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Tributos em 
Espécie 
Prof. Fernando Sergio Sacconi 
Curso de Direito – Campus Limeira 
Material de acompanhamento de aulas presenciais 
 
Direito do Consumidor Prof. Fernando Sergio Sacconi 
 
 
 
Sumário 
Sumário .............................................................................................................. 2 
1. Tributos Federais ........................................................................................ 3 
1.1 Imposto de Importação .......................................................................... 3 
1.2 Imposto de Exportação ......................................................................... 6 
1.3 Imposto Sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza ................... 9 
1.4 Impostos sobre produtos industrializados ........................................... 11 
1.5 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre 
operações relativas a títulos e valores mobiliários ........................................ 13 
1.6 Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural .................................... 15 
1.7 Contribuições Sociais .......................................................................... 16 
1.8 Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico ........................ 18 
1.9 Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou 
Econômicas .................................................................................................. 19 
2 Tributos Estaduais .................................................................................... 20 
2.1 Imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer bens 
e direitos ....................................................................................................... 20 
2.2 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e 
prestações de serviços - ICMS ..................................................................... 22 
2.3 Imposto sobre propriedade de veículos automotores - IPVA .............. 26 
3 Tributos Municipais ................................................................................... 28 
3.1 Imposto sobre propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU .......... 28 
3.2 Imposto sobre a transmissão “inter vivos” de bens imóveis e direitos a 
ele relativos- ITBI .......................................................................................... 30 
3.3 Imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISSQN ...................... 32 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 34 
Bibliografia Básica: ....................................................................................... 34 
Bibliografia Complementar: ........................................................................... 34 
 
 
 
Tributos em Espécie Prof. Fernando Sergio Sacconi 
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1. Tributos Federais 
1.1 Imposto de Importação 
Competência 
Tributo de competência da União justificado pelo fato de se tratar de imposto 
com implicações no relacionamento externo do país (art. 153, I, da CF). 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros 
... 
Função 
A função do Imposto de Importação é puramente econômica, ou regulatória, o 
imposto de importação é importante instrumento de política econômica, 
atuando na proteção a indústria brasileira, permitindo-lhe competir, no 
mercado interno, em condições de igualdade ou de vantagem com produtos do 
exterior, possui também relevante papel no controle da balança comercial 
brasileira, possuindo, portanto, além da função fiscal a função extrafiscal. 
Fato gerador (CTN, art. 19) 
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a 
importação de produtos estrangeiros tem como fato 
gerador a entrada destes no território nacional. 
Base de cálculo 
Em Direito tributário, a base de cálculo é a grandeza econômica sobre a qual 
se aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar. 
(CTN, art. 20): 
Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de 
medida adotada pela lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal 
que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da 
importação, em uma venda em condições de livre 
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada 
do produto no País; 
III - quando se trate de produto apreendido ou 
abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. 
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 Alíquota específica é a que incide sobre a quantidade de mercadoria 
expressa na unidade de medida (peso, volume, metros peças etc.) 
 Alíquta ad valorem é uma porcentagem que incide sobre o preço da 
mercadoria, segundo as normas do art.7º do Acordo Geral sobre 
Tarifas Aduaneiras e Comércio - GATT 
Alíquota 
Percentual que irá incidir sobre a base de cálculo para se apurar o montante 
devido. 
As alíquotas podem ser alteradas pelo Executivo (153, § 1º, da CF, art. 21 do 
CTN). 
Constituição Federal 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados; 
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as 
condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as 
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e 
V. 
CTN 
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos 
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as 
bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos 
objetivos da política cambial e do comércio exterior. 
Atualmente, contudo, as alíquotas do imposto são, em sua maior parte, 
definidas no âmbito do Mercosul e formalizadas em um documento 
denominado Tarifa Externa Comum. 
 
Contribuinte (CTN, art. 22, I) 
Art. 22. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o arrematante de produtos apreendidos ou 
abandonados. 
Segundo o CTN o contribuinte é o importador ou quem a ele a lei equiparar e 
em se tratando de produtos apreendidos ou abandonados, o contribuinte será o 
arrematante destes. 
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O Decreto lei nº 37/66 nos seus arts. 31 e 32 ampliou as disposições do CTN: 
Art.31 - É contribuinte do imposto: 
I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que 
promova a entrada de mercadoria estrangeira no 
Território Nacional; (Redação pelo Decreto-Lei nº 2.472, 
de 01/09/1988) 
II - o destinatário de remessa postal internacional 
indicado pelo respectivo remetente; 
III - o adquirente de mercadoria entrepostada. 
 
