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Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 1
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PAULO MARCOS SCHMITT
DIREITO
&
JUSTIÇA DESPORTIVA
Volume 1
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 2
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Direito & Justiça Desportiva
[Volume 1] - Edição Eletrônica 2013
Copyright ©2013. Paulo Marcos Schmitt
Email: paulomschmitt@gmail.com
Todos os direitos reservados
Capa: Natasha Sostag Meruvia
Paulo Marcos Schmitt. “Direito & Justiça Desportiva.” iBooks.
Publicado na iBookstore em 17.04.2013. Disponível em: https://itunes.apple.com/br/
book/direito-justica-desportiva/id634251949?mt=11
Ao eterno mestre e saudoso amigo Marcílio Cesar Ramos Krieger. Aos meus queridos
irmãos e amigos que também se foram desta vida, Kelson Roberto Schmitt, e Ismar
Lombardi.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 3
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SOBRE O AUTOR
PAULO MARCOS SCHMITT1
Membro Comissão Estudos Jurídicos – Ministério do Esporte – CNE
Procurador-Geral STJD do Futebol
Presidente STJD Judô
Assessor Jurídico da Confederação Brasileira de Basketball
Assessor Jurídico Confederação Brasileira de Ciclismo
Assessor Jurídico da Confederação Brasileira de Ginástica
Consultor da Confederação Brasileira de Handebol
Sócio-administrador da Práxis Consultoria
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 4
1 PAULO MARCOS SCHMITT
Autor do Ibook “Código Brasileiro de Justiça Desportiva. CBJD Notas e Legislação
Complementar. Publicado em 01/04/2013. iBookstore: https://itunes.apple.com/br/book/codigo-
brasileiro-justica/id628122074?mt=11; Autor da obra NOVO CÓDIGO BRASILEIRO DE
JUSTIÇA DESPORTIVA – Legislação Complementar e Notas Remissivas, ed. Quartier La tin,
São Paulo/Sp, 2010; Coordenador da obra LEGISLAÇÃO DE DIREITO DESPORTIVO
(material de apoio ao I Fórum Brasileiro de Direito Desportivo), ed. Quartier Latin, São Paulo/
Sp, 2008; Autor da obra CURSO DE JUSTIÇA DESPORTIVA, ed. Quartier Latin, São Paulo/Sp,
2007; Co-autor da obra CURSO DE DIREITO DESPORTIVO SISTÊMICO, ed. Quartier Latin,
São Paulo/Sp, 2007; Coordenador e autor da obra CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA
DESPORTIVA COMENTADO, ed. Quartier Latin, São Paulo/Sp, 2006; Co-autor do CÓDIGO
BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA - COMENTÁRIOS E LEGISLAÇÃO, Ass.
Comunicação Social do Ministério do Esporte, Brasília/DF, 2004; Co-autor do livro
ENTENDENDO O PROJETO PELÉ - Londrina/Pr - ed.Lido, 1997; Co-autor do COJDD -
GOVERNO DO PARANÁ (Curitiba, 1993-2006); Co-autor do CÓDIGO DE JUSTIÇA
DESPORTIVA COMENTADO - Cascavel/Pr - 1996/1997 - ed.Unioeste; Co-autor de trabalhos e
consultorias internacionais no 3º. Congresso Latino-americano Esporte, Educação e Saúde no
Movimento Humano – Ichper-SD (publicado); Palestrante e autor de trabalhos publicados nos
19º, 21º, 23º e 25º Congresso Internacional de Educação Física - Fédération Internationale
d’Éducation Physique – FIEP, Foz do Iguaçu/Pr, e nos 1º a 7º Fórum Internacional do Esporte.
Autor do texto original do CNOJDD - Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina
Desportiva (Brasília, 2002); Co-autor da proposta do CBJD - MINISTÉRIO DO ESPORTE -
Resolução 01/2003 CNE; Co-autor da proposta de alterações do CBJD - Resolução 11/2006
CNE; Co-autor da proposta de alterações do CBJD - Resolução 29/2009 CNE; Autor de
inúmeros artigos e textos publicados em periódicos e em meio eletrônico na área do Direito
Desportivo; Ministrante de inúmeros cursos de extensão e pós-graduação em Direito
Desportivo; Organizador dos seguintes eventos: I FÓRUM NACIONAL DE LEGISLAÇÃO
DESPORTIVA (Curitiba, Dez/1996); II FÓRUM NACIONAL DE LEGISLAÇÃO DESPORTIVA
(Curitiba, Dez/1997); I CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO E JUSTIÇA DESPORTIVA
(Curitiba, Dez/2003); I CONGRESSO NACIONAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (Curitiba, Nov/
2005); II CONGRESSO NACIONAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (Florianópolis, Abr/2006); I
FÓRUM BRASILEIRO DE DIREITO DESPORTIVO (São Paulo, Set/2008); Autor dos softwares
- Sistema JOGOS para organização de competições, PRÍMAX - Sistema de Gestão da
Informação e Administração Desportiva e JUSTIÇA DESPORTIVA DIGITAL.
