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ORIGEM E HISTÓRIA DA DOMESTICAÇÃO DOS COELHOS O coelho é originário da Europa, mas também foram encontrados fósseis muito antigos na África e Ásia Central. Os restos mais antigos na Europa datam de 6 milhões de anos. Inicialmente, os coelhos eram caçados na natureza e posteriormente foram guardados em leporarias, ou seja, parques murados, junto com outros animais selvagens para facilitar a caça. No final do Império Romano, sofreu a primeira etapa da domesticação. Monges franceses criavam coelhos para a venda desses animais e de coelhos maiores no século XII. Família Leporidae Coelhos • Vivem em tocas, em famílias • Gestação de 30 a 31 dias • As patas posteriores são mais curtas • Nascem de 6 a 10 láparos, no máximo 15 • Nascem com os olhos fechados e sem pelos • Orelhas menores • Crânio curto • 44 pares de cromossomos. Lebres • Vivem a céu aberto, e aos casais • Gestação média de 40 dias • As patas posteriores são mais curtas • Fazem ninho entre moitas de arbustos • Nascem de 1 a 4 filhotes • Nascem com olhos abertos e com pelos • Filhotes começam a andar após o nascimento • Orelhas longas, crânio mais longo • 48 pares de cromossomos Na natureza, os coelhos são animais de temperamento arisco, não sociáveis e se assustam com facilidade. Possuem uma visão boa e hábitos noturnos, e possuem glândulas penianas e no queixo que secretam feromônio para marcar seu território. A reprodução ocorre ao acaso. A medida em que se aproxima a hora do parto, a fêmea se separa da família, vai para um lugar profundo da toca e faz seu ninho retirando pelos do ventre para o aquecimento dos filhotes. Após parir o último filhote, ela amamenta de 6 a 10 minutos, empurra o pelo, fecha o ninho e volta após 24 horas para amamentar novamente. A coelha retorna nas horas de menos luz e após cerca de 15 dias ela abre as tocas para a saída dos filhotes. Coelho Selvagem x Coelho Doméstico Coelho Selvagem • Tamanho pequeno • Temperamento arisco • Pelagem “agouti” • Hábitos noturnos • Vivem em tocas, em famílias • Olfato muito desenvolvido • Marcam seu território • Reproduzem-se ao acaso • Coelhas fazem ninhos em tocas Coelho Doméstico • Temperamento dócil • Tamanhos variados, várias cores • Maior atividade durantes as horas de menos luz • Vivem em gaiolas ou coelheiras • A reprodução é controlada pelo homem • É preciso fornecer um ninho • A coelha arranca pelos do ventre para preparar o ninho • Olfato desenvolvido • Quem determina a formação de grupos é o homem Tamanhos dos Animais 1. Gigante: > 5,0 kg 2. Médio: 3,5 – 5,0 kg 3. Pequeno: 1,5 – 3,5 kg 4. Anão: < 1,5 kg Montagem dos Ninhos As fêmeas retiram pelos de seu ventre e misturam com capim para deixar o ninho bem aquecido para os láparos, amamentando-os 1 vez a cada 24 horas nas horas de menos luz. Não se deve estressar os animais e é importante realizar a vistoria dos ninhos, idealmente sempre pela mesma pessoa, para verificar se estes estão em ordem, atentando-se para não deixar cheios estranhos nas mãos e no ninho. As fezes são importantes uma vez que auxiliam os láparos a adquirirem resistência e a medida em que estes crescem, deve-se realizar troca dos ninhos pois os animais urinam muito. Cecotrofia Os coelhos selvagens e domésticos possuem o ceco desenvolvido e funcional. O alimento que chega ao estômago é digerido e a digesta não é absorvida, sendo misturada com a água e ficando retida de 16 a 18 horas no ceco, onde sofre fermentação. Com isso, são sintetizados aminoácidos, vitaminas do complexo B, vitamina C, e ácidos graxos. Esse material enriquecido é, então, liberado ao cólon, onde formam-se os cecotrofos revestidos por muco. Os coelhos realizam a ingestão desses cecotrofos ricos em nutrientes direto do ânus. As fezes propriamente ditas, são duras e secas, e não são ingeridas pelos animais. O estresse pode suspender o hábito dos coelhos em realizar a cecotrofia. A CRIAÇÃO DE COELHOS NO BRASIL E NO MUNDO Na década de 60 eram importadas raças da Europa para serem vendidos como animais de estimação e os neonatos para testes de vacina da febre aftosa. Posteriormente, foi criado a Associação Nacional dos Cunicultores (ANC) que tinha a responsabilidade de, entre outras coisas, fazer o registro genealógico dos animais. Ao final da década de 70 havia importação de matrizes para produção de carne de coelho. Os maiores estados produtores são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Os maiores países produtores são a China, Itália, França, Espanha e Rússia. Centro de Pesquisas em Cunicultura nos EUA As três primeiras descobertas foram: criar coelhos em gaiolas suspensas limitava o aparecimento de coccidiose; alimento tipo granulado permitia oferecer uma alimentação mais completa, sem desperdício; foram formadas as raças NZB e Cal selecionadas para alta produção e criação sob piso de tela. Vantagens da Criação de Coelhos 1. Período de Gestação: Em média 30 a 31 dias. 2. Produzem muitos filhotes: 8 a 10 podendo chegar a 16. 