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ETEC PROF.ª ERMELINDA GIANNINI TEIXEIRA
3º IIEM
VITOR MANOEL SOARES DA SILVA
TRABALHO ANUAL
(O Que É Isso, Companheiro?)
Santana de Parnaíba
2018
ETEC PROF.ª ERMELINDA GIANNINI TEIXEIRA
3º IIEM
VITOR MANOEL SOARES DA SILVA
TRABALHO ANUAL
Trabalho sobre o livro de Fernando Gabeira, com detalhes e observações; instituição Etec Proª Ermelinda Giannini Teixeira; disciplina de História, Profª Flavio Mancini
Santana de Parnaíba
2018
SUMÁRIO
Biografia de Fernando Gabeira
Fernando Gabeira, escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro (1998-2010), nascido em 1941, é mineiro de Juiz de Fora.
Destacou-se como jornalista, logo no início da carreira, na função de redator do Jornal do Brasil, onde trabalhou de 1964 a 1968. Os colegas de redação diziam que o estilo marcante dos textos de Gabeira podia ser reconhecido até em bilhetes. No final dos anos 60, ingressou na luta armada contra a ditadura militar. Foi preso e exilado.
Em dez anos de exílio, esteve em vários países. Testemunhou no Chile, em 1973, o golpe militar que derrubou Salvador Allende. Mais tarde, retrataria a queda e o assassinato de Allende em roteiro para a TV sueca. Na Suécia, país onde viveu mais tempo durante o exílio, exerceu desde o jornalismo, principalmente na Rádio Suécia, até a função de condutor de metrô, em Estocolmo.
Com a anistia, voltou ao Brasil no final de 1979. Nos anos seguintes, Gabeira dedicou-se a uma intensa produção literária, construindo as primeiras análises críticas da luta armada e impulsionando no Brasil temas como as liberdades individuais e a ecologia. Livros como O que é isso Companheiro, O crepúsculo do Macho, Entradas e Bandeiras, Hóspede da Utopia, Nós que Amávamos tanto a Revolução e Vida Alternativa apontaram novos horizontes no campo das mentalidades e colocaram na berlinda uma série de velhos conceitos da vida brasileira.
Em 1986, candidatou-se ao governo do estado pelo Partido Verde e inaugurou uma nova forma de militância política. Os tradicionais comícios e passeatas, sisudos e cinzentos, ganharam uma nova estética. Dois momentos culminantes foram a passeata Fala, Mulher, que coloriu a avenida Rio Branco de rosa e a cobriu de flores, e o Abraço à Lagoa, em que milhares de pessoas deram as mãos em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas, produzindo um dos momentos de maior força simbólica e plástica da cena política brasileira.
Nos anos seguintes, Gabeira continuou jornalista, escritor e tornou-se um dos principais líderes do PV. Em 1987, cobriu em Goiânia o acidente radioativo com o césio 137 e escreveu seu décimo livro, Goiânia, Rua 57 – O nuclear na Terra do Sol. Sua atuação política e jornalística foi marcante em diversos outros fatos importantes da vida nacional, particularmente os ligados à questão ambiental, como a investigação do assassinato de Chico Mendes, a interdição da usina nuclear de Angra I por problemas de segurança e o encontro mundial dos povos indígenas em Altamira (PA). 
Resenha do Livro
O livro de Thomas More, Utopia (1516) originalmente em latim contendo diversas traduções, é narrado pelo próprio autor, uma vez que retrata em seus prólogos as políticas inglesas e Flandres com suas diplomacias. Uma certa discussão com a realeza espanhola, entra um certo papel de negociador estrangeiro à Thomas.
Nesse livro, são divididas duas partes: Livro Primeiro e Livro Segundo, além de seu prólogo; Thomas conta de um encontro entre amigos que, mais tarde, se torna um encontro dialético, descrevendo ele: Rafael Hitlodeo e Peter Gilles. Sendo Rafael um viajante seguidor das jornadas de Américo Vespúcio, ele conta suas viagens por diversos lugares e em uma dessas, porém, teve um certo destaque à Rafael, a visita na Ilha de Utopia. O mundo como vemos se torna diferente, sócio-econômicamente falando, nessa ilha. Thomas chega a descreve-la como paraíso, cidade de Deus ou algo se referenciando. Uma ilha onde leva um sistema justo, limpo e não cruel segundo o marinheiro.
A obra de Thomas tem contorno na obra de Platão: A Republica, dizendo diversas vezes sobre a propriedade privada e falhas na vida de um cidadão por conta de suas virtudes; acarretando opiniões políticas e sociais no mundo Europeu, defendendo a busca pelo cristianismo e suas próprias teses cristãs e abordando que a igreja possui costumes ou hábitos desnecessários, como o luxo. 
 Nesse Primeiro Livro, More deixa bem claro que não se aprofundará tanto nos detalhes dados pelo seu amigo marinheiro e nem as questões das leis justas nessa ilha perante o mundo, dizendo então... que fará/fez em uma outra obra. A descrição feita por Rafael na primeira parte, é a conversa entre magistrados junto com o arcebispo Cardeal Morton, onde também há um leigo que não é descrito o nome; nessa conversa se discute a filosofia das punições de criminosos, onde há injustiças para aqueles que necessitam daquilo que os faz roubarem. Entrando na percepção de que Deus à julgar esses níveis de crimes, nunca escolheria a pena de morte. “A punição do roubo com a pena de morte vai muito além da demanda por justiça, e não atende, de forma alguma, o interesse público. Essa pena é cruel demais para punir adequadamente tal delito, ao mesmo tempo que é ineficaz para impedi-lo. O roubo, puro e simples, não é crime tão grave que se tenha de pagá-lo com a vida, e nenhum castigo impedirá de roubar aqueles que não têm outro modo de agir para não morrer de fome”1, segundo Hitlodeo. [1: Frase retirada da pag 55, (UTOPIA)]
Tendo em vista a crítica de More sobre a Inglaterra de seu tempo e as analogias de Rafael sobre as atrocidades humanas sob o domínio da ignorância, ambiciosidade e julgues errados, temos o Segundo Livro. Iniciando-se com a longa e detalhada descrição da Ilha de Utopia para Pedro Gilles e Thomas More; a moral e ética social de cada cidadão e esse pertencendo à uma cidade das cinquenta e quatro delas contendo na ilha, porém regendo as mesmas leis por um único Rei (Citado no livro como: Rei Utopus), e uma única cidade “capital” chamada Amaurota; mesmo Utopia significando lugar nenhum, a ilha é descrita como a de uma comunidade perfeita e inimaginável pelo homem. Pode-se confundir o leitor, fazendo-o refletir se a ilha realmente existiu ou só foi uma dialética feita por Hitlodeo. 
Rafael descreve a ilha (não tendo problemas territoriais), onde vive os utopianos e nessa ilha, praticamente todos os cidadãos são autônomos no que eles fazem. Não existe propriedade privada, o cidadão vai ter terras para morar e plantar, mas não que aquele terreno seja 100% dele, pois os utopianos não usam dinheiro para nada além de resolver negócios externos e estrangeiros; eles desprezam esse meio de compra e chegam a dizer que é veneno para a moral do homem. Ouro e prata existe na região, porém eles não enxergam como uma coisa tão valiosa, essas pedras brilhantes servem de entretenimento para crianças que, quando crescem, deixam de lado e passam a zombar quem às valorizas tanto — aqueles que esbanjam ouro em suas vestes — chamando eles de bobalhões e infantis. Ao ver um homem estrangeiro, cujo o mesmo utiliza-se dessas maneiras gananciosas, uma criança de Utopia normalmente diz a sua mãe: "—Mãe, olha esse grande palerma que ainda usa pérolas e pedrarias, como se fosse um bebê!" E a mãe, séria, a responder-lhe: ‘Cala-te, menino, deve ser algum bufão dos embaixadores’”2. Na ilha não se tem uma religião definitiva para todos, todavia qualquer cidadão pode ter a sua própria crença e até compartilha-la, entretanto não se pode de maneira alguma prega-la ou descriminar a religião do próximo como uma pessoa rebelde, e dessa mesma maneira será punido e dependendo de seu caso, pode até ser exilado da cidade; Rafael conta que quando disse a eles sobre a fé cristã, se interessaram e passaram a estudar essa tal religião que, por sinal, era muito parecidas com seus costumes. [2: Frase Retirada da pag 166, (UTOPIA)]
Nas cidades as casas são iguais, as ruas têm as mesmas dimensões;sendo que os utopienses devem se mudar a cada 10 anos para não se apegarem demais aos seus lares. As vestes também são todas iguais, diferenciando os homens das mulheres e distinguindo de: Casado e solteiro. As refeições são tomadas todos em comum, levando em conta que há um local onde se almoça e janta para todos em todas as cidades; se uma criança entrar no local, essa deve-se almoçar se algum mais velho lhe der algo. Uma criança órfã é recebida por uma ama de leite que o amamenta até ficar mais velho e logo é adotado se for uma família que tenha requisitos para trata-lo bem. Uma ama de leite é muito valorizada na ilha, como uma ação de bem. Um adultério em Utopia é ato de punição e vergonha, embora seja muito difícil, um ato de roubo leva ao indivíduo devolver aquilo que roubou, caso o objeto roubado tenha sido perdido é descontado uma quantia do mesmo valor do seus pertences e caso não tiver, é descontado à sua esposa. Esse ladrão não vira escravo e nem paga com a vida — uma vez essa atitude sendo criticada por Hitlodeo — mas deve trabalhos comunitários para a sociedade, pois ao invés de correntes é aplicado chibatas àqueles que se revoltam. Os condenados são vestidos da mesma cor, têm um leve corte em suas orelhas e caso tentem fugir disfarçando suas vestes, suas orelhas o denunciariam. A ilha teria uma espécie de felicidade comunal, cujo o livro retratando, talvez, uma “Europa perfeita”. 