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....................I. REGIME JURÍDICO DESPORTIVO !10
..............................................................Introdução!10
..............................Eficácia do Regime Desportivo!11
.................................II. O DIREITO DESPORTIVO !17
........III. PRINCÍPIOS DO DIREITO DESPORTIVO !26
...........................................Conceito de princípios!26
..........................................A função dos princípios!27
.............................................Conflito de princípios !28
......................................Princípios constitucionais !31
............................................Autonomia desportiva!31
...........Destinação prioritária de recursos públicos!33
Tratamento diferenciado entre o desporto profissional e o não profissional!35
Esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva!38
Princípios infraconstitucionais - Lei nº 9.615/98 (Lei Geral Sobre Desporto - Lei
.......................................................................Pelé) !52
..Princípios infraconstitucionais - Lei nº 10.672/03!54
Princípios infraconstitucionais - Lei nº 10.671/03 (Estatuto do Torcedor), Decreto
7984/2013 (Regulamenta Lei Pelé) e CBJD - Justiça Desportiva!56
.............................................................Legalidade!56
..........Moralidade e Espírito Desportivo (fair play) !58
............................................................Publicidade!59
......................................................Impessoalidade!60
............................................................Oficialidade!61
Devido Processo Legal, Contraditório e Ampla Defesa!61
.....Oralidade, Economia Processual e Celeridade !63
...............................................................Motivação!64
.......................................................Independência!65
.......................Razoabilidade e Proporcionalidade !66
.............................................Tipicidade Desportiva!67
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 5
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Prevalência, Continuidade e Estabilidade das Competições (pro
.........................................................competitione)!68
....................................IV. JUSTIÇA DESPORTIVA !70
.............................Conceito de Justiça Desportiva !70
................Natureza jurídica dos órgãos judicantes !70
....A Justiça Desportiva e seu feixe de atribuições !74
Autonomia e independência da Justiça Desportiva!78
V. ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DESPORTIVA!85
Códigos de Justiça Desportiva - aplicabilidade e abrangência !85
........................................A experiência do Paraná!93
Jurisdição e territorialidade dos tribunais desportivos !98
.........Estrutura dos Órgãos da Justiça Desportiva!98
Instâncias da Justiça Desportiva - Estrutura dos órgãos judicantes que
funcionam junto às Federações, Confederações e Ligas !98
Estrutura das instâncias desportivas que funcionam junto ao Ministério do
................Esporte - CNOJDD (CBJDE proposta)!102
Estrutura dos tribunais desportivos que funcionam junto à Secretaria de de
.............Estado do Esporte - Governo do Paraná!104
...Composição dos órgãos da Justiça Desportiva!105
Competência dos órgãos e membros da Justiça Desportiva!109
.............Competência das instâncias desportivas!109
............................Funções na Justiça Desportiva!112
Presidente e Vice-presidente dos órgãos judicantes !115
..............................................................Auditores !117
.....................Procuradoria da Justiça Desportiva!118
..........................................................Defensores !137
.............................................................Secretaria!140
.............................Posse, mandato e antiguidade!141
...............................................................Vacância!142
.................................................Incompatibilidade!144
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 6
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....................................Suspeição e impedimento!145
.........................................................Livre acesso !149
VI. DECRETO 7.984/2013 - ORDEM E JUSTIÇA DESPORTIVA !151
ANEXO I. CÓDIGOS DE JUSTIÇA DESPORTIVA !157
1. Código Brasileiro de Justiça Desportiva - CBJD!157
2. Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva -
...............................................................CNOJDD !278
3. Código de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva – COJDD/
...........................................................................Pr!327
4. Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o Desporto Educacional
(minuta de proposta que tramita na Comissão de Estudos Jurídicos do
........................................Ministério do Esporte) !393
CÓDIGO DISCIPLINAR DE COMPETIÇÕES DO DESPORTO
...................................................EDUCACIONAL!405
ANEXO II. LEGISLAÇÃO BÁSICA COMPLEMENTAR!435
.............................1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL!435
2. LEI No 9.615/98 (LEI GERAL SOBRE DESPORTO - LEI PELÉ) !446
3. LEI 10.671/2003 (ESTATUTO DO TORCEDOR) !508
4. DECRETO No 7.984/2013 (REGULAMENTA LEI PELÉ) !533
5. CBF RGC - REGULAMENTO GERAL DAS COMPETIÇÕES !574
........6. REGULAMENTO ANTIDOPING DA FIFA!618
7. REGIMENTO INTERNO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
...............................DESPORTIVA DO FUTEBOL!691
8. REGIMENTO INTERNO DA PROCURADORIA DO STJD DO
..............................................................FUTEBOL!709
...................................9. REGRAS DE FUTEBOL!717
REFERÊNCIAS - NORMAS Nacionais e Internacionais !818
.............................NORMAS INTERNACIONAIS !818
[TAS-CAS CÓDIGO] CÓDIGO E ESTATUTOS DO TRIBUNAL ARBITRAL DO
...........................................ESPORTE TAS-CAS !818
[DOPING - CMA] CÓDIGO MUNDIAL ANTIDOPING.!818
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 7
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[DOPING - AMA] AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING - WADA.