3. A coelha pode ser acasalada ainda em lactação (cio pós- parto) e, por isso, pode ter de 6 a 7 partos por ano. No Brasil, as fêmeas são cobertas 15 a 30 dias após o parto para a obtenção de 6 a 7 partos/fêmea/ano. Já na Europa, são cobertas 11 a 12 dias após o parto para gerar 6 a 7 partos/fêmea/ano. 4. Desmamam 6 a 7 láparos por parto. 5. Ocupam pequenos espaços: 10 fêmeas, um macho e suas crias precisa de uma área de 20 m² para as gaiolas e os corredores. 6. No meio rural pode ser criado para subsistência da população mais pobre, utilizando um pequeno número de animais, afim de produzir carne para a família, já que a mão de obra pode ser uma única pessoa trabalhando 8 horas por dia para cuidar de até 300 matrizes em galpões, realizando todo o manejo. 7. Os coelhos são animais muito dóceis e o trabalho pode ser feito por mulheres, adolescentes e idosos. 8. São vendidos vivos ou abatidos. 9. Baixo impacto ambiental já que é possível aproveitar tudo do coelho: sangue, patas, cérebro, orelhas, vísceras não comestíveis (estômago e intestino). 10. Produzem carne de ótima qualidade, rica em proteínas, com baixo teor de gordura e colesterol e rica em ácidos ômega 3 e 6. 11. Baixa necessidade de água: utiliza-se água somente de bebida para os animais e para limpeza de equipamentos. Não se utiliza água para limpeza dos galpões! 12. São animais herbívoros: a ração de coelho possui 40% de feno de uma forrageira com alto teor nutritivo, não dependendo de milho e farelo de soja. Em países ricos, utiliza-se alfafa. 13. Produzem esterco de ótima qualidade para plantas. Dificuldades dos Criadores • Poucas associações de criadores. • Falta de organização entre produtores. • Fala de políticas governamentais. • Pouca assistência técnica. • Falta de vacinas nacionais. • É preciso ter conhecimento e domínio sobre a atividade. • Falta de conhecimento sobre as qualidades de carne. • Dificuldade de chegada de pesquisas aos criadores. • As rações são caras e de média qualidade. • Falta mais divulgação da carne de coelho. • A genética dos animais deixa a desejar. • Faltam mais pesquisas nessa área. • É preciso um contato maior do criador com os pesquisadores, para que possam ser ajudados em seus problemas. OBJETIVOS DA CUNICULTURA Ao escolher explorar o coelho economicamente, é necessário a realização de uma pesquisa de mercado e determinação de um objetivo para a criação, sendo eles: • Produção de carne • Animal vivo para laboratórios e instituições de pesquisa • Produção depeles • Produção de lã Angorá • Venda de animais para reprodução • Animais de estimação Produção de Carne Para a produção de carne o criador deve fazer todo o ciclo da criação, ou seja, ter as fêmeas e os machos para produzir os filhotes que após a desmama serão engordados e abatidos. As coelhas de raças boas para a produção de carne podem produzir 6 a 7 partos por ano e, com isso, levar ao abate de 6 a 7 láparos por parto, o que resulta em uma produção de 36 a 49 láparos para a venda por fêmea e por ano. As melhores raças para a produção de carne são o Nova Zelândia Branco (porte médio) e California. Para que isso ocorra, é necessário fornecer ao animal conforto, tranquilidade, boa alimentação e ajudar a coelha a cuidar de seus filhotes. Dessa forma, os animais podem ser abatidos com 60 a 80 dias de idade, com pesos vivos de 1,8 a 2,5 kg e com uma carcaça de 1,0 a 1,5 kg. Características da Carne • Excelente qualidade: rica em proteínas, baixo teor de gorduras e colesterol. • Considerada carne branca, e recomendada para pessoas que desejam uma alimentação saudável. • É muito parecida com a carne de frango e pode ser preparada da mesma maneira. É tenra, macia e saborosa. • Tem uma ótima relação de ácidos graxos insaturados x saturados. Abate O abate nas criações pequenas pode ser feito pelo criador, num local limpo para que a carcaça não seja contaminada com sujeira e que se apresente com bom aspecto para preservar a qualidade da carne. Nas criações médias e industriais o abate deve ser feito em abatedouros com inspeção estadual ou federal, pois assim será mais fácil a comercialização do produto. Os fatores que influenciam na idade ao abate são: peso da carcaça requerido pelo mercado e índice de conversão alimentar. Os animais são abatidos em uma idade em que tenham uma boa faixa de conversão alimentar (60 a 80 dias). Fases do Abate 1. Jejum de ração 2. Atordoamento 3. Sangria 4. Esfola (retirada da pele) 5. Retirada das vísceras 6. Lavagem da carcaça com água limpa 7. Deixar a carcaça escorrer 8. Colocar na geladeira ou em câmara de resfriamento 9. Caso necessário congelar, devidamente embaladas Rendimento de Carcaça A carcaça é o que fica para a comercialização após o abate, podendo estar com ou sem cabeça e vísceras. Devem ser resfriadas a fim de maturar a carne, depois são embaladas e congeladas. 