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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
ISO 14001 
 
 
 
1 
 
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2013 – Portal Educação 
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 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842i ISSO 14001 / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2013. 
 78p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-401-9 
 1. ISO 14001. 2. Gestão ambiental. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 363.7 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................................................. 4 
2 O QUE É ISO? ........................................................................................................................... 7 
2.1 NORMAS ISO 14000 COMO RESPOSTA À GESTÃO AMBIENTAL ........................................ 11 
2.2 ENFOQUES DAS NORMAS ISO DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................... 12 
3 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA? ...................................................................... 17 
3.1 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) SEGUNDO A NORMA 
ISO 14001 ............................................................................................................................................ 21 
3.2 ASPECTOS ESTRATÉGICOS E OPERACIONAIS DA NORMA ISO 14001 ............................ 31 
4 A RELAÇÃO ISO 14001 COM AS OUTRAS NORMAS ........................................................... 37 
5 PLANO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ........................... 39 
5.1 ELABORAÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL ............................................................................. 39 
5.1.1 A Equipe de Implantação ........................................................................................................... 46 
5.2 ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS E METAS .................................................................... 47 
5.2.1 Implantação dos Programas de Gestão Ambiental (PGAs) ....................................................... 51 
5.3 ESTRUTURAS E RESPONSABILIDADE .................................................................................. 53 
5.3.1 Comprometimento da Alta Administração com a Implantação de um SGA ............................... 55 
5.3.2 Definição de Responsabilidades ............................................................................................... 57 
5.4 MONITORAMENTOS E MEDIÇÕES ......................................................................................... 62 
5.5 AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO ................................................................................................ 63 
6 O SISTEMA BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL ................................................ 70 
 
 
3 
 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO GERAL 2010 
 
 Ao longo das últimas décadas a população mundial vem sofrendo um considerável 
aumento, demonstrando que os recursos naturais necessários para suportar este crescimento 
são finitos e não inesgotáveis como primeiramente se acreditava. Todos sabem que os recursos 
naturais, além de importantes, são fundamentais para a sobrevivência e futuro da humanidade, 
principalmente levando-se em consideração que, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico 
até hoje alcançado, ainda inexistem condições que possibilitem a substituição dos elementos 
fornecidos pela natureza (SEIFFERT, 2010). 
 O acompanhamento do crescimento da população humana, confirmando as previsões, 
demonstra que estamos prestes a alcançar a marca de sete bilhões de habitantes na terra 
(Figura 1). Este acelerado crescimento gera uma demanda enorme por serviços e produtos, 
havendo necessidade do desenvolvimento de sistemas que possam contribuir para o uso 
racional dos recursos naturais, atendendo às necessidades da população humana. 
 
FIGURA 1 - AUMENTO E ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO HUMANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal da autora, 2010. 
 
 
 
5 
 
 Desde o início dos anos 70, justamente a partir do momento que as Nações Unidas 
realizaram a primeira conferência tratando dos problemas ambientais, no ano de 1972, em 
Estocolmo, na Suécia, passamos a tomar consciência que deveríamos tratar os problemas 
ambientais existentes na época ao mesmo passo que nossos modelos de desenvolvimento 
fossem revistos. Passaram-se mais de 15 anos, até que em 1987 surgiu um modelo de 
desenvolvimento que mudaria o nosso planeta para sempre, chamado de Desenvolvimento 
Sustentável. 
 Este conceito foi cunhado pela primeira vez no relatório intitulado “Nosso futuro 
comum”. Tal relatório é resultado do encontro idealizado pela CMMAD – Comissão Mundial das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente e estabelece que desenvolvimento sustentável é aquele 
desenvolvimento capaz de atender às necessidades das gerações atuais sem impedir que as 
gerações futuras acatem suas próprias necessidades. Podemos dizer, desta forma, que este 
modelo de desenvolvimento estabelece que deva haver um equilíbrio entre desenvolvimento 
econômico e a utilização dos recursos naturais. 
 Em 1992, a Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, no 
Rio de Janeiro (ECO-92), foi realizada com o objetivo de discutir diversos temas polêmicos 
relacionados com o meio ambiente e, por conseguinte, sugerir possíveis soluções para os 
problemas evidenciados. Este evento marcante na história da preservação ambiental resultou 
em dois importantes legados: o primeiro deles é o estabelecimento da Agenda 21 e o outro das 
normas da família ISO 14000. Tanto a agenda ambiental quanto as normas ISO 14000 
constituem-se em importantes ferramentas para o estabelecimento de sistemas de gestão 
ambiental (SGA). 
 A agenda 21 possui um caráter de maior abrangência, estabelecendo diretrizes gerais 
para uma escala macro, para processos de gestão em nível federal, estadual e municipal. As 
normas da família ISO 14000, em nível organizacional, desempenham importantíssima função 
em escala micro. A grande importância desta família de normas, em especial da norma ISO 
14001, está no fato de que estabelecem uma base comum para a gestão ambiental eficaz em 
todo o mundo, sendo aplicável a organizações com os mais variados perfis (SEIFFERT, 2010). 
 Existe uma forte tendência atual de que cada vez mais a legislação adquira um caráter 
restritivo, no que se refere à utilização dos recursos naturais. Desta forma, Sistemas de Gestão 
 
 
6 
 
Ambiental cada vez mais aprimorados serão necessários, para que o uso adequado dos 
recursos naturais por meio da sociedade possa estabelecer um nível de equilíbrio. Já nos dias 
de hoje existe uma forte tendência de que consumidores preferem um produto com origem 
certificada e menos agressivos com relação ao meio ambiente, resultando este comportamento 
do amadurecimento da consciência ambiental, especialmente em países do primeiro mundo. 
 Atualmente, o maior desafio das empresas modernas é o de se adaptar a este 
processo de necessidade de melhoriade desempenho ambiental ou ainda correr o risco de 
perder o seu espaço em um mercado globalizado. Para isto existem os sistemas de gestão 
ambiental, regidos em especial pela norma ISO 14001. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2 O QUE É ISO? 
 
 
O compêndio de normas ISO 14000 é um pacote internacional de regulamentações de 
adesão voluntária para a certificação de sistemas de gestão ambiental (SGA) e outras ações de 
caráter semelhante. A adoção e certificação de normas ISO 14000 por uma organização 
demonstra sua preocupação com o meio ambiente, pois obriga que a empresa assuma posturas 
proativas com relação às questões ambientais e tenha capacidade técnica para se adaptar às 
mudanças que o mercado exigir. 
A Série de Normas ISO 14000 foi elaborada e publicada internacionalmente em 1996 
pela ISO – sigla em inglês para “Organização Internacional de Normalização”. A ISO é uma 
organização que reúne organizações de normalização de mais de 100 países do mundo, entre 
as quais a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT do Brasil. A área da ISO 
responsável pela Série ISO 14000 é o Comitê Técnico Ambiental 207, chamado ISO/TC207, que 
foi fundado em 1993, o comitê correspondente no Brasil é o de Gestão Ambiental, o CB-38 da 
ABNT. 
O compêndio de normas ISO 14000 foi traduzido para o português pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e no Brasil são chamadas de família de normas NBR ISO 
14000. As normas ISO 14000 não buscam estabelecer padrões e parâmetros de desempenho 
ambiental mínimo, os quais devem ser preconizados pela legislação ambiental local, mas sim 
padronizar processos. Elas apresentam os elementos necessários para a construção de um 
sistema de gestão ambiental que alcance as metas ambientais estabelecidas pela organização. 
Assim, tem-se que o objetivo do compêndio de normas ISO 14000 é estabelecer uma base 
comum para uma gestão ambiental mais uniforme, eficiente e eficaz no mundo inteiro. 
A tabela 1 demonstra as normas que estão inclusas na família de Normas NBR ISO 
14000, que podem ser divididas em duas categorias: 
 
1. Normas passíveis de avaliação de conformidade: isto é, normas que preconizam 
procedimentos a serem seguidos para que a certificação seja obtida; 
 
 
8 
 
2. Normas auxiliares: normas complementares das normas passíveis de avaliação de 
conformidade, isto é, detalham e auxiliam os temas. 
 
Podemos observar na tabela abaixo que dentro do compêndio de normas ISO 14000, 
as normas ISO 14010, 14011 e 14012, que foram substituídas pela NBR ISO 19011:2002, tratam 
exclusivamente de auditorias ambientais, seus princípios gerais, procedimentos e critérios para a 
qualificação de auditores. Mais para frente veremos que a auditoria é a principal forma de 
avaliação de conformidade com as normas, isto é, a principal forma de verificar que todos os 
critérios e procedimentos estabelecidos pelas normas estão sendo seguidos. 
TABELA 1 - FAMÍLIA DE NORMAS NBR ISO 14000 
FAMÍLIA DE NORMAS NBR ISO 14000 
NORMAS PASSÍVEIS DE AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE 
ISO 14001 Sistema de Gestão Ambiental - Especificações para Implantação e Guia 
ISO 14040 Análise do Ciclo de Vida - Princípios Gerais 
NORMAS AUXILIARES 
ISO 14004 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) - Diretrizes Gerais 
ISO 14010 Guias para Auditoria Ambiental - Diretrizes Gerais 
ISO 14011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias 
ISO 14012 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Critérios de Qualificação de Auditores 
ISO 14020 Rotulagem Ambiental - Princípios Básicos 
ISO 14021 Rotulagem Ambiental - Termos e Definições 
ISO 14022 Rotulagem Ambiental - Simbologia para Rótulos 
ISO 14023 Rotulagem Ambiental - Testes e Metodologias de Verificação 
 
 
9 
ISO 14031 Avaliação da Performance Ambiental 
ISO 14032 Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de Operadores 
ISO 14041 Análise do Ciclo de Vida - Inventário 
ISO 14042 Análise do Ciclo de Vida - Análise dos Impactos 
ISO 14043 Análise do Ciclo de Vida - Migração dos Impactos 
OBSERVAÇÂO As NBRs ISO 14010, ISO 14011 e ISO 14012 foram substituídas pela NBR ISO 
19011:2002 da ABNT 
FONTE: Adaptado de Sebrae - SC, 2004. 
 
