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65 1. Introdução Neste capítulo, ênfase se dada às Normas Nacionais e Estrangeiras, a Legislação aplicada e a Consolidação das Leis do Trabalho com vistas à Segurança do Trabalho para prevenção e con- trole de risco, cujos temas são: liberdade sindical e direito à negociação coletiva; liberdade sindical e direito à negociação coletiva sob o ponto de vista internacional; liberdade sindical e direito à negociação coletiva sob o ponto de vista nacio- nal; erradicação do trabalho infantil; eliminação do trabalho forçado; e a não discriminação no emprego ou ocupação. Destacam-se, também neste capítulo, as Convenções da OIT Ratificadas no Brasil. O estudo da hierarquia e as normas aplicadas à Segurança do Trabalho para prevenção e controle de risco é tema de estudo, também neste capítulo. 66 2.2. Normas Nacionais e Estrangeiras Para podermos falar em Normas Nacionais e Estrangeiras, devemos chamar a atenção para uma das funções mais importantes da Organização Inter- nacional do Trabalho (OIT), o qual estabelece e ado- ta normas internacionais de trabalho sob a forma de: → Convenções ou → Recomendações Estes instrumentos são adotados pela Con- ferência Internacional do Trabalho com a participa- ção de representantes dos trabalhadores, emprega- dores e dos governos. As Convenções da OIT são consideradas: → Tratados Internacionais Esses Tratados Internacionais, uma vez rati- ficados pelos Estados Membros, passam a integrar a legislação nacional. A aplicação das normas pelos países é examinada por uma Comissão de Peritos na Aplicação de Convenções e Recomendações da OIT, que recebe e 67 avalia queixas, dando-lhes seguimento e produzindo rela- tórios de memórias para discussão, publicação e difusão. Em 1998, foi adotada a Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Tra- balho e seu Seguimento, que é uma reafirmação uni- versal do compromisso dos Estados Membros e da comunidade internacional em geral de respeitar, pro- mover e aplicar um patamar mínimo de princípios e direitos no trabalho, que são reconhecidamente fun- damentais para os trabalhadores. Esses princípios e direitos fundamentais estão recolhidos em oito Convenções que cobrem quatro áreas básicas: → Liberdade sindical e direito à negociação coletiva → Erradicação do trabalho infantil, → Eliminação do trabalho forçado e → A não discriminação no emprego ou ocupação. 68 2.2.1. Liberdade Sindical e Direito à Negociação Coletiva 2.2.1.1. A Liberdade Sindical e Direito à Negociação Coletiva Sob o Ponto de Vista Internacional A Organização Internacional do Traba- lho (OIT) defende com unhas e dentes a liber- dade sindical e negociação coletiva como direitos humanos, conforme a fonte DIAP, publicado em 26/06/2008.17 Em 26 de junho de 2008, a Organização Inter- nacional do Trabalho (OIT) divulgou o Relatório Global: “A liberdade de associação e a liberdade sin- dical na prática: lições aprendidas”. Esse documento, no entendimento da pró- pria OIT, proporciona uma visão panorâmica da aplicação e do cumprimento efetivo dos princípios e direitos universais relativos: → à liberdade de associação, → à liberdade sindical e → à negociação coletiva. 17 - http://www.oitbrasil.org.br/convention 69 A ratificação das convenções internacionais do trabalho de número 87 e 98, relativas à liberdade sindi- cal e à negociação coletiva, expressa o compromisso de implementar os princípios e direitos nelas plasmados. O Relatório Global registra avanços na ampliação da ratificação dessas convenções pelos Estados-Membros da OIT, e indicam também que ainda é necessário um maior esforço para atingir a ratificação universal de ambas as convenções, com- promisso assumido pelos constituintes tripartites da OIT há dez anos, ao aprovar a Declaração sobre os Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho. Importante considerar que até 2007, de um total de 182 Estados-Membros, 148 haviam ratifica- do a Convenção n.º 87 e 158 ratificado a Convenção n.º 98. O Relatório aponta que é preocupante o fato de a Convenção n.º 87 ter se tornado a menos ratificada das oito Convenções fundamentais. 2.2.1.2. A Liberdade Sindical e Direito à Negociação Coletiva Sob o Ponto de Vista Nacional. O Brasil ratificou a Convenção n.º 98 em novembro de 1952. Porém, o mesmo não aconteceu até hoje com a Convenção n.º 87, sobre liberdade sindical e direito de sindicalização, considerada um dos mais importantes tratados multilaterais da OIT. 70 Todos os trabalhadores e empregadores têm o direito de constituir as organizações que julgarem convenientes e de afiliarem-se a elas, com o objetivo de promover e defender seus respectivos interesses e de celebrar negociações coletivas com a outra parte, livremente e sem ingerência de umas sobre as outras, nem intromissão do Estado. Os direitos de sindicalização e de negocia- ção coletiva permitem promover a democracia, uma boa governança do mercado de trabalho e condições de trabalho decentes. O presente Relatório parte, como os outros dois Relatórios Globais que foram publicados sobre este tema em 2000 e 2004, respectivamente, da pre- missa que para se conseguir o objetivo da OIT, um trabalho decente para todas as mulheres e homens deve abranger: → liberdade, → igualdade, → segurança → dignidade humana E, que tenham a oportunidade de expressar- -se sobre o que estes conceitos significam. A liberdade sindical e de associação, o di- reito de sindicalização e de negociação coletiva são direitos humanos fundamentais, cujo exercício tem 71 grande transcendência nas condições de trabalho e de vida, assim como o desenvolvimento e o progres- so dos sistemas econômicos e sociais. 2.2.2. Erradicação do Trabalho Infantil 2.2.2.1. A Erradicação do Trabalho Infantil Sob o Ponto de Vista Internacional A Conferência Geral da Organização Inter- nacional do Trabalho (OIT), convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Secretaria Inter- nacional do Trabalho e reunida em 1ª de junho de 1999, em sua 87ª Reunião, trata da Convenção sobre proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para eliminação, aprovada em 17/06/1999, em versões inglês e francês, igualmente oficiais, foi publicado em 19 de novembro a Convenção n.º 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no Brasil pelo Decreto 3597 de 12/09/2000. As motivações se verificam nas suas consi- derações preliminares que justificam a necessidade precípua de efetividade para a proibição das piores formas de trabalho infantil, senão vejamos: Tendo em vista a necessidade de adotar no- vos instrumentos para proibição e eliminação das 72 piores formas de trabalho infantil, como a prin- cipal prioridade de ação nacional e internacional, que inclui cooperação e assistência internacionais, para complementar a Convenção e a Recomen- dação sobre Idade Mínima para Admissão a Em- prego, 1973, que continuam sendo instrumentos fundamentais sobre trabalho infantil. Considerando que a efetiva eliminação das piores formas de trabalho infantil requer ação ime- diata e global, que leve em conta a importância da educação fundamental e gratuita e a necessidade de retirar a criança de todos esses trabalhos, promo- ver sua reabilitação e integração social e, ao mesmo tempo, atender as necessidades de suas famílias; Tendo em vista a resolução sobre a eli- minação do trabalho infantil adotada pela Con- ferência Internacional do Trabalho, em sua 83a