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Administração de Varejo Aula 1 Profª. Mª. Ana Paula Polazzo EMENTA Focos importantes na Administração do Varejo: Fornecedores, Clientes, Concorrentes. Técnicas para realizar e controlar as operações do varejo. Como acompanhar o desempenho do mercado para tomada de decisões dos negócios. Marketing e Publicidade no Varejo. OBJETIVOS GERAIS Transmitir ao estudante os conceitos da Administração do Varejo e a sua importância no processo da Gestão dos negócios varejista. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Conhecer e utilizar as técnicas e ferramentas gerenciais disponíveis no mercado para operação dos negócios e acompanhamento do mercado. Como utilizar o Marketing e a publicidade no varejo. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Histórico e evolução do varejo no Brasil • Autosserviço; • Shopping Centers; • Franquias; • Venda direta; • Varejo eletrônico. 2. Funções e tipos de varejo • Função do varejo; • Canais de distribuição integrados e não integrados; • Funcionamentos, administração, tipos e tendências dos shopping centers; • Franquias e sua estrutura. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 3. Geomarketing e localização do ponto • A loja: fachada, atmosfera e layout; • Iluminação, cor etc. 4. Composto de varejo • Produto; • Preço; • Promoção; • Apresentação; • Pessoas; • Ponto. 5. Comunicação no varejo • Composto de promoção; • Promoção de vendas; • Relações públicas; • Propaganda; • Merchandising; • Venda Pessoal; • Trade Marketing. 6. Criação de promoções no varejo • O que é e para que servem as promoções; • Criação de promoções; • Indicadores de desempenho; • Erros que devem ser evitados. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 7. Marketing de varejo na internet 8. Atendimento ao cliente no varejo 9. Desafios da administração do varejo • O gestor do varejo 10. Comportamento do consumidor • Comportamento do consumidor no varejo; • Gerações; • Motivações do consumidor. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ESTRATÉGIA DE TRABALHO O curso contará com equilíbrio teórico – prático por meio de exposições e discussão de casos práticos, utilizando: • Aulas expositivas; • Aulas reflexivas com análise de casos; • Dinâmica de grupos; • Seminários; • Vídeos; • Debates. Será sempre indicada a bibliografia básica e específica necessária ao acompanhamento do curso e orientação do aluno na vida acadêmica e profissional. A exposição será feita por meio de colocação dos pontos a serem discutidos de forma esquemática, seguida de apresentação por parte do professor. Para todas as exposições e para todos os pontos deverão ser utilizadas apresentações de casos práticos. AVALIAÇÃO Duas provas teóricas/práticas bimestrais e trabalhos individuais ou em grupo, mais o projeto PIM, sempre envolvendo os assuntos voltados à gestão das organizações, sendo que a média do semestre será constituída por 40% da nota da P1, 40% da nota da P2 e 20 % da nota do PIM. VII – BIBLIOGRAFIA BÁSICA CHURCHILL JUNIOR, G A; PETER, J P. Marketing: criando valor para os clientes. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. + MINHA BIBLIOTECA. DAUD, M, RABELLO, W. Marketing de varejo: como incrementar resultados com a prestação de serviços. Porto Alegre: Bookman, 2008. LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. + MINHA BIBLIOTECA. COMPLEMENTAR ANGELO, C. F de. SILVEIRA, J A G da. Varejo competitivo. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2001. GELMAN, J J; PARENTE, J. Varejo socialmente responsável. São Paulo: Bookman, 2008. GODOY, A. 4 F`S do varejo: a ferramenta que faltava ma gerencia das lojas. São Paulo: Qualitymark, 2006. GRAZZIOTIN, O. A Arte do Varejo: o pulo do gato esta na compra. 5 ed. São Paulo: Senac, 2006. PREDEBON, J. Inovação no varejo: o que faz o lojista criativo. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. + MINHA BIBLIOTECA. VII – BIBLIOGRAFIA VIRTUAL CHURCHILL JUNIOR, G A; PETER, J P. Marketing: criando valor para os clientes. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. + MINHA BIBLIOTECA. https://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502183605/cfi/0 LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2013. https://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522478804/cfi/0!/4/2@100:0.00 PREDEBON, J. Inovação no varejo: o que faz o lojista criativo. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. https://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522470365/cfi/0!