A norma ISO 14001 define os requisitos mínimos para que um sistema de gestão 
ambiental (SGA) seja eficaz e as etapas para sua implantação: 
 Estabelecimento de uma política ambiental adequada à realidade da empresa; 
 Planejamento (Plan); 
 Implementação e operação (Do); 
 Avaliação (Check); 
 Ações corretivas (Act); 
 Auditoria ambiental. 
As ações Planejar, Implementar, Checar/Corrigir e Agir/Melhorar são fundamentais 
nos Sistemas de Gestão Ambiental e são chamadas de ciclo PDCA (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
FIGURA 2 - RESUMO DO CICLO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
CERTIFICADO PELA ISO 14001. OBSERVA-SE QUE O CICLO PDCA É INTRÍNSECO AO 
PROCESSO 
 
 
Fonte: Sebrae, 2004. 
 
Atualmente a certificação de um Sistema de Gestão Ambiental pela ISO 14001 é um 
requisito essencial para as empresas que desejam competitividade em um contexto de mercado 
globalizado por intermédio da melhoria de seu desempenho ambiental e pode ser aplicada a 
qualquer atividade econômica, fabril ou prestadora de serviços. A certificação é um fator 
determinante de competitividade não só para empresas de grande porte, mas para as de médio 
e pequeno porte também. No contexto internacional, apesar das normas ISO 14000 serem de 
adesão voluntária pelas organizações, elas são consideradas importantes instrumentos de 
controle da qualidade ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
2.1 NORMAS ISO 14000 COMO RESPOSTA À GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 Além de se estabelecer como uma forma de ação comum para o gerenciamento 
ambiental, as normas ISO 14000 são uma resposta direta às exigências legais e do mercado 
(SEIFFERT, 2010). A maioria das empresas que atualmente optam por implantar um sistema de 
Gestão Ambiental (SGA – ISO 14001) geralmente o fazem para que futuramente não venham a 
sofrer barreiras não tarifárias ao comércio de seus produtos, garantindo desta forma seu pedaço 
nos mercados internacional e nacional. 
 Nos Estados Unidos, os determinantes gerados pela questão ambiental levaram a uma 
busca de formas de ação por parte das empresas (SEIFFERT, 2010), podendo a filosofia de 
SGA das corporações americanas ser descrita em três estágios: 
 
Estágio 1: as companhias procuram unicamente manter-se fora de 
problemas, reconhecendo e resolvendo imediatamente conflitos ambientais e 
evitando custos desnecessários. O sistema de gestão costuma ser informal e 
entregue a especialistas, como advogados e engenheiros, que tendem a se 
dedicar a problemas específicos; 
 
Estágio 2: é elaborado um sistema mais formal de gestão que se destina a 
determinado nível de conformidade, com várias necessidades de gestão; 
 
Estágio 3: existe aqui a ideia de que todos os potenciais riscos ambientais 
da organização devem ser gerenciados, não só os riscos já identificados e 
administrados pela organização, mas também aqueles que ainda não são 
cobertos por exigências de normas. A percepção é de que é melhor antecipar 
problemas do que gerenciar as consequências. 
 
 
12 
 
 Estes três estágios acima listados demonstram que é imperativa uma postura positiva 
frente à questão ambiental, levantando à necessidade de estabelecimento de toda uma 
sistemática para a sua implantação, o que por sua vez é concretizado por meio das normas da 
Série ISO 14000. Nos Estados Unidos, há tempos se observa que a questão ambiental induz as 
organizações a apresentarem diferentes tipos de comportamentos, diferentemente do que ocorre 
nos países em desenvolvimento, que além de apresentarem uma legislação repleta de “brechas” 
a fiscalização praticamente inexiste, de forma que acabam por tornarem-se polos atrativos para 
indústrias que apresentam total descasocom a questão ambiental. 
 De uma forma geral, os produtos destas empresas possuem certa vantagem 
competitiva, já que em seu custo final não estão embutidos eventuais despesas com controle 
ambiental. Levando em consideração o âmbito brasileiro, observamos que existem sérios 
problemas associados com a falta de fiscalização em diversos estados brasileiros, a implantação 
dessa norma passa a ser uma forma de reduzir o ônus associado ao processo de fiscalização 
ambiental do governo, uma vez que as empresas passam a se autofiscalizar. 
 
 
2.2 ENFOQUES DAS NORMAS ISO DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 Os objetivos a que se destinam as normas que compreendem a série ISO 14000 e 
respectivas normas complementadoras para a gestão ambiental levaram ao surgimento de 
diferentes focos na sua aplicação. Dessa forma, essas normas passaram a agrupar-se em dois 
enfoques básicos: organização e produto/processo (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
13 
 
FIGURA 3 - ENFOQUES BÁSICOS DAS NORMAS ISO DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Seiffert, 2010. 
 
 
 Com base no que fora exemplificado na figura 1, o enfoque dado na organização é 
constituído nas seguintes normas: 
 
a) Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001 e ISO 14004) 
 
A norma ISO 14001 é a única da série que permite que a certificação seja efetuada por 
terceiros (certificadoras), sendo a única na qual o conteúdo é efetivamente auditado sob a forma 
de requisitos obrigatórios de um Sistema de Gestão Ambiental. A ISO 14004, embora seja uma 
norma que visa à orientação, apresenta um caráter não certificável, fornecendo apenas 
importantes informações para a implantação dos requisitos da ISO 14001 (SEIFFERT, 2010). No 
ano de 2004, essa norma (ISO 14004) teve sua eficiência reduzida no controle ambiental. 
 
 
14 
 
b) Auditoria de SGA (ISO 19.011) 
 
 Estas normas estabelecem os requisitos e procedimentos gerais dos auditores e das 
auditorias de um Sistema de Gestão Ambiental certificável, fornecendo subsídios determinantes 
para a implantação do requisito de auditoria do SGA, o qual deve ser completamente atendido 
para a certificação. Substitui as normas (14010, 14011, 14012), tratando de uma norma de 
orientação e não de especificação. 
 
c) Avaliação de Desempenho Ambiental (ISO 14031) 
 
 Apresentam todas as diretrizes necessárias para a realização da avaliação de 
desempenho ambiental dos processos que ocorrem nas organizações. Toda a sistemática 
estabelecida por estas normas é realmente muito mais complexa e mais aprofundada do que o 
requerido pela NBR ISO 14001, já que engloba o ciclo completo de vida dos produtos até a sua 
destinação final, após o uso. A avaliação de desempenho ambiental é um processo que 
apresenta muitos detalhes quando comparado ao escopo da ISO 14001, já que envolve 
medição, análise, avaliação e descrição do desempenho ambiental da organização em relação 
aos objetivos definidos para o seu Sistema de Gestão Ambiental (SEIFFERT, 2010). 
 
 Já o enfoque no produto e processo é constituído pelas normas: 
 
a) Rotulagem ambiental (ISO 14020, ISO 14021 e ISO 14024) 
 
 Segundo SEIFFERT (2010), estas normas estabelecem diferentes escopos que visam 
à concessão de selos ambientais. Ao contrário da norma ISO 14000, não certificam a 
organização, mas sim a linha de produtos e processos que devem apresentar características 
específicas, tomando-se como base critérios estruturais, considerados tecnicamente válidos. A 
 
 
15 
 
rotulagem ambiental dentro do escopo da ISO é extremamente interessante, visto que se 
constitui em um padrão de credibilidade à aceitação internacional. 
 
b) Avaliação do Ciclo de Vida (ISO 14040, ISO 14041, ISO 14042, ISO 14043, ISO 14044) 
 
 Estabelecem a sistemática para que o ciclo de vida do produto possa ser avaliado. 
Este processo avaliativo é efetuado levando em consideração uma abordagem ampla, ou seja, 
tudo o que faz parte do processo produtivo, incluindo matérias-primas e ainda os insumos de 
processo (como por exemplo, madeira, água, energia, minerais, etc.), passando pelos resíduos 
gerados até a fase de destinação final do produto. Nesta fase também se leva em consideração 
a vida útil do resíduo gerado e quais as implicações ambientais de sua residência no ambiente, 
caso não receba uma correta destinação. 
 
c) Aspectos Ambientais em Normas de Produtos (ISO/TR 14062) 
 
 Visa fornecer a orientação aos elaboradores de normas relacionadas com produtos, 
sempre especificando critérios que promovam a redução de resíduos ambientais originados de 
seus componentes. Como vimos todas as normas listadas, tanto com enfoque no produto quanto 
na organização, proporcionam embasamento teórico e estrutural importante para a implantação 
da norma ISO 14001, visando em um momento posterior a certificação. Até o presente momento, 
os requisitos da norma ISO 14001 são indispensáveis e auditados para a obtenção de uma 
certificação de SGA (SEIFFERT, 2010). 
 Além das já conhecidas normas da família ISO 14000, a ISO 19011 (Auditoria de 
Sistemas de Gestão de Qualidade e Meio Ambiente) e ISO/WD 26000 (Responsabilidade 
Social), foram desenvolvidas com a finalidade de complementar o grupo de normas ambientais. 
Ainda existem outras normas além das que já citamos ao longo de nosso curso, cujas estruturas 
ainda passam por definição para que possam ser consideradas como padrões internacionais. 
 