Art . 32. É responsável pelo imposto: 
I - o transportador, quando transportar mercadoria 
procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, 
inclusive em percurso interno; 
II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa 
incubida da custódia de mercadoria sob controle 
aduaneiro. 
Parágrafo único. É responsável solidário: 
I - o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada 
com isenção ou redução do imposto; 
II - o representante, no País, do transportador 
estrangeiro; 
III - o adquirente de mercadoria de procedência 
estrangeira, no caso de importação realizada por sua 
conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica 
importadora. 
c) o adquirente de mercadoria de procedência 
estrangeira,no caso de importação realizada por sua 
conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica 
importadora; 
d) o encomendante predeterminado que adquire 
mercadoria de procedência estrangeira de pessoa 
jurídica importadora. 
Lançamento 
É feito por homologação, pois o contribuinte efetua o pagamento do tributo 
antes de qualquer providência da fiscalização. 
 
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1.2 Imposto de Exportação 
Competência: 
Compete à União instituir e cobrar o imposto sobre exportação, para o exterior, 
de produtos nacionais ou nacionalizados (CF, art. 153, II). 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
... 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados; 
Função: 
Em conjunto com o Imposto de importação é também instrumento de política 
econômica, possuindo efeito regulatório da economia, atuando na proteção ao 
mercado brasileiro; tem função predominantemente extrafiscal; é de caráter 
exclusivamente monetário e cambial e tem por finalidade disciplinar os efeitos 
monetários decorrentes da variação de preços no exterior e preservar as 
receitas de exportação. 
Fato gerador: 
o imposto sobre a exportação tem como fato gerador a saída de produtos 
nacionais ou nacionalizados do território nacional (CTN, art. 23). 
Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a 
exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou 
nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do 
território nacional. 
Base de cálculo (CTN, art. 24) 
Art. 24. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de 
medida adotada pela lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal 
que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da 
exportação, em uma venda em condições de livre 
concorrência. 
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se 
a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do 
produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes 
sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas 
a prazo superior aos correntes no mercado internacional 
o custo do financiamento. 
Apesar da alíquota poder ser alterada pelo Poder Executivo, somente a lei 
pode alterar a base de cálculo (art.25 CTN). 
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Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela 
do valor ou do preço, referidos no artigo anterior, 
excedente de valor básico, fixado de acordo com os 
critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos. 
Alíquotas 
 Alíquota específica é a que incide sobre a quantidade de mercadoria 
expressa na unidade de medida (peso, volume, metros peças etc.) 
 Alíquta ad valorem é uma porcentagem que incide sobre o preço da 
mercadoria, segundo as normas do art.7º do Acordo Geral sobre 
Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT 
Pode também ser alterada pelo poder Executivo (art. 26 CTN) 
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos 
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as 
bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos 
objetivos da política cambial e do comércio exterior. 
 
Contribuinte: (CTN, art. 27) 
Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem 
a lei a ele equiparar. 
Exportador pode ser considerado como aquele que remete a mercadoria, a 
qualquer título, para o exterior, ou a leva consigo. 
Lançamento 
É feito mediante declaração do exportador, mas pode ser feito de ofício, no 
caso de o fisco não concordar com o valor. 
Drawback 
O regime aduaneiro especial de drawback, instituído em 1966 pelo Decreto 
Lei nº 37, de 21/11/66, consiste na suspensão ou eliminação de tributos 
incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. 
Art.78 - Poderá ser concedida, nos termos e condições 
estabelecidas no regulamento: 
I - restituição, total ou parcial, dos tributos que hajam 
incidido sobre a importação de mercadoria exportada 
após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, 
complementação ou acondicionamento de outra 
exportada; 
II - suspensão do pagamento dos tributos sobre a 
importação de mercadoria a ser exportada após 
beneficiamento, ou destinada à fabricação, 
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complementação ou acondicionamento de outra a ser 
exportada; 
III - isenção dos tributos que incidirem sobre importação 
de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes à 
utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação 
ou acondicionamento de produto exportado. 
 