Reunião, em 1996. Reconhecendo que o trabalho infantil é de- vido, em grande parte, à pobreza e que a solução a longo prazo reside no crescimento econômico sustentado, que conduz ao progresso social, sobre- tudoao alívio da pobreza e à educação universal; Tendo em vista a Convenção sobre os Di- reitos da Criança, adotada pela Assembléia das Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989. Tendo em vista a Declaração da OIT sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e 73 seu Seguimento, adotada pela Conferência Interna- cional do Trabalho em sua 86 a Reunião, em 1998; Tendo em vista que algumas das piores for- mas de trabalho infantil são objeto de outros instru- mentos internacionais, particularmente a Conven- ção sobre Trabalho Forçado, 1930, e a Convenção Suplementar das Nações Unidas sobre Abolição da Escravidão, do Tráfico de Escravos e de Instituições e Práticas Similares à Escravidão, 1956; Tendo-se decidido pela adoção de diver- sas proposições relativas a trabalho infantil, ma- téria que constitui a quarta questão da ordem do dia da Reunião, e após determinar que essas pro- posições se revestissem da forma de convenção internacional, adota, neste décimo sétimo dia de junho do ano de mil novecentos e noventa e nove, a seguinte Convenção que poderá ser cita- da como Convenção sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil, 1999. Dos artigos da Convenção, destaque deve ser dado ao seguinte: Artigo 3º: Para os fins desta Convenção, as piores for- mas de trabalho infantil compreendem: (a) todas as formas de escravidão ou práticas 74 análogas à escravidão, como venda e tráfico de crian- ças, sujeição por dívida, servidão, trabalho forçado ou compulsório, inclusive recrutamento forçado ou compulsório de crianças para serem utilizadas em conflitos armados; (b) utilização, demanda e oferta de criança para fins de prostituição, produção de material por- nográfico ou espetáculos pornográficos; (c) utilização, demanda e oferta de criança para atividades ilícitas, particularmente para a produ- ção e tráfico de drogas conforme definidos nos trata- dos internacionais pertinentes; (d) trabalhos que, por sua natureza ou pelas cir- cunstâncias em que são executados, são susceptíveis de prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança.18 2.2.2.2. A Erradicação do Trabalho Infantil Sob o Ponto de Vista Nacional É importante ressaltar que diversos fatores contribuíram para que o Brasil experimentasse a violação da criança e do adolescente, explorando o trabalho infantil. Dentre eles, temos os fatores his- tóricos, políticos e sociais, independentemente de 18 - http://canalconselhotutelar.wordpress.com/category/artigos-e-ponto- de-vista/trabalho-infantil-artigos-e-ponto-de-vista/07/082013às00h13 75 recursos naturais escassos, permitindo que alguns segmentos aceitassem com naturalidade. A elite po- lítica e econômica, composta de empresários sem compromisso social e políticos ultraconservadores, acabaram fomentando as injustiças sociais na maio- ria do povo brasileiro, inclusive no tocante à criança e ao adolescente. Contudo, o Brasil tem sido apontado como um dos países que mais avançou no combate ao trabalho infantil, pelo seu conjunto que vem desde 1891, com a criação do Decreto 1.313, que definia a jornada de trabalho mínima para os menores do sexo masculino e feminino, passando pela Conso- lidação das Leis Trabalhistas (CLT) respaldado pela atual Constituição Federal e finalmente disciplinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90, que traz inovações fundamentais. Entre as mais diversas ações criadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) está a criação dos Conselhos Municipais, Estaduais e Fede- rais, que fazem a defesa dos direitos da Criança e do Adolescente, determinando que: ECA-Art. 86: a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamen- tais e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 76 O embasamento para a promoção e a prote- ção dos direitos da criança e do adolescente, em al- guns documentos internacionais apoiados pelas Or- ganizações das Nações Unidas (ONU), é inspirado no ECA, numa demonstração da importância deste documento para o combate ao trabalho infantil. Na sua demonstração de erradicar o traba- lho infantil, as autoridades brasileiras têm participa- do de forma exemplar, em eventos internacionais sobre assunto. O trabalho infantil ainda é um dado nacional negativo para o Brasil. Contudo, o nosso país, nos en- contros internacionais, tem sido referenciado pelos seus projetos e ações na erradicação deste tipo de trabalho. Importante ressaltar que programas sociais, como o programa “Bolsa família”, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) dentre ou- tros, constituem-se de meios utilizados pelo Estado para o combate e erradicação do trabalho infantil. O Estado tem se assistido das Organizações Internacionais e Organizações não governamentais em defesa do Direito da Criança e do Adolescente. 77 2.2.3. Eliminação do Trabalho Forçado 2.2.3.1. A Eliminação do Trabalho Forçado sob o ponto de vista internacional No que se refere ao conceito de trabalho escravo, é importante distinguir o conceito atual do conceito do período colonial brasileiro, o qual tinha a escravidão como ideia de propriedade, ideia de do- mínio, no qual um homem dominava o outro. Assim sendo, verifica-se nos instrumentos internacionais a não utilização do termo “trabalho escravo”, mas sim “trabalho forçado, formas con- temporâneas ou análogas à escravidão.”19 Para ser escravo não era necessário ser de outra raça: “a condição de escravo derivava do fato de nascer de mãe escrava, de ser prisioneiro de guer- ra, de condenação penal, de descumprimento de obrigações tributárias, de deserção do exército, entre outras razões.”20 O trabalho escravo contemporâneo pode ser conceituado como: 19 - CASTILHO, Ela Wiecko V. de. Em busca de uma definição jurídico- penal de trabalho escravo. In: Comissão Pastoral da Terra. Trabalho escravo no Brasil contemporâneo. São Paulo: Loyola, 1999. Pag. 83 20 - BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho, 2. ed. São Paulo: LTr, 2006.pag. 50 78 O estado ou a condição de um indivíduo que é constrangido à prestação de trabalho, em condições destinadas à frustração de direito assegurado pela legislação do trabalho, permanecendo vinculado, de forma compulsória, ao contrato de trabalho mediante fraude, violência ou grave ameaça, inclusive mediante a retenção de documentos pessoais ou contratuais ou em virtude de dívida contraída junto ao empregador ou pessoa com ele relacionada. 21 A Organização do Trabalho (OIT) condena o cerceamento da liberdade do trabalhador, notadamente: com a apreensão de documentos pessoais; com a presença de guardas fortemente armados; com dívidas ilegalmente impostas e em decorrência das condições geográficas do local de trabalho, que inviabilizam a fuga; tudo isso atrela- do a péssimas condições de higiene e saúde, nos termos da Professora Sônia Mascaro do Nascimento. 2.2.3.2. A Eliminação do Trabalho Forçado Sob o Ponto de Vista Nacional No ordenamento jurídico pátrio, o crime de redução à condição análoga à de escravo, tipificado 21 - SCHWARZ, Rodrigo Garcia. Trabalho escravo: a abolição necessária: uma análise da efetividade e da eficácia das políticas de combate à escravidão contemporânea no Brasil. São Paulo:LTr, 2008.pag. 117-118 79 no artigo 149 do Código Penal, foi alterado substan- cialmente com o advento da Lei n.