PROCEDIMENTOS E LISTA DE SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS. !818
[FUTEBOL] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO INTERNAC IONAL - FIFA.!818
[FUTEBOL] CÓDIGO DISCIPLINAR DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL -
.....................................................................FIFA.!818
[FUTEBOL] CÓDIGO DE ÉTICA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL -
.....................................................................FIFA.!818
[FUTEBOL] REGULAMENTO ANTIDOPING DA FEDERAÇÃO
....................................INTERNACIONAL - FIFA.!818
[FUTEBOL] REGULAMENTO DISCIPLINAR DA CONFEDERAÇÃO
........................SULAMERICANA - CONMEBOL.!818
[BASQUETEBOL] REGULAMENTO ANTIDOPING DA FEDERAÇÃO
....................................INTERNACIONAL - FIBA.!819
[BASQUETEBOL] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO INTERNAC IONAL -
....................................................................FIBA.!819
[CICLISMO] REGULAMENTO ANTIDOPING DA UNIÃO CICLÍSTICA
.....................................INTERNACIONAL - UCI. !819
[CICLISMO] CÓDIGO DE ÉTICA DA UNIÃO CICLÍSTICA INTERNACIONAL -
......................................................................UCI.!819
[GINÁSTICA] REGRAS DE PRÁTICA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL -
......................................................................FIG.!819
[GINÁSTICA] CÓDIGO ANTIDOPING E CÓDIGO DISCIPLINAR DA
...............FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - FIG.!819
[HANDEBOL] ESTATUTOS E REGRAS DE PRÁTICA FEDERAÇÃO
......................................INTERNACIONAL - IHF.!819
[HANDEBOL] REGULAMENTOS ANTIDOPING DA FEDERAÇÃO
......................................INTERNACIONAL - IHF.!819
[JUDÔ] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - IJF!820
[JUDÔ] REGRAS DE PRÁTICA - FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - IJF!820
[VOLEIBOL] REGRAS DE PRÁTICA - FEDERAÇÃO INTERNACIONAL -
.....................................................................FIVB !820
[VOLEIBOL] REGULAMENTOS ANTIDOPING - FEDERAÇÃO
....................................INTERNACIONAL - FIVB !820
........................................NORMAS NACIONAIS !820
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 8
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[DOPING] DECRETO Nº 6.653/2008 - Promulga a Convenção Internacional
contra o Doping nos Esportes, celebrada em Paris, em 19 de outubro de
....................................................................2005.!820
[LEGISLAÇÃO GERAL] PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.!820
[COB] ESTATUTOS DO COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO. !820
[MINISTÉRIO DO ESPORTE] LEGISLAÇÃO CNE.!820
[CBF] CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. Estatutos, Regimentos
STJD, CBJD, e Regulamento Geral de Competições. !821
.......................................REGRAS DE PRÁTICA!821
................................................[BASQUETEBOL]!821
.................................................[CICLISMO BMX]!821
....................[CICLISMO ESTRADA PISTA MTB]!821
..........................................................[FUTEBOL]!821
........................................................[GINÁSTICA]!821
.......................................................[HANDEBOL] !821
.................................................................[JUDÔ]!821
..........................................[VOLEI DE QUADRA]!822
...............................................[VOLEI DE PRAIA]!822
...............................ENTIDADES - LINKS ÚTEIS !822
....................REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS !824
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 9
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I. REGIME JURÍDICO DESPORTIVO
Introdução
A existência de uma disciplina autônoma na área jurídica e stá
condicionada a um conjunto sistematizado de princípios e normas,
identificadoras e próprias de uma realidade, distintas de demais
ramificações do Direito. O reconhecimento do Direito Desportivo passa,
portanto, pela formação de uma unidade s istemática de princípios,
conceitos e normas.
Álvaro Melo Filho revela a indiscutível pec uliaridade do direito
aplicável ao desporto, ao asseverar que o “desporto é, sobretudo, e antes
de tudo, uma criatura da lei. Na verdade, não nenhuma atividade
humana que congregue tanto o direito como o desporto: os códigos de
justiça desportiva, as regras de jogo, regulamentos de competições, as
leis de transferências de atletas, os estatutos e regimentos das e ntidades
desportivas, as regulamentações do doping, as normas de prevenção e
punição da violência associadas ao desporto, enfim, sem essa
normatização o desporto seria caótico e desordenado, à falta de uma
regulamentação e de regras para definir quem ganha e quem perde.
2
Geraldo Ataliba, citado por Celso Antônio Bandeira de Mello3
,
assevera que “o caráter orgânico das realidades componentes do mundo
que nos cerca e o caráter lógico do pensamento humano conduzem o
homem a abordar as realidades que pretende estudar, sob critérios
unitários, de alta utilidade científica e conveniência pedagógica, em
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 10
2 Diretrizes para a nova legislação desportiva: Revista Brasileira de Direito Desportivo, IBDD e
editora da OAB/Sp, segundo semestre/2002.
3 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antô nio. Curso de Direito Administrativo. São Paulo, 20ª Ed,
Malheiros, 2006, p.44.
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Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 1
PAULO MARCOS SCHMITT
DIREITO
&
JUSTIÇA DESPORTIVA
Volume 1
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 2
Direito & Justiça Desportiva 
[Volume 1] - Edição Eletrônica 2013
Copyright ©2013. Paulo Marcos Schmitt
Email: paulomschmitt@gmail.com
Todos os direitos reservados
Capa: Natasha Sostag Meruvia
Paulo Marcos Schmitt. “Direito & Justiça Desportiva.” iBooks. 