 
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1.3 Imposto Sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
Competência 
O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza, ou simplesmente 
imposto de renda, como é geralmente conhecido, pertence à competência da 
União (CF, art. 153, III, e CTN, art. 43). 
Função 
O IR tem, predominantemente, função fiscal, consistindo, hoje em dia, na 
principal fonte de receita tributária da União; como, no entanto, presta-se 
também como instrumento de redistribuição de riquezas, em razão de pessoas 
e lugares, mediante concessão dos chamados incentivos fiscais à regiões 
geográficas de interesse, desempenha, igualmente, importante função 
extrafiscal. 
Fato gerador 
É a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim 
entendido o produto do capital, do trabalho, ou da combinação de ambos; e de 
proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais 
não compreendidos no conceito de renda (CTN, art. 43). 
Diferença entre disponibilidade econômica e disponibilidade jurídica: 
 Por disponibilidade econômica entende-se o efetivo recebimento de 
valores patrimoniais; 
 Por disponibilidade jurídica, entende-se o crédito a esses valores, sem 
que tenha ocorrido seu efetivo recebimento. 
Alíquotas 
São fixadas por lei na chamada ”Tabela do Imposto de Renda”. Atualmente 
variam de 7,5% até 27,5%para pessoas físicas 
Base de cálculo 
É o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos 
tributáveis (CTN, art. 44). 
Os rendimentos da pessoa física são classificados na declaração anual. 
Depois de inclusões e abatimentos resulta na declaração de renda líquida que 
em última análise será a base de cálculo do imposto. 
O rendimento das pessoas jurídicas são apurados também em declaração, de 
modo geral com base nos lucros. 
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 Lucro real: constitui a base de cálculo do IR das pessoas jurídicas em 
geral, pode ser entendido como o acréscimo real do patrimônio da 
empresa, em determinado período; é o lucro líquido do exercício 
ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou 
autorizadas pela legislação tributária. 
 Lucro presumido: é o montante tributável, determinado pela aplicação 
de coeficientes legalmente definidos, sobre a receita bruta anual, 
conforme a natureza da atividade; a definição do coeficiente não pode 
ser feita pelo fisco discricionariamente. 
 Lucro arbitrado: será uma porcentagem da receita bruta, se esta, 
obviamente, for conhecida; compete ao Ministério da Fazenda fixar tal 
porcentagem, levando em conta a natureza da atividade econômica do 
contribuinte;não sendo conhecida, a autoridade poderá arbitrar o lucro 
com base no valor do ativo, do capital social, do patrimônio líquido, da 
folha de pagamento dos empregados, das compras, do aluguel das 
instalações ou do lucro líquido auferido pelo contribuinte em períodos 
anteriores. 
Contribuinte 
É o titular da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou de proventos 
de qualquer natureza e o possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de 
renda ou dos bens tributáveis, desde que a lei lhe atribua essa condição. 
Lançamento 
Muita polêmica ainda tem ocorrido em torno do lançamento do Imposto de 
renda, alguns autores são de opinião de se tratar de lançamento mediante 
declaração, outros de se tratar de lançamento mediante homologação 
Considerando a Súmula 436 do STJ: 
“A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo 
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada 
qualquer outra providência por parte do fisco.” 
Considera-se então o lançamento por homologação para o Imposto de 
renda. 
Caso o lançamento na declaração esteja errado ou incompleto, será feito pela 
Receita Federal, de ofício. 
 
