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programa-epidemiologia-2013

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Conceito : Processo de identificação dos mecanismos envolvidos no( processo de propagação das doenças que envolve os hospedeiros, os agentes patogênicos, o ambiente (ecossistema) e os meios pelos quais os agentes infectam os susceptíveis Objetivo: Racionalizar o controle
Ecologia das enfermidades: Parasitismo > Relacionamento harmônico ou desarmônico Infecção x doença > Desequilíbrio
Determinantes da cadeia epidemiológica Conceitos 
Transmissão horizontal: doença é transmitida de uma fonte de infecção para um hospedeiro 
Transmissão vertical: é aquela transmitida de uma geração para a próxima
 Fontes de infecção: hospedeiro que alberga o agente etiológico com potencial de transmissão 
Hospedeiro: pode ser uma planta, animal ou artrópode que pode se infectar por, e permitir a manutenção (replicação e desenvolvimento), dos agentes infecciosos Hospedeiro doente Típico, atípico ou em fase prodrômica
 Hospedeiro portador: não manifesta sinal clinico da doença 
 Portador sadio (sem sinal clinico e não está na fase de incubação), em incubação (mas já( eliminam o agente) e em convalescência (em recuperação, porem ainda eliminando) 
 Hospedeiro primário (mantém o R0>1), secundário (mantém o R0<1) e acidental (não transmite)
Reservatório: os animais vertebrados capazes de atuar como fontes de infecção no processo de disseminação da doença; podem manifestar os sinais clínicos 
Vetores: transmissores vivos dos agentes infecciosos
 – Vetor mecânico: um animal que carreia fisicamente um agente infeccioso para os hospedeiros primários ou secundários. O agente infeccioso não se desenvolve e nem se multiplica no vetor mecânico 
– Vetor biológico 
Transmissão por desenvolvimento: o agente etiológico cresce e muda, porem não se multiplica. Ex. Dirofilaria immitis, causadora da dirofilariose, em mosquitos culex 
Transmissão propagativa: apenas se multiplica, não muda de forma ou tipo. Ex. encefalomielite ovina, que é transmitida ao ser humano via picada de carrapato da família Ixodidae 
Transmissão ciclo propagativa: alem das mudanças, se multiplicam no vetor. Ex. Plasmodium e Anopheles (malária) 
Fômites: veículos inanimados de doenças 
Hospedeiro 
 Susceptibilidade: pode se restringir a uma espécie ou a várias espécies de agentes infecciosos, como no caso da febre aftosa, que acomete várias diferentes espécies de animais; resistência 
Transmissibilidade: se refere a duração do período no qual o animal pode infectar e a quantidade de agentes infecciosos que o hospedeiro pode transmitir 
 Período pré-patente (parasitos), eclipse (vírus) ou latência (bactérias) 
 Período de incubação
Agente etiológico 
 Infectividade: é a capacidade dos agentes de infectar e multiplicar no hospedeiro. Vírus da gripe apresentam elevada infectividade 
Virulência: é a capacidade do agente em produzir casos graves ou fatais (casos graves / casos da doença) 
Patogenicidade: é a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo, produzir sinais clínicos em maior ou menor grau, dentre os hospedeiros infectados (casos da doença / total de infectados) 
Estabilidade: é o tempo que o agente infeccioso resiste fora do hospedeiro
Ambiente 
Manejo produtivo
 Bem estar
 Contaminação do ambiente
 Condições higiênico-sanitárias
 Educação
 Aspectos culturais
 Saneamento básico
Métodos de transmissão
 Contágio: transmissão rápida do material infectante da fonte de infecção ao hospedeiro; caracteriza-se pela presença de ambos no espaço e tempo
 – Contágio direto: quando não há relacionamento do agente com o meio exterior, nem contato com fomites que possibilitem a infecção. Exemplo de transmissão por contato direto incluem a por contato direto, inoculação, sexual e vertical.