Continuando o Segundo Livro; os utopienses passam 6 horas de trabalho, contendo o horário de descanso também e nas suas horas livres, dedicam-se ao estudo ou a um hobbie que agrade, como tocar música ou jogar xadrez. Pegar suas horas livres para jogar jogos de azar é vergonhoso na ilha, mesmo os cidadãos tendo o costume de jogar 2 ou 3 jogos de tabuleiros. São somente 6 horas de trabalho pois em Utopia é considerado errado trabalhar tanto fisicamente; tendo o tempo para suas famílias também, sendo um ótimo pai. Rafael estranhou muitos de seus costumes lá, mas como passou 5 anos seguidos em Utopia, se acostumou. Um dos costumes que mais intrigava era que a noiva, antes de se casar, tinha que ficar nua na frente do noivo, para verificar se ela não tem alguma marca e que não houvesse desagrado para ambos depois do casamento. Explicando que os dois tinham que se conhecer visualmente por inteiro antes da cerimônia; o mesmo servia para o noivo.
Eles também guerrilhavam, contudo odiavam essa tal atitude praticada; não preferiam. O motivo de uma guerra era um caso de emergência, de invasões ou questões políticas à Utopus. Em caso de roubo de pedras preciosas, não ligavam muito já que não têm aprecio por tal coisa, retomando: Só usavam ouro e prata para transações estrangeiras.
O social na Ilha de Utopia compõe-se de seis mil famílias em cada cidade (cinquenta e quatro), e cada família têm que ter entre dez e dezesseis membros adultos, os filhos devem obediência aos mais velhos e se o primogênito cometer alguma indulgência, logo é substituído por seu irmão mais jovem que começa a liderar.
A obra de Thomas More retrata um “Socialismo Cristão”, onde é defendido a abolição da propriedade privada. Thomas deixa uma dialética incrível no livro, fazendo o leitor ter suas devidas reflexões e questionamentos. As opiniões expostas no livro são de admiração enorme por Rafael, tendo experiencia e estudos. More supõe que Rafael virasse algum tipo de braço direito do príncipe da Inglaterra, ajudando em questões políticas. Como a ideia de que um rei bom é um rei filosofo ou um filosofo virar um rei; mas Hitlodeo rebate contrariando a ideia de ser envolvido nisso, dizendo que um rei nunca ouviria tais opiniões exposta por ele.
Eventos ocorridos aproximadamente em 1979, data de lançamento do livro
Chacina da Lapa
Foi um dos piores crimes da ditadura militar: o assassinato a tiros de Ângelo Arroio e Pedro Pomar; sob brutais torturas, a morte de João Batista Drummond; e a prisão e tortura de Aldo Arantes, Elza Monnerat, Haroldo Lima, Joaquim Celso de Lima, Maria Trindade e Wladimir Pomar.
Eram dirigentes e militantes do PCdoB. O objetivo era riscar do mapa o partido que havia dirigido, desde o final da década de 1960, a Guerrilha do Araguaia, que foi a principal ação armada de resistência contra a ditadura militar.
A reunião do Comitê Central ocorreu nos dias 14 e 15, em uma casa na rua Pio XI, na Lapa, em São Paulo. Fora convocada para avaliar a guerrilha do Araguaia e teve a participação de nove membros da direção nacional do Partido: além dos já citados (que foram assassinados ou presos) lá estavam Jover Teles e José Novaes, além dos militantes que operavam no trabalho de infra-estrutura e segurança (Joaquim Celso de Lima e Maria Trindade). 
Na época, devido à dura clandestinidade, as reuniões do Comitê Central ocorriam sempre sob rigorosas medidas de segurança e, objetivando sua preservação, nunca se reunia completo, e uma parte dos dirigentes não participava. Por isso, na reunião vítima da chacina não estavam, entre outros, Sérgio Miranda e Péricles de Souza, este por que, devido ao um desencontro, não recebeu a comunicação da data e, em seu lugar foi Aldo Arantes, que pela escala, não estaria nesta reunião.
O que não se sabia era que havia um traidor entre eles, como se descobriu a seguir: Jover Teles. Ele fora preso algum tempo antes, fez um acordo com a repressão e, traindo o Partido e seus camaradas, informou aos policiais sobre a reunião e aceitou ser seguido por agentes até o local onde ela ocorria.
A operação que culminou com a Chacina da Lapa foi iniciada no DOI-Codi do I Exército, no Rio de Janeiro. Em meados de 1976, a direção estadual do PCdoB fora desmantelada pela repressão dos generais Reynaldo Mello de Almeida (que era comandante do I Exército) e Leônidas Pires Gonçalves (chefe do Estado-Maior e do DOI-Codi).
Jover Telles era dirigente do Comitê Regional do Rio de Janeiro. Tudo indica que foi preso depois da queda de outro dirigente regional; pactuou então com a repressão, delatou seus camaradas e concordou em se deixar seguir até o local das reuniões do Comitê Central pois ele não sabia onde se realizavam.A repressão, através do DOI-Codi, de equipes do I e do II Exército e do DOPS, utilizou grande e sigiloso aparato para atingir a direção do Partido. A tropa cercava a casa 767 da rua Pio XI e, ao receber a notícia de que todas as prisões haviam sido feitas, liberou o tiroteio contra a casa, que durou quase vinte minutos. Eram pouco mais que seis horas da manhã daquela quinta-feira sangrenta. A intensa fuzilaria destruiu parte da casa e assassinou Ângelo Arroio e Pedro Pomar. 
Surgimento do Irã dos aiatolás
Em 1979 o Irã sacudiu o mundo ao se transformar de monarquia para o regime dos aiatolás. O xá Reza Pahlavi perdeu o controle da nação e acabou deixando o Irã. Ao mesmo tempo o aiatolá Khomeíni voltava do exílio em 1º de fevereiro pondo fim à 15 anos de exílio. Com a queda do xá foi instalado o regime fundamentalista islâmico estabelecendo leis inspiradas no Alcorão e proibindo modismos como minissaias, música ocidental, jogos e cinema, entre outros e introduzindo os castigos corporais. Khomeíni assumia o poder em 11 de fevereiro demonstrando logo sua força dirigindo seu alvo nos Estados Unidos, que para o aiatolá era o Grande Satã. E os americanos começaram a sentir na pele a força do país islâmico. Em novembro tropas leais a Khomeíni invadiram a embaixada americana no país e 52 americanos ficaram reféns por mais de um ano sendo libertados em janeiro de 1981.
João Baptista Figueiredo
 O governo do general João Figueiredo na presidência da República foi o último do regime militar. O general João Figueiredo deu continuidade ao projeto iniciado no governo anterior de abertura do regime, como designado pelos militares de maneira “lenta, gradual e segura”. Desse modo, em agosto de 1979, assinou a Lei de Anistia Política que anulou as punições aos brasileiros feitas desde 1964. Com essa lei foram revogadas as penalidades propostas nas legislações do regime militar como o exílio,a perda de direitos políticos, as aposentadorias compulsórias, dentre outras punições. As absolvições foram concedidas tanto aos militares que atuavam em favor do regime, quanto aos demais cidadãos que se opuseram ao regime. Dessa forma, os crimes cometidos pelos agentes do regime também não poderiam ser julgados.
Além da Lei da Anistia, foi aprovada a Lei Orgânica dos Partidos que possibilitou a criação de outros partidos e, consequentemente, a extinção do bipartidarismo e dos partidos existentes durante o regime: Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Dentre alguns dos partidos criados nesse período estiveram o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Democrático Trabalhista (PDT), o partido que agregava arenista – Partido Democrático Social (PDS), e o Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) – que reunia antigos emedebistas. E, durante novembro de 1979, foram previstas eleições diretas para os governadores de Estados, e foi extinta a eleição indireta para senadores. Somente no ano de 1982 foram realizadas as eleições diretas para compor os quadros executivos dos estados e da Câmara Federal, sendo a oposição majoritariamente vitoriosa nesses pleitos. 
Economicamente, o governo do general Figueiredo foi marcado por inflação e estagnação econômica, evidenciando o colapso da política econômica do regime militar. Isso se somou à crise internacional do petróleo de 1979; para contornar essa crise a importação de petróleo foi reduzida e aumentaram-se as prospecções de busca por esse insumo. A crise econômica persistiu, e a dívida externa chegou ao índice alarmante de 61 bilhões de dólares. Em consequência da crise econômica ocorreram as demissões em massa nas fábricas do ABC paulista, acarretando nas greves de diversas categorias, destacadamente dos metalúrgicos, entre os anos de 1978 e 1979. Os líderes sindicais que atuaram nessas greves foram indiciados pela Lei de Segurança Nacional.