 
16 
 
 Uma vez cientes da importância das normas ISO de Gestão Ambiental, focaremos ao 
longo deste curso a norma ISO 14001, como instrumento para a gestão ambiental. Antes disso, 
entenderemos melhor o conceito de SGA no tópico a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA? 
 
 
A gestão ambiental pode ser entendida como um processo adaptativo e contínuo, por 
meio do qual as organizações definem seus objetivos e metas relativos à proteção do meio 
ambiente, à saúde de seus empregados e aos seus impactos sobre clientes e comunidades, 
além de selecionar estratégias e meios para atingir estes objetivos. 
A gestão ambiental é um processo contínuo, pois envolve constante avaliação da 
interação da empresa com o meio ambiente externo, assim, os objetivos e metas podem ser 
redefinidos várias vezes durante o processo. Os sistemas de gestão ambiental podem ser 
aplicados a qualquer atividade econômica, pública ou privada, principalmente nos 
empreendimentos potencialmente poluidores, como indústrias e agroindústrias, pois esse 
sistema possibilita que a organização controle e minimize os riscos ambientais das suas 
atividades (Figura 4). 
 
 
FIGURA 4 - MEIO AMBIENTE EXTERNO À ORGANIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: FIESP, 2007. 
 
 
18 
 
 A gestão ambiental integra em seu significado: 
 
1. A política ambiental, que é o conjunto consistente de princípios 
doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou 
governamentais no que concerne à regulamentação ou 
modificação no uso, controle, proteção e conservação do 
ambiente. Uma estratégia ambiental adequada, expressa por 
meio de uma política ambiental, é o marco inicial para que as 
empresas considerem os aspectos ambientais das suas 
operações. 
2. O planejamento ambiental, que é o estudo prospectivo que visa 
à adequação do uso, controle e proteção do ambiente às 
aspirações sociais e/ou governamentais expressas formal ou 
informalmente em uma política ambiental, por meio da 
coordenação, compatibilização, articulação e implantação de 
projetos de intervenções estruturais e não estruturais; 
3. O gerenciamento ambiental, que é o conjunto de ações 
destinado a regular o uso, controle, proteção e conservação do 
meio ambiente, e a avaliar a conformidade da situação corrente 
com os princípios doutrinários estabelecidos pela política 
ambiental. 
Observa-se assim que o gerenciamento ambiental, um conceito muito confundidocom 
gestão ambiental, na verdade é parte integrante da gestão ambiental. A gestão ambiental é uma 
abordagem sistêmica de preocupação com os aspectos ambientais em todos os processos de 
uma organização (Figura 5), incluindo até os aspectos de segurança e saúde ocupacional dos 
funcionários da operação. 
A figura abaixo demonstra como o meio ambiente é um assunto universal em uma 
empresa, abrangendo um universo muito mais amplo do que a princípio se parece. 
 
 
 
19 
 
FIGURA 5 - LIGAÇÃO DA ÁREA DE MEIO AMBIENTE COM AS DEMAIS ÁREAS FUNCIONAIS 
DE UMA ORGANIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2005. 
 
 
Por ser um processo adaptativo e contínuo, a gestão ambiental busca a melhoria 
contínua, ou seja, é um processo de inovação incremental, focada e contínua, envolvendo toda a 
organização, que visa trazer uma contribuição significativa para a empresa por intermédio de 
pequenos ciclos sistemáticos de mudanças. Uma das definições para melhoria contínua é a 
busca pela excelência e por melhores resultados e níveis de desempenho de processos, 
produtos e atividades da empresa. 
A figura a seguir (Figura 6) demonstra como a melhoria contínua é intrínseca a todas 
as etapas do processo da gestão ambiental por meio do ciclo PDCA. Assim, após o 
estabelecimento da Política Ambiental da organização, segue-se o Planejamento das Ações a 
serem tomadas (P), sua Implementação e Operação (D), o Monitoramento dos resultados (C) e 
consequentes Ações Corretivas (A). 
 
 
20 
 
FIGURA 6 - A MELHORIA CONTÍNUA EM TODAS AS ETAPAS DA GESTÃO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: FIESP, 2007. 
 
 
Na implantação de um sistema de gestão ambiental seguindo as normas da NBR ISO 
14001 e em sua reavaliação periódica aplica-se o ciclo PDCA. 
 
Este ciclo possui quatro fases específicas (Figura 7): 
 
1 – Plan: etapa de planejamento, quando são definidas as metas e 
métodos para desenvolvimento do plano de execução; 
2 – Do: etapa de execução propriamente dita das ações e medição dos 
resultados; 
3 – Check: etapa de avaliação consistente na comparação dos 
resultados obtidos com as metas planejadas na fase P; 
 
 
21 
 
4 – Act: envolve buscar soluções para eliminar problemas que tenham 
sido identificados na etapa de avaliação. Após a escolha da solução 
mais efetiva, recomeça o ciclo com o planejamento de sua implantação 
(P). Se a etapa de avaliação não identifica problemas, novas metas 
devem ser estabelecidas e o ciclo novamente recomeçado. 
 
 
FIGURA 7 – DETALHAMENTO DAS ETAPAS DO CICLO PDCA 
 
Fonte: Sebrae, 2004. 
 
Cada volta do ciclo PDCA deve sempre gerar um progresso, mesmo pequeno, assim 
cada mudança dá início a um novo ciclo que tem como base o ciclo anterior. Ou seja, o ciclo 
PDCA é uma espiral que promove a Melhoria Contínua (Figura 8). 
 
 
 
 
 
22 
 
FIGURA 8 - ESPIRAL DO CICLO PDCA QUE CARACTERIZA SUA MELHORIA CONTÍNUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SEBRAE, 2004. 
 
 
 A essência deste ciclo é coordenar continuamente os esforços no sentido da melhoria 
contínua (Figura 9). Ele enfatiza e demonstra que programas de melhoria devem iniciar com uma 
fase cuidadosa de planejamento. É materializado por meio de ações, cuja efetividade é 
verificada por intermédio da análise crítica, direcionando-se novamente a uma fase de 
replanejamento cuidadosa em um ciclo contínuo de melhoria. Trata-se de um modelo dinâmico 
em que a melhoria contínua é atingida em ciclos contínuos. 
 
 
23 
 
FIGURA 9 - O CICLO DO PDCA E SEU DESDOBRAMENTO POR MEIO DO MÉTODO DE 
ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert (2010). 
 
 
 Objetivos de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA): 
 
 Estabelecer uma Política Ambiental; 
 Identificar e controlar aspectos e impactos ambientais; 
 
 
24 
 
 Definir e documentar tarefas, responsabilidades, autoridades e 
procedimentos; 
 Identificar, monitorar e cumprir requisitos legais (a empresa precisa 
atender todas as exigências da legislação ambiental em vigor, por 
exemplo: o licenciamento ambiental); 
 Promover comunicação entre os setores da empresa e com os clientes; 
 Estabelecer objetivos, metas e medir desempenho ambiental; 
 Treinar colaboradores internos (funcionários) e parceiros; 
 Atender e evitar situações de emergência e riscos; 
 Identificar oportunidades de negócios ambientais; 
 Integrar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) com outros sistemas 
existentes e; 
 Promover melhoria contínua por meio do ciclo PDCA. 
 
Para cumprir estes objetivos, um Sistema de Gestão Ambiental possui alguns 
elementos ou ferramentas básicas (Figura 10): 
 
 Política Ambiental; 
 Implantação do Programa de Gestão Ambiental, considerando a avaliação 
ambiental inicial da empresa (isto é, os programas e práticas ambientais já 
existentes); 
 Definir a estrutura organizacional e área corporativa que responderá pela 
gestão ambiental (equipe de implantação); 
 Integração da gestão ambiental com as várias atividades da organização; 
 
 
25 
 
 Monitoramento, medição e registro dos aspectos ambientais 
(documentação e acompanhamento); 
 Ações corretivas e preventivas; 
 Auditorias ambientais; 
 Análises críticas do Sistema de Gestão Ambiental; 
 Treinamento dos funcionários e comunicação interna entre os diversos 
setores da empresa; 
 Comunicação com clientes e fornecedores. 
 
 
FIGURA 10 - COMPONENTES DA GESTÃO AMBIENTAL E SUAS RELAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Sebrae, 2004. 
 
 
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - 
SEBRAE (2004) existem cinco itens que procedimentos simples de gestão ambiental devem 
 
 
26 
 
enfocar na busca de melhoria do desempenho ambiental e de aspectos econômicos de uma 
companhia, são os cinco menos que são mais: 
 
1) Minimização do desperdício de água na produção; 
2) Minimização do desperdício de energia por unidade de 
produção; 
3) Minimização das perdas de matéria-prima por unidade de 
produção; 
4) Minimização da geração de resíduos; e 
5) Minimização da poluição. 
 
Assim, dentro de um contexto organizacional a gestão ambiental abrange o conceito 
de ecoeficiência: produzir mais com o menor impacto ambiental possível, ou seja, reduzindo o 
consumo de recursos naturais e a geração de resíduos; e é uma forma de fazer com que as 
organizações evitem problemas com multas ambientais ou inadimplência legal, pois preconiza o 
respeito a toda a legislação vigente. 
Uma das grandes razões para a adoção da prática de ecoeficiência são os ganhos 
financeiros envolvidos, pois se reduzem as perdas na cadeia produtiva, principalmente as perdas 
de matéria-prima. 
 
Mas afinal, por que implementar Sistemas de Gestão Ambiental? 
 
