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PROBABILIDADE AULA 10 Visão Clássica, Frequentista e Axiomática de Probabilidade Algumas Definições Importantes Espaço Amostral ou Espaço Amostral Universal É o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório, geralmente denotado por S, E, Ω ou U (de "universo"). OBS1: O espaço amostral é um conjunto finito ou infinito enumerável. OBS2: Cada resultado do espaço amostral é considerado um ponto amostral. Ex: E = jogar um dado e observar a face de cima S = {1,2,3,4,5,6} Ex1: Em um jogo de dados são lançados dois dados honestos simultaneamente. Para que um jogador ganhe, um dos seguintes eventos deve ocorrer: "soma das duas faces deve ser igual a 7", ou que o "maior valor obtido nos dois dados seja no máximo 3". Qual das duas possibilidades ele deve escolher? Primeiramente vamos analisar o nosso espaço amostral, que é dado pela tabela abaixo: Note que o número de elementos do nosso espaço amostral é de . Seja , esses pares aparecem na diagonal secundária na tabela acima. As células na diagonal secundária representam o conjuntos dos pares tais que a soma é igual a 7. A={(6,1),(5,2),(4,3),(3,4),(2,5),(1,6)} Observe que o número de elementos do conjunto é igual a 6, ou seja, existem 6 pares para os quais a soma é . Assim, a probabilidade que procuramos é dada por: Desta forma, a probabilidade de um jogador ganhar neste jogo é de caso ele escolha a possibilidade da soma ser igual 7. Vamos agora calcular a probabilidade de o jogador vencer no caso em que o maior valor obtido nos lançamentos dos dados seja 3. Seja . Na tabela acima, observa-se que atende a estes requisitos, apenas as células pertencentes até a terceira linha e terceira coluna, consequentemente os pares pertencentes a B são: B={(1,1),(1,2),(1,3),(2,1),(2,2),(2,3),(3,1),(3,2),(3,3)} Pela tabela podemos observar que B tem 9 elementos, logo . Ex2: Três jogadores A, B e C disputam um torneio de tênis. Inicialmente, A joga com B e o vencedor joga com C, e assim por diante. O torneio termina quando um jogador ganha duas vezes seguidas ou quando são disputadas, ao todo, quatro partidas. Quais são os resultados possíveis do torneio? Fonte: Morettin & Bussab, Estatística Básica 5ª edição, pág 105. Espaços Equiprováveis É o espaço amostral em que cada evento\elemento tem a mesma probabilidade de ocorrência. Neste caso, a probabilidade que ocorra um evento é igual ao quociente do número de casos favoráveis sobre o número total de casos possíveis do experimento. Exemplos: No lançamento de um dado honesto, os elementos do espaço amostral são equiprováveis, pois cada elemento do espaço amostral tem a mesma probabilidade de ocorrer, ou seja, a probabilidade de sair 1 é a mesma de sair 2, que é a mesma de sair 3, e assim por diante. Portanto, De acordo com a propriedade da união, temos que, se é o evento sair número par no lançamento de um dado, então: Com isso, obtemos que a probabilidade de ocorrer o evento é igual ao número de elementos favoráveis a A={2,4,6}, que é 3 (pois tem 3 elementos), dividido pelo número de elementos no espaço amostral A, que é 6. Espaços Não-Equiprováveis É o espaço amostral em que cada evento\elemento não tem a mesma probabilidade de ocorrência. Ex: Se eu lanço uma moeda 3 vezes, a probabilidade de sair cara 3 vezes é: Ω={0,1,2,3} este espaço amostral não é equiprovável, pois: Evento É qualquer subconjunto do espaço amostral, ao qual é associado um valor de probabilidade, ou seja, é o acontecimento ou realização do espaço amostral e deve ser sempre representado por letras maiúsculas do alfabeto (A,B,C,...). Ex: E: lançar um dado e observar o número de pontos na face voltada para cima. S: { 1,2,3,4,5,6 } , espaço amostral finito. A: ocorrer resultado maior do que 4, onde A: { 5,6 } Como todos os eventos são conjuntos, são escritos habitualmente entre chaves (ex: {1, 2, 3}). Onde E é o experimento e S é espaço amostral. OBS: Todo modelo probabilístico tem 3 ingredientes -Espaço Amostral -Conjunto de Eventos (Subconjuntos do espaço amostral) -Função de