𝑅𝐶 = 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑐𝑎ç𝑎 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑉𝑖𝑣𝑜 𝑥 100 = 55 𝑎 67% Fatores que influenciam o rendimento de carcaça: • Peso ao abate: O animal com 80 dias, porém, com pouco peso, não é abatido. • Alimentação: Os pellets são alimentos estimulam o desenvolvimento do trato digestório e quando o TD é retirado, o rendimento da carcaça cai. Já quando o animal ingere volumoso, aumenta-se o tempo necessário para atingir o peso ideal ao abate. Portanto, a melhor opção é utilização de ração balanceada de qualidade e complementar com volumoso caso seja necessário. • Formas de abate: Está relacionado com o tempo da sangria e a retirada ou não das patas. • Formas de apresentação da carcaça: com ou sem cabeça, com ou sem vísceras. • Momento da pesagem: Com as cabeças e vísceras, a carcaça fica mais pesada. Geralmente a cabeça é retirada e o cérebro utilizado em laboratórios. Além disso, a carcaça quente, ou seja, antes de ser resfriada, possui muita água e, portanto, fica mais pesada. A carcaça resfriada resseca, perde água e peso. • Doenças: Promovem a diminuição do peso dos animais. • Genética do Animal: Deve-se observar os pais e a qualidade da carcaça dos mesmos, característica esta que será transmitida aos filhos. Conversão Alimentar É a quantidade de ração ou alimento necessário para o animal ganhar um quilo de peso vivo. O animal em crescimento e engorda (da desmama ao abate) tem uma conversão alimentar de 2,8 a 3,5 kg para um quilo de peso vivo, dependendo do clima e da quantidade da ração. Na criação de coelhos o produtor tem que calcular a quantidade de ração consumida pelos animais por mês, por quinzena ou por semana e, então, dividir pelos quilos de peso de coelhos vendidos no mesmo período. Dessa forma, o criador calculará a conversão global da criação que é muito importante para calcular o custo de produção. Na conversão global estão incluídos os consumos dos animais da reprodução e dos animais em engorda (3,5 a 4,5:1). A conversão alimentar dos animais pós desmama até os 90 dias pode variar de 2,8 a 3,5:1. Exemplo: Em uma criação de 100 fêmeas, são gastos 2500 kg de ração por mês e são vendidos 572 kg de coelho vivo. A conversão global será obtida por: 2500 572 = 4,5. Isso significa que para cada quilo de peso vivo produzido houve um gasto de 4,5 kg de ração. Galpão de Coelhos 1. Reprodução • Reprodutores • Matrizes (Vazias, gestantes, lactantes + filhotes, lactante e novamente gestante, láparos só mamando com a mãe até 18-21 dias, láparos mamando e comendo ração da mãe após 21 dias). 2. Crescimento e Engorda Láparos desmamados (em média 35 dias) até a venda (60-80 dias), alojados em grupo. O criador deve calcular a quantidade de ração consumida pelos animais por mês/semana e dividir pelos quilos de PV vendidos no mesmo período. Assim, calcula-se a conversão alimentar global da criação, importante para calcular o custo de produção pois não somente os coelhos em engorda geram custo. Reprodução Crescimento e Engorda A conversão alimentar de animais pós desmama até 80 dias (engorda) pode variar de 2,8 kg a 3,5 kg de alimento para o animal ganhar 1 kg de PV. 2,8: 1 𝑎 3,5: 1 A conversão alimentar do rebanho inclui tanto os animais da reprodução, que também geram gastos, quanto os animais da engorda. 3,5: 1 𝑎 4,5: 1 Exemplo: Desmama/engorda: 2,9:1 (boa) Rebanho: 6:1 (ruim) Nesse caso, o problema está na reprodução, uma vez que os coelhos podem não estar produzindo muitos filhotes, enquanto estão consumindo ração e espaço, porém, poucos láparos chegam ao abate, havendo menor venda de quilos de peso vivo. Coelhos que produzem poucos ou falham na reprodução, em 3 a 4 coberturas, são descartados. Deve-se, portando, repor as fêmeas e a taxa de reposição costuma ser de 5% ao mês. Exemplo 2: Desmama: 4:1 (ruim) Rebanho: 7:5 (ruim) Nesse caso, o problema pode ser na ração, já que o animal compensa a má qualidade da mesma aumentando o consumo. Vendas de Animais para Laboratórios e Instituições de Pesquisa O coelho é muito utilizado como animal de laboratório por ter temperamento dócil e ocupar pequenos espaços. Os cursos de medicina, veterinária e zootecnia os utilizam em experimentos, alguns compram coelhos recém desmamados e outros mais velhos. A sua utilização como animal de laboratório deve obedecer às normas que já existem: utilizar o menor número, causar o mínimo de dor ao animal, cria-lo em condições adequadas de conforto e bem-estar, fornecer água e a alimentação adequada. Venda de Animais para Reprodução É necessário ter conhecimento de melhoramento genético e de sanidade animal. Há um ótimo mercado nesta área, e a lucratividade é maior. É necessário iniciar com animais de qualidade genética e sanitária, o que é difícil de