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Prático - Acupuntura - Turma 6

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FACULDADE SANTO ÂNGELO
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
O AUXÍLIO DA ACUPUNTURA NA SAÚDE DOS CÃES
Santo Ângelo, RS.
2019
FACULDADE SANTO ÂNGELO – FASA
Róbson Cristiano Schons Langer
Dionathan Eliéu Ehrlich Jardim
Lia Roberta Unfer
Carjan de Oliveira de Moura
O AUXÍLIO DA ACUPUNTURA NA SAÚDE DOS CÃES
Relatório da prática de pesquisa realizada no Projeto Teórico/Prático da Faculdade Santo Ângelo – FASA, sob a orientação do professor (a) Cristiane Elise Teichmann.
Santo Ângelo, RS.
2019
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
SINTOMAS E PATOLOGIA
	A utilização da acupuntura nos tratamentos patológicos é de importância para ajudar no auxilio da recuperação para que haja um melhor desempenho. Alterando o equilíbrio dos estados contraditórios e reestabelecer o estado de energia com isso mantendo a organização ideal do órgão e do organismo a ser tratado (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997 apud FOGANHOLLI, et al., 2007).
	A doença articular degenerativa também conhecida como artrose é muito complexa crônica e sua evolução é lenta, acaba afetando as cartilagens do cão. Os sintomas dessa patologia são dor, cansaço, dificuldade na locomoção motora e lentidão (JOHNSTON et al., 2008 apud MONTANHA, et al., 2013).
	Existem diversas patologias que afetam os animais, e muitas vezes inibem seus desempenhos, crescimentos e até mesmo pode os levar a morte. Eles apresentam diversificados sintomas, através desses sintomas a escolha do tratamento é ideal.
	A identificação de doenças vem através dos sintomas apresentados pelo animal, como são o caso das doenças degenerativas, doenças cardiovasculares, respiratórias, entre outras. Além de ser um risco para a saúde do animal, muitas dessas doenças podem ser consideradas zoonoses, ou seja, é um risco para a saúde humana.
	Os sintomas podem ser identificados de diversas maneiras, apresentando sinais de febre, vomito, dores nas regiões afetadas, desequilíbrio dos organismos, perca de apetite, diarreia, secreções oculares, entre outros. São esses os sinais que fazem o medico veterinário escolher o tratamento ideal logo após diagnosticar a patologia do animal (SILVA, 2007).
PONTOS DE PRESSÃO
	Os acupontos, assim chamados os pontos de acupuntura, são tidos como portas de entrada e saída de energia de um organismo. São locais onde é possível a manipulação do da energia para restaurar a energia do organismo. Estão divididos através de canais de energia que se relacionam (ALTMAN, 1997 apud FARIA e SCOGNAMILLO-SZABÓ, 2008), e por onde circula um fator principal responsável por associar, regular e controlar as atividades funcionais do corpo. Este fator é nomeado de Qi, que significa a energia vital circulante (FARIA e SCOGNAMILLO-SZABÓ, 2008).
METODOLOGIA
	O presente projeto baseia-se numa pesquisa bibliográfica e uma entrevista com um Médico Veterinário especializado na área da Acupuntura através de um formulário de perguntas mandado pelas redes sociais para o mesmo.
RESULTADOS
	Através da presente pesquisa realizada por meio de entrevista direta com um médico veterinário e pesquisa bibliográfica, constata-se que a acupuntura vem como uma terapia inovadora e muito eficiente no auxilio do tratamento de doenças ósseo degenerativas. De acordo com o médico veterinário entrevistado, “a acupuntura ativa o sistema central de liberação de endorfinas, provocando assim, analgesia. Umas das funções mais efetivas da acupuntura é o alívio da dor muscular. O alívio da dor obtido por inserção da agulha pode ser induzido pelo aumento da circulação no músculo espástico. Ainda, a acupuntura estimula um efeito anti-inflamatório porque libera corticoides endógenos. Ademais, a acupuntura pode agir como um regulador da atividade dos neurônios motores alfa e gama. Isso reduz o inchaço nas articulações, a dor e a inflamação e, assim, a ativação secundária dos neurônios motores. Dessa forma, pode-se dizer que os efeitos benéficos da acupuntura não estão relacionados apenas à analgesia secundária à liberação de endorfinas, mas também relacionados com o aumento da vasodilatação local e com os efeitos anti-inflamatórios, com a liberação de pontos-gatilho e eventual alívio de rigidez.” Existem procedimentos a serem realizados antes da sessão, como fazer a anamnese, proceder ao exame físico, solicitar e interpretar exames complementares, que certamente são de extrema importância. No caso, quando da suspeita de doença ósseo degenerativa, o acesso a exames como Raios-X e Tomografia Computadorizada são de extrema valia. Mas deve-se ter em mente que o médico veterinário que busca um diagnóstico pela Medicina Tradicional Chinesa realiza uma verdadeira investigação por sinais ou sintomas que normalmente não teriam tanta importância para um clínico ocidental, pois a visão daquele sobre o animal é holística, ou seja, busca-se entender a causa e não apenas tratar o problema.
