Buscar

Prévia do material em texto

1 
 
 
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF 
Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ 
Curso: Licenciatura em Pedagogia 
Disciplina: Educação para a Diversidade 
Coordenadora: Professora Doutora Shirlena Campos de Souza Amaral 
Mediadora Pedagógica: Professora Mestra Gabriela do Rosario Silva 
Semestre: 2019.01 
Data para Entrega: 24/02/2019 
Aluna: Maria Alice Silva de Pinho 
Matricula:17211080146 
 
AD1 – Educação para a Diversidade 
 
Questão 
 
A partir do material disponibilizado para as Aulas 1, 2 e 3, bem como dos seus respectivos 
textos, produza um texto dissertativo-argumentativo entre uma a três laudas, perpassando 
pelos conceitos de Educação, Diversidade, Direitos Humanos, Políticas Públicas e Ações 
Afirmativas, de modo a elencar argumentos acerca do que pode ser concebido como 
diversidade cultural e quais os caminhos que podem ser delineados para uma prática 
educacional que contribua para o ato de educar em/para os Direitos Humanos. 
 
O tema Educação e diversidade: Diversidade, Educação, direitos humanos, Políticas 
Publicas e Ações afirmativas constitui o eixo central da educação e objeto da política 
educacional. Diz respeito à efetivação da educação pública democrática, laica e com 
qualidade social nas instituições educativas de todos os níveis, etapas e 
modalidades. 
2 
 
A diversidade como dimensão humana, deve ser entendida como a construção 
histórica, social, cultural e política das diferenças que se expressa nas complexas 
relações sociais e de poder. 
 
 
Uma política educacional pautada na diversidade traz para o exercício da prática 
democrática a problematizarão sobre a construção da igualdade social e as 
desigualdades existentes. Esta construção pressupõe o reconhecimento da 
diversidade no desenvolvimento sócio-histórico, cultural, econômico e político da 
sociedade. 
Os coletivos políticos, tais como os movimentos: negro, quilombola, indígena, de 
mulheres, LGBT, ambientalista, povos do campo, povos da floresta e povos das 
águas, das comunidades tradicionais, de inclusão das pessoas com deficiência, 
dentre outros, afirmam o direito à diferença, instigam a adoção de políticas públicas 
específicas, fazendo avançar, na sociedade, a luta política pelo reconhecimento, 
pela luta contra o racismo e pela valorização da diversidade. 
Os movimentos sociais contribuem para a politização das diferenças, da identidade 
e as colocam no cerne das lutas pela afirmação e garantia dos direitos ao atuarem 
dessa forma, questionam o tratamento dados pelo Estado à diversidade, cobram 
políticas públicas e democráticas e a construção de ações afirmativas destinadas 
aos grupos historicamente discriminados. As políticas afirmativas visam reconhecer 
as diversidades entre a população negra e não negra, no sentido de direcionar os 
esforços para minimizar e gradativamente diminuir as distâncias socioeconômicas 
que permeiam a vida social brasileira. 
É necessário neste contexto, o entendimento de conceitos que podem contribuir 
para o êxito das ações afirmativas e a inclusão social. As ações afirmativas são 
formas de políticas públicas que objetivam transcender as ações do Estado na 
promoção do bem-estar e da cidadania para garantir igualdade de oportunidades e 
tratamento entre as pessoas e a mobilização dos setores culturais com intenção de 
ampliar as ações de inclusão social. 
Diferenciar inclusão social de exclusividade e privilégios sociais. A inclusão social é 
busca da afirmação de direitos que há muito tempo vem sendo negados; enquanto 
exclusividade é marca registrada de um grupo ou segmento social que tem amplo 
acesso aos bens, riquezas e oportunidades produzidas em termos sociais visto que 
uma ou outra parcela muito grande da população tem restrições ou são barradas por 
completo da participação sociocultural e o exercício da dignidade e da cidadania. É 
isso que caracteriza a exclusividade. 
Nesse contexto, as ações afirmativas surgem para tratar com igualdade pessoas 
diferentes, pois, o regime escravista proporcionou uma visão negativa do negro, 
desqualificando-o enquanto pessoa e diante disso, consequentemente não 
necessitaria de educação e direitos tendo em vista a utilidade e a coisificação 
criadas em torno dele. Dessa forma, o afrodescendente não se torna ator social e 
sujeito da história; restando-lhe a mera condição de objeto da história. 
3 
 
Portanto, se faz necessárias discussões em torno da problemática do racismo às 
“avessas” e do acesso à educação através de vias de mobilização nacional em favor 
das reformas e do fortalecimento da democracia e consequentemente da cidadania. 
É de fundamental importância que se compreenda que os programas de ações 
afirmativas não como mecanismo fim e sim, como políticas públicas ou privadas que 
servem de meios direcionados na redução das desigualdades sociais. 
É preciso agir a partir da raiz do problema para erradicar a situação de exclusão 
social. A concepção de direitos humanos, numa perspectiva emancipa tória, se 
contrapõe à compreensão abstrata de humanidade ainda presente em muitos 
discursos, políticas e práticas de educação meramente regulatórios, que mantêm 
suposta neutralidade frente à luta pela inclusão social. Essa compreensão traduz a 
prevalência do modelo de humanidade, que nega a diversidade e reforça um 
determinado padrão de humano: branco, masculino, de classe média, adulto, 
heterossexual, ocidental e sem deficiência. Nessa concepção homogeneizante e 
hegemônica de direitos humanos, a diversidade é colocada como um problema e 
não como um dos principais eixos da experiência humana.