 – Contágio indireto: há participação de fomites que carreiam o agente a fresco até o hospedeiro 
Ingestão: esta via pode ocorrer pela ingestão do agente etiológico ou ainda fomites ou hospedeiros intermediários com presença do agente infeccioso 
Transmissão aerógena: ocorre via ar contaminado, principalmente associado a esporos de fungos, algumas bactérias e vírus, que são eliminados pelos animais infectados via respiração, atingindo assim demais susceptíveis 
Professores: 	Eduardo Furtado Flores (8055)
		Carlos Augusto Mallmann (8445)
Conteúdo
- Usos e conceitos em epidemiologia (EFF)
- O conceito epidemiológico de causa – a tríade epidemiológica (EFF)
- Fatores envolvidos nas enfermidades emergentes (EFF)
- Fatores do ambiente (CAM)
- Fatores do hospedeiro (CAM)
- Fatores do agente (CAM)
- Interações agente-hospedeiro-ambiente (EFF)
Primeira avaliação: (12/novembro/13)
- Doenças em populações (EFF)
- Distribuição temporal das doenças (EFF)
- Distribuição espacial das doenças (EFF)
- Investigação de causa (EFF)
- Vigilância epidemiológica (EFF)
- Métodos de combate às doenças (EFF)
Segunda avaliação: (14/janeiro/14) Exame: 21/jan/14
Avaliação: 50% (70% EFF + 30% CAM) + 50%
Freqüência: 75%
Provas atrasadas: dia determinado pelo DMVP. 
Bibliografia:
- Material dado em aula: www.ufsm.br/sv > aulas > Epidemiologia
- Cortês: Epidemiologia Veterinária;
- Schwabe: Veterinary Epidemiology;
- Epidemiologia Veterinária – Thrusfield.
- Epidemiologia das infecções víricas. In. Virologia Veterinária, Flores, E.F. UFSM.2ed.2012.
O que não pode:
1. Manter celular ligado, sob o alcance dos olhos (e mãos);
2. Usar laptop, notebook, ipad, etc em aula;
3. Fazer as unhas, cortar cutículas, etc.
4. Vender lingüiça de capincho (nem mista);
5. Deixar sujeira na sala (copos, garrafas plásticas, papel de bala, etc);
6. Fazer roda de mate;
7. Desorganizar a sala (filas de cadeiras);
8. Namorar (descaradamente);
9. Atrapalhar a aula com conversa, etc.
10. Sentar fora das fileiras de cadeiras;
11. Roncar (muito alto);
12. Ultrapassar 25% de faltas.
Além disso, nas aulas do Prof Mallmann não pode:
Tomar mate;
Usar boné;
A cadeia epidemiológica é um sistema cíclico por meio do qual um agente etiológico é eliminado de um hospedeiro, é transferido ao ambiente e atinge um novo hospedeiro, no qual ele penetra, evolui e do qual é novamente eliminado. O conhecimento da cadeia epidemiológica é de fundamental importância para que se possa saber onde e como atuar, de forma a interrompê-la e impedir que a doença persista. A cadeia epidemiológica é composta por: - 1. Fonte de infecção – 2. Via de eliminação – 3. Meio de transmissão – 4. Porta de entrada
1. Fonte de infecção É um organismo vertebrado, no qual o agente infectante pode desenvolver-se ou multiplicar-se e do qual pode ganhar acesso ao exterior. Três elementos podem atuar como fonte de infecção: - Doente a fonte de infecção mais comum. É o indivíduo que apresenta os sintomas da enfermidade, sintomas esses devidos ao agente etiológico que albergam. De acordo com a manifestação desses sintomas, os doentes podem ser classificados em: - Doente típico aquele que manifesta a sintomatologia característica da enfermidade- Doente atípico aquele que apresenta sintomatologia diferente da que caracteriza a doença. Doente em fase prodrômica aquele que apresenta uma sintomatologia inespecífica, no estágio inicial da doença. Durante esse período o doente pode eliminar o agente etiológico para o meio exterior, atuando como fonte de infecção; - Portador é o hospedeiro que mantém em seu organismo um agente etiológico, sem apresentar sintoma devido a esse agente. Existem três tipos de portadores: Portador são não apresenta os sintomas da enfermidade em nenhum momento do processo infeccioso, devido a resistência natural ou imunidade adquirida. Portador em incubação não apresenta os sintomas da enfermidade, que se encontra em fase de incubação, mas já elimina o agente etiológico. Após o período de incubação, o hospedeiro apresentaráos sintomas da doença considerada. Portador convalescente não apresenta os sintomas da doença, por ter havido cura clínica, mas continua eliminando o agente etiológico;
 -Reservatório um hospedeiro vertebrado, de espécie diferente da considerada, no qual o agente etiológico se instala, multiplica-se e é eliminado para o ambiente.