Publicado na iBookstore em 17.04.2013. Disponível em: https://itunes.apple.com/br/
book/direito-justica-desportiva/id634251949?mt=11
Ao eterno mestre e saudoso amigo Marcílio Cesar Ramos Krieger. Aos meus queridos 
irmãos e amigos que também se foram desta vida, Kelson Roberto Schmitt, e Ismar 
Lombardi. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 3
SOBRE O AUTOR
PAULO MARCOS SCHMITT1
Membro Comissão Estudos Jurídicos – Ministério do Esporte – CNE
Procurador-Geral STJD do Futebol
Presidente STJD Judô
Assessor Jurídico da Confederação Brasileira de Basketball
Assessor Jurídico Confederação Brasileira de Ciclismo
Assessor Jurídico da Confederação Brasileira de Ginástica
Consultor da Confederação Brasileira de Handebol
Sócio-administrador da Práxis Consultoria
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 4
1 PAULO MARCOS SCHMITT
Autor do Ibook “Código Brasileiro de Justiça Desportiva. CBJD Notas e Legislação 
Complementar. Publicado em 01/04/2013. iBookstore: https://itunes.apple.com/br/book/codigo-
brasileiro-justica/id628122074?mt=11; Autor da obra NOVO CÓDIGO BRASILEIRO DE 
JUSTIÇA DESPORTIVA – Legislação Complementar e Notas Remissivas, ed. Quartier Latin, 
São Paulo/Sp, 2010; Coordenador da obra LEGISLAÇÃO DE DIREITO DESPORTIVO 
(material de apoio ao I Fórum Brasileiro de Direito Desportivo), ed. Quartier Latin, São Paulo/
Sp, 2008; Autor da obra CURSO DE JUSTIÇA DESPORTIVA, ed. Quartier Latin, São Paulo/Sp, 
2007; Co-autor da obra CURSO DE DIREITO DESPORTIVO SISTÊMICO, ed. Quartier Latin, 
São Paulo/Sp, 2007; Coordenador e autor da obra CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA 
DESPORTIVA COMENTADO, ed. Quartier Latin, São Paulo/Sp, 2006; Co-autor do CÓDIGO 
BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA - COMENTÁRIOS E LEGISLAÇÃO, Ass. 
Comunicação Social do Ministério do Esporte, Brasília/DF, 2004; Co-autor do livro 
ENTENDENDO O PROJETO PELÉ - Londrina/Pr - ed.Lido, 1997; Co-autor do COJDD - 
GOVERNO DO PARANÁ (Curitiba, 1993-2006); Co-autor do CÓDIGO DE JUSTIÇA 
DESPORTIVA COMENTADO - Cascavel/Pr - 1996/1997 - ed.Unioeste; Co-autor de trabalhos e 
consultorias internacionais no 3º. Congresso Latino-americano Esporte, Educação e Saúde no 
Movimento Humano – Ichper-SD (publicado); Palestrante e autor de trabalhos publicados nos 
19º, 21º, 23º e 25º Congresso Internacional de Educação Física - Fédération Internationale 
d’Éducation Physique – FIEP, Foz do Iguaçu/Pr, e nos 1º a 7º Fórum Internacional do Esporte. 
Autor do texto original do CNOJDD - Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina 
Desportiva (Brasília, 2002); Co-autor da proposta do CBJD - MINISTÉRIO DO ESPORTE - 
Resolução 01/2003 CNE; Co-autor da proposta de alterações do CBJD - Resolução 11/2006 
CNE; Co-autor da proposta de alterações do CBJD - Resolução 29/2009 CNE; Autor de 
inúmeros artigos e textos publicados em periódicos e em meio eletrônico na área do Direito 
Desportivo; Ministrante de inúmeros cursos de extensão e pós-graduação em Direito 
Desportivo; Organizador dos seguintes eventos: I FÓRUM NACIONAL DE LEGISLAÇÃO 
DESPORTIVA (Curitiba, Dez/1996); II FÓRUM NACIONAL DE LEGISLAÇÃO DESPORTIVA 
(Curitiba, Dez/1997); I CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO E JUSTIÇA DESPORTIVA 
(Curitiba, Dez/2003); I CONGRESSO NACIONAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (Curitiba, Nov/
2005); II CONGRESSO NACIONAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (Florianópolis, Abr/2006); I 
FÓRUM BRASILEIRO DE DIREITO DESPORTIVO (São Paulo, Set/2008); Autor dos softwares 
- Sistema JOGOS para organização de competições, PRÍMAX - Sistema de Gestão da 
Informação e Administração Desportiva e JUSTIÇA DESPORTIVA DIGITAL.