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1.4 Impostos sobre produtos industrializados 
Competência 
O IPI pertence à competência tributária da União (CF, art. 153, IV, e art. 46 do 
CTN). 
Função: 
O IPI tem predominantemente função fiscal, tendo em vista que promove 
grande arrecadação, apresentando também funções extrafiscais, como a de 
ser imposto seletivo, em função da essencialidade do produto, conforme 
previsto no § 3º,I, do art. 153 da CF: 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre 
... 
§ 3º O imposto previsto no inciso IV: 
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
... 
A função extrafiscal é também prevista no art. 48 do CTN: 
Art. 48. O imposto é seletivo em função da 
essencialidade dos produtos. 
Fato gerador 
É o desembaraço aduaneiro do produto, quando de procedência estrangeira, a 
saída do produto do estabelecimento do importador, do industrial, do 
comerciante ou do arrematante ou a arrematação, quando o produto 
industrializado apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
Produto industrializado 
Conforme o parágrafo único do art. 46 do CTN “considera-se o produto 
industrializado, para fins do IPI, aquele submetido a qualquer operação que lhe 
modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo”; 
O Decreto 87.981/82 amplia o conceito de industrialização do CTN, incluindo 
qualquer operação, ainda que incompleta parcial ou intermediária, que 
modifique a natureza, o funcionamento, a utilização, o acabamento, a 
apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo. 
Alíquotas 
Constam da Tabela do Imposto sobre Produto Industrializado (TIPI), em 
que vêm estabelecidas para cada classe se produtos, variando de zero até 
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mais de 300%; a razão pela qual elas são muito variadas é o caráter seletivo 
do imposto, em função das classes de produtos sobre os quais incide. 
Base de cálculo 
No caso de importação, seu preço normal, acrescido do imposto de 
importação, das taxas exigidas pela entrada do produto no País e dos encargos 
cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; no caso de 
produto nacional, será o preço de venda à saída do estabelecimento industrial 
ou comercial, ou, na falta deste, o valor do produto no mercado atacadista da 
praça do remetente; no caso de leilão, o preço da arrematação. 
Não-cumulatividade 
Por força de dispositivo constitucional (CF, art. 153, § 3º, II) O IPI não deverá 
acumular-se devendo ser compensado nas etapas produtivas. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre 
... 
§ 3º O imposto previsto no inciso IV: 
... 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for 
devido em cada operação com o montante cobrado nas 
anteriores; 
Nos termos do CTN, 
Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de 
forma que o montante devido resulte da diferença a 
maior, em determinado período, entre o imposto referente 
aos produtos saídos do estabelecimento e o pago 
relativamente aos produtos nele entrados. 
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado 
período, em favor do contribuinte transfere-se para o 
período ou períodos seguintes. 
Contribuinte 
É o importador ou quem a lei a ele equiparar, o industrial ou quem a lei a ele 
equiparar, o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça ao 
importador ou ao industrial e o arrematante de produtos apreendidos ou 
abandonados levados a leilão. 
Lançamento 
o IPI é objeto de lançamento por homologação, nos termos do art. 150 do CTN. 
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1.5 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e 
sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários 
Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) 
Competência 
O IOF é de competência privativa da União (art. 153, V, da CF, e art. 63 do 
CTN). 
Função 
O IOF tem função predominantemente extrafiscal, permitindo ao Governo a 
condução de políticas mais ou menos restritivas sobre os mercados de crédito, 
câmbio, seguros, e de títulos e valores mobiliários. 
Fato gerador Art. 63 CTN 
 Em operações de crédito, é a efetivação da operação, pela entrega 
total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da 
obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; 
 Em operações de câmbio, é a efetivação da operação, pela entrega de 
moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou 
sua colocação à disposição do interessado, em montante equivalente a 
moeda nacional ou estrangeira entregue ou posta à disposição deste; 
 Em operações de seguro é a efetivação da operação, pela emissão da 
apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na 
forma da lei aplicável; 
 Em operações relativas a títulos e valores mobiliários é a emissão, 
transmissão, pagamento ou resgate, na forma da lei aplicável. 
Alíquotas 
São diferenciadas por tipo de operação em função dos dias de aplicação, além 
de outros fatores, podem ser alteradas por ato do Executivo, podendo ser o 
imposto ser cobrado no mesmo exercício em que foi instituído. 
Base de cálculo 
 Nas operações de crédito: o montante das obrigações, 
compreendendo o principal e os juros; 
 Nas operações de câmbio: o respectivo montante em moeda nacional, 
recebido, entregue ou posto à disposição; 
 Nas operações de seguro: o montante do prêmio; 
 Nas operações relativas a títulos e valores mobiliários: o valor 
nominal mais o ágio, se houver, na emissão; o preço, o valor nominal ou 
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o preço em Bolsa, como determinar a lei, na transmissão; o preço, no 
pagamento ou resgate. 
Contribuinte 
Nos termos do CTN, é qualquer das partes na operação tributada, conforme 
dispuser a lei. 
Lançamento 
É feito por homologação, nos termos do art. 150 do CTN. 
 
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1.6 Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural 
Competência 
O ITR é da competência da União (CF, art. 153, VI,e CTN, art. 29), podendo 
ser delegada pela União ao Distrito Federal e aos municípios por meio de 
convênios, conforme Lei nº 11250, de 27 de dezembro de 2005. 
Função 
O ITR tem função extrafiscal, servindo como instrumento de política agrária do 
Governo, onerando mais pesadamente os latifúndios improdutivos, e 
permitindo melhor aproveitamento e ocupação da terra. 
Fato Gerador 
É a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como 
definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município (CTN, art. 29). 
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a 
propriedade territorial rural tem como fato gerador a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por 
natureza, como definido na lei civil, localização fora da 
zona urbana do Município. 
Alíquotas 
São progressivas, aumentando em função do tamanho da propriedade e à 
medida que diminui a proporção entre área utilizada e área total, variando de 
0.03 até 20%. 
Base de cálculo 
É o valor fundiário do imóvel (CTN, art. 30), isto é, o valor da terra nua, sem 
incluir qualquer benfeitoria, calculado como a diferença entre o valor total do 
imóvel e seu valor venal. 
Contribuinte 
É o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a 
qualquer título (CTN, art. 31). 
Lançamento 
É feito mediante declaração do contribuinte; essa declaração, entretanto, só é 
necessária para o primeiro lançamento; anualmente, novo lançamento é feito 
de ofício. 
 