A crescente conscientização ambiental da sociedade aumentou a pressão sobre a 
comunidade empresarial de que os padrões de produção e consumo correntes são 
insustentáveis. Assim, as empresas entenderam que, para continuarem funcionando, terão que 
integrar, cada vez mais, componentes ambientais às suas estratégias comerciais e seu 
planejamento estratégico. 
 
 
 
27 
 
Atualmente, as empresas que oferecem mais informações sobre o seu desempenho 
ambiental melhoram as relações com acionistas, fornecedores e consumidores, o que representa 
uma vantagem de mercado. Normalmente, a implementação de um sistema de gestão ambiental 
é um processo voluntário. O grande motivo para a implantação desse sistema é que o meio 
ambiente representa ao mesmo tempo riscos e oportunidades. Para que uma empresa seja bem-
sucedida ela deve controlar os riscos e desenvolver as oportunidades. 
 
IMPORTANTE: Ao optar pela implantação de um SGA, as companhias não recebem apenas 
benefícios financeiros, como economia de matéria-prima, menores gastos com resíduos, 
aumento na eficiênciana produção e vantagens de mercado, mas sim, estão também diminuindo 
os riscos de não gerenciar adequadamente seus aspectos ambientais, como acidentes, multas 
por descumprimento da legislação ambiental, incapacidade de obter crédito bancário e outros 
investimentos de capitais, e perda de mercado por incapacidade competitiva. 
 
Benefícios da adoção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA): 
 
 Conformidade legal, evita: 
 Penalidades; 
 Indenizações civis e processo criminal; 
 Menor tolerância das autoridades; 
 Paralisação das atividades; 
 Mudança de local e contaminação das áreas da empresa; 
 
 Melhoria da imagem da companhia (reputação), pois: 
 Os consumidores preferem produtos ecologicamente corretos e o 
mercado reconhece e valoriza organizações ambientalmente corretas 
cada vez mais; 
 
 
 
28 
 
 Instituições financeiras e seguradoras avaliam o desempenho ambiental 
das empresas; 
 Transparência e empresas “limpas” são bem vistas; 
 
 Melhoria da competitividade (vantagem de mercado), pois: 
 Compromisso ambiental é prática básica no comércio internacional; 
 Consumidores mais influentes começam a exigir critérios ambientais; 
 Padrões internacionais mais rigorosos para acesso a mercados (por 
meio da exportação de produtos); 
 Com a globalização da economia mundial e a criação de grandes blocos 
internacionais, como a União Europeia, o cuidado com o meio ambiente 
passa a ser um fator estratégico para as relações comerciais. 
 
 Redução de custos, devido à: 
 Minimização dos desperdícios de matéria-prima e insumos (otimização 
do uso de recursos naturais); 
 Eliminação de risco de passivo ambiental e despesas dele decorrentes 
(multas e necessidade de recuperação de passivos); 
 
 Conformidade junto à matriz e/ou clientes; 
 Prevenir problemas X corrigir problemas (minimiza despesas com remediação e 
multas); 
 Melhoria contínua (estar sempre um passo adiante dos concorrentes). 
 
 
 
 
 
 
29 
 
3.1 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) SEGUNDO A NORMA 
ISO 14001 
 
 
 A partir do momento que as organizações passaram a apresentar uma postura positiva 
com relação às suas práticas ambientais, surgiu a necessidade de que Gestão Ambiental 
passasse a ser tratada enquanto sistema, ou seja, parte do processo como um todo. Entre os 
elementos que integram um SGA-14001 temos uma política ambiental, o estabelecimento de 
objetivos e metas, monitorar a medição de sua eficácia, corrigir problemas associados à 
implantação do sistema, além de sua análise e revisão, como forma de aperfeiçoá-lo, 
melhorando dessa maneira o desempenho ambiental como um todo. 
 Dessa forma, a ideia de promover o aperfeiçoamento é central para a questão 
ambiental em sua abordagem sistêmica, tendo-se em mente a complexidade em que se 
encontra inserida, o que gera uma contínua adaptação aos novos elementos que surgem. É 
importante perceber que a natureza é dinâmica e o fato de que adaptações possam ser 
requeridas, para que os processos fluam com normalidade. Assim, o sistema de gestão 
ambiental mostra-se como um processo estruturado que tem como virtude possibilitar a melhoria 
contínua, de acordo com as circunstâncias exigidas, incluindo-se neste caso os aspectos 
financeiros. 
 A implantação dos sistemas de gestão ambiental adaptáveis leva em consideração as 
necessidades das organizações, já que os contextos socioeconômico-ambientais são diferentes 
em regiões e mesmo em um mesmo local em momentos distintos. É extremamente importante 
ressaltar que, mesmo que a adoção e implantação de formas sistemáticas de mecanismos de 
gestão ambiental tenham o potencial de proporcionar resultados excelentes a toda e qualquer 
parte envolvida, NÃO EXISTE GARANTIA de que excelentes resultados ambientais serão 
efetivamente alcançados, não deixando de ressaltar que o meio ambiente liga-se praticamente 
com todas as áreas funcionais de uma organização (Figura 11). 
 
 
 
 
30 
 
 Para que os objetivos traçados possam ser alcançados, o SGA deve sempre estimular 
as organizações a adotar todas as tecnologias possíveis e disponíveis, traçando uma relação 
custo/benefício das mesmas e todas as condicionantes estratégicas envolvidas. 
 
FIGURA 11 - LIGAÇÃO DA ÁREA DE MEIO AMBIENTE COM AS DEMAIS ÁREAS 
FUNCIONAIS DE UMA ORGANIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
31 
 
3.2 ASPECTOS ESTRATÉGICOS E OPERACIONAIS DA NORMA ISO 14001 
 
 
 Uma vez definida a implantação de um sistema de 
gestão ambiental, a norma ISO 14001 tem sido reconhecida 
como um novo elemento no processo de gerenciamento das 
organizações. Analisando-se de uma forma ampla, existem 
muitas razões consideradas estratégicas para o observado 
incremento no número de empresas que buscam a obtenção 
da certificação ISO 14001 todos os anos. 
 Existe uma grande tendência mundial de fazer com 
que haja uma melhoria contínua na maneira como as 
organizações se relacionam com o meio ambiente, e conforme anteriormente observado em 
nosso curso, daqui para frente, para que uma empresa possa tornar-se amplamente competitiva, 
precisará obter o selo de Certificação Ambiental. Dessa forma, observamos que o processo de 
gestão ambiental, já há um bom tempo, deixou de ser uma função complementar das operações 
empresariais. 
 Para muitas empresas proativas, ou seja, que agem 
positivamente, respeitando as normas ambientais, a gestão 
ambiental é uma questão estratégica (muitas vezes até gerencial) 
e não uma questão de atendimento a exigências legais. Uma vez 
sendo reconhecida como importante para a gestão estratégica de 
uma organização, a gestão ambiental deve ocupar um papel 
abrangente no contexto da organização, fornecendo subsídios 
para a ampla gama de variáveis contextuais a que se relaciona. O 
papel estratégico da ISO 14001 será resultado direto da maneira 
com que ela foi estruturada, ou seja, para atender às demandas 
da própria organização. 
 
 
 
32 
 
 Por intermédio da Norma ISO 14004 é possível ter acesso aos princípios que regem a 
gestão ambiental (NBR ISO 14004, 1996), também considerados subsistemas da norma ISO 
14001, os quais conheceremos a seguir: 
1. Comprometimento e política: Comprometimento da alta administração, realização 
de avaliação ambiental inicial e estabelecimento de uma política ambiental; 
2. Planejamento: Formulação de um plano para o cumprimento da política ambiental, 
por meio da identificação de aspectos ambientais e avaliação dos impactos ambientais 
correlatos, caracterização dos requisitos legais envolvidos, definição de critérios internos de 
desempenho, estabelecimento de objetivos e metas ambientais e um PGA (Programa de Gestão 
Ambiental). 
3. Implantação: Criação e capacitação de mecanismos de apoio à política, objetivos e 
metas ambientais. Isso ocorrerá por intermédio da capacitação e aporte de recursos humanos, 
físicos e financeiros, harmonização do sistema de gestão ambiental, estabelecimento de 
responsabilidade técnica e pessoal, conscientização ambiental e motivação, desenvolvimento de 
conhecimentos, habilidades e atitudes. Além disso, ações que apoiem comunicação e relato, 
documentação do sistema de gestão ambiental, controle operacional, preparação e atendimento 
de emergências. 
4. Medição e avaliação: trata-se da medição e monitoramento do desempenho 
ambiental, possibilitando ações corretivas e preventivas, além de registros do sistema de gestão 
ambiental e gestão da informação. 
5. Análise crítica e melhoria: envolve a modificação do sistema com o fim de 
alcançar a melhora contínua de seu desempenho, por meio de sua análise crítica. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
FIGURA 12 - SUBSISTEMAS DA NORMA NBR ISO 14001 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
FIGURA 13 - DESDOBRAMENTO DOS SUBSISTEMAS DA NORMA ISO 14001 
 
Fonte: Adaptado deSeiffert, 2010. 
 
