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RADHA KRISHNA RETORNO AOS ABISMOS SIDERAIS EDITORA PONGETTI – 1972 “Vida da minha vida, eu tratarei de trazer sempre puro o meu corpo, sabendo que o Teu tato pousa sobre todos os meus membros. Eu tratarei de trazer sempre longe dos meus pensamentos qualquer falsidade, sabendo que Tu És essa Verdade que acende a Luz da Razão no meu Espírito. Eu tratarei de afastar sempre do meu coração qualquer maldade e de conservar sempre em flor o meu amor, sabendo que Tu tens a Tua morada no santuário íntimo do meu coração. E será todo o meu empenho o de revelar-Te em MINHAS AÇÕES, sabendo que é o Teu PODER que me dá a força de agir.” RAVINDRA NATH THAKUR TAGORE “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver AMOR, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha FÉ ao ponto de transportar montes, se não tiver AMOR, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver AMOR, nada disso me aproveitará.” CORÍNTIOS 1-13 RETORNO... Passa urgente o Tempo neste Mundo. Constante, inexorável... Implacável carrasco de ideais e sonhos! Mal necessário, gerador fecundo, Do que está por vir... Do que passou, Do que retornará. Eu bem que observo... O que passa por mim, O que fui, o que Sou! Ponto de Energia condensada Velha Equação que perdura Obstinada, não simplificada Resistência que converge Para os mais longínquos horizontes Pequena Força que reduz distâncias Que investigou voragens E ainda hoje... Tenta sondar abismos. Os dias estão passando... E Aquilo que Sou lentamente retornando Aos Espaços de onde foi atraído. Átomos, moléculas, células viventes! Experimentadas por estranhos processos, Não computados pela Mente Do terráqueo, ainda ignorante. Dissociado aquilo que compõe... O denso instrumental Figura humana... Compacta, sensível, atingível! Doce imperfeição que ainda preside A Forma nesta Esfera. Sob o controle da Lei, Que Impera Autônoma, Em qualquer Universo ou Dimensão, Reunem-se de novo os elementos Ressurgindo a configuração. Um Poema de Vida Com outra simetria. Outros anseios, Outra moradia... OSCILAÇÃO OSCILA o mundo hodierno, como Prelúdio de FIM. Nada mais que um ciclo natural. Mas... é o momento do GRANDE TESTE para o Homem terráqueo. O momento vital desta pobre civilização enfermiça. Aquele que pesquisa pode ver sem muito esforço os cálculos vazios gerando sonhos de pouca duração. Suscitando anseios, promovendo ganhos. Pode observar os muitos caminhos abraçados... Os controles complicados torturando. As vantagens transitórias induzindo, rumo a miragens vária, tendências ilusórias. O próprio homem cria seus grandes empecilhos. Acarreta seu autonaufrágio, com justificativas que ele, ingenuamente, supõe “apropriadas", mas em verdade não satisfazem. Ah! Tantas versões exploradas. Vez por outra algo modificadas, tombando inexpressivas! A absorção milenar de inválidos condicionamentos acionando a Mente na direção do ABISMO... Símbolos tão sérios, vulgarizados por impenitência. Uma conformação hipócrita mantida tempo a fora... Razões estruturadas em terrenos arenosos, admitidas sem contestação. Quase inesperada surge tempestuosa uma tendência nova! Trânsito para o futuro. Sombrio panorama de vagas combinações. Encadeamento de limites. Sufocamento de potencial sensível. Sucesso de exaltação, nula desde o nascimento! Frustração do QUERER... Dissolução do Poder de AMAR antes de DESEJAR! Não temos mais que aguardar o cortejo final da terrível Noite de KALI. Formidável evento que seguirá transmutando, engendrando mergulhos insondáveis. Arrastando os vencidos, vitimas da autoilusão. Etapa que fará rastejar cérebros operosos. Adeptos do Poder Provisório, logo extinto. Soturna confraria, escrava do Egoísmo e da Ambição. Apagam-se as luzes tremulantes de uma Era sombria... Que pouco ou nada representa na contagem do ABSOLUTO. Fecunda, com certeza, porém, outra vez a TERRA amanhecerá! Libertada do caos, dos escombros letais. Novamente bela e fremente de novos mistérios. Metamorfose das explosões finais. Apaziguada por outras VIBRAÇÕES. Revolvida por novos IDEAIS. Perpetuadas em suas novas flores. Atraída por mais puras tentações. Abençoada MUTANTE ESPACIAL! POEMAS E POETAS "MAS que el cielo o la Arcadia, Te amo, oh, mi ÍNDIA Y tu amor lo daré A todas las hermanas naciones que existem!" - Dulcíssimo poema de Paramhansa YOGANAND. Transbordamento de ternuras, sutilidades da Alma, espraiando-se em suaves carícias, na penumbra matizada do coração. Nunca fui muito afeiçoada a poemas... Contudo, quem não se perderia embevecido entre tanto sentimento e tanta cor?! De minha parte, flutuo enfeitiçada entre transparência e perfume abstrato. Oscilo de YOGANAND a TAGORE. Entre o cristal dum lago refletindo o céu e canteiros policromos de jardins soberbos. TAGORE é o CANTOR: "Sim, bem sei, Amado do meu coração. Tudo isto não é senão o Teu amor. Esta luz doirada que dança sobre as folhas. Estas nuvens preguiçosas navegando pelo céu. Esta brisa fugitiva deixando uma frescura em minha fronte... "Estou apenas esperando o amor para todo me abandonar finalmente em suas mãos. Por isso é já tão tarde e por isso fui culpado de tantas faltas. Eles vêm com as suas leis e os seus códigos para logo me prenderem; mas eu lhes fujo sempre, porque estou apenas esperando o amor, para todo me abandonar finalmente em suas mãos. Os outros censuram-me e chamam-me negligente; não duvido que tenham o direito de censurar-me. Esses que vieram chamar-me em vão voltaram enraivecidos. Estou apenas esperando o amor, para todo me abandonar finalmente em suas mãos." Outros, muitos