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1.7 Contribuições Sociais 
As contribuições, muito embora não mencionadas entre as espécies de tributos 
citadas no artigo 5º do CTN estão previstas tanto na Constituição. O artigo 149 
da Constituição dispõe: 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir 
contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua 
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos 
arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude 
o dispositivo. 
As contribuições sociais são consideradas como instrumento de atuação 
indireta do Estado, pois o mesmo as institui, porém, outras entidades 
promovem sua arrecadação. 
Entre as contribuições sociais existentes em nosso país, temos: 
 PREVIDENCIÁRIA - Contribuição de empregados, empregadores, 
contribuintes individuais e segurados facultativos para o INSS, calculada 
sobre a respectiva remuneração 
 FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
 PIS Programa de Integração Social 
 Pasep Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público 
 Cofins Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
 CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS TRABALHADORES E DEMAIS 
SEGURADOS 
Competência: INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social 
Conforme art. 195, inciso II , da CF/88, o trabalhador e os demais e segurados 
da previdência social podem ser obrigados ao recolhimento das contribuições 
sociais, destinadas à previdência social. 
Fato gerador: remuneração paga ou creditada pelos serviços prestados pelo 
segurado, independentemente da denominação utilizada; 
Alíquota: são variáveis entre 8% a 11%; 
Base de calculo: salário contribuição, observadas as parcelas que o integram, 
conforme definido por lei; 
Contribuinte: trabalhador, entendido, como o segurado empregado, incluídos 
o doméstico e o trabalhador avulso; 
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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL 
Competência: INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social 
Fato gerador: folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a 
qualquer título, a pessoa física 
Alíquota: 20% 
Base de cálculo: total das remunerações pagas, devidas ou creditadas ao 
segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao segurado contribuinte 
individual. 
Contribuinte: Pessoa Jurídica empregadora 
 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE 
SOCIAL – COFINS 
Previsão: artigo 195, I CF 
Fato gerador: auferimento de faturamento mensal; 
Alíquota: a alíquota da COFINS dependerá da fórmula de apuração da 
contribuição. Se não cumulativa, a alíquota será de 7,6% e na forma 
cumulativa, a alíquota da contribuição será de 3%. 
Base de calculo: faturamento ou receita bruta mensal das pessoas jurídicas, a 
qual consiste na integralidade das receitas auferidas, observadas as exclusões 
admitidas em lei. 
Sujeito passivo: pessoas jurídicas de direito privado e equiparadas;. 
 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ( CSLL) 
Previsão: art. 195, inciso I, alínea "c" da CF/88, é representada pela sigla 
CSLL, com fundamento na Lei n. 7.689/88. 
Fato gerador : auferimento do lucro líquido(art. 28 da Lei 9.430/96); 
Alíquota: de 9%. 
Base de calculo: lucro líquido das pessoas jurídicas, ajustado por adições e 
exclusões próprias da legislação aplicável. 
Sujeito passivo: pessoas jurídicas de direito privado ou equiparadas;. 
 
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1.8 Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico 
Segundo o art. 149, § 2º, da CF aplicam-se às CIDE'S as seguintes regras: 
Art 149 ... 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio 
econômico de que trata o caput deste artigo: 
I não incidirão sobre as receitas decorrentes de 
exportação; 
II incidirão também sobre a importação de produtos 
estrangeiros ou serviços 
III poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita 
bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o 
valor aduaneiro; 
b) específica, tendo por base a unidade de medida 
adotada. 
Há dois bons exemplos de CIDE: 
CIDE COMBUSTÍVEIS art. 177, § 4ª da CF/88 
Lei: 10.336/01 
Fato gerador: Importação e comercialização no mercado interno de petróleo, 
gás natural e outros combustíveis 
Contribuinte: Produtor, Formulador, Importador 
Base de cálculo: unidade de medida (metro cúbico, tonelada) 
Alíquota: específica (“tantos R$ por metro cúbico ou tonelada”), podendo ser 
alterada por ato do Executivo (art. 177 §. 4 da CF) 
Destinação: financiamento de projetos ambientais, programa de infraestrutura 
de transportes e pagamento de subsídios a preços e transportes de 
combustíveis 
CIDE ROYALTIES 
Lei: 10.168/00 
Fato gerador: Pagamento/remessa a residentes no exterior de royalties, a 
qualquer título, remuneração decorrente de contratos que impliquem 
transferência de tecnologia e serviços técnicos, de assistência administrativa e 
semelhantes. 
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19 
 
