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1. Introdução O paracetamol (também conhecido como: acetaminofeno, N-acetil-p-aminofenol, N-(4-hidroxifenil)etanamida, 4-Hidroxiacetanilida, acetamida e p-acetamidofenol) (Figura 1) é um fármaco cujas propriedades são antipiréticas e analgésicas, ou seja, é utilizado, principalmente, para agir diretamente em casos de febre e dores de intensidade leve a moderada. Possui as seguintes formas de apresentação: cápsulas, comprimidos, gotas, xaropes e injetáveis. Mostra-se como um pó branco inodoro, moderadamente solúvel em água, apresentando grande estabilidade em solução aquosa em pH 5-7. Figura 1 - Fórmula Estrutural do Paracetamol No momento atual, está entre os analgésicos mais utilizados, sendo comercializado sob diversos nomes comerciais, como Panadol, Tylenol, Supofen, entre outros (Figura 2), ou é vendido em combinação com outros princípios ativos, como nos antitussígenos (tratamento sintomático da tosse) ou em medicamentos para o alívio da dor com composto químico psicoativo, onde o paracetamol é usado para o alívio da dor severa (dor oncológica ou pós-operatória). Figura 2 - Formas comerciais do Paracetamol O medicamento é seguro, desde que suas doses recomendadas sejam respeitadas. Pode ser continuamente utilizado nos pacientes com doenças 1 hepáticas em doses baixas, não apresentando, também, riscos no período de gravidez e de amamentação. Entretanto, hoje é a droga mais comum em auto envenenamento, com uma alta taxa de morbidade e mortalidade. Em vista do seu potencial dano, séria consideração deve ser dada a mudar o status legal de paracetamol, possivelmente a um medicamento de receita médica. O efeito mais grave no caso de intoxicação aguda é a necrose hepática que pode ser fatal. O paciente normalmente apresenta náuseas, vômito e dores abdominais. Como o paracetamol é uma substância química com propriedades medicinais que vem sendo utilizada em grande escala na atualidade é importante que se tenha conhecimento de suas origens, propriedades farmacológicas e dos riscos inerentes à automedicação. 1.2 A origem do paracetamol O primeiro composto a ser associado às ações analgésicas e antipiréticas, graças aos estudos e pesquisas de Arnold Cahn e Paul Hepp, foi a Acetanilida (Figura 3), cuja síntese pode ser obtida através da reação da anilina com o anidrido acético (Figura 4). Em 1886, esta substância foi introduzida no mercado com o nome comercial “Antifebrina” pela companhia Kalle. Porém, foi identificado que a molécula acarretava cianose nos pacientes, em que originava a meta-hemoglobina, uma hemoglobina incapaz de transportar oxigênio. Figura 3 - Fórmula estrutural da Acetanilida Figura 4 - Síntese da Acetanilida 2 Com estudos posteriores, percebeu-se que um composto chamado p-aminofenol poderia ser convertido a uma molécula semelhante à acetanilida, porém sendo menos tóxico do que esta molécula. A substância recebeu o nome de Fenacetina (Figura 5) e foi utilizada por mais de 90 anos, entretanto, descobriram que poderia ser carcinogênica e causar danos aos rins no tratamento crônico. Figura 5 - Fórmula Estrutural da Fenacetina Em 1893, os químicos da Companhia Bayer junto com Joseph von Mering descobriram o paracetamol e suas ações antipiréticas e analgésicas. Porém acreditavam, erroneamente, que este composto acarretava o aumento de meta-hemoglobina no sangue, como consequência, os estudos sobre o Paracetamol foram paralisados. Somente meio século depois, com as pesquisas dos cientistas Lester e Greenberg, seguidos de Brodie, Axelrod e Finn, o composto passou a ser reconhecido, pois descobriram que ele era o metabólito ativo da Acetanilida e da Fenacetina e que também não provocava o aumento de meta-hemoglobina no sangue. Assim, em 1953, o Paracetamol foi lançado no mercado pela Companhia Sterling-Winthrop, possuindo um importante papel como fármaco, onde permanece até hoje, sendo um dos medicamentos mais consumidos no mundo. 