Eventos históricos citados no Livro
Sequestro do Embaixador Alemão
No Rio de Janeiro, no início da noite de 11 de junho de 1970, em plena época de euforia com as vitórias da seleção brasileira de futebol na Copa do México, o Mercedes-Benz que transportava o embaixador da Alemanha Ehrenfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben foi interceptado em uma rua do bairro carioca de Santa Teresa, onde ele residia.
Esse foi o terceiro de quatro sequestros que pretendiam chamar a atenção internacional para as torturas praticadas contra os presos políticos pelo regime militar instaurado em abril de 1964. O primeiro foi o do embaixador americano Charles Elbrick, em setembro de 1969. O segundo, o do cônsul japonês Nobuo Okushi, ocorreu em São Paulo, em 11 de março do ano seguinte.
Paulo Roberto Antunes, um dos protagonistas de Vidas provisórias, foi acusado de participar da ação que capturou o embaixador alemão Ehrenfried Von Holleben e provocou a morte do agente da Polícia Federal Irlando de Souza Regis, além de ter deixado outros dois agentes que faziam a proteção do diplomata feridos.
Em dezembro de 1970, Giovanni Enrico Bucher, embaixador da Suíça, foi o último diplomata sequestrado. Capturado no Rio, ele só foi libertado em janeiro do ano seguinte em troca de 70 presos políticos banidos para o Chile. Bucher se recusou a identificar seus captores.
Revolução Cubana
A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.
Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.
 
Fidel Castro era o grande opositor do governo de Fulgêncio Batista. De princípios socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros enquanto estava exilado no México.
Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as ideias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.
Com as mensagens revolucionárias, os guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia muitos camponeses e operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos, desemprego, falta de terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas baixas e o governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.
 
No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos integrantes do governo fugiram da ilha.
O governo de Fidel Castro tomou várias medidas em Cuba, como, por exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistemas de educação e saúde. O Partido Comunista dominou a vida política na ilha, não dando espaço para qualquer partido de oposição.
Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética dentro do contexto da Guerra Fria.
Golpe de 1937
O período autoritário que ficou conhecido como Estado Novo teve início no dia 10 de novembro de 1937 com um golpe liderado pelo próprio presidente Getúlio Vargas e apoiado, entre outros, pelo general Góes Monteiro. Para que ele fosse possível, foi preciso eliminar as resistências existentes nos meios civis e militares e formar um núcleo coeso em torno da idéia da continuidade de Vargas no poder. Esse processo se desenvolveu, principalmente, ao longo dos anos de 1936 e 1937, impulsionado pelo combate ao comunismo e por uma campanha para a neutralização do então governador gaúcho Flores da Cunha, considerado, por seu poder político e militar, um obstáculo ao continuísmo de Vargas e à consolidação de um Exército forte, unificado e impermeável à política.
O Estado Novo foi um período autoritário da nossa história, que durou de 1937 a 1945. Foi instaurado por um golpe de Estado que garantiu a continuidade de Getúlio Vargas à frente do governo central, tendo a apoiá-lo importantes lideranças políticas e militares. Para entender como foi possível o golpe, eliminando-se as suas resistências, é preciso retroceder ao ano de 1936.
A Constituição de 1934 determinava a realização de eleições para presidente da República em janeiro de 1938. Com isso, desde 1936 a sucessão presidencial tomou conta da cena política, embora Vargas procurasse adiar e esvaziar o debate. Armando de Sales Oliveira, governador de São Paulo, lançou-se candidato pela oposição depois de tentar, sem sucesso, atrair o apoio das forças situacionistas. Estas, por sua vez, apresentaram o nome do paraibano José Américo de Almeida. Além dos dois, outro pretendente à presidência foi Plínio Salgado, líder da Ação Integralista Brasileira (AIB).
A campanha sucessória desenrolou-se em meio a um quadro repressivo, de censura e restriçãoda participação política, resultado do estado de guerra decretado no país em março de 1936 com a justificativa de combater o comunismo. Os instrumentos de força criados para reprimir a ação comunista terminaram sendo utilizados também contra antigos aliados de Vargas contrários ao continuísmo, enfraquecendo-os ou neutralizando-os. Desse modo, as resistências políticas ao golpe foram sendo progressivamente minadas. O combate ao comunismo serviu igualmente para alijar setores militares contrários ao projeto de Góes Monteiro de construção de um Exército forte, unificado e isento de influências políticas.
Além da repressão ao comunismo, outro meio pelo qual se afirmou a hegemonia do grupo de Góes Monteiro foi a ação contra o governador gaúcho Flores da Cunha. Flores era visto como um obstáculo, uma vez que desde de 1935 vinha se intrometendo em assuntos militares, explorando e alimentando cisões no seio das Forças Armadas. Essa sua ação pesou, inclusive, na própria saída de Góes Monteiro do Ministério da Guerra, naquele ano. E a ameaça representada pelo governador era ainda maior pelo fato de ele ter sob seu comando uma poderosa Brigada Militar, bem armada e numerosa.
Foi a investida contra Flores da Cunha que reaproximou o grupo de Góes de Vargas. Também para Getúlio o governador gaúcho, com sua força política e militar, e sua oposição ao continuísmo repetidas vezes manifestada, representava uma ameaça. Assim, ao mesmo tempo em que se abria a discussão sobre a sucessão presidencial, punha-se em prática um plano elaborado por Góes Monteiro, com o apoio do presidente da República, para a desarticulação de Flores.
O final do ano de 1936 foi marcado por importantes mudanças tanto nos meios políticos quanto nos militares. Na política, as forças se realinharam e trocaram de posição de acordo com suas orientações estratégicas, preparando-se para o embate da sucessão que se avizinhava. Diversas substituições foram feitas nos comandos militares do Sul visando a uma maior eficácia na ação contra o governador gaúcho. Passo importante nesse sentido foi dado com a substituição do ministro da Guerra João Gomes, reticente à intervenção no Rio Grande, pelo general Eurico Gaspar Dutra.
Ao longo de 1937, o processo eleitoral foi sofrendo um progressivo esvaziamento. A própria candidatura situacionista perdeu gradativamente consistência. José Américo de Almeida não obteve em nenhum momento o apoio de Vargas que, ao contrário, fez o possível para esvaziá-lo. Mais do que isso, procurando marcar sua diferença em relação a Armando Sales, que se apresentava como oposição, José Américo passou a sustentar um discurso mais radical que seu concorrente e com um forte apelo popular. Acrescente-se ainda o fato de que, preocupando-se excessivamente com o Norte, José Américo provocou um deslocamento progressivo de outras forças regionais que o apoiavam. Até mesmo o governador mineiro Benedito Valadares, que havia garantido seu lançamento como candidato, a partir de fins de setembro tornou-se defensor da idéia de retirada das candidaturas e de uma reforma constitucional visando à prorrogação dos mandatos.
Outro importante elemento de esvaziamento da campanha sucessória foi o cerco promovido por Vargas em torno de alguns focos regionais de resistência ao continuísmo. Em Pernambuco, o governador Lima Cavalcanti foi acusado publicamente de envolvimento com o comunismo, abrindo-se em seu partido uma dissidência liderada pelo ministro Agamenon Magalhães, que disputava a liderança no estado. Na Bahia, governada por Juraci Magalhães, começavam a circular boatos de uma intervenção federal. No Rio Grande do Sul, o general Góes Monteiro preparava-se para derrubar militarmente Flores da Cunha. Para tanto, mudanças fundamentais foram efetuadas nos comandos militares a partir de junho de 1937. O general José Pessoa que, juntamente com Valdomiro Lima, mostrara-se contrário à intervenção no Sul, foi substituído no cargo de inspetor do comando do distrito da Artilharia de Costa. Valdomiro Lima foi preterido na chefia do Estado-Maior do Exército em favor de Góes Monteiro. O general Lúcio Esteves, por sua vez, foi substituído pelo general Daltro Filho no comando da 3ª Região Militar, no Rio Grande do Sul.
Entrava na sua reta final o projeto golpista. No mês de setembro, de modo significativo, o governo realizou antecipadamente as cerimônias de rememoração das vítimas da revolta comunista de novembro de 1935. Alguns dias depois, o Ministério da Guerra divulgou o que ficou conhecido como Plano Cohen, um documento forjado que relatava a preparação de uma nova ofensiva comunista. Essa foi a base para que o governo pedisse ao Congresso o retorno ao estado de guerra, que havia sido momentaneamente suspenso.
Vendo-se cercado e perdendo o controle de sua Brigada Militar, que foi federalizada, Flores da Cunha terminou por renunciar ao governo gaúcho. Em 10 de novembro de 1937 o Congresso Nacional foi cercado por tropas da Polícia Militar e fechado. No mesmo dia Vargas anunciou pelo rádio à nação o início de uma nova era, orientada por uma nova Constituição elaborada por Francisco Campos. Começava ali o Estado Novo.
