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CCE0905 – INSTALAÇÕES PREDIAIS - HIDRÁULICAS Professor: Paulo Vitor R. M. da Silva SUMÁRIO Água quente; Estimativa de Consumo; Sistemas de Aquecimento; Tipos de Aquecedores (Elétricos, Gás e Solar); Tipos de Aquecedores (Passagem ou Acumulação); Dimensionamento de Aquecedores; SUMÁRIO Redes de Distribuição; Materiais Utilizados; Dimensionamento de tubulações; Pressões mínimas e máximas, velocidade máxima e perda de carga; Comparação de custo de sistema de aquecimento a gás e a eletricidade; Sistema Integrado de Aquecimento. ÁGUA QUENTE De acordo com a NBR 7198, as instalações prediais de água quente devem ser projetadas e executadas com a finalidade de: Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente e temperatura controlável, com segurança, aos usuários, com as pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento das peças de utilização e das tubulações; Preservar rigorosamente a qualidade da água; Proporcionar o nível de conforto adequado aos usuários; Racionalizar o consumo de energia. ÁGUA QUENTE Componentes do sistema de água quente Tubulação de água fria Alimentação do Sistema de água quente Aquecedores Passagem (ou instantâneos) ou Acumulação Dispositivos de segurança Tubulação de distribuição de água quente Pontos de utilização (Chuveiro, ducha, torneiras, etc.) ÁGUA QUENTE Principais usos de água quente nas instalações prediais e as temperaturas convenientes, nos pontos de utilização. ESTIMATIVA DE CONSUMO Alguns fatores podem influenciar o consumo de água quente. Sendo estes fatores, de acordo com a NBR 7198: Peculiaridade de cada instalação Condições climáticas local Características de utilização SISTEMAS DE AQUECIMENTO O abastecimento de uma edificação pode ser efetuado de três formas distintas: Aquecimento individual (local); Aquecimento central privado; Aquecimento central coletivo. O projetista deve estudar a viabilidade do emprego de cada uma dessas alternativas, para determinar a melhor solução. SISTEMA DE AQUECIMENTO INDIVIDUAL SISTEMA DE AQUECIMENTO CENTRAL PRIVADO SISTEMA DE AQUECIMENTO CENTRAL COLETIVO O aquecimento é individual quando alimenta uma única peça de utilização, como, por exemplo, um chuveiro ou uma torneira elétrica. Também pode ser local, quando pequenos aquecedores elétricos ou a gás alimentam um único compartimento sanitário. O sistema é central privado quando atende somente uma unidade habitacional, ou seja, alimenta vários pontos de consumo localizados em cozinhas, banheiros, áreas de serviço. Exemplo: Aquecedor de acumulação. O sistema é central coletivo quando um único conjunto de aquecimento alimenta várias unidades de um edifício, ou seja, várias peças de utilização de várias unidades habitacionais ou de comércio e serviços. Exemplos: edifício residencial, hotel, motel, hospital etc. TIPOS DE AQUECEDOR Existem vários tipos de aquecedor, sendo os mais comuns nas instalações prediais os de aquecimento direto ou indireto, de passagem ou acumulação. A fonte de calor empregada pode ser eletricidade, gás ou energia solar. AQUECEDORES ELÉTRICOS Utilizam Energia Elétrica Aquecimento de Passagem Aquecimento por Acumulação São dispositivos interpostos na tubulação para o aquecimento elétrico instantâneo da água. Exemplos: chuveiro elétrico, torneira elétrica, etc. Os aquecedores por acumulação (também chamados de “boiler elétrico”) proporcionam maior conforto ao usuário, pois a água é aquecida para posterior consumo. A principal vantagem dos aquecedores elétricos é o fato de serem compactos e fáceis de instalar, dispensando tubulações. As desvantagens são: custo do kW, baixa pressão e pouca vazão de água. AQUECEDOR ELÉTRICO POR ACUMULAÇÃO AQUECEDORES A GÁS Ao escolher um