º 10.803, de 11 de dezembro de 2003, ampliando as formas e os meios pelos quais o crime pode ser executado, trazendo uma ideia do que se deve entender por condição análoga à de escravo. A citada Lei vem a reforçar a proteção pe- nal ao prever que “quando a vítima for submetida a ‘trabalhosforçados’ ou à ‘jornada exaustiva’, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomo- ção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto” 22 O trabalho escravo contemporâneo é uma realidade cruel que ainda assola o país, mos- trando pessoas privadas de sua liberdade de di- versos modos. Aquele que escraviza não priva o trabalha- dor apenas da liberdade, mas também não respeita direitos mínimos que garantam a dignidade humana. As condições, na maioria das vezes, são piores do que as narradas nos livros que retratam a era colonial no Brasil. 22 - BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial, v. 2 – 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007.pag 389 80 2.2.4. A Não Discriminação no Emprego ou Ocupação A aprovação na 42ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho, ocorrida em Genebra, em 1958, deu ensejo a entrar em vigor no plano in- ternacional em 15 de junho de 1960 a Convenção 111, que trata Discriminação em Matéria de Empre- go e Ocupação. E neste sentido, destaca-se o que diz Arnal- do Süssekind: A Conferência Geral da Organização In- ternacional do Trabalho, Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho e reunida a 4 de junho de 1958, em sua quadragésima segunda sessão; Após ter decidido adotar diversas disposi- ções relativas à discriminação em matéria de em- prego e profissão, assunto que constitui o quarto ponto da ordem do dia da sessão; Após ter decidido que essas disposições to- mariam a forma de uma convenção internacional; Considerando que a Declaração de Fila- délfia afirma que todos os seres humanos, seja qual for a raça, credo ou sexo, têm direito ao progresso material e desenvolvimento espiritual 81 em liberdade e dignidade, em segurança econô- mica e com oportunidades iguais; Considerando, por outro lado, que a discriminação constitui uma violação dos direitos enunciados na Declaração Univer- sal dos Direitos do Homem, adota neste vi- gésimo quinto dia de junho de mil novecen- tos e cinquenta e oito a convenção abaixo transcrita que será denominada ‘Convenção sobre a Discriminação (Emprego e Profis- são), 1958’; Art. 1 — 1. Para os fins da presente con- venção o termo “discriminação” compreende: a) toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião polí- tica, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidade ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão; b) qualquer outra distinção, exclusão ou preferência que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou tratamento em matéria de emprego ou pro- fissão que poderá ser especificada pelo Mem- bro interessado depois de consultadas as or- ganizações representativas de empregadores e trabalhadores, quando estas existam, e ou- tros organismos adequados. 82 2. As distinções, exclusões ou prefe- rências fundadas em qualificações exigidas para um determinado emprego não são con- sideradas como discriminação. 3. Para os fins da presente convenção as palavras ‘emprego’ e ‘profissão’ incluem o acesso à formação profissional, ao emprego e às diferentes profissões, bem como às condi- ções de emprego. Art. 2 — Qualquer Membro para o qual a presente convenção se encontre em vigor compromete-se a formular e aplicar uma política nacional que tenha por fim pro- mover, por métodos adequados às circuns- tâncias e aos usos nacionais, a igualdade de oportunidades e de tratamento em matéria de emprego e profissão, com o objetivo de eli- minar toda discriminação nessa matéria. Art. 3 — Qualquer Membro para o qual a presente convenção se encontre em vi- gor deve por métodos adequados às circuns- tâncias e aos usos nacionais: a) esforçar-se por obter a colaboração das organizações de empregadores e trabalhadores e de outros organismos apropriados, com o fim de favorecer a aceitação e aplicação desta política; b) promulgar leis e encorajar os progra- mas de educação próprios a assegurar esta acei- 83 tação e esta aplicação; c) revogar todas as disposições legislati- vas e modificar todas as disposições ou práticas administrativas que sejam incompatíveis com a referida política; d) seguir a referida política no que diz res- peito a empregos dependentes do controle dire- to de uma autoridade nacional; e) assegurar a aplicação da referida política nas atividades dos serviços de orien- tação profissional, formação profissional e colocação dependentes do controle de uma autoridade nacional; f) indicar, nos seus relatórios anuais sobre a aplicação da convenção, as medidas tomadas em conformidade com esta política e os resultados obtidos. Art. 4 — Não são consideradas como discriminação quaisquer medidas tomadas em relação a uma pessoa que, individualmen- te, seja objeto de uma suspeita legítima de se entregar a uma atividade prejudicial à segu- rança do Estado ou cuja atividade se encon- tre realmente comprovada, desde que a refe- rida pessoa tenha o direito de recorrer a uma instância competente, estabelecida de acordo com a prática nacional. Art. 5 — 1. As medidas especiais de 84 proteção ou de assistência previstas em outras convenções ou recomendações adotadas pela Conferência Internacional do Trabalho não são consideradas como discriminação. 2. Qualquer Membro pode, depois de consultadas as organizações representativas de empregadores e trabalhadores, quando estas existam, definir como não discrimina- tórias quaisquer outras medidas especiais que tenham por fim salvaguardar as necessidades particulares de pessoas em relação às quais a atribuição de uma proteção ou assistência especial seja, de uma maneira geral, reconhe- cida como necessária, por motivos tais como o sexo, a invalidez, os encargos de família ou o nível social ou cultural. Art. 6 — Qualquer membro que ratificar a presente convenção compromete-se a aplicá- -la aos territórios não metropolitanos, de acordo com as disposições da Constituição da Organi- zação Internacional do Trabalho. Art. 7 — As ratificações formais da pre- sente convenção serão comunicadas ao Diretor- -Geral da Repartição Internacional do Trabalho e por ele registradas. Art. 8 — 1. A presente convenção não obrigará senão aos Membros da Organização Internacional do Trabalho cuja ratificação tenha 85 sido registrada pelo Diretor-Geral. 2. Ele entrará em vigor doze meses de- pois que as ratificações de dois Membros tive- rem sido registradas pelo Diretor-Geral. 3. Em seguida, esta convenção entra- rá em vigor para cada Membro doze meses depois da data em que sua ratificação tiver sido registrada. Art. 9 — 1. Todo Membro que tiver rati- ficado a presente convenção poderá denunciá-la no fim de um período de dez anos depois da data da entrada em vigor inicial da convenção, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repar- tição Internacional do Trabalho e por ele regis- trado. A denúncia não terá efeito senão um ano depois de ter sido registrada. 