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MATERIAS DE CONSTRUÇÃO Wallace da Silva Mendes Linharissa Vasconcelos Valdiney Francileno Igleson INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Os materiais de construção são definidos como todo e qualquer material utilizado na construção de uma edificação, desde a locação e infraestrutura da obra até a fase de acabamento, passando desde um simples prego até os mais conhecidos materiais, como o cimento. A expressão “materiais de construção”, portanto, abrange uma gama extensa de materiais, dos quais estudaremos alguns dos principais, que denominamos “Materiais de Construção Básicos”. Esse nome possivelmente pode não soar familiar, mas saiba que ele é muito mais comum do que se imagina. Prédios, casas, calçadas, estágios e, basicamente, quaisquer obras de construção civil contam com o cimento como um dos seus materiais básicos. E o clínquer é o principal componente presente na composição do cimento. Clínquer • O clínquer é um material granular e rígido Processo de produção O clínquer ou clínquer Portland, como também é conhecido, é obtido a partir da queima de matérias-primas moídas em um forno rotativo a temperaturas de até 1450 °C. A principal matéria-prima para fabricar o clínquer é a rocha calcária onde, no seu processo de fabricação, o clínquer sai do forno a cerca de 80°C, indo diretamente à moagem onde é adicionado ao gesso. Outras adições, tais como escória de alto forno, pozolanas e cinzas são realizadas de modo a se obter o cimento composto. Pozolana - CP II-Z nome derivado da localidade italiana de Pozzuoli, nas imediações do Vesúvio, onde é encontrada em cinzas vulcânicas conhecidas por cinzas pozolânicas ou pumicite. sua origem as pozolanas são rochas de origem vulcânica, constituídos por uma mistura mais ou menos homogénea de materiais argilosos, siltes e areias, com maior ou menor agregação, resultantes da alteração pelos agentes atmosféricos de materiais vulcânicos ricos em sílica não cristalina, com destaque para a pedra-pomes. o termo também englobe os materiais produzidos industrialmente, ou derivados de cinzas volantes de processos de queima industrial. As principais vantagens resultantes da adição de pozolana ao cimento comum é a hidratação lenta com baixa liberação de calor e aumento da resistência do concreto aos sulfatos e a outros agentes agressivos ácidos. O cimento Portland pozolânico (ABNT NBR 5736), conhecido pela sigla CP IV, é constituído por clínquer e gesso: 45 a 85%; escórias: 0 a 5%; pozolanas: 15 a 50%; material carbonatado: 0 a 5%. USOS RECOMENDADOS Obras subterrâneas, marítimas e com presença de água, pré-moldados, concreto protendido. NBR 11.578 – Cimento Portland composto – Especificação classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa Fíller - CP II-F Filler ou filler calcário é o material obtido através da moagem fina de calcário, basalto, materiais carbonáticos, etc. O filler possui uma granulometria muito fina, o que faz desse material uma ótima associação para aumentar a trabalhabilidade, diminuir a capilaridade e a permeabilidade de argamassas e concretos. é utilizado para várias aplicações como no preparo de argamassas de assentamento, argamassas de revestimento, estruturas de concreto armado, solo-cimento, pisos e pavimentos de concreto, etc. Este tipo de cimento é um composto constituído de 90% à 94% de clinquer e gesso e de 6% a 10% de material carbonático ou filer. Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa NBR 11.578 – Cimento Portland composto – Especificação ESCÓRIA DE ALTO FORNO - CP II A Escória de Alto Forno é obtida na fabricação de Ferro Gusa. É um cimento que pode ser usado tanto na execução de obras de grande porte e agressividade como barragens, esgotos, pavimentação de estradas, pistas de aeroporto, quanto na aplicação de argamassas de assentamento e revestimento, estruturas de concreto armado, concreto protendido, projetado, rolado, dentre outros. constituída basicamente de compostos oxigenados de ferro, sílicio e alumínio (Bauer, 2008). Dependendo do modo de resfriamento resultam diferentes tipos de escórias, que resultam diferentes tamanhos de agregados. Podem ser empregados em bases de estradas, asfaltos e agregado para concreto. A principal utilização da escória granulada é a fabricação de cimento portland. Recomendado para obras de grande porte e sujeitas a condições de alta agressividade (barragens, fundações, tubos para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, obras submersas, pavimentação de estradas, pistas de aeroportos). Este tipo de cimento contém adição de 35% a 70% de escória em sua composição o que lhe confere maior impermeabilidade e durabilidade, resistência a sulfatos e à expansão além de baixo calor de hidratação. Classe de resistência: 25, 32 e 40 Mpa NBR 5.735 – Cimento Portland de alto-forno - Especificação Como é produzido o Cimento? O CLÍNQUER É A BASE PARA O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO produção de cimento exige um grande esforço até que o produto chegue às lojas e ao consumidor. Para chegar ao material esperado, é necessário um fluxo de fabricação com a extração de matéria-prima, processos de queima industrial e adições de materiais. Entenda o processo: •O calcário, principal matéria-prima da fabricação do cimento, é extraído da jazida subterrânea ou a céu aberto. •Após a extração, o calcário vai para a britagem, etapa que o reduz às dimensões adequadas ao processamento industrial. •A argila, outro matéria-prima essencial, é extraída de lavras a céu aberto e também passa pelo britador. •No pré-homogeneizador, é feita a preparação dessas matérias-primas. Logo em seguida, no Moinho Cru, elas se transformam em uma farinha, dando início à homogeneização. – auxiliado pelo moinho de carvão e óleo – até formar o clínquer. • O clínquer é o produto granulado que surge após a queima de calcário misturado com argila e pode receber adições (gesso, pozolana, fíler, calcário e escória). • Das adições é feita a moagem de cimento a partir dos separadores dos componentes minerais. • Os silos de cimento são os locais onde o material, já pronto, é armazenado até deixar a fábrica. • Do próprio silo, o cimento já sai para o ensacamento. • Com os sacos prontos, o cimento é então comercializado. FIM!