Segunda Guerra Mundial 
A Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, é assim chamada por ter se tratado de um conflito que extrapolou o espaço da Europa, continente dos principais países envolvidos. Além do norte da África e a Ásia, o Havaí, território estadunidense, com o ataque japonês a Pearl Harbor, foi também palco de disputas territoriais e ataques inimigos.
Compreender o que levou à eclosão do conflito implica lembrar as consequências da Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, culminando com a derrota alemã e a assinatura, entre as potências europeias envolvidas, do Tratado de Versalhes, que, culpando a Alemanha pela guerra, declarou a perda de suas colônias e forçou o desarmamento do país. Diante desse quadro, o país derrotado enfrenta grande crise econômica, agravada pela chamada Crise de 1929. Iniciada nos Estados Unidos da América, que ao fim da Primeira Guerra tinham se estabelecido como a grande economia mundial e financiador da reconstrução da Europa devastada pela guerra, entraram em colapso econômico, levando consigo as economias de países dependentes da sua e agravando as dificuldades econômicas na Europa.
O agravamento da crise econômica aumentou o sentimento de derrota e fracasso entre alemães e alemãs, que viram nos ideais do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o Partido Nazista, a saída para a situação enfrentada pelo país. A frente do Partido, fundado em 1920, estava Adolf Hitler, que chegou ao poder em 1933, defendendo ideias como a da superioridade do povo alemão, da culpabilização dos judeus pela crise econômica e da perseguição, isolamento e eliminação dos mesmos e de outros grupos como ciganos, homossexuais e deficientes físicos e mentais. Pregava ainda a teoria do espaço vital (Lebensraum), a qual defendia a unificação do povo alemão, então, disperso pela Europa e seria utilizada como justificativa para o expansionismo nazista.
Também na Itália a crise econômica do Período Entreguerras foi aproveitada por um grupo político antiliberal e anticomunista, que via na formação de um Estado forte a solução para os problemas econômicos e sociais. Tal grupo organizou-se como Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que em 1922 foi nomeado primeiro-ministro pelo rei Vítor Emanuel III. Mussolini, chamado pelos italianos de duce, combateu rivais políticos e defendeu a expansão territorial italiana, culminando na invasão da Etiópia em 1935 e na criação da chamada África Oriental Italiana, anexada à Itália.
 
Sequestro do Embaixador Americano 
No dia 4 de setembro de 1969, militantes de duas organizações que se propunham a derrubar a ditadura através da luta armada, a Ação Libertadora Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), capturaram o embaixador dos Estados Unidos numa rua do bairro de Botafogo, no Rio, exigindo a libertação de 15 presos políticos e a divulgaçãodo manifesto abaixo como condição para a devolução do diplomata. Foi a mais espetacular ação da guerrilha urbana, que se iniciara timidamente em 1968 e ganhara enorme impulso depois do AI-5. O governo atendeu às reivindicações dos revolucionários: os presos políticos foram enviados para o México e o manifesto foi publicado nos principais jornais e divulgado em todas as rádios e televisões. Libertado o embaixador, seguiu-se feroz repressão, que levou em novembro do mesmo ano ao assassinato de Carlos Marighella. líder da ALN e principal dirigente da luta armada contra a ditadura.
“Grupos revolucionários detiveram hoje o sr. Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum lugar do país, onde o mantêm preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, nos quais se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; ocupação de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvê-los à luta do povo; explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores.
 
OBAN
Na presença do governador de São Paulo, Abreu Sodré, e dos comandantes locais da Marinha e da Aeronáutica, o comandante do 2° Exército, general José Canavarro Pereira, lança a Operação Bandeirante – Oban, que viria a ser o maior centro de tortura e assassinatos na ditadura.
A Oban foi criada para centralizar as investigações e o desmantelamento das organizações de esquerda – armadas ou não –, sob direção do Centro de Informações do Exército (CIE). O objetivo era dar mais eficiência à repressão, coordenando os diversos aparelhos policiais (militares e civis) e as Forças Armadas.
O projeto do general Canavarro Pereira foi financiado por grandes empresários de São Paulo e empresas multinacionais, com apoio da Federação das Indústrias (Fiesp). Há registros de contribuição financeira e apoio material por parte de bancos como o Bradesco e Mercantil de São Paulo, das automobilísticas Ford e GM e dos grupos Ultra (Ultragás) e Folha, que emprestava carros de entrega de jornais para camuflagem dos agentes da Oban. 
O governador Abreu Sodré cedeu a 36ª delegacia policial, na esquina das ruas Tutóia e Tomás Carvalhal, bairro do Paraíso, para sediar o centro de torturas. Colocou à disposição da operação policiais militares, delegados, agentes e escrivães da Polícia Civil. O prefeito Paulo Maluf mandou asfaltar o pátio da delegacia e as ruas de acesso. O comandante da Oban era o major Waldyr Coelho, mas o torturador mais famoso, em sua primeira fase, foi o delegado do Dops Sérgio Paranhos Fleury. 
O órgão serviria de modelo para a posterior criação dos Destacamentos de Operações de Informação – Centros de Operações de Defesa Interna, os DOI-Codi. Ele substituiriam a Oban em São Paulo e se converteriam nos centros do terror do Estado no Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Belém, Fortaleza e Porto Alegre.
Passeata dos Cem mil
O dia 26 de junho de 1968 foi marcado por um dos acontecimentos mais importantes da História do nosso país: a Passeata dos 100 mil, a manifestação popular de protesto contra a Ditadura Militar no Brasil, ocorrida nas ruas do centro do Rio de Janeiro. Esta manifestação foi organizada pelo movimento estudantil e contou com a participação de intelectuais, artistas e demais setores da sociedade brasileira.
Desde 1967, o movimento estudantil era a principal forma de oposição ao regime militar e, nos primeiros meses de 1968, vários protestos foram violentamente reprimidos. Além de se manifestar contra a ditadura militar, o movimento estudantil manifestava contra a política educacional adotada pelo governo, que tendia à privatização.
As prisões e outras ações arbitrárias eram as marcas da atitude do governo militar com relação aos crescentes protestos dos estudantes. Essa repressão atingiu o seu auge no final de março de 1968, com a invasão do restaurante universitário “Calabouço”, onde estudantes protestavam contra o aumento do preço das refeições. Durante a invasão, o secundarista Edson Luís de Lima Souto, de 18 anos, foi morto com um tiro à queima roupa, pelo comandante da tropa da PM, aspirante Aloísio Raposo.
Este fato comoveu e acirrou os ânimos em todo o país. Nos dias seguintes, aconteceram manifestações no centro da cidade do Rio de Janeiro, todas elas violentamente reprimidas, até culminar na missa da Candelária, em 4 de abril, quando soldados a cavalo atacaram estudantes, repórteres, padres e populares. No início de junho daquele mesmo ano, o movimento estudantil começou a organizar mais manifestações públicas, inclusive em outros estados, onde o movimento aumentava o seu nível de organização e mobilização.
Na manhã do dia 26 de junho de 1968, as ruas da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, já eram tomadas pelos participantes do ato político. A marcha teve início às 14 horas, com aproximadamente 50 mil pessoas presentes. Cerca de uma hora depois, esse número havia dobrado, chegando aos 100 mil manifestantes. Além dos estudantes, a manifestação contou com a participação de artistas, intelectuais, políticos e outros segmentos da sociedade civil brasileira, tornando-a uma das mais expressivas manifestações populares da história da República do Brasil.
Com uma enorme faixa à frente, onde se lia “Abaixo a Ditadura. O Povo no poder”, a passeata durou três horas, encerrando-se em frente à Assembléia Legislativa, sem confrontos com a polícia que acompanhou o protesto durante o seu percurso. As manifestações cresceram, sendo cada vez mais fortemente reprimidas, com a prisão e morte de vários estudantes. A repressão foi coroada com a decretação do AI-5, em 13 de dezembro daquele mesmo ano.
Queda de Ibiúna
Cerca de mil estudantes haviam comparecido ao 30º Congresso da UNE. O encontro acontecia num sítio, na cidade de Ibiúna, localizada a 70 km de São Paulo.
Com poucos alojamentos, sem muita estrutura, muitos estudantes dormiam no chão de barro, em barracas improvisadas, em meio à lama, por causa do tempo chuvoso.
A luta pela presidência estava especialmente acirrada. Vladimir Palmeira apoiava José Dirceu, ex-presidente da UEE de São Paulo. Luiz Travassos dava sustentação à Jean Marc, ex-presidente do centro acadêmico da Faculdade de Química da UFRJ.
De acordo com Franklin Martins, a linha de Travassos seria derrotada, como já vinha acontecendo na maioria dos congressos regionais.A UNE está sem qualquer organização real e isso já vinha de antes dos tempos do Travassos. Ela não é respeitada em diversos estados importantes. Acreditamos que o José Dirceu possa lhe dar a mesma organização que promoveu a UEE de São Paulo, onde esmagou a corrente travassista representada por Catarina Meloni, declarou, conforme matéria da Revista Veja.
Porém, a polícia ficou sabendo da localização do Congresso, planejando a invasão ao sítio bem cedo pela manhã, antes que houvesse a realização da eleição. Inúmeros soldados da PM e do DOPS chegaram atirando com balas de festim.