1.3 Os aspectos físicos-químicos do Paracetamol A molécula do Paracetamol é a N-(4-hidroxifenil) etanamida, de fórmula molecular C8H9NO2. possuindo peso molecular de 151,16 g/mol. A faixa de fusão é entre 168 e 172ºC. O pH da substância em solução aquosa saturada é entre 5,3 e 6,5. O fármaco é considerado um ácido fraco, pois seu pKa varia entre 9,0 e 9,5. Quando puro e seco é estável a temperaturas inferiores a 45ºC. Ela possui um grupo hidroxila ligado a um benzeno, sendo, portanto, um fenol e além deste grupo, 3 possui uma carbonila (carbono ligado a um átomo de oxigênio por dupla ligação) ligada a um átomo de nitrogênio, sendo assim, uma amida. Analisando a estrutura do paracetamol, pode-se observar que é possível abordar os três tipos de interações intermoleculares existentes nos compostos orgânicos. No anel aromático observa-se interações do tipo dipolo induzido, no grupo hidroxila do anel aromático e N-H da amida é possível formar interações do tipo ligações de hidrogênio e no grupo carbonila da amida interações do tipo dipolo permanente. 1.4 Propriedades farmacológicas: ● Farmacocinética É administrado por via oral e a absorção está relacionada à taxa de esvaziamento gástrico, sendo que as concentrações sanguíneas máximas habitualmente são alcançadas no período entre 30 e 60 minutos. Em crianças os níveis máximos são obtidos após 30 minutos. No plasma, a concentração terapêutica está na faixa de 10 a 20 µg/mL. Pequenas doses de paracetamol são rapidamente absorvidas, mas a absorção de doses mais elevadas varia consideravelmente com o esvaziamento intestinal, a presença de alimento e a hora do dia. ● Posologia A dose habitual varia de 300mg a 1g diários, em intervalo de 4 horas. A febre e a dor aguda podem ser tratadas com dose entre 325 a 500mg, quatro vezes ao dia, sendo que para crianças usam-se doses menores. Segundo Ministério da Saúde (2011), a dose máxima recomendada para adultos não deve passar de 4g por dia e para crianças 75 mg/kg/24h. ● Toxicidade e reações adversas Como já explicado acima, o paracetamol substituiu a fenacetina em diversas formulações farmacêuticas por apresentar menor toxicidade (não apresenta metemoglobinemia). Porém, segundo testes, cerca de 10g do fármaco, pode acarretar sintomas de necrose hepática após 12 horas. Ademais, com doses plasmáticas de 120 a 300 µg/mL pode-se verificar necrose hepática a partir de 4 horas da ingestão. 15g pode ser fatal, sendo a morte causada por hepatotoxicidade 4 grave com necrose centrolobular, algumas vezes associada à necrose tubular renal aguda. ● Mecanismo de Ação Uma grande incógnita que ainda percorre quando o assunto é sobre o Paracetamol, é o seu mecanismo de ação no organismo. Em 1970, com as pesquisas de Flower e Vane, constatou-se que este medicamento agia diretamente na inibição da isoformas daenzima ciclo-oxigenase (COX-1, COX-2 e COX-3), a qual está diretamente ligada na síntese da prostaglandina, que atua tanto como neurotransmissor de sinais receptivos, quanto no centro termorregulador no hipotálamo. De fato, isto ajuda a entender os efeitos analgésicos e antipiréticos do Paracetamol. Porém, estudos recentes indicam que o efeito analgésico atribuído ao medicamento está relacionado à ativação indireta dos receptores canabinóides, mais especificamente do receptor canabinóide CB1 e do receptor vanilóide (TRPV1), cuja função está relacionada ao sistema de neurotransmissores. A ativação desses receptores acontece devido a síntese da molécula N-araquidonoilfenolamina. O Paracetamol, ao entrar em contato com o organismo, logo é absorvido pelo trato intestinal, sendo conduzido por meio das correntes sanguíneas até o fígado, onde ocorrerá a sua metabolização. O medicamento então é convertido a um metabólito biologicamente ativo, o p-aminofenol, que ao chegar no tecido nervoso, será conjugado com o ácido araquidônico, sintetizando então, o endocanabinóide N-araquidonoilfenolamina, molécula a qual já foi supracitada (Figura 6). 