2. Todo Membro que, tendo ratificado a presente convenção, dentro do prazo de um ano depois da expiração do período de dez anos mencionado no parágrafo precedente, não fizer uso da faculdade de denúncia pre- vista no presente artigo, será obrigado por novo período de dez anos e, depois disso, po- derá denunciar a presente convenção no fim de cada período de dez anos, nas condições previstas no presente artigo. Art. 10 — 1. O Diretor-Geral da Re- partição Internacional do Trabalho notificará 86 a todos os Membros da Organização Inter- nacional do Trabalho o registro de todas as ratificações que lheforem comunicadas pelos Membros da Organização. 2. Notificando aos Membros da Orga- nização o registro da segunda ratificação que lhe for comunicada, o Diretor-Geral chamará a atenção dos Membros da Organização para a data em que a presente Convenção entrar em vigor. Art. 11 — O Diretor-Geral da Reparti- ção Internacional do Trabalho enviará ao Se- cretário-Geral das Nações Unidas, para fim de registro, conforme o art. 102 da Carta das Na- ções Unidas, informações completas a respeito de todas as ratificações, declarações e atos de denúncia que houver registrado conforme os artigos precedentes. Art. 12 — Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Administração da Repartição Inter- nacional do Trabalho apresentará à Conferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e examinará se é necessário inscrever na ordem do dia da Conferência a questão de sua revisão total ou parcial. Art. 13 — 1. No caso de a Conferência adotar nova convenção de revisão total ou parcial da pre- sente convenção, e a menos que a nova convenção 87 disponha diferentemente: a) a ratificação, por um Membro, da nova convenção de revisão acarretará, de pleno direito, não obstante o art. 17 acima, denúncia imediata da presente convenção quando a nova convenção de re- visão tiver entrado em vigor; b) a partir da data da entrada em vigor da nova convenção de revisão, a presente convenção cessará de estar aberta à ratificação dos Membros. 2. A presente convenção ficará, em qualquer caso, em vigor, na forma e no conteúdo, para os Membros que a tiverem ratificado e que não tiverem ratificado a convenção de revisão. Art. 14 — As versões em francês e em inglês do texto da presente convenção fazem igualmente fé. 23 2.2.5. Convenções da OIT Ratificadas no Brasil A Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresenta as Convenções ratificadas pelo Bra- sil, conforme se verifica a seguir: 23 - Convenções da OIT, 2ª edição, 1998. Pag.338 88 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 3 Co nv en çã o re la ti va ao Em - pr eg o da s M ul he re s an te s e de po is d o pa rt o (P ro te çã o à M at er ni da de ) 19 19 26 /0 4/ 19 34 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 10 3 em 2 6. 07 .1 96 1. 4 Co nv en çã o re la ti va a o Tr ab a- lh o N ot ur no d as M ul he re s 19 19 26 /0 4/ 19 34 D en un ci ad a em 1 2. 05 .1 93 7 5 Id ad e M ín im a de A dm is sã o no s Tr ab al ho s In du st ri ai s 19 19 26 /0 4/ 19 34 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 13 8 em 2 8. 06 .2 00 1. 6 Tr ab al ho N ot ur no d os M en o- re s na In dú st ri a 19 19 26 /0 4/ 19 34 7 Co nv en çã o so br e a Id ad e M í- ni m a pa ra A dm is sã o de M e- no re s no T ra ba lh o M ar íti m o (R ev is ta e m 1 93 6) 19 20 08 /0 6/ 19 36 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 58 e m 0 9. 01 .1 97 4 11 D ire ito de Si nd ic al iz aç ão na A gr ic ul tu ra 19 21 25 /0 4/ 19 57 89 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 12 In de ni za çã o po r A ci de nt e do Tr ab al ho n a A gr ic ul tu ra 19 21 25 /0 4/ 19 57 14 Re po us o Se m an al n a In dú st ri a 19 21 25 /0 4/ 19 57 16 Ex am e M éd ic o de M en or es n o Tr ab al ho M ar íti m o 19 21 08 /0 6/ 19 36 19 Ig ua ld ad e de T ra ta m en to ( In - de ni za çã o po r A ci de nt e de Tr ab al ho ) 19 25 25 /0 4/ 19 57 21 In sp eç ão do s Em ig ra nt es a Bo rd o do s N av io s 19 26 18 /0 6/ 19 65 22 Co nt ra to d e En ga ja m en to d e M ar in he iro s 19 26 18 /0 6/ 19 65 26 M ét od os d e Fi xa çã o de S al á- ri os M ín im os 19 28 25 /0 4/ 19 57 29 Tr ab al ho F or ça do o u O br ig a- tó ri o 19 30 25 /0 4/ 19 57 90 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 41 Co nv en çã o Re la ti va a o Tr ab a- lh o N oc tu rn o da s M ul he re s (R ev is ta , 1 93 4) 19 34 08 /0 6/ 19 36 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 89 e m 2 4. 04 .1 95 7. 42 In de ni za çã o po r En fe rm id ad e Pr ofi ss io na l ( re vi st a) 19 34 08 /0 6/ 19 36 45 Em pr eg o de M ul he re s no s Tr ab al ho s Su bt er râ ne os da s M in as 19 35 22 /0 9/ 19 38 52 Fé ri as R em un er ad as 19 36 22 /0 9/ 19 38 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 13 2 em 2 3. 09 .1 99 8. 53 Ce rti fic ad os de Ca pa ci da de do s O fic ia is d a M ar in ha M er - ca nt e 19 36 12 /1 0/ 19 38 58 Id ad e M ín im a no Tr ab al ho M ar íti m o (R ev is ta ) 19 36 12 /1 0/ 19 38 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 13 8 em 2 6. 06 .2 00 1. 91 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 80 Re vi sã o do s A rti go s Fi na is 19 46 13 /0 4/ 19 48 81 In sp eç ão d o Tr ab al ho n a In - dú st ri a e no C om ér ci o 19 47 11 /1 0/ 19 89 88 O rg an iz aç ão do Se rv iç o de Em pr eg o 19 48 25 /0 4/ 19 57 89 Tr ab al ho N ot ur no d as M ul he - re s na In dú st ri a (R ev is ta ) 19 48 25 /0 4/ 19 57 91 Fé ri as R em un er ad as d os M ar í- ti m os (R ev is ta ) 19 49 18 /0 6/19 65 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 14 6 em 2 4. 09 .1 99 8. 92 A lo ja m en to de Tr ip ul aç ão a Bo rd o (R ev is ta ) 19 49 08 /0 6/ 19 54 93 Co nv en çã o so br e Sa lá ri os , D u- ra çã o de T ra ba lh o a Bo rd o e Tr ip ul aç ão (R ev is ta e m 1 94 9) 19 49 18 /0 6/ 19 65 A C on ve nç ão n ão e nt ro u em vi go r. 92 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 94 Cl áu su la s de T ra ba lh o em C on - tr at os c om Ó rg ão s Pú bl ic os 19 49 18 /0 6/ 19 65 95 Pr ot eç ão d o Sa lá ri o 19 49 25 /0 4/ 19 57 96 Co nc er ne nt e ao s es cr itó ri os re m un er ad os d e em pr eg os 19 49 21 /0 6/ 19 57 97 Tr ab al ha do re s M ig ra nt es ( Re - vi st a) 19 49 18 /0 6/ 19 65 98 D ire ito d e Si nd ic al iz aç ão e d e N eg oc ia çã o Co le ti va 19 49 18 /1 1/ 19 52 99 M ét od os d e Fi xa çã o de S al ár io M ín im o na A gr ic ul tu ra 19 51 25 /0 4/ 19 57 10 0 Ig ua ld ad e de R em un er aç ão d e H om en s e M ul he re s Tr ab al ha - do re s po r Tr ab al ho d e Ig ua l Va lo r 19 51 25 /0 4/ 19 57 10 1 Fé ri as R em un er ad as n a A gr i- cu ltu ra 19 52 25 /0 4/ 19 57 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 13 2 em 2 3. 09 .1 99 8. 93 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 10 2 N or m as M ín im as d a Se gu ri da - de S oc ia l 19 52 15 /0 6/ 20 09 10 3 A m pa ro à M at er ni da de (R ev is - ta ) 19 52 18 /0 6/ 19 65 10 4 A bo liç ão d as S an çõ es P en ai s no T ra ba lh o In dí ge na 19 55 18 /0 6/ 19 65 10 5 A bo liç ão d o Tr ab al ho F or ça do 19 57 18 /0 6/ 19 65 10 6 Re po us o Se m an al n o Co m ér - ci o e no s Es cr it ór io s 19 57 18 /0 6/ 19 65 10 7 Po pu la çõ es In dí ge na s e Tr ib ai s 19 57 18 /0 6/ 19 65 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 16 9 em 2 5- 07 -2 00 2. 10 8 D oc um en to s de Id en ti da de do s M ar íti m os 19 58 05 /1 1/ 19 63 D en un ci ad a, co m o re su lt ad o da ra ti fic aç ão da Co nv en çã o n. º 18 5, e m 2 1. 