 
34 
 
 A norma ISO 14001 orienta o gerenciamento das atividades e dos aspectos ambientais 
decorrentes de processos, produtos e serviços das organizações. Suas mais importantes 
características são: 
1. Proatividade: seu foco é na ação e no pensamento proativo, em lugar de 
reação a comandos e políticas de controle do passado. 
2. Abrangência: envolve todos os membros da organização na proteção 
ambiental, levando em conta os stakeholders (clientes, funcionários, 
fornecedores, companhias seguradoras, ONG’s e sociedade) e stokholders 
(acionistas). Pode ser utilizada por qualquer tipo de organização, industrial ou de 
serviço, independentemente de porte ou ramo de atividade. 
 A ISO 14001, como norma de sistema, reforça a necessidade de haver um 
aprimoramento da conservação dos recursos ambientais por meio da utilização de um sistema 
único de gerenciamento tangenciando todas as funções existentes na organização e de forma 
alguma estabelecendo padrões de desempenho ambientais absolutos. 
 Os princípios enunciados visam possibilitar o estabelecimento de uma visão integrada 
da gestão ambiental em uma organização. Embora, em um primeiro momento possam 
apresentar um caráter amplo, fornecem embasamento de ações integradas, as quais levam à 
operacionalização de um SGA (SEIFFERT, 2010). 
 O nível de detalhamento e a complexidade do SGA, bem como a amplitude da 
documentação e os recursos e ele alocados, dependem do porte da organização e da natureza 
do empreendimento como um todo. Isto é particularmente importante em se tratando de 
pequenas e médias empresas, onde o processo de implantação pode ser adequado às suas 
necessidades específicas (SEIFFERT, 2010). 
 Dessa forma, cada um desses subsistemas da norma ISO 14001 pode ser considerado 
crítico ao desenvolvimento do SGA. É importante salientar a necessidade de observar, na 
estruturação do SGA, os inter-relacionamentos existentes em cada subsistema da norma ISO 
14001 e seus respectivos níveis de abrangência (Figura 13). É devido a isso que os subsistemas 
de treinamento, controle de documentos, controle de registros e auditoria são aqueles que 
 
 
35 
 
apresentam maior grau de abrangência dentro de um sistema de gestão ambiental, sendo assim, 
considerados extremamente críticos. 
 Os primeiros encontram-se na fase da implantação e operação e os dois últimos na 
fase de verificação e ação corretiva, como observamos na figura abaixo. Estes subsistemas são 
ainda comuns à norma ISO 9001, apresentando elevado nível de inter-relação. 
 
 
FIGURA 14 - O CICLO PDCA E OS SUBSISTEMAS DA NORMA ISO 14001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert (2010). 
 
 
36 
 
FIGURA 15 - NÍVEL DE ABRANGÊNCIA ENTRE OS SUBSISTEMAS DA ISO 14001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert (2010). 
 
 
 
 
 
 
37 
 
4 A RELAÇÃO ISO 14001 COM AS OUTRAS NORMAS 
 
 
 Existe uma grande importância em haver uma integração dos sistemas da ISO 14001 
e ISO 9001, principalmente pelo fato de que assim é possível obter uma redução considerável 
dos custos de implantação. Isso ocorre devido principalmente à redução da demanda de 
técnicos mais especializados para a elaboração de novos procedimentos, os quais poderiam, em 
sua maioria, passar por uma simples adaptação. As observações realizadas durante o 
desenvolvimento dos processos de implantação vivenciados são coerentes com a observação de 
outros especialistas, ressaltando que a redução de gastos evidencia-se quando se realiza, de 
forma integrada, a implementação das normas ISO 9001/14001. 
Isto se dá devido à menor necessidade de homens/hora gastas no desenvolvimento e 
implantação de um sistema de gestão ambiental. Da mesma forma, o know-how adquirido 
durante o processo de implantação da ISO 9001, proporciona a redução da elaboração de 
procedimentos a um mínimo necessário (SEIFFERT, 2010). Isto é possível de se evidenciar 
quando observamos que um número considerável de requisitos da Norma ISO 14001 é comum à 
norma da ISO 9001: 
 
1. Política (que pode ser reformulada para inserir 
considerações ambientais); 
2. Treinamento, conscientização e competência (que deveria 
sofrer alguns pequenos ajustes); 
3. Controle de documentos (com adequações para 
documentos externos); 
4. Revisão da alta administração; 
5. Não conformidades e ações corretivas e preventivas; 
6. Controle de registros; 
7. Auditorias internas; 
8. Controle operacional. 
 
 
38 
 
 Entretanto, a norma ISO 14001 apresenta alguns requisitos que não são comuns à 
norma ISO 9001: 
1. Aspectos e impactos ambientais; 
2. Requisitos legais e outros; 
3. Objetivos e metas; 
4. Planos de gestão ambiental; 
5. Comunicação; 
6. Preparação e resposta a emergências. 
 Agora que você já finalizou este módulo, havendo dúvidas, entre em contato com a 
tutoria de seu curso. No Módulo II estudaremos todos os passos para a implantação de um 
sistema de Gestão Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
5 PLANO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 Embora já tenhamos em outra oportunidade, durante o nosso curso, verificado quais 
são as etapas para a implantação de um sistema de gestão ambiental, é importante que 
possamos entendê-los melhor. 
 
 
5.1 ELABORAÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL 
 
 
 Este subsistema relaciona-se diretamente ao estabelecimento daqueles parâmetros 
que irão orientar a gestão ambiental na organização. Ao utilizar-se o termo “política”, devemos 
sempre ter em mente o seu significado como sendo um conjunto de intenções acerca de 
determinado assunto (no caso, ambiental = meio ambiente) (Figura 14). 
 
 
FIGURA 16 - POLÍTICA ORGANIZACIONAL E SEUS DESDOBRAMENTOS 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
 
 As intenções são sempre estabelecidas pelos níveis hierárquicos mais elevados, 
 
 
40 
 
resultando em medidas que são responsáveis por mediar as condutas gerenciais e, por sua vez, 
fixando princípios que servem de orientação para a organização como um todo. De acordo com 
a norma ISO 14001, a política ambiental serve para que possamos estabelecer um senso geral 
de orientação, fixando os princípios organizacionais da ação. 
 Com base no que estabelece a norma ISO 14001, recomenda-se que para que uma 
política ambiental possa ser estabelecida, a mesma deve obrigatoriamente considerar as 
seguintes questões: 
 
1. A missão, visão, valores e as crenças da organização; 
2. Os requisitos das partes interessadas e o processo de comunicação; 
3. A melhoria contínua; 
4. A prevenção à poluição; 
5. Os princípios orientadores; 
6. A coordenação com as demais políticas da organização, tais como: 
qualidade, saúde ocupacional e segurança do trabalho; 
7. As condições locais ou regionais específicas; 
8. A conformidade com os regulamentos, leis e demais critérios 
ambientais relacionados e que foram estabelecidos pela organização. 
 
 Uma vez considerados estes itens listados, a política ambiental da empresa passa a 
assumir um caráter sistêmico, já que passa a se relacionar com uma gama muito ampla de 
outros sistemas organizacionais, além daquelas que já fazem parte do SGA. Com relação à sua 
estruturação, nota-se que a política ambiental, ao longo da história, vem sendo desenvolvida de 
forma empírica. Frequentemente ela ocorre baseada nas políticas organizacionais de outras 
organizações, traduzindo-se muitas vezes em um texto constituído por frases de efeito, sem que 
haja uma relação intrínseca com as práticas. 
 Uma solução apontada, com base no caso da empresa Bahia Sul Celulose, foi uma 
pesquisa realizada que procurou levantar as expectativas de diversos segmentos organizados 
(clientes, fornecedores, acionistas, funcionários e comunidades vizinhas à fábrica) que se 
relacionam ao cotidiano da empresa (SEIFFERT, 2010). Esta pesquisa reuniuas opiniões de 
vários segmentos relacionados com os seguintes assuntos: 
 
1. Comunidade: integração social, reconhecimento, impacto social, 
 
 
41 
 
financeiro e ambiental; 
2. Funcionários: comunicação, motivação, prevenção ambiental; 
preocupação com a qualidade, aspectos sociais e econômicos; 
3. Fornecedores: critérios exigidos, preços praticados, sistema de 
comunicação, confiança e parceira; 
4. Clientes: atendimento às necessidades, imagem ambiental, excelência 
como fornecedor, confiança e parceria. 
 
 Esta abordagem participativa constitui-se em uma excelente alternativa no sentido de 
evitar a elaboração de uma política ambiental sem objetividade e totalmente desnorteada com 
relação aos interesses dos stakeholders e stockholders. A documentação da política ambiental, 
além de ser um item mandatário da ISO 14001, também é essencial ao processo de sua 
implementação por representar uma série de vantagens, tais como: 
 
1. Permitir a todos os integrantes da organização saber das intenções da 
alta chefia, evitando a ocorrência de distorções comuns em comunicados 
verbais por meio dos diferentes níveis hierárquicos; 
2. Possibilitar que as partes interessadas, principalmente externas, 
conheçam a política; 
3. Estimular o processo de reflexão sobre a política ambiental, antes de 
formulá-la, o que leva a maior comprometimento, bem como metas mais 
realistas e passíveis de serem cumpridas; 
4. Evitar o surgimento de políticas informais, confeccionadas pelos níveis 
hierárquicos mais baixos e que podem ser contraditórios com relação às 
intenções da alta administração; 
5. Permitir às auditorias ter um ponto de partida em relação aos itens a 
serem verificados. 
 
 O processo de elaboração de uma política ambiental permite não só o estabelecimento 
de parâmetros para a organização como entidade, como também a realização de uma reflexão 
sobre a sua realidade e prerrogativas quanto ao seu desempenho ambiental (SEIFFERT, 2010). 
 Visando a um processo de implantação integrado, é necessário adaptar (reformular) a 
política de qualidade aos requisitos e às necessidades do Sistema de Gestão Ambiental em 
 
 
42 
 
implantação. Tal fato é extremamente perceptível quando observamos a figura a seguir (Figura 
17), que estabelece correlações dos requisitos da norma ISO 14001 e ISO 9001. 
 
 
FIGURA 17 - CORRELAÇÕES ENTRE OS REQUERIMENTOS DA POLÍTICA AMBIENTAL E 
DE QUALIDADE DAS NORMAS NBR ISO 9001 E ISO 14001 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert (2010). 
 