outros também são penachos incendiados. O poeta será sempre uma CHAMA que arde entre sombras... serpenteando imprecisamente. E, perdendo-se, por fim, nas dobras flamantes de esplêndidos clarões! O poeta divaga: "Há olhos boiando nas sombras da noite. OLHOS VERDES, macios, feitos de pedaços de mar! Há olhos perdidos nas vagas do Espaço. Perpassando de infinita ternura todas as fibrilhas do meu ser. Luzes de estranho fulgor guardam no âmago esses OLHOS VERDES, incrustados no manto da noite da minha vida sem cor e sem música, sem destino e sem forma! (E. A. C. D.)" Sinto que nessa divagação há dádiva e prece... Entronização do Sonho na rutilância alcandorada do Sublime! Eu também vez por outra divago, e penso que os Espaços Siderais não são mais que UM POEMA INFINITO, surpreendente, formado na meditação inacessível d'AQUELE que tanto tem criado poetas! CONEXÃO SEMPRE um ensaio! Nada mais que um ensaio, passível de fracasso. Embora os recursos previstos estejam prosseguindo seu curso normal. E as tentativas ainda imprecisas, reconduzindo a MENTE para a antiga órbita... Revoluções da ALMA que espreita o Momento e reclama o Direito de outros prismas visuais. De outros páramos estelares. Outras extensões ainda interditadas... Um conjunto de lembranças abrangendo remotas demarcações. Encerrando uma escala sucessiva de ocorrências... estreitamente ligadas entre si. Fornecendo impulsos, sintonizando sussurros que chegam de infinitasdistâncias, sempre mais perto, sutilmente. Como se captados fossem por circuitos eletrônicos. Mas, que dispensam qualquer tipo de válvulas, embora apresentando comportamento análogo ao de amplificadores de audiofreqüência. Aprendi de fonte idônea, que o Homem é uma ANTENA VIVA! Podendo atuar com seu equipamento, natural e original, desde que lhe proporcionem as "tensões" adequadas de funcionamento. Uma vontade sólida e determinação liberada de interesses mesquinhos, fraudulentos, corrutíveis! Mas, Céus!... O coração do Homem tornou-se uma gândara hostil. Jazida acanhada de afecções eversivas. Precário "combustível" anima as belezas latentes. E o que há mesmo acontecendo, é um processamento assustador. Acréscimo de desvario gradual... A displicência envenenando cada vez mais a atmosfera do mundo, já tão poluída! Alarme que retoma a calma antes conquistada. Frêmito que se instala sem atenuantes. Sofreguidão sobrepujando a coerência. Inquietude febril minando a vontade. Uma avidez sem trégua afrontando a TERRA, já tão pressionada! Curiosa obsessão precipitando a oscilação do eixo... E a cristalização de belos sonhos abandonada ao longo da vida. Desbordamento de esperanças em demanda de atividades tão pouco avaliadas! Escassez de Amor verdadeiro, de sentimento limpo. Quase nenhum espaço disponível para os interesses da ALMA. Ninguém habilitado para reparar os danos da psique envolvida pelos embaraçantes processos de fuga e frustração... Sólidos "Intrusos" assinalando a lenta e densa agonia do Homem! Enquanto isso, ninguém atenta para a aceleração inexorável da CONSUMAÇAO. Em meio dos bloqueios inevitáveis, vou tentando eliminar os inconvenientes que alimentam as tensões estranhas à minha "ONDA PESSOAL". Ansiando por uma Mecânica celeste que atesta outros Domínios Siderais, onde poderiam ser contestadas as leis que se aplicam às nossas imediações universais. Ansiedade por outros crepúsculos sem iminência de Plenilúnio... soturnos como os atuais. Ansiedade pelo Instante de representar UTILIDADE, tal como se fosse fonte independente de polarização. Gerador autoconstituido (?), operante potencializado, livre de turbulência ou distorção, por Galáxias além... Intentando situar minha própria valia, como prolongamento em estágio rudimentar, de ALGUÉM que maneja parte do meu Destino, e aguarda no LIMIAR! Um SOL muito especial, em deslocamento contínuo. Muito atento... Vigilância que contorna ou concilia os aspectos da minha ignorância. Reprimindo qualquer expansão não moderada. PRESERVADOR incansável do MAIOR BEM humano. Radiosa e insólita evidência da minha UNIDADE! KRISHNA, AMOR! OUTRO aniversário seu, RAMÍ querida... Para este ano, porém, não tenho palavras. Perdoe-me! Não tenho condições. Nenhuma inspiração para escrever o seu cartão. Somente a presença DELE no meu pensamento faminto. ELE e Seu distante OLHAR de censura pelo que fiz falhando, ou pelo que deixei de fazer. ELE e MINHA ETERNIDADE nos Seus OLHOS! ELE e os Infinitos alternando-se nas expressões de Sua Face. ELE e o espocar de novos mundos, deslumbrando a quem possa contemplar, por instante sequer, o feitiço VERDE da esplêndida tonalidade de Seus OLHOS! ELE! O AMOR, a VIDA! E fora disso, INEXISTÊNCIA. Você bem sabe RAMÍ: sem a proximidade de KRISHNA, nem palavras, nem presentes, nem êxitos, nem as gloriosas do mundo... NADA poderia trazer alegria à Alma de RADHA ou ao coração de RUKMINI. Por ELE adotamos um método decisivo contra a "incineração" consciente dos sentimentos belos e emoções humanas sobreviventes. Foi ELE que, de mansinho, despertou no mais recôndito de nós uma finalidade que predomina sobre o GELO que se instala, ostensivo, no coração do homem! Foi DELE que nos veio um ROTEIRO, um OBJETIVO, um IDEAL, sem as compensações concebidas pelos interesses mesquinhos do homem comum. ELE ensinou, mostrou a evidência, não aceita ou não visualizada. "Aí está - disse - o homem tropeça nos próprios pés... Colide com seu irmão mais próximo. Entra em choque com a s ambições do seu vizinho. Ignora qualquer advertência considerada por ele “inconveniente". Sem esquecer, contudo, de registrá-la para