2. Via de eliminação é a via por meio da qual o agente etiológico tem acesso ao meio exterior. -Secreções oronasais e expectorações -Excreções: Fezes e Urina -Leite -Sangue 
 -Exsudatos e descargas purulentas Uretrais e Vaginais - Placenta Descamações epiteliais
 -Sêmen
3- Meio de transmissão é o conjunto de veículos, animados ou inanimados, por meio dos quais se dá a transmissão de um agente desde uma fonte de infecção até um hospedeiro. A transmissão pode se dar por contato direto quando ocorre contato físico entre a fonte de infecção e o hospedeiro susceptível e há transferência de material infectante ou por contato indireto onde pressupõe a existência de um espaço entre a fonte de infecção e o novo hospedeiro, e a transferência do agente etiológico se dá por intermédio de um veículo, animado ou inanimado. 
No caso de agentes expelidos com as secreções nasofaríngeas. A transmissão pelo ar se dá por meio de aerossóis ou de poeira.
Alimentos e água, a água é de grande importância, devido às inúmeras oportunidades de poluição e contaminação por microrganismos patogênicos. É o principal meio de transmissão das doenças entéricas Os alimentos também constituem importante meio de transmissão. A contaminação dos alimentos pode ocorrer por manipulação inadequada ou na sua origem, como ocorre com o leite. Solo, quando nele o agente infectante realiza parte do ciclo evolutivo. É o caso das verminoses
Hospedeiro intercalado um invertebrado que não participa ativamente na transmissão, mas que pode ser indispensável para o ciclo evolutivo do agente ou pode desempenhar importante papel na sua proteção durante a permanência no meio exterior
Vetor organismo vivo, invertebrado, que veicula o agente etiológico. Fornece ao agente condições para sua multiplicação ou para sua proteção. Difere do hospedeiro intercalado porque participa ativamente no processo de transmissão. O vetor pode ser; mecânico apenas transporta mecanicamente o agente etiológico, sem que em seu corpo ocorra alguma modificação desse agente; ou biológico aquele em que é necessária a multiplicação ou o desenvolvimento do agente etiológico para que possa transmitir a enfermidade.
Fômites objetos que podem eventualmente levar o agente etiológico da fonte de infecção até o hospedeiro susceptível. Diferentes objetos podem atuar como fômites, tais como arreios, baldes, seringas, agulhas, etc.
4 Porta de entrada É a via por meio da qual o agente etiológico consegue penetrar em um novo hospedeiro. A porta de entrada está associada ao meio de transmissão
Mucosas -Trato respiratório - transmissão por gotículas, poeira -Trato digestório - alimentos, água -Aparelho geniturinário - contato direto -Conjuntiva - vetores, gotículas -Ducto galactóforo solo, fômites. Pele a penetração através da pele pode se dar por contato direto, no caso de mordedura, por vetores, solo, fômites etc.