....................I. REGIME JURÍDICO DESPORTIVO! 10
..............................................................Introdução! 10
..............................Eficácia do Regime Desportivo! 11
.................................II. O DIREITO DESPORTIVO! 17
........III. PRINCÍPIOS DO DIREITO DESPORTIVO! 26
...........................................Conceito de princípios! 26
..........................................A função dos princípios! 27
.............................................Conflito de princípios! 28
......................................Princípios constitucionais! 31
............................................Autonomia desportiva! 31
...........Destinação prioritária de recursos públicos! 33
Tratamento diferenciado entre o desporto profissional e o não profissional! 35
Esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva!38
Princípios infraconstitucionais - Lei nº 9.615/98 (Lei Geral Sobre Desporto - Lei 
.......................................................................Pelé)! 52
..Princípios infraconstitucionais - Lei nº 10.672/03! 54
Princípios infraconstitucionais - Lei nº 10.671/03 (Estatuto do Torcedor), Decreto 
7984/2013 (Regulamenta Lei Pelé) e CBJD - Justiça Desportiva! 56
.............................................................Legalidade! 56
..........Moralidade e Espírito Desportivo (fair play)! 58
............................................................Publicidade! 59
......................................................Impessoalidade! 60
............................................................Oficialidade! 61
Devido Processo Legal, Contraditório e Ampla Defesa! 61
.....Oralidade, Economia Processual e Celeridade! 63
...............................................................Motivação! 64
.......................................................Independência! 65
.......................Razoabilidade e Proporcionalidade! 66
.............................................Tipicidade Desportiva! 67
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 5
Prevalência, Continuidade e Estabilidade das Competições (pro 
.........................................................competitione)! 68
....................................IV. JUSTIÇA DESPORTIVA! 70
.............................Conceito de Justiça Desportiva! 70
................Natureza jurídica dos órgãos judicantes! 70
....A Justiça Desportiva e seu feixe de atribuições! 74
Autonomia e independência da Justiça Desportiva!78
V. ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DESPORTIVA! 85
Códigos de Justiça Desportiva - aplicabilidade e abrangência! 85
........................................A experiência do Paraná! 93
Jurisdição e territorialidade dos tribunais desportivos! 98
.........Estrutura dos Órgãos da Justiça Desportiva! 98
Instâncias da Justiça Desportiva - Estrutura dos órgãos judicantes que 
funcionam junto às Federações, Confederações e Ligas! 98
Estrutura das instâncias desportivas que funcionam junto ao Ministério do 
................Esporte - CNOJDD (CBJDE proposta)! 102
Estrutura dos tribunais desportivos que funcionam junto à Secretaria de de 
.............Estado do Esporte - Governo do Paraná! 104
...Composição dos órgãos da Justiça Desportiva! 105
Competência dos órgãos e membros da Justiça Desportiva! 109
.............Competência das instâncias desportivas! 109
............................Funções na Justiça Desportiva! 112
Presidente e Vice-presidente dos órgãos judicantes!115
..............................................................Auditores! 117
.....................Procuradoria da Justiça Desportiva! 118
..........................................................Defensores! 137
.............................................................Secretaria!140
.............................Posse, mandato e antiguidade! 141
...............................................................Vacância! 142
.................................................Incompatibilidade! 144
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 6
....................................Suspeição e impedimento! 145
.........................................................Livre acesso! 149
VI. DECRETO 7.984/2013 - ORDEM E JUSTIÇA DESPORTIVA! 151
ANEXO I. CÓDIGOS DE JUSTIÇA DESPORTIVA!157
1. Código Brasileiro de Justiça Desportiva - CBJD! 157
2. Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva - 
...............................................................CNOJDD! 278
3. Código de Organização da Justiça e Disciplina Desportiva – COJDD/
...........................................................................Pr! 327
4. Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o Desporto Educacional 
(minuta de proposta que tramita na Comissão de Estudos Jurídicos do 
........................................Ministério do Esporte) ! 393
CÓDIGO DISCIPLINAR DE COMPETIÇÕES DO DESPORTO 
...................................................EDUCACIONAL! 405
ANEXO II. LEGISLAÇÃO BÁSICA COMPLEMENTAR! 435
.............................1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL! 435
2. LEI No 9.615/98 (LEI GERAL SOBRE DESPORTO - LEI PELÉ) !446
3. LEI 10.671/2003 (ESTATUTO DO TORCEDOR)!508
4. DECRETO No 7.984/2013 (REGULAMENTA LEI PELÉ) ! 533
5. CBF RGC - REGULAMENTO GERAL DAS COMPETIÇÕES! 574
........6. REGULAMENTO ANTIDOPING DA FIFA! 618
7. REGIMENTO INTERNO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
...............................DESPORTIVA DO FUTEBOL! 691
8. REGIMENTO INTERNO DA PROCURADORIA DO STJD DO 
..............................................................FUTEBOL! 709
...................................9. REGRAS DE FUTEBOL! 717
REFERÊNCIAS - NORMAS Nacionais e Internacionais! 818
.............................NORMAS INTERNACIONAIS ! 818
[TAS-CAS CÓDIGO] CÓDIGO E ESTATUTOS DO TRIBUNAL ARBITRAL DO 
...........................................ESPORTE TAS-CAS! 818
[DOPING - CMA] CÓDIGO MUNDIAL ANTIDOPING.! 818
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 7
[DOPING - AMA] AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING - WADA. 