encontrar. Produção de Peles As peles são provenientes de animais abatidos para produção de carne, sendo a maioria de cor branca. São peles de tamanho pequeno pois o coelho para carne é abatido antes dos 90 dias. Essas peles podem ser curtidas e utilizadas para artesanato, tendo pouco valor comercial. Podem, ainda, ser vendidas secas, congeladas ou curtidas para artesões. O produtor poderia escolherraças coloridas e de pele valiosa. Para que a pele seja valiosa o animal deve ser abatido mais tardiamente, dependendo da raça, 5 meses ou mais para que as peles sejam de grande tamanho e com a cor definitiva da raça. É importante que os animais não estejam em muda pois isto desvaloriza as peles e peles grandes de animais abatidos no inverno tem maior valor. Produção de Pelos da Raça Angorá A raça Angorá tem pelos com mais de 7cm de comprimento e o animal é tosquiado ou depilado como as ovelhas. Trata-se de um animal que precisa de cuidados especiais e são feitas 4 tosquias por ano. A produção é de 800 a 1000g de lã por ano. As fêmeas produzem lã de melhor qualidade que os machos, e o número de partos por fêmea por ano é pequeno (3:4). A lã é antialérgica e tem poder isolante maior que da lã de ovelha. Existem poucos criadores no Brasil, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. A lã é exportada para a Argentina. Animais de Estimação A criação de raças pequenas ou anãs tem aumentado bastante para serem vendidas como animais de estimação. Essas raças ocupam pequeno espaço, podendo substituir cães e gatos. Tornam-se extremamente dóceis, pois o contato com crianças e adultos é muito maior. O custo de manutenção com ração é pequeno. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS Há alguns fatores a se considerar para começar uma cunicultura como: Objetivos da criação, pesquisa de mercado, escolha do local e estudo do clima. Cuidados na Escolha do Local O local deve ser próximo ao mercado consumidor e longe de outras criações de coelhos, sendo a distância mínima de 3 km. Deve ser em área rural e como não há vacinas, deve-se realizar uma pesquisa sobre a existência de doenças graves no local. Os terrenos devem ser secos e bem drenados de forma a permitir a construção das instalações a custo baixo. Além disso, o ambiente deve ter luz e água potável. Na fase de reprodução, a luz provoca um estímulo ótico no eixo hipotálamo – hipófise. A hipófise produz o fator liberador de gonadotrofinas (GnRH) que vai agir sobre as gônadas masculinas e femininas, produzindo os hormônios da reprodução, principalmente o FSH e LH, estimulando a maior libido e produção espermática no macho e, na fêmea, maior libido, aparecimento de cio e maturação dos óvulos. As fêmeas precisam de no mínimo 12 – 14 horas de luz por dia, já os machos de no mínimo 8 horas. Caso num local haja, por exemplo, somente 8 horas de luz natural, deve-se complementar com luz artificial para suprir as necessidades das fêmeas. É imprescindível que o local de escolha possua um bom clima. As temperaturas para criação de coelhos estão entre 10 a 30 °C o interior das instalações (ideal entre 15 e 26 °C). As temperaturas altas prejudicam a reprodução, diminuem o peso dos animais pois estes comem menos e podem até morrer. Já as temperaturas muito baixas causam morte alta dos recém-nascidos que precisam de 30 a 32 °C dentro do ninho nos primeiros 15 dias de vida. Nos adultos, as temperaturas baixas não causam mortalidade, porém, gera esterilidade nos machos. Além disso, os coelhos regulam sua temperatura corporal, no caso de baixa temperatura, através do aumento de consumo que gera calor e, com isso, há maior custo com alimentação. A umidade ambiente deve estar entre 60 e 80% pois em ambientes muito úmidos ocorrem doenças como fungos e problemas respiratórios e em ambientes muito secos problemas de alergia respiratória. Em um galpão semiaberto, os animais estão produzindo gases como CO2, NH3 (amoníaco), H2S (sulfídrico) e CH4 (metano). Os gases metano e sulfídrico são provenientes da decomposição e fermentação das fezes, já o amoníaco é proveniente da urina e ajuda a medir como está a ventilação dentro do galpão, pois um cheiro forte indica que esta não está adequada ou há problema na fossa. Esses gases são quentes e de menor densidade, com isso, tendem a subir e sair pelas aberturas superiores do galpão. A presença de árvores de copa alta ao redor do galpão permite a formação de um microclima ideal, com ventilação natural, a qual consiste na saída do ar quente (formado pelos gases citados e pelo próprio calor gerado pelos animais) que tendem a subir e a entrada do ar fresco gerado externamente pelo microclima. Isso contribui para reduzir o cheiro da urina. Em regiões muito quentes, é importante que o pé direito seja mais alto, ajudando a ter um maior volume de ar fresco no galpão. Para o frio, podem ser utilizadas cortinas. Tipos de