futuros comentários. Sofre, por fim, as conseqüências desastrosas. POR QUE? Simplesmente porque não faz mais que acumular, ao longo de sua jornada, parcelas de atividades que resultarão em aniquilamento. A elevada toxidade de seus próprios pensamentos e ações impuras, não concede escapatória possível." Assim, aqui estou RAMÍ, quieta, sem ânimo... aguardando tão somente o ansiado momento de tê-LO por perto novamente. E seu OLHAR DE AGRADO, como se merecesse... CONSTATAÇÃO KYE, meu milenar AMIGO! Somente agora eu sei... Jamais estivemos separados, depois do meu exílio. O tempo e a distância não conseguiram sujeitar o teu Amor. Pelo que vejo, deu-se o contrário. E isso é quase mítico neste mundo... Antes, quando caminhávamos lado a lado, eu permanecia distante. Embora analisasse, entre preocupada, temerosa e perplexa, tua angústia silenciosa inteiramente submetida à força do teu sentimento concentrado. Sabia, sempre soube, que teu braço assim como tua Mente, teu poder, tua sabedoria, teu coração e mesmo tua Alma... estavam a meu serviço. Sem condições! Mas, eu fugia a todos. Temia os laços mais profundos. Minhas ambições exigiam uma liberação ilimitada. Era uma mulher atraída por fenômenos siderais. Por surpreendentes maravilhas ainda obscuras para sua ciência. Uma mulher constantemente elaborando ensaios. Os mais arriscados! Desde que a resultante experimental justificasse a negligência de sua segurança pessoal. Ou as revoluções súbitas de sua Alma. Conflagrações tão imprevistas quanto seus desfechos... Anos, tantos anos luz pareciam separar "para sempre" minhas novas formas transitórias, minhas vidas físicas das tuas. Omisso estavas na minha nova fase de aprendizado. Quase um estranho, nos meus raros momentos de percepção. Contudo, estavas lá... Investigando sempre, sem dispersão. Sem esbarrar nos obstáculos que predominam por estas plagas. Vigilante, estranhamente alerta ao teu Amor! Enquanto eu, despojada de memória retroativa, exposta a ventos que abrasavam, cambaleava, quase perecia, submersa nesse esquecimento de proporções quase irreversíveis. Cedeu, porém, a aridez funesta. Minha PRIMAVERA retornou quase como explosão. Mutando cores, flores, tudo em sinfonia... Desvendando você e também... especialmente... o meu SOL particular. O que significou REENCONTRO VITAL, minha "ressurreição"! Tenho certeza de que foi através DELE que percebi o teu Amor. Ver tão claramente esta constância tua. Esta modalidade de Amor tão poderosa, que atravessou os tempos e se perpetua, bela e imperecível. Colossal, nada tempestuosa. UDAIPUR TALVEZ esta página não venha a condizer com este livro de meditações. Mas, a verdade é que, de quando em quando, sinto-me saudosa. Penso em Gokul, Vrindavan... um passado remoto. Detenho-me, porém, em Udaipur. Das antigas capitais indianas ela foi eleita, unanimemente, a mais fascinante. Aliás, a beleza de todo o território RADJPUT (a palavra significa: Filhos de Rei) foi incessantemente comentada por penas respeitáveis. Sua Casa Reinante, considerada a mais importante da Índia, dispõe de um longínquo passado de episódios, lendas e supostas lendas que a formosa raça radjputana conserva com zelo e orgulho. Dizem que nunca um soberano de Udaipur visitou a Europa. Não sei se continuou assim. Alguns chegaram a afirmar que isso jamais sucederá, porque eles "preferem viver circunscritosao seu território, arrogantemente altivos no isolamento dos seus palácios enevoados de glória, rodeados de lendas e tradições que os aprisionam tanto como as cadeias das altas colinas que lhes interceptam o horizonte" - como opinou Pellenc. Agora, entretanto, tudo deve ter mudado. Não sei se para melhor. Tenho minhas dúvidas... Apesar do que escreveu acima, o mesmo Pellenc mostrou-se grande entusiasta da inegável magia que envolve, ou antes... envolvia, aquela região privilegiada. De sua passagem, antigamente, por Udaipur, Jean transmite emoções do homens e do artista diante do Belo! Descreve a velha muralha que oculta o JARDIM DO ESCRAVO - "o mais deslumbrante e maravilhoso jardim de Udaipur. Balneário ideal para as princesas de contos de fadas." Fala sobre o portentoso palácio do Maharana (titulo que significa: maior que Maharajá), "verdadeira cascata de mármore de cem metros de altura." E segue, desenhando, com o singular encanto da análise desapaixonada, o festival de luz, cor e som revelado no desfile teúrgico da vida cantante de Udaipur! Certa lenda narra acerca da estranha maldição que asseguram pesar, desde séculos, sobre a Casa Real da antiga e bela capital construída sobre lagos. Outra, que não é bem uma lenda, conta-nos a estória da mimosa e mística princesa MYRHA, que se supunha noiva do "deus" KRISHNA. E evoca, fatalmente, seu bailado suave. O corpinho moreno ondulando sob véus coloridos. O ritmo dos braços e mãos esguias, diáfanas como asas imateriais, fazendo vacilar a chama da lamparina. Pesinhos ligeiros sobre tapetes macios. Em tamanho natural, a estátua brônzea de KRISHNA no meio de flores... "DANÇO PARA TI MEU BEM-AMADO SENHOR!"