01 .2 01 0 94 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 10 9 Co nv en çã o so br e os S al ár io s, a D ur aç ão d o Tr ab al ho a B or - do e a s Lo ta çõ es ( re vi st a em 19 58 ) 19 58 30 /1 1/ 19 66 A C on ve nç ão n ão e nt ro u em vi go r. 11 0 Co nv en çã o so br e as Co nd i- çõ es d e Em pr eg o do s Tr ab a- lh ad or es e m F az en da s 19 58 01 /0 3/ 19 65 D en un ci ad a em 2 8. 08 .1 97 0 11 1 D is cr im in aç ão e m M at ér ia d e Em pr eg o e O cu pa çã o 19 58 26 /1 1/ 19 65 11 3 Ex am e M éd ic o do s Pe sc ad o- re s 19 59 01 /0 3/ 19 65 11 5 Pr ot eç ão C on tr a as R ad ia çõ es 19 60 05 /0 9/ 19 66 11 6 Re vi sã o do s A rti go s Fi na is 19 61 05 /0 9/ 19 66 11 7 O bj eti vo s e N or m as B ás ic as d a Po líti ca S oc ia l 19 62 24 /0 3/ 19 69 11 8 Ig ua ld ad e de T ra ta m en to e n- tr e N ac io na is e Es tr an ge ir os em P re vi dê nc ia S oc ia l 19 62 24 /0 3/ 19 69 95 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 11 9 Pr ot eç ão d as M áq ui na s 19 63 16 /0 4/ 19 92 12 0 H ig ie ne n o Co m ér ci o e no s Es - cr itó ri os 19 64 24 /0 3/ 19 69 12 2 Po líti ca d e Em pr eg o 19 64 24 /0 3/ 19 69 12 4 Ex am e M éd ic o do s A do le sc en - te s pa ra o T ra ba lh o Su bt er râ - ne o na s M in as 19 65 21 /0 8/ 19 70 12 5 Ce rti fic ad os de Ca pa ci da de do s Pe sc ad or es 19 66 21 /0 8/ 19 70 12 6 A lo ja m en to a B or do d os N a- vi os d e Pe sc a 19 66 12 /0 4/ 19 94 12 7 Pe so M áx im o da s Ca rg as 19 67 21 /0 8/ 19 70 13 1 Fi xa çã o de S al ár io s M ín im os , Es pe ci al m en te n os P aí se s em D es en vo lv im en to 19 70 04 /0 5/ 19 83 13 2 Fé ri as R em un er ad as (R ev is ta ) 19 70 23 /0 9/ 19 98 96 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 13 3 A lo ja m en to a B or do d e N av io s (D is po si çõ es Co m pl em en ta - re s) 19 70 16 /0 4/ 19 92 13 4 Pr ev en çã o de A ci de nt es do Tr ab al ho d os M ar íti m os 19 70 25 /0 7/ 19 96 13 5 Pr ot eç ão de Re pr es en ta nt es de T ra ba lh ad or es 19 71 18 /0 5/ 19 90 13 6 Pr ot eç ão C on tr a os R is co s da In to xi ca çã o pe lo B en ze no 19 71 24 /0 3/ 19 93 13 7 Tr ab al ho P or tu ár io 19 73 12 /0 8/ 19 94 13 8 Id ad e M ín im a pa ra A dmis sã o 19 73 28 /0 6/ 20 01 13 9 Pr ev en çã o e Co nt ro le d e Ri s- co s Pr ofi ss io na is C au sa do s po r Su bs tâ nc ia s ou A ge nt es C an - ce rí ge no s 19 74 27 /0 6/ 19 90 14 0 Li ce nç a Re m un er ad a pa ra E s- tu do s 19 74 16 /0 4/ 19 92 97 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 14 1 O rg an iz aç õe s de T ra ba lh ad o- re s Ru ra is 19 75 27 /0 9/ 19 94 14 2 D es en vo lv im en to d e Re cu rs os H um an os 19 75 24 /1 1/ 19 81 14 4 Co ns ul ta s Tr ip ar ti te s so br e N or m as In te rn ac io na is d o Tr a- ba lh o 19 76 27 /0 9/ 19 94 14 5 Co nti nu id ad e no E m pr eg o do M ar íti m o 19 76 18 /0 5/ 19 90 14 6 Co nv en çã o Re la ti va à s Fé ri as A nu ai s Pa ga s do s M ar íti m os 19 76 24 /0 9/ 19 98 14 7 N or m as M ín im as d a M ar in ha M er ca nt e 19 76 17 /0 1/ 19 91 14 8 Co nt am in aç ão d o A r, Ru íd o e V ib ra çõ es 19 77 14 /0 1/ 19 82 15 1 D ire ito d e Si nd ic al iz aç ão e R e- la çõ es d e Tr ab al ho n a A dm i- ni st ra çã o Pú bl ic a 19 78 15 /0 6/ 20 10 98 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 15 2 Se gu ra nç a e H ig ie ne d os T ra - ba lh os P or tu ár io s 19 79 18 /0 5/ 19 90 15 4 Fo m en to à N eg oc ia çã o Co le - ti va 19 81 10 /0 7/ 19 92 15 5 Se gu ra nç a e Sa úd e do s Tr ab a- lh ad or es 19 81 18 /0 5/ 19 92 15 8 Té rm in o da R el aç ão d e Tr ab a- lh o po r In ic ia ti va d o Em pr eg a- do r 19 82 05 /0 1/ 19 95 D en un ci ad a em 2 0. 11 .1 99 6 15 9 Re ab ili ta çã o Pr ofi ss io na l e E m - pr eg o de P es so as D efi ci en te s 19 83 18 /0 5/ 19 90 16 0 Es ta tí sti ca s do T ra ba lh o (R ev is - ta ) 19 85 02 /0 7/ 19 90 16 1 Se rv iç os d e Sa úd e do T ra ba lh o 19 85 18 /0 5/ 19 90 16 2 U ti liz aç ão d o A m ia nt o co m S e- gu ra nç a 19 86 18 /0 5/ 19 90 16 3 Be m -E st ar d os T ra ba lh ad or es M ar íti m os n o M ar e n o Po rt o 19 87 04 /0 3/ 19 97 99 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 16 4 Pr ot eç ão à S aú de e A ss is tê n- ci a M éd ic a ao s Tr ab al ha do re s M ar íti m os 19 87 04 /0 3/ 19 97 16 6 Re pa tr ia çã o de T ra ba lh ad or es M ar íti m os 19 87 04 /0 3/ 19 97 16 7 Co nv en çã o so br e a Se gu ra nç a e Sa úd e na C on st ru çã o 19 88 19 /0 5/ 20 06 16 8 Pr om oç ão d o Em pr eg o e Pr o- te çã o Co nt ra o D es em pr eg o 19 88 24 /0 3/ 19 93 16 9 so br e Po vo s In dí ge na s e Tr i- ba is 19 89 25 /0 7/ 20 02 17 0 Se gu ra nç a no Tr ab al ho co m Pr od ut os Q uí m ic os 19 90 23 /1 2/ 19 96 17 1 Tr ab al ho N ot ur no 19 90 18 /1 2/ 20 02 17 4 Co nv en çã o so br e a Pr ev en çã o de A ci de nt es In du st ri ai s M ai o- re s 19 93 02 /0 8/ 20 01 100 Co nv en çã o Tí tu lo A do çã o O IT R ati fi ca çã o Br as il O bs er va çã o 17 6 Co nv en çã o so br e se gu ra nç a e sa úd e na s m in as 19 95 18 /0 5/ 20 06 17 8 Co nv en çã o Re la ti va à I ns pe - çã o da s Co nd iç õe s de V id a e de T ra ba lh o do s Tr ab al ha do - re s M ar íti m os 19 96 21 /1 2/ 20 07 18 2 Co nv en çã o so br e Pr oi bi çã o da s Pi or es F or m as d e Tr ab al ho In fa nti l e A çã o Im ed ia ta p ar a su a El im in aç ão 19 99 02 /0 2/ 20 00 18 5 Co nv en çã o so br e os D oc u- m en to s de Id en ti da de d a ge n- te d o m ar (R ev is ta ) 20 03 21 /0 1/ 20 10 Fo nt e: h tt p :/ /w w w .o it b ra si l.o rg .b r0 6a go st o 20 13 às 23 h 34 101 2.3. Hierarquia e a Legislação Aplicada 2.3.1. Conceito e Hierarquia na Normatização A Constituição Federal brasileira dispõe: Art. 165 - A constituição assegura aos tra- balhadores os seguintes direitos, além de outros que, nos termos da lei, visem à melhoria de sua condição social: ... XVI - previdência social nos casos de doença, velhice, invalidez e morte, seguro- -desemprego, seguro contra acidentes do trabalho e proteção da maternidade, me- diante contribuição da União, do emprega- dor e do empregado. É claro que, ao destacar no texto constitu- cional o seguro contra acidentes do trabalho, a ques- tão é de suma importância para o Estado Brasileiro. Neste sentido, cumpre destacar que a Cons- tituição é: 102 a lei fundamental da organização política duma nação soberana, que determina a sua forma de governo, institui os poderes públicos, regula as suas funções e estabelece os direitos e deveres es- senciais do cidadão em relação ao Estado. Assim sendo, sob ponto de vista da hierar- quia das normas, não se pode ignorar que a Consti- tuição Federal está acima de qualquer Lei neste País. Portanto, todas as Leis (chamadas de Leis Infraconstitucionais), colocam-se abaixo da Consti- tuição Federal e devem, para terem validade e serem eficazes, estar em harmonia com a Constituição, as- sim como, com os princípios que regem o País. Como sabemos, há leis, decretos e portarias federais, estaduais e municipais que se ocupam, di- reta ou indiretamente, de higiene, segurança e medi- cina do trabalho. Para o bom entendimento dessas disposições legais e administrativas, é indispensável certa familiaridade com os preceitos correlatos da Constituição (também chamada de Carta Magna, Lei Fundamental), assim vejamos: Primeiramente,é importante considerar que o Brasil constituiu-se com República Federativa, em que a União, os Estados e os Municípios têm seus campos de ação delimitados. O artigo 8º da Constituição Federal reúne 103 tudo o que compete à União, inclusive o seu poder de legislar sobre direito do trabalho, de seguro e pre- vidência social e de defesa e proteção da saúde. Razão pela qual as normas legais, relativas às determinações aos empresários no sentido de preve- nir acidentes do trabalho, estão colocadas na Consoli- dação das Leis do Trabalho, cuja elaboração compete à União, haja vista a determinação constitucional em razão da matéria, ou seja, pelo fato de ser relacionada ao Trabalhador, portanto, ao Direito do Trabalho. O seguro de acidentes do trabalho, por força do disposto na Lei n.