PROCEDIMENTOS E LISTA DE SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS.! 818
[FUTEBOL] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - FIFA.! 818
[FUTEBOL] CÓDIGO DISCIPLINAR DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - 
.....................................................................FIFA.! 818
[FUTEBOL] CÓDIGO DE ÉTICA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - 
.....................................................................FIFA.! 818
[FUTEBOL] REGULAMENTO ANTIDOPING DA FEDERAÇÃO 
....................................INTERNACIONAL - FIFA.! 818
[FUTEBOL] REGULAMENTO DISCIPLINAR DA CONFEDERAÇÃO 
........................SULAMERICANA - CONMEBOL.! 818
[BASQUETEBOL] REGULAMENTO ANTIDOPING DA FEDERAÇÃO 
....................................INTERNACIONAL - FIBA.! 819
[BASQUETEBOL] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - 
....................................................................FIBA.! 819
[CICLISMO] REGULAMENTO ANTIDOPING DA UNIÃO CICLÍSTICA 
.....................................INTERNACIONAL - UCI.! 819
[CICLISMO] CÓDIGO DE ÉTICA DA UNIÃO CICLÍSTICA INTERNACIONAL - 
......................................................................UCI.! 819
[GINÁSTICA] REGRAS DE PRÁTICA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - 
......................................................................FIG.! 819
[GINÁSTICA] CÓDIGO ANTIDOPING E CÓDIGO DISCIPLINAR DA 
...............FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - FIG.! 819
[HANDEBOL] ESTATUTOS E REGRAS DE PRÁTICA FEDERAÇÃO 
......................................INTERNACIONAL - IHF.! 819
[HANDEBOL] REGULAMENTOS ANTIDOPING DA FEDERAÇÃO 
......................................INTERNACIONAL - IHF.! 819
[JUDÔ] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - IJF! 820
[JUDÔ] REGRAS DE PRÁTICA - FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - IJF! 820
[VOLEIBOL] REGRAS DE PRÁTICA - FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - 
.....................................................................FIVB! 820
[VOLEIBOL] REGULAMENTOS ANTIDOPING - FEDERAÇÃO 
....................................INTERNACIONAL - FIVB ! 820
........................................NORMAS NACIONAIS ! 820
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 8
[DOPING] DECRETO Nº 6.653/2008 - Promulga a Convenção Internacional 
contra o Doping nos Esportes, celebrada em Paris, em 19 de outubro de 
....................................................................2005.! 820
[LEGISLAÇÃO GERAL] PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.! 820
[COB] ESTATUTOS DO COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO.!820
[MINISTÉRIO DO ESPORTE] LEGISLAÇÃO CNE.!820
[CBF] CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. Estatutos, Regimentos 
STJD, CBJD, e Regulamento Geral de Competições.! 821
.......................................REGRAS DE PRÁTICA! 821
................................................[BASQUETEBOL]! 821
.................................................[CICLISMO BMX]! 821
....................[CICLISMO ESTRADA PISTA MTB]! 821
..........................................................[FUTEBOL]! 821
........................................................[GINÁSTICA]! 821
.......................................................[HANDEBOL]! 821
.................................................................[JUDÔ]! 821
..........................................[VOLEI DE QUADRA]! 822
...............................................[VOLEI DE PRAIA]! 822
...............................ENTIDADES - LINKS ÚTEIS ! 822
....................REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ! 824
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 9
I. REGIME JURÍDICO DESPORTIVO
Introdução
A existência de uma disciplina autônoma na área jurídica está 
condicionada a um conjunto sistematizado de princípios e normas, 
identificadoras e próprias de uma realidade, distintas de demais 
ramificações do Direito. O reconhecimento do Direito Desportivo passa, 
portanto, pela formação de uma unidade sistemática de princípios, 
conceitos e normas.
Álvaro Melo Filho revela a indiscutível peculiaridade do direito 
aplicável ao desporto, ao asseverar que o “desporto é, sobretudo, e antes 
de tudo, uma criatura da lei. Na verdade, não há nenhuma atividade 
humana que congregue tanto o direito como o desporto: os códigos de 
justiça desportiva, as regras de jogo, regulamentos de competições, as 
leis de transferências de atletas, os estatutos e regimentos das entidades 
desportivas, as regulamentações do doping, as normas de prevenção e 
punição da violência associadas ao desporto, enfim, sem essa 
normatização o desporto seria caótico e desordenado, à falta de uma 
regulamentação e de regras para definir quem ganha e quem perde.”2 
Geraldo Ataliba, citado por Celso Antônio Bandeira de Mello3, 
assevera que “o caráter orgânico das realidades componentes do mundo 
que nos cerca e o caráter lógico do pensamento humano conduzem o 
homem a abordar as realidades que pretende estudar, sob critérios 
unitários, de alta utilidade científica e conveniência pedagógica, em 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 10
2 Diretrizes para a nova legislação desportiva: Revista Brasileira de Direito Desportivo, IBDD e 
editora da OAB/Sp, segundo semestre/2002.
3 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. São Paulo, 20ª Ed, 
Malheiros, 2006, p.44.
tentativa de reconhecimento coerente e harmônico da composição de 
diversos elementos em um todo unitário, integrado em uma realidade 
maior. A esta composição de elementos, sob perspectiva unitária, se 
denomina sistema”.4 Nesse panorama sistêmico, que ora emprestamos do 
Direito Administrativo, é que se pretende fundamentara existência do 
Direito Desportivo a partir de um determinado regime jurídico, o regime 
jurídico desportivo. 
A exata noção de sistema, no sentido pretendido (assim 
como no regime administrativo), é descrita por Kant como “reunião 
coordenada e lógica de princípios ou idéias relacionadas de modo que 
abranjam um campo do conhecimento”.