	O paciente pode ter uma rotina semanal para cada sessão, desse jeito a melhora ou tempo de resposta pode ser alcançada em 3 a 4 dias e manterá o animal estável até a próxima sessão, porém cada caso é um caso e os animais podem ter a melhora em dias diferentes, uns mais rápidos e outros mais lentos. Nos casos agudos, o recomendado é fazer a sessão a cada 2 ou 3 dias sucessivamente até que se alcance os resultados desejados. A sessão compreende o tempo de chegada do animal, breve anamnese (quando não se tratar da primeira consulta) e colocação das agulhas. Normalmente, o paciente fica com a agulha por 20 minutos, salvo filhotes, animais idosos ou debilitados. Dessa forma, pode-se dizer que a sessão, num todo, leva em torno de 40 minutos.
	Quando os casos são crônicos a melhora do paciente será mais lenta e variará de acordo com a frequência das sessões até alcançar os resultados esperados (SCHOEN, 1993 apud SILVA, 2011).
	Existem três ângulos para se inserir a agulha no paciente, a inserção perpendicular, penetrando verticalmente a pele formando um ângulo de 90º, recomendada para os locais onde tenham mais músculos. A inserção oblíqua, atravessando a pele formando um ângulo de 45º, mas ponde variar entre 30º a 60º, recomendada para lugares onde tenham músculos menores e para sedação e estimulação. Na inserção horizontal, a agulha fica bem rasa na epiderme, em um ângulo de 15º, podendo variar de 10º a 20º, recomendada para qualquer local que tenha contra indicação das outras inserções por causa da profundidade (SILVA, 2011).
								 (SILVA, 2011).
	Sobre a profundidade que se insere a agulha, ela varia de acordo com o paciente e o lugar da inserção. De acordo com o paciente, deve-se levar em conta a idade, constituição física e intensidade da reação e sobre o lugar de inserção, cuidar a localização da patologia e as associações dos pontos que forem escolhidos.
	As ações da acupuntura em cães com essas doenças são benéficas, ainda mais considerando que tratamentos usuais utilizando medicamentos alopáticos causam efeitos colaterais, os custos se for fazer uma cirurgia e ainda os cuidados nos procedimentos pós-operatórios se ela for executada (SANTOS, et al., 2015). Assim deixando evidente a aceitação dos animais a terapia e uma melhora da resposta imunológica. Reduzindo assim a agressão ao sistema renal dos animas comumente correlacionada ao uso de medicamentos como anti-inflamatórios e anestésicos que fazem parte do tratamento e acompanharam o animal ao longo da vida. Tendo a variável do grau da lesão e fatores como idade avançada e disfunções hepáticas, a acupuntura torna possível um tratamento sem efeitos colaterais mesmo não atingindo a cura total da doença manifestada, proporciona uma grande melhora na qualidade de vida restabelecendo a saúde do paciente (SANTOS, et al, 2015), merecendo assim muito mais atenção dos profissionais da área.
	Os principais acupontos para tratar patologias na coluna são: Bai Hui, Shen Peng, Hua Tuo Jia Ji, Ba Jiao e Pontos Paracaudais. Fora os inúmeros outros que existem para membros pélvicos, torácicos,cabeça, pescoço, órgãos, etc (SILVA, 2011).
	Na maioria dos casos, os animais reagem muito bem durante as sessões. Percebe-se que quando é a primeira sessão o animal pode se mostrar desconfiado, inseguro, o que já não acontece mais ao longo das demais sessões. Ainda, se necessário, pode-se fazer uso de suportes para acomodar os animais, para que fiquem em estação e parados. Para os que ficam quietos, podem ficar sobre a mesa, no colo do proprietário ou no chão, a depender do tamanho do animal. Ainda, de forma geral, os animais relaxam durante e após a sessão. Não raro os proprietários relatam que seus bichinhos dormiram mais que o habitual durante o dia.