º 5.316, de 14 de setembro de 1967, passou a integrar o sistema geral da Previdência Social. Legislar sobre essa matéria também é de competência da União. Para o presente, faz-se necessário destacar o parágrafo único do artigo 8º da Constituição, que diz: «a competência da União exclui a dos Estados para legislar supletivamente» Assim sendo, a Constituição exclui o Estado de legislar supletivamente sobre direito do trabalho, bem como, sobre higiene e segurança do trabalho. Contudo, muitas normas de proteção da saúde pública são da lavra dos Estados, e muitas normas mu- nicipais que disciplinam as obras urbanas apresentam pontos de contato com certos aspectos da segurança, higiene e medicina do trabalho, prevalecendo, em caso de normas contraditórias, a proveniente da União. 104 2.3.2. Normas Aplicadas à Segurança do Trabalho para Prevenção e Controle de Risco A história nos dá a noção exata da importân- cia das normas aplicadas à Segurança do Trabalho para prevenção e controle de riscos, e isso remonta ao início com a Revolução Industrial, a qual permi- tiu a organização das primeiras fábricas modernas, a extinção das fábricas artesanais e o fim da escravatu- ra, significando uma revolução econômica, social e moral. Contudo, foi com o surgimento das primeiras indústrias que os acidentes de trabalho e as doenças profissionais se alastraram. Assim, os acidentes de trabalho e as doenças eram, em grande parte, provocados por substâncias e ambientes inadequados com condições subumanas. Também naquela oportunidade era grande o número de doentes e também de mutilados. Com o surgimento de trabalhadores espe- cializados e melhor treinados para manusear equi- pamentos complexos, que necessitavam de cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor qua- lidade, verificou-se alguma melhora. Até a Primeira Guerra Mundial, apenas ten- tativas isoladas para controlar os acidentes e doenças ocupacionais haviam sido feitas. Dando oportunidade para, após a sua constatação, as primeiras tentativas 105 científicas de proteção ao trabalhador, com esforços voltados ao estudo das doenças, das condições am- bientais, do layout de máquinas, equipamentos e ins- talações, bem como das proteções necessárias para evitar a ocorrência de acidentes e incapacidades. Durante a Segunda Grande Guerra, o mo- vimento prevencionista realmente toma forma, pois foi quando se percebeu que a capacidade industrial dos países em luta seria o ponto crucial para deter- minar o vencedor, capacidade esta mais facilmente adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa e não acidentados ou doentes. Neste momento, a Higiene e Segurança do Trabalho ganhou destaque, firmando-se numa fun- ção importante para os processos produtivos. Nos países desenvolvidos, este conceito já é popularizado, os países em desenvolvimento lutam para implantá-lo. Nos países da América Latina, a exemplo da Revolução Industrial, a preocupação com os aciden- tes do trabalho e doenças ocupacionais também ocor- reu mais tardiamente, sendo que, no Brasil, os primei- ros passos surgem no início da década de trinta sem grandes resultados, tendo sido, inclusive, apontado na década de setenta como o campeão em acidentes do trabalho, contudo, evoluímos neste quesito. A evolução se deu em razão, notadamente, da melhora das condições de vida. 106 É importante considerar que, sob o aspecto humano, a preservação da integridade física e mental é um direito de toda a pessoa humana, portanto, de todo trabalhador. A evolução sobre Segurança do Trabalho teve os seus marcos, quais sejam: → 1911: Começa-se a implementar com maior amplitude o tratamento médico industrial; → 1919: Fundação da Organização Interna- cional do Trabalho - OIT, em Genebra, na Suíça. Nes- ta época, o Comitê da OIT estabelecido em Genebra, estudando as condições de trabalho e vida dos traba- lhadores no mundo, tornou-se obrigatória a constitui- ção de Comissões, compostas de representantes do empregador e dos empregados, com o objetivo de ze- lar pela prevenção dos acidentes do trabalho, quando as empresas tivessem 25 ou mais empregados. → No Brasil, simultaneamente, surge a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho, a de n.º 3.724, de 15 de janeiro de 1919. → 1921: A Organização Internacional do Trabalho – OIT organizou um Comitê para o Estu- do de Assuntos referentes à Segurança e a Higiene no Trabalho. → 1934: Tempos depois, em 10 de julho de 1934, foi promulgada a segunda Lei de Acidentes do Trabalho através do Decreto n.º 24.637 107 → 1943: Criação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT → 944: Oficialmente instituída a criação da CIPA - Comissão Interna Para Prevenção de Aciden- tes, no Brasil: Getúlio Vargas, 21 anos após a reco- mendação feita pela OIT, promulgou em 10.1.1944, o Decreto – Lei n.º 7.036 , fixando a obrigatoriedade da criação de Comitês de Segurança em Empresas que tivessem 100 ou mais empregados. O decreto acima ficou conhecido como Nova Lei de Preven- ção de Acidentes. → 1953: Em 27.01.1953, a Portaria 155 ofi- cializava a sigla CIPA – Comissão Interna de Preven- ção de Acidentes. → 1967: Em 26.02.1967, no Governo do Presidente Costa e Silva, o Decreto-Lei n.º 229 mo- dificou o texto do Capítulo V, título I, da CLT, o qual dispunha de assuntos de Segurança e de Higiene no Trabalho. Com esta modificação, o artigo 164 da CLT que tratava de assuntos referentes à CIPA foi alterado e ficou conforme o seguinte texto: → Art. 164 – As empresas que, a critério da autoridade competente em matéria de Segurança e Higiene no Trabalho, estiverem enquadradas em condições estabelecidas nas normas expedidas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, deverão manter, obrigatoriamente, o Ser- viço Especializado em Segurança e em Higiene do 108 Trabalho e constituir Comissões Internas de Preven- ção de Acidentes – CIPAs. → § 1. 0 O Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho definirá as características do pessoal especializado em Segurança e Higiene do Trabalho, quanto às atri- buições, à qualificação e à proporção relacionada ao número de empregados das empresas com- preendidas no presente artigo. → § 2. 0 As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) serão compostas de representantes de empregadores e empregados e funcionarão segundo normas fixadas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho. → 1968: Portaria 3.456: - Em 29 de novem- bro de 1968, a Portaria 3.456 reduziu o número de 100 para 50 empregados como o limite em que se tor- na obrigatória a criação das CIPAs em cada Empresa. 