Prévia do material em texto
RELATÓRIO No 2 LINHAS EQUIPOTENCIAS Curso: Engenharia de Produção Discentes: Alef Petruci, Fabiana Bistane, Felipe Augusto, Ingrid Nogami, Marco Convertino Disciplina: Laboratório de Física III Professor: Augusto Batagin Itapeva-SP 2016 1. Introdução 1.1 Objetivos Fazer um mapeamento das linhas equipotenciais, analisando pontos diferentes para os mesmos potenciais pré-determinados, utilizando para isso três configurações diferentes para os eletrodos imersos em água (líquido condutor). 1.2 Fundamentos teóricos Os corpos possuem cargas positivas e negativas, pois são formados por átomos que possuem prótons em seus núcleos, partículas carregadas positivamente, e elétrons em sua eletrosfera, carregados negativamente. Quando o número de prótons é igual ao de elétrons, o corpo possui uma carga neutra, caso esse número não seja igual, pode-se ter uma carga positiva ou negativa que irá gerar uma força elétrica. Essa força gerada entre dois corpos, é um exemplo de força gerada a distância, assim como a força gravitacional. Esses dois corpos com carga não nula podem se atrair ou repelir, dependendo das cargas de cada corpo. Sabe- se que essa força varia diretamente de acordo com as cargas de cada corpo – quanto maior a carga maior e força - e também com a distância entre eles – quanto maior a distância menos a força, porém essa variação ocorre de maneira quadrática, ou seja, se dobrarmos a distância, a força fica quatro vezes menor. Isso pode ser observado na Equação (1) abaixo. No caso em que há apenas um corpo com carga elétrica, sabe-se que esse corpo irá gerar uma “perturbação” no ambiente, que é chamada de campo elétrica. Para detectar/sentir esse campo, precisa-se da presença de outra carga na região em que esse campo irá atuar. Então, pode-se afirmar que o (1) Equação da força elétrica campo Elétrico se manifesta na região do espaço que envolve uma carga elétrica. Ao colocarmos outra carga, esta sofre a ação de uma força de atração ou de repulsão dependendo de sua carga. Essa é uma análise geral da presença de um campo. Há ainda que se analisar a parte vetorial desse campo elétrico. Para entender a orientação do campo elétrico, desenha-se as linhas de força ou também conhecido como linhas de campo. A direção do campo é definida pela força exercida pela sua carga geradora, sobre uma carga de teste que por convenção sempre é adotada como positiva. Uma linha de força/campo de um campo elétrico é uma linha traçada que demonstre a direção do campo elétrico naquele ponto, como pode-se observar na imagem abaixo, estão representadas as linhas de força de maneira radial para uma carga pontual, tanto para uma carga positiva quanto negativa. Figura 1 Linhas de força O campo elétrico é proporcional ao gradiente do potencial elétrico. Isto significa também que o sentido de E é o oposto da taxa de crescimento de V. Se o potencial cresce do ponto A para B, então o campo elétrico decresce no mesmo sentido. O gradiente é perpendicular as linhas de campo, apontando para o máximo decrescimento, sendo assim é possível analisar e determinar as superfícies equipotenciais. Cada campo possui suas linhas de campo, dependendo de como esse campo é gerado – carga pontual, eletrodos (1) Equação do campo elétrico paralelos, eletrodo paralelo e pontual. Ao longo dessas linhas de campo, é possível determinar pontos em que as intensidades do campo sejam iguais, isso se denomina de superfícies equipotenciais. Uma superfície equipotencial é uma superfície cujos todos os pontos têm o mesmo potencial, caso uma partícula se desloque ao longo dessa superfície, ela não realizará nenhum trabalho, pois o potencial dela ao longo do trajeto é o mesmo. As superfícies equipotenciais serão sempre perpendiculares as linhas de campo/força. Sendo assim, é possível esboçar uma delas tendo conhecimento da outra. Figura 2 Linhas de campo x equipotenciais 2. Material e Métodos Material Para o experimento foram utilizados os seguintes materiais: 02 eletrodos cilíndricos com o ponto de conexão; 02 eletrodos planos com haste de contato e ponto de conexão; 02 eletrodos em anel, com diâmetros diferentes; 01 ponteira para tomada de dados; 01 cuba transparente; 01 escala projetável; 01 conexão longa VM com pinos de pressão para derivação; 02 conexões PT médias com pinos de pressão para derivação; 01 conexão VM média com pinos de pressão para derivação; 01 conexão PT com pino de pressão e garra; 01 fonte de alimentação, com tensão de saída variável de 0 V CC a 10 V CC; 01 multímetro ajustado para voltímetro na escala de 20 V CC; 01 chave auxiliar; 02 fixadores horizontais periféricos; 01 copo de Becker com 250 ml de água; Figura 3 – Eletrodos Cilíndricos Figura 4 – Eletrodos Planares Figura 5 – Eletrodos Pontuais Metodologia Foi colocado 250ml de água no copo de Becker, essa água foi adicionada à cuba transparente, que estava sobre uma escala projetável, de forma que os eletrodos ficassem submersos. As fiações elétricas já haviam sido feitas pelo instrutor, então se posicionou o voltímetro nos locais desejados e marcada sua posição. Foram analisados 3 eletrodos diferentes: eletrodos pontuais, eletrodos planares e cilíndricos. Após a montagem do equipamento ligou-se a fonte, ajustando-a para 5,5V CC. Para cada eletrodo foi utilizado a ponteira e o multímetro para medir as 3 DDPs escolhidas, 5 vezes cada, obtidas a partir da escala projetável e utilizadas para a realização de um desenho ilustrando os eletrodos, campo elétrico e os pontos equipotenciais analisados. Realizou-se o experimento para as três configurações de eletrodos diferentes e a seguir estão os pontos das regiões equipotenciais que obtivemos: 3. Resultados do Experimento 1º Caso Eletrodos Cilíndricos (raio externo = 90 mm e raio interno = 25 mm) ddp = 3v ddp = 1,5v (x, y) (x, y) 2º Caso Eletrodos Planares com anel (raio do anel = 25 mm) ddp = 4v ddp = 2v (x, y) (x, y) (15, 100) (-25, 90) (20, 35) (-30, -20) (20, -25) (-20, -55) (25, -90) (-30, -110) (25, -15) (-30, 15) 3º Caso Eletrodos Pontuais (raio do eletrodo = 15 mm) ddp = 4v ddp = 1v (x,y) (x, y) (0,-25) (0, 20) (-45,-35) (-15, 25) (-60, -45) (-25, 35) (30, -30) (15, 30) (65, -50) (25, 50) Ao analisar os resultados das três situações, observou-se que cada região equipotencial segue um padrão que, pelos gráficos e pela teoria das Linhas de Força, as linhas do campo elétrico são perpendiculares as linhas de força. (-45,-5) (-25, -65) (0, 45) (-65, -10) (45, 0) (0, 65) (0, -45) (50, 45) (-30, -35) (45, -50) 1º caso: Eletrodos Cilíndricos As linhas do campo elétrico formam um círculo entre os dois cilindros. Isso acontece, porque as linhas de campo são perpendiculares as linhas de força que, nesse caso, partiriam do cilindro maior e terminariam na superfície externa do cilindro menor. Dentro do cilindro menor, o campo é nulo pois o multímetro mostrou que o potencial elétrico (ddp) existia, mas era constante. Cada linha equipotencial seguia um padrão, as linhas de 1,5V formavam um círculo maior que as linhas de 3V. Ou seja, quanto mais próximo do cilindro menor, maior era a ddp. 2º Caso: Eletrodos Planares com Anel Novamente, dentro do anel localizadono centro, não houve variação de potencial e o campo era nulo. Entre os dois eletrodos planares, o campo tende a ser paralelo, conforme as linhas se aproximavam do anel, elas formavam um formato circular ao redor dele. 3º Caso: Eletrodos Pontuais Sem a presença do anel, apenas dois eletrodos pontuais, as linhas de campo tendiam a formar hipérboles, que quanto mais se afastavam dos eletrodos, mais elas se abriam. *Em todos os casos, as linhas equipotenciais foram representadas nos gráficos anexados ao relatório. 4. QUESTÕES NORTEADAS PARA A DISCUSSÃO 1. É possível localizar outros pontos (além dos marcados) com potenciais v1 e v2? Caso afirmativo, se pudéssemos localizar todos eles, o que formariam? 1ª Resposta (antes de realizar o relatório): Sim, formariam linhas perpendiculares as linhas de campo. 2ª Resposta (após concluir o relatório): Podemos acrescentar que essas linhas perpendiculares, citadas na 1ª resposta, são as linhas equipotenciais. 2. Quais as figuras geométricas obtidas/preditas para cada caso? 1ª Resposta: eletrodos pontuais: hipérbole com reta no centro; eletrodos cilíndricos: círculos; eletrodos planares: semi-círculos próximos ao círculo e retas entre as barras paralelas. 2ª Resposta: As figuras estão representadas na folha de questão, pelas linhas vermelhas. 3. A profundidade da ponteira imersa no líquido altera a medida? Você esperaria que alterasse ou não? 1ª Resposta: Sim. Sim. 2ª Resposta: No experimento realizado, levamos em conta apenas o plano (x,y), portanto, a profundidade não alterava a ddp. Porém, se tivéssemos analisado a ddp no plano 3D, haveria alterações. Ou seja, a cada ponto que a ponteira afundasse, seria uma linha, como se fosse uma cebola: quanto mais fundo, mais camadas a ponteira estaria deixando para trás. 4. Com base nas linhas obtidas, trace as linhas de campo elétrico esperadas. 1ª e 2ª Resposta: As linhas estão representadas na folha de questão, em lápis grafite. 5. Como se comporta o módulo do campo elétrico em uma linha equipotencial? E sua direção e sentido? 1ª Resposta: O módulo é constante. A direção é perpendicular a linha equipotencial, do sentido positivo para o negativo. 2ª Resposta: Vimos que o módulo do campo elétrico, se for medido exatamente em cima da linha, será zero (nulo), pois não haverá diferença de potencial. Mas concordamos com a resposta acima no fato da direção ser perpendicular as forças equipotenciais e o sentido ir do positivo para o negativo. 6. Discuta o que ocorre quando medimos o potencial no interior do eletrodo cilíndrico entre as placas paralelas? Você esperaria esse resultado? Explique. 1ª Resposta: Há potencial mas é constante. Sim, pois o campo elétrico é nulo. 2ª Resposta: Realizando o experimento, observamos que ao medir o potencial no interior do anel, ele era constante. Ou seja, na resposta que demos antes de pesquisarmos sobre, era correta mas não explicamos o motivo disso ocorrer: é pelo fato de que, como o anel é feito de um material condutor, as cargas dentro dele sempre irão se rearranjar conforme o campo externo, para que no seu interior, o campo seja nulo. Se ele não se rearranjasse, haveria um movimento infinito de elétrons circulando em seu interior. 7. Por que pequenas bolhas são observadas nos eletrodos? 1ª Resposta: Pelo uso do sal. 2ª Resposta: A resposta correta seria: no nosso experimento, não foi visualizado as bolhas, pois não utilizamos sal na água. Se tivéssemos utilizado o sal, como nos experimentos de outros alunos, teríamos visto as bolha pela ocorrência do fenômeno da eletrólise: os sal (NaCl) reagiria com o metal do eletrodo, e no eletrodo negativo havendo formação de sódio metálico (Na°), enquanto que no eletrodo positivo formaria o gás cloro (Cl2). E assim, perceberíamos a presença de bolhas. 5. Conclusão Com o experimento, foi possível analisar experimentalmente as linhas equipotenciais para cada campo elétrico, mapeando pontos com o mesmo potencial (família de equipotenciais). Em cada caso, observou-se a geometria das linhas equipotenciais, que dependendo do campo elétrico analisado formavam diferentes formas (circunferências concêntricas, retas paralelas aos eletrodos e hipérboles), uma vez que são perpendiculares às linhas de campo formadas. No primeiro caso, em que foram analisados os dois eletrodos cilíndricos, as linhas equipotenciais formaram circunferências concêntricas que aumentavam de raio quando estavam mais distantes do cilindro interno. No segundo caso, os dois eletrodos planares formavam linhas equipotenciais paralelas a eles. Também foi visto a presença do anel metálico disposto entre os eletrodos, onde o campo elétrico é nulo em seu interior e, portanto, o potencial observado era o mesmo para qualquer ponto dentro dele (Gaiola de Faraday). No último caso, os dois eletrodos pontuais formavam linhas equipotenciais hiperbólicas que, quanto mais se afastavam deles, maior era o raio observado. Por fim, pôde-se compreender e comprovar a teoria estudada sobre as superfícies equipotenciais com os resultados do experimento realizado. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HALLIDAY, D., Resnick, R. Walker, J - Fundamentos de Física 3 – Tradução BIASI Ronaldo Sérgio de, - Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 7a Edição, 2007.