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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, CONTÁBEIS E COMÉRCIO INTERNACIONAL CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NATAN LOVATEL BOEIRA ANÁLISE ECONOMICO-FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA BAYER S.A. VACARIA 2014 NATAN LOVATEL BOEIRA ANÁLISE ECONOMICO-FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA BAYER S.A. Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade de Caxias do Sul, Campus de Vacaria. Orientador: Prof. Ms. Cleusa Marli Gollo Bitencourt. VACARIA 2014 NATAN LOVATEL BOEIRA ANÁLISE ECONOMICO-FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA BAYER S.A. Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade de Caxias do Sul, Campus de Vacaria. Orientador: Prof.Ms. Cleusa Marli Gollo Bitencourt. Aprovado (a) em ____/_____/_____ Banca Examinadora: Presidente _________________________________________ Prof. Ms. Cleusa Marli Gollo Bitencourt Universidade de Caxias do Sul - UCS Examinadores: _________________________________________ Prof.Examinador Universidade de Caxias do Sul - UCS _________________________________________ Prof.Examinador Universidade de Caxias do Sul - UCS Dedico a todos os professores, a minha família, minha namorada, que sempre estiveram ao meu lado me incentivando, em especial a Profª. Cleusa Marli Gollo Bitencourt que muito contribuiu para que este trabalho atingisse seus objetivos. AGRADECIMENTOS Quero expressar meus agradecimentos primeiramente a Deus por me dar forças em todos os momentos que precisei, por ter colocado no meu caminho todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, colaboraram para que este trabalho fosse realizado. Em especial a minha orientadora Profª. Ms. Cleusa Marli Gollo Bitencourt, pela sua competência, paciência e orientação durante todo o desenvolvimento desta monografia. Agradeço de forma toda especial, ao meu pai Gilmar, minha mãe Ivete, meu irmão Nicolas e minha namorada Mariane que me deram muito apoio, carinho, incentivo e compreensão para o desenvolvimento desse trabalho. “Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha.” (Sylvester Stallone) RESUMO A realização da presente pesquisa foi feita com a utilização dos métodos de pesquisa bibliográfica e documental, onde se explica o conceito de cada indicador, seus cálculos e os relatórios dos resultados. O presente trabalho teve por objetivo mostrar a situação econômico-financeira e as variações ocorridas nas demonstrações contábeis, no período de 2010 a 2012, da empresa Bayer S.A. que atua no ramo de fabricação e comercialização de produtos químicos. As demonstrações contábeis têm um papel muito importante para as empresas, além de mostrar os pontos fortes e fracos da organização, o seu acompanhamento e análise ajudam o gestor na tomada de decisão. Dentre as demonstrações contábeis obrigatórias, no trabalho realizado foram utilizados o balanço patrimonial e a demonstração de resultado, para a análise econômico-financeira dos indicadores de liquidez, endividamento, rentabilidade e estrutura de capitais. Após a realização das análises propostas, conclui-se que a empresa vem melhorando crescentemente no período verificado, sendo rentável para os seus acionistas/quotistas. Palavras-chave: Demonstração de resultado. Balanço patrimonial. Situação Econômico-financeira. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Ativo do Balanço Patrimonial – em milhares de reais ............................. 31 Quadro 2 - Passivo do Balanço Patrimonial – em milhares de reais ......................... 32 Quadro 3 - Demonstrações do Resultado – em milhares de reais ............................ 33 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................ 11 1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................ 12 1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 12 1.3.1 Objetivo geral .................................................................................................. 12 1.3.2 Objetivos específicos....................................................................................... 12 1.4 METODOLOGIA ................................................................................................. 12 1.5 ESTRUTURA DO ESTUDO ............................................................................... 13 2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................. 14 2.1 BREVE HISTÓRICO .......................................................................................... 14 2.2 CONCEITO ........................................................................................................ 16 2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BASE DE ANÁLISE .................................... 17 2.4 ALGUMAS TÉCNICAS DE ANÁLISE ................................................................. 17 2.4.1 Análise Vertical e Horizontal ............................................................................ 17 2.4.1.1 Análise Horizontal......................................................................................... 18 2.4.1.2 Análise Vertical ............................................................................................. 18 2.4.2 Análise através de índices ............................................................................... 18 2.4.2.1 Índices de Liquidez ....................................................................................... 19 2.4.2.1.1 Liquidez Geral ........................................................................................... 20 2.4.2.1.2 Liquidez Corrente ...................................................................................... 20 2.4.2.1.3 Liquidez Seca ............................................................................................ 21 2.4.2.1.4 Liquidez Imediata ...................................................................................... 21 2.4.2.2 Índices de Endividamento ............................................................................ 22 2.4.2.2.1 Participação de Capitais de Terceiros sobre os Recursos Totais ............. 22 2.4.2.2.2 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros ................................ 22 2.4.2.3 Índices de Rentabilidade .............................................................................. 23 2.4.2.3.1 Giro do Ativo .............................................................................................. 23 2.4.2.3.2 Margem Líquida.........................................................................................23 2.4.2.3.3 Rentabilidade do Ativo ............................................................................... 24 2.4.2.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ......................................................... 24 2.4.2.4 Índices de Estrutura de Capitais ................................................................... 25 2.4.2.4.1 Participação do Capital de Terceiros ......................................................... 25 2.4.2.4.2 Composição do Endividamento ................................................................. 26 2.4.2.4.3 Imobilização do Patrimônio Líquido ........................................................... 26 2.4.2.4.4 Imobilização dos Recursos Não Correntes ............................................... 27 3 A COLETA E ANÁLISE DE DADOS DA EMPRESA OBJETO DO ESTUDO ..... 29 3.1 A BAYER E SUA TRAJETÓRIA NO BRASIL ..................................................... 29 3.2 AS DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS BASE DA ANÁLISE ................................. 31 3.3 OS INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA ..................... 33 3.3.1 Índice de Liquidez ........................................................................................... 