Muitos universitários ainda dormiam nas barracas, outros tomavam café, todos foram pegos de surpresa. Não houve resistência.
Revolução Dos Cravos
A Revolução Dos Cravos foi o movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, e ocorreu no ano de 1974, de forma a estabelecer liberdades democráticas, com o intuito de promover transformações sociais no país.
Após o golpe militar de 1926, foi estabelecida uma ditadura no país. Em 1932, Antônio de Oliveira Salazar tornou-se o primeiro-ministro das finanças e ditador. Salazar instaurou então um regime inspirado no fascismo italiano, cujas liberdades de reunião, de organização e de expressão foram suprimidas com a Constituição de 1933. O movimento representou aos portugueses: democratização, descolonização e desenvolvimento. A revolta militar foi uma consequência dos 13 anosde guerra colonial, na qual os portugueses enfrentaram os movimentos de libertação nas suas colônias: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
No ano de 1968 o ditador sofreu um derrame cerebral, que resultou em sua substituição por seu ex-ministro Marcelo Caetano, que deu continuidade à sua política. No entanto, a decadência econômica que o país sofreu, em conjunto com o desgaste com a guerra colonial, provocou descontentamento na população e nas forças armadas, o que resultou na aparição de um movimento contra a ditadura.
No dia 25 de abril de 1974, explodiu a revolução. A senha para o início do movimento foi dada à meia-noite através de uma emissora de rádio, a senha era uma música proibida pela censura, “Grândula Vila Morena”, de Zeca Afonso. Os militares fizeram com que Marcelo Caetano fosse deposto. Ele acabou fugindo para o Brasil. A presidência de Portugal foi assumida pelo general António de Spínola. A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura de 48 anos, e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento, dando origem ao nome “Revolução dos Cravos”.
Regime dos coronéis
Em 25 de novembro de 1973, na Grécia, uma junta militar comandada pelo brigadeiro Dimitrios Ioannidis, chefe da polícia grega, derrubou o governo ditatorial do general Giorgios Papadópoulos. O país, governado pelos coronéis desde 1967, levantou-se no final daquele mês contra a junta militar. Logo em seguida, uma nova junta derrubou a anterior e o general Phaedon Gizikis assumiu o poder. No entanto, o fim da ditadura militar só ocorreria em julho de 1974, durante os distúrbios provocados pela invasão do Chipre pela Turquia.
Na manhã do dia 21 de abril de 1967, um golpe militar instaurou uma ditadura pró-americana, consagrada pela história como o “Regime dos Coronéis” – uma série de governos militares que chefiaram o país durante o período 1967-1974. O regime bloqueou a evolução política e isolou a Grécia da Europa.
Poucas semanas antes das eleições gerais programadas para 1967, um grupo de oficiais direitista do exército grego, liderados pelo então coronel Papadópoulos, pelo coronel Nikolaos Makarezos, pelo general Stylianos Pattakos e respaldado por um “Conselho Revolucionário”, assumiu o poder em um golpe de Estado. O levante obedecia estritamente um certo “Plano Prometheus” que, na realidade, era preparado pela Otan para a eventualidade de uma séria “desordem interna” na Grécia.
A justificativa oficial para o golpe de Estado era que uma “conspiração comunista” havia infiltrado a burocracia estatal, a academia, a imprensa e mesmo os militares, numa extensão tamanha que uma “ação drástica se tornara necessária para proteger a nação contra uma tomada de poder pelos marxistas”.
Os coronéis haviam-se preparado para tomar o poder de assalto, valendo-se da surpresa e da confusão. Pattakos era o comandante de blindados baseado em Atenas. Os tanques foram colocados em posições estratégicas na capital grega, tomando o controle da cidade. Ao mesmo tempo, um grande número de unidades móveis foi deslocado para prender os principais líderes políticos e as autoridades governamentais mais importantes, além de muitos cidadãos comuns suspeitos de “simpatias esquerdistas”.
Um dos primeiros a ser preso foi o tenente-general Giorgios Spantidakis, Comandante-em-Chefe do exército grego e notório adversário dos golpistas. Spantidakis sabia quem eram os conspiradores e, a exemplo de seus adversários, também trouxe alguns comandantes a Atenas para preparar outro golpe que evitasse a muito provável vitória de Giorgios Papandreou nas eleições que se aproximavam.
Os coronéis foram bem-sucedidos em convencer Spantidakis a se juntar a eles, à última hora, e a emitir ordens desencadeando o plano de ação. A tropa sob o comando de Papadópoulos ocupou o Ministério da Defesa, enquanto Pattakos tomou o controle dos centros de comunicação, do parlamento, do palácio real e, seguindo uma lista detalhada, prendeu mais de 10 mil pessoas.
Uma vez que as ordens vinham de uma fonte legal, os comandantes e as unidades não envolvidas na conspiração passaram automaticamente a obedecê-la. Durante o primeiro dia, muitos dos presos foram levados ao Hipódromo. Alguns deles, como Panagiotis Elis, foram executados a sangue frio por jovens oficiais. As lideranças políticas, como o primeiro-ministro Panagiotis Kanellopoulos, foram presas.
Em 1974, a ditadura, já incapaz de controlar a crise cipriota com os turcos, deixou o governo. O ex-primeiro-ministro Konstantinos Karamanlis, exilado em Paris, retornou à Grécia para restabelecer a democracia. Seria eleito presidente em 1980 e faria seu país ingressar na Comunidade Europeia.
Em 1969, o cineasta grego Costa-Gavras, na altura com 29 anos e exilado, rodou em Paris o filme “Z”, estrelado por Yves Montand, Irene Papas e Jean Louis Trintignant, que retrata o clima vivido no país nos momentos logo antes da Ditadura dos Coronéis.
Golpe de 1964
Na madrugada do dia 31 de março de 1964, um golpe militar foi deflagrado contra o governo legalmente constituído de João Goulart. A falta de reação do governo e dos grupos que lhe davam apoio foi notável. Não se conseguiu articular os militares legalistas. Também fracassou uma greve geral proposta pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) em apoio ao governo. João Goulart, em busca de segurança, viajou no dia 1o de abril do Rio, para Brasília, e em seguida para Porto Alegre, onde Leonel Brizola tentava organizar a resistência com apoio de oficiais legalistas, a exemplo do que ocorrera em 1961. Apesar da insistência de Brizola, Jango desistiu de um confronto militar com os golpistas e seguiu para o exílio no Uruguai, de onde só retornaria ao Brasil para ser sepultado, em 1976.
 
Antes mesmo de Jango deixar o país, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, já havia declarado vaga a presidência da República. O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu interinamente a presidência, conforme previsto na Constituição de 1946, e como já ocorrera em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros. O poder real, no entanto, encontrava-se em mãos militares. No dia 2 de abril, foi organizado o autodenominado "Comando Supremo da Revolução", composto por três membros: o brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica), o vice-almirante Augusto Rademaker (Marinha) e o general Artur da Costa e Silva, representante do Exército e homem-forte do triunvirato. Essa junta permaneceria no poder por duas semanas.
Nos primeiros dias após o golpe, uma violenta repressão atingiu os setores politicamente mais mobilizados à esquerda no espectro político, como por exemplo o CGT, a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas e grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Milhares de pessoas foram presas de modo irregular, e a ocorrência de casos de tortura foi comum, especialmente no Nordeste. O líder comunista Gregório Bezerra, por exemplo, foi amarrado e arrastado pelas ruas de Recife. 
Golpe militar Chileno
O golpe militar chileno foi um dos acontecimentos políticos mais importantes da história chilena e latino-americana da segunda metade do século XX. O golpe, liderado pelo general de extrema-direita Augusto Pinochet, teve aprovação da burguesia e apoio financeiro dos Estados Unidos, ocorreu em 11 de setembro de 1973 e destitui, violentamente do poder, o presidente socialista Salvador Allende.
Não se pode compreender a dimensão do golpe sem conhecer previamente a situação política, econômica e social do Chile naquele período. Este país, desde 1830 gozava de uma atividade política e eleitoral democrática até o golpe de 1973. Com a chegada do século XX, o Chile consolidou-se como um Estado democrático parlamentar, com uma aliança de classes no poder sob a hegemonia da burguesia industrial e com uma pequena participação das camadas médias e do movimento operário.
É em 1970 que esse cenário começou a ganhar novos traços, com osurgimento e vitória do candidato da Unidade Popular o socialista Salvador Allende, o Chile elegia democraticamente, pela primeira vez na história mundial, um presidente socialista que tinha como proposta o projeto de transição pacífica para o socialismo, que ficou conhecido como via chilena ao socialismo. Este projeto buscava a implementação de um governo socialista através de meios pacíficos, a partir das estruturas democráticas, assegurando a liberdade e respeitando a constituição.
Allende venceu as eleições e chegou à presidência em meio a uma crise econômica; e com seus objetivos anticapitalistas o governo enfrentou esse momento de instabilidade com métodos tradicionais. Durante o primeiro ano de governo, Allende avançou na estatização de setores chave da economia como a mineração de cobre, sistema bancário, setor petroleiro entre outros além do início da reforma agrária.
