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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” LABORATÓRIO DE FÍSICA II Momento de Inércia de uma Partícula 05/09/2019 Momento de Inércia de um Disco 12/09/2019 Benício Nacif Ávila RA: 191010774 Gabriel Filkauskas de Melo RA: 191011371 João Guilherme Lalla RA: 191011291 Matheus de Souza Rodrigues RA: 191010278 Matheus Vive RA: 191011266 Stasys Antonio S. Linkevicius RA: 191011584 Profª: Larisa B. Arruda Bauru - SP 2019 OBJETIVO Estudar o momento de inércia de uma partícula e de um disco em relação a um determinado eixo de rotação, a fim de confrontar os valores obtidos experimentalmente com os valores calculados pelas equações. INTRODUÇÃO Esse experimento tem como objeto de estudo o momento de inércia, ou inércia rotacional, que é definido como uma grandeza física relacionada à resistência de um corpo ao movimento rotacional. Para exemplificar melhor o momento de inércia, suponhamos uma lâmina circular executando um movimento de rotação. Como ela este em movimento, conclui-se que ela possui energia cinética, porém devido a natureza do movimento rotacional não é possível calculá-la através da expressão: (1) ,pois ela se aplica a partículas, e as partículas da lâmina, a medida em que se localizam mais distantes do eixo de rotação da lâmina, possuem mesma velocidade angular porém diferentes velocidades lineares,de acordo com a equação: (2) ,consequentemente, as partículas distribuídas ao longo do raio R da lâmina não possuirão a mesma energia cinética. Considerando que cada partícula constituinte da lâmina possui massa Mi e velocidade linear Vi, a energia cinética para um corpo com n partículas é dada por: (3) (4) ,substituindo (4) em (3): (5) O produto [Mi.(Ri)^2] indica como a massa de um corpo em rotação se distribui ao longo do raio do corpo em relação ao eixo e , portanto, uma medida da inércia do sistema que representa a resistência que o sistema oferece quando tenta-se alterar seu estado de movimento (parar ou movimentar). A esta quantidade denomina-se de momento de inércia I do corpo em relação ao eixo de rotação, que pode ser expresso pela seguinte equação: (6) ,substituindo (6) em (5) obtemos: (7) No caso de um corpo rígido composto por partículas discretas de massa dm e a distribuição de massas for contínua, a definição de momento de inércia é expressa por: (8) Com o auxílio da equação (8), possível determinar a expressão do momento de inércia em relação a um eixo fixo de corpos com formas específicas. Momento de inércia de um anel em relação a um eixo que passa pelo seu centro de massa (CM): (9) M: massa do anel; Rext : raio externo do anel; Rint: raio interno do anel; Momento de inércia de um disco em relação a um eixo que passa pelo seu centro de massa: (10) M: massa do disco; Rd: raio do disco; Momento de inércia de um disco em relação a um eixo que passa por seu diâmetro: (11) M: massa do disco; Rd: raio do disco; (12) Y: distância entre sensores; a: aceleração do sistema; (13) C: constante; MA: momento de atrito; IC: momento de inércia experimental do conjunto; r: raio da polia; (14) A: coeficiente linear da reta; (15) B: coeficiente angular da reta; (16) D%: desvio percentual; IPt : momento de inércia teórico da partícula; IPexp .: momento de inércia experimental da partícula; MATERIAIS UTILIZADOS Nos experimentos de Momento de Inércia foram utilizados os seguintes materiais: ❖ Cronômetro com sensores (marca PASCO scientific, modelo ME-8930, precisão 0,1 ms); ❖ Plataforma rotacional (marca PASCO scientific, modelo ME-8951); ❖ Kit acessório de inércia rotacional (marca PASCO scientific, modelo ME-8953); ❖ Balança de precisão (marca GEHAKA, modelo BG 2000, precisão 0,01g); ❖ Paquímetro (marca Mitutoyo, precisão 0,05 mm); ❖ Trena de 3m (marca TRAMONTINA MASTER, precisão 1,0 mm); ❖ Haste de fixação dos sensores; ❖ Porta - massas; ❖ Cabos e conexões; ❖ Massas diversas. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Momento de Inércia de uma Partícula Ao se iniciar o experimento, primeira ação foi medir a massa da partícula M e a massa do porta-massas. Em seguida, a partícula foi presa na plataforma a uma distância, escolhida pelo grupo, que seria o Raio (no caso deste grupo, a distância foi de 18 cm) e o cordão do porta-massas foi devidamente amarrado na polia da plataforma, de modo que quando atingisse o anteparo não haveria uma Força de Tração agindo sobre a polia (como ilustrado na figura 1). de distância entre si. Figura 1 Fonte: material disponibilizado pela professora Com os sensores do cronômetro posicionados a 50 cm de distância um do outro e com o mesmo configurado no modo “Two Gates”, com o objetivo de medir o intervalo de tempo entre a passagem do porta massas por cada sensor, foi adicionada uma massa de 10g e definido um ponto de partida padrão, então o sistema foi solto e o tempo foi medido quatro vezes. Foi então adicionado massa de 10g em 10g e medido 4 vezes o tempo de cada configuração do sistema. O experimento foi repetido 4 vezes e os dados foram anotados na tabela. Momento de Inércia de um Disco Para esta segunda parte do experimento, a primeira ação a ser tomada foi a medir a massa M do disco e determinar o diâmetro do disco D com o auxílio de um paquímetro (possibilitando o cálculo de seu raio R). Em seguida, a plataforma rotacional foi retirada e em seu lugar o disco foi devidamente posicionado no centro de rotação do equipamento. O cordão do porta-massas foi devidamente amarrado na polia da plataforma, de modo que quando atingisse o anteparo não haveria uma Força de Tração agindo sobre a polia (como ilustrado na figura 2), garantido que o porta-massas atinja o anteparo após passar pelos sensores do cronômetro que estavam a 50 cm de distância entre si. Figura 2 Fonte: material disponibilizado pela professora Com os sensores do cronômetro a 50 cm de distância e configurados no modo “Two Gates”, a fim de medir o intervalo de tempo entre a passagem do porta massas por cada sensor, foi adicionada uma massa de aproximadamente 10g e definido um ponto de partida padrão. O sistema foi solto e o tempo foi medido quatro vezes para então se calcular a média. Em seguida, foram adicionadas massas de 10g em 10g e medido 4 vezes o tempo de cada configuração do sistema. O experimento foi repetido 4 vezes e os dados foram anotados na tabela. DADOS E RESULTADOS Momento de Inércia de uma Partícula Colhendo os dados de massa e dimensões dos aparatos constrói-se a tabela 1: Tabela 1 - Medidas iniciais do sistemas (não variáveis) Fonte: Autoria Própria Com os dados obtidos na tabela 1, inicia-se o procedimento experimental para abastecer uma segunda tabela, onde serão apresentados os tempos gastos para o porta-massas percorrer os 50 cm que distam os sensores. Tabela 2 - Massasde tração (m), tempos (t) e aceleração (a). Fonte: Autoria própria As acelerações apresentadas pela tabela 2, a e a’ são respectivamente do sistema rotacional mais partícula, e sistema rotacional isoladamente, essa aceleração é calculada com o auxílio da equação (12). Tendo os valores de aceleração em mãos pode-se construir um gráfico da massa pela mesma, para a e a’. Gráfico 1 - Massa por aceleração (Sistema rotacional + Partícula) Fonte: Autoria própria Gráfico 2 - Massa por aceleração (sistema rotacional) Fonte: Autoria própria Com os coeficientes e os dados fornecidos pelos gráficos trabalha-se na construção de uma terceira tabela onde serão apresentados os valores momentos de inércia e torque de atrito, onde serão apresentados também os erros percentuais obtidos no experimento: Tabela 3 - Momentos de inércia experimentais, teóricos, erros percentual torque de atrito Fonte: Autoria própria Com os gráficos 1 e 2, e seus respectivos coeficientes angulares, por meio da equação (15), pode-se calcular uma constante C e C’, e por intermédio destas constantes e a equação (14), chega-se aos momentos inerciais experimentais do sistema rotacional com partícula, e isoladamente, realizando uma subtração obtém-se o valor experimental do momento inercial da partícula. Utilizando-se da equação (6), determina-se o valor teórico de momento de inércia da partícula e com a equação (16), encontra-se o erro percentual encontrado no experimento. É sabido também que sobre um corpo em movimento rotacional atua um torque resultante do atrito, o mesmo pode ser calculado através da equação (13). Momento de Inércia de um Disco Se tratando de um disco maciço, a forma de realização do experimento não se altera, primeiramente colhe-se os dados de massa e dimensões dos aparatos constrói-se a tabela 4: Tabela 4 - Medidas iniciais do sistemas (não variáveis) Fonte: Autoria própria Com os dados obtidos na tabela 4, inicia-se o procedimento experimental para abastecer uma quinta tabela, onde serão apresentados os tempos gastos para o porta-massas percorrer os 50 cm que distam os sensores. Tabela 5 - Massas de tração (m), tempos (t) e aceleração (a) Fonte: Autoria própria As acelerações apresentadas pela tabela 5, a e a’ são respectivamente do sistema rotacional mais o disco, e sistema rotacional isoladamente, essa aceleração é calculada com o auxílio da equação (12). Tendo os valores de aceleração em mãos pode-se construir um gráfico da massa pela mesma, para a e a’: Gráfico 3 - Massa por aceleração (Sistema rotacional + Disco) Fonte: Autoria própria Gráfico 4 - Massa por aceleração (sistema rotacional) Fonte: Autoria própria Com os coeficientes e os dados fornecidos pelos gráficos trabalha-se na construção de uma sexta tabela onde serão apresentados os valores momentos de inércia e torque de atrito, onde serão apresentados também os erros percentuais obtidos no experimento, porém relacionados ao disco: Tabela 6 - Momentos de inércia experimentais, teóricos, erros percentual torque de atrito Fonte: Autoria própria Com os gráficos 3 e 4, e seus respectivos coeficientes angulares, por meio da equação (15), pode-se calcular uma constante C e C’, e por intermédio destas constantes e a equação (14), chega-se aos momentos inerciais experimentais do sistema rotacional com disco, e isoladamente, realizando uma subtração obtém-se o valor experimental do momento inercial do disco. Utilizando-se da equação (10), determina-se o valor teórico de momento de inércia do disco e com a equação (16), encontra-se o erro percentual encontrado no experimento. E assim como na partícula sobre um disco em movimento rotacional atua um torque resultante do atrito, o mesmo pode ser calculado através da equação (13). DISCUSSÃO Nota-se nos resultados obtidos a ocorrência de uma considerável variação, tanto de se tratando do momento inercial da partícula quanto do disco, essa variação pode ser justificada por eventos como a movimentação da base sobre a bancada mudando o ponto de referência para liberação da força de tração e a folga presente no eixo de rotação do sistema, além de erros simples como paralaxe no momento de verificação das medidas de diâmetro e distâncias entre sensores. CONCLUSÃO Ao final do experimento, conclui-se que o estudo do momento inercial de uma partícula e de um disco, possibilitou verificar e analisar experimentalmente o momento de inércia de um corpo em relação a um eixo de rotação. Diante disso, verifica-se ainda, que embora o experimento realizado, tenha obtido valores de desvios consideráveis e expressivos, seja para a partícula, seja para o disco, este estudo proporcionou ainda a construção e interpretação dos gráficos do experimento, além do conhecimento de novas equações, como o cálculo do momento de atrito. REFERÊNCIAS ARRUDA, Larisa B., Apostila Laboratório de Física II, UNESP Campus Bauru, material didático (2019).