Instalações • Soltos em parques murados • Em gaiolas móveis em parques • Coelheiras ao ar livre • Gaiolas em galpões semiabertos • Gaiolas em galpões com ambiente controlado Coelheiras ao Ar Livre • Menor custo e mais fáceis de construir • Não necessitam de galpões • Não há problema com gases tóxicos • Difícil controle dos fatores climáticos • Mais tempo gasto com o manejo Galpões As coelheiras, no verão, devem ser protegidas do sol direto e o comprimento do galpão deve estar no sentido Leste – Oeste. Os materiais são madeira, fibrocimento, alvenaria e bambus. Já as telhas podem ser de barro, amianto, sapê, etc. Galpões Semiabertos • Orientação: Leste – Oeste • Largura: 5 a 10 metros • Telhas: Barro, amianto, sapê • Regiões quentes: Manta térmica • Pé direito: 2,50 a 3,50 m • Mureta lateral: 0,30 a 1,50 m Galpões com Ambiente Controlado • Por sobre pressão: Ventiladores que injetam ar dentro dos galpões através de tubulações com múltiplos orifícios. • Por depressão: Utilizando ventiladores exaustores que extraem ar de dentro dos galpões, sendo as entradas de ar calculadas em função dos animais presentes (kg), suas necessidades de ventilação e a capacidade de extração dos exaustores. • Painéis umidificadores: Podem ser utilizados nas entradas de ar, quando a umidade do ar é baixa. • Teto e Paredes: Devem ser isoladas termicamente. Equipamentos • Gaiolas • Ninhos • Comedouros • Bebedouros • Pulverizador costal • Lança chamas ou vassoura de fogo • Carrinhos de transporte • Outros: pá, vassoura, carrinho de mão, etc. Gaiolas Tradicionais No Brasil, utiliza-se o sistema de um só andar e a maioria das gaiolas utilizadas são grande, possuindo 80 cm de frente, 60 cm de profundidade e 40 cm de altura. As gaiolas possuem um comedouro que é abastecido por fora manualmente, a porta é frontal e voltada para o corredor e pode ou não ter uma manjedoura. As áreas de piso de gaiola ou coelheira necessária por categoria animal são: Reprodutor: 0,40 a 0,50 m² Matriz com ninho interno: 0,40 a 0,50 m² Matriz com ninho externo: 0,30 m² Láparos em engorda: 5 a 7 láparos em 0,50 m² Ninhos Os ninhos podem ser colocados por fora (externo) ou dentro da gaiola (interno) que devem ser disponibilizados à coelha de 2 a 3 dias antes do parto. O ninho móvel deve ser retirado do interior da gaiola por volta dos 20 dias de idade, já o externo costuma acompanhar a ninhada até o dia da desmama. Podem ser feitos de madeira, de chapa galvanizada ou de plástico. O ninho externo é mais vantajoso e ideal visto que diminui o estresse gerado para a coelha. Além disso, os ninhos podem ser semifechados para que a coelha se sinta mais protegida. No Brasil, o mais utilizado é de madeira, interno. No caso da utilização de ninhos de madeira, o fundo deve ter pequenos furos para ajudar na saída da umidade da urina dos filhotes. Comedouros e Bebedouros Nas criações pequenas, podem ser utilizados vasilhames de barro pesados para colocar a ração e a água. Em criações que usam gaiolas de arame, o comedouro de chapa vem incluso. O melhor bebedouro é o automático que vai ser colocado num cano de pvc que passa nas gaiolas,um por gaiola. É preciso ter uma caixa de água para o galpão e ela deve ser colocada na sombra para que a água não esquente no verão. Vassoura de Fogo ou Lança Chamas Utilizada para limpeza, sendo passada pelas paredes e retirando poeira, pelos, teias de aranha, etc. REPRODUÇÃO E MANEJO REPRODUTIVO Ao se fazer a aquisição de animais para reprodução, deve-se atentar a pontos como: escolha de cuniculturas idôneas, a qualidade genética dos animais, as fêmeas não podem ser parentes dos machos, a qualidade sanitária, o transporte dos animais até o novo local, quarentena e aptidão e a idade de compra dos animais. Características Reprodutivas da Coelha As coelhas não ovulam espontaneamente, tendo sua ovulação provocada pela monta, após 10 a 12 horas da ocorrência da mesma, e apresentam dois úteros com dois cérvix que desembocam na vagina. O melhor momento para o acasalamento é durante o cio, porém, a coelha pode ser acasalada fora do cio e ficar gestante. Pode também ser acasalada em lactação. As fêmeas preparam o ninho para os láparos arrancando os pelos do ventre e, após parir, elas amamentam uma só vez num período de 24 horas. Quando a Coelha pode ser Acasalada A identificação é feita a partir da cor e tamanho da vulva da fêmea. Quando a vulva está de cor branca e pequena, e não há nenhuma receptividade ao macho, geralmente não existem óvulos maduros nos ovários para serem liberados. Portanto, não se deve cobrir a coelha. Cerca de zero a 3% ficam gestantes. Vulva de cor rosa, ligeiramente aumentada, e coelhas não receptivas, sinaliza que existem óvulos maduros podendo ocorrer a monta forçada. Cerca de 30% ficam gestantes. Vulva de cor vermelha e muito inchada ou tumefeita, corresponde ao cio, e as coelhas são muito receptivas