/4/4@0.00:65.1 Varejo Em meados da década de 1950, dizia-se que varejo consiste no processo de compra de produtos em quantidade relativamente grande de produtores, atacadistas, distribuidores e outros fornecedores para revenda em quantidades menores ao consumidor final. Dessa forma, o varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente aos consumidores finais. Sendo assim, qualquer organização que utiliza esse sistema de venda, seja ela fabricante, atacadista ou varejista, está praticando varejo. Varejo Independentemente da forma com que as definições varejistas são apresentadas, um aspecto a destacar é que se trata de comercialização a consumidores finais. Um comércio varejista que vende por meio de lojas é chamado de varejo lojista, e aquele em que se vende diretamente ao consumidor é o não lojista. Para venda a consumidores finais, há várias funções desempenhadas: um varejista compra mercadorias, vende, financia, além de executar várias outras funções próprias de um intermediário. Varejo O varejo está localizado entre os fornecedores e os consumidores, o que lhe confere um papel de importância como intermediador na cadeia de suprimentos. Ele é responsável por todas as atividades que englobem o processo de venda de mercadorias e serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final. Ele permite o acesso dos consumidores aos produtos e serviços que desejam adquirir. O varejo divide os lotes, permitindo que os fabricantes vendam grandes quantidades e os consumidores tenham acesso aos produtos em lotes menores, o que atende melhor às necessidades de ambas as partes. Varejo e suas relações econômicas O varejo é o tipo de empresa ou negócio que tem como uma das principais características estar relacionado diretamente ao cotidiano das pessoas, das comunidades, das regiões, enfim, da sociedade. Em todas as localidades do país existe algum estabelecimento de comércio que vende bens e serviços ao consumidor final e, normalmente, tem uma ligação íntima com uma região e a própria cultura local. Varejo e suas relações econômicas O varejo também tem uma íntima relação com a política econômica do governo, sendo responsável pela geração e pela manutenção de milhares de empregos (20% das pessoas ocupadas)* e por expressivo valor na arrecadação dos impostos. O setor é extremamente sensível às oscilações do mercado. Normalmente, as vendas respondem de maneira muito rápida às alterações na conjuntura macroeconômica e no poder aquisitivo dos consumidores. Varejo e suas relações econômicas O consumo das famílias em 2014 foi de R$ 2.942 trilhões, o que significa que o impacto do varejo total no PIB foi de 55,71%. O varejo nacional registrou crescimento de 2% ao longo de 2017, mas sofreu retração em dezembro, com uma queda de 1,5%. Em dezembro, a atividade econômica foi puxada pela indústria, que cresceu 2,8%, e pelo setor de serviços, com alta de 1,8%. O desempenho da indústria ao longo do ano foi de expansão de 2,5%. O setor de serviços, porém, caiu 2,8% mesmo com o bom desempenho no último mês do ano. Varejo e suas relações econômicas No entanto, o varejo tem encontrado problemas, principalmente as micro e as pequenas empresas. Deacordo com o relatório da Serasa Experian Falências, Recuperações Judiciais e Concordatas (2016), foram 994 falências requeridas em 2016 para as micro e as pequenas empresas, sendo 492 decretadas. 426 falências requeridas para as médias empresas, sendo 161 decretadas, o que demonstra uma certa fragilidade das pequenas e das médias empresas. Ondas de serviços Identificam-se cinco ondas de serviços oferecidos pelo varejo global, sendo que as quatro últimas sinalizavam a busca de alternativas para melhoria direta de receitas e resultados e se destacava o crescimento do interesse pela expansão dessas alternativas. A primeira das cinco ondas foi a dos serviços oferecidos nas lojas, usualmente terceirizados, que visavam a tornar mais fácil a vida dos clientes, como câmbio, embalagens para presentes, assistência técnica para alguns produtos etc. Ondas de serviços Na segunda onda, o varejo avança disponibilizando serviços com sua marca, integrados com os produtos comercializados e visando ao aumento das receitas de vendas, a melhoria da rentabilidade e a busca da diferenciação, com cobrança direta ou indireta. Estão nesse grupo as instalações de produtos, os projetos de decoração ou móveis modulados e a assistência técnica especializada para produtos eletrônicos, como feito pela Best Buy por meio de sua operação Geek Squad, nos Estados Unidos. Ondas de serviços A terceira onda é característica dos serviços financeiros oferecidos pelo varejo e inclui todas as alternativas que vão dos seguros e extensão de garantia e podem chegar até a operação de serviços