A doutrina pouco tem considerado o estudo do Direito 
Desportivo, como disciplina formada a partir de um regime jurídico 
desportivo, concebendo o estudo dos seus diversos institutos e legislação, 
através de postulados isolados. Portanto, o Direito Desportivo é 
reconhecido insuficientemente pela existência de um apanhado de leis e 
normas aplicáveis ao esporte. 
Ademais, o Direito Desportivo consiste em uma disciplina 
normativa singular consagrada por um regime jurídico desportivo e 
delineada em função dos princípios basilares insculpidos no art. 217 da 
Carta Magna e outros contemplados nas normas infraconstitucionais. O 
importante é, justamente, a tradução desses princípios no referido 
sistema que informa o Direito Desportivo. 
 
Eficácia do Regime Desportivo
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 11
4 Geraldo Ataliba, Sistema Constitucional Tributário Brasileiro. São Paulo, Ed. RT, 1968, p.4.
O Direito Desportivo deve ser concebido através de um 
regime jurídico composto de princípios e normas harmônicas, inter-
relacionáveis, sobretudo no aspecto metodológico, técnico e científico. 
Na perspectiva do regime desportivo, o arcabouço de 
princípios informativo de normas que consideram as atividades 
desportivas em suas diversas prerrogativas e manifestações, estabelece 
meio eficaz de aglutinação dessas mesmas normas e princípios. Exclui-se, 
assim, um plano de normas e princípios estanques, restritos a 
determinado método de interpretação. 
Demais disso, admitir que o Direito Desportivo estabelece 
vínculo indissociável, por dependência, de qualquer área do Direito 
(Constitucional, Administrativo, Civil ou Penal, por exemplo) é retirar-lhe a 
autonomia. Embora haja o influxo de regras e princípios de outros ramos, 
os regimes que regulam o objeto de cada matéria, apesar de 
semelhantes, não são iguais. 
Alberto Puga Barbosa afirma que “conhecer a legislação do 
desporto, dominá-la, aplicá-la, é sem dúvida uma das formas edificantes 
do ‘sonhado’ Direito Desportivo, seja como área, seja como 
especialidade, seja como ramo do Direito! Foi-se o tempo, que se falar 
em Direito Desportivo era receber o rótulo, a chancela de Direito 
‘Emergente’ ... A sociedade quer profissionais competentes e exercício 
profissional de qualidade ... e isto consolida e legitima o Direito 
Desportivo e seus profissionais.”5
No regime desportivo, todos os princípios e seus derivados, 
encerram conceitos cuja única e exclusiva premissa está centralizada no 
alcance, genérico ou operacional de uma determinada finalidade – 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 12
5 A atuação do advogado na área de Direito Desportivo. Legislação Desportiva. Texto 
integrante do material didático do I Congresso Nacional de Justiça Desportiva: Curitiba/Pr, 16 a 
18/11 de 2005.
privada, escoimada na autonomia constitucional conferida às entidades 
diretivas quanto a sua organização e funcionamento, ou pública, 
porquanto o desporto também se insere no binômio “prerrogativas da 
Administração” e “direitos dos administrados”. É essa cadeia de princípios 
que, linearmente composta no regime desportivo, visa assegurar a 
proteção dos direitos e garantias de todas as pessoas físicas e jurídicas 
direta ou indiretamente relacionadas com as atividades desportivas. Seja 
na execução direta dos fins almejados pela sociedade esportiva 
organizada, seja no tratamento dispensado pelas entidades desportivas 
de finalidade lucrativa ou não nos procedimentos para o atendimento das 
referidas finalidades. 
Em síntese, somente no regime desportivo, tido como 
sistema coeso e harmônico, os princípios conferem absoluta compreensão 
e inteligência das normas de Direito Desportivo, sem potencial limitação 
do processo interpretativo.
É forçoso, portanto, reconhecer o princípio da legalidade 
como a viga mestra, o centro gravitacional, mandamento nuclear de 
qualquer regime jurídico. Dele resultam princípios próprios que visam 
orientar as ações das entidades públicas e privadas do desporto na 
solução ideal dos anseios sociais. O agente, investido na função 
desportiva, deve concentrar esforços em todas as suas atividades no 
contexto político, social, técnico, jurídico e administrativo, em estrita 
observância da ordem legal vigente.
Mesmo em se tratando de uma perspectiva essencialmente 
positivista, ao jurista ou operador do direito não cabe questionar se a lei 
é justa ou não para fundamentar a sua mera não observância. O próprio 
Estado Democrático de Direito, pautado no sistema tripartite de poder, 
estaria ameaçado se o juízo de valor do indivíduo pudesse alterar a 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 13
ordem jurídica e social. É sempre bom lembrar que, na prática há uma 
grande distorção, pois tanto o particular quanto a própria Administração 
sobrepõe interesses pessoais ou secundários ao cumprimento da lei. E 
não é por falta de leis, nem por ausência de instrumentos para aplicá-las, 
que as necessidades e aspirações sociais não se tornam realidade. 
Na esteira desse raciocínio, conjuntamente com Alexandre 
Hellender de Quadros6, observamos que a conceituação do Estado 
Democrático de Direito depende de uma análise aprofundada do próprio 
conceito de democracia, além de necessitar de uma visão crítica acerca 
da posição política e histórica da evolução das relações entre a sociedade 
civil e o Estado. Optamos, portanto, por uma noção.