ao macho. Em média 80% ficam gestantes. Vulva de cor roxa e muito aumentada, as coelhas podem estar receptivas ao macho e 50% podem ficar gestantes. Método para Sincronizar o Cio das Coelha ou Aumentar sua Receptividade ao Macho Um método consiste na Bioestimulação ou controle da lactação onde o acesso da coelha ao ninho é limitado de 20 a 30 minutos pela manhã durante os 9 a 10 primeiros dias pós-parto. No 10° ou 11° dia a coelha não amamenta e, no dia seguinte, após amamentar os láparos ela é levada ao macho. O ninho pode ficar aberto desde então. Além disso, pode-se trocar as coelhas de gaiola 24 a 48 horas antes de serem levadas ao macho (estresse moderado); colocar 2 a 3 coelhas na mesma gaiola 30 minutos antes de serem levadas ao macho; programa de luz para coelhas jovens (primíparas); e alimentação. Características e Utilização do Macho Os machos possuem libido muito acentuada e o sêmen muito concentrado, com 150 a 300 milhões de espermatozoides por ml e o volume médio liberado é de 0,6 a 0,8 ml. Os testículos só descem para as bolsas escrotais entre 2 a 3 meses de idade e a espermatogênese só se completa em temperaturas abaixo de 30 °C. A proporção macho/fêmea é de 1 macho para 8 a 10 fêmeas. Quanto à utilização, os reprodutores devem iniciar a reprodução com 80% do peso adulto. Os machos de raça média iniciam a reprodução por volta dos 5 meses, cobrindo 2 a 3 coelhas por semana, cobrindo em dias alternados. No sexto mês, 3 a 4 coelhas por semana, cobrindo em dias alternados. No sétimo mês, o reprodutor pode cobrir 2 a 3 coelhas por dia, durante 2 a 3 dias seguidos descansando pelo menos uma semana ao final desse período. Manejo de Cobertura da Coelha Deve-se verificar o peso da fêmea (se for primeira cobertura, 80% do peso padrão da raça) e se esta encontra-se saudável. Olhar a vulva da coelha, que deve estar colorida e inchada, sendo a cor vermelha o melhor momento para cobrir a coelha, pois corresponde ao cio. A coelha pode ser acasalada não estando em cio, mas como os melhores resultados são obtidos em coelhas no cio, em criações médias e grandes, é preciso utilizar técnicas para sincronizar o cio das coelhas. A fêmea é levada ao macho e deve-se presenciar a cobertura. Se necessário, ajudar segurando a fêmea para que o macho possa cobri-la. Após cobrir, o macho cai para um dos lados arrancando pelos da nuca da fêmea. Uma só monta é suficiente visto que o sêmen é muito concentrado. Por fim, deve-se retirar a fêmea da gaiola e anotar nas fichas tanto do macho quanto da fêmea a data da cobertura e número da gaiola ou macho. Diagnóstico da gestação Pode ser feito apalpando com cuidado o ventre da coelha por fora para sentir os fetos entre 10 e 15 dias após a monta. É preciso praticar muito para que se possa ter certeza de que a coelha está gestante e deve ser feito com delicadeza para evitar abortos. Como a gestação da coelha dura em média 30 dias, o pequeno criador muitas vezes não faz a palpação. Não é adequado realizar a palpação muito próximo do parto pois pode provocar estresse e até aborto. Essa técnica é feita dentro da gaiola e sempre pelo tratador pois a fêmea conhece a voz, cheiro, etc. do mesmo. Cuidados durante a gestação O local deve ser tranquilo, com conforto, limpeza, boa alimentação e água. As coelhas não devem estar nem muito magras nem muito gordas durante a gestação para não gerar problemas de parto. A temperatura e umidade do ar devem estar dentro da faixa recomendada, além de higiene rigorosa da gaiola, bebedouro, ninho (sem odores fortes), cama sem contaminações e odores estranhos. Cuidados antes do parto Colocar o ninho com cama na gaiola da fêmea gestante dois a três dias antes do parto. No dia do parto a coelha arranca pelos da barriga para forrar o ninho para os láparos. Ela prepara um ninho bem quentinho, pois eles nascem sem pelos, com os olhos fechados. Antes do parto as glândulas mamárias são muito pouco desenvolvidas, sendo importante que os filhotes mamem para estimular seu desenvolvimento. Normalmente as coelhas só dão uma mamada num período de 24 horas. Determinação da produção de leite da coelha Pesar a coelha antes de amamentar os láparos e depois de amamentar. A diferença de peso (antes e depois de amamentar) é a produção de leite da coelha. Para isso é preciso limitar o acesso da coelha ao ninho. Pesar a ninhada antes e depois de mamar. É possível, também, determinar a produção de leite indiretamente através do peso dos láparos aos 21 dias. Devem ser comparadas coelhas com o mesmo número de láparos. O leite da coelha é riquíssimo em nutrientes e é difícil de imitar. Lactação e Comportamento dos Láparos As coelhas produzem leite rico em proteínas gordura e sais minerais. A produção de leite aumenta no momento do parto, atinge um pique com 21 dias e depois começa a diminuir. Caso a coelha não seja acasalada após o parto, a lactação dura