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1 ANATOMIA PATOLÓGICA – 22/08 ANORMALIDADES DA INFLAÇÃO PULMONAR Enfisema Significa uma hiperinsuflação, ou seja, um excesso de ar em alguma parte do corpo, porém, pelo fato dos pulmões serem órgãos arejados, eles são mais frequentemente acometidos. Mas também pode haver enfisema subcutâneo. Só não confundam esse tipo de enfisema, com o enfisema cadavérico. Esse cadavérico, é uma alteração post- mortem! No enfisema cadavérico, em bovinos, as bactérias do TGI produzem gás. Na medicina veterinária, diferentemente da medicina humana, não é considerado como se existisse um enfisema primário. Na medicina humana, existe um enfisema chamado de primário. Esse enfisema primário é quando ocorre a formação de proteases e as células dos pulmões produzem antiproteases, então existe um equilíbrio para conter esse septos íntegros. Em humanos que fumam ocorre uma quebra desse equilíbrio – “teoria da protease antiprotease”. Essa é uma forma primária de ruptura desses alvéolos, nesse septos alveolares, tendo acúmulo de ar ali dentro. Mas na medicina veterinária não existe essa divisão. Inclusive o enfisema pulmonar não é uma doença de grande importância clínica, com exceção dos equinos. Na medicina veterinária é um achado de animais que, na maioria, morreram de forma agônica ou em situações em que ocorre uma deficiência do efluxo (saída) de ar, o ar acaba se acumulando dentro dos alvéolos, e das situações que ocorrem, como obstrução das vias aéreas inferiores, o ar consegue chegar até os alvéolos, por processo ativo, porém, esse ar não consegue sair (processo passivo), então ocorre um acúmulo excessivo de ar dos alvéolos levando a ruptura dos septos alveolares, caracterizando o enfisema alveolar. Em bovinos, principalmente, o ar desses alvéolos pode ir para o interstício (espaço entre as células), caracterizando o enfisema intersticial ( comum só em bovinos, devido o septo ser mais espesso), causando ruptura do interstício. Atelectasia É o colabamento dos alvéolos que ocorre geralemente próximo a uma área de enfisema (que é a ruptura). (enfisema e atelectasia em cão) Fibrose O pulmão tem capacidade regenerativa dependendo do grau da enfermidade e do tempo da lesão. Mas se a lesão for crônica e muito extensa ocorre formação de tecido conjuntivo fibroso, portanto, esse tecido pulmonar é substituído e perde a função de hematose. 2 ANATOMIA PATOLÓGICA – 22/08 ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS Hemorragia pulmonar Tem causas semelhantes às hemorragias de outras partes do corpo. Principais causas das hemorragias são traumáticas, por deficiência dos fatores de coagulação, deficiência de plaquetas e intoxicação com antagonistas da vitamina K (como warfarina). Quando se te um processo hemorrágico generalizado e que provavelmente, a causa morte foi um choque hemorrágico/ hipovolêmico, e não sabemos a causa da hemorragia, chamado de “diátese hemorrágico”, que é uma tendência ao sangramento, sem causa específica e sangramento mais prolongado. Congestão Ocorre, comumente em animais com deficiência cardíaca. Edema Ocorre por aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão oncótica, diminuição da drenagem linfática. Quando o fluido é escuro (tem mais extravasamento de proteína, associado à inflamação) é de origem hiperêmica, , quando o fluido é claro (com pouca proteína), teve origem congestiva, há o edema inflamatório ou de permeabilidade que é aquele em que as células inflamatórias produzem substâncias que aumentam a permeabilidade vascular (como histamina). Tem que saber diferença de edema e congestão * Edema de permeabilidade: é aquele em que as células inflamatórias produzem substâncias químicas que aumentam a permeabilidade dos vasos. 3 ANATOMIA PATOLÓGICA – 22/08 PIGMENTAÇÃO Antracose Ocorre por acúmulo de partículas de carbono no pulmão, eles ficam acinzentado ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS A inflamação dos pulmões é chamada de pneumonia Pleuropneumonia fibrinosa Ocorre por formação de uma rede de fibrina Pneumonia eosinofílica Rica em eosinófilo. 4 ANATOMIA PATOLÓGICA – 22/08 Broncopneumonia fibrinopurulenta Tem envolvimento nos bronquíolos e do interstício e dos brônquios, tem uma rede de fibrina e pus. Pode ser causada por parasita Pneumonia intersticial granulomatosa Não ocorre envolvimento dos brônquios e ocorre a formação de granulomas Pneumonia granulomatosa -> TUBERCULOSE É uma zoonose, os agentes etiológicos são os micobacterium bovis, micobacterium tuberculosis e micobacterium avium. No caso do micobacterium bovis ele acomete principalmente bovinos, mas pode acometer outras espécies. O micobacterium tuberculosis afeta os humanos, mas pode acometer outras espécies. Essas bactérias são BAAR (são bacilos álcool ácido resistentes) e para ser visto no microscópio tem que ser feito uma coloração especial chamada Ziehl neelsen e a transmissão ocorre principalmente pela inalação das bactérias nos aerossóis. 5 ANATOMIA PATOLÓGICA – 22/08 Patogênese As bactérias ao chegarem nos pulmões são fagocitadas pelos macrófagos, onde pode ocorrer dois caminhos; - em paciente imunocompetentes, geralmente os macrófagos destroem essas bactérias, ou - em pacientes com sistema imunológico afetado, os macrófagos fagocitam a bactéria, porem não conseguem destruir a bactéria e a mesma se prolifera, destrói os macrófagos e os tecidos vizinhos, levando uma inflamação granulomatosa, podendo ou não conter células gigantes e, no centro do granuloma, encontra necrose do tipo caseosa que frequentemente se mineraliza. Macroscopicamente, observamos nódulos de tamanhos variados contendo em seu interior um material branco amarelado que lembra coalho de leite, sendo comum, principalmente em bovinos, ouvir ranger de faca ao cortar esses nódulos devido à área de mineralização. As pessoas que são acometidas por outras micobacterium tem micobacteriose, e não tuberculose.