Probabilidade - Atribui uma probabilidade a cada evento. Tipos de eventos Evento Simples É aquele formado por um único elemento do espaço amostral. Ex: No lançamento de uma moeda, temos 2 eventos simples: E1={K} e E2={C} Evento Composto É aquele formado por dois ou mais elementos do espaço o amostral. Ex: No lançamento de um dado podemos considerar, entre outros, os seguintes eventos: E1={2,4}, E2={1,3,5}, E3={2,4,6,5} Evento Certo É aquele que ocorre sempre, isto é, em todas as realizações da experiência. O evento representado pelo próprio conjunto que define o espaço amostral. Ex: E = Lançamento de um dado S = {1,2,3,4,5,6} A = sair qualquer das faces de 1 a 6 no lançamento de um dado A = S →P(A) = 1 Evento Impossível São os eventos que não possuem elementos no espaço amostral, ou seja, nunca ocorrem. Ex: A = Ocorrer o número 7 na face de um dado. Este evento é impossível, pois o número 7 não figura no espaço amostral dos números possíveis na face de um dado, logo evento A =ϕ e P(ϕ)=0. OBS: A probabilidade de ocorrer um evento impossível é sempre nula, mas, sendo a probabilidade de ocorrer um evento igual a zero, nem sempre o evento será impossível. Evento Soma (ou União): É o evento que consiste na realização de pelo menos um dos eventos. E1 e E2 → (E1 + E2) = (E1 U E2) Ex: A retirada de uma carta de um baralho, quer-se que ocorra uma carta de ouro ou uma carta de Ás. O evento soma é um evento composto, e se constitui de elementos comuns aos dois eventos e de elementos não comuns a ambos. Evento Produto (ou Intersecção) É o evento que consiste na realização de ambos (um e outro) os eventos E1 e E2, isto é (E1 * E2)= (E1 ∩ E2) Na retirada de uma carta de um baralho, quer-se que ocorra uma carta Ás e de ouro. Evento Condicionado É o evento que consiste na realização do evento E1 sob as condições de ter-se realizado o evento E2, isto é, com a informação adicional de que o evento E2 já ocorreu (E1/E2). São aqueles em que o acontecimento de um está condicionado ao acontecimento de outro (acontece um se o outro já aconteceu), ou seja, a ocorrência de um evento afeta a probabilidade de ocorrência do outro. Ex1: Retirar um Ás de um baralho completo e um REI sem reposição. Neste caso não poderei retirar a carta REI se já houve retirado do baralho a carta de ÁS. Ex2: Uma moeda é lançada duas vezes, calcule a probabilidade de obtermos cara no segundo lançamento sabendo que obtivemos cara no primeiro lançamento. Temos dois eventos a considerar: cara no primeiro lançamento, B = {(C,C) , (C,K)}, e cara no segundo lançamento, A = {(C,C) , (K,C)}. Como sabemos que ocorreu o evento B, temos que o evento A só pode ter ocorrido na intersecção de A e B: ( ) ( ) ( ) Eventos Independentes São aqueles que podem ocorrer ao mesmo tempo, acontece um e acontece o outro simultaneamente (um e o outro), porém a ocorrência de um não depende da ocorrência do outro. P(E1 / E2) = P(E1) e P(E2 / E1) = P(E2) Logo P(E1 ∩ E2) = P(E1)*P(E2) Ex: Supomos que duas pessoas atiram numa caça; os eventos que consistem em que cada uma das pessoas acerte são independentes, pois o fato da primeira pessoa acertar em nada influencia no fato da outra também acertar. Ex: Uma moeda é lançada duas vezes. Calcule a probabilidade de obtermos cara no segundo lançamento. Indicamos por C e K asfaces cara e coroa, respectivamente, temos que o espaço amostral E é: E = {(C,C) , (C, K) , (K,K) , (K,C) }, n(E) = 4. O evento que queremos é: A = {(C,C) , (K,C) }, n(A) = 2 Logo ( ) ( ) ( ) Evento Mutuamente Exclusivo Dois eventos E1 e E2 são mutuamente exclusivos, se eles não puderem ocorrer simultaneamente (é um ou o outro), ou seja, a ocorrência de um impede a ocorrência do outro. São eventos que tem interseção vazia. Em probabilidade quando os espaços são equiprováveis, esse problema se reduz a dois problemas de contagem, você conta o número de casos favoráveis e o número de casos possíveis. O que é probabilidade em espaços equiprováveis é o quociente entre o número de casos favoráveis pelo número de casos possíveis. E1 ∩ E2 = ϕ; logo P(E1 ∩ E2) = 0 Ex: E = jogar um dado e observar o resultado S = {1,2,3,4,5,6} Eventos: A = Ocorrer o número par B = Ocorrer o número ímpar A = {2,4,6} e B = {1,3,5} logo A ∩ B = ϕ Evento Complementar São os eventos que se completam em relação ao espaço amostral. O evento complementar A, associado a uma experiência aleatória, só ocorre se A deixar de ocorrer, isto é, é o evento formado por todos os elementos do espaço amostral que não pertencem a A. A e ̅ (é o complementar, lê-se não A) A U ̅ = Ω → P(A U ̅) = P(Ω) = 1 Seja Ω = {1,2,3,4,5,6,7} A = números maiores ou iguais a 4; ̅= números menores que 4; A = {4,5,6,7} e ̅ = {1,2,3} → A U ̅ = Ω → P(Ω) = 1 Experimento É todo o fenômeno que acontece ou toda ação que será feita. Da análise dos experimentos verifica-se o seguinte: Cada experimento poderá ser repetido sob as mesmas condições indefinidamente; O resultado particular de cada experimento aparecerá ao acaso, mas pode-se descrever todos os possíveis resultados; Quando o experimento se repetir um grande número de vezes aparece uma regularidade; Experimento aleatório De acordo com Morgado et. al. (1997), um experimento aleatório é aquele que, se repetido sob as mesmas condições não produz necessariamente o mesmo resultado. Portanto, a previsão lógica dos resultados torna-se impossível determinar a priori. Este conceito pode ser interpretado da seguinte forma: mesmo que se conheça todas as variáveis envolvidas em um experimento e se tenha controle sobre elas, o resultado final poderá não ser o mesmo, ainda que o experimento seja repetido sob condições idênticas. Assim, Quando as condições físicas (ambientais, trajetórias, emoções) não são possíveis de serem mantidas teremos um experimento aleatório. Um Experimento Aleatória apresenta as seguintes características: 1. Não se conhece o resultado do experimento antes de realizá-lo; 2. É possível listar um conjunto com todas as possibilidades do experimento aleatório- espaço amostral (Ω); 3. Ao realizar um grande número de repetições do experimento aleatório uma regularidade poderá surgir. Ex: -Jogar uma moeda para cima e observar o resultado, eu não sei o que vai ocorrer, se cara ou coroa. -lançamento de um dado e a observação do número da face de cima. -sortear uma bolinha no bingo e verificar o número. -encontrar um semáforo em condições normais de funcionamento, e observar qual é a cor que ele está indicando. Experimentos Determinísticos Experimentos que ao serem repetidos várias vezes, em condições semelhantes, apresentam resultados constantes, isto é, os resultados podem ser previstos. Nestes experimentos existe a possibilidade de se fazer a previsão lógica e precisa de qual será o resultado do experimento. Ex: -lançamento de uma moeda -lançamento de um dado -lançamento de um dado e verificar a velocidade com que ele atinge o solo -verificar a que temperatura um determinado tipo de leite ferve -abandonar um corpo em queda livre a partir de uma altura conhecida e determinar o tempo gasto para este corpo atingir o solo. OBS: Dizemos que as condições de realização de um experimento são semelhantes, quando as variações das condições que não são levadas em conta não modificam as características da experiência. Podemos dizer ainda que as condições de realização de um experimento são semelhantes, quando estas condições permanecem essencialmente inalteradas. OBS: Nn → Fornece o número total de eventos do Ω N → é o número de casos favoráveis n → é o número de elementos Maneiras de Executar um Experimento Aleatório Retiradas com Reposição Retira-se o primeiro elemento examina-se, recoloca-se na urna, retira-se o segundo elemento examina-se e recoloca-se na urna e assim sucessivamente, desta maneira o numero de elementos do espaço amostral será conservado. Retiradas sem Reposição Retira-se um elemento após o outro ou juntamente da urna sem que este retorne a urna, ficando o espaço amostral reduzido do número de elementos subtraídos dele. Visões de Probabilidade O problema fundamental da probabilidade consiste em atribuir um número a cada evento