2.3.2.1. Segurança no Trabalho A Segurança do Trabalho pode ser entendi- da como conjuntos de medidas que são adotadas, visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. É estudapor diversas disciplinas, tais como: Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do 109 Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Má- quinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treina- mento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Le- gislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Er- gonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. Contudo, a Segurança do Trabalho deve ser entendida com prevenção e, para isto, a Indústria deve se preocupar com a preservação da integridade física do trabalhador e também precisa ser conside- rada como fator de produção. Os acidentes, provocando ou não lesão, in- fluenciam na produção porque proporcionam: → eventuais perdas materiais; → diminuição da eficiência do trabalhador acidentado ao retornar ao trabalho e de seus companheiros, devido ao impacto provoca- do pelo acidente; → aumento da renovação de mão de obra; → elevação dos prêmios de seguro de acidente; → aos trabalhadores abalo em sua moral; → sacrifício a qualidade dos produtos. 110 O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa deve compor-se de uma equipe multidisci- plinar contando com: → Técnico de Segurança do Trabalho, → Engenheiro de Segurança do Trabalho, → Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais formam o que chama- mos de SESMT - Serviço Especializado em Enge- nharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Pelos empregados da empresa, se constitui a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que tem como objetivo a prevenção de acidentes e do- enças decorrentes do trabalho, de modo a tornar com- patível permanentemente o trabalho com a preserva- ção da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A segurança do trabalho propõe-se a com- bater os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores às medidas preventivas. A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis específicas. No Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais e outras leis com- plementares, como portarias e decretos e também as 111 convenções Internacionais da Organização Interna- cional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. 2.3.2.2. Leis, Normas, Portarias e Regulamentações No Brasil, os princípios básicos da Seguran- ça do Trabalho são ditados e orientados pelas Nor- mas Regulamentadoras – NRs. A partir das NRs poderemos nos guiar e verificar as situações de risco de uma determinada instalação. Por sua vez, estas Normas Regulamentado- ras – NRs apoiam-se e se relacionam com Normas Técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos compe- tentes, inclusive Normas Técnicas Internacionais. A Segurança e Medicina do Trabalho atualmen- te é regida por Leis, Normas e Portarias, quais sejam: → Constituição Federal de 1988; → Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, Capítulo V - Segurança e Medici- na do Trabalho, (Decreto Lei n o 5.452 de 01.05.1943, atualizada pela Lei n.º 6.514, de 2 de janeiro de 1977) → Normas Regulamentadoras (NRs), aprovadas pela Portaria n.º 3.214 , de 08 de junho de 1978; 112 → Normas Regulamentadoras Rurais (NRRs), aprovadas pela Portaria n.º 3.067, de 12 de abril de 1988. → Decreto n.º 4.085, de 15 de janeiro de 2002, o qual promulgou a Convenção n.º 174 da OIT, bem como, a Recomendação n.º 181 sobre a Prevenção de Acidentes In- dustriais Maiores. É muito importante também que sejam seguidas as recomendações técnicas relativas à Se- gurança da Instalação e à Segurança do Trabalhador encontradas nos livros técnicos que regem o assunto, nos manuais técnicos das instalações e de seus com- ponentes, nos treinamentos específicos, dentre outros. 2.3.3.3 Organismos Normalizadores Os Organismos Normalizadores podem ser as Instituições governamentais ligadas à Segurança e Medi- cina do Trabalho e demais entidades não governamen- tais que se dedicam ao tema, dentre elas destacamos: → Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e seus Órgãos Regionais do MTb; → Previdência Social; → Secretaria de Segurança e Saúde no Tra- balho - SSST órgão de âmbito nacional com- 113 petente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho; → Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho – SSMT; → Delegacias Regionais do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, órgão regional competente para executar as atividades rela- cionadas à segurança e medicina do trabalho; → Órgãos Federais, Estaduais e Munici- pais: Podem, ainda, ser delegadas a outros Órgãos Federais, estaduais e municipais, me- diante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumpri- mento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. → Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho; → Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Fi- gueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho → SOBES – Sociedade Brasileira de Enge- nharia de Segurança → ABNT – Associação Brasileira de Nor- mas Técnicas; → ANAMT – Associação Nacional de Me- dicina do Trabalho; → ABMT – Associação Brasileira de Medi- 114 cina do Trabalho; → ABPA – Associação Brasileira para Pre- venção de Acidentes; → ABHO - Associação Brasileira de Higie- nistas Ocupacionais; → FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho; → OMS/OPAS - Organização Mundial da Saúde; → OIT – Organização Internacional do Trabalho; → Abraphiset - Associação Brasileira dos Profissionais de Higiene e Seg. do Trabalho; → Anent - Associação Nacional de Enfer- magem do Trabalho; → Anest - Associação Nacional de Enge- nharia de Segurança do Trabalho. É importante considerar que a International Organization for Standardization (ISO), com a Interna- tional Electrotechnical Commission (IEC) formam os dois principais fóruns de normalização internacional.24 As normas internacionais são reconhecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) 24 - http://rabci.org/rabci/sites/default/files/Trabalho_FINAL_ Normalizacao.pdf19agosto2013às02h45 115 como a base para o comércio internacional, e o seu cumprimento significa contar com as melhores con- dições para ultrapassar eventuais barreiras técnicas. A ISO foi fundada em 1945 por uma comissão de 25 países, incluindo o Brasil, eles queriam criar um organismo mundial que tivesse o propósito de facilitar a coordenação internacional e a harmonização de normas industriais. Atualmente, é composta por 149 países, em diversas regiões, incluindo desenvolvidos, subdesenvol- vidos e em desenvolvimento. Tem aproximadamente 15000 padrões que promovem o alcance de benefícios para quase todos os setores industriais, de negócios e tec- nologia. A ISO elabora e difunde as normas internacio- nais relativas a todos os domínios de atividades, deixando a cargo da IEC as normas de teor eletroeletrônico. No Brasil, tanto a IEC como a ISO são representadas pela ABNT. A ABNT é maior organização de regula- mentação técnica do Brasil. Foi fundada em 1940, “para fornecer a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro”.25 Dentre os vários objetivos, vale destacar o principal que é a elaboração e o incentivo do uso de normas técnicas, mantendo-as sempre atualizadas. Para que uma nova norma seja aprovada, ela precisa passar pelo comitê referente à área desejada 25 - ABNT, 1998, p.18. 116 que irá analisare formular um consenso entre con- sumidores e produtores para, logo em seguida, en- trar em votação nacional. Com relação aos comitês, os dados mais re- centes, encontrados no site da Associação, são os que a ABNT possui 53 Comitês (ABNT/CB) e 3 Orga- nismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS). 