... Eu não sei o que ocorreu com Udaipur, com a Índia ou com o mundo. Nem vale a pena pensar. Sei somente que a suposta lenda dessa princesa que não queria casar porque dedicara sua vida e seu amor unicamente ao senhor KRISHNA, continuará evocando o perfume das múltiplas variedades de flores que adornavam de sonho os jardins reservados de Udaipur. Suas piscinas transparentes, seus palácios marmóreos e salões vastíssimos. Toda a miraculosa formosura desse pedaço de terra indiana, radiosa e solene como o cortejo das manhãs primaveris. CONVITE FRATERNO VENHA, CHANDAN! Você que é meu único irmão de origem que encontrei, até agora. CHANDAN é seu verdadeiro nome, antes e sempre, não é? Pois bem... Segure minha mão. Desvendarei outras belezas além dos seus engenhos, além do seu PORTAL. Outros encantos além dos seus visores espaciais. Outras maravilhas além dos seus Andróides tão humanos! Outros deslumbramentos somente semelhantes aos que haviam antes em NOSSA formosíssima e tão distante ESFERA... hoje revertida à energia pura. Você que é meu irmão de ORBE, que é meu irmão como criatura na CRIAÇÃO, seja meu irmão ainda outra vez! Mesmo sendo assim como é, tão extraterráqueo, tão cientista, tão enigmático, mas tão profundamente humano. Segure minha mão. Tudo se tornará mais simples, se caminharmos juntos. SEI de soberbas atrações interestelares. Você terá facilidade de VER e de SENTIR. Ninguém seria tão humano e tão super-humano ao mesmo tempo, além de KRISHNA. Só você! Fomos dotados, essencialmente, pelo NOSSO MUNDO, de estranha, esquisita sensibilidade, constituída de perspectivas infinitas. Venha! Seja meu irmão ainda outra vez. Esta vez! E não tema por seu Sentimento. Assim ele estará a salvo das procelas, das profusões de torrentes exaltadas, das tormentas desencadeadas... que abalam sólidos alicerces, geram e aumentam a aflição da Alma. Trabalharemos perto, mas interiormente longe... dos que sucumbem encerrados nos sarcófagos de seus próprios condicionamentos fracassados. Não nos deteremos por onde houver sinais precursores de fraudes assinalando terrenos movediços. Enfim... Nada que venha a ferir frontalmente a natureza do que sente seu coração ou os infatigáveis empenhos do meu Espírito. O tempo conta para o terráqueo. No que diz respeito a você, será apenas... logo mais. E estarei de volta às incógnitas das estrelas duplas, triplas, quádruplas, quíntuplas, novas, temporárias, variáveis, etc. De volta às escalas cósmicas ainda não alcançadas pelo homem de cá. De volta aos câmbios mais envolventes e emocionantes. As mais atraentes energias de conversão. Seus inúmeros níveis! De volta, em suma, às sonhadas, inconquistadas ESPIRAIS! Segure minha mão, CHANDAN, meu irmão de ESFERA-MATER. Esta mão singela e humana. Apesar de nossa tão singular diferença evolucional. A despeito de seu tão grande, respeitável, formidável acervo tecnológico. Sejamos protonautas de paragens primitivas, de extensões em contínua expansão, de trajetórias nem sequer ventiladas. A presença da matéria, densa ou sutil, permitirá valioso aprendizado. Segure minha mão, CHANDAN. E, por favor, não dificulte meu trabalho! PELO MEU DESERTO INTERIOR (1964) ESTE MOMENTO é de quietude argêntea, quando a Lua entra em Plenilúnio. Instante sutil, quando me parece que DEUS me toca com a magia de SUAS MÃOS sem forma. Enquanto a Lua Plena faz da TERRA sua doce presa magnética, minha Alma busca repousar na TUA, ó AMOR! Meu DEUS... É só como AMOR que anseio TE buscar. Rogando-TE que me deixes sempre ver-TE através dos sinuosos véus que iludem a visão humana. VISHNU-RAM-KRISHNA! Também a ti invoco. Não importa com que nome... já que és minha ETERNIDADE. Lembro-me que te revelaste como poder flamante, quando eu chorava meu deserto interior. E foi quando soube que em mim existias desde a origem. Quetamente, secreto, intocado! Ó tu, através de quem sonho meu Sonho Infinito! Onde quer que estejas, ouve-me! Sou toda censura ao disfarce, às traições conscientes, à hipocrisia e ao egoísmo do mundo. Por que devem ser infiéis as criaturas? Conta-me tu que és meu maior e mais doce Mistério. O que se passa com o coração humano? Fala-me tu que és minha Vida. Suplico-te, vem um pouco. Fica ao meu lado, enquanto durmo, pelo menos. Detem-te e desce sobre minha pobreza teu poderio de AMOR. Vem! Porque tenho n’Alma o cansaço dos milênios que passaram por mim... Tenho n’Alma a desolação das minhas próprias falhas e frustrações... Vem! Já não me satisfaz encontrar algo de ti nas verdes folhas da primavera, na cintilância das águas, no perfume da brisa, nas preces de Amor murmuradas, ou nos cantos de saudade que ecoam nas mornas noites pinceladas de prata. Vem! Deixa-me repousar um pouco nos teus OLHOS. E através deles ver DEUS face a face... sem morrer! Deixa-me acreditar que não está distante o dia em que me levarás para longe das angústias e tolos desejos. Deixa-me sonhar com o dia em que contigo serei IMENSIDADE! Quando todos os tormentos serão diluídos em ti. Quando gozarei de ternuras nunca antes desvendadas. Sim... Deixa-me aguardar docemente o dia em que flutuaremos pelos espaços, polarizados num único corpo. Quando alcançaremos galáxias e sóis de beleza e coloração inimagináveis... envolvidos pelos outros esplendores da CRIAÇAO. Mas, tu onde andarás, meu terno deslumbramento? As estrelas vigiam do alto e sabem que há terrível carência de ti no meu pequeno coração. Em mim parecem haver morrido todos os desejos. Só um sobreviveu. Imortalizou-se, tornou-se cósmico! Esse desesperado anseio de dissolver minha existência unicamente na tua. Certa vez eu dormia, e tu vieste como num sonho. Dormia mesmo? Acaso tenho dormido nessas intermináveis noites de pesada solidão espiritual? Posso assegurar que ouvi teus passos. Como conheço teus passos! Lentos, firmes, macioscomo os de um felino. Lembrou- me outros tempos, quando discutíamos... e tua flauta quedava silenciosa. Teu corpo moreno-metálico e, especialmente, teus esplêndidos OLHOS falavam de outros mundos mais perfeitos. Onde a BELEZA possui horizontes de elasticidade inexplorada pelo homem da TERRA. Apesar de saber que é em