em média 42 dias. A primeira mamada ocorre logo após o parto, depois a maioria das coelhas amamenta uma vez num período de 24 horas. A coelha não fica dentro do ninho com os filhotes. Tipos de lactação Livre acesso da coelha ao ninho: ela amamenta quando quer, geralmente a noite e um vez no período de 24h. Lactação controlada: o ninho fica fechado e será aberto durante 20 a 30 minutos pela manhã ou tarde. A lactação controlada diminui a mortalidade dos láparos e pode ser utilizada como método de sincronização de cio da coelha. Fatores que Influenciam a Produção de Leite • Genética • Alimentação (qualidade) • Acasalamento pós-parto • Número de láparos amamentados Comportamento dos láparos Os láparos nascem sem pelos e com os olhos fechados, por volta dos 10 dias estarão com os olhos abertos e com pelo. Nos primeiros 15 dias vivem dentro do ninho. Depois já começam a entrar e sair dele. Aos 20 dias os ninhos podem ser retirados das gaiolas (ninhosinternos). Em torno de 20 dias os láparos começam a comer ração, mas ainda mamam e costumam se grupar para se aquecerem. Adoção de láparos recém-nascidos Deve ser feita quando as coelhas têm mais de 10 filhotes ou de 1 a 3. A coelha aceita os filhotes da outra desde que não deixemos cheiros estranhos no seu ninho. A adoção de recém-nascidos deve ser feita logo após o parto, devendo a diferença de idade entre as ninhadas ser de no máximo 72 horas. Os ninhos devem ser olhados diariamente para retirar os mortos e verificar se a temperatura está correta e se a ninhada esta fria e úmida. O ninho sujo e frio pode fazer com que toda a ninhada morra. O ninho pode ser retirado da gaiola da fêmea, 20 dias a pós o parto. Causas da mortalidade dos láparos • Condições inadequadas do ninho • Falta de leite da mãe • Abandonos (pode ocorrer em situações de estresse, como calor excessivo, sustos antes do parto, falta de água, etc.) • Canibalismo (pode ser deficiência nutricional, genética) • Pisoteio (ao entrar bruscamente nos ninhos) • Doenças (transmitidas da mãe aos filhotes) • Baixo peso ao nascer • Ninhadas muito numerosas OBS.: A mortalidade até 15% (no nascimento à desmama) é considerado normal. A taxa de mortalidade das criações no Brasil é alta. Tipos de desmama Natural ou tardia: quando a ninhada esgota toda a produção de leite da coelha (42 a 45 dias) em criações pequenas ou caseiras. Tardia para produções que visam lucro. Precoce: feita com menos de 30 dias de vida ou peso inferior a 500g. Normal ou mais comum: feita com 32 a 35 dias ou peso mínimo de 600g. Formas de desmamar Em sistemas tradicionais, ao atingir o peso ou idade, os láparos são retirados da gaiola da mãe e levados para as gaiolas de engorda. Pode-se, ainda, retirar a coelha e deixar os láparos na gaiola onde nasceram. Por último, pode-se levar a coelha junto com os láparos por 2 a 3 dias para a gaiola de engorda e depois trazer a coelha de volta para a gaiola. Formação de lotes para a venda de animais vivos ou abatidos Por ninhada: machos e fêmeas irmãos podem ser criados na mesma gaiola até os 90 dias. As fêmeas que forem escolhidas para a produção podem ficar juntas até 3 meses e meio. Depois devem ficar sozinhas numa gaiola. Os machos irmãos para reprodução aos 80 dias devem ficar sozinhos porque eles brigam. Mistura de ninhadas: ninhadas pequenas podem ser misturadas na gaiola de engorda. A taxa de mortalidade é 3 a 5%, já após a desmama, a mortalidade é baixa). Cobertura da coelha depois do parto Nas criações pequenas, como a desmama é feita com 35 a 42 dias, a nova cobertura da coelha é feita alguns dias depois da desmama. O criador terá 3 a 4 partos por fêmea por ano. Nas criações comerciais (Brasil) a cobertura é feita entre 15 a 30 dias após o parto com a coelha ainda amamentando os láparos e a desmama é feita com 32 a 35 dias. Na Europa as coelhas são inseminadas ou acasaladas 11 a 12 dias pós-parto. O criador brasileiro terá 6 a 7 partos por fêmea por ano. Ritmo de Reprodução da Coelha Ritmo Extensivo A nova gestação nunca vai coincidir com a lactação anterior. A desmama é tardia e a cobertura pós-parto é feita após a desmama. Exemplo: Cobertura pós-parto: 45 dias Desmama: 40 dias Gestação: 30 dias Intervalo entre partos: 75 dias Partos teóricos/fêmea/ano: 4,8 Taxa de partos: 70 a 80 % Partos reais: 4 Ritmo Semi Intensivo Parte da nova gestação vai coincidir com parte da lactação anterior. A desmama é feita com 32 a 35 dias de idade dos láparos ou quando eles apresentarem pelo menos 600g. A coelha pode ser acasalada entre 15 a 30 dias pós-parto. Exemplo: Ritmo Intensivo A coelha é acasalada nos primeiros 09 dias pós-parto e a desmama é feita com 28 a 30 dias, com peso inferior a 600g. Exemplo: Cobertura pós-parto: 15 dias Intervalo entre partos: 45 dias Partos teóricos/fêmea/ano: 8 Partos reais: 7 Cobertura pós-parto: 7 dias Gestação: 30 dias Intervalo entre partos: 37 