33 3.3.1.1 Índice de Liquidez Geral ............................................................................... 33 3.3.1.2 Índice de Liquidez Corrente .......................................................................... 34 3.3.1.3 Índice de Liquidez Seca ............................................................................... 35 3.3.1.4 Índice de Liquidez Imediata .......................................................................... 35 3.3.2 Índice de Endividamento ................................................................................. 36 3.3.2.1 Participação dos Capitais de Terceiro sobre os Recursos Totais ................ 36 3.3.2.2 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros .................................... 37 3.3.3 Índice de Rentabilidade ................................................................................... 37 3.3.3.1 Giro do Ativo ................................................................................................. 37 3.3.3.2 Margem Líquida ........................................................................................... 38 3.3.3.3 Rentabilidade Do Ativo ................................................................................. 39 3.3.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ............................................................ 39 3.3.4 Índice de Estrutura de Capitais ....................................................................... 40 3.3.4.1 Participação do Capital de Terceiros ............................................................ 40 3.3.4.2 Composição do Endividamento .................................................................... 41 3.3.4.3 Imobilização do Patrimônio Líquido .............................................................. 41 3.3.4.4 Imobilização dos Recursos Não Correntes .................................................. 42 4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 44 REFERENCIAS ........................................................................................................ 46 ANEXOS .................................................................................................................. 46 10 1 INTRODUÇÃO Desde o seu surgimento a contabilidade é utilizada para controlar o patrimônio das empresas. Hoje com as constantes mudanças no cenário econômico mundial, os gestores estão utilizando a Contabilidade no processo de gestão, planejamento, execução e controle com o objetivo de obter melhores resultados. Segundo Braga (2012) o desenvolvimento tecnológico do mundo moderno vem tornando cada vez mais difícil a consecução de vários objetivos por meio de iniciativas individuais. A necessidade de se atingirem os objetivos sociais com maior eficácia implicou no aperfeiçoamento de métodos e processos administrativos, criando-se as especializações. Nenhum individuo domina todas as áreas de administração há uma coordenação de elementos que detêm conhecimentos de campos distintos de forma a obter um conjunto de informações necessárias à tomada de decisões. Ainda Braga (2012) a contabilidade, como instrumento para as funções de controle e planejamento da administração, é projetada no sentido de fornecer dados suplementares de maneira sistemática e oportuna, para facilitar a avaliação, seleção e subsequente análise dos planos. Silva (2010) nos ensina que a análise das demonstrações contábeis é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas à apuração de indicadores que permitam avaliar a situação financeira, conhecer a situação patrimonial e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados. Segundo Iudícibus (2009) a necessidade de analisar demonstrações contábeis é pelo menos tão antiga quanto à própria origem de tais peças. Com isso, o presente trabalho fará a análise das demonstrações contábeis de uma empresa do ramo de fabricação e comercialização de químicos. Serão coletados dados das demonstrações contábeis do período de 2010 á 2012, os quais serão utilizados para calcular os índices econômico-financeiros. Com o resultado dos cálculos será analisada a situação da empresa nos referentes períodos. 11 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Segundo Matarazzo (2010) a análise de balanços surgiu e se desenvolveu dentro do sistema bancário que foi até hoje seu principal usuário. Iudícibus (2008) complementa que a análise das demonstrações contábeis é tão antiga quanto à contabilidade. Como a contabilidade, era feita de forma rudimentar. No final do século XIX com o aparecimento dos banqueiros, houve a necessidade de informações mais claras e exatas para a concessão de empréstimos e financiamentos. Conforme Matarazzo (2010) a análise de balanços objetiva extrair informações das demonstrações contábeis financeiras para a tomada de decisões. As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. Segundo Assaf Neto (2002, p.48), “a análise de balanços visa relatar, com base nas informações fornecidas pelas empresas, à posição econômica financeira atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras”. Braga (2012) ensina que as demonstrações contábeis, também denominadas de demonstrações financeiras na legislação societária, são utilizadas, principalmente, pelos administradores para prestar contas sobre os aspectos públicos de responsabilidade da empresa, perante acionistas, credores, empregados, governo e a comunidade em geral. Têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e resultados da empresa, a fim de possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação patrimonial, econômica e financeira. Já Silva (2010), afirma que o trabalho do analista começa quando termina o trabalho do profissional contábil, que faz a interpretação e registro dos fatos econômicos, seguidos da elaboração das demonstrações contábeis. Através da análise dessas demonstrações o analista vai emitir um parecer econômico efinanceiro da empresa. 12 1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA O tema proposto para o presente trabalho é a analise das demonstrações contábeis dos períodos de 2010 a 2012, de uma empresa queatua no ramo de fabricação e comercialização de produtos químicos: Bayer S.A. Através deste tema, questiona-se: qual a situação econômica e financeira desta empresa nos exercícios sociais de 2010 a 2012? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo geral Estudar e analisar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, do período de 2010 a 2012, da empresa Bayer S.A. com a finalidade de identificar sua situação econômico-financeira e as variações ocorridas no período estudado. 1.3.2 Objetivos específicos Pesquisar na literatura existente autores sobre o tema proposto; Analisar as demonstrações contábeis da empresa objeto do estudo, no período de 2010 a 2012, no que se refere ao seu desempenho econômico- financeiro, através de cálculos de índices, como de liquidez, rentabilidade, endividamento e estrutura de capitais. 