Prévia do material em texto
4 DIÁRIO DE PRÁTICAS Dentro do ambiente de trabalho trago sob minha responsabilidade a gestão de pessoas e a gestão operacional como um todo. Faço o gerenciamento, treinamento e desenvolvimento de pessoas e suas atividades. Coordeno e direciono os colaboradores a exercerem suas respectivas funções. Ralph Nader diz que “A função da liderança é produzir mais líderes, não mais seguidores”. E diante das minhas atribuições existe um patrimônio ao qual domino e administro, mas que pertence a outrem, entretanto tenho a mesma obrigação e cuidado que um empreendedor tem ao gerir seus negócios. Diariamente dou de cara com conflitos internos e externos. Para Chiavenato (2004), conflito ocorre pela diferença de objetivos e interesses pessoais, e é parte inevitável da natureza humana; constitui o lado oposto da cooperação e da colaboração, a palavra conflito está ligada a desacordo, discórdia, etc. Lidar com pessoas é lidar com personalidades diferentes. Muitas vezes os colaboradores já chegam à operação com problemas pessoais, desmotivados e me cabe ter atenção e fazer com que isso não interfira na sua produtividade e não afete seus colegas. Segundo Chiavenato (2000) para uma empresa ser bem-sucedida deve-se pensar em toda sua estrutura organizacional, para isso acontecer o capital humano é de fundamental importância. Para a execução do inventário me baseio em um cronograma pré-montado para a execução dos balanços. A cada dia trabalhamos em um setor diferente. A finalidade é e sempre será a busca por um resultado limpo e mais próximo possível da realidade. Freitas (2008) considera a gestão de estoque uma das atividades chave para a administração da empresa, pois ela está relacionada com a eficiência das empresas em gerirem seus processos. Faço a gestão direta de um estoque de aproximadamente quatorze milhões de reais. Também sou responsável por três colaboradores. O Felipe é o subcoordenador, assume a direção do inventário quando não estou presente e me auxilia nas atividades. Leon e Marcelo são conferentes, sob eles está a 5 responsabilidade de fazer a contagem dos itens, lançar no sistema através do aparelho RUB e registrá-los. Sobre gestão de pessoas Gil (2001, p. 13) define a Administração de Recursos humanos como sendo: A administração de Recursos Humanos é o ramo especializado da Ciência da Administração que envolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois, a área que trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoal. Dessa forma não deixo de ser um empreendedor, pois a minha responsabilidade alcança todo o processo operacional e administrativo da auditoria. Toda falha que houver dentro desse processo está diretamente ligada à minha gestão. Segundo Dolabela (1999), ainda não existe resposta científica sobre se é possível ensinar alguém a ser empreendedor, mas sabe-se que é possível aprender a sê-lo, e para isso é fundamental a criação de um ambiente que propicie esse aprendizado. Dentro da operação da loja existe a área de vendas: ou seja, as prateleiras onde os produtos ficam expostos. A caixaria: são as caixas posicionadas em pallets abaixo da área de vendas. As gavetas: estão organizadas acima da área de vendas. E por fim o antiaéreo e o áreo: são os produtos localizados nas longarinas montadas na loja. Ou seja, os produtos estão agrupados um acima do outro. Assim, o coordenador fica responsável por direcionar a equipe, determinar o que cada um vai fazer e de que forma vai fazer. O coordenador também é responsável por fazer a contagem será da loja dentro de uma gaiola de ferro com cinto de segurança elevado através de uma empilhadeira. Além de toda a área da loja, a mesma abriga um estoque onde os produtos também ficam armazenados. Dentro do estoque também há o setor de trocas: mercadorias vencidas as quais o fornecedor faz a troca por novos, apenas em casos previstos em contratos/compras. O setor de avarias: são os produtos que de alguma forma foram danificados e precisam ser descartados. E, por fim o setor de confinados: são os produtos de alto valor e risco, ou seja, produtos facilmente roubados e que por terem valor de mercado alto geram um 6 prejuízo maior a loja. Esses produtos confiados são guardados dentro de uma gaiola imensa onde a total responsabilidade de manuseio está sob a custódia dos Gestores e funcionários do setor de