2.3.3. A Consolidação das Leis do Trabalho e a Segurança do Trabalho para a Prevenção e Controle de Risco O Procurador João Carlos Teixeira fez pu- blicar artigo “A legislação de saúde do trabalhador aplicável e vigente no Brasil” 26 do qual destacamos: Hodiernamente, em nosso ordenamen- to jurídico, a segurança, higiene e medicina do trabalho, foi alçada a matéria de direito consti- tucional, sendo direito social indisponível dos trabalhadores, ou melhor, direito público subje- tivo dos trabalhadores, exercerem suas funções em ambiente de trabalho seguro e sadio, caben- do ao empregador tomar as medidas necessá- 26 - TEIXEIRA. João Carlos A legislação de saúde do trabalhador aplicável e vigente no Brasil http://www.pgt.mpt.gov.br/publicacoes/ pub48.html19agosto201302h24 117 rias no sentido de reduzir os riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII do art. 7º).O direito à saúde, ao trabalho, à segurança e à previdência social está previsto no art. 6º da Constituição da República. Os arts. 196 a 200 da Carta Consti- tucional dispõem que a Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantir e promover a efe- tividade desse direito, mediante políticas, ações e serviços públicos de saúde, organizados em um sistema único, que podem ser complemen- tados por outros serviços de assistência à saúde prestados por instituições privadas. Tais ações e serviços são de relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, so- bre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa físi- ca ou jurídica de direito privado. É sabido, e reitera o citado Procurador, que nos termos dos incisos II e VIII do art. 200 da CF/88, compete ao Sistema Único de Saúde, entre outras coisas, executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; e colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 118 O art. 225 da Magna Carta assegura o di- reito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida. O meio ambiente de trabalho também en- contra proteção jurídica nesse dispositivo constitu- cional, especificamente no inciso V do §1º, que dis- põe, in verbis: §1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (nota: regulamentado pela Lei n° 8.974, de 05.01.95) A interpretação sistemática do disposto nos arts. 6º, 7º, XXII, 196 a 200 e art. 225, §1º, V da Cons- tituição da República, não deixa dúvidas de que a saúde do trabalhador e o meio ambiente do trabalho foram também alçados a direito social de natureza constitucional, cujo cumprimento é imposto por lei ao empregador, conforme se verifica das prescrições dos arts. 154 a 201 da CLT (com redação dada pela Lei 6.514/77) e nas Portarias 3.214/78 e 3.067/88, que tratam das normas regulamentares relativas à se- 119 gurança e medicina do trabalho urbano e rural, res- pectivamente, sendo certo que a efetividade do direito requer a firme atuação do Poder Público, no sentido de exigir e fiscalizar o cumprimento da lei. Não se discute mais a normas regulamen- tadoras de medicina e segurança no trabalho, esta- belecidas em lei ou em Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego, haja vista serem plenamente aplicáveis aos trabalhadores e às empresas, sujeitos à relação de emprego regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho, instituída pelo Decreto-lei n.º 5.452, de 1° de maio de 1943. 121 1 - No que diz respeito ao trabalho forçado, é cor- reto afirmar que: A) A expressão “trabalho análogo ao de escravo” diz respeito a trabalho forçado e o seu emprego se dá em razão do trabalho escravo ter sido for- malmente abolido em 13 de maio de 1888 e o Es- tado passou a considerar ilegal um ser humano ser dono de outro. B) As que permaneceram foram situações semelhan- tes ao trabalho escravo, tanto do ponto de vista de cercear a liberdade quanto de suprimir a dignidade do trabalhador é trabalho forçado vedado no Brasil. C) Trabalho escravo é uma das maiores negações aos direitos humanos, repudiado em todo o mundo. Portanto, quem usa trabalho escravo não está cum- prindo a função social de sua propriedade. D) As alternativas “a”, “b” e “c” estão corretas. E) As alternativas somente a alternativa “c” está correta. Atividades 122 2 - O condenado por trabalho escravo terá como sanção: A) O confisco de todas as terras que possui por con- ta da lei B) O confisco apenas das terras com plantação de psicotrópicos. C) A perda da Função Social da propriedade D) O confisco de seus bens imateriais E) O confisco das terras nas quais fora encontrado o trabalho escravo. 3 - Todos os trabalhadores e empregadores têm o direito de constituir as organizações que julgarem convenientes e de afiliar-se a elas, com o objetivo de promover e defender seus respectivos interesses e de celebrar negociações coletivas com a outra parte, livremente e sem ingerência de umas sobre as outras, nem intromissão do Estado. Esta é a definição de: A) Liberdade sindical B) Liberdade de expressão C) Instituto jurídico D) Ordenamento jurídico E) Trabalho forçado 4 - Entre as mais diversas ações criadas pelo Estatu- 123 to da Criança e do Adolescente (ECA) está a criação dos Conselhos Municipais, Estaduais e Federais, que fazem a defesa dos direitos da Criança e do Adoles- cente, determinando que: A) Política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á de modo autônomo, sem contar com as ações governamentais e não governa- mentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. B) Política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto arti- culado de ações governamentais e não governamen- tais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. C) O embasamento para a promoção e a proteção dos direitos da criança e do adolescente, em alguns documentos internacionais apoiados pela Organiza- ção das Nações Unidas (ONU), são inspirados no ECA, numa demonstração da importância deste documento para o combate ao trabalho infantil. D) O embasamento para a promoção e a proteção dos direitos da criança e do adolescente, em alguns documentos internacionais, sem se apoiar na Orga- nização das Nações Unidas (ONU) em nenhum do- cumento brasileiro E) As ações em razão da criança e do adolescente não são de importância internacional. 124 5 - As Normas Regulamentadoras (NR) são comu- mente publicadas pelo Ministério do Trabalho por meio da Portaria 3.214/79 para estabelecer: A) Os requisitos técnicos e legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). B) As normas técnicas e legais sobre os aspectos mí- nimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). C) As normas técnicas somente sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). D) As normas legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). E) As portarias a respeito de segurança do trabalho em razão dos aspectos mínimos sobre Segurança e Saúde do Trabalhador. 125 1. Introdução Neste capítulo, será dada ênfase às Normas de Segurança do Trabalho, prevençãoe controle de risco, o qual se desenvolverá pelo estudo de seus conceitos, normas aplicáveis e os meios de preven- ção e controle de risco. Destacam-se, também neste capítulo, os profissionais de segurança do trabalho essenciais para a consecução da Segurança, prevenção e con- trole de risco no Brasil. As atribuições, bem como as responsabilida- des desses profissionais, são de suma importância.