5 Figura 6 - Conversão do Paracetamol em N-araquidonoilfenolamina Este endocanabinóide, uma vez sintetizado, atua de duas maneiras: 1. Atua como um agonista dos receptores TRPV1 (Mallet et al., 2010), produzindo ação analgésica através da estimulação de vias inibitórias descendentes da dor; 2. Inibe a recaptação de anandamida, promovendo um aumento dos níveis extracelulares deste endocanabinoide. (Beltramo et al., 1997; Giuffrida et al., 2001). 2. Objetivo: Este trabalho tem como finalidade apresentar as rotas sintéticas para a obtenção do paracetamol. Esta substância pode ser produzida utilizando como matéria prima o nitrobenzeno ou o fenol. Ambas as rotas ocorrem por três etapas, cuja última é a formação do paracetamol pela reação do p-aminofenol com o anidrido acético, evidenciado pelo mecanismo mostrado na figura 9. Esta reação, foi submetida a diferentes processos e temperaturas. Pode-se obter, também, o paracetamol pela extração de medicamentos que possuem o como princípio ativo, por exemplo o Tylenol®. Ao final, foi analisado e comparado as rotas que serão propostas ao longo do trabalho. 6 2.1 Procedimento experimental: A seguir serão apresentadas quatro rotas sintéticas para se obter o paracetamol. Estas rotas variam de uma para outra em relação aos fatores que interferem em um bom rendimento do produto. Após serem apresentadas, serão comparadas umas com as outras com o objetivo de evidenciar qual rota obteve um melhor rendimento, qual obteve o pior, entre outras comparações. 2.1.1 Rotas sintéticas do Paracetamol: O paracetamol pode ser obtido pela nitração do fenol (1), formando o o-nitrofenol e, principalmente, o p-nitrofenol (2), devido ao impedimento estérico na posição orto. Em seguida, realiza-se a redução com o NaBH4, resultando no p-aminofenol (3). Por fim, o p-aminofenol é acetilado com anidrido acético, para a formação do paracetamol (4) (Figura 7). Figura 7 - Síntese do paracetamol por meio do fenol Porém, o principal meio de se conseguir o paracetamol é pela redução do nitrobenzeno (1) com zinco metálico na presença de cloreto de amônio, levando à formação de um sólido instável N-fenil-hidroxilamina (2), o qual é imediatamente tratado com uma solução de ácido sulfúrico para a obtenção do p-aminofenol (3). Em seguida o p-aminofenol é acetilado com anidrido acético, para a formação do paracetamol, que pode ser purificado por recristalização a partir de uma solução hidroalcoólica (Figura 8). 7 Figura 8 - Síntese do paracetamol por meio do nitrobenzeno Figura 9 - Mecanismo de reação do p-aminofenol com o anidrido acético ● Primeira rota: 1. Pesar 1,5g de p-aminofenol em um erlenmeyer 2. Adicionar 25mL de água destilada 3. Adicionar lentamente H3PO4 concentrado sob agitação constante 8 4. Aquecer a mistura em banho maria e adicionar 2mL de anidrido acético 5. Continuar aquecendo durante 20 minutos 6. Esperar a mistura esfriar, logo em seguida colocar em banho de gelo por 20 minutos 7. Filtrar o cristalizado em um funil de Büchner e logo em seguida, lavar o filtrado com um pouco de água destilada gelada 8. Secar em estufa ● Segunda rota: Neste método foram seguidas as mesmas etapas que foram mencionadas na síntese da primeira rota, porém o tempo de aquecimento e resfriamento foram modificados. A duração do aquecimento em banho maria foi de 10 minutos e o resfriamento em banho de gelo até a cristalização do Paracetamol durou 30 minutos. Ou seja, 10 minutos a menos e 10 minutos a mais, do que a primeira rota, respectivamente. ● Terceira rota: As mesmas medidas e etapas foram utilizadas neste método, porém foi utilizado um balão de fundo redondo para aquecer a mistura, com um condensador de refluxo. A duração de aquecimento foi de 15 minutos e de resfriamento foi entre 20 a 30 minutos. Além disso, não