Porém esse governo de caráter socialista não agradou à burguesia chilena, nem ao governo dos Estados Unidos que estabeleceu, em 1971, um bloqueio econômico informal ao Chile, fazendo com que a crise se intensificasse. Então um período de caos se estabeleceu no país, sem conseguir produzir suficientemente para toda nação, bens de primeira necessidade e sem poder importar parte desses produtos, uma vez que o Chile era historicamente dependente das importações estadunidenses, o país viu crescer o mercado negro de alimentos e a falta desses produtos atingiu mais as classes mais pobres do que a burguesia, que apoiada nos EUA tinha acesso aos produtos através do mercado ilegal.
Foi neste momento que a burguesia, outrora classe dominante do cenário político, usou essa instabilidade a seu favor, que apoiada na força política e econômica tanto nacional quanto internacional inicia uma contra ofensiva ao governo. Em 1972 intensifica-se a mobilização das camadas médias juntamente com alguns oficiais das Forças Armadas chilenas; é também nesse período que ganha força política a organização fascista Patria y Libertad (braço paramilitar de extrema direita do golpe formada pela classe média alta que promovia boicotes e saia às ruas e usava violência para protestar contra Allende). Entre agosto e outubro desse mesmo ano, a oposição tinha criado um plano de desobediência civil que desestabilizou o governo, a sabotagem mais impactante foi a greve de 9 de setembro, financiada pelos EUA, feita pelos proprietários de caminhões que impediu o plantio da safra de 1972/73.
O governo respondeu à crise de forma defensiva, constituiu um gabinete cívico-militar que foi uma tentativa de obter o apoio das Forças Armadas. A maioria da população mais pobre e os trabalhadores continuaram apoiando Allende, e organizavam-se para que a pouca comida pudesse chegar a todos. Operários continuavam seus trabalhos nas fábricas, porém todo esse esforço para ajudar o país e o presidente não conseguiu sustentar-se por muito tempo.
A primeira tentativa de golpe aconteceu em 29 de junho de 1973, mas ainda não era uma ação articulada globalmente com todas as forças políticas, militares e sociais que participavam do plano oposicionista; isso tornou possível ao governo de Allende neutralizar a ação com a ajuda do general Prats, o último oficial legalista das Forças Armadas. A oficialidade golpista tratou de articular um plano de desprestígio a Prats que o levou a renunciar seu cargo de comandante-chefe das Forças Armadas, uma vez que viu-se isolado; Allende promove então o general Augusto Pinochet ao cargo que foi de Prats.
Ao observar a situação política do país, Allende percebeu que seu projeto socialista deixava de ser uma alternativa política para o Chile, então entendeu que havia duas opções para o país, o golpe militar ou a volta da democracia burguesa personificada pela Democracia Cristã – partido político composto pela burguesia industrial e apoiado pelas classes alta e média chilenas. Preferindo sempre a via constitucional Allende projetou convocar um plebiscito em que a população votaria por sua continuidade no governo ou não, caso perdesse, passaria a presidência ao presidente do senado, Eduardo Frei da Democracia Cristã. Allende faria o anuncio público do plebiscito na noite de 11 de setembro; o erro do presidente foi ter consultado Pinochet sobre o discurso. Em posse desta informação Pinochet mobiliza as forças oposicionistas e antecipa o golpe.
Em 11 de setembro de 1973, Santiago – capital política e econômica do Chile – amanheceu aos ruídos de aviões que sobrevoam o centro da capital, o palácio presidencial da Moneda foi cercado por tanques das Forças Armadas. Salvador Allende fez apelos a população contra o golpe, mas horas depois percebeu que pedir resistência ao povo chileno custaria muitas vidas. Fez seu último discurso ao povo na rádio da Central Única dos Trabalhadores – única não tomada pelos militares – onde afirmava que “as grandes alamedas por onde avançará o povo chileno voltarão abrir-se cedo ou tarde” e anunciava que caberia às novas gerações de chilenos desbravar estes caminhos.
Marcha da Vitoria
A Marcha da Vitória foi uma manifestação pública de apoio ao Golpe de 1964 que ocorreu em 2 de abril de 1964. Reunindo 1 milhão de pessoas no Rio de Janeiro, o evento relaciona-se à Marcha da Família com Deus pela Liberdade que, em 19 de março, havia demonstrado o desejo de grupos de classe média e alta quanto à retirada de João Goulart do poder.
Em 2 de abril de 1964, cerca de 1 milhão de pessoas foram às ruas no Rio de Janeiro em apoio a chegada dos militares ao poder. No Jornal O Globo, de 3 de abril de 1964, o medo do comunismo, propagado pelas potências capitalistas durante todo o século XX, se mostra presente em declaração dada pelo jornal na tentativa de elucidar os fatos que ocorriam naquele contexto: "O Brasil estava sendo destruído para que, sobre seus escombros, viesse a erguer-se uma ditadura do tipo cubano. Disposto a apressar a conquista do Poder, os comunistas que orientavam e controlavam o Governo já não se detinham diante de coisa alguma." 
Governo João Goulart 
O governo de João Goulart foi um dos mais atribulados da história da República Brasileira, pois foi marcado por conspirações militares, desajuste econômico com altíssima inflação, tentativa de aplicação de reformas de base, aproximação com as esquerdas que almejavam a via revolucionária, entre outros acontecimentos. João Goulart esteve no poder de setembro de 1961 a abril de 1964, mês em que foi efetivamente afastado do poder por uma articulação civil-militar. Esse evento foi denominado por alguns como “Golpe de 1964” e por outros como “Revolução de 1964”.
De agosto para setembro de 1961, ocorreu a renúncia do presidente Jânio Quadros, que protagonizara um governo permeado de excentricidades. O vice-presidente eleito, João Goulart, deveria, de pronto, assumir a presidência do país. Entretanto, Goulart (também conhecido pelo apelido Jango) encontrava-se, nessa ocasião, na República Popular da China, que então já era uma ditadura de viés comunista. Representantes de setores civis e militares do Brasil acreditavam que a volta de Goulart para assumir o poder resultaria na brecha para que houvesse uma revolução comunista em solo brasileiro.
Antes de Goulart conseguir voltar ao Brasil, a chefia do país foi confiada a Ranieri Mazzilli, então presidente da Câmara dos Deputados. Nessa ocasião, houve a chamada “Batalha da Legalidade”, isto é, enquanto alguns ministros militares, contrários à posse de Jango, queriam vetar sua volta ao Brasil, outros militares, como o general Machado Lopes, queriam garantir a posse. Leonel Brizola (à época governador do Rio Grande do Sul e cunhado do presidente) articulou-se com militares que também queriam a posse de Jango, criando um esquema de proteção em torno da figura do presidente. A solução para esse impasse foi dada pelo Congresso Nacional, ao transformar o regime presidencialista em parlamentarista.
Com o regime parlamentarista, Goulart ficou com força política restrita, mas acabou sendo empossado presidente em 07 de setembrode 1961. O ano seguinte, 1962, foi marcado pela realização das eleições para os Estados e para o Congresso e, junto a elas, a acentuação das divergências políticas, que se concentravam tanto nos principais partidos, PSD, PTB e UDN, quanto em outras organizações, como a Escola Superior de Guerra (ESG) e a UNE (União Nacional dos Estudantes). Em 1963, ocorreu a volta ao regime presidencialista por meio de um plebiscito que indagava os cidadãos a respeito do “sim” ou do “não” ao regime em voga. Cerca de 9,5 milhões, de quase 12,5 milhões de pessoas que voltaram, disseram não, e Goulart voltou a ter o poder centralizado no Executivo.
O governo de Goulart procurou compor um quadro administrativo com nomes como San Tiago Dantas, Celso Furtado, Almino Afonso e Amauri Kruel. Com essa organização, o governo procurou promover um plano trienal para combater a inflação e acelerar o crescimento econômico. Entretanto, o governo enfrentava também outros problemas, como as ondas de greves e as insubordinações militares. Além disso, houve a tentativa de promoção das Reformas de Base, como a Reforma Agrária, tentativa essa que atraiu a atenção das camadas revolucionárias da esquerda, que viam nas reformas a possibilidade de radicalização. Atraiu também a atenção de militares e civis conservadores que se colocavam veementemente contra.
Morte de Getúlio Vargas
Em 1950 Getúlio Vargas retorna à presidência da República através da aprovação pelo voto direto. Diferentemente dos quinze anos que já ocupara a cadeira de presidente, desta vez chegava ali de forma democrática e em um cenário completamente novo do encarado durante o Estado Novo. O Brasil era uma democracia e com ela vinham todos os trâmites e disputas políticas próprias do sistema.
O Congresso Nacional não era composto exclusivamente por aliados de Vargas, tendo em suas bancadas aqueles políticos que formavam uma oposição aos ideais nacionalistas do Presidente.
Ações de Vargas como, por exemplo, a criação da Petrobras em 1953 com a campanha “O Petróleo é nosso” desagradou profundamente uma parcela importante do empresariado brasileiro, pois a ideia de uma empresa completamente Estatal não condizia com os rumos que esse setor pensava para a economia brasileira. Diante disso a oposição no Congresso se intensifica. Outra medida considerada populista pela oposição foi o aumento do salário mínimo em 100%, claramente também desagradou o setor empresarial.