Contribuinte: detentoras de licença de uso ou exploração e signatários de 
contratos com transferência de tecnologia etc. 
Base de cálculo: valor pago/remetido ao exterior 
Alíquota: 10% 
Destinação: financiamento de programas de ciência e tecnologia, fomento a 
pesquisa, inovação tecnológica etc. 
CONTRIBUIÇÕES PARA CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO 
PÚBLICA – COSIP 
Nos termos do art. 149ª_A da CF, 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão 
instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o 
custeio do serviço de iluminação pública, observado o 
disposto no art. 150, I e III.Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a 
que se refere o caput, na fatura de consumo de energia 
elétrica. 
1.9 Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais 
ou Econômicas 
No seu artigo 5°, XIII, a CF declara livre o exercício de qualquer trabalho ofício 
ou profissão, mas prevê a possibilidade da lei estabelecer as qualificações 
profissionais necessárias para o exercício de tal direito, 
Com fundamento na autorização constitucional, foram criadas instituições 
descentralizadas que fiscalizam o exercício de determinadas profissões. Assim 
o Estado poderá instituir tributos e reservar o produto da arrecadação a essas 
entidades para que possam realizar a fiscalização apontada na Constituição. 
São tributos parafiscais, na medida em que são arrecadadas, por delegação 
da UNIAO, por outras entidades para custeio de seu funcionamento autônomo, 
na realização de funções estatais e de interesse do poder público. 
São exemplos de entidades representativas de categorias profissionais e 
econômicas: CRC, CREA CRM entre outros. 
 
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20 
 
2 Tributos Estaduais 
Os tributos Estaduais estão previstos na Constituição federal. 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal 
instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens 
ou direitos; 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as 
operações e as prestações se iniciem no exterior; 
III - propriedade de veículos automotores. 
2.1 Imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação de 
quaisquer bens e direitos 
O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD é um imposto 
brasileiro de competência dos Estados e do Distrito Federal, que incide quando 
da transmissão não onerosa de bens ou direitos, tal como ocorre na herança 
(causa mortis) ou na doação (inter-vivos). 
Competência 
A Constituição estabelece que o ITCMD terá suas alíquotas máximas fixadas 
pelo Senado Federal (artigo 155, inciso I, combinado com seu próprio 
parágrafo 1º). 
Art.155... 
§ 1.º O imposto previsto no inciso I: 
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, 
compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito 
Federal 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, 
compete ao Estado onde se processar o inventário ou 
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito 
Federal; 
III - terá competência para sua instituição regulada por lei 
complementar: 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; 
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou 
domiciliado ou teve o seu inventário processado no 
exterior; 
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21 
 
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado 
Federal; 
Função 
É eminentemente fiscal, funcionando como importante fonte de recursos para 
os Estados e para o Distrito Federal. 
Fato gerador 
É a transmissão causa mortis, ou a doação de propriedade ou domínio útil de 
bens imóveis por natureza ou por acessão física, de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia e as servidões prediais e as de ações, créditos, 
quotas, títulos e valores, ou outros bens móveis de qualquer natureza, e os 
direitos a eles relativos. 
Alíquotas 
O imposto sobre heranças e doações terá suas alíquotas máximas fixadas pelo 
Senado Federal; salvo essa limitação, prevalece a liberdade dos Estados e DF 
para o estabelecimento de tais alíquotas. 
Base de cálculo 
Fixada pela lei da entidade competente para instituir o tributo; deve ser, em 
princípio, o valor de mercado do bem objeto da transmissão. 
Contribuinte 
Na herança, o herdeiro ou legatário; na doação, tanto o doador quanto o 
donatário, conforme determinar a lei do Estado tributante. 
Lançamento 
Em princípio, é feito por declaração; o contribuinte oferece ao fisco os 
elementos necessários ao respectivo cálculo.
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22 
 
2.2 Imposto sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e prestações de serviços - ICMS 
Competência 
Estadual prevista no art. 155, II da Constituição Federal (combinado com seu 
parágrafo 2º) 
Art.155 ... 
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for 
devido em cada operação relativa à circulação de 
mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou 
pelo Distrito Federal; 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em 
contrário da legislação: 
a) não implicará crédito para compensação com o 
montante devido nas operações ou prestações seguintes; 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações 
anteriores; 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das 
mercadorias e dos serviços; 
Função 
O ICMS é tributo de função predominantemente fiscal. 
Fato gerador 
É qualquer operação relativa a circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares, a prestação de serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores, 
as prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, o 
fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos 
na competência tributária dos Municípios e o fornecimento de mercadorias com 
prestação de serviços sujeitos ao ISS, de competência dos Municípios, quando 
a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto 
estadual. 
Incidência 
O imposto incide sobre: 
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23 
 
a) Operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
b) Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, 
por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
c) Prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, 
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a 
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer 
natureza; 
d) Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
e) Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos 
ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei 
complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do 
imposto estadual. 
f) A entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou 
jurídica, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo 
permanente do estabelecimento; 
g) O serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior; 
h) A entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o 
adquirente. 
Não incidências 
O imposto não incide sobre: 
a)Operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão; 
b) Operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, 
inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-
elaborados, ou serviços; 
c) Operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, 
quando destinados à industrialização ou à comercialização; 
d) Operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; 
e) Operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se 
destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, 
de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como 
sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, 
ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar; 
f) Operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra 
espécie; 
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24 
 
g) Operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive 
a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do 
devedor; 
h) Operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do 
bem arrendado ao arrendatário; 
i) Operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. 
j) Equipara-se às operações de que trata o item II a saída de mercadoria 
realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada 
a: 
k) empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro 
estabelecimento da mesma empresa; 
l) armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. 
Não cumulatividade do imposto 
O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. 
É assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto 
anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de 
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento. 
Exemplo: 
Total do ICMS devido pelo sujeito passivo: R$ 50.000,00 
Valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de 
mercadorias R$ 10.000,00. 
Valor do ICMS a pagar: R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 
40.000,00. 
Alíquotas 
Variam conforme a operação seja interestadual ou efetuada dentro de um 
mesmo Estado; costumam ser mais baixas, ou até mesmo zero, nas operações 
de exportação; são mais elevadas (25%) em operações internas, interestaduais 
e de importação para alguns produtos e serviços, como armas, bebidas 
alcoólicas e serviços de comunicação. 
Contribuinte 
É qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize operação de circulação de 
mercadorias ou prestação de serviços descrita como fato gerador desse 
imposto; deverá ser determinado por lei complementar , segundo o art. 155. § 
2º, XII, a, da CF. 
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25 
 
Lançamento 
É por declaração do contribuinte, podendo ser efetuado de ofício, quando 
ocorrer o fato gerador e não for pago o imposto correspondente. 
Convênios interestaduais 
A CF, diz que caberá a lei complementar, regular a forma como, mediante 
deliberação dos Estados e do DF, isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados (art. 155, § 2º, XII, g).
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26 
 
2.3 Imposto sobre propriedade de veículos automotores - IPVA 
Competência: é atribuída aos Estados e ao DF ( art. 155, III) 
Função 
O IPVA tem função predominantemente fiscal; tem, todavia, função extrafiscal, 
quando discrimina, por exemplo, em função do combustível utilizado. 
Fato gerador 
É a propriedade do veículo automotor, o domínio útil ou a posse legítima de 
veículo automotor (direito de uso). A incidência só se configura quando a posse 
ou propriedade for mantida por pessoa que possua a condição de consumidor 
final. 
O fato gerador é periódico, cobrado a cada exercício, relativamente à 
propriedade do veículo automotor. 
A jurisprudência afasta a cobrança do imposto sobre as embarcações e 
aeronaves, de modo que o IPVA não está sendo exigido sobre tais veículos em 
nenhuma unidade federada. 
A incidência do IPVA sobre a propriedade do veículo exclui a de outros tributos, 
permitindo-se a cobrança de taxas referentes ao registro e licenciamento do 
veículo. 
Alíquota 
É fixa; não é indicada em porcentagem, pelo menos em alguns Estados, mas 
em valor determinado, em referência ao ano de fabricação, com alíquotas 
mínimas fixadas (art. 155, III § 6º) 
Art. 155 ... 
III ... 
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; II 
- poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e 
utilização. 
Base de cálculo 
É o valor do veículo, ao qual se chega indiretamente, pelo ano de fabricação, 
marca e modelo do veículo. 
 No caso de veículo novo, o valor venal é aquele fixado pelo órgão 
federal ou o preço efetivo da alienação, constante do documento fiscal; 
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27 
 
 No caso de veículo usado, é o valor fixado em tabelas de valores 
apurados por pesquisas e publicações ou a partir dos preços médios de 
mercado e características do veículo. Tal tabela, editada pelas 
Secretarias. da Fazenda e Planejamento dos Estados, e deverá ser 
publicada antes do exercício do lançamento. 
 No caso de veículo importado, é considerado o valor da importação, 
expresso em moeda estrangeira e convertido pelo câmbio do dia do 
pagamento, a partir da documentação do desembaraço aduaneiro. 
Contribuinte 
É o proprietário do veículo, presumindo-se como tal a pessoa em cujo nome o 
veículo esteja licenciado pela repartição competente. 
Lançamento 
O imposto será lançado de ofício, no mês de janeiro de cada ano, 
relativamente ao veículo usado. 
 