foi utilizado o ácido fosfórico concentrado nesta síntese. ● Quarta rota: Esta rota é a mais diferente das rotas supramencionadas, pois nesta, não houve aquecimento nem resfriamento da mistura. Os 1,5g de p-aminofenol foram colocados no erlenmeyer, junto com 25mL de água destilada e também adicionou-se anidrido acético. Esta mistura ficou em temperatura ambiente por 30 minutos, sob agitação periódica. ● Recristalização Após cada experimento, faz-se necessário a recristalização. Este processo é realizado de maneira que o produto bruto se dissolva em uma quantidade apropriada de solvente para formar uma solução supersaturada e depois filtrada a quente. A água deionizada foi usada em todos os experimentos. Na cristalização do Acetominofeno, foram utilizados os seguintes solventes: 1. Metanol (CH3OH) 2. Etanol (C2H5OH) 3. Propanol (C2H5OH) Pode-se obter o Paracetamol, também, pela extração do Tylenol®. 9 ● Extração do paracetamol a partir do Tylenol®: Triturar dois comprimidos de Tylenol® (750 mg/ cada) em um almofariz e transferi-los para um erlenmayer de 125mL. Adicionar 40,0 mL de acetato de etila e agitar a suspensão vigorosamente. Manter a solução sob agitação por aproximadamente por 5 minutos e em seguida filtrar para um balão tarado. Lavar o resíduo com mais 10mL de acetato de etila e remover o solvente sob pressão reduzida, sendo fornecido 0,98g (65%) de paracetamol. O produto foi caracterizado através do seu ponto de fusão e espectro no infravermelho, utilizando a cromatografia líquida de alta eficiência. Método físico-químico de separação, no qual os constituintes da amostra a serem separados são distribuídos entre duas fases. Uma estacionária, de grande área e a outra móvel, com um fluído insolúvel que flui na primeira fase.Durante a passagem da fase móvel sobre a fase estacionária, os componentes da mistura são distribuídos pelas duas fases de tal forma que cada um deles é seletivamente retido pela fase estacionária, resultando em migrações diferenciais dos componentes. A CLAE emprega uma fase móvel (FM) líquida e uma fase estacionária (FE) muito finamente dividida 3 a 10 µm em colunas fechadas e com diâmetros internos normalmente de 4 a 6 mm. 3. Resultados e Discussão Como mencionado, o composto N-(4-hidroxifenil)etanamida possui variadas formas de ser obtido. Entre elas, foi mencionado duas formas de sintetizá-lo, quatro maneiras diferente de realizar o processo e uma de extraí-lo. A seguir, as quatro formas supramencionadas serão analisadas de modo que sejam avaliados aspectos tais como: rendimento, grau de pureza e outros aspectos que cada síntese obtém. Ambas as rotas sintéticas possuem três etapas para a síntese do acetaminofeno. Tendo em vista a segunda rota, cuja matéria prima é o nitrobenzeno, é a mais utilizada. Desse modo, foi apresentado quatro métodos diferentes baseados na formação do paracetamol a partir das moléculas de p-aminofenol na presença de anidrido acético. A Figura 10 apresenta graficamente o valor de rendimento dos quatro diferentes métodos de síntese. De fato, no terceiro método (III), o tempo de aquecimento da mistura utilizando refluxo foi de 15 minutos, em contraste com o primeiro método (20 minutos) e segundo método (10 minutos). No entanto, a principal diferença do primeiro e o segundo método de síntese é que, no processo do terceiro, não foi utilizado o ácido fosfórico (H3PO4) como iniciador. Um rendimento ligeiramente inferior do quarto método de reação sintética em relação ao terceiro, baseia-se no fato de que a reação é realizada à temperatura ambiente sem resfriamento adicional durante o processo de cristalização. 