1.4 METODOLOGIA Para Lakatos e Marconi (2001), define-se pesquisa como uma atividade voltada à solução de problemas para as questões propostas, através da utilização de métodos científicos. Existem vários tipos de pesquisa. As principais são o estudo de caso, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e a pesquisa experimental. Segundo Beuren (2004), optou-se por enfocar tipologias de delineamentos de pesquisas, que se acredita serem mais aplicáveis a esta área do conhecimento, agrupadas em três categorias: pesquisa quanto aos objetivos, que contempla 13 pesquisa exploratória, descritiva e explicativa; pesquisa quanto aos procedimentos, que aborda o estudo de caso, o levantamento, a pesquisa bibliográfica, documental, participante e experimental. Então para desenvolver este trabalho, utilizar-se-á pesquisa bibliográfica, a qual segundo Beuren (2004) baseia-se no material consultado que abrange o referencial já tornado público em relação ao tema do estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, dissertações, teses, entre outros; a pesquisa documental, que de acordo com ensinamentos proporcionados por Silva e Grigolo (2002), vale-se de materiais que ainda não receberam nenhuma análise aprofundada. Esse tipo de pesquisa visa, assim, selecionar, tratar e interpretar a informação bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe algum valor, podendo desse modo, contribuir com a comunidade científica a fim de que outros possam voltar a desempenhar futuramente o mesmo papel, eo estudo de caso, que para Martins e Lintz (2000), trata-se de uma técnica de pesquisa cujo objetivo é o estudo de uma unidade especifica que se analisa profunda e intensamente. 1.5 ESTRUTURA DO ESTUDO Este trabalho está dividido em três capítulos. Fazem parte do primeiro capítulo, o tema da pesquisa, o problema da pesquisa, os objetivos e a metodologia. No segundo encontram-se o conceito das demonstrações contábeis, um breve histórico, suas principais características, os métodos de análise, os indicadores e a sua importância para uma boa gestão empresarial. No terceiro capítulo,está apresentado o histórico da empresa Bayer S.A. no Brasil, os indicadores propostos para a análise das demonstrações contábeis e um relatório referente a cada cálculo e resultado obtido. Por fim a conclusão finaliza a pesquisa. 14 2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.1 BREVE HISTÓRICO Segundo Matarazzo (2010) a Análise de Balanços surgiu e desenvolveu-se dentro do sistema bancário que foi até hoje o seu principal usuário. Seu inicio foi no final do século XIX, quando os banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às empresas tomadoras de empréstimos. À medida que ganhou aceitação, em 9 de fevereiro de 1895, o Conselho Executivo da Associação dos Bancos no Estado de New York resolveu recomendar aos seus membros que solicitassem aos tomadores de empréstimo declarações escritas e assinadas de seus ativos e passivos. Em 1900, essa mesma associação divulgou um formulário de proposta de crédito que incluía espaço para o balanço, era possível que os balanços fossem examinados superficialmente, sem nenhuma técnica analítica ou tentativa de medição quantitativa. A literatura contábil do começo do século atual menciona a importância de comparações de dados das demonstrações financeiras, porém as ideias eram vagas em relação ao que comparar. Segundo Matarazzo (2010) Com o decorrer dos anos e os sucessivos recebimentos de balanços foi-se desenvolvendo a noção de comparação de diversos itens, sendo a mais comum a do Ativo Circulante com o Passivo Circulante. Em 1915, determinava o Federal Reserve Board (o Banco Central dos Estados Unidos) que só poderiam ser redescontados os títulos negociados por empresas que tivessem apresentado seu balanço ao banco, medida que consagrou definitivamente o uso de demonstrações financeiras como base para a concessão de crédito. Entretanto, as demonstrações financeiras na época não eram preparadas adequadamente para os fins aque se destinavam, não havia uniformidade nas disposições e na terminologia, nem na classificação de rubricas, de acordo com Matarazzo (2003). Importante contribuição para a melhoria da forma de apresentação das demonstrações financeiras foi feita pelo Federal Reserve Board, em 1918 através de um livreto que incluía formulários padronizados para Balanço e Demonstrações de 15 Lucros e Perdas, bem como um esboço de procedimentos de auditoria e princípios de preparação de demonstrações financeiras. Alexandre Wall1, considerado por Dante Matarazzo como o pai da Análise de Balanços, apresentou, em 1919, um modelo de análise de balanços, através de índices, e demonstrou a necessidade de considerar outras relações, além do Ativo Circulante contra Passivo Circulante. Desenvolveu, posteriormente, em parceria com outros autores, fórmulas matemáticas de avaliação de empresas, ponderando diversos índices de balanço. Tendo adotado o método de computar vários coeficientes, sentiam os analistas, a necessidade de padrões de referência que os auxiliassem em suas avaliações. Em 1923, afirmava-se no prefácio da obra Financial and Operatingratios in management, de James H. Biss, que em todos os ramos de atividades há certos coeficientes parecidos que podem ser obtidos através de médias, conforme Matarazzo (2003). Em 1925, Stephen Gilman, realizando algumas críticas à análises de coeficientes, propôs que fosse substituída pela construção de índices encadeados que indicassem as variações havidas nos principais itens em relação a um ano-base (iniciando o que se chama hoje de análise horizontal). A partir de 1931, a Dun&Bradstreet2 passou a elaborar e divulgar índices padrões para diversos ramos de atividades, nos Estados Unidos. Na década de 30, surgiu dentro da empresa Du Pont, de Nemours, um modelo de análise da rentabilidade da empresa que decompunha a taxa de retorno em taxas de margem de lucro e giro dos negócios, chamado análise do ROI (Returnon Investment ou retorno do investimento ). Assim, em cerca de 40 anos, assentaram-se bases das técnicas de análise de balanços. No Brasil, até 1968, a Análise de Balanços era ainda um instrumento pouco utilizado na prática. Foi criada, nesse ano, a SERASA, empresa que passou a operar 1 Alexandre Wall é considerado o pai da análise de balanços, apresentou em 1919, um modelo de análise de balanços, através de índices e demonstrou a necessidade de considerar outras relações, além de Ativo Circulante contra Passivo Circulante. Em parceria com outros autores, Alexandre Wall, desenvolveu fórmulas matemáticas de avaliaçãode empresas, ponderando diversos índices de balanço, de acordo com Matarazzo (2003). 2 Dun&Bradstreet é líder mundial, de fornecimento na área de crédito, marketing, compras e áreas de suporte a serviço. Fonte: Sitewww.dnb.com.br 16 como central de Análise de Balanços de bancos comerciais, organizada pelo professor Dante C. Matarazzo, autor de vários livros, dentre eles, o que utilizamos para esta pesquisa, denominado Análise Financeira de Balanços, 6ª edição, São Paulo, Editora Atlas, 2003, 460 páginas. 2.2 CONCEITO A análise das demonstrações contábeis é um procedimento muito importante para a administração de uma organização, não importando o ramo de atuação, tendo em vista que as análises usam os dados obtidos para gerar informações, e essas informações, são utilizadas pelo gestor para melhorar os pontos fracos da empresa e aperfeiçoar o que já está bom. Segundo Assaf Neto, A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa. (ASSAF NETO, 2002, p. 48) Para Matarazzo (2003, p.39), “a análise das demonstrações visa extrair informações para a tomada de decisão. O perfeito conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de informações precisas”. A Conceituação de Análise de Balanços segundo Iudícibus, Arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso. Consideramos que a análise de balanços não existe forma cientifica ou metodologia comprovada de relacionar os índices de maneira a obter um diagnóstico preciso. Ou, melhor dizendo, cada analista poderia, com o mesmo conjunto de informações e de quocientes, chegar a conclusão ligeira ou até completamente diferenciadas. É provável, todavia, que dois analistas experimentados, conhecendo igualmente bem o ramo de atividade da empresa, cheguem a conclusão bastante parecidas sobre a situação atual da empresa, embora quase sempre apontariam tendências diferentes, pelo menos em grau, para o empreendimento. (IUDICIBUS, 2008) 17 2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BASE DE ANÁLISE Existe diversas tipo de demonstrações contábeis, entre elas umas das principais são Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado, estas mesmas foram utilizadas para a análise do trabalho. Segundo Matarazzo (2007), o Balanço Patrimonial é uma demonstração de todos os bens, direitos e obrigações de uma empresa com o propósito de apresentar a posição financeira e patrimonial da organização em determinada data. De acordo com Marion (2003, p.127) “a DRE é extremamente relevante para avaliar desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter resultado positivo. O lucro é objetivo principal das empresas”. 