modelo de aquecedor a gás, deve- se ter certeza de que ele está de acordo com as normas da ABNT. Devem ser consideradas também as orientações de cada fabricante, pois existem no mercado diversos tipos de aquecedor. NBR 7198 – Projeto e Execução de Instalações Prediais de Água Quente NBR 13103 – Adequação de Ambientes Residenciais para Instalação de Aparelhos que Utilizam Gás Combustível AQUECEDORES A GÁS Os aquecedores a gás devem ser alimentados pelo reservatório superior de água fria ou por dispositivo de pressurização. VANTAGENS 1) Melhor pressão de água que os similares elétricos 2) Água quente para uso imediato. DESVANTAGEM Risco de vazamento, se não forem seguidas determinadas especificações. AQUECEDORES DE PASSAGEM A GÁS Basta abrir a torneira para o aquecedor ligar automaticamente e a água correr aquecida. A vantagem é a economia e o conforto na hora do banho (maior fluxo de água quente). Além disso, os aquecedores de parede oferecem maior facilidade de instalação em espaço reduzido. Os aquecedores instantâneos a gás devem estar em conformidade com as seguintes normas: NBR 5899 – Aquecedor de Água a Gás Tipo Instantâneo – Terminologia NBR 8130 – Aquecedores de Água a Gás Tipo Instantâneo – Requisitos e Métodos de ensaio AQUECEDORES DE ACUMULAÇÃO A GÁS É de fácil instalação e atende a vários pontos de consumo simultaneamente. Este modelo armazena a água aquecida. A desvantagem dos aquecedores de acumulação é o tamanho. São bem maiores que o modelo de passagem. De acordo com a NBR 7198, no dimensionamento de aquecedores de acumulação, devem ser criteriosamente observadas as características do sistema de aquecimento escolhido, levando-se em consideração, principalmente, a frequência de utilização, o volume de armazenamento e a capacidade de recuperação. Os aquecedores de acumulação a gás devem obedecer às normas brasileiras aplicáveis, particularmente a NBR 10540 (Aquecedores de Água a Gás Tipo Acumulação – Terminologia). AQUECEDORES DE ACUMULAÇÃO A GÁS Sugestão para localização de aquecedor instantâneo a gás. Instalação de aquecedor a gás de acumulação. AQUECIMENTO SOLAR Devido à escassez de energia e à tendência cada vez maior de aumento de tarifas de energia elétrica, a energia solar vem sendo adotada em grande escala no segmento de aquecedores de água. Com o desenvolvimento tecnológico dos equipamentos e das técnicas de instalação, os custos de um sistema de aquecimento solar diminuíram significativamente, fazendo com que a relação custo – benefício acabe compensando, pois é um sistema que combina segurança, ecologia e economia. AQUECIMENTO SOLAR VANTAGENS 1) Economia de energia (reduz, em média, 35% da conta de luz); 2) Fácil manutenção (praticamente inexistente); 3) Fonte de energia limpa, renovável e inesgotável; 4) Não produz poluição ambiental. DESVANTAGEM Comprometimento de sua eficiência em dias nublados ou chuvosos, sendo necessária a utilização de um sistema misto (energia solar e elétrica) ou (energia solar e a gás) AQUECIMENTO SOLAR Atualmente, a energia solar também vem sendo utilizada para o aquecimento de piscinas, em substituição aos aquecedores convencionais elétricos e a gás. Nesse caso, são instaladas placas coletoras em quantidades suficientes para o volume de água a ser aquecido e uma bomba que movimenta a água (método conhecido como circulação ativa). AQUECIMENTO SOLAR Sempre que optar pelo aquecimento solar, o arquiteto deve preparar a edificação para receber o sistema. Além de instalação hidráulica apropriada, os equipamentos que compõem o sistema devem ser localizados e dispostos de forma correta na cobertura. Alémdisso, os aquecedores solares devem ter desempenho térmico conforme a NBR 10185, pela NBR 15747, e ser instalados conforme a NBR 