	As contra indicações são importantes ressaltar, como por exemplo, usar a acupuntura antes de determinar a etiologia que vai tratar, ou, antes de ter um diagnóstico mais preciso da patologia. O porquê disso, é que a acupuntura pode mudar ou “esconder” os sintomas, deixando mais difícil a precisão do diagnóstico (SILVA, 2011).
	Se for aplicar a acupuntura no paciente, devem-se tomar algumas precauções e evitar a técnica, como por exemplo:
Aplicar imediatamente após o animal comer demais;
Com o animal extremamente cansado ou depois de exercícios físicos intensos;
Em um local onde o animal não se sinta tranquilo e acompanhado durante as sessões;
Em um animal que vai tomar banho depois da sessão ou que acabou de tomar, para evitar o estresse;
Em fêmeas gestantes;
Quando estão intoxicados com narcóticos, corticosteroides ou atropina.
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1979; BANNERMAN, 1980 apud SILVA, 2011).
	Um último fator importante a considerar a técnica, são os casos agudos, onde a eliminação da dor possa levar o paciente a fazer atividades em excesso, podendo atrapalhar o tratamento da que foi diagnosticado inicialmente (SILVA, 2011).
	Em se tratando de doenças relacionadas ao padrão ósseo-muscular, as raças que mais tem predisposição a patologias, pode-se citar: Afgha-Hound (problemas ósseos, em especial raquitismo e displasia coxofemoral – DCF); Bernese Mountain Dog, Boxer, Doberman, Fila Brasileiro, Pastor Alemão, Pit Bull e Bull Terrier, Rottweiller, São Bernardo, Terranova: todos fortes candidatos a desenvolver DCF; o Doberman pode ainda apresentar a chamada Síndrome de Wobler, que consiste em alterações nas articulações da coluna cervical que provocam sintomas neurológicos como ataxia e dor local; o Pastor Alemão e o Rottweiler podem desenvolver Mielopatia Degenerativa; o Pinscher tem predisposição para desenvolver necrose asséptica da cabeça do fêmur e luxação da patela (assim como o Poodle). O Rottweiler também pode desenvolver ruptura de ligamento cruzado.
CONCLUSÃO
	Com base nas pesquisas foi concluido que a acupuntura pode ser uma forma de auxiliar no tratamento de doenças ósseo degenerativas em cães, trazendo resultados positivos para o paciente e ajudando em sua recuperação. Com isso, garantindo-lhe um melhor desempenho no tratamento.
	Cada animal tem um parecer diferente, o tratamento pode ter variações nas rotinas dos animais dependendo das sessões a serem feitas recomendadas pelo médico veterinário. O tratamento da acupuntura no auxilio das doenças é pouco invasivo, assim, o animal não tem um estresse causado pelo procedimento.
	É preciso prezar pelo bem-estar animal, trazendo-lhe alternativas seguras para que haja uma melhor qualidade de vida ao animal em tratamento, justamente utilizando métodos que não sejam invasivos e que não tragam riscos para o paciente.
REFERÊNCIAS
FARIA, A. B.; SCOGNAMILLO-SZABÓ, M. V. R. Acupuntura Veterinária: Conceitos e técnicas – Revisão. Ars Veterinária, Jaboticabal/SP, v. 24, nº 02, p. 83-91, 2008.
FOGANHOLLI, Josiane Nobre; RODRIGUES, Rodrigo Vieira; PROCÓPIO, Vanessa Armelini; FILADELPHO, André Luís. A utilização da acupuntura no tratamento de patologias na medicina veterinária. Rev. Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano V, nº 09, Julho, 2007.
MONTANHA, Francisco Pizzolato; SOBRAL, Nataly Chimini; ALVES, Maithê Bazaglia; GHINELLI, Mayara Oliveira; AMALFI, Maria Isabel. Doença articular degenerativa em um cão da raça labrador retriever – relato de caso. Rev. Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano XI, nº. 20, Janeiro, 2013.
SANTOS, A. C. dos; SANTOS, G. A. dos; MINARDI, B. D.; ROTHSTEIN, J. M. J. Eficácia da acupuntura e moxabustão no tratamento de cadela com doença do disco invertebral: relato de caso. Arq. Ciênc. Vet. Zool. Unipar, Umuarama, v. 18, nº. 04, p. 247-251, out./dez., 2015.
SILVA, F. S. Patologia e patogênese da leishmaniose visceral canina. Rev. Trópica: Ciências Agrárias e Biológicas, v. 01, nº 01, p. 20-31, 2007.
SILVA, Pedro Henrique Paes Scott e. Revisão de Literatura: Princípios básicos da acupuntura veterinária. 2011. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização)-Instituto Homeopático Jacqueline Peker, Belo Horizonte, 2011.