E, o qual avaliará as probabilidades de ocorrência de E. Aplicações de probabilidade Previsão da demanda; safras agrícolas; avaliação dos impactos dos aumentos dos impostos sobre a inflação; Avaliar as chances de alunos serem aprovados; Médicos determinam se (e quando) determinado doente deveria estar recuperado; Estabelecer as chances de determinada categoria entrar em greve; O governo determine até quando será capaz de manter os preços congelados ou tabelados; Jogos, rifas, sorteios, bingos, loterias, pesquisas eleitorais, características hereditárias, condições meteorológicas, estudos populacionais, previsões em campeonatos esportivos, etc; Avaliação de estratégias de ação. Clássica ou Laplaciana (Pascaliana ou Subjetiva) A teoria da probabilidade se apresenta como um estudo teórico de fenômenos envolvendo a incerteza utilizando ferramentas básicas do cálculo matemático. Esses fenômenos, conhecidos como aleatórios, estocásticos ou não determinísticos são aqueles que a sua repetição, em condições idênticas, produzem resultados diferenciados, isto é, não é possível determinar com exatidão qual o resultado. Os principais entusiastas desta visão foram Pascal e Fermat, principalmente quanto à aplicação em jogos de azar. A utilização desta abordagem para se estabelecer probabilidade é bastante simples e direta, mas só pode ser usada em espaços amostrais equiprováveis. Considere P(A), a probabilidade de ocorrer o evento A. Utilizando o conceito Clássico, a probabilidade de ocorrer A é dada por: n(A) - É o número de resultados favoráveis ao evento; n(Ω) - É o número total de resultados em Ω. Aqui a noção de probabilidade é determinada por considerações não experimentais. Ela necessita de se reduzir a um universo no qual todos os eventos elementares são equiprováveis: é uma apresentação restrita que não permite tratar os casos que não podem se reduzir a esse esquema. Essa aproximação reduz o cálculo das probabilidades ao das “Contagem”, destinada a aplicar a fórmula de Laplace, onde a combinatória acaba por ocupar o lugar central. Essa aproximação não realiza a confrontação sobre a realidade, o que é constantemente verificável no modelo matemático. Acaso A complexidade de acaso já pode ser deduzida da quantidade de palavras que surgem em nosso cotidiano e que se relacionam ou se confundem com ele: sorte, azar, coincidência, acidente, contingência, determinação, destino, causa fortuita, aleatoriedade. Visão Frequentista ou de Caráter objetivo Um ponto a favor da concepção frequentista é que por ser empírica ela é calculada a posteriori. O suiço Jacques Bernoulli (1.654-1.705) inicia a visão frequentista de probabilidade em sua obra ArsConjectandi (1.713), na qual aproxima a probabilidade de um evento pela sua frequência observada quando a experiência é repetida um grande número de vezes. Desse modo, Bernoulli propõe um problema (Lei dos Grandes Números ou Teorema de Bernoulli) no qual a probabilidade de um evento ocorrer tende a um valor constante quando o número de ensaios desse evento tende para o infinito. O conceito frequentista estabelece o cálculo de probabilidade por meio de observações sucessivas de um experimento aleatório. A probabilidade é estimada de maneira empírica experimental, podendo ser encontrada quando o número de experimentações n tende ao infinito. OBS: Ao trabalharmos com espaços amostrais não-equiprováveis, isto é, espaços amostrais nos quais seus eventos elementares não são igualmente prováveis, o estudo experimental nos mostra que a definição Laplaciana não é aplicável. Temos de recorrer à definição frequentista para estabelecermos a probabilidade de ocorrência de um determinado evento. No entanto, há que se considerar a importância da definição Laplaciana, pois essa nos permite o cálculo da probabilidade de um evento (em um espaço amostral equiprovável) sem a necessidade da realização prática do experimento. A probabilidade de ocorrência do evento A pode ser definida como um limite. 