bancários com a marca do varejo, como feito por Marisa, Riachuelo, Renner, Magazine Luiza ou Pão de Açúcar no Brasil; o que ocorre simultaneamente com grandes varejistas no mundo afora. Ondas de serviços Na quarta onda, o varejo avança para serviços pagos que estão fora de seu ambiente original de atuação, aproveitando as informações disponíveis sobre o perfil de consumo de seus clientes, em especial por meio do cartão de crédito próprio, para atender a demandas e oportunidades identificadas, além de ampliar as oportunidades de relacionamento mais direto, aumentando o share of pocket * da marca nos dispêndios dos clientes.Ex: Carrefour agência de viagens *Share of pocket. Esse é um termo relativamente novo no Brasil, apesar do conceito já ser bem conhecido. Share of pocket representa a fatia do bolso do consumidor que uma categoria de produtos ou serviços dispõe. O bolso (renda) é um só. Ondas de serviços A quinta onda é aquela dos serviços pagos que foram incubados dentro dos pontos de venda das redes, por sua crescente importância nos negócios dos conglomerados varejistas. São exemplos desse movimento as agências bancárias ou de financiamento. Nos últimos anos, dois novos movimentos começaram a se tornar mais claros, permitindo antever a caracterização de duas novas ondas que se tornarão ainda mais relevantes. Ondas de serviços A sexta onda, que já se firmou e só tenderá a crescer de importância, é a dos serviços digitais oferecidos por varejistas, como os downloads de livros, jogos, músicas e filmes, feitos nos sites das empresas varejistas, que podem substituir ou complementar a venda dos produtos físicos nas lojas ou na própria internet. Os exemplos são inúmeros e incluem tudo que a Amazon tem feito de forma precursora, e no Brasil tem sido acompanhado pelas ofertas nessa mesma direção da Livraria Cultura, da Saraiva ou das diversas marcas da B2W (Americanas.com, Submarino, Shoptime, Submarino Finance e SouBarato). A venda digital de serviços pelos varejistas é um dos campos mais férteis e de expansão do e-commerce e parte de um processo natural na curva de aprendizagem dos consumidores, agindo como elemento promotor e reforço positivo do comportamento a partir de experiências bem-sucedidas. Ondas de serviços A sétima onda é aquela marcada pelo avanço da indústria fornecedora de produtos para a atuação no varejo com integração de serviços para atender às demandas emergentes, criar novas oportunidades de negócios, gerar maior visibilidade para as marcas e desenvolver um relacionamento direto com o consumidor final. São exemplos desse movimento as operações da Nestlé (e outras) com seus quiosques de café e sorvetes, das sorveterias da Häagen Dazs etc. História do varejo O varejo é uma das atividades pioneiras que a humanidade conhece. Depois que o homem deixou de ser nômade, fixou-se em um determinado local para explorar a agricultura e a criação de animais. De acordo com a história, a prática de escambo surgiu na Pré-História, durante o período Neolítico (há cerca de 10 mil anos). Foi o surgimento da agricultura e da criação de gado que favoreceu a troca de trabalho por produtos nesse período. História do varejo brasileiro O crescimento do varejo no Brasil pode ser dividido em quatro fases, assim: Fase 1 – até os anos 1950: faltam bens industrializados. O comércio era basicamente constituído de feiras e mercados de vizinhança. As classes dominantes eram agrícolas e comerciais. Fase 2 – anos 1970 (localização): consumo de produtos massificados. Surgem os primeiros shoppings centers. Em 1974, o primeiro hipermercado é inaugurado no Brasil. História do varejo brasileiro Fase 3 – anos 1980 (produto): consumo de marcas em alta. No cenário econômico, a hiperinflação e a recessão estão presentes, porém ocorrem ganhos financeiros. Os modelos em crescimento são os hipermercados e surgem as lojas de fábrica. Fase 4 – anos 1990: o presidente Fernando Collor de Mello proporciona a abertura do mercado. Fase de grande inflação e perda de poder de compra. Posteriormente, o Plano Real traz estabilidade nos preços. Ocorre o acirramento da concorrência com investimentos estrangeiros. Ocorre a entrada de grandes empresas estrangeiras. Funções e tipos de varejo Lojas de especialidade: comercializam uma linha estreita de produtos com um profundo sortimento dentro dessa linha, como: roupas, materiais esportivos, móveis, floriculturas e livrarias. Lojas de departamentos: vendem várias linhas de produtos, tipicamente roupas, móveis e utilidades domésticas, em que cada linha é gerenciada como um departamento separado, administrado por compradores especializados etc. Supermercados: relativamente grandes, operam com um custo baixo, margem pequena, volume elevado, autosserviço projetado para atender às necessidades totais dos consumidores em termos de alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza e produtos para a manutenção do lar. Funções e tipos de varejo Lojas de conveniências: ocupam espaços relativamente pequenos, localizados próximo a áreas residenciais, permanecendo abertos além do horário normal e sete dias por semana. Vendem uma linha limitada de produtos de conveniência de alta rotatividade. Devido a seu horário de atendimento estendido e produtos complementares para compras de última hora, são caracterizados por preços elevados. Lojas de descontos: vendem mercadorias padronizadas a preços mais baixos porque trabalham com pequenas margens e grande volume. Vendem regularmente suas mercadorias a preços baixos, oferecendo, majoritariamente, marcas nacionais. Funções e tipos de varejo Varejistas off-prices (de liquidação): compram a preços abaixo de atacado e transferem parte da vantagem aos consumidores. Trabalham com sortimento variável e mutante de produtos de alta qualidade. Utilizam-se, muitas vezes, de pontas de estoque, números e modelos esparsos obtidos a preços reduzidos de fabricantes ou de outros varejistas. Funções e tipos de varejo Superlojas: visam atender à necessidadetotal dos consumidores para compras rotineiras de alimentos e itens não alimentícios. Geralmente oferecem uma gama variada de serviços, como: lavanderias, sapateiros, caixas eletrônicos de bancos. Seu sortimento de produtos vai além de bens comprados rotineiramente, incluindo móveis, eletrodomésticos grandes e pequenos, itens de vestuário etc. A abordagem básica desse tipo de varejo é a exposição de grandes volumes de produtos com mínima manipulação por parte dos funcionários. Showroom – vendas por catálogos: vendem uma seleção ampla de bens de marcas conhecidas que, por catálogos, permitem margens altas, giro rápido e descontos nos preços. O sortimento oferecido inclui joias, ferramentas elétricas, câmeras fotográficas, malas de viagem, pequenos eletrodomésticos, brinquedos e materiais esportivos. Tipos de operações em varejo Novos tipos de lojas surgem para atender às preferências variadas em relação a diferentes níveis e tipos de serviços. Os varejistas da maioria das categorias de produtos podem posicionar-se ao oferecer um entre quatro níveis de serviços: Varejo de autosserviço: usado em muitas operações varejistas, especialmente para oferecer bens de conveniência. Muitos consumidores estão dispostos a assumir seu próprio processo de localizar, comparar e selecionar produtos para economizar dinheiro. Tipos de operações em varejo Varejo de autosseleção: envolve consumidores à procura de bens, com alguma assistência de vendedores. Esse tipo de varejo tem mais custos operacionais do que os varejos de autosserviço, porque exigem maior número de funcionários. Varejo de serviço limitado: fornece mais assistência de venda em razão de oferecer maior número de produtos que demandam informação de vendedores. Lojas desse tipo oferecem privilégios de crédito e devolução de mercadorias, o que não é comumente encontrado em lojas que oferecem poucos serviços. Com isso, os varejos de serviço limitado possuem custos operacionais ainda mais elevados. Tipos de operações em varejo Varejo de serviço completo: é composto de lojas que possuem vendedores preparados para orientar o consumidor em todas as fases do processo de localização, comparação e seleção de compra. Os consumidores que gostam de ser atendidos preferem esse tipo de loja. Devido ao grande número de serviços diferenciados, esse tipo de varejo apresenta um custo extremamente elevado. Shopping centers Com o passar dos anos, características, como comodidade, segurança e facilidade de estacionamento começaram a ganhar a preferência do consumidor, e os shoppings centers conquistaram seu espaço. Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em informações de janeiro de 2017, o setor conta com 558 shoppings. A área total bruta implantada ocupa espaço superior a 35 milhões de metros quadrados, compreendendo cerca de 100.000 estabelecimentos, destes, mais de 70 mil lojas-satélite, 2.381 megalojas e 3.403 lojas-âncora (ABRASCE, 2017). Aproximadamente 50% dos empreendimentos estão concentrados no interior do país. Em termos de volume de vendas, o setor é responsável por 18% do faturamento total do varejo nacional (excluídos os setores automotivo e os derivados de petróleo), tendo faturado mais de R$ 151 bilhões em 2015, sendo ainda responsável por gerar mais de 1 milhão de empregos diretos. Boa Noite!