 Primeiro Ato Institucional
O Ato Institucional Nº 1 (AI-1), foi publicado em 9 de abril de 1964, poucos dias após o golpe que levou à destituição do presidente João Goulart e colocou no poder as Forças Armadas. Passou a ser assim chamado, AI-1, após a edição do AI-2. 
Em seu preâmbulo, o AI-1 defende o golpe, denominado no documento como sendo uma "revolução" que representou não o interesse de um grupo, mas de toda a Nação. Declara o Poder Constituinte da "revolução vitoriosa" que, a partir dali, destituía o governo anterior e constituía um novo governo com base na edição de normas jurídicas que não se limitariam à Constituição vigente, a de 1946. 
Também se colocavam como representantes do povo na sua "quase totalidade" para operar a "obra de reconstrução econômica, financeira, política e moral do Brasil", visando a restauração da ordem interna e do prestígio internacional do país. Para isso, o AI-1 se colocaria como instrumento não de radicalização, mas de garantia dos poderes necessários ao Executivo para realizar as mudanças propostas e "drenar o bolsão comunista", já presente em todas as esferas da administração pública e, por isso, não precisaria ser legitimado pelo Congresso, visto pelos militares como um dos lugares em que a esquerda já tinha representantes.
No corpo do texto, o AI-1 determinava a manutenção das Constituições vigentes, mas mudava as eleições presidenciais para o dia 11 de abril cujo mandato duraria até 31 de janeiro de 1966. Essa eleição seria realizada a partir de maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional na primeira votação, e caso não houvesse quórum, seria considerada a maioria simples dos votos. Nessa ocasião, foi eleito o general Castelo Branco.
Ato Institucional Número Dois 
 O Ato Institucional nº 1 (AI-1) foi a primeira modificação na Constituição federal promovida pelos militares que chegaram ao poder através do Golpe de 1964. Entretanto, ainda demonstrava que a Constituição de 1946 seria mantida, o que não durou muito, pois a edição do Ato Institucional nº 2 (AI-2) enterrava a Constituição ao revelar a intenção de continuidade dos militares no poder. 
Assim como no preâmbulo do AI-1, o AI-2 colocou as mudanças operadas na Constituição Federal como sendo realizadas pelo Poder Constituinte, exercido pelos militares, mas emanado do povo. Reafirmou que as normas editadas pelos militares estavam acima das normas anteriores e que a revolução continuaria. 
Através do AI-2, os militares declararam que o governo e João Goulart queriam "bolchevizar" o país (em referência à Revolução Russa de 1917 cujo grupo vencedor foram os bolcheviques, que possuíam orientação socialista). Dessa forma, a persistência de partidários do governo anterior estaria a forçar os militares no sentido de providências mais duras quanto à manutenção da paz e do bem-estar supostamente promovidos pela chegada dos militares ao poder. 
Revolução Russa
Revolução Russa de 1917 foi um levante popular ocorrido na Rússia contra o governo do czar Nicolau II em plena Primeira Guerra Mundial.
Os revolucionários aboliram a monarquia e implantaram um regime de governo baseado em ideias socialistas.
Na Rússia, durante o século XIX, a falta de liberdade era quase absoluta. No meio rural, os camponeses viviam submetidos à nobreza latifundiária, classe social teoricamente livre, porém que vivia subjugada pelo czar (imperador).
No campo reinava uma forte tensão social com a permanência de um sistema de produção feudal, que retardava a modernidade do país.
As reformas promovidas pelo czar Alexandre II (1855-1881) com a abolição da servidão em 1861, e a reforma agrária, pouco adiantaram para aliviar as tensões.
O regime czarista reprimia todo tipo de oposição. A Ochrana, polícia política, controlava o ensino secundário, as universidades, a imprensa e os tribunais.
Milhares de pessoas eram enviadas ao exílio na Sibéria condenadas por crimes políticos. Capitalistas e latifundiários mantinham o domínio sobre os trabalhadores urbanos e rurais.
No governo do czar Nicolau II (1894-1917), a Rússia acelerou seu processo de industrialização aliada ao capital estrangeiro. Os operários concentraram-se em grandes centros industriais como Moscou e Petrogrado.
Apesar disso, as condições de vida pioraram, com a fome, o desemprego e a diminuição dos salários. A burguesia também não era beneficiada, pois o capital estava concentrado nas mãos dos banqueiros e dos grandes empresários.
A oposição ao governo crescia. Os partidos perseguidos iam para a clandestinidade, como o Partido Social Democrata. Seus líderes, Plekhanov e Lenin, tinham que viver fora da Rússia para fugir das perseguições políticas.
As divergências de opinião fragmentaram o partido, que se dividiu em duas tendências:
Bolcheviques (maioria, em russo), liderados por Lenin, defendiam a ideia revolucionária da luta armada para chegar ao poder.
Mencheviques (minoria, em russo), liderados por Plekhanov, defendiam a ideia evolucionista de se chegar ao poder através de vias normais e pacíficas como, por exemplo, as eleições.
Em janeiro de 1905, um grupo de operários participava de um protesto pacífico em frente ao Palácio de Inverno de São Petersburgo, uma das sedes do governo. O objetivo era entregar um abaixo assinado ao czar.
A guarda do palácio, assustada com a multidão, abriu fogo matando mais de mil pessoas. O episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento e provocou uma onda de protestos em todo o país.
Diante da pressão revolucionária, o czar promulgou uma Constituição e permitiu a convocação de eleições para a Duma (Parlamento).A Rússia tornava-se assim uma monarquia constitucional, embora o czar ainda concentrasse grande poder, e o Parlamento tivesse uma atuação limitada.
Na realidade, o governo ganhou tempo e organizou as reações contra as agitações sociais e os sovietes, o que levou ao fracasso a revolução de 1905.
Durante a Primeira Guerra Mundial, como membro da Tríplice Entente, a Rússia lutou junto com a Inglaterra e a França, contra a Alemanha e a Áustria-Hungria. Com as sucessivas derrotas, a Rússia estava militarmente aniquilada e economicamente desorganizada.
Em março, o movimento revolucionário foi deflagrado. Os movimentos grevistas iniciados em Petrogrado espalharam-se por vários centros industriais e os camponeses se rebelaram.
A maior parte dos militares aderiu aos revolucionários e forçaram a abdicação do czar Nicolau II, em fevereiro de 1917.
Com a deposição do czar Nicolau II, formou-se um Governo Provisório, que passou para uma fase socialista, sob a chefia de Kerensky.
Sofrendo pressões dos sovietes, o governo concedeu anistia aos prisioneiros e exilados políticos. De volta à Rússia, os bolcheviques, liderados por Lenin e Trotsky, organizaram um congresso onde defendiam lemas como: “Paz, terra e pão” e “Todo o poder aos sovietes”.
No dia 6 de novembro, a massa operária e os camponeses, sob a liderança de Lenin, tomaram o poder. Os bolcheviques distribuíram as terras entre os camponeses e estatizaram os bancos, as estradas de ferro e as indústrias, que passaram para o controle dos operários.
Igualmente, para evitar qualquer tentativa de restauração monárquica, o czar Nicolau II e sua família foram assassinados sem qualquer tipo de julgamento em julho de 1918.
Conferência da OLAS
Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) foi uma organização criada em agosto de 1967 em Cuba, composta por diversos movimentos revolucionários e anti-imperialistas da América Latina que, em maior ou menor medida, compartilhavam as propostas estratégicas da Revolução Cubana. A proposta de criação da OLAS se realizou depois do sucesso da Primera Conferencia Tricontinental de Solidaridad Revolucionaria, na qual se reuniram mais de quinhentos delegados de organizações revolucionárias da Ásia, África e América Latina. A conferência ocorria em meio à crise dos mísseis cubana, e o objetivo era ampliar a luta contra o imperialismo norte americano e expandir a revolução. 
Em sua primeira declaração a OLAS realizou um balanço sobre as estratégias aplicadas até o momento e apostou claramente pela luta armada e pela guerra de guerrilhas como mecanismo para estender a revolução à toda América Latina. Todavia, a morte de Che Guevara na Bolívia poucas semanas depois da realização da conferência frustrou o projeto da organização de coordenar dos países andinos aos distintos movimentos guerrilheiros existentes e criar novos, ficando assim impossibilitado o objetivo marcado da OLAS. Na década de 1970 a OLAS havia se transformado em um centro de divulgação das lutas sem capacidade real de coordenação. 
Guerra do Vietnã
 
A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista.
O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista.
Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos. 
No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-americana. Mesmo com tecnologia avançada, não conseguiam vencer a experiência dos vietcongues. Para piorar a situação dos Estados Unidos, em 1968, o exército norte-vietnamita invadiu o Vietnã do Sul, tomando a embaixada dos Estados Unidos em Saigon. O Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com toda força. É o momento mais sangrento da guerra.