prevenção e perdas. Além disso, ainda existem as ilhas: ambientes direcionados a produtos específicos em ofertas. Blackligths: produtos com propaganda expressiva posicionados em um local pago pelos fornecedores para ter maior visibilidade. E os stands de vendas: armários estrategicamente próximos aos caixas de compras para incentivar o consumo dos clientes. Chiavenato (2005) ainda enfatiza que o estoque na maior parte das empresas é um ativo circulante indispensável, para que elas possam produzir e vender com o menor risco de paralização ou de preocupação. Assim, para que o inventário seja executado os quatro integrantes da equipe são direcionados a fazer cada um uma função. Um faz a contagem de todo o aéreo do setor a ser inventariado. O outro faz a contagem da área de vendas e caixaria. O terceiro fica responsável pela contagem dos produtos do estoque, setor de confirmados, setor de trocas e setor de avarias. E o quarto e último integrante ficam responsáveis pela contagem das ilhas, Blacklights e stands de vendas. Gianesi e Biazzi (2011) definem que a função do estoque é decorrente da necessidade de um processo de suprimento para atender um processo de demanda. Dessa forma cada um faz seu registro e ao final todos os dados são unidos e somados no sistema Rub da loja. Ao final desse processo temos um resultado onde individualmente cada item aparece com sua contagem e definição de valor que pode ser positivo ou negativo. O sistema usa o estoque registrado anteriormente para ter essas informações. Assim as maiores divergências são levadas a uma nova contagem para serem corrigidas. Ao final de todas as atividades tenho em mãos um relatório com todos os dados finais do inventário e gero assim o percentual de perdas da loja. Todos esses dados gerados são encaminhados para os Gerentes da loja, os Supervisores, a Regional e a Diretoria da empresa. A partir daí todos em suas devidas realizam uma função de melhoria, ou, colocam em prática as melhorias sugeridas para melhorar os resultados. 7 As propostas de melhoria geralmente são direcionadas aos responsáveis pelo setor (Líder e Repositor), pois se tratam da organização e da facilidade na busca dos itens em contagem. E esses fazem todo trabalho de arrumação, precificação, posicionamento dos produtos na prateleira, reposição, alinhamento, etc. E por conta disso muitas vezes os produtos ficam perdidos e espalhados em setores diferentes, e quando não encontrados geram uma perda inexistente. Isso dificulta bastante à realização do balanço, pois como trabalhamos todo dia em setores diferentes, em corredores diferentes, os produtos que não estiverem nos setores programados em cronograma junto com a sinalização de localização, provavelmente não serão contados e posteriormente poderão ser encontrados em outros inventários. Isso se dá por conta da responsabilidade dos funcionários da loja realizar adequadamente a layotização dos setores. Quando esse trabalho é feito de forma minuciosa, automaticamente conseguimos realizar um bom trabalho visto que trabalhar em um ambiente organizado maximiza o manuseio e a reposição dosprodutos e minimiza as perdas. A paletização é outro componente do processo que pode tanto beneficiar como prejudicar o andamento do processo, pois é na forma de arrumação do pallet que muitos itens ficam invisíveis e como esses ficam alocados no aéreo da loja, não há como identificar a localização de certos produtos. Isso ocasiona em retrabalho ou perda na composição do resultado final. O arranjo físico procura uma combinação otimizada das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. (PAOLESCHI, 2009, p.207) Dessa forma entendemos a importância dentro de um ambiente como a loja do Atacadão em que o layout seja corretamente seguido. São várias pessoas em turnos diferentes manuseando o mesmo item ou pallet, e todos com finalidades diferentes buscando sempre o mesmo objetivo: manter a organização. E para nós que realizamos a auditoria do estoque, não podemos transitar em ambientes 8 desajustados, pois somos uma equipe pequena para a quantidade de produtos a serem contados. Quanto aos gestores, o Supervisor fica responsável por fiscalizar, sinalizar e advertir todos os procedimentos dentro do ambiente operacional seja esses diretamente ligados ou não ao exercício dos inventariantes. O Gerente tem a obrigação de cobrar do Supervisor os