15569. NBR 10185 – Reservatórios térmicos para líquidos destinados a sistemas de energia solar – Determinação de desempenho térmico – Método de ensaio NBR 15747 – Sistemas solares térmicos e seus componentes - Coletores solares Parte 1: Requisitos gerais NBR 15569 – Sistema de aquecimento solar de água em circuito direto - Projeto e instalação. INSTALAÇÃO ESQUEMÁTICA DE AQUECIMENTO SOLAR Na instalação convencional de um sistema de aquecimento solar para residências, alguns parâmetros relacionados a localização e disposição dos equipamentos na cobertura devem ser rigorosamente observados, pois, apesar de ser constituído por equipamentos bastante simples e de fácil utilização, o sucesso de sua eficiência depende de uma correta instalação. INSTALAÇÃO ESQUEMÁTICA DE AQUECIMENTO SOLAR RELAÇÃO ENTRE OS EQUIPAMENTOS As alturas e distâncias (mínimas e máximas) entre caixa d’água, boiler e placas são fundamentais para a otimização do sistema O desnível entre o topo da caixa d’água e o fundo do reservatório térmico não poderá ultrapassar a pressão máxima admissível do equipamento, que deverá ser fornecida pelo fabricante. A distância horizontal entre o reservatório térmico e os coletores solares deverá ser de, no máximo, 6 m. Para melhor aproveitamento de circulação da água quente nas canalizações de alimentação e retorno dos coletores, o desnível mínimo entre o fundo do boiler e o topo dos coletores deve ser entre 0,30 m e 4 m. INSTALAÇÃO ESQUEMÁTICA DE AQUECIMENTO SOLAR POSICIONAMENTO DAS PLACAS Os coletores solares constituem a parte principal do sistema, pois é por meio deles que a energia solar é absorvida e transmitida à água que circula pelos tubos do interior do coletor. As placas devem ser direcionadas sempre para o Norte, com desvio máximo de 30o a nordeste ou noroeste. Para uma boa absorção dessa energia, ou seja, para que os coletores recebam maior incidência dos raios solares durante o ano, a inclinação ideal das placas, em relação à horizontal, é um ângulo resultante da soma da latitude do lugar mais 5o a 10o. Na prática, a inclinação média é de 35o, mas o cálculo preciso depende da cidade. INSTALAÇÃO ESQUEMÁTICA DE AQUECIMENTO SOLAR RESERVATÓRIO TÉRMICO O reservatório térmico, também conhecido como boiler, tem a finalidade de armazenar a água aquecida e conservá-la para posterior utilização, já que, nas horas em que há radiação solar, existe pouca demanda por água quente. Esse equipamento é fabricado em cobre ou aço inox, com acabamento externo de alumínio. Internamente, a água quente se mistura com a fria, ficando a água quente sempre na parte superior. O boiler possui resistência elétrica, que aquece a água em dias em que não há luz solar suficiente. Comandada por um termostato, ela liga e desliga de acordo com a temperatura da água. DIMENSIONAMENTO DE AQUECEDORES Na hora de escolher o aquecedor, algumas informações são fundamentais para garantir o fornecimento de água quente na temperatura e quantidade certa para os usuários do sistema. Para uma residência, por exemplo, é preciso saber: 1) Quantas pessoas residem na edificação? 2) Quantos quartos tem a edificação? 3) Haverá banheiras de hidromassagem? Quantas e qual o volume de cada uma? 4) Haverá máquinas de lavar louças? 