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Universidade Federal de Goiás – UFG Campus Avançado de Catalão – CAC Departamento de Engenharia de Minas – DEMIN Relatório de Lavra Subterrânea Corte e Enchimento Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia de Minas, como requisito para obtenção de nota na disciplina de Lavra Subterrânea. Professor: 2019 Sumário Introdução 3 Desenvolvimento 4 Tipos de Enchimento 6 Equipamentos Utilizados 6 MINAS OPERANDO NO MÉTODO CORTE E ENCHIMENTO 8 Referências 9 Introdução Os métodos de lavra subterrânea, como o nome propriamente diz, são métodos utilizados para exploração de corpos mineralizados abaixo da superfície. A viabilidade para exploração desses corpos mineralizados está diretamente ligada a morfologia do depósito mineral, as propriedades mecânicas das rochas, efeito das operações auxiliares, disponibilidades financeiras iniciais e subsequentes. (LOPES, 2013). Esses métodos de lavra subterrânea são divididos em métodos com cavidades auto suportadas, métodos de cavidades com suporte artificial, métodos com desabamento controlado do teto e métodos mistos não convencionais. O método com cavidades auto suportadas utilizam do próprio minério/rocha como fonte de sustentação para o processo de exploração do material. São exemplos de métodos com cavidade auto suportada: Câmaras e pilares Subníveis Long Hole Open Stoping O método de cavidades com suporte artificial utilizam de tirantes, jateamento de cimento, escoras, arcos, ancoragens, telas uma vez que o próprio corpo de minério ou rocha encaixante podem não possuir competência suficiente para resistir as tensões. São exemplos de métodos que utilizam suporte artificial: Corte e enchimento Shrinkage VCR(Vertical Crater Retreat) E por fim métodos que não utilizam suporte e são caracterizados pelo abatimento do teto e subsidência na superfície : LongWall Sublevel Caving Abatemento de Blocos Todos os métodos acima citados possuem suas próprias individualidades , sendo eles aplicados de melhor forma a situações diferentes tais como inclinação do corpo de minério , resistência do teto/piso, resistência do corpo mineral. O método tipo corte e enchimento é utilizado em corpos de minério com mergulho acentuado em minas que requerem a capacidade de uma mineração seletiva e adaptabilidade a variações na massa rochosa, esse método é usualmente referido como um método de mineração de pequena escala. Desenvolvimento A lavra por corte e enchimento é desenvolvida em fatias horizontais ao longo do corpo de minério onde, primeiro as fatias inferiores são extraídas, após a extração do minério o vão pode ser preenchido tanto pelo próprio rejeito gerado, que pode ser espessado até alcançar uma quantidade de 70% a 80% de sólidos, que poderá ser misturada com um material cimentante assim como também pode ser também preenchida com material rochoso proveniente do “Overburden”, sendo o material britado até atingir utilizado escolhido através da relação de resistência da rocha e a viabilidade para transporte do mesmo. Esse preenchimento tem como objetivo aumentar a sustentação do material evitando subsidências, assim como também serve como plataforma para equipamento, uma vez que serão alocados sobre esse “backfill” com a finalidade de continuar lavrando o minério do depósito. Quando um Stope é concluído, um novo desvio na rampa de acesso é criado, para continuar a produção dentro do limite superior. Figura 1: Método Cut and fill O método pode ser desenvolvido em várias frentes, sendo as fatias dividias uma vez que o ângulo dos acessos para o corpo de minério se tornam muito altos. Figura 2: Diagrama representativo do método Cut and Fill Primeiramente são feitas perfurações no corpo de minério, que são posteriormente carregados e detonados, após a detonação , é feito um controle dos gases tóxicos gerados através da ventilação do local, esse minério é então carregado e posteriormente descartado em um orepass ou em um caminhão, que fará a extração dele para a superfície. Após a retirada de todo o material, o vão é preenchido e após seco, inicia-se a próxima etapa de extração. A mineração é feita continuamente até que toda faixa mineral tenha sido lavrada. O carregamento do minério pode ser feito com carregadeiras rebaixadas tipo LHD, cuja capacidade varia desde pequenas unidades com capacidade de até 0,4 m³, usualmente elétricas, até unidades com até 3 m 3 , raramente maiores. (GERMANI, 2002). O transporte pode ser feito por