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Fisiologia do Lactente Particularidades Fisiológicas do Lactente Vida intra-uterina feto recebe suprimento intravenoso de nutrientes através placenta. RN adaptar-se a forma diferente de se alimentar Via oral. 1ºs meses o TGI, Rins, Fígado do RN Imaturos. Particularidades Fisiológicas do Lactente Orientar alimentação do lactente considerar as limitações da criança de digerir, absorver e metabolizar nutrientes. O RN a termo saudável Amamentado passa por esta transição sem dificuldade. O TGI preparado para receber o leite materno. Leite Materno Adaptado às necessidades da criança, favorece a melhor utilização dos nutrientes. Possui fatores bioativos que contribui para o crescimento e maturação funcional do TGI. Alimento ≠ LH criança pode apresentar distúrbios diversos causados por intolerância alimentar, sobrecarga digestiva e metabólica repercussões – para saúde (curto e longo prazos). 4 Sistema sensório motor oral Favorecem a sucção e deglutição: Cavidade oral e mandíbula pequenas. Mandíbula retraída em relação ao maxilar superior facilitando o encaixe da boca na mama (pega). Língua é volumosa favorece movimentos de extensão e retração. Sistema sensório motor oral Gordura nas bochechas sustentação das estruturas orais. Posição mais alta da laringe protege vias áreas. Reflexos ligados à alimentação Reflexos orais auxiliam a obtenção da alimentação e sobrevivência. Reflexo de busca e procura Ajuda o RN buscar a mama e mamilo. Bebê move a cabeça com a boca entreaberta quando recebe estímulo na bochecha, próximo da boca. Reflexo sucção estímulo ou toque nos lábios. Reflexo deglutição estímulo do leite, na língua, palato, faringe e epiglote. Reflexos ligados à alimentação Uso de chupetas e mamadeiras altera o reflexo natural da sucção na mama, podem levar a disfunção oral e ao desmame precoce Desaconselhável. Mastigação 5 a 6 meses : erupção dos dentes da decídua – dente de leite -início dos movimentos da mastigação – limitada. 7 a 8 meses : reflexos mandíbulo-linguais (alimento lateralizado na cavidade bucal) 10 a 12 meses : movimentos mais complexos de rotatória dos alimentos. Após 2 anos : maior maturidade e controle da mastigação. (20 dentes) 6 anos : mudança da dentição da decídua para permanente. PALATABILIDADE RN Diferencia 4 sabores básicos RN apresenta: - Preferência inata pelo doce Necessidade de energia nos 1º meses e leve ação analgésica do açúcar associadas a terminações nervosas na boca. - Rejeição pelo amargo e azedo (caretas) - Indiferença pelo sal. Preferências podem ser reduzidas ou reforçadas (exposição repetida) Após 4 a 6 meses: melhor aceitação do sal coincide com > maturidade funcional dos rins e necessidade de eletrólitos Desenvolvimento do TGI TGI estruturas formada no embrião. Ao nascer o TGI em termos de anatomia está bem desenvolvido, porém sua capacidade funcional é imatura . CAPACIDADE GÁSTRICA ao nascer : 7ml primeira semana: 70ml Após 6 meses: 30-40 ml/Kg de peso aos 12 meses : 200ml Desenvolvimento do TGI MOTILIDADE TGI Prematuros distúrbios de motilidade tempo médio esvaziamento gástrico: varia de 1 a 3 hs variações: composição, osmolaridade e pH Quanto > a [ ] de proteína, amido e gordura > tempo REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO Retorno súbito de pequena quantidade de conteúdo gástrico à boca e não precedido de esforço Causa: - baixo tônus do esfincter esofágico inferior -EEI (2,5mmHg) deficiente coordenação da motilidade do esôfago Início: nos 4 primeiros meses Desaparecimento: 12 ou 24 meses (pressão do EEI 5 a 6mmHg) REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO Melhora dos sintomas manutenção da postura ereta da criança após as mamadas. Prevenção: controle da aerofagia durante mamadas controle do volume e [ ] das fórmulas cuidado no manuseio, evitar pressão no abdômen, manobras na troca de fraldas e uso de roupas apertadas Refluxo gastroesofágico: Fisiológico X Patológico Choro intenso, recusa do alimento, irritabilidae, distúrbios no sono, doença no aparelho respiratório (otite, laringite, faringite, bronquite, asma….), perda de peso, anemia. Atenção médica especial. ACIDEZ GÁSTRICA <que do adulto e neutralizada pelo líquido Amniótico. Primeiras 24hs: pH gástrico em torno de 5,5-7,0 (reposta imatura dos receptores de gastrina, liquido Aminiótico) Em seguida baixa para 2,5 Se eleva novamente e permanece mais elevado Aos 6 meses produção de HCl/Kg se assemelha a do adulto ACIDEZ GÁSTRICA Vantagem: Passagem de proteínas intactas (enzimas, imunoglobulinas, hormônios) Desvantagem: Limitada hidrólise proteica Maior o risco de infecções no TGI Capacidade Gástrica CAPACIDADE DIGESTIVA Digestão protéica: atividade das enzimas é limitada no RN, exceto peptidases. Fase gástrica Pepsina+HCl digestão PRO no estômago No RN ↓ pepsina + pH ↑ = digestão de PRO + importante pancreática. 