1- experimento é repetido n vezes; 2- observa-se a frequência relativa de ocorrência de um determinado resultado A: n(A) - É o número de vezes que ocorre o resultado A em n realizações do experimento; 3 – Probabilidade como limite: ( ) ( ) Neste contexto pode-se definir a probabilidade como o limite da frequência relativa de ocorrência do evento quando aumentamos o número de sorteios. Ex: Se existirem 100 balas num pacote com 85 balas claras, então a probabilidade de retirar uma bala clara é 85\100=0.85. Suponha que balas sejam sorteadas com reposição do pacote e as cores sejam anotadas. Após um grande número de sorteios, espera-se obter uma frequência relativa de balas claras de aproximadamente 0.85. No caso do exemplo, soma das faces dos dados, é possível, antes mesmo de estimar através das frequências, determinar as probabilidades dos eventos, desse modo, pode-se verificar que realmente há uma tendência natural das frequências relativas a se aproximarem das probabilidades, pois podemos comparar os resultados experimentais com os teóricos, ou seja, associando a realidade com o modelo matemático. É importante lembra que nem sempre dispõe-se dos resultados teóricos, e somente podemos estimar as probabilidade através das frequências obtidas em experimentos ou simulações com o auxílio da estatística. Na maioria das situações práticas, os eventos simples do espaço amostral não são equiprováveis e não podemos calcular probabilidades usando a definição clássica. Neste caso, vamos calcular as probabilidades como a frequência relativa de um evento. Exemplo 1: Uma amostra de 6800 pessoas de uma determinada população foi classificada quanto à cor dos olhos e à cor dos cabelos. Os resultados foram: Considere o experimento aleatório que consiste em classificar um indivíduo quanto à cor dos olhos. O espaço amostral é Ω={A, V, C}, em que: A={a pessoa tem olhos azuis} V={a pessoa tem olhos verdes} C={a pessoa tem olhos castanhos} Os eventos acima são claramente não equiprováveis. Então vamos calcular a probabilidade de ocorrer um evento como a frequência relativa deste evento: O valor obtido é na verdade uma estimativa da probabilidade. A qualidade desta estimativa depende do número de replicações do experimento, ou seja, do tamanho da amostra. À medida que o tamanho da amostra cresce, a estimativa aproxima-se mais do valor verdadeiro da probabilidade. Vamos, no entanto, assumir que o número de replicações é suficientemente grande para que a diferença entre a estimativa e o valor verdadeiro da probabilidade seja desprezível. As probabilidades dos eventos V e C são: e Observe que . Este resultado é geral, uma vez que a união destes eventos corresponde ao espaço amostral. Visão Axiomática Andrei kolmogorov (1.903-1.987), russo, que em 1.933, deu início ao desenvolvimento da teoria moderna de probabilidade que evoluiu de tal forma que no século XX possui uma axiomática própria dentro da teoria matemática. Os trabalhos de Norbert Wiener, Henri Lebesgue e Andrei Kolmogorov, entre outros matemáticos, serviram para aplicar leis probabilísticas precisas na interpretação de fenômenos atômicos da física e tiveram influência decisiva na estruturação da mecânica quântica, que estuda o fenômeno ocorrido no interior dos átomos, onde não se pode determinar com precisão a posição de uma partícula, mas somente a do espaço. Se considerarmos P(A) como a probabilidade de ocorrência do evento A, associada ao espaço amostral S, P(A) deverá satisfazer os seguintes axiomas: Axioma 1: ( ) Axioma 2: ( ) Axioma 3: ( ) ( ) ( ) Os axiomas de Kolmogorov tornaram a teoria da probabilidade como uma parte autônoma dentro da matemática e possibilitaram grande avanço científico nesta área, especialmente do ponto de vista teórico. Apesar de ser uma forma diferente de encarar a probabilidade, não existe incompatibilidade entre as ideias de Kolmogorov e os conceitos clássicos e frequentistas. A base axiomática de Kolmogorov é fundamentada na teoria dos conjuntos. Ele notou que seria possível, através da associação de probabilidade e medida, utilizar todo o conjunto de resultados conhecidos neste domínio.