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3 Tributos Municipais 
Os impostos municipais estão previstos na Constituição federal. 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos 
sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão 
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos 
no art. 155, II, definidos em lei complementar. 
3.1 Imposto sobre propriedade Predial e Territorial Urbana - 
IPTU 
Competência 
O IPTU é de competência dos Municípios (CF, art. 156, I, e CTN, art.32) 
Recolhimento cabe ao município da situação do bem. 
Função 
A função do IPTU é tipicamente fiscal; seu objetivo primordial é a obtenção de 
recursos financeiros para os Municípios. 
Fato gerador 
É a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por 
acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do 
Município (CTN,art. 32). 
Entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o 
requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 
dois dos itens seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: 
a) Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; 
b) Abastecimento de água; 
c) Sistema de esgotos sanitários; 
d) Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição 
domiciliar; 
e) Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) 
quilômetros do imóvel considerado. 
 
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29 
 
Alíquotas 
São fixadas pelos Municípios, sem que a CF nem o CTN imponham qualquer 
limitação. 
Sua alíquota varia de um Município para outro, sendo admissível sua 
progressividade após a edição da Emenda Constitucional 29/2000. 
O Estatuto das Cidades, no seu artigo 7º, § 1 (Lei 10.257/2001) estipula que a 
alíquota máxima a ser aplicada para cobrança do IPTU progressivo no tempo é 
de 15%. 
Base de cálculo 
É o valor venal do imóvel (CTN, art. 33) 
Contribuinte 
É o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a 
qualquer título (CTN, art. 34). 
Lançamento 
É feito de ofício, sendo enviado aos proprietários para pagamento com data pré 
estabelecida. 
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30 
 
3.2 Imposto sobre a transmissão “inter vivos” de bens imóveis 
e direitos a ele relativos- ITBI 
Competência 
É dos Municípios (CF, art. 156, II). 
Recolhimento cabe ao município da situação do bem. 
Função 
É predominantemente fiscal. 
Fato gerador 
É a transmissão, inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou por acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição. 
Bens imóveis por natureza 
Imóveis que se formaram por força da natureza, compreendendo o solo com a 
sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, como árvores, frutos 
pendentes, espaço aéreo e subsolo. 
Bens imóveis por acessão física 
Tudo que o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente 
lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar 
sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
Não incidência 
 Transmissão de bens móveis 
 Transmissão gratuita de bens 
 Transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa 
jurídica em realização de capital, 
 Transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, 
cisão ou extinção de pessoa jurídica 
OBS: O imposto será devido caso, a atividade preponderante do adquirente for 
a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou 
arrendamento mercantil; 
Alíquotas 
São fixadas pelo Município, mediante lei ordinária, inexistindo limitação 
constitucional aos percentuais. 
 
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31 
 
Base de cálculo 
É o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (CTN, art. 38). 
Contribuinte 
É qualquer das partes na operação tributária, conforme dispuser a lei (CTN, art. 
42). 
Geralmente, os municípios atribuem a sujeição passiva ao adquirente ou 
cessionário. A maioria das legislações municipais considera direitos 
transmitidos por: 
 Compra e venda 
 Dação em pagamento 
 Permuta 
 Uso, usufruto e enfiteuse. 
 Cessão de direitos à sucessão aberta 
 Instituição de direito de superfície 
Lançamento: 
É feito mediante declaração do contribuinte, podendo também ser executado 
de ofício. 
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3.3 Imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISSQN 
Competência 
É da competência dos Municípios (CF, art. 24, II). 
Função 
O ISS tem função predominantemente fiscal. 
Fato gerador 
É a prestação de serviços de qualquer natureza, de caráter profissional, 
elencado em lei ordinária, prestados em caráter oneroso, por empresa ou por 
profissional autônomo, tendo ou não estabelecimento fixo, desde que não seja 
de competência tributária dos Estados. 
Alíquotas 
São estabelecidas pelos próprios Municípios, obedecidos os valores máximos 
fixados pela União, em lei complementar, segundo o disposto na CF, art. 156, § 
3º, I; podem ser proporcionais ou fixas, conforme a qualidade pessoal do 
prestador. 
Base de cálculo 
É o preço do serviço prestado; se o serviço envolve, também, o fornecimento 
de mercadorias, sujeitas ao ICMS, a base de cálculo será o valor do serviço 
menos o preço das mercadorias que serviu de base de cálculo para o ICMS. 
Contribuinte 
É o trabalhador autônomo ou a pessoa jurídica que prestou o serviço elencado 
na lei ordinária. 
Lançamento 
É feito por homologação, podendo ser efetuado de ofício. 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
Bibliografia Básica: 
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 24ª ed. 
São Paulo: Malheiros, 2008. 
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 29ª ed. São Paulo: 
Malheiros, 2008. 
Bibliografia Complementar: 
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6ª ed. São Paulo: 
Malheiros, 2006. 
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 20ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. 
CASSONE, V. Direito tributário. 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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