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Sistema Digestório Aula II Universidade do Estado de Santa Catarina Centro de Ciências Agroveterinárias Departamento de Medicina Veterinária Disciplina de Farmacologia Dinâmica Profª Drª Amanda Leite Bastos-Pereira Lages, março de 2017 Farmacologia do Rume Introdução RUMINANTES • Pré-estômagos (20% PV adulto) • Microorganismos simbiontes • Aproveitamento da celulose e Energia • Fermentação ALIMENTOS AGV + Metano, CO2, amônia grande capacidade (volume) lenta passagem de ingesta mistura constante (movimentos ruminais e saliva) ambiente líquido e tamponado por pH ótimo entre 5,5 e 7 (saliva) substrato (alimento) remoção dos produtos finais de fermentação : absorção, eructação • Motilidade ruminorreticular: TIPO A para trás; associado a mistura; um a três movimentos / min, aumentando durante a alimentação TIPO B para frente; associada a eructação (problemas timpanismo ruminal) EVENTOS MECÂNICOS NOS PRÉ-ESTÔMAGOS • Fechamento do sulco reticular (goteira esofágica) abertura do cárdia ao orifício reticulomasal fechamento durante a amamentação (resposta reflexa) permite passagem direta de líquido ao abomaso • Motilidade Ruminoreticular controle no bulbo (núcleo vago dorsal) relaxamento dos esfíncteres esofágicos e expulsão dos gazes produzidos com a fermentação ruminação: regurgitação e remastigação • Salivação meio líquido que garante o crescimento bacteriano bovinos: 100 a 200 litros por dia; ovinos: 10 litros por dia parótidas: saliva com HCO3 e PO4 sublinguais/ submandibulares/ salivares: saliva com muco Fatores que aumentam a velocidade de produção salivar: alimentação, ruminação, forragem próxima ao cárdia e dobra ruminorreticular. ANIMAL ADULTO: ALTERAÇÕES DE DROGAS NO RUME • ATIVAÇÃO: Miserotoxina (açúcar nitrogenado tóxico, encontrado no leite da ervilhaca, transformado em produto tóxico) Glicosídeos microbianos (liberam cianeto tóxico – mandioca brava). • INATIVAÇÃO: Isoflavonas presentes nos trevos (fitoestrógenos) Cloranfenicol Digitálicos Oxalato (oxalase ruminal). Absorção de drogas no Rúmen- Retículo (R/R) • Bovino com 600 kg 100 a 150 litros de líquido ruminal • Dilui medicamentos V.O. pH rúmen: 5,5 a 6,8 (bases x ácidos) fluxo sangüíneo: pós-prandial Distribuição de drogas no R/R • diluição: sua concentração nos tecidos e plasma reservatório de drogas posologia complicada: 20% PV são cavidades gástricas TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES DOS PRÉ-ESTÔMAGOS • Causas: mudança brusca na dieta, demandas de produção, acasalamento, manejo... • Nenhum agente ruminatório é ideal: depende do estado do animal e outras ações farmacológicas das drogas disponíveis Ex: estricnina, metoclopramida RUMINATÓRIOS • Medicamentos que estimulam os movimentos do rume e retículo. • Usos clínicos: atonia ruminal • Fármacos: fisostigmina, carbacol, tártaro emético; amargos (estimulam a salivação). TIMPANISMO Acúmulo excessivo de gazes e capacidade de eructar • produção inadequada de saliva, processo inflamatórios • formação excessiva de espuma (bolhas gasosas) Ex: ingestão de leguminosas • Tratamento: - sonda gástrica - antiprotozoários (dimetridazol, metronidazol) - silicone/surfactantes - detergentes - terebentina - óleos vegetais (v.o.) ANTIFERMENTATIVOS OU ANTIZIMÓTICOS • Inibem MO no rumen previnem ou diminuem a fermentação da celulose e, conseqüentemente, diminuem a produção de gazes. • Usos clínicos: timpanismo gasoso dos ruminantes, timpanismo do ceco em eqüinos. • Terebentina (misturada com óleo de linhaça), Formalina, ác. salicílico (v.o.), hidrato de cloral, álcool etílico 30%, sulfas e antibióticos ANTIESPUMANTES • Aumentam a tensão superficial dos líquidos digestivos, impedindo a formação de bolhas ou rompendo as já formadas. • Uso clínico: timpanismo espumoso. ANTIFISÉTICOS OU ANTIESPUMANTES terebentina /formalina: antifermentativos e antiinflamatórios Silicones: Ruminol (silicone e metilcelulose, em suspensão), Timpanol (silicone em solução) e Timpacur (simeticone). óleo de linhaça (catártico) detergente caseiro (100 ml v.o.) Equino • Funções do intestino grosso na fermentação são semelhantes às do rume. • Ação gástrica prévia. • Saliva não auxilia (em compensação, grandes quantidades de líquido, ricos em tampões de bicarbonato e fosfato, são secretadas pelo íleo e transferidas ao ceco, imitando assim as ações das glândulas salivares dos ruminantes).