Profilaxia é o conjunto de medidas adotadas com a finalidade de interromper a cadeia de transmissão de uma enfermidade. As ações profiláticas podem ser exercidas em qualquer fase da história natural da doença, tanto no período pré-patogênico quanto no período patogênico, quando o processo já está instalado. As medidas profiláticas podem ser adotadas em três níveis: Prevenção consiste em evitar o aparecimento da enfermidade na população. Controle conjunto de medidas empregadas com o objetivo de reduzir a freqüência da ocorrência de uma doença já presente na população; consiste em evitar que a enfermidade venha a se desenvolver e Erradicação conjunto de ações adotadas com a finalidade de eliminar a enfermidade de um território. Trata-se de um procedimento radical e intensivo, cujo sucesso depende de uma integração ampla, envolvendo diferentes segmentos profissionais e múltiplas medidas sanitárias.
Características dos agentes etiológicos (biológicos) 1.1- Morfologia Diversos aspectos da morfologia do agente etiológico são importantes, como, por exemplo, o tamanho, que vai influir na penetração do agente, no meio de transmissão etc. 1.2- Infecciosidade ou infectividade É a capacidade que tem o agente etiológico de penetrar e multiplicar-se em determinado organismo, ou seja, de causar infecção, independentemente da ocorrência ou não de agravos à saúde. O vírus da febre aftosa e o da peste suína, por exemplo, apresentam elevada infectividade. Uma vez que atingem uma população susceptível, disseminam-se rapidamente, infectando uma boa parte dos animais expostos. Já as micobactérias apresentam uma baixa infectividade, disseminandose lentamente, infectando uma proporção menor de indivíduos. 1.3- Patogenicidade É a capacidade do agente de produzir lesões específicas no organismo do hospedeiro. A patogenicidade é identificada pela frequência da manifestação clínica da doença na população. Agentes dotados de elevada patogenicidade, como o vírus da peste suína, determinam elevada proporção de casos clínicos da doença. 1.4- Virulência É o grau de severidade da reação patológica que o agente etiológico provoca no hospedeiro. A virulência independe da infectividade e pode variar tanto de um hospedeiro para outro como entre estirpes de um mesmo agente. 22 1.5- Imunogenicidade É a capacidade do agente de induzir uma resposta imune específica por parte do hospedeiro. Essa resposta imune resulta na formação de anticorpos circulantes, anticorpos locais e imunidade celular. Determinados agentes são capazes de induzir no hospedeiro uma resposta imunitária intensa e duradoura, enquanto outros determinam uma imunidade de curta duração. 1.6- Variabilidade É a capacidade que tem o agente etiológico de adaptar-se às condições do hospedeiro e do ambiente. A variação antigênica é um exemplo do mecanismo seletivo de adaptação do agente a uma situação adversa, alterando suas características antigênicas para evitar os mecanismos de defesa do hospedeiro. Um exemplo é o vírus da febre aftosa, que apresenta uma grande capacidade de desenvolver variantes imunes. Outro mecanismo relacionado com a variabilidade do agente é o desenvolvimento de resistência a agentes microbianos. 1.7- Viabilidade ou resistência É a capacidade do agente de sobreviver fora do hospedeiro, ou seja, no meio exterior. Reveste-se de grande importância porque a sobrevivência no exterior, por longo tempo, proporciona ao agente maiores oportunidades de atingir outro hospedeiro. 1.8- Persistência Reflete a capacidade de um agente de permanecer em uma população de hospedeiros por tempo prolongado, ou indefinidamente. Trata-se, pois, de uma característica estreitamente associada às demais propriedades do agente. Agentes que necessitam de parasitismo obrigatório, acometem uma única espécie hospedeira, são dotados de elevada capacidade letal, conferem sólida imunidade, apresentam curto período de transmissibilidade e baixa resistência às condições ambientais teriam uma limitada ou quase nula condição de manutenção na natureza.
Transmissão horizontal: doença é transmitida de uma fonte de infecção para um hospedeiro Transmissão vertical: é aquela transmitida de uma geração para a próxima(

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