10 Figura 10- Gráfico de rendimento para diferentes métodos de síntese A figura 11, através da análise do FTIR, indica que além de maior rendimento, o terceiro método atinge um alto grau de pureza, 99,20% em relação à uma amostra padrão de Paracetamol. O quarto, também, apresenta um alto grau, enquanto as amostras do primeiro e segundo método de síntese mostram valores mais baixos e requer purificação. Figura 11- Gráfico de grau de pureza dos diferentes métodos de síntese De acordo com a determinação do ponto de fusão do acetaminofeno obtido em cada rota, foi possível determinar qual possui um ponto de fusão mais próximo da literatura. De acordo com o CRC Handbook of Chemistry and Physics , o composto N-(4-Hydroxyphenyl)acetamide possui ponto de fusão a 170˚C. Com a análise, as amostras I, II e IV obtiveram 169.4 como ponto de fusão, enquanto a amostra III obteve 169.8, ou seja, a terceira amostra em relação a este aspecto, é a mais semelhante entre as quatro (Figura 12). 11 Figura 12 - Pontos de fusão das amostras Na análise cromatográfica de camada fina (Figura 13), foi utilizada a amostra da primeira síntese. Além desta, amostras de p-aminofenol (Rf = 0,12) que foi utilizado como matéria prima para a síntese e de Paracetamol Ph.Eur também foram analisadas. Com base nos valores obtidos de Rf e determinação visual sob luz ultravioleta a 254 nm, percebe-se a diferença entre os valores de Rf da amostra padrão - Paracetamol Eur. Farmacopeia (Rf = 0,65) e amostra bruta sintetizada de acetaminofeno (Rf = 0,67). Ao usar o primeiro método de síntese, apontou para o fato de que o mesmo deve passar por um processo de purificação. Figura 13 - Análise Cromatográfica utilizando a amostra de p-aminofenol (1), Paracetamol Eur. (2) e o produto sintetizado na primeira rota (3) Analisando a etapa de recristalização (Figura 14), cujos solventes foram além da água, o metanol, o etanol e o propanol, as amostras I e II foram utilizadas para a comparação. É possível perceber que de acordo com o aumento de número de átomos de carbono na estrutura do álcool, a solubilidade do paracetamol diminui 12 e o tempo de cristalização aumenta. Além disto, é possível perceber que o metanol concentrado teve um melhor rendimento dentre os álcoois. Figura 14 - Rendimento da recristalização utilizando as amostras I e II Ainda em comparação com a primeira e segunda síntese laboratorial do acetaminofeno, o efeito do processo de purificação com solventes concentrados é evidente, pois a análise FTIR (Fig. 15) demonstrou um aumento severo no grau de 99,4% e 99,5% em comparação com 77,23. % e 84,63% para o acetaminofeno bruto obtido por estas sínteses. Figura 15 - A influência da recristalização na pureza do Paracetamol 13 4. Conclusão: Portanto, pode-se concluir que o paracetamol é um fármaco cujas propriedades são antipiréticas e analgésicas. Desse modo, faz-se necessário que se tenha conhecimento de suas propriedades farmacológicas e dos riscos inerentes à automedicação.Tornou-se um medicamento muito utilizado uma vez que não acarreta a formação de meta-hemoglobina no sangue, porém, seu uso em altas doses pode causar necrose hepática. Seu mecanismo de ação ainda gera muitas discussões, uns afirmam que ele age diretamente na inibição da isoformas da enzima ciclo-oxigenase, outras dizem que está relacionado à ativação indireta dos receptores canabinóides. O paracetamol, pode ser sintetizada utilizando como matéria prima o nitrobenzeno ou o fenol e é capaz de ser realizada por quatro métodos diferentes. O melhor método, em termo de rendimento e grau de pureza, foi o terceiro, apresentando 70,77% e 99,20%, respectivamente. Durante o processo de recristalização de amostras sintetizadas com acetaminofeno verificou-se que com o aumento do número de átomos de carbono na estrutura do álcool diminui a solubilidade do acetaminofeno e aumenta o tempo necessário para a cristalização. A análise dos resultados da espectroscopia de UV aponta a possibilidade da complexação do acetaminofeno com a ciclodextrina, pois a dependência linear obtida da maior solubilidade do acetaminofeno com o aumento das concentrações da beta-ciclodextrina indica uma interação potencial. 14