2.4 ALGUMAS TÉCNICAS DE ANÁLISE Analisar os demonstrativos financeiros é uma forma importante de medirodesempenhoda organização. E neste meio existem diversastécnicas tais como os indicadoresou índices, para facilitar e aperfeiçoar a gestão na tomada de decisão. 2.4.1Análise Vertical e Horizontal Segundo Matarazzo (2010) a análise vertical e horizontal presta-se fundamentalmente ao estudo de tendências. Continuando o autor afirma que a elevada inflação que se tem vivido no Brasil, as alterações de procedimentos contábeis em função de legislação comercial, fiscal ou mercado de capitais e a própria dinâmica da economia brasileira não têm estimulado os analistas a usarem mais seguidamente os benefícios da Analise Vertical e Horizontal. Poucos estudos têm sido feitos com base nesse tipo de análise, seja em função de sua utilização relativamente pequena, seja em função do trabalho de cálculo que se exige. Entretanto, pesquisas efetuadas recentemente com insolvência de pequenas e médias empresas têm ressaltado a utilidade da Análise Vertical e Horizontal como instrumento de análise. 18 2.4.1.1 Análise Horizontal Iudícibus (2008, p.83) afirma que, “A finalidade da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados (bem como de outros demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências”. Segundo Braga (2012) com a utilização deste método, determina-se a tendência dos valores absolutos ou relativos das diversas grandezas monetárias, apurando-se o percentual de crescimento ou declínio de valores de uma mesma conta ou grupo de contas, entre datas ou períodos considerados. De acordo com Matarazzo (2010) este método baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série. 2.4.1.2 Análise Vertical Conforme Iudícibus (2008) a análise vertical é um tipo de análise importante para avaliar a estrutura de composição de itens das demonstrações contábeis e sua evolução no tempo. Segundo Braga (2012) este método consiste no relacionamento dos valores das contas de cada grupo com o montante do respectivo grupo, bem como, do montante de cada grupo com o total do ativo ou do passivo e patrimônio líquido. Matarazzo (2010) ensina que a análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor-base. 2.4.2 Análise através de índices Conforme já visto e de acordo com Matarazzo (2010) a análise de balanços surgiu por motivos eminentemente práticos e mostrou-se desde logo instrumento de grande utilidade. Alguns dos índices praticados inicialmente permanecem em uso até hoje. Com o passar do tempo, porém, seguindo a tendência natural da sociedade 19 moderna, as técnicas de análise foram aprimoradas, refinadas e tornaram-se objetivo de estudo das universidades, fazem parte delas, hoje, avançados conhecimentos de estatística e matemática. Matarazzo (2010) explica que merecem muita atenção os estudos sobre o uso de Análise de Balanços na previsão de insolvência. Em função dessas experiências, tem-se podido chegar a alguns resultados objetivos sobre o grau de eficiência de certos índices de balanços na previsão de insolvência, com isso tem-se atribuído diferentes pesos aos índices que representam a importância relativa de cada índice. Assim, a técnica empírica de extração de índices de balanços ganhou embasamento cientifico e teve a sua utilidade comprovada. Hoje, no entanto, sabe- se muito mais sobre o que informa cada índice e quais são os índices mais importantes. A conjugação do uso de índices-padrões e de pesos possibilita chegar-se a uma avaliação global da empresa analisada, o que é de extrema utilidade nas decisões de crédito, principalmente se for levado em conta que os responsáveis por essas decisões em geral não são técnicos em análise de balanços. 2.4.2.1 Índices de Liquidez Segundo Braga (2012) é também denominada análise de curto prazo, em vista de interessar principalmente aos credores a curto prazo. Com efeito, a liquidez é o principal parâmetro a ser considerado para se julgar a conveniência de um empréstimo a curto prazo a uma empresa. Conforme afirmam Martins, Diniz e Miranda (2012) os indicadores de liquidez evidenciam aos compromissos financeiros assumidos. Marion (2012) ressalta que a técnica é utilizada paraavaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo imediato. Segundo Matarazzo (2003), os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices que confrontam os ativos circulantes com as dividas, procurando medir a solidez da sua base financeira. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas 20 dívidas, mas não estará, necessariamente, pagando suas dividas em dia em função de outras variáveis como prazo ou renovação de dividas. 2.4.2.1.1 Liquidez Geral Conforme Silva (2010), esse índice mostra a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo que ela pode converter em dinheiro (curto e longo prazo), relacionando-se com tudo que a mesma já assumiu de dívida (a curto e longo prazo). Segundo Matarazzo (2003), esse índice indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a longo prazo, para cada R$ 1,00 de divida total, portanto, quanto maior esse índice melhor, pois mostra a capacidade da empresa dequitar suas dividas a longo prazo. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.1.2 Liquidez Corrente Silva (2010), afirma que este índice mostra quanto a empresa possui em dinheiro, em bens e em direitos realizáveis a curto prazo, comparando com suas dividas a serem pagas no curto prazo. Complementa Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante, portanto, quanto maior este índice melhor, dessa forma mostra que a empresa tem capacidade de pagar suas dividas a curto prazo. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 21 2.4.2.1.3 Liquidez Seca Conforme Silva (2010), através deste indicador é possível ver a capacidade de pagamento da empresa em situações em que a mesma tem uma rotação de estoque baixa, o que pode ser consequência de uma má gestão sobre o volume de compras de material para revenda ou industrialização. Segundo Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa possui de Ativo Liquido para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante, portanto, quanto maior o resultado, melhor, por que significa que a empresa consegue cumprir com suas obrigações, mesmo quando for baixa a rotação de estoque. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.1.4 Liquidez Imediata Explica Silva (2010), que esse índice tem maior acepção quando for analisado de forma conjunta com o fluxo mensal de caixa da empresa, ou quando, for utilizada a média dos saldos mensais, evitando situações anormais que tenham ocorrido à véspera do levantamento do balanço. Complementa Braga (2009), ratificando que: para que os recursos não fiquem ociosos, sem gerar qualquer remuneração e sujeitos à corrosão inflacionária, as empresas normalmente costumam aplicar parte deles no mercado financeiro. Ainda de acordo com Silva (2010), este índice indica a capacidade da empresa quitar suas dividas imediatamente, considerando apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez imediata. Conforme Matarazzo (2003), quanto maior o resultado melhor, pois trará a evidencia que a empresa tem capacidade de saldar suas dividas imediatamente. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 22 2.4.2.2 Índices de Endividamento Segundo Marion (2012) é por meio desses indicadores que se consegue ver o nível de endividamento da empresa. Também são os indicadores de endividamento que informam se a empresa se utiliza de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários. Indica se os recursos de terceiros têm seu vencimento em maior parte a Curto Prazo ou a Longo Prazo. Segundo Braga (2012) esses quocientes servem para indicar o grau de utilização dos capitais obtidos pela empresa. Assim Iudícibus afirma que, Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros. São quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da empresa com relação a capital de terceiros. (IUDÍCIBUS, 2009, p. 97) 2.4.2.2.1Participação de Capitais de Terceiros sobre os Recursos Totais Para Iudícibus (2009) este índice é de grande importância, relaciona o exigível total, com os fundos totais providos, expressa a porcentagem que o endividamento representa sobre os fundos totais. Também identifica qual a porcentagem do ativo total financiada com recursos de terceiros. 2.4.2.2.2 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros Segundo Iudícibus (2009), este índice é um dos mais utilizados para retratar o posicionamento das empresas com relação aos capitais de terceiros. Conforme Marion (2012) este índice indica quanto à empresa possui de Capital Próprio, para cada R$ 1,00 de Capital de Terceiros. 23 2.4.2.3 Índices de Rentabilidade Segundo Iudícibus (2009) devemos relacionar o lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu à empresa em determinado período. Conforme Silva (2010), com os índices de rentabilidade é possível analisar o desempenho global de uma empresa através do estudo das taxas de retorno. Esta análise busca identificar o retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas e o capital próprio, portanto, uma avaliação não apenas da produtividade, mas, também, da lucratividade do negócio. Para Matarazzo (2003), os índices de rentabilidade são compostos com giro do ativo, margem líquida, rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido. 2.4.2.3.1 Giro do Ativo Conforme Silva (2010), este indicador apresenta a relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados pela empresa, apresentando o nível de eficiência com que são utilizados os recursos aplicados, ou seja, produtividade dos investimentos totais (ativo total). Para Matarazzo (2003), este índice mede o volume de vendas da empresa em relação ao capital total investido. Ainda Silva (2010), afirma que este índice indica quanto à empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total, portanto, quanto maior o resultado deste índice melhor, pois significa que a empresa tem alto volume de vendas em relação ao capital investido. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.3.2 Margem Líquida Conforme Silva (2010), este índice compara o Lucro Líquido com as Vendas Líquidas do período, apresentando o percentual de lucratividade gerado. 24 Segundo Martins, Diniz e Miranda (2012), este índice indica quanto à empresa obtém de lucro para cada R$ 1,00 vendidos. Ainda Silva (2010), conclui que quanto maior o resultado deste índice melhor, pois maior vai ser o lucro em relação às vendas. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula:2.4.2.3.3Rentabilidade do Ativo Para Matarazzo (2003), este índice mostra quanto à empresa obteve de Lucro Líquido em comparação ao Ativo. É um índice importante de geração de lucro da parte da empresa. Conforme Martins, Diniz e Miranda (2012), este índice indica quanto à empresa obtém de lucro para cada R$ 1,00 de investimento total, portanto, quanto maior o resultado deste índice melhor, por que mostra quanto à empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo. Silva descreve que, [...] este indicador tem por objetivo medir a EFICIÊNCIA global da alta direção da empresa na geração de lucros com seus investimentos totais. Não havendo variações significativas nos saldos do Ativo, o analista poderá optar por mediar à relação direta entre o Lucro Líquido do Exercício e o Saldo do Ativo [...]. (SILVA, 2010, p. 145) Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido Explica Matarazzo (2003), que este índice apresenta qual a taxa de rendimentos do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos do mercado, como a Caderneta de Poupança, Ações, Fundos de 25 Investimentos, etc. Com isso a empresa pode avaliar se sua rentabilidade é superior ou inferior a essas opções. Conforme Martins, Diniz e Miranda (2012), este índice indica quanto à empresa obteve de lucro para cada R$ 1,00 de Capital Próprio investido. Assim Silva (2010), complementa que este indicador mostra o retorno que os acionistas e/ou quotistas da empresa estão recebendo em relação aos seus investimentos. Portanto, quanto maior o resultado deste índice melhor, pois maior vai ser o lucro em relação ao capital próprio investido. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.4 Índices de Estrutura de Capitais Conforme Silva (2010), estes índices estão relacionados à composição dos capitais e indicam os níveis de imobilização de recursos, que procuram identificar diversas relações na estrutura da dívida da empresa. Conclui Silva, que a análise de estrutura de capital deverá levar em conta o custo dos recursos de terceiros, pois empresas com o mesmo perfil de indicadores de terceiros podem ser avaliadas de forma diversa em razão de fatores com taxa de juros e moeda em que os recursos forem captados, assim, os reflexos são visíveis na demonstração do resultado do exercício e no estudo de alavancagem financeira. 2.4.2.4.1Participação do Capital de Terceiros Conforme Silva (2010), os capitais de terceiros compreendem o somatório do passivo circulante e exigível a longo prazo, representando o endividamento da empresa. Com isso, Silva explica que quanto menor o resultado melhor, pois quanto maior o resultado, a empresa terá menos liberdade de decisões financeiras e maior será sua dependência de capital de terceiros. Complementando Braga (2009), afirma que quando há maior intensidade na utilização de capitais de terceiros, é importante verificar o grau de endividamento a 26 curto prazo, a fim de se conhecer até que ponto a estrutura da empresa esta comprometida de imediato. Para Matarazzo (2003), este índice apresenta quanto à empresa utilizou de Capitais de Terceiros para cada R$ 1,00 do capital próprio investido. É indicador de risco ou de dependência de terceiros, por parte da empresa. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.4.2 Composição do Endividamento Conforme Matarazzo (2003), após verificar o grau de participação de capitais de terceiros, o próximo passo é saber qual a composição dessas dividas. As dividas podem ser de curto prazo, que precisam ser pagas com os recursos possuídos de imediato, mais aqueles gerados a curto prazo. As dividas de longo prazo, a empresa dispõe de tempo para gerar recursos (normalmente lucro + depreciações). Esse índice mostra qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais. Conclui Silva (2010), que quanto menor o resultado melhor, pois as dívidas a curto prazo referem-se às que precisam ser pagas com recursos já disponíveis ou que venham a ser gerados a curto prazo. Segundo Martins, Diniz e Miranda (2012), este índice indica qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.4.3Imobilização do Patrimônio Líquido Para Silva (2010), quanto mais à empresa investir no Ativo Permanente com seu capital próprio, mais ela se torna dependente de capitais de terceiros para o seu capital de giro. 27 Paralelamente Matarazzo (2003), comenta que o índice de imobilização do Patrimônio Líquido indica quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$ 1,00 de Patrimônio Líquido. Assim Silva (2010), conclui que quanto menor o resultado melhor, pois mostra que a empresa é menos dependente de capitais de terceiros para o seu próprio capital de giro. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: 2.4.2.4.4 Imobilização dos Recursos Não Correntes Conforme Silva (2010), este indicador permite identificar qual o percentual de Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente, evidenciando o quanto a empresa possui de Capital Circulante Próprio. Para Matarazzo, Os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5,10 ou 50 anos. Assim, não é necessário financiar todo o imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar de recursos de longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dividas de longo prazo. (MATARAZZO, 2003, p. 160) Ainda Silva (2010), conclui que quanto menor este índice melhor, assim terá a evidencia de que a empresa vem financiando seu capital de giro com recursos a longo prazo. Para calcular este índice, usa-se a seguinte fórmula: Os índices econômicos são de grande importância para a gestão empresarial, mostrando a realidade econômico-financeira das empresas objeto, e assim ajudando na tomada de decisão. Com base no estudo apresentado neste capítulo, 28 serão realizados os cálculos e os relatórios das conclusões chegadas, após a análise das demonstrações contábeis da empresa Bayer S.A, no próximo capítulo. 29 3 A COLETA E ANÁLISE DE DADOS DA EMPRESA OBJETO DO ESTUDO 3.1 A BAYER E SUA TRAJETÓRIA NO BRASIL A empresa foi Fundada em 1863 na Alemanha, o Grupo Bayer consolidou-se como uma das mais importantes e respeitadas indústrias internacionais, oferecendo ao mercado uma ampla gama de produtos e serviços, que abrange os campos da saúde, agricultura e materiais inovadores. No Brasil, sua história é conhecida por mais de 117 anos de tradição. Tudo começou em 1896, quando dois consultores técnicos da Bayer desembarcaram no Rio de Janeiro com a missão de levantar as possibilidades comerciais da jovem República. Nesse mesmo ano foi fundada a primeira representante dos produtos Bayer no Brasil, a WaltyLindt& Cia. A primeira firma de representaçãocomercial própria da Bayer foi fundada em fevereiro de 1911. A Frederico Bayer& Cia., com sede no Rio de Janeiro, passou a responder por toda a distribuição dos produtos no país. Devido ao grande sucesso dos produtos, em 1921 foi fundada a Chimica Industrial Bayer Weskott& Cia, que, além de importar e comercializar os produtos da Bayer alemã, iniciou a produção local de medicamentos, alavancada por Aspirina® e CafiAspirina®. O crescimento da Empresa sempre foi constante, tornando-se uma das mais expressivas indústrias alemãs no Brasil. Desde a década de 30, as campanhas publicitárias da Bayer tornaram-se peças fundamentais e arrojadas, contribuindo de forma decisiva para o sucesso no mercado brasileiro. Notável publicitário e poeta, Bastos Tigre criou em 1922 um dos slogans mais conhecidos da propaganda brasileira: "Se é Bayer, é bom", mensagem que atravessou gerações de brasileiros e é usada até os dias de hoje no Brasil e em países de língua espanhol: "Si es Bayer, es bueno". Somente após a 2ª Guerra, a Bayer voltou a investir no Brasil. Assim, em 1956, adquiriu uma antiga fábrica de ácidos, instalada em um terreno no distrito de Belford Roxo - Baixada Fluminense (RJ). A unidade foi inaugurada em junho de 1958, dando origem ao moderno Parque Industrial da Bayer de hoje, ocupando 1,9 milhão de m2. Nesse mesmo ano, a Bayer chegou ao bairro do Socorro, na cidade de São Paulo, para onde transferiu sua sede administrativa em 1973. 30 Em 1992, depois de várias mudanças, o nome da Empresa passou para Bayer S.A. Na cidade de São Paulo, em 1999, foi inaugurada uma nova fábrica de produtos farmacêuticos, com investimentos na ordem de US$ 25 milhões, que trouxeram para o Brasil modernas tecnologias e equipamentos, atendendo exigências internacionais de “Boas Práticas de Produção” (GMP) e com capacidade para abastecer todo o Mercosul3. Em 2002, o Grupo Bayer deu início à maior reestruturação mundial de sua história. Foi criada uma holding estratégica que controlava quatro empresas comerciais: Bayer Health Care, Bayer Crop Science, Bayer Chemicalse Bayer Polymers. No Brasil, a Companhia passou a ser formada por apenas três empresas comerciais: Bayer S.A., Bayer Crop Science Ltda e Bayer Seeds Ltda. No mesmo ano, os negócios de inseticidas domésticos (p.ex. Baygon), repelentes (p.ex. Autan), produtos de limpeza e purificadores de ar foram vendidos à SC Johnson e a subsidiária Haarmann&Reimer passou para o controle do grupo sueco EQT Northern Europe Private Equity Funds. A Bayer AG definiu, em 2003, a criação de uma nova empresa química, a Lanxess, resultado da junção entre os negócios da Bayer Chemicals com cerca de um terço da Bayer Polymers. Com essa mudança, a Bayer Polymers passou a ser conhecida no ano seguinte como Bayer Material Science. Em meados de 2004, a Lanxess começou a funcionar mundialmente como uma companhia independente pertencente ao Grupo Bayer. A Bayer, a BASF e a Hoechst assinaram no mesmo período um acordo de venda da DyStar com a Platinum Equity. Ainda como parte da estratégia de reestruturação, o Grupo Bayer comprou a área de Consumer Health da Roche em janeiro de 2005. O ano de 2006 também foi marcado pelo gerenciamento estratégico do portfólio do Grupo. A compra da Schering, por 17 bilhões de euros, foi a maior aquisição da história do Grupo Bayer. Outra mudança importante no segmento de saúde foi à venda da área de Produtos Diagnósticos para a Siemens. 3 Mercosul é o nome dado ao Tratado de Assunção assinado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o Mercado Comum do Sul tem por objetivo principal é a integração dos quatro Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum, fonte: www.mercosul.gov.br Informações disponíveis no site: www.bayer.com.br 31 A Bayer Material Science também passou por importantes mudanças em 2006. A subsidiária H.C Starck, que produz pós-metálicos e cerâmicos, produtos químicos especiais, componentes cerâmicos para engenharia e metais refratários, foi adquirida pela Advent International e o Carlyle Group. A Wolff Walsrode, que atua no segmento de produtos de celulose, foi vendida para a Dow Química. Com o objetivo de fortalecer ainda mais sua imagem e presença no Brasil, no início de 2007, o Grupo Bayer concluiu a incorporação da Bayer S.A. pela Bayer Crop Science e hoje atua apenas com uma única empresa legal no País: a Bayer S.A. 3.2 AS DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS BASE DA ANÁLISE Os quadros 1 e 2 mostram o Balanço Patrimonial da empresa Bayer S.A. do período de 2010 a 2012, que foram utilizadas para o cálculo dos índices econômico- financeiros. Quadro 1 - Ativo do Balanço Patrimonial – em milhares de reais Ativo 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2012 Circulante Caixa e equivalente de caixa 25.728 62.465 37.874 Contas a receber 1.776.420 2.198.977 2.804.140 Estoques 542.407 571.281 764.482 Impostos a Recuperar 57.810 94.216 130.776 Instrumentos financeiros derivados 33.184 5.185 48.233 Outros ativos 48.063 54.459 75.928 Total do Ativo Circulante 2.483.612 2.986.583 3.861.433 Não circulante Realizável a Longo Prazo Aplicação financeira vinculada 4.285 1.217 5.268 Contas a receber 34.214 15.500 20.004 Impostos a recuperar 12.440 15.354 49.446 Imposto de renda e contribuição social diferidos 435.527 315.472 410.039 Depósitos Judiciais 58.703 113.168 146.265 Plano de pensão 93.526 79.350 - Total do Ativo não Circulante 638.695 540.061 631.022 Investimentos 2.158 22.215 21.393 Imobilizado 437.947 483.346 503.274 Intangível 21.760 33.506 34.305 Total de Permanente 461.865 539.067 558.972 Total do ativo 3.584.172 4.065.711 5.051.427 Fonte: www.bayer.com.br adaptado pelo autor 32 Quadro 2 – Passivo do Balanço Patrimonial – em milhares de reais Passivo e Patrimônio Líquido 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2012 Circulante Fornecedores No País 86.794 143.295 175.546 No Exterior 7.086 4.500 48.14 Sociedades ligadas 243.127 927.265 1.136.011 Empréstimos e Financiamentos 158.092 188.268 87.296 Salários e encargos sociais 116.228 145.661 175.344 Demais impostos e contribuição a recolher 18.184 33.688 118.225 Provisão diversas 148.031 213.798 331.959 Parcelamento de débito fiscais-REFIS - 35.465 35.465 Instrumentos financeiros derivados 166.466 16.421 33.270 Outros passivos 35.689 29.317 32.084 Total do Passivo Circulante 979.697 1.737.678 2.130.014 Não circulante Provisão para contingências 96.218 39.634 97.822 Parcelamento de débito fiscais-REFIS 168.768 65.018 29.553 Previsão plano de pensão - - 48.913 Provisão para assistência médica 155.907 171.827 166.772 Empréstimos obtidos nas sociedades ligadas 1.103.499 421.117 473.597 Arrendamento mercantil - - 4.486 Demais contas a pagar 4.665 220 - Total do Passivo não Circulante 1.529.057 697.816 821.143 Patrimônio líquido Capital Social 1310141 1777897 1.777.897 Ajustes de avaliação patrimonial -46.278 -57.284 -133.257 Prejuízos acumulados -188.445 -903.96 - Reserva de lucros - - 455.630 Total do Patrimônio Líquido 1.075.418 1.630.217 2.100.270 Total do passivo e do patrimônio líquido 3.584.172 4.065.711 5.051.427 Fonte: www.bayer.com.br adaptado pelo autor O quadro 3 mostra a Demonstração do Resultado dos exercícios, da empresa Bayer S.A. do período de 2010 a 2012, que foram utilizadas para a realização dos cálculos dos índices econômico-financeiros. 33Quadro 3 – Demonstrações do Resultado – em milhares de reais Demonstração do resultado - Exercícios Findos em 31 de Dezembro 2010 2011 2012 Receitas com vendas e serviços 3.637.722 4.292.533 5.495.896 Custos dos produtos e dos serviços prestados -2.417.806 -2.711.243 -3.004.876 Lucro bruto 1.219.916 1.581.290 2.491.020 Receitas (despesas) operacionais Com vendas -744.309 -851.713 -1.074.117 Gerais e administrativas -383.851 -384.328 -444.955 Depreciações e amortizações -35.824 -58.531 -30.199 Outras receitas operacionais líquidas 61.382 -55.677 -150.308 Total das despesas operacionais -1.102.602 -1.350.249 -1.699.579 Lucro operacional antes das participações societárias e do resultado financeiro 117.314 231.041 791.441 Resultado de equivalência patrimonial 6.124 -1.650 -822 Resultado financeiro Despesas financeiras -297.014 -382.211 -126.924 Receitas financeiras 135.220 299.581 74.409 Lucro (prejuízo) antes do imposto de renda e da contribuição social -38.356 146.761 738.104 Imposto de renda e contribuição social Do exercício 3.046 - -247.507 Diferidos -31.757 -48.712 55.429 Lucro líquido (prejuízo) do exercício -67.067 98.049 546.026 Lucro líquido (prejuízo) por lote de mil ações do capital social no final do exercício - R$ -46,61 47,08 262,18 Fonte: www.bayer.com.br adaptado pelo autor 3.3 OS INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA 3.3.1 Índice de Liquidez Este índice mostra a capacidade que uma empresa tem para pagar as suas dívidas. Ela pode ser avaliada em longo prazo, médio prazo e curto prazo. 3.3.1.1 Índice de Liquidez Geral Este indicador mostra a capacidade que a empresa tem de saldar suas dívidas a longo e curto prazo. Conforme os cálculos a seguir, a liquidez geral da empresa é a seguinte: 34 O índice mostra que houve um aumento na capacidade de pagamento de realizáveis a curto e longo prazo no período, de R$1,24 em 2010 para R$1,52 em 2012, para cada R$1,00 de dívida a empresa dispõe de R$1,52, isto mostra que a empresa consegue pagar suas dívidas e ainda sobra R$0,52. 3.3.1.2 Índice de Liquidez Corrente Este indicador mostra a capacidade que a empresa tem para saldar suas dividas a curto prazo. Conforme os cálculos a seguir, a liquidez corrente da empresa é a seguinte: O índice indica uma queda do ano de 2010 para 2011, e aumento para 2012, porém comparando o último exercício analisado com 2010 percebe-se que ocorreu uma baixa, entretanto, mesmo com a queda, a empresa tem R$1,81 para cada R$1,00 de dívida, isto é, ela pode saldar suas dívidas a curto prazo e ainda tem uma folga de R$ 0,81. 35 3.3.1.3 Índice de Liquidez Seca Este indicador mostra a capacidade que a empresa tem para saldar suas dívidas sem a conta do estoque. Conforme os cálculos a seguir, a liquidez seca da empresa é a seguinte: O índice mostra uma queda do ano de 2010 para 2011 e aumento para 2012, entretanto mesmo com a queda a empresa tem R$1,45 para cada R$1,00 de dívida, isto é, ela não precisa contar com o estoque para saldar suas dívidas e ainda tem folga de R$ 0,45. 3.3.1.4 Índice de Liquidez Imediata Este indicador mostra a capacidade que a empresa tem de saldar suas dívidas a curto prazo, imediatamente, contando apenas com o Caixa e equivalentes de Caixa. Conforme os cálculos a seguir, a liquidez imediata da empresa é a seguinte: 36 Este índice mostra que a empresa tem capacidade de pagar apenas R$ 0,017 em 2012 das suas dívidas imediatas contando apenas com suas disponibilidades, teve uma queda comparando 2010 com 2012, à justificativa é que a conta mais significativa do ativo circulante é duplicatas a receber (vendas a prazo). 3.3.2 Índice de Endividamento Este índice tem por finalidade mostrar o nível de endividamento da empresa, também ter por objetivo mostrar se a organização utiliza os recursos de terceiros ou dos proprietários. 3.3.2.1 Participação dos Capitais de Terceiro sobre os Recursos Totais Este indicador tem por finalidade mostrar quanto de dividas a empresa tem com terceiros, em relação ao total das obrigações. Conforme os cálculos a seguir, o endividamento dos capitais de terceiros sobre os recursos totais é o seguinte: Este índice revela que houve uma queda de 2010, R$0,70 para 2012 R$0,58 sobre a participação dos capitais de terceiros sobre os recursos totais da empresa, é um notícia boa quando se fala em queda, pois assim a empresa consegue cada vez mais ficar independente de terceiros, porém mesmo com a redução, a empresa tem para cada R$1,00 de exigível total R$0,58 de terceiros. 37 3.3.2.2 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros Este indicador é utilizado para retratar o posicionamento das empresas em relação ao capital de terceiros. Conforme os cálculos a seguir, a garantia do capital próprio ao capital de terceiros é o seguinte: Este índice teve um aumento comparando de 2010, R$0,43 até 2012, R$0,71, o que é positivo, pois quanto maior este indicador melhor, porém, mesmo com essa elevação a empresa tem R$0,71 de patrimônio líquido para cada 1,00 de exigível total. 3.3.3 Índice de Rentabilidade Este índice tem por objetivo mostrar o desempenho global da empresa através de estudos de taxas de retorno. 3.3.3.1 Giro do Ativo Este indicador mostra a comparação das vendas líquidas com o total do ativo, para identificar o nível de eficiência com que são aplicados os recursos da empresa. Conforme os cálculos a seguir, o giro do ativo é o seguinte: 38 Este índice mostra o aumento que a empresa teve no período de 2010, R$1,01 até 2012, R$1,09, isto é, a empresa vendeu R$1,09 para cada R$1,00 de investimento total, ou seja, a empresa teve uma eficiência de 9% de vendas líquidas comparada com o seu ativo total. 3.3.3.2 Margem Líquida Este indicador compara os lucros líquidos com as vendas líquidas da empresa, apresentando se a mesma obteve lucro relativo à suas vendas no determinado período. Conforme os cálculos a seguir, a margem líquida é a seguinte:Este índice teve um bom aumento, em 2010 para cada R$1,00 vendido a empresa teve R$0, 018 de prejuízo, em 2011 já foram melhor, subindo para R$0,02, isto é, 2,28% já tendo uma margem positiva, e em 2012 melhoraram ainda mais com R$0,09. 