ti que existo, fui condenada pelo aprendizado a buscar-te sempre. Até que deixes de ser um doce ENIGMA, envolvente Mistério do ETERNO. E tenho te buscado KRISHNA. Nos meus inquietos sonhos, nas minhas duras vigílias. Agora, nesse fim sombrio de milênio, resolveste que terei de ser semelhante a pequeno corpo sideral.. . que em sua passagem quase imperceptível, tem dever de deixar discreta luminosidade, calor benigno e esperanças nascidas. Difícil empresa ó KRISHNA! Mas, como vives em mim, assim: será! Os dias passarão monótonos ou agitados. Não importa... Ilusões, esperanças e doces sonhos irão se apagando como lâmpadas sem azeite. Dias sem fim... Noites de desconforto e desamparo. Minhas antigas palavras, como pastora, retornarão vivas aos meus lábios. Ah! KRISHNA! Queda-te apenas em meu coração e não me apareças mais em tua forma humana. Velha tolice minha que se repetirá, com as recordações de uma flauta distante. Recordações de um deus moreno escuro... De um carinho infinito que vibrava em VRINDAVAN, onde o tesouro de PREM era ofertado como adorno do ESPÍRITO. Mas, acontecerá exatamente como está determinado. Porque permaneces sempre em mim. Física, mental e espiritualmente, como força contínua, essência-raiz, REALIDADE IMANENTE. HINDOSTÃO MAIS UMA VEZ meu pensamento busca a Índia, que sempre preferi chamar de HINDOSTAO. Retorno que não é mais que, uma SAUDADE, ou mesmo uma tristeza infinda por tudo o que na ÍNDIA não é mais HINDOSTÃO. Penso no MAHABHARAT, a célebre epopéia que discorre sobre a raça descendente do grande personagem que foi o rei BHARAT, irmão de RAM. Inevitável recordo o RAMAYAN, onde se lê... e quase é possível ouvir... o cantor do autor honrando solene a lealdade e o sentimento fraterno de BHARAT. Coisas de um passado, supostamente mítico, e tão remoto! O HINDOSTAO! Assunto preferido, manancial inesgotável da minha adolescência, estranhamente entranhado na minha Alma... A ÍNDIA paradoxal, contraditória, exuberante, foi sempre o mais doce e inspirador motivo de tudo quanto escrevi antes. Sentia não possuir "veia poética" pare cantá-la num punhado de versos vivos. Sentia meu vocabulário pobre, jamais suficiente, para desenhá-la tal como era: esplêndida, imutável. Toda beleza e mistério! No hall da Audiência Privada do Forte de Delhi existe uma inscrição que diz “SE HÁ UM PARAISO NA TERRA, É ESTE Ó É ESTE, É ESTE!" Estranho paraíso, talvez, considerando seu calor ardente e chuvas torrenciais. A miscelência de credos, línguas e condições sociais. Via, de regra, porém, o estrangeiro que lá se detinha por algum tempo, não sentia desejo de deixá-lo. Pelo contrário! Acabava sentindo, intimamente, o espírito da vida indiana... quando os preconceitos pessoais não interferiam. E acabava amando aquela região transbordante de glória, onde turbantes brancos sobre testas morenas, e variegadas tonalidades de saris, constituíam espetáculo agradável à vista e ao coração. Através da resenha histórica, qualquer um investigador consciente, honesto, pode concluir que o verdadeiro início da história da ÍNDIA está perdido na poeira dos tempos. Os magníficos poemas épicos dos árias contam a "conquista do mais belo país do mundo por uma raça forte, inteligente e harmoniosa" e a apologia dos conquistadores CONQUISTADOS! Porque até bem pouco tempo atrás, era possível sentir a terra do INDOS inconquistável. Ainda que a narrativa demonstrasse uma série de invasões, da qual a ÍNDIA foi palco vibrante, também não conseguiu escurecer que os dominadores não tardavam em CEDER À INFLUÊNCIA DA CIVILIZAÇAO INDIANA. Considerando-se, por fim, filhos da terra, completamente conquistados pelo país encantado do Himalaia. A despeito das invasões dos turcos, hunos, persas, mongóis e muçulmanos, as poderosas dinastias nativas mantinham deliberadamente o poder. E o antigo indú, que era sobejamente compreensivo, possuía especial maneira de aprender as coisas boas dos outros, sem esquecer as próprias. Falou-se muito da influencia estrangeira, no subcontinente. Não obstante, tanto nos setores científicos como nos religiosos e épicos, o espírito indú seguiu sempre sendo indiano puro. Estabeleceram-se os árabes como soberanos no vale inferior do Indos. E com eles, penetrou na ÍNDIA o Islam. Lá, a doutrina floresceu com o primeiro império maometano. Dos príncipes muçulmanos, SCHER SHA foi um dos melhores. AKBAR, conforme conta a história, não foi apenas um grande caudilho. Seus conselheiros e ministros foram indús, porque AKBAR não aspirava ser sultão maometano, mas soberano indú. Assim, a mais ampla liberdade religiosa reinava em seu império. Ele próprio era livre e tolerante. Especialmente em matéria religiosa. Tanto que chegou a desposar uma cristã armênia. Projetou e difundiu todas as crenças numa única religião eclética, esperando que seus súditos não vacilassem em adotá-la. Isso tudo, porque AKBAR não se sentia estrangeiro. Era indú de coração. Precisamente nisso residiu a CAUSA de seus grandes êxitos! Finalmente, acabaram-SE, as dominações. Se é que se pode dizer isso, observando a ÍNDIA atual tão desmembrada. Supõe-se que temos hoje uma ÍNDIA livre que deseja ocupar no mundo culto o lugar que por direito lhe pertence. Mas, meu coração indaga, pesado de saudades: aonde está o HINDOSTÃO? O que foi feito daquele tão formoso pedaço do planeta TERRA? AINDA A SAUDADE! "... ÉS TÃO GRANDE E TÃO GRANDE É TUA DADIVA, QUE TENDO CRIADO A LUZ DOS DIAS, PENSASTE TAMBÉM NA DOÇURA DAS NOITES." - Versículo do ADI-GRANTH, de Nanak Nirakari Devji, louvando o ESPÍRITO UNIVERSAL. Hoje minha meditação é absurda... quase