6 meses a 2 anos atividade de pepsina = adultos. Fase Intestinal Tripsina+ quimiotripsina +carboxipeptidases baixa, mas vai aumentando. Peptidases estão bem desenvolvidas no RN. CAPACIDADE DIGESTIVA Digestão lipídeos Após nascimento: Mudança de CHO como fonte de energia para Lipídios do Leite materno. Ao mesmo tempo que o RN tem dificuldades para digerir gorduras. Porém o LH Tem lipases. Fase gástrica: Ação da lipase lingual e gástrica é alta. O pH alto+ > tempo de esvaziamento gástrico Favorece digestão de gorduras no estômago do RN. Os ác. Graxos de cadeia curta e média são absorvidos diretamente no estômago. Hidrólise LH produz monoglicerídeo lauril Ação antibacteriana, antivirótica, antifúngica , protegendo os RNs CAPACIDADE DIGESTIVA Digestão lipídeos Fase Intestinal: Ação da lipase pancreática e estimulada por sais biliares é baixa LH = presença de lipases lipoprotéicas é estimulada por sais biliares. CAPACIDADE DIGESTIVA LH x LV O RN a termo capaz de absorver 95% da gordura do LH. RN prematuro capaz de absorver 80 a 90% da gordura do LH. RN tem baixa digestão e abs da gordura do LV (devido ác. Graxos de cadeia longa) e cálcio 20% gordura é excretada nas fezes. Formação dos sabões de cálcio reduz abs de cálcio e gordura Aumento da viscosidade do bolo alimentar endurecimento das fezes constipação intestinal. CAPACIDADE DIGESTIVA Digestão de carboidratos Digestão com início na boca (amilase salivar), mas > parte é no intestino delgado. Amilase pancreática = baixa no primeiros 6 meses, atinge níveis de adulto após 1 ano. Dissacaridases no RN (maltase, sacarase, lactase) ativas. LH amilase comparável a amilase pancreática. CAPACIDADE DIGESTIVA Inclusão de amido na alimentação do neonato pode implicar má digestão, diarréia, cólicas, até lesão na mucosa intestinal, dependendo da [ ] utilizada. Crianças de 1 a 5 meses toleram 10 – 25g/dia amido devido atuação da enzima glicoamilase e isomaltase presentes nas microvilosidades intestinais. CAPACIDADE DIGESTIVA Absorção de vitaminas e minerais Folato e Vit. B12 menos eficiente que no adulto (LH proteína ligadora de folato e B12). Minerais: mecanismo diferentes do adulto LH melhor absorção do ferro. Absorção de água e eletrólitos > permeabilidade no primeiros meses de vida Atenção osmolaridade intestinal é mais fácil ocorrer desequilíbrio hidroeletrolítico no RN. MATURIDADE INTESTINAL Imaturidade estrutural das criptas microvilosidades secreção de algumas enzimas é limitada > permeabilidade da membrana mucosa acidez gástrica reduzida RISCO DE INFECÇÕES (diarréia, enterocolite necrosante, má-absorção) ALERGIAS (penetração de macromoléculas) Mecanismo de defecação: Reflexo decorrente da distensão da ampola retal Reflexo gastrocólico ativo Cólicas Síndrome infantil choro forte, irritabilidade, estiramento do corpo, pernas fletidas sobre abdome e eliminação de gases. 10 a 40% dos RN Início 2 semanade vida Desaparecimento: 3 a 4 meses Suspeitas: Causas orgânicas e psicossociais Imaturidade neurológica e intestinal Causas prováveis da cólicas no RN: Imaturidade do TGI e do SN Hipermotilidade intestinal Aerofagia Hipersensibilidade e intolerância a constituintes da dieta (lactose, proteína do leite de vaca…) Excesso de gás Causas prováveis da cólicas no RN: Dieta materna (couve, repolho, cebola, alho alterar sabor do leite irritabilidade e choro da criança) Resposta adaptativa ao ambiente Temperamento da criança Problemas na interação mãe/filho Estresse familiar Depressão e ansiedade materna Prevenção e controle das cólicas Tranquilizar a mãe Manter o ambiente calmo Acalmar criança, evitar superestimulação Favorecer eructação e reduzir aerofagia (pega ao seio correta) Eliminar o alimento suspeito da dieta materna Calor e massagem abdominal suaves. Eliminação Fecal RN : mecônio (fezes das primeiras 24hs, cor escura, pegajosa, é resultante de resíduos de secreção intestinal, bile, bilirrubina, com céls epidérmicas e epiteliais, lipídios e seus derivados, mucopolissacarídeos, ingeridos com líquido amniótico …) Após 3 a 4 dias fezes mais claras Fase neonatal ocasionalmente esverdeadas 4 a 10 diasvariável com o tipo de alimentação Aos 2 anossemelhante ao adulto Microbiota Intestinal No útero o feto é estéril defesa materna. Ao nascimento a criança é exposta flora bacteriana no canal de parto + pele da mãe + meio ambiente colonização intestinal. Com 1 a 2 anos microbiota da criança é semelhante à do adulto. FLORA INTESTINAL Pele materna + flora vaginal + flora ambiental Colonização inicial no intestino do RN Aleitamento materno Aleitamento Artificial (bifidobactérias e lactobacilos) (enterobactéria, bacteróides Alta em bifidobactérias clostridiuns) Baixa em enterobactérias Baixa em bifidobactérias Alta em enterobactérias