
 A coelha é acasalada nos primeiros 09 dias pós-parto e 
a desmama é feita com 28 a 30 dias, com peso inferior a 600g. 
 Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 Cobertura pós-parto: 15 dias 
 Intervalo entre partos: 45 dias 
 Partos teóricos/fêmea/ano: 8 
 Partos reais: 7 
 Cobertura pós-parto: 7 dias 
 Gestação: 30 dias 
 Intervalo entre partos: 37 dias 
 Partos teóricos/fêmea/ano: 9,8 
 Partos reais: 8,8 
BOAS PRÁTICAS NA ALIMENTAÇÃO 
(ouvir áudio pq ela disse que n precisa saber tudo que ta no 
slide) 
 
 Retrospectiva Histórica 
 
Os coelhos são herbívoros podendo consumir forragens, 
restos de horta, etc. O coelho selvagem em cativeiro consumia 
alimentos variados, já domesticado, recebiam rações, 
forragens, restos de horta, etc. 
As rações eram oferecidas com ingredientes moídos, 
misturados. No início não havia grandes conhecimentos sobre 
as necessidades dos coelhos em princípios nutritivos. 
Através de pesquisas foram determinadas essas 
necessidades, nos EUA (1960) e na Europa. Pesquisadores 
concluíram também que a melhor forma física da ração é a 
granulada ou peletizada, pois evita desperdício, alergias ao pó 
da ração farelada, o desbalanceamento da dieta, já que o coelho 
escolhe as partículas maiores e ainda ajuda no desgaste dos 
dentes incisivos. 
Quando o cunicultor for administrar uma forrageira 
junto com a ração, deve usar uma forrageira de alto teor 
proteico, muito nutritiva, pois o coelho vai preferir comer o 
alimento verde. 
 Alimentação de Coelhos - Cuniculturas Comerciais 
 
• Alimentação mista (ração e forragem) 
• Somente ração completa e peletizada 
 
Qualquer que seja a forma o alimento deve ser 
oferecido sempre nos mesmos horários. Pois há todo aquele 
processo de cecotrofia, tempo de permanência do alimento no 
ceco. Para não alterar a fisiologia digestiva do animal. 
 
 Manejo das forragens a serem administradas aos 
coelhos 
 
Sempre que for administrar forrageira, há duas formas, 
verde ou fenada. 
As verdes devem ser cortadas horas antes, deixada para 
murchar num local limpo e na sombra e oferecidas na 
manjedoura com pequenos feixes amarrados e pendurados na 
gaiola. 
Os fenos devem ser feitos ao sol, armazenados em locais 
limpos e protegidos de outros animais e são oferecidos aos 
coelhos cortados em pedaços pequenos em comedouros 
separados. 
 
Os coelhos não têm a capacidade de escolher os 
alimentos segundo o seu valor nutritivo, portanto, ao oferecer 
forragem junto com a ração, deve-se escolher sempre as de 
maior valor nutritivo, que sejam palatáveis e que não sejam 
tóxicas. 
Os coelhos são animais muito sensíveis e ao 
consumirem forragens quentes e com alto teor de umidade 
podem ter diarreias, principalmente os jovens, o que pode leva-
los a morte em poucos dias. 
 
 Rações para coelhos 
 
A base da dieta dos coelhos deve ser uma ração 
específica que supra todas as suas necessidades nutricionais. 
No mercado existem uma infinidade de rações para 
coelhos diferentes, mas nem todas são bem balanceadas. 
Para criações que visam lucro, no Brasil, é dada aos 
coelhos uma única ração para todos os animais, cuja 
composição é: 
 15 a 16% de PB 
 12 a 15% de FB 
 2200 a 2500 kcal de ED por kg de peso vivo 
 
 Transporte das rações 
 
O ideal era comprar diretamente do fabricante e 
observar a validade (como vem em embalagem de papelão, caso 
entre em contato com o chão pode gerar umidade e fungos). 
Colocar a ração suspensa em suporte de madeira, 
protegida de ratos, etc. 
 
 Quantidades de ração para animais de reprodução 
 
Matrizes 
• Jovens até a monta: 120 a 140 g/dia 
• Só em gestação: 120 (inicio) e 220g (final) 
• Lactação: à vontade (a partir dos 20 dias os láparos 
começam a consumir a ração da mãe) 
• Lactação e nova gestação: à vontade 
 
 Consumo de agua 
 
A água deve estar sempre disponível e que seja de boa 
qualidade e sem contaminações. Pode ser oferecida em 
bebedouros de barro, tipo garrafa, mas dependendo do clima, 
em bebedouros automáticos. O consumo de agua é duas a três 
vezes o consumode ração. 
MEDIDAS PROFILÁTICAS GERAIS PARA EVITAR O 
APARECIMENTO E DOENÇAS 
 
• Pesquisar se há registros de determinada doença na 
área de interesse em iniciar a criação. 
 
• Distância de um criatório de coelhos para outro, sendo 
a distância de bioseguridade de 3 km. 
 
• Se for adquirir coelhos, a quarentena é obrigatória pois 
eles podem ser portadores de alguma doença. 
 
• Utilizar uma alimentação adequada, para evitar 
deficiência de fibra, proteína, etc. 
 
• Promover a ventilação adequada em galpões para 
coelhos. Se não houver uma ventilação adequada, 
podem ser gerados problemas respiratórios (cheiro 
excessivo de amoníaco). 
 
• Controle de temperatura, umidade, sustos. 
 
• Não existe vazio sanitário na cunicultura! Portanto, é 
necessário realizar a limpeza e desinfecção do ambiente 
com os animais presentes. 
• Manejo adequado das fossas, para não liberar cheiro de 
amoníaco. Pode ser utilizada a cal para retirar umidade. 
 
• Cuidado com os ninhos (retirar urina e fezes). 
 
• Observar diariamente o comportamento dos animais 
(respiração difícil, presença de crostas, áreas 
avermelhadas sem pelos, placas de fezes resultante de 
diarreia). 
 
• Os equipamentos usados para limpeza: vassoura de 
fogo, pulverizador costal. 
 
• Utilização de desinfetantes que não sejam tóxicos para 
os animais (a base de iodo, amônia quaternária).