turística. Meu pensamento viaja por velhos, sombrios corredores subterrâneos: o velho templo de Kailasa, em Ellora! Detem-se em contemplação aos portais, quase interpenetrados, da Moti Masjid, em Agra. Logo está voltado para a agradável edificação da Academia Nacional de Música Hindustânica, em Luknow. Observa a alta tensão sendo controlada num laboratório do Instituto Indiano de Ciência, em Bangalore. Antiga instituição fundada pela família TATA. Voa vagarosamente sobre o Buland Darwâza, muito bela edificação da cidade abandonada: Fatehpur-Sikrí. Onde registrei para sempre esplêndido exemplar das preciosas colunas empregadas pelos arquitetos e escultores do soberano AKBAR nos palácios da cidade deserta. Meu pensamento continua seu passeio. É como se estivesse pairando sobre a montanha sagrada de KATHIAWAR, o centro da religião JAINA, onde existiam 862 templos desta religião. Construções lindas, diferentes, como nos contos das "Mil e uma noites". Construções maravilhosas como o palácio do Maharajá de DARBANGA, em RAJNAGAR. Fico pensando... Existirá ainda aquele edifício da Assembléia Legislativa, em DELHI? Era exótico, com seus hemiciclos onde funcionavam as três câmaras. E a Mesquita Dourada de BIKHARI KHAN em Lahore? O Templo de Ouro de Benares, com sua cúpula central construída em ouro verdadeiro? A fortaleza de Gualior, dentro de cujas muralhas se encontravam cinco palácios? Ainda existirão intactos? Quantas vezes assisti RAM GOPAL, o mais famoso dançarino indiano, em seus mais célebres desempenhos. A DANÇA CÓSMICA DESHIVA, ou a DANÇA DO CREPÚSCULO, acompanhado de flauta, veena, drums e o cântico de hinos. A dança do Sândalo... e tantas outras! Mas, que importa meu pensamento errante? É só SAUDADE... SAUDADE do meu HINDOSTÃO que me parece haver fugido para outra dimensão desconhecida, sem deixar seus velhos e profundos alicerces. Porque na ÍNDIA de hoje, apenas é possível ADIVINHAR fluídica silhueta do HINDOSTÃO bem-amado. Já não poderei deter meu passo às portas de todos os velhos templos. Nem sonhar à margem de todos os seus rios. Tão pouco a monção poderá surpreender-me bisbilhotando portentosas ruínas... enquanto me perdia na heteróclita abstração que retém o passado numa extremidade do presente, quase futuro. Não verei as águas desabarem estuantes, enquanto o céu plúmbeo aparece entre clarões dos elementos. Não sentirei o cheiro bom daquela terra molhada, enchendo de vida meu coração e o HINDOSTÃO inteiro! "Si hay un lugar de la tierra donde tengan cabida todos los ensueños de los seres vivientes, desde de los primeros dias en que el hombre empezó el ensueño de la existencia, ése ES LA ÍNDIA". - Romain Rolland (Infelizmente, não se pode confirmar atualmente, as palavras de Rolland!) POEMAS DEDICADOS À RADHA KRISHNA (AUTORES DIVERSOS) MEU OUTRO EU À lucidez de Radha Krishna (Publicado em 5 e 15 de março de 1972 - "Gazeta Comercial" - Juiz de Fora - Estado de Minas Gerais) No espelho de mim meu anticorpo atesta a duplicidade de meu anti espírito. Feições plasmadas ao inverso das minhas: - linhas marcadas por outras sensações vitais. Às vezes Sinto essa outra Alma E com ela dialogo Em linguagem telepática Me espanto quando canto e ela responde em pranto. Ao soluçar de desencanto Já lhe ouvi a risada cristalina, Em acalanto talvez para ninar minha exaustão enorme. As exigências da carne Ela devolve o cristal do pensamento informe. Ao meu pensar, Ela devolve as necessidades físicas e muitas vezes ironiza a poesia Que de mim escapa... Mas se me escondo do belo revoltada calejada pela decepção, ela me envia a ternura da beleza... e o consolo é total, cheio de mansidão, E somos, de repente, como uma só, ela me fala em plenitude, em comunhão... (Colunista da "Gazeta Comercial" Secção GENTE, LETRAS & ARTE) RADHAKRISHNA NARENDRA (24.12.1971) De tão longe que estou Rasgo o céu nuM pensamento, Dos SEUS OLHOS me restou De Amor um sé momento... Um PORTAL bem na passagem... Ingressei sem perceber Num castelo oriental Disfarçado de VoCÊ. A colina se incendeia, Meu Amor acende o sol. E o mar cobrindo a areia, Verde-mar é meu lençol... Pra que voltar Se é tudo tão longe? Mais perto é VOCÊ, O Nosso Lugar. Quebrou-se o encanto... Meu longo mutismo Dispersa o egoísmo E recolhe seu manto. Deixei minha noite Deserta de estrelas. Achei Sua Noite, Já pude revê-las... RADHA KRISHNA MINHA MÃE, MINHA NAMORADA RAM KRISHNA (15.9.1972) MINHA namorada é tão linda, tão linda Que me parece uma rosa. Foi por esta rosa que me apaixonei... Ela é uma rosa encantadora! Seus OLHOS são tão lindos, tão lindos Como duas esmeraldas. Quando anoitece vejo-os Como pequenos faróis verdes, Extraordinários! Minha mãezinha é minha namorada. Ela merece todo meu amor Nenhuma outra mãe é igual a minha, Sou filho apaixonado, isso eu sou! (Ram Krishna tem 11 anos!) ROSA ENCANTADORA De ROMA KRISHNA para Mamãe (Em 15.7.1968 - Cinco anos de idade, incompletos!) A JANELA O MAR... O CÉU CHEIO DE ESTRELAS MEU BEM, EU FUI NO JARDIM COLHI UMAS FLORES. EU FUI NA FONTE MAIS CRISTALINA DO MUNDO! AH! MEU BEM! SE EU PUDESSE TERIA TRAZIDO TUDO PARA VOCÊ, EU REPITO, MEU BEM. OLHA O CÉU CHEIO DE ESTRELAS. AH! VOCÊ QUER DESCANSAR UM POUCO? VOCÊ VAI ME DAR UM BEIJO, MEU BEM? RADHA KRISHNA, MAMÃE RADHA KRISHNA FILHA (14.9.1972) QUERO ir para onde você for Como oferenda de mim mesma E do meu Amor! Em troca quero apenas olhar Seus OLHOS nessas noites de luar. RADHA KRISHNA MÃEZINHA ADORADA LUNA KRISHNA (14.9.72 – 8°. da Lua) Pergunto: O mundo sobrevive sem Amor? O céu brilha sem estrelas? O sonho continua sem ter uma esperança? O mar rola