resultados das ações e fiscalizações para verificar se estão sendo seguidas as recomendações ou não. Já a regional acompanha os resultados disso através do sistema, identifica falha em comum nas lojas e elabora propostas de mudanças e melhorias. Ele também é responsável pelo cronograma e a execução do mesmo. O regional gera todos os mínimos dados em relatórios e esses são apresentados a diretoria que acompanha diariamente as perdas das lojas. Dessa forma o inventário também serve como um parâmetro para ajustes de preços, aquisições ou não de mercadorias e etc. Pois tudo que a empresa perde ela precisa de reposição. Em alguns casos essa reposição acontece pelo próprio fornecedor que faz uma premiação a loja ou troca do produto. Em outros casos essa reposição ocorre no ajuste do preço onde o cliente acaba pagando mais caro por um produto que era mais barato. É um processo um pouco engessado, pois muitas vezes não temos temo hábil para conseguir finalizar a contagem de todos os itens. A demanda é grande e o tempo é curto, o mix de produtos a serem contados pode chegar a quatrocentos a depender do inventário, e quanto maior a quantidade de itens, menor o tempo para contagem e mais fácil uma ruptura no resultado tornando-o irreal ao que realmente deveria ser se esse processo fosse mais bem planejado. O planejamento estratégico, segundo Oliveira (2002, p. 48): É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada. Para Bateman e Snell (2009, p.117) o planejamento é o processo consciente, sistemático de tomar decisões sobre metas e atividades que um indivíduo, grupo, uma unidade de trabalho ou uma organização buscarão o futuro. Ou seja, é através 9 de um bom planejamento é que se obtém um bom resultado. Tudo precisa ser milimetricamente pensado. De acordo com o Scamper podemos: Substituir o atual sistema de coletagem de dados por um mais atualizado e rápido para facilitar a atuação em campo. Combinar as atividades competentes aos funcionários visando aperfeiçoar o tempo de execução. Adaptar as atividades de acordo com a demanda. Minimizar as falhas para otimizar a contagem. Pensar em novas formas de contagem. Eliminar diálogos improdutivos para não atrapalhar o andamento do balanço. Reverter os erros sistêmicos de contagem para captar os resultados mais fiéis possíveis. Tanto o Atacadão como a Contagem trabalham de forma simples e limitada, não me concedem a autonomia de fazer as modificações necessárias que atendam as nossas dificuldades em campo, bem como a finalidade de acelerar o processo sem perder a qualidade da execução. Quem trabalha em campo conhece os principais pontos de mudanças e/ou melhorias. Na função de Gestor Operacional consigo perceber de perto todos os obstáculos que enfrentamos diariamente na busca pelo resultado mais limpo e fiel ao que existe dentro da loja. E essas dificuldades são relatadas diariamente na capa de inventário. Nela registro todas as informações pertinentes ao inventário e todos os acontecimentos ocorridos no turno de trabalho e que de certa forma impactou na produtividade do grupo. Na capa de inventário ficam relatadas todas as informações pertinentes ao resultado do setor inventariado. Nele contém as informações correspondentes ao que foi bipado, bem como suas quantidades as quais foram registradas. Contêm também dados como: resultado do inventário anterior; sinalizações e comentários; relatórios da primeira e da segunda contagem. 10 É um processo bem estruturado, contamos com um sistema efetivo e funcional, porém na hora da execução algumas partes precisam ser trabalhadas mais a fundo e o gestor deveria ter mais autonomia dentro desse processo de contagem e auditoria. No final sempre obtemos um resultado satisfatório, mas esse resultado poderia ser mais preciso se as sugestões fossem de fato acatadas. A diretoria e a Regional somente acompanham os resultados via sistema, então não conseguem enxergar a realidade como de fato ela é. Como no campo operacional trabalhamos e quais são os problemas que mais temos durante todo o processo de contagem. É preciso ter vivência operacional para que então as melhorias sejam mais bem elaboradas e aplicadas. 