Rede da Legalidade
Em agosto de 1961, portanto, há quase 55 anos, o Brasil conheceu inédita campanha da legalidade em defesa da ordem jurídica vigente durante a primeira experiência de democracia ampliada a partir de 1945. Naquela oportunidade, sete anos depois de as mesmas forças do atraso terem sido derrotadas em sua tentativa golpista de romper com a ordem democrática contra o governo do presidente eleito Getúlio Vargas (1950-1954), emergiu rápida e inesperada mobilização civil e militar na defesa da posse do vice-presidente João Goulart diante da renúncia do então presidente Jânio Quadros.
A campanha da legalidade se formou em torno da Rádio Guaíba de Porto Alegre que passou a funcionar diretamente do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, acompanhada pela retransmissão de rádios como a Brasil Central, também instalada no Palácio das Esmeraldas, sede do Governo de Goiás, a Rádio Clube de Blumenau, em Santa Catarina, a Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Por meio das ondas curtas, a campanha da legalidade integrou o país e mobilizou a população, evitando o golpe que se encontrava em marcha.
Sob a liderança do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, a defesa da posse de João Goulart foi mantida, embora dias tensos tenham sido vividos com muita intensidade. Como parcela das forças do atraso, instrumentalizados por militares aliados com os Estados Unidos, somente aceitava a democracia desde que os eleitos fossem os conservadores, impediam a posse do progressista Jango.
Para romper com o golpe em marcha, o governador Brizola convocou a população que respondeu positivamente, mobilizando e ocupando as ruas em várias cidades para a defesa da democracia. A reação imediata foi a tentativa de bombardear a sede do governo gaúcho que em resposta organizou a Polícia Militar e distribui armas à população.
Guardada a devida proporção, percebe-se novamente o curso do golpe contra a ordem jurídica, que esvazia o Estado de direito nesta segunda experiência de democracia ampliada iniciada em 1985. O sequestro do ex-presidente Lula no dia 4 de março pela Polícia Federal, sob orientação de juiz federal, comprovou que as liberdades democráticas garantidas pela Constituição de 1988 estão em xeque.
No mesmo dia e em reação ao arbítrio do autoritarismo fascista emergente, o Brasil se insurgiu novamente. Uma nova campanha pela legalidade se estabeleceu, agora sob as asas das novas tecnologias de informação e comunicação que entraram em sintonia convergente com a posição de liderança do ex-presidente Lula.
A rede de informação e comunicação pela internet uniu o Brasil, quiçá o mundo, em defesa da democracia. Somente no dia 4 de março houve atos de solidariedade e luta contra o arbítrio das forças do atraso em quase 1.500 mil cidades do país e a participação de cerca de 500 mil pessoas, bem como a adesão de cerca de 2 mil novas filiações ao Partido dos Trabalhadores, sobretudo de jovens.
Este movimento imediato e espontâneo impôs limites, mas não barrou em definitivo, a marcha do golpe à legalidade democrática. Outros eventos virão, uma vez que os perdedores das eleições presidenciais em 2014 não aceitam esperar até 2018 para enfrentar nas urnas o democrático destino eleitoral. Por isso, a nova campanhapela legalidade apenas começou, com novos passos a serem engendrados absolutamente necessários para dar continuidade à jovem democracia brasileira.
Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas.
Pasquim
O Pasquim foi um semanário alternativo brasileiro, de característica paradoxal, editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991, reconhecido pelo diálogo entre o cenário da contracultura da década de 1960 e por seu papel de oposição ao regime militar. 
De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, que a princípio parecia exagerada, o semanário (que sempre se definia como um hebdomadário) atingiu a marca de mais de 200 mil em seu auge, em meados dos anos 1970, se tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro. 
Arrocho Salarial
Arrocho salarial é a consequência de uma política salarial cujos reajustes não acompanham a inflação. Pode ocorrer como política de governo ou decorrente da livre negociação entre empresas e trabalhadores. Pode atingir tanto o salário mínimo de um país como os salários acima dele
Revolução democrático – burguesa
As revoluções burguesas são movimentos sociopolíticos ocorridos entre 1640 e 1850 nos quais a sociedade aristocrática, caracterizada pela monarquia absoluta e/ou pelos títulos de nobreza, foi transformada em uma sociedade capitalista dominada pela produção mercantil liberal. Os exemplos clássicos de revoluções burguesas são a Revolução Inglesa (1640/88) e a Revolução Francesa (1789), nas quais "os mecanismos políticos, jurídicos e ideológicos de ambas garantiam, à burguesia, o desenvolvimento das relações capitalistas de produção e o exercício da dominação social e da hegemonia política sobre os demais segmentos da sociedade contemporânea".
Escravatura
No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.
Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 
 
Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.
Candidatura de Marechal Lott
Filho de Henrique Matthew Caldeira Lott (1855-1912), filho de um inglês natural de Exeter, e Maria Duffles Teixeira (1871-1941). Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde foi comandante do Batalhão Escolar em 1910. Formou-se aspirante-a-oficial na Escola Militar de Realengo, em 1914. Foi nomeado adido militar junto a embaixada brasileira em Washington, Estados Unidos. Entre 23 de dezembro de 1942 e 12 de julho de 1943, comandou a Escola de Estado-Maior 
Em 1944 chegou ao generalato. Entre dezembro desse ano e março de 1946, comandou a Infantaria Divisionária, em Santa Maria. 
Na crise de 1954 assinou o documento em que os generais, com receio de um golpe de estado devido à instabilidade política, exigiam o afastamento de Getúlio Vargas do poder em meio às inúmeras denúncias de corrupção. 
A 10 de Dezembro de 1954 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis de Portugal. 
Caracterizava-se pelos seus hábitos metódicos, pelo seu respeito à hierarquia militar e ao governo constituído. Após o suicídio de Vargas, Café Filho assumiu a presidência da República e nomeou Teixeira Lott ministro de Guerra, devido às pressões da caserna (sobretudo de oficiais generais), mas especialmente visando afastar a influência do general pró-Vargas, Newton Estillac Leal, sobre os militares. Quando Juscelino Kubitschek e João Goulart venceram as eleições presidenciais de outubro de 1955 - respectivamente para presidente e vice-presidente -, houve uma divisão das Forças Armadas, pois a chapa vitoriosa era constituída por dois candidatos getulistas, o mineiro Juscelino Kubitschek e o gaúcho João Goulart. 
Em 11 de novembro o então general Lott desencadeou o movimento militar, dito de "retorno ao quadro constitucional vigente". Houve então a declaração do impedimento do presidente em exercício, Carlos Luz (Café Filho havia sofrido um infarto e afastara-se da presidência), a entrega de seu cargo ao presidente do senado Nereu Ramos e a garantia da posse dos eleitos, em obediência à Constituição. No início de 1956, Lott continuou como ministro da Guerra no governo de JK, pois garantira a posse do presidente, mobilizando as tropas nas ruas. Foi quando recebeu uma espada de ouro da comunidade defensora da legalidade constitucional (segundo familiares e amigos próximos, Lott teria recusado a espada de ouro, ao brandir sua tradicional espada de general). Este acontecimento ficou conhecido com Movimento de 11 de Novembro. 
Distinguiu-se pelo legalismo e por suas convicções democráticas. Na eleição presidencial brasileira de 1960, o Marechal Lott, já na reserva, foi postulado candidato à Presidência da República pela coligação governista PTB/PSD que elegera JK em 1955 e dera sustentação ao governo deste e recebeu apoio de Juscelino. A campanha de Teixeira Lott foi uma das primeiras a contar com um planejamento profissional, com técnicas de marketing político importadas dos Estados Unidos. O jingle utilizado em sua campanha é considerado um dos melhores já feitos em campanhas eleitorais no Brasil.
Publicação da carta de Louis Althusser 
Gordes, 17 de Agosto de 1975
Caro amigo:
(…) Recordo-me da conversa que tivemos em Sagres, por altura da Páscoa, e não foi sem emoção que li agora as suas declarações, tão profundamente de acordo com o homem que então me falava me pareceram elas. Ouvi-o discorrer sobre a situação social e política do seu país e fiquei impressionado pela sua liberdade, pela sua franqueza e a inteligência das suas análises políticas. Você era socialista e eu comunista: nada de essencial nos separava. Lembro-me das suas reflexões: “a situação portuguesa é deveras original”, dizia-me, “e não há possibilidade de a comparar a qualquer outra; desencadeou-se um verdadeiro processo revolucionário; há lugar para esperança se todas as forças da esquerda se unirem com o MFA; mas é preciso estarmos vigilantes porque ainda não se atingiu o ponto de irreversibilidade do fascismo”.
Depois de nos termos separado, os acontecimentos precipitaram-se e as suas opiniões nunca deixaram de estar presentes no meu espírito.
Sou apenas um intelectual, precariamente informado quanto aos pormenores da vossa actual situação. Para mais, teria escrúpulos em “intervir” na política do vosso país. Contudo ao observar, aqui de França, a forma como todas as forças reaccionárias da Europa, da extrema-direita à social-democracia, desencadeiam contra a revolução portuguesa a mais gigantesca campanha de pressão, chantagem e calúnia a que se assistiu desde a guerra de Espanha, considero que um comunista pode, mesmo não sendo português, dar a conhecer a sua

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