 
 Uma política ambiental deve, obrigatoriamente, conter três comprometimentos-chaves 
que podem ser considerados como os pilares de sustentação do SGA, sendo estes: atendimento 
à legislação, prevenção da poluição e comprometimento coma melhoria contínua (Figura 18). 
Esta informação não determina que uma organização deva melhorar, de uma só vez, todo o seu 
desempenho ambiental, mas que a política deve orientar todos os esforços no sentido de 
aprimoramento de seu Sistema de Gestão Ambiental. 
 
FIGURA 18 - OS TRÊS PILARES DA POLÍTICA AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
43 
 
 A política ambiental deve fornecer uma estrutura geral para o estabelecimento e 
revisão dos objetivos e metas ambientais. A melhor evidência destas condições é que 
afirmações contidas no texto da política devem ser desdobradas em objetivos e metas da 
organização (SEIFFERT, 2010). Além disso, é muito importante e obrigatório que esta política 
ambiental esteja documentada, mantida e comunicada a todos os funcionários. 
 Dessa forma, até mesmo para aquele funcionário cuja atividade não ocasione nenhum 
impacto ambiental significativo, devendo ainda estender-se aos subcontratados. Isto significa 
que a política deve ser compreendida e não decorada e que cada colaborador deve ser capaz de 
identificar o que pode fazer para adequar suas atividades à política de sua empresa. 
 
 
 
 
 
 
A direção da empresa deve elaborar uma Política Ambiental que represente seus 
produtos e serviços e deve ser divulgada a todos os funcionários e ser disponível para a 
comunidade. A Política Ambiental deve ser a base para a definição de atividades e processos, 
fazendo parte então dos objetivos da empresa cumpri-la e segui-la. Deve representar também as 
intenções positivas da empresa, no que concerne à prevenção da poluição, redução do 
desperdício de recursos e melhoria na eficiência dos processos. 
Exemplo de Política Ambiental: 
A Olho de Vidro Ltda., situada em Pirapora do Bom Jesus, São Paulo, fabricante de 
artefatos de vidro (bolinhas de gude), torna público por meio desta Política Ambiental 
suas intenções positivas perante a sociedade e o meio ambiente, no que se refere ao 
comprometimento da melhoria contínua de seus processos e atividades, sempre 
buscando reduzir os impactos ambientais, prevenir a poluição, respeitar a legislação 
e ser transparente com a comunidade perante suas atividades. Compromete-se 
também em tornar essa política pública, acessível à sociedade e sempre conhecida 
por seus funcionários. 
 
O texto da política ambiental deve evidenciar o comprometimento com a melhoria 
contínua e a prevenção da poluição, sendo que todo o seu conteúdo deve estar evidenciado de 
A política ambiental deve ser defendida pela alta administração da empresa e apropriada à 
natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços. 
 
 
44 
 
alguma forma dentro do SGA. Além disso, recomenda-se que as frases que constem na política 
reflitam a realidade atual da empresa. Devem-se evitar em seu conteúdo certos tipos de frases 
que, embora possam, aparentemente, conferir mais impacto ao texto, também podem conferir 
alto grau de generalismo e falta de objetividade. Expressões como as que a seguir são 
apresentadas podem comprometer a certificação de um SGA, sendo causa de uma não 
conformidade sistêmica: 
 
1. A empresa busca alcançar o desenvolvimento sustentável; 
2. Educar e treinar todos os funcionários, fornecedores e comunidades vizinhas; 
3. Padrão de excelência mundial; 
4. Buscar o atendimento a todas as expectativas de nossos clientes; 
5. Utilizar a melhor tecnologia disponível; 
6. Atendimento à legislação e normas ambientais aplicáveis à atividade da empresa. 
 
Observando esta última frase, por exemplo, é bastante óbvio que a empresa, como 
instituição, queira atender à legislação ambiental vigente. Entretanto, existe um sério risco, pois 
são raras as organizações que no momento da auditoria de certificação estejam cumprindo 
integralmente a legislação ambiental. Durante a implantação da política ambiental existem 
alguns aspectos que devem ser considerados: 
 
1. Assegurar que a política ambiental seja conhecida por todos os funcionários, cujas 
funções devem estar conformes a ela; 
2. Assegurar que esta política esteja disponível das formas mais variadas possível, 
sendo discutida em módulos de treinamento, folders, fixada em paredes, em 
reuniões; 
3. Assegurar que esta política esteja disponível aos visitantes e demais interessados. 
 
 As questões abordadas na política dependem da natureza da organização; além da 
observância dos regulamentos ambientais, a política pode declarar comprometimento com: 
 
 
45 
 
1. Minimização de quaisquer impactos ambientais adversos significativos, de novos 
desenvolvimentos, pela adoção de planejamento e procedimentos de gestão 
ambiental integrados; 
2. Desenvolvimento de procedimentos para avaliação de desempenho ambiental e 
indicadores associados; 
3. Incorporação da abordagem de ciclo de vida; 
4. Concepção de produtos de modo a minimizar seus impactos ambientais nas fases 
de produção, uso e disposição; 
5. Prevenção da poluição, redução de resíduos e do consumo de recursos (materiais, 
combustível e energia) e, quando viável, comprometimento com a recuperação e 
reciclagem ao invés de disposição; 
6.Educação e treinamento ambientais; 
7. Compartilhamento de experiências na área ambiental; 
8. Envolvimento das partes interessadas e comunicação com elas; 
9. Trabalho no sentido do desenvolvimento sustentável; 
10. Encorajamento do uso de SGA por fornecedores e prestadores de serviço. 
 
 Em se tratando de empresas de pequeno porte, a elaboração da política ambiental e 
dos documentos de nível 1 normalmente pode ser delegada ao diretor geral ou proprietário da 
mesma. Na figura a seguir (Figura 19), encontra-se um excelente exemplo de uma política 
ambiental gerada durante o desenvolvimento da pesquisa. Os itens inseridos na política 
ambiental são geralmente focos de referência para o estabelecimento de objetivos, que por sua 
vez devem ser desdobrados em metas. 
 
 
46 
 
FIGURA 19 - EXEMPLO DE POLÍTICA AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
5.1.1 A Equipe de Implantação 
 
 
Um ou mais profissionais devem ser alocados para os assuntos específicos da Gestão 
 
 
47 
 
Ambiental e estes deverão zelar pelo funcionamento das atividades de acordo com o programa e 
receber treinamento para que estejam conscientes da importância do cumprimento da política e 
objetivos do Meio Ambiente, das exigências legais e de outras definidas pela empresa. O 
treinamento também deve levar em consideração todos os impactos ambientais reais ou 
potenciais associados às suas atividades de trabalho. 
A empresa deve definir responsáveis com autoridade para investigar as causas das 
não conformidades ambientais e tomar as devidas ações corretivas e preventivas. Deve possuir 
um organograma que demonstre as inter-relações entre os funcionários, sendo estas bem 
definidas e comunicadas em toda a corporação. A equipe de implantação deverá ter autonomia 
para desvendar os processos e atividades, definir prioridades no escopo do Sistema de Gestão 
Ambiental e preparar a empresa para as fases do ciclo PDCA. 
 
 
5.2 ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS E METAS 
 
 
Tomando como base a Política Ambiental, a empresa deve criar objetivos e metas a 
serem seguidos, contudo é fundamental que os mesmos estejam alinhados com o cumprimento 
da política definida. Esses objetivos e metas devem refletir os aspectos ambientais, buscando 
reduzir os resíduos gerados e seus impactos no meio ambiente. Também devem considerar 
exigências legais e outros aspectos inerentes ao próprio negócio. 
Os objetivos ambientais são o propósito ambiental global que a organização se propõe 
a atingir. Existe uma estrutura lógica para a elaboração dos objetivos e metas (Figura 20). 
 
 
 
48 
 
FIGURA 20 - ESTRUTURA LÓGICA PARA ELABORAÇÃO DE OBJETIVOS E METAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
As metas são um requisito de desempenho detalhado, quantificadas sempre que 
possível, aplicáveis à organização ou parte dela, resultantes dos objetivos ambientais e que 
necessitam ser estabelecidas e atendidas para que os objetivos sejam cumpridos. Exemplos de 
objetivos (Fonte: NBR ISO 14.004): 
 
 Reduzir os resíduos e o esgotamento de resíduos; 
 Reduzir ou eliminar a liberação de poluentes; 
 Projetar produtos de modo a minimizar seus impactos ambientais nas fases de 
produção, uso e disposição; 
 Controlar o impacto ambiental das fontes de matérias-primas; 
 Minimizar qualquer impacto ambiental adverso significativo de novos 
empreendimentos; 
 Promover a conscientização ambiental entre os funcionários e a comunidade. 
Exemplos de metas e indicadores (Fonte: NBR ISO 14.004): 
 
 
49 
 
 Quantidade de matérias-primas ou energia utilizada; 
 Quantidade de emissão de CO2 (gás carbônico); 
 Produção de resíduos por quantidade de produtos acabados; 
 Eficiência no uso de materiais e energia; 
 Número de incidentes ambientais; 
 Número de acidentes ambientais; 
 Porcentagem de resíduos reciclados; 
 Número de quilômetros rodados pelos veículos por unidade de produção; 
 Quantidade de poluentes específicos; 
 Investimento em proteção ambiental; 
 Número de ações judiciais; 
 Área do terreno destinada à reserva natural. 
 
 
TABELA 2 – EXEMPLO INTEGRADO DE OBJETIVO, METAS E INDICADORES 
 
Um exemplo integrado de objetivos, metas e indicadores: 
Objetivo: Reduzir o consumo de água por unidade produzida 
Meta: Redução de 10% do consumo de água, em relação ao ano anterior. 
Indicador: Volume de água utilizado por unidade produzida. 
FONTE: Arquivo Pessoal da autora (2010). 
 