dias Partos teóricos/fêmea/ano: 9,8 Partos reais: 8,8 BOAS PRÁTICAS NA ALIMENTAÇÃO (ouvir áudio pq ela disse que n precisa saber tudo que ta no slide) Retrospectiva Histórica Os coelhos são herbívoros podendo consumir forragens, restos de horta, etc. O coelho selvagem em cativeiro consumia alimentos variados, já domesticado, recebiam rações, forragens, restos de horta, etc. As rações eram oferecidas com ingredientes moídos, misturados. No início não havia grandes conhecimentos sobre as necessidades dos coelhos em princípios nutritivos. Através de pesquisas foram determinadas essas necessidades, nos EUA (1960) e na Europa. Pesquisadores concluíram também que a melhor forma física da ração é a granulada ou peletizada, pois evita desperdício, alergias ao pó da ração farelada, o desbalanceamento da dieta, já que o coelho escolhe as partículas maiores e ainda ajuda no desgaste dos dentes incisivos. Quando o cunicultor for administrar uma forrageira junto com a ração, deve usar uma forrageira de alto teor proteico, muito nutritiva, pois o coelho vai preferir comer o alimento verde. Alimentação de Coelhos - Cuniculturas Comerciais • Alimentação mista (ração e forragem) • Somente ração completa e peletizada Qualquer que seja a forma o alimento deve ser oferecido sempre nos mesmos horários. Pois há todo aquele processo de cecotrofia, tempo de permanência do alimento no ceco. Para não alterar a fisiologia digestiva do animal. Manejo das forragens a serem administradas aos coelhos Sempre que for administrar forrageira, há duas formas, verde ou fenada. As verdes devem ser cortadas horas antes, deixada para murchar num local limpo e na sombra e oferecidas na manjedoura com pequenos feixes amarrados e pendurados na gaiola. Os fenos devem ser feitos ao sol, armazenados em locais limpos e protegidos de outros animais e são oferecidos aos coelhos cortados em pedaços pequenos em comedouros separados. Os coelhos não têm a capacidade de escolher os alimentos segundo o seu valor nutritivo, portanto, ao oferecer forragem junto com a ração, deve-se escolher sempre as de maior valor nutritivo, que sejam palatáveis e que não sejam tóxicas. Os coelhos são animais muito sensíveis e ao consumirem forragens quentes e com alto teor de umidade podem ter diarreias, principalmente os jovens, o que pode leva- los a morte em poucos dias. Rações para coelhos A base da dieta dos coelhos deve ser uma ração específica que supra todas as suas necessidades nutricionais. No mercado existem uma infinidade de rações para coelhos diferentes, mas nem todas são bem balanceadas. Para criações que visam lucro, no Brasil, é dada aos coelhos uma única ração para todos os animais, cuja composição é: 15 a 16% de PB 12 a 15% de FB 2200 a 2500 kcal de ED por kg de peso vivo Transporte das rações O ideal era comprar diretamente do fabricante e observar a validade (como vem em embalagem de papelão, caso entre em contato com o chão pode gerar umidade e fungos). Colocar a ração suspensa em suporte de madeira, protegida de ratos, etc. Quantidades de ração para animais de reprodução Matrizes • Jovens até a monta: 120 a 140 g/dia • Só em gestação: 120 (inicio) e 220g (final) • Lactação: à vontade (a partir dos 20 dias os láparos começam a consumir a ração da mãe) • Lactação e nova gestação: à vontade Consumo de agua A água deve estar sempre disponível e que seja de boa qualidade e sem contaminações. Pode ser oferecida em bebedouros de barro, tipo garrafa, mas dependendo do clima, em bebedouros automáticos. O consumo de agua é duas a três vezes o consumode ração. MEDIDAS PROFILÁTICAS GERAIS PARA EVITAR O APARECIMENTO E DOENÇAS • Pesquisar se há registros de determinada doença na área de interesse em iniciar a criação. • Distância de um criatório de coelhos para outro, sendo a distância de bioseguridade de 3 km. • Se for adquirir coelhos, a quarentena é obrigatória pois eles podem ser portadores de alguma doença. • Utilizar uma alimentação adequada, para evitar deficiência de fibra, proteína, etc. • Promover a ventilação adequada em galpões para coelhos. Se não houver uma ventilação adequada, podem ser gerados problemas respiratórios (cheiro excessivo de amoníaco). • Controle de temperatura, umidade, sustos. • Não existe vazio sanitário na cunicultura! Portanto, é necessário realizar a limpeza e desinfecção do ambiente com os animais presentes. • Manejo adequado das fossas, para não liberar cheiro de amoníaco. Pode ser utilizada a cal para retirar umidade. • Cuidado com os ninhos (retirar urina e fezes). • Observar diariamente o comportamento dos animais (respiração difícil, presença de crostas, áreas avermelhadas sem pelos, placas de fezes resultante de diarreia). • Os equipamentos usados para limpeza: vassoura de fogo, pulverizador costal. • Utilização de desinfetantes que não sejam tóxicos para os animais (a base de iodo, amônia quaternária).