sem suas ondas? O coração vive sem um pouco de carinho? A primavera existe sem suas flores? Enfim, a vida continua sem se ter uma esperança? Sei que não. E por isso, quero sempre ao seu lado ficar, Para sempre poder amá-la. E um dia, então, poder decifrar O grande mistério que vem do seu OLHAR. RADHA KRISHNA SHALIMAR (3°. da Lua - 12.7.1972) Reflexos de cristais cintilantes, Areias de matizes cambiantes, Debruçam-se no espelho do Mar – Hão de estar em busca de um OLHAR Alçam-se em alegres revoadas... Lindas aves de cores variadas, Anunciando o dia que nasceu. KRISHNA AMOR, como este Mundo Saúda em Ti a Criação! Haverá, pergunto a mim, então, Mais Vida do que a que vive em Ti? Infinitos, em TEUS OLHOS, já vi! RADHA KRISHNA DYYO (Julho de 1972) No toque silente de ternura No verde do teu doce olhar No sopro frágil de tua brisa No AMOR a flauta a vibrar Nos olhos perdidos na distância Toda a saudade a manejar. RADHA KRISHNA SHALIMAR (7.7.1972) RADHA... RAÍ... minha doce inspiração! Afaga minh’Alma, já sem solidão Depois que Te viu... que soube que TU ÉS! Hoje só queria depor a Teus Pés Algo muito belo... seu... do Teu Agrado! KRISHNA, Lord KRISHNA, KRISHNA - AMOR, meu AMADO! Recolhe Tua GÔPI de mãos vazias. Importa apenas que sempre saberias... Sempre soubeste quem é a SHALIMAR – Hoje ainda sem ter nada para dar. No entanto, talvez queiras receber A saudade que dá VIDA a seu viver... RADHA KRISHNA MARIE ANTOINETTE (19.6.1946) Quando eu assim imagino o meu Amor, Todo o meu pensamento usa de cor Mágica de uma saudade eterna, infinda! E de um simples pincel vai surgindo a linda Pastora RADHA, que KRISHNA, o Rei-Vaqueiro, Declarou a toda a TERRA, ao Mundo inteiro, Ser Sua Imagem, Seu DESDOBRAMENTO! - Adoração no AMOR e Contentamento! E o meu pincel continua imaginando Toda a beleza do Homem-deus chamando, Através de Sua Flauta, seus Pastores Que tudo o mais esqueciam, fossem dores Ou prazeres - pois a terna melodia Era toda um só ANSEIO, noite e dia... E ainda hoje, SEMPRE, meu KRISHNA Adorado! Ouvirei dentro de mim o TEU CHAMADO... RADHA KRISHNA CHANDRA BALI (7.7.1964) Era assina, querida minha, Que muitas vezes, sozinha Nos bosques de VRINDAVAN Aguardavas, com afã, A vinda do BEM-AMADO! Um pavão de cada lado Eis RADHA, a linda Pastora Cujo coração se fora Com o DIVINO VAQUEIRO – Amor, assim verdadeiro, Tão real e tão profundo, Nunca se vira no mundo! E ao tentar pintar-Te, então, Busco no meu coração, Neste coração que é Teu, - Para hoje, Amor meu! - Um poucode colorido Que lá guardei escondido Desde VRINDAVAN, Senhora, Quando eu também, como agora, Ouvia o doce CHAMADO Da FLAUTA do BEM-AMADO! Acolhe pois, por favor, Esta Oferenda de Amor... RADHAKRISHNA E. M. DA SILVA (17.8.1964) Hoje, RADHAKRISHNA, Caminho meu! Sinto uma necessidade imensa De estender a Teus pés a Mente tensa E, assim, ir repousando esse cansaço Que me dilui no tempo e no espaço. Desejo forte, intenso, de existir Apenas no que Te faça sorrir... Anseio inextinguível de apagar Tudo o que não se acenda ao TEU OLHAR! Necessidade, enfim, de não ser eu A renovar-me em Ti, Caminho meu! RADHA KRISHNA E. M. DA SILVA (20.10.1964) Tanta cousa me conta o anoitecer... Quando a tarde começa a espairecer E a noite, lentamente, vem descendo Lá de longe... a saudade num crescendo, Parte em busca de Ti, além de mim. A sós comigo mesmo posso, enfim, Procurar naqueles céus o teu olhar, Através da janela meu cismar, Envolve, com ternura, a imensidão Nela encontrando, em Ti, minha Oração. E minh’Alma ante a Tua, ajoelhada, Murmura fervorosa, deslumbrada, O TEU NOME, TEU NOME, simplesmente! É quando surge a Lua, resplendente... RADHAKRISHNA E. M. DA SILVA (7.6.1965 - 9°. da Lua) Esteja eu onde estiver, Não importa! Haja o que houver Penso em Ti, somente em Ti! Tudo o que já conheci Hoje em dia desconheço E a nada mais dou apreço, A nada mais dou valor A não ser o Teu calor. Quando estou de Ti distante Como agora neste instante, É tão profunda a saudade, Tão intensa a ansiedade Que vou guardando comigo Até poder estar Contigo – Que tenho medo, Senhora, Que me mandes logo embora, Que me expulses por excesso De zelo, de ardor, confesso! Mas, em verdade, é assim O que sinto aqui em mim... RADHASHTAMI E. M. DA SILVA Conta-me, eu Te peço, minha amada, Como as GÔPIS festejavam RADHA Naquele tempo, neste Teu Dia! Como espalhavam sua alegria Pelos bosques, em risos e cantos, Ornando o mais belo dos recantos Para o senhor KRISHNA e sua eleita. Conta-me corno era então perfeita Nossa vida de amor e beleza, Onde até a própria Natureza Se enfeitava toda para Ti! Conta-me ainda pois já esqueci, Como as pastoras, vestidas de cores, Faziam oferendas de flores, Ou frutos, ao Teu divino amante. E agora, somente alguns instantes Para me contares... se lembrar, Reviver assim o que era AMAR... Sonhar novamente com florestas, Com guirlandas, com alegres festas, Não aumenta mais esta saudade Que me segue pela Eternidade? RADHA KRISHNA SONALI (7.7.1972) Perdoe minha ousadia De dar uma de pintor (E olhe, com lápis de cor). É que eu quis retratar Numa tela de papel O encanto de um OLHAR Feito de verde magia, Meu pedacinho de céu. E pra terminar meu poema Encontrei um novo tema. Não tem jeito mesmo, não. Trocar de bem, é a solução. Bem que eu sei e bem que eu vejo Não há Touro sem Caranguejo. E o Caranguejo, afinal Não tem um Touro, como sinal? RADHAKRISHNA, MEU REFÚGIO! SHALIMAR (7.7.1972) Se eu pudesse transformar-me em sininho Queria ser aquele - o menorzinho! Assim como eu... Então Te saudaria Cada vez que Te visse. Ou escolheria, Em vez de sino, um punhado