 
Geralmente os problemas ambientais associados a aspectos/impactos ambientais não 
podem ser gerenciados somente por intermédio de monitoramentos ou elaboração de controles 
operacionais; para a sua mitigação é necessária a implantação de melhorias da infraestrutura 
física ou alocação e/ou contratação de pessoal capacitado, o que demanda recursos financeiros 
internos e/ou externos. Em virtude disso, tais objetivos podem desdobrar-se em uma ou mais 
metas, sendo que para cada meta são elaborados programas de gestão ambientais específicos, 
conforme podemos observar na figura a seguir (Figura 21). 
Assim, as metas constituem etapas necessárias e cronologicamente concatenadas 
 
 
50 
 
para que um objetivo ambiental possa ser atingido. 
 
 
FIGURA 21 - OBJETIVOS E METAS RELACIONADAS 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
 Como podem ser constatados, os objetivos e as metas como subsistema representam 
o direcionamento concreto dado ao SGA no seu cotidiano. A partir deste direcionamento torna-se 
necessária a sistematização de maneiras para alcançá-lo. Isso inclui a liberação de recursos, 
principalmente financeiros, o que é verificado no planejamento anual ou plurianual das 
empresas, por exemplo, ou pela liberação de financiamentos. Inclui também o acompanhamento 
dos objetivos, metas e/ou programas de Gestão Ambiental. 
 A palavra SMART pode fornecer a orientação sobre como estabelecer objetivos e 
metas: 
1. S – eSpecífico; 
2. M – Mensurável; 
3. A – Acordado; 
4. R – Razoável ou alcançável (viável em um contexto econômico); 
5. T – Tempo ou prazo para serem atingidos. 
 Os objetivos e as metas não devem, em hipótese alguma, ficarem restritos ao 
cumprimento da legislação ambiental pertinente à organização, uma vez que esta deve 
evidenciar o alcance da melhoria contínua em seus resultados ambientais (SEIFFERT, 2010). 
Dessa forma, devem-se estabelecer metas e objetivos associados ao seu potencial quanto à 
economia de recursos naturais, tais como melhorias em processo. Por sua vez, é importante 
ressaltar que os objetivos ambientais traduzem-se em programas, fazendo com que acabem por 
 
 
51 
 
se constituir em planos de ação para o alcance das metas. 
 A realização desses passos está ligada ao estabelecimento de papéis de 
responsabilidades, os quais estão atrelados a programas de treinamento apropriados. A partir 
dos objetivos e das metas estabelecidas são selecionados os indicadores de desempenho 
ambiental mais adequados para o acompanhamento de sua evolução, ou seja, melhoria de 
desempenho ao longo do tempo. Na figura a seguir é apresentada uma proposição de 
metodologia para o atendimento desse requisito da ISO 14001. 
 
 
FIGURA 22 - ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS E METAS DO SGA 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
 É essencial para configurar o comprometimento da alta administração com os planos 
estabelecidos para o SGA, que o presidente da organização aprove formalmente o documento. 
Cada meta desdobrada a partir de um objetivo deve ser gerenciada por meio dos Programas de 
Gestão Ambiental (PGA). 
 
 
5.2.1 Implantação dos Programas de Gestão Ambiental (PGAs) 
 
 
O estabelecimento de uma forma sistematizada para o alcance de metas e objetivos 
ambientais é responsabilidade do subsistema Programa de Gestão Ambiental (PGA). Neste 
 
 
52 
 
subsistema são estabelecidasatribuições, responsabilidades, indicadores e recursos para o 
alcance de metas e objetivos ambientais. Desta forma, o PGA trata do estabelecimento formal 
das linhas de ação que a empresa irá desenvolver (SEIFFERT, 2010). 
As normas da série ISO 14000 representam um conjunto de requisitos baseados em 
um modelo simples de “planejar-fazer-checar”, o qual é enfocado por cinco componentes 
principais, sendo que, dentre eles, o Plano de Gestão Ambiental insere-se no processo de 
planejamento. O PGA deve detalhar as ações que serão realizadas, indicando a pessoa 
responsável pelas mesmas, os recursos a serem utilizados, o tempo em que devem ocorrer, 
sendo tudo interligado às metas e aos objetivos estabelecidos para a gestão ambiental. 
Da mesma forma que a política ambiental, os objetivos e as metas, uma versão 
preliminar de cada PGA deve ser elaborada durante o chamado Workshop Estratégico. O 
público-alvo do treinamento são os integrantes da alta administração da empresa, incluindo 
presidente, vice-presidente, diretores e gerentes que apresentem atribuições estratégicas 
associadas ao meio ambiente, como gerente de produção, qualidade e/ou saúde e segurança 
ocupacional. 
Da mesma forma, para objetivos e metas existem metodologias bastante diferenciadas 
para a implantação deste subsistema. Pode-se optar, assim, pela sistemática apresentada na 
figura 20, tendo em mente as mesmas considerações realizadas para o subsistema de objetivos 
e metas. Em virtude disso, adiciona-se um componente considerado essencial dentro da 
Sistemática proposta pela Engenharia de sistema. Representa um cronograma de execução 
para monitoramento bimestral de cada programa em implantação, feito um sistema de 
acompanhamento pelo gerente responsável (SEIFFERT, 2010). 
Tal situação é julgada necessária devido ao fato de ser fundamental na implantação de 
um plano de gestão ambiental não somente a disponibilidade de recursos para a sua execução, 
que deve ser assegurada pela alta administração, mas também o cumprimento dos prazos 
preestabelecidos e fixados neste documento (SEIFFERT, 2010). Caso estes prazos não sejam 
cumpridos e nenhuma providência seja tomada para a sua adequação, ela pode incorrer em 
sério risco de comprometer seu processo de certificação na data planejada. 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
FIGURA 23 - MATRIZ DE MONITORAMENTO DE PLANOS DE GERENCIAMENTO 
AMBIENTAL DO SGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
5.3 ESTRUTURAS E RESPONSABILIDADE 
 
 
 
 
54 
 
A organização deve ter um programa de gestão ambiental estruturado com 
responsáveis pela coordenação e implementação de ações que cumpram o que foi estabelecido 
na política ambiental e as exigências legais, que atinjam os objetivos e metas e que contemplem 
o desenvolvimento de novos produtos e novos processos. A definição da estrutura e das 
responsabilidades é profundamente relacionada com as fases de implementação e 
operacionalização do sistema, pois as estruturas criadas, e os responsáveis, participarão na 
continuidade do programa dentro da empresa, executando suas tarefas e atividades alocadas ao 
longo do tempo. 
É importante salientar neste ponto a existência de um setor dentro da organização que 
efetuará estas definições. Este setor deverá ter funcionários especializados com dedicação 
integral, que também atuarão como consultores junto a outras áreas da organização. Estes 
funcionários devem também criar a figura dos “facilitadores”, funcionários de outras áreas e 
setores, que dedicam parte de seu tempo para auxiliar o setor ambiental, expandindo o alcance 
das informações e atividades ambientais dentro da empresa. 
As responsabilidades devem ser definidas conforme a atuação de cada funcionário, 
relacionando suas atividades com os objetivos e metas da empresa. A alta administração 
também deve ter suas responsabilidades, enfatizando neste ponto a importância dessa 
definição, pois é a partir da alta administração que são tomadas as decisões gerais da empresa. 
Portanto, a alta administração deve dar suporte à implantação e operação do Sistema de Gestão 
Ambiental, devendo, segundo Seiffert (2005): 
 
 Disponibilizar recursos; 
 Integrar o Sistema de Gestão Ambiental com outros sistemas de gerenciamento; 
 Definir atribuições e responsabilidades; 
 Viabilizar o processo de motivação e conscientização ambiental; 
 Identificar os conhecimentos e habilidades necessários; 
 Estabelecer processos para comunicação e relato; 
 Implementar controles operacionais necessários. 
 
A NBR ISO 14001 indica que deve haver o comprometimento de todos os funcionários, 
em especial dos integrantes diretamente envolvidos com a questão ambiental, que devem ser 
capacitados e comprometidos em exercer suas funções perante o Sistema de Gestão Ambiental 
e as implicações ambientais. 
 
 
55 
 
Os demais funcionários devem ter como uma de suas responsabilidades a 
conscientização da importância do bom funcionamento do sistema, recebendo treinamentos que 
enfatizem a conscientização, o comportamento proativo e ético perante o meio ambiente, a 
importância da participação de todos, os conhecimentos e a compreensão fundamental das 
relações com o meio, além das habilidades necessárias para a correta resolução dos problemas 
ambientais. 
 
 
5.3.1 Comprometimento da Alta Administração com a Implantação de um SGA 
 
 
É particularmente importante quando consideramos que no início do projeto de 
implantação as principais preocupações da alta administração estão associadas 
predominantemente aos custos potenciais e às possíveis influências do Sistema de Gestão 
Ambiental nas atividades da organização. Em virtude disso, é essencial que, ao longo de 
desenvolvimento do mesmo, o seu comprometimento deva ser estimulado por meio da 
realização de seminários e reuniões periódicas. 
Sua participação na definição da política ambiental, além dos objetivos e metas do 
SGA, é um momento crítico de seu envolvimento direto no processo de implantação, assim como 
também é na análise crítica do SGA associada às auditorias internas e externas. 
A importância da alta administração reside basicamente no fato de prover ao SGA 
todos os elementos necessários à sua implantação. Assim, para que um SGA seja funcional, a 
alta administração deve assegurar que a organização seja capaz de atender aos requisitos de 
suas normas. O que significa que esta deve: 
 
1. Disponibilizar recursos; 
2. Integrar o SGA com outros sistemas de gerenciamento; 
3. Definir atribuições e responsabilidades; 
4. Viabilizar o processo de motivação e conscientização ambiental; 
5. Identificar os conhecimentos e habilidades necessários; 
6. Estabelecer processos para comunicação e relato; 
7. Implementar controles operacionais necessários. 
 