caminhões ou trens com vagões de pequeno porte, tal como se utiliza para o recalque. O método de corte e enchimento possui custo moderado para a implementação, minimiza as chances de subsidência, possui recuperação elevada, tem uma menor diluição do minério, e o ponto mais importante, o rejeito gerado pode ser utilizado como produto de enchimento evitando assim, contaminação superficial. Por outro lado, o método só é utilizado em minérios de elevado valor pois possui alto custo operacional, requer uma mão de obra especializada, a atividade de enchimento complica o ciclo produtivo, uma vez que deve-se aguardar o tempo para o material de enchimento secar, causando assim redução na produção e também, existem riscos de instabilidade no maciço se o backfill não for dimensionado e colocado da forma ideal. Tipos de Enchimento Backfill ou enchimento é o material utilizado no preenchimento dos vãos gerados pela exploração mineral e esses são separados em três tipos: Enchimento Hidráulico (Hydraulic Backfill): Fração deslamada dos rejeitos com 70% de sólidos. As frações mais grosseiras são usadas como enchimento hidráulico e as frações mais finas são colocadas na barragem de rejeitos. Quando se usa enchimento hidráulico, é necessário drenar e bombear de volta para a superfície a água utilizada no transporte dos rejeitos. Em sistemas semi mecanizados são montadas estruturas de drenagem cuja construção é trabalhosa e onerosa. Em sistemas mecanizados estas estruturas costumam ser mais simples. (Hartman et al., 2002). Enchimento de Pasta (Paste Backfill): O rejeito da moagem ou da usina como um todo é filtrado ou espessado até uma densidade de sólidos de 80% ao qual cimento e água são adicionados para adquirir as características reológicas e de resistência necessárias. Enchimento de Rocha (Rock Backfill): Rocha estéril da superfície ou da própria mina subterrânea britada até um tamanho de cerca de 40mm. A mesma pode ser assentada só ou com enchimento hidráulico cimentado. Equipamentos Utilizados São utilizados nesse método de exploração: Perfuratrizes Hidráulicas Figura 3: Perfuratriz Hidraulica MAQ 554. Fonte geotecmac. LHD’s: Flexibilidade operacional da máquina, podendo operar como equipamento de carga exclusivamente ou carregando e transportando material. Proporcionam um dos meios mais econômicos de transporte em custas distâncias na mina; para longas distâncias deve se considerar outras opções. São geralmente movidas à óleo diesel. Figura 4: LHD Load Haul Dump. Fonte Sotreq Anfo Loader Figura 5: Anfo Loader. Fonte Thiessen. E para as operações de apoio: Mangas/Dutos de ventilação Figura 6: Tubos de Ventilação. Fonte MINOPLEX MINAS OPERANDO NO MÉTODO CORTE E ENCHIMENTO Alguns exemplos de minas que operam pelo método corte e enchimento: Cerro de Pasco: A mina Cerro de Pasco está localizada no Perú é uma das maiores jazidas polimetálicas do mundo. Em 2015 o processamento mineral atingiu 399,000 toneladas , com teores de 3.94% Zn, 1,52%Pb, 0.05% Cu. As atividades se encontram suspensas atualmente. Figura 7: Mina Cerro de Paco (Peru). Fonte Mining. Mina Cuiabá: A minaCuiabá e está localizada na cidade de Sabará-MG pertence a companhia Anglo Gold Ashanti que é a terceira maior empresa produtora de ouro do mundo, e no brasil conta com 4.200 empregados diretos e 1420 indiretos. No brasil suas operações correspondem a 10% da produção da empresa, sendo 40% na África do Sul, 33% na África Continental , 5% Estados Unidos e 4% na Argentina. Em 2014 foi responsável pela produção de 320 mil onças, sendo a 3ª maior operação da empresa no mundo, sendo, portanto, uma operação de alta relevância no contexto global da empresa. Figura 8: Mina Cuiabá (Anglo Gold Ashanti). Fonte RevistaMineração Referências ANGLOGOLD ASHANTI MINERAÇÃO LTDA. Código de Procedimentos Geotécnicos Para Operações em Subsolo na Mina Cuiabá, não publicado, Sabará, 2007, p.20-48. Carregadeiras subterrâneas para mineração do tipo LHD. Disponível em: <https://www.sotreq.com.br/pt-br/subterraneo-rocha-dura/carregadeiras-subterraneas-para-mineracao-do-tipo-lhd-load-haul-dump-carrega>. Acesso em 10/04/2019 CURI, Adilson. “Lavras de Minas”. Oficina de Textos, São Paulo, 2017.p 354-375. Cut and Fill. NEWTRAX, 10/05. Disponível em: <https://www.newtrax.com/cut-and-fill-mining-method-101/>. Acesso em 19/04/2019. GEOTECMAQ. Disponível em: <https://geotecmaq.wordpress.com/a-empresa/perfuratriz-hidraulica-maq-554-para-estaca-raiz-nao-articulada>. Acesso em 10/04/2019.