de brisa Também coma eu - mutável, imprecisa Mas sempre a Teu redor, toda inquietude. Ou, quem sabe, Algo dessa solicitude Que vive no céu... que vive no mar... Que vive em meu sonho, cor do luar. E assim bem diluída me verias Vagando em TEU OLHAR todos os dias. RADHAKRISHNA DYYO (10.8.1972) Transportei nas lágrimas Sólidas pedras do chão Tua presença repousante Vivificou a emoção E no brilho tímido De uma gota de orvalho Senti teu olhar sereno Pousar onde sou falho. * Um verde penetrante Descansa os olhos cerrados Ouço toda a paisagem Do teu hálito perfumado E no luar adormecido A ternura te distingue Numa lembrança calada Que jamais se extingue. RADHA KRISHNA KIMAI DE KUNTI (6.8.1972) Enquanto caminhavas Sem perceberes, deixavas Um rastro de terna saudade Falando de eternidade De um sonho jamais esquecido Que, eu sabia, estava escondido Distante, em algum lugar. Quem sabe, no TEU OLHAR? Deixei de vagar sozinho E fiz do Teu, o meu caminho. Colheste uma rosa carmim Tristonha, apagada, esquecida Num canto daquele jardim. Afagaste-a, enternecida, Com cuidado, com tanto carinho Que eu cheguei a ter ciúme... Estavas, então, tão pertinho Que eu pensei poder Te alcançar. E corri, corri bem depressa... Mas só encontrei Tua rosa Linda, feliz, mas saudosa Que, eu sei, deixaste p’ra mim Como a sombra de uma promessa. Beijei-a, senti Teu perfume E ela contou-me, baixinho, Dos Teus sonhos, desejos, enleios, Tua saudade e Teus anseios. Quando olhaste aquela estrela Esqueceste, distraída, Tua imagem ali refletida. Enamorei-me, ao vê-la, Pensando que Tua imagem Fosse ainda, doce miragem. Mas meu sonho ali estava Era em TEU OLHAR que ele morava. Guardei-Te, querida "Ilusão" Pra sempre, em meu coração. RADHA KRISHNA DYYO (8.8.1972) Sobrevivi culturas Mergulhei na imensidão Aguardei o Plenilúnio E abri meu coração. * Tropecei nas alturas Apanhei uma flor Escrevi na areia Despertei o AMOR. * Interroguei leituras Percorri a estrada Caminhei mil reinos Encontrei a ti, RADHA. * Contemplei mil gravuras E libertei um tema Reencontrei a emoção E transformei em poema. RADHA KRISHNA E. M. DA SILVA (11.8.1972) Se consigo em Ti me aconchegar Posso, por instantes, reviver Certa Gôpi que não soube amar, Mas que em TI o AMOR foi conhecer. * Hoje o dia ao vir me despertar Me deixou mais só que o entardecer Pois em mim a Gôpi foi sonhar Com TEUS OLHOS que são o meu viver... RADHA KRISHNA KIMAI DE KUNTI (Agosto de 1972) O dia chegou de mansinho Enfeitado de VOCÊ E me fez pensar porque A saudade chegou tão cedinho. Saudade terna, gostosa Que VOCÊ deixou numa rosa E eu colhi sem saber Que não ia mais esquecer Nem um instante, de VOCÊ. Ou será que foi o dia Que amanheceu adiantado? Bem que eu tenho reparado Que o Sol anda apaixonado, Enredado na SUA Magia, E de tanto pensar em VOCÊ Acabou por se esquecer De nascer no horário certo. Mudou até de caminho Só pra dar um jeitinho De poder chegar mais perto. A Lua, meio enciumada, Anda um pouco preocupada. E só pra LHE ser agradável Achou muito razoável Surgir ao anoitecer Toda luz ESVERDEADA Só pra ser contemplada E admirada por VOCÊ. Até o vento inconstante E eterno viajante Agora só quer agitar As folhas do SEU jardim Com esperança de A encontrar Colhendo algum jasmim. E, então, acariciar SEU rosto, bem de levinho, Pra depois confessar Num segredo, seu carinho. Eu não posso criticar Nem apontar um senão Pois sou verbo regularE nunca fui exceção À regra de sempre AMAR Só VOCÉ, ADORAÇÃO! RADHAKRISHNA NARENDRA VOU sozinho, ao acaso, Sem motivo me deixo levar. Morre o sol. Por acaso, Nasce em mim o luar... * Cedi logo à noite sem dono, Decidi pela relva macia. A vigília perdeu-se no sono E o cansaço na noite tão fria. * É manhã... Tímida e urgente... Voltei e tudo ficou. Mudei, nada mudou... Me perdi da Tua gente. * Nossa tarde se esvai, diluída. Vem o vento... Me reduz e consome... E a saudade me trai, distraída, Quando o sol novamente me some... * Anoitece um dia meu, Já distante, sem lugar. Me atrasei pelo Caminho, Não Te pude acompanhar... * O abismo espontâneo se afasta E converge inconsistente Num capricho que é Teu e me basta Nesse espaço divergente. * Amanhece um dia Teu... Sem noção me sinto levar Na fuga do TEU SORRISO, Em busca do meu lugar. * Vou sozinho, sou motivo, CONTIGO me deixo levar. Foge o sol lá no poente, É mais quente TEU OLHAR... * (9 de setembro de 1972 - 3°. da Lua!) DUAS TROVINHAS PARA RAINHA KRISHNA SHALIMAR (13.9.1972 - 7°. da Lua) QUEM ama sente saudade Haja, ou não, separação. É uma infinda ansiedade Que mora no coração... * Dizem que saudade existe Em certo idioma somente. O que sei é que ela é triste Mas, ai! de quem nunca a sente. Í N D I C E RETORNO OSCILAÇÃO POEMAS E POETAS CONEXÃO KRISHNA, AMOR! CONSTATAÇÃO USAIPUR CONVITE FRATERNO PELO MEU DESERTO INTERIOR HINDOSTÃO AINDA A SAIDADE! POEMAS DEDICADOS À RADHA KRISHNA (AUTORES DIVERSOS) MEU OUTRO EU RADAKRISHNA (Narenda) RADHA KRISHNA MINHA MÃE, MINHA NAMORADA (Ram Krishna) ROSA ENCANTADORA (Roma Krishna) RADHA KRISHNA, MAMÃE (Radha Krishna Filha) RADHA KRISHNA MÃEZINHA ADPRADA (Luna Krishna) RADHA KRISHNA (Shalimar) RADHA KRISHNA (Dyyo) RADHA KRISHNA (Shalimar) RADHA KRISHNA (Marie Antoinette) RADHA KRISHNA (Chandra Bali) RADHAKRISHNA RADHA KRISHNA (E.M. da Silva) RADHA KRISHNA (E.M. da Silva) RADHASHTAMI (E.M. da Silva) RADHA KRISHNA (Sonali) RADHAKRISHNA, MEU REFÚGIO! (Shalimar) RADHAKRISHNA (Dyyo) RADHA KRISHNA (Kimai de Kunti) RADHA KRISHNA (Dyyo) RADHA KRISHNA (E.M. da Silva) RADHA KRISHNA (Kimai de Kunti) RADHAKRISHNA (Narendra) DUAS TROVINHAS PARA RADHA KRISHNA (Shalimar)