O Estado de Direito só pode existir em base democrática. 
Contrapõe-se de um lado com o Estado totalitário, no qual o Estado 
centraliza todo o poder, aniquilando as forças das pessoas e da sociedade 
civil e, de outro lado, está o anarquismo, em que não há Estado, portanto 
não há também relações de direito entre indivíduos.
O Estado Democrático de Direito se complementa e se 
correlaciona com a sociedade civil. Nesse sentido, constatou-se que, na 
atualidade, o Estado não pode ser incumbido apenas de cuidar da ordem 
interna e da segurança externa do país. Deve reconhecer a divisão de 
poderes, acatar a ordem jurídica, e respeitar os direitos e liberdades 
individuais. Vale dizer, deve ter por objetivo primordial a distribuição de 
justiça. E não apenas a justiça, que corresponde a criar e aplicar as leis, 
mas a justiça social. Assim, cumpre o Estado desenvolver o bem estar da 
sociedade, através do implemento de atividades para suprir suas 
necessidades.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 14
6 Silva, João Bosco e Schmitt, Paulo M. Entenda o Projeto Pelé: ed. Lido, Londrina/Pr, 1997, 
cit. p. 84.
Mas quem define qual a prioridade do Estado no 
desenvolvimento do bem estar social? É a consciência, a educação, a 
cultura e a opinião do povo, exteriorizada teoricamente na legislação. E a 
Lei Maior de um País é a sua Constituição. No Estado de Direito a 
constituição estabelece e orienta a ação do Estado, cuja finalidade é 
manter uma sociedade livre e justa.
No Brasil, o Constituinte de 1988 assegurou aos indivíduos 
diversos direitos que foram alcançar ao patamar legislativo máximo. 
Conclui-se, portanto, que o Estado Democrático de Direito não existem 
apenas direitos e deveres para os indivíduos, mas também direitos e 
deveres para o Estado, como a saúde, a educação, o trabalho, o esporte, 
o lazer, as artes, a cultura.
No que se refereao esporte, a Constituição Federal 
estabelece textualmente que é dever do Estado fomentar práticas formais 
e não formais, como direito de cada um. Ademais, o "Estado deverá 
incentivar o lazer como forma de promoção social".
Outrossim, o Estado de Direito, formal, que elabora, executa 
as leis e sanciona o seu cumprimento, não pode fazê-lo, na modernidade, 
sem que a devida representação social – democracia. Assim, o anseio 
social é quem determina e legitima o Estado. Não é correto, nos dias de 
hoje, como querem alguns doutrinadores, definir o Estado Democrático 
de Direito separando o Estado de Direito do Estado Democrático. Não são 
estanques. Interagem e se comunicam, na medida em que mera 
legalidade não é suficiente para alcançar os fins almejados pelo cidadão. 
É necessário que a lei reflita a necessidade popular, e é nesse ponto que 
predomina a moralidade.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 15
O grande desafio é aproximar a representatividade, seja pelo 
voto ou qualquer outro meio, da vontade da população. E ainda mais, 
determinar uma radical mudança de comportamento.
No esporte isso se torna mais latente. É evidente que o 
clamor do povo volta-se para um esporte brasileiro moderno, competitivo, 
soberano, acessível, democrático, sem privilégios, assumindo o risco de 
sua atividade, próximo da sociedade, “espetacular” e sob uma gestão 
administrativa profissional. 
Nesse sentido, reconhecido pela constituição Federal como 
alicerce para o desenvolvimento social e exercício da cidadania, o 
ESPORTE sempre corre o risco de não refletir ou integrar o verdadeiro 
Estado Democrático de Direito, notadamente em face das inovações 
legislativas. 
Assim, o esporte e lazer são colocados à disposição de cada 
brasileiro, com amplas possibilidades de repercutir no processo de 
desenvolvimento humano e no pleno exercício da cidadania, criando 
condições para auxiliar na sustentação do Estado Democrático de Direito.
Despojado de qualquer lampejo de romanticismos, as 
restrições ao cumprimento do princípio da legalidade não estão apenas 
em medidas excepcionais e urgentes previstas em lei. Estão, sim, 
disseminadas na inversão de valores e crise moral de nossas instituições. 
A constatação da existência de um Direito Desportivo, calcado em um 
regime sistêmico de elementos formadores de um todo, contribui de 
sobremaneira para ampliar as condições de gerir o interesse à cura das 
entidades desportivas. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 16
II. O DIREITO DESPORTIVO
A teor do valor metodológico do regime jurídico desportivo 
(ou simplesmente regime desportivo), observamos a formação de um 
sistema, cujos elementos e princípios guardam uma unidade lógica. Tal 
premissa pretende enfocar a existência de uma disciplina autônoma de 
direito sob a perspectiva de um todo inserido em um regime composto de 
princípios peculiares às manifestações do desporto e toda a gama de 
produtos e serviços postos à disposição da sociedade consumidora. 
Embora os elementos-parte dessa organicidade encontrem-se, no mais 
das vezes, dispersos, o conjunto de princípios peculiares guarda 
identidade e finalidade comum, formando uma unidade - o regime 
desportivo.
Destarte, o regime desportivo não está inