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TRAB 1 - O Mercador de Veneza

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Em 1956 na cidade de Veneza, a intolerância cristã ao povo Judeu era intensa, a isonomia social quanto aos princípios religiosos chegou há um determinado ponto em que os Cristãos encantoavam a civilização Judeia e para serem notados, teriam que se submeter a gorros vermelhos, sendo de certa forma excluída por uma grande parte da sociedade.
Devido ao compromisso com Deus que os cristãos tinham bastante crença e credibilidade, isso os privava de certos privilégios dentro aos quais não poderiam fazer empréstimos ou ter imóveis, mas, como alguns Judeus precisavam avantajar o mercado, emprestava de uma forma discreta para que ninguém percebesse essas movimentações, contudo, os Judeus acreditavam que o dinheiro dos cristãos era amaldiçoado.
O filme relata sobre um determinado contrato em que, Antônio, um dos cristãos mais ricos de Veneza que tinha muito de seu patrimônio em diversas expedições mercantes marítimas, tem um amigo, pelo qual perdeu todos sua riqueza em luxúrias da vida, mas, como são amigos de longas datas o mesmo empresta-lhe o nome para que possa fazer o empréstimo no mercado de Veneza (centro da cidade), pois a sua fortuna estava vindo à cidade de barco, este amigo chama-se Bassânio, que deseja se casar com a princesa de outro reinado chamada Pórcia.
O contrato, feito para viabilizar o empréstimo, foi feito entre Shylock e Antônio. Nele, estava especificado que o judeu cederia 3 mil ducados ao mercador e, caso este não conseguisse efetuar o pagamento no prazo estipulado, teria direito de retirar uma libra de carne de seu peito, em frente à corte. Ocorre que Shylock odeia Antônio por Seu antissemitismo, e ao ver que ele será o fiador, faz um a proposta especial:
Antônio que realizou um empréstimo com Shylock, que acostumava cobrar juros. No contrato celebrado entre eles, ficou pactuado que Shylock reduziria os juros que ele era acostumado a cobrar e a sanção estabelecida seria poder arrancar uma libra de carne do próprio devedor caso houvesse o inadimplemento, o que não o preocupava, todavia possuía bens para cumprir a obrigação.
O empréstimo realizado por Antônio seria para seu amigo Passâmio, para que ele pudesse se casar. Antônio perde seus bens, o que faz o credor exigir a sanção pactuada.Devido ao atraso de Bassânio à entregar o dinheiro a Antônio, e este não tendo recursos para sanar a dívida, o judeu fez valer o que estava assinado no contrato e convocou uma audiência. Podemos observar que neste caso houve autonomia por ambos os contratantes, ninguém foi obrigado a realizar este contrato. Com o negócio jurídico realizado ambas as partes têm que cumprir a obrigação, já que possui força de lei entre os sujeitos como diz o Princípio da Obrigatoriedade.
O juiz do caso foi a favor do credor, em um primeiro momento, porém, depois favoreceu o devedor, portanto levou em consideração a sanção realizada no contrato e que não foi bem aceita pelo tribunal.
Durante o julgamento, ele se mostrava completamente irredutível, determinado a fazer valer seu desejo de retirar uma libra de carne do cristão, chegando inclusive a rejeitar ofertas muito superiores aos 3 mil ducados originais.
O filme trata de uma obrigação realizada por um sujeito ativo e passivo, cujo o devedor não possuía mais bens para pagar o seu credor, logo foi exigido o cumprimento da sanção, o que não foi realizada pois o tribunal decidiu o Skylock não poderia tirar uma gota de sangue do seu devedor para cumprir o seu acordo e se descumprisse pagaria com sua vida. Shylock não aceitou muito bem essa decisão judicial e para não ser morto ficou acertado que ele deveria passar seus bens para o Estado e a Antônio, todavia este recusou e propôs a Shylock que ele deveria converter-se ao cristianismo, já que ele era judeu.
Por fim, o judeu implora clemência ao então réu e, mesmo perdendo parte de seus bens para o Estado, é permitido à ficar com 50% de seu patrimônio. No entanto, como exigência para que se sele de vez a sentença, Antônio diz que Shylock deveria abdicar do judaísmo e se tornar cristão.
mostrado de maneira clara como lacunas e ambiguidades em documentos assinados podem acabar prejudicando a quem, por princípio, deveriam beneficiar. 
O tempo passou-se, Bassânio dispôs atrás de Pórcia, conseguindo através de uma promessa que seu pai fizera para o homem que conseguisse, tivesse todo o reino. Sábio rei, pois assim o fez, eles se noivaram e a logo chegou uma carta ao pedido do amigo, pedindo-lhe ajuda, pois toda a sua fortuna caiu em meio ao oceano. Bassânio, explica tudo a sua futura esposa e vai atrás do amigo, ao chegar, o judeu, tentou humilhá-lo de diversas formas, como vingança de todo o preconceito e discriminação que passou ao longo do tempo, com muito rancor guardado.
Numa manobra de hermenêutica, mudou os rumo s da sentença. Isso por que a crítica que queremos anotar aqui é que a interpretação de maneira extremam ente extensiva e ilimitada, desconsiderando os aspectos volitivos do contrato, pode comprometer sobremaneira a segurança jurídica do negócio.
Mas a jovem Porcia, não se deu por vencida e vai atrás disfarçada de Advogada da parte e o defende, dando a Shylock razão, depois o provando que o mesmo está errado, pois ao fazer o acordo ele não pode matar e nem tirar nem um pouco de sangue de sua vítima para cumprimento do acordo. Com isso, o judeu perde os seus direitos em Veneza de cometer um crime, perde seus patrimônios e por pedido da parte, tem que se tornar cristão, pois seu coração era amargo demais para ser judeu.
Logo, a jovem Pórcia volta ao seu reino antes dos cavalheiros, quando chegam levam Antônio que se sente aliviado de tudo que aconteceu, o acordo foi findado, Bassânio se casou com a princesa, e Shylock virou cristão para não perder todos os seus bens.
A interpretação gramatical feita por Baltazar foi decisiva para resolução do litígio, onde por sua vez o judeu aceita o acordo proposto pelos julgadores.
 Trazendo o fato ao nosso ordenamento jurídico observaremos que o contrato geral feito por Shylock e Antonio seria relevante, mas a clausula que determinava a garantia do mesmo, seria considerada nula devido á falta de boa fé por parte de Shylock (ele induz Antônio a assinar o contrato sob o argumento de que a cláusula [pena com a libra de carne] seria de brincadeira) e por ferir o principio constitucional da dignidade humana. Logo a garantia do contrato teria que ser seus bens materiais.
 Outra pontuação que podemos fazer é que até que ponto os indivíduos tem “liberdade” de contratar nas relações privadas, Pontes de Miranda nos expõe que no “direito como processo social de adaptação, a legislação veda alguns atos humanos (atos ilícitos, absolutos e relativos)”, logo o que observamos é que a liberdade de contratar existe desde que, se obedeça aos limites da “ordem pública” e dos interesses da coletividade que sobrepõe-se os interesses individuais.