5) Será necessário água quente na pia da cozinha e no tanque? DIMENSIONAMENTO DE AQUECEDORES Por meio dessas informações, é possível calcular o volume de água quente que será consumido pelos usuários do sistema, bem como dimensionar o aquecedor ideal que atenda o nível de conforto desejado. AQUECEDORES DE PASSAGEM A GÁS Para dimensionar o aquecedor é necessário saber o número de pontos de consumo que serão atendidos (duchas, torneiras de lavatórios etc.), bem como a vazão (litros/min) das peças de utilização. Esses valores podem ser encontrados na tabela simplificada da norma brasileira NBR 5626. AQUECEDORES DE PASSAGEM A GÁS (EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO) Dimensionar um aquecedor de passagem a gás para alimentar 1 ducha e 1 lavatório de um banheiro. i) Cálculo das vazões dos aparelhos ii) Conhecida a vazão dos aparelhos, calcula-se a vazão total Vazão total (Qt) = 12 + 9 = 21 litros/min iii) Como a água quente está sendo misturada com a água fria, deve-se considerar a metade da vazão calculada (Qnec). Qnec = Qt / 2 = 21/12 = 10,5 litros/min Adota-se um modelo com vazão de 10 litros/min AQUECEDORES DE ACUMULAÇÃO Para o dimensionamento dos aquecedores de acumulação (elétrico e gás), também conhecidos como boiler, é necessário identificar o número de usuários do sistema (moradores). No caso de residências, o ideal é considerar duas pessoas por dormitório e uma pessoa por dormitório de empregada. AQUECEDORES DE ACUMULAÇÃO (EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO) Dimensionar um aquecedor de acumulação a gás para uma residência com 3 dormitórios, uma dependência de empregada. Considerar uma banheira de 200 litros. i) Calcula-se o número de usuários do sistema de água quente. ii) Verifica-se o consumo médio por pessoa. Em residência, adota-se o consumo de 40 litros por dia por pessoa. iii) Calcula-se o volume de água quente consumido pelo total de pessoas 7 pessoas x 40 litros/dia = 280 litros. Como 280 litros + 100 litros = 380 litros, adota-se um boiler de capacidade de 400 litros 3 dormitórios = 3 x 2 = 6 pessoas 1 dormitório de empregada = 1 pessoa Total = 6 + 1 = 7 pessoas iv) Calcula-se o volume da banheira Volume da banheira / 2 = 200/2 = 100 litros AQUECEDOR SOLAR O dimensionamento de um sistema de aquecimento solar está relacionado diretamente ao número de usuários e à destinação da água quente (pontos de consumo). Para calcular o volume do boiler, regra geral, adota-se o consumo de 50 litros/dia por pessoa. A pia de cozinha e as banheiras deverão ser consideradas à parte. AQUECEDOR SOLAR Com relação aos coletores, quanto maior o número de placas e, consequentemente, a área coletora de energia solar, maior a quantidade de água quente disponível. Usualmente, adota-se a relação de 1 m2 de área coletora para cada 50/65 litros de água a ser aquecida. Nesse caso, deve ser avaliada a eficiência da absorção solar da placa coletora de acordo com informações do fabricante. AQUECEDOR SOLAR (EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO) Dimensionar o sistema de aquecimento solar de uma residência com três dormitórios e uma dependência de empregada. Considerar duas banheiras de hidromassagem, com volume de 200 litros cada. AQUECEDOR SOLAR (EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO) CAPACIDADE DO BOILER i) Calcula-se o número de usuários do sistema 3 dormitórios = 3 x 2 = 6 pessoas 1 dormitório de empregada = 1 pessoa Total = 6 + 1 = 7 pessoas ii) Verifica-se o consumo médio de água quente por pessoa, considerando o uso de aquecedor solar. Adota-se o consumo de 50 litros/dia por pessoa. iii) Calcula-se o volume em litros de água quente que será consumido pelos moradores V = 50 litros/dia x 7 pessoas = 350 litros iv) Calcula-se o volume das banheiras Vbanheira = 200 litros / 2 = 100 litros. Como são duas banheiras: 100 litros x 2 = 200 litros. AQUECEDOR SOLAR (EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO) CAPACIDADE DO BOILER v) Considerando o consumo de água quente da torneira da pia de cozinha de 50 litros e a máquina de lavar roupas de 150 litros, temos um Volume Total de 200 litros. vi) Calcula-se então o consumo total de água quente por dia Vtotal = 350 + 200 + 200 = 750litros Adota-se um boiler de 750 litros ÁREA COLETORA Para complementar o dimensionamento do sistema de aquecimento solar, calcula- se o número de coletores necessários para o bom funcionamento do sistema. Como 2 m2 de área do coletor aquece 100 litros de água Número de coletores = 750 / 100 = 7,5. Adotam-se 7 coletores de 2 m2. REDE DE DISTRIBUIÇÃO A distribuição de água quente é feita por meio de encanamentos completamente independentes do sistema de distribuição de água fria. O traçado da rede interna de distribuição, porém, obedece aos mesmos critérios da rede de água fria. As tubulações devem ser projetadas e executadas tendo em vista as particularidades do tipo de material escolhido e especificado pelo projetista. REDE DE DISTRIBUIÇÃO Dependendo das peculiaridades da instalação, deve-se considerar a necessidade de seu isolamento térmico e acústico. Por exemplo, os tubos e conexões de CPVC dispensam isolamento na maioria dos casos, seja quando embutidos em paredes ou aparentes. Isso se deve à baixa condutividade térmica do CPVC. REDE DE DISTRIBUIÇÃO De acordo com a NBR 5626, as tubulações não devem ser solidárias aos elementos estruturais, devendo ser alojadas em passagens projetadas para esse fim. Devem ser previstos registros de gaveta no início de cada coluna de distribuição e em cada ramal, no trecho compreendido entre a respectiva derivação e o primeiro sub-ramal. O ponto de água quente deve localizar-se, por convenção, à esquerda do ponto de água fria, visto de frente pelo observador. REDE DE DISTRIBUIÇÃO OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1) De acordo com a NBR 7198, a temperatura da água aquecida deve ser de, no máximo, 70 °C na rede de distribuição. 2) A utilização de misturadores é obrigatória se houver possibilidade a água ultrapassar 40 °C, devendo-se ter o cuidado de evitar a inversão da água quente pela rede de água fria e vice-versa. 3) Deve ser levado em consideração o efeito da dilatação e contração térmica das tubulações, que acontece em função da variação da temperatura da água no sistema. 4) A tubulação de água fria que alimenta os aquecedores deve ser feita com materiais resistentes à temperatura máxima de água quente (70 °C). 5) A tubulação de água fria que alimenta os aquecedores não pode estar conectada a barriletes, colunas de distribuição e ramais que alimentam válvulas de descarga. Detalhe Isométrico (banheiro) Detalhe Isométrico (cozinha) MATERIAIS UTILIZADOS Nas instalações prediais de água quente, são utilizados tubos e conexões de cobre, CPVC (policloreto de vinila clorado), PEX (tubos flexíveis de polietileno reticulado) e PPR (polipropileno copolímero Randon). O cobre em si é um excelente material, mas é caro e difícil de trabalhar, pois precisa ser soldado com estanho, num processo que demanda muita habilidade para não comprometer a qualidade do serviço. MATERIAIS UTILIZADOS Esse isolamento deverá estar protegido da umidade e da radiação solar. Tradicionalmente, a tubulação de cobre é mais conhecida dos construtores devido sua resistência a temperaturas altas (suas soldas se rompem só a 270 °C). Além disso, os tubos de cobre devem ser revestidos com isolamento térmico com capas de espuma de polietileno expandido, para diminuir o efeito da troca de calor com o meio ambiente, mantendo, por maior tempo, a temperatura da água aquecida. MATERIAIS UTILIZADOS O CPVC, que é um material com todas as propriedades inerentes ao PVC, somando-se a resistência à condução de líquidos sob pressões a altas temperaturas, apresenta uma vantagem em relação ao cobre, que é a dispensa do isolamento térmico, uma vez que o próprio material do tubo é um isolante, enquanto o cobre é condutor de calor. Por essa razão, a água quente chega mais rápido ao ponto considerado, em função da pequena perda de calor ao longo da tubulação. Soldado a frio com cola especial, dispensa mão de obra especializada e por isso é comum em obras de pequeno e médio porte. A temperatura máxima que suporta é 80° (segura, já que um aquecedor doméstico esquenta a água até próximo dos 70 °C). MATERIAIS UTILIZADOS O PPR é uma resina de última geração e o que existe de mais moderno em condução de água quente. Além da mínima ocorrência de manutenção e a praticidade das instalações, esse sistema inteligente de condução de água fria e quente apresenta algumas vantagens em relação aos tubos metálicos tais como: resistência à água quente sem risco de vazamentos, ausência de toxicidade e a sua longa vida útil em condições extremas. O tubo de PPR tem emendas feitas com termofusão (soldagem a quente). MATERIAIS UTILIZADOS O tubo de PPR é considerado o mais estanque do mercado, mas o serviço requer profissional especializado e maquinário na obra, o que encarece o preço final. Outra vantagem do PPR é a baixa condutividade térmica que conserva a temperatura da água transportada por mais tempo, evitando a transmissão de calor para a parte externa do tubo, o que dispensa a necessidade de isolamento térmico. DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA QUENTE Para o dimensionamento das tubulações de água quente, adotam-se os mesmos princípios empregados para água fria, ou seja, por meio do método dos pesos relativos. O primeiro passo é determinar a soma dos pesos das peças de utilização para cada trecho da instalação. DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA QUENTE Em seguida, deve-se verificar qual o diâmetro de tubo corresponde ao valor encontrado nessa soma dos pesos. Quando o material utilizado é o cobre, os diâmetros mais comuns, em uma instalação residencial de pequeno e médio porte, são: 22 mm (3⁄4”) e 15 mm (1⁄2”) para os ramais e sub- ramais, respectivamente; 28 mm (1”) para a canalização do barrilete. DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA QUENTE Também é importante destacar que, ao contrário das instalações de água fria, em que o superdimensionamento das tubulações não interfere tanto no funcionamento do sistema, no caso das instalações de água quente, o superdimensionamento causa problemas, pois as canalizações poderão funcionar como “reservatórios”, ocasionando uma demora na chegada da água quente até os pontos de consumo (torneiras, chuveiros etc.) e, assim, seu resfriamento. EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO Calcular o diâmetro de um barrilete de água quente, em CPVC, que alimenta os seguintes pontos de consumo de uma residência: 2 chuveiros, 2 banheiras, 2 lavatórios e 1 pia de cozinha. EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO (RESOLUÇÃO) Peças de utilização Pesos Quantidade Peso total Ducha (chuveiro) 0,4 2 0,4 x 2 = 0,8 Banheira 1,0 2 1,0 x 2 = 2,0 Lavatório 0,3 2 0,3 x 2 = 0,6 Pia de cozinha 0,7 1 0,7 x 1 = 0,7 Soma dos Pesos - - 4,1 Deste modo, como o valor da soma dos pesos encontra-se entre 2,9 e 8,2, adota-se o diâmetro de 28 mm. PRESSÕES MÍNIMAS E MÁXIMAS A NBR 7198 recomenda que a pressão estática máxima para as peças de utilização e para os aquecedores não ultrapasse 400 kPa (40 m.c.a.). As pressões dinâmicas mínimas nas torneiras e chuveiros não devem ser inferiores a 5 kPa e 10 kPa (0,50 e 1 m.c.a.), respectivamente. Também devem ser consideradas as pressões recomendadas pelos catálogos dos fabricantes, referentes aos aquecedores. VELOCIDADE MÁXIMA DA ÁGUA De acordo com a NBR 7198, a velocidade da água nas tubulações não deve ser superior a 3 m/s. Nos locais onde o nível de ruído possa incomodar, a velocidade da água deve ser limitada a valores compatíveis com o isolamento