39 3.3.3.3 Rentabilidade Do Ativo Este indicador tem por finalidade mostrar quanto à empresa obteve de lucro líquido em comparação ao ativo, é importante quando se deseja ter uma ideia da lucratividade como um todo, independente de onde vieram os recursos. Conforme os cálculos a seguir, a rentabilidade do ativo é o seguinte: Este índice mostra em 2010 a empresa teve R$0,02 de prejuízo para cada R$1,00 vendido, nos outros anos teve um considerável aumento, em 2012 foi para R$0,10 para cada R$1,00 vendido, ou seja, 10,80% de retorno líquido sobre seu ativo total investido. 3.3.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido Este indicador representa quanto à empresa obteve de lucro líquido em comparação ao seu capital próprio investido, mostra também o retorno que os acionistas/quotistas irão receber em relação ao seu investimento. Conforme os cálculos a seguir, a rentabilidade do patrimônio líquido é a seguinte: 40 Este índice mostra que em 2010 decorrentes ao seu resultado líquido a empresa obteve um prejuízo de R$0,062, ou seja, 6,23% para cada R$1,00 de capital próprio investido, porém este indicador negativo transformou-se em positivo nos anos sub sequentes, 2011 foi para 6% e em 2012 ficou em 26% a sua rentabilidade, a empresa obteve êxito econômico, pois ela teve um bom retorno em comparação com o seu capital próprio investido, e também este indicador apresenta o retorno que os acionistas/quotistas terão, comparado, por exemplo, com a caderneta de poupança que hoje é de 0,5% (www.bcb.gov.br) ao mês totalizando 11% ao ano, é bem mais vantajoso os 26% ao ano que a Bayer S.A. teve de rentabilidade. 3.3.4 Índice de Estrutura de Capitais Este índice tem por objetivo representar a composição dos capitais, o nível de endividamento e da imobilização da empresa. 3.3.4.1 Participação do Capital de Terceiros Este indicador compara quanto à empresa tem de capital de terceiros em relação ao seu capital próprio, quanto menor melhor, pois assim a empresa não será tão dependente de recursos de terceiros. Conforme os cálculos a seguir, a participação do capital de terceiros é a seguinte: Este índice mostra que em 2010 para cada R$ 1,00 de capital próprio a empresa tinha R$ 2,33 de capital de terceiros, este índice decresceu nos outros dois 41 anos, R$ 1,49 em 2011 e R$ 1,40 em 2012, muito bom pois enquanto menor melhor, pois a empresa fica cada vez menos dependente de capital de terceiros, mas ainda assim com esta queda a empresa continuou com o capital de terceiro maior em relação ao seu patrimônio líquido. 3.3.4.2 Composição do Endividamento Este indicador tem como proposta apresentar a estruturação das dívidas, mostra quanto representa o passivo circulante em relação ao Passivo Total. Conforme os cálculos a seguir, a composição de endividamento é a seguinte: Este índice apresentou que a empresa em 2010 tinha 39,05% de passivo circulante em relação ao exigível total, porém em 2011 e 2012 praticamente dobrou, subindo para 72,17%, de maneira geral não é bom, pois a empresa tem a maior parte de suas dívidas e curto prazo, entretanto, o índice de liquidez corrente mostra que a empresa tem verba o suficiente para saldar suas dívidas a curto prazo, contando apenas com seu ativo circulante. 3.3.4.3 Imobilização do Patrimônio Líquido Este indicador representa quanto à empresa tem de permanente comparado ao seu patrimônio líquido, quanto mais ela investir no seu permanente, mais ela dependerá dos capitais de terceiros. Conforme os cálculos a seguir, a imobilização do patrimônio líquido é o seguinte: 42 O índice mostra que em 2010 a empresa tinha quase metade do seu patrimônio líquido investido em ativo permanente, 42,94%, entretanto este índice baixou para 33,06% em 2011 e 26,6% em 2012, isto é um ótimo sinal, pois mostra que a empresa é menos depende de capital de terceiros. 3.3.4.4 Imobilização dos Recursos Não Correntes Este indicador mostra qual a porcentagem que o Patrimônio Líquido e o Passivo não circulante representam sobre a aplicação do Ativo permanente. Conforme os cálculos a seguir, a imobilização dos recursos não correntes é a seguinte: Este índice mostra que em 2010 a empresa estava com 17,7% de imobilização dos recursos não correntes, aumentando para 23,15% em 2011 e em 2012 voltou a baixar para 19,13%, este índice quanto menor melhor, pois quanto 43 menos a empresa investir em ativo permanente, mais recursos próprios sobram para outros investimentos, diminuindo a necessidade de financiamento de terceiros. Conclui-se que a empresa Bayer S.A. apresentou uma constante evolução, as análises apresentadas foram satisfatórias, pois além do seu crescimento em volume a empresa pode dar o retorno aos seus acionistas. 44 CONCLUSÃO O mercado cada vez mais competitivo força os gestores a tomarem decisões mais rápidas e eficazes para a organização poder se manter ativa. Por motivo destas necessidades, e, para a concessão de crédito, é que foi criada a técnica de análise das demonstrações contábeis, que visa estudar detalhadamente cada conta da empresa, combinadas e transformadas em indicadores para assim, poder se identificar onde se deve melhorar e o que pode ser aperfeiçoado. Na empresa Bayer S.A. foram realizados as análises de indicadores, compostos por índice de liquidez, endividamento, rentabilidade e estrutura de capitais. Os índices de liquidez mostram que a empresa consegue saldar suas dívidas no longo e no curto prazo, com sobra. Nos indicadores de endividamento é possível identificar que a empresa vem ficando cada vez menos dependente de capitais de terceiros, e quase tem garantia total de quitar suas dívidas apenas com o seu patrimônio líquido. O índice de rentabilidade também foi bastante satisfatório, teve crescimento constante, e principalmente, os acionistas/quotistas tiveram retorno conforme osseus investimentos. Nas contas de estruturas de capitais, se tem um bom resultado, a empresa tem a maior parte das suas dívidas a curto prazo, porém não é um problema pois através dos cálculos apresentados a mesma consegue saldar estas dívidas e ainda lhe sobra saldo, tem baixo ativo permanente comparado ao patrimônio liquido e recursos não correntes em comparação ao seu patrimônio líquido e passivo não circulante que se torna favorável pois sobra mais recursos próprios para outros investimentos. Conclui-se que nos anos que foi feita a pesquisa e consequente análise: 2010, 2011 e 2012, a empresa teve um resultado satisfatório, justificado pelo fato de que a empresa teve prejuízo em 2010 e reverteu à situação para lucro nos outros anos seguintes. A empresa gerou rentabilidade para os seus acionistas/quotistas, de 26%, em. 2012, se comparado, por exemplo, com a caderneta de poupança, cujo rendimento está em torno de 11% ao ano é vantajoso o investimento na Bayer S.A. Neste contexto, a sua situação econômico-financeira é boa, mostra que a empresa 45 está em condições de se manter no mercado, além do que está evoluindo a cada período. 46 REFERENCIAS ASSAF, Alexandre Neto. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico- financeiro, comércio, e serviços, industriais, balanços comerciais e múltiplos. 7ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderneta de poupança. Disponível em: www.bcb.gov.br, acesso em 15/05/2014. BAYER. Crop Science. História no Brasil. Disponível em: http://www.bayer.com.br/scripts/pages/pt/grupo_bayer/histria/index.php>, acesso em 16/05/2014. BEUREN, Isla Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 2ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações Contábeis: estrutura, análise e interpretação. 6ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2009 _____. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. 7ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2012. DECISE WITH CONFIDENCE. Histórico. 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