 
56 
 
Assim, a questão de apoio e comprometimento efetivos de níveis hierárquicos 
superiores é necessário, em termos de recursos, pessoal, tempo e financeiros, é considerada um 
fator determinante para o sucesso do SGA. A alta gerência deve realmente acreditar no que diz 
e colocar o seu dinheiro no lugar de suas palavras. 
Por outro lado, considera-se que, para atingir a integração do SGA em toda a 
organização, é necessário que os gerentes assumam a responsabilidade por atingir objetivos e 
metas ambientais, quer estes objetivos sejam definidos para o atendimento de demanda 
regulamentar ou aumentando a eficiência do uso de matérias-primas. Para a implantação de 
programas, incluindo a prevenção da poluição, é essencial obter sucesso em no mínimo cinco 
pontos: 
 
1. Comprometimento da alta gerência: assegurar que todos os empregados 
reconheçam que o gerenciamento ambiental é uma prioridade para a organização; 
2. Estabelecimento de objetivos: fornecer parâmetros para avaliação de progressos 
em desempenho ambiental; 
3. Envolvimento e responsabilidade dos empregados: reduzir a resistênciaorganizacional e elevar o comprometimento; 
4. Avaliações de desempenho: reconhecer os empregados quanto aos resultados 
alcançados em desempenho ambiental; 
5. Estimar custos ambientais: assegurar que os gerentes tomem decisões com base 
em informações completas de custos, inclusive ambientais. 
 
 
Os integrantes das gerências intermediárias atuam particularmente sob pressão, já que 
a cobrança efetuada pela alta administração recai diretamente sobre eles. Assim, o envolvimento 
de indivíduos facilitadores de cada setor é fundamental para a mudança de atitude. Na maioria 
das vezes a postura positiva proativa de alguns setores da organização acaba por estimular, 
com o tempo, a mudança de comportamento de setores mais resistentes à implantação. 
Normalmente, um dos passos mais difíceis na implantação de um SGA é convencer os 
diretores da necessidade de um. Para tanto, podem ser utilizadas as seguintes argumentações: 
1. Exigência dos clientes: é importante ressaltar que isso significa satisfação dos clientes, um 
dos principais objetivos da organização. Além de regulamentos comerciais obrigarem a adotar a 
 
 
57 
 
ISO 14001. 
2. A implantação representa uma considerável vantagem de marketing. Se a empresa tem 
negócios na Europa, a implementação da norma pode representar uma considerável vantagem. 
3. A ISO 14001 ajudará a empresa a funcionar melhor e reduzir as preocupações durante as 
auditorias ambientais. Um sistema de gestão organizado e documentado ajudará qualquer 
organização a funcionar mais eficientemente se estiver estruturado. Isto pode fazer com que a 
empresa despreocupe-se em relação a multas e finalizações ambientais. 
 
 
5.3.2 Definição de Responsabilidades 
 
 
Quanto ao formato que a estrutura e a responsabilidade assumem dentro das 
organizações, o qual pode variar consideravelmente. A seguir veremos o exemplo de uma 
fábrica de extrudados localizada em Tubarão/SC, que possui duas formas estruturadas de 
controle e gerenciamento ambiental, conforme apresentado por Seiffert (2010). 
 
1) Gerência de tecnologia e engenharia ou área de controle ambiental: trata-se de um setor 
encarregado dos assuntos ambientais na fábrica, da coordenação do desenvolvimento dos 
programas e projetos governamentais ou não, relacionados com o meio ambiente, bem como 
das ações frente a emergências ambientais. Na descrição dos cargos de seus funcionários é 
estabelecida sua responsabilidade frente à execução do controle ambiental. 
 
2) Comitê Interno de Meio Ambiente (CIMA): é um órgão colegiado, formado por 
representantes de todos os setores da unidade. Possui estatuto próprio e é renovado a cada dois 
anos. Suas atribuições se relacionam tanto à análise de projetos, vistorias, pareceres técnicos 
 
 
58 
 
quanto a investimentos, relatórios, etc. 
 
 Já no que diz respeito às responsabilidades dos vários agentes perante o SGA, estas 
normalmente são estabelecidas de forma genérica de acordo com as orientações que seguem 
(Seiffert, 2010): 
 
1. Presidência e diretoria da organização: definição da política ambiental, 
acompanhando as etapas de implantação do SGA, integração da gestão ambiental à gestão 
organizacional, definição do processo de solução de conflitos entre objetivos e metas ambientais 
frente a outros objetivos e prioridades da organização; 
 
2. Gerência ambiental: formação de equipes, direção do planejamento, implantação, 
monitoramento e responsabilidade sobre a eficácia do SGA, verificação de conformidade frente a 
leis e normas e à prestação de contas à diretoria da organização; 
 
3. Gerência fábrica/processos: cumprimento das normas, verificação de 
conformidades e apoio ao pessoal que tenha atribuições específicas; 
 
4. Diretoria comercial e de marketing: identificação de necessidades e expectativas 
dos clientes com relação aos produtos da organização ligadas a aspectos ambientais; 
 
5. Gerência de compras: identificação das expectativas de fornecedores e 
encaminhamento de eventuais ações junto aos mesmos; 
 
6. Gerência financeira: utilização da contabilidade da organização para caracterizar 
 
 
59 
 
os custos ambientais inseridos nos seus produtos e serviços; 
 
7. Demais membros da organização: cumprimento das metas de melhoramento, 
conforme instruções específicas e planos de ação das chefias operacionais. 
 
Assim como ocorre na ISO 9001, é recomendável que para o atendimento deste 
requisito da ISO 14001 seja elaborada uma matriz de responsabilidades, conforme segue (Figura 
23a e 23b). 
 
 
60 
 
FIGURA 23A - DEFINIÇÕES DE RESPONSABILIDADES ASSOCIADAS AO SGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
61 
 
FIGURA 23B: DEFINIÇÕES DE RESPONSABILIDADES ASSOCIADAS AO SGA 
 
FONTE: Adaptado de Seiffert, 2010. 
 
 
 
62 
 
5.4 MONITORAMENTOS E MEDIÇÕES 
 
 
A NBR ISO 14.001 apresenta diversos subsistemas que asseguram que os padrões 
definidos pelo Sistema de Gestão Ambiental estejam sendo seguidos efetivamente. São 
estabelecidos procedimentos documentados para medir e monitorar, em um intervalo de tempo 
definido, diversos pontos passíveis deste controle, que possam interferir no meio ambiente. 
O programa contendo estes procedimentos de controle ambiental deve envolver 
também a aferição dos resultados, calibração dos instrumentos de medição e auditorias para 
prevenir erros de controle. O registro destes dados é necessário para permitir análises críticas 
relativas às questões ambientais e também para provar, a quem quer que seja, que a empresa 
possui um Sistema de Gestão Ambiental conforme o que é exigido pela norma. 
Os parâmetros a serem monitorados devem ser escolhidos conforme os objetivos e 
metas, além dos exigidos pela legislação, de maneira que possam indicar o progresso no 
desempenho ambiental da empresa. O plano de monitoramento deverá ser elaborado para cada 
parâmetro, no qual deve constar, segundo Seiffert (2005): 
 
 Aspecto/Impacto ambiental significativo; 
 Quando pertinente, indicação da meta à qual está associado, bem como o 
respectivo indicador de desempenho; 
 Identificação do parâmetro que está sendo monitorado, bem como sua 
periodicidade; 
 Local de coleta e método de coleta a ser empregado; 
 Níveis limítrofes (inferior e superior) do parâmetro; 
 Nome do procedimento que serve como referência para a realização da análise, 
bem como forma de registro (formulário específico); 
 Identificação do funcionário responsável. 
 
Os resultados obtidos e coletados pelos programas de monitoramento devem ser 
levados em conta na reavaliação do Sistema de Gestão Ambiental, de forma a definir novos 
objetivos e novas metas, bem como na busca pelo melhoramento contínuo do desempenho 
ambiental da organização. 
 
 
63 
 
TABELA 3 – EXEMPLO DE PARÂMETROS PASSÍVEIS DE MONITORAMENTO 
 
Volume de água utilizada por unidade de 
produto 
m³ 
Volume de gases utilizados por unidade de 
produto 
m³ 
Quantidade de matéria-prima utilizada por 
unidade de produto 
Kg, m³, galões, etc. 
Energia elétrica utilizada por unidade de 
produto 
Kw 
Quantidade de funcionários - 
Número de unidades produzidas - 
 
FONTE: Arquivo Pessoal da Autora (2010). 
 
 
5.5 AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO 
 
 
CERTIFICADO: É o produto da Certificação, uma declaração formal e explícita de 
“autenticidade” de que a empresa está atuando dentro dos padrões necessários pela norma para 
obter a certificação. É válido apenas por um período específico de tempo (Figura 24). Para 
renovação, a empresa precisa demonstrar seu comprometimento com a melhoria contínua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
FIGURA 24 - EXEMPLO DE CERTIFICADO ISO 14001:2004 EMITIDO EM INGLÊS PARA UMA 
EMPRESA DO SETOR AERONÁUTICO 
 
Fonte: FIESP, 2007. 
 
 
Para a certificação de um sistema de gestão ambiental é necessária a aplicação de 
uma auditoria de certificação na atividade