acústico. PERDAS DE CARGA O cálculo da perda de carga nas canalizaçõesde água quente é idêntico ao da água fria e depende do tipo de material empregado. É importante lembrar que essas perdas devem ser reduzidas a níveis aceitáveis para que não ocorra uma diminuição de pressão nas peças de utilização. COMPARAÇÃO DO CUSTO DE FUNCIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ÁGUA QUENTE A ELETRICIDADE E A GÁS Para efeito de comparação do custo de operação de um sistema de água quente, apresenta-se, a seguir, o cálculo comparativo simplificado do consumo de gás encanado, gás liquefeito de petróleo (GLP) e energia elétrica para uma residência que utiliza, em média, 400 litros de água quente por dia. Considerando-se que: Potência calorífica (eletricidade) = 860 Kcal/kW; Potência calorífica (gás encanado) = 4200 Kcal/m3; Potência calorífica (GLP) = 11000 Kcal/kg. Supondo que a temperatura da água deverá ser elevada de 20 oC a 70 oC, tem-se: Q = m * c * t Onde: Q = quantidade de calor necessária para aquecer a água; m = massa (volume de água a ser aquecida); c = calor específico da água; t = temperatura. COMPARAÇÃO DO CUSTO DE FUNCIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ÁGUA QUENTE A ELETRICIDADE E A GÁS Q = m * c * t Então, para obter 20000 Kcal, haverá a necessidade de: Eletricidade: 20000 Kcal / 860 Kcal/kW = 23,25 kW Gás encanado: 20000 Kcal / 4200 Kcal/m3 = 4,76 m3 GLP: 20000 Kcal / 11000 Kcal/Kg = 1,82 kg COMPARAÇÃO DO CUSTO DE FUNCIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ÁGUA QUENTE A ELETRICIDADE E A GÁS Q = 400 * 1 * 50 = 20000 Kcal Para efeito de comparação, na época da elaboração do projeto, faz-se o levantamento do custo de gás e/ou energia elétrica, o que dará condições para escolher o tipo de sistema a ser adotado, além de avaliar seu custo de operação. SISTEMAS INTEGRADOS DE AQUECIMENTO Como foi visto, existe uma grande variedade de aquecedores no mercado. Ao lado das opções existentes, as construtoras experimentam soluções integradas, que tentam aproveitar ao máximo as vantagens de cada sistema. SISTEMAS INTEGRADOS DE AQUECIMENTO A substituição das antigas caldeiras, baseadas até então em um sistema de aquecimento por acumulação, responsável pela oferta de água quente nos edifícios, por “centrais térmicas”, que utilizam aquecedores de passagem projetados para aquecer a água com maior rapidez e apenas no momento em que são ligados, tem gerado ganhos significativos no consumo de energia. SISTEMAS INTEGRADOS DE AQUECIMENTO Essa inovação tecnológica, além da segurança proporcionada aos usuários, aproveita de forma mais eficiente a energia, em função de seu controle eletrônico, que mantém a água na temperatura ideal, de 35 oC a 75 oC. Essa solução mista, que combina aquecedores a gás de passagem e reservatórios de acumulação, vem ganhando espaço nas construções. Na escala evolutiva de aquecedores, as centrais térmicas podem ser consideradas como sucessoras das caldeiras. SISTEMAS INTEGRADOS DE AQUECIMENTO A principal vantagem do novo sistema é a durabilidade: as chamas dos queimadores de gás não entram em contato direto com as paredes do reservatório, como ocorre com as caldeiras. Além da durabilidade, se há um problema em um dos aquecedores, os outros minimizam as perdas, o que não ocorre com o queimador único. SISTEMAS INTEGRADOS DE AQUECIMENTO Apesar de aumentar um pouco o custo, nos edifícios residenciais, para evitar o rateio de contas, cada apartamento pode ter sua medição individualizada (os medidores de consumo, geralmente, são localizados em halls de serviço). Nesse caso, os projetos arquitetônico e estrutural devem ser compatibilizados com a passagem das tubulações, derivadas da prumada, que se ramificam em cada unidade. OBRIGADO!