11 CONCLUSÕES Toda essa vivência cotidiana nos proporciona aprendizados imensuráveis. Sempre há algo novo a se entender e compreender. E não há forma melhor do que a prática. A teoria é a base do ensino, é o primeiro contato com o que estar a ser estudado, mas como a prática não há nada igual. Durante todo o percurso da disciplina a gente pode compreender seu real significado e importância. Não há como um empreendedor, administrador, gestor, ou qualquer profissional trabalhar apenas em cima da teoria. A prática precisa ser construída, executada, aperfeiçoada, modificada. Vivemos em tempos de inovações constantes, cotidianas. Dentro de campo a CONTAGEM me faz enxergar a gestão de uma forma diferente, pois, a responsabilidade de gerir uma equipe e um patrimônio é grande, e todo cuidado deve existir com a maior atenção. Um erro pode acarretar em inúmeros outros e trabalhar com pessoas é lidar diariamente com conflitos, dúvidas, questionamentos, desmotivação, problemas constantes. E se um gestor não estiver devidamente preparado, não saberá resolvê- los e consequentemente esses problemas irão crescer em vez de diminuir. O instinto de empreendedorismo domina aqueles que o exercem através das suas funções. O gestor tem que enxergar o ambiente de trabalho como se fosse proprietário dele. Dessa forma ele consegue se desenvolver em vários aspectos. E é com esse sentimento que fico o de empreendedorismo, de ter aprendido cada vez mais e com uma satisfação imensurável. Nós, administradores em formação precisamos de todo esse acervo para construirnosso aprendizado. Durante o curso trabalhamos todos os aspectos da administração, é a nossa preparação para o mercado, é a forma como iremos desenvolver cada uma de nossas habilidades e sermos direcionados a aquilo que nos desperta prazer. 12 AUTOAVALIAÇÃO Considero cada momento desse trabalho inteiramente significativo para mim, meu desenvolvimento, meu aprendizado, compreensão e discernimento. Todas as etapas puderam contribuir e muito para que eu pudesse/possa melhorar enquanto graduando e profissional do ramo. Entender todo o processo de maneiras diferentes, em outros olhares e perspectivas são pontos cruciais para o crescimento de qualquer profissional. Não enxergar apenas aquilo que está diante dos seus olhos, mas, também olhar o ambiente e as pessoas de maneiras diferentes. Se colocar no lugar do outro, saber ouvir, agregar e absorver conhecimento. A troca de ideias. Tudo isso é permitido pela vivência da prática. Acredito ter conseguido executar de uma maneira objetiva e simples tudo aquilo que aprendi na teoria. Sempre me atentando a todas as formas de execução para não repetir ou cometer novos erros. Em resumo ao contexto geral da disciplina me avalio como uma pessoa apta a exercer a função de gestor e ser um empreendedor. Sou receptivo, sei ouvir e dialogar, lidar com conflitos e resolvê-los sem que esses atinjam o ambiente. Minha experiência profissional me ajudou bastante a chegar onde estou, e a teoria foi extremamente contributiva para isso. De uma forma ampla posso dizer com as mais sinceras palavras que aprendi muito, mas ainda não o suficiente. Por fim, gostaria de reiterar a importância do papel do gestor dentro de uma empresa. Seja na condição de proprietário ou funcionário, ambos desenvolvem capacidades e habilidades de empreendedorismo, gestão operacional, desenvolvimento de pessoas, etc. Por isso é de suma importância que esses busquem sempre se atualizar das novidades da área, se especializar em cursos, e aprimorar seus conhecimentos para que cada vez mais possa executar sua gestão com as mínimas possibilidades de erro, e é assim que me sinto agora. 13 REFERÊNCIAS Gestão de pessoas: Mudanças e exigências de mercado e sua influência sobre o colaborador dentro da organização. Disponível em < http://www.opet.com.br/faculdade/revista-cc-adm/pdf/n3/gestao-de-pessoas_- mudancas-e-exigencias-de-mercado-e-sua-influencia-sobre-o-colaborador-dentro- da-organizacao.pdf> Acesso em: 18/04/2019 Gestão de conflitos: Transformando conflitos organizacionais em oportunidades. Disponível em: http://crars.org.br/artigos_interna/gestao-de- conflitos-transformando-conflitos-organizacionais-em-oportunidades-41.html> Acesso em: 18/04/2019 Gestão de estoque. Disponível em < https://www.maxwell.vrac.puc- rio.br/24604/24604_3.pdf> Acesso em: 18/04/2019. A importância do empreendedorismo como estratégia de negócios. Disponível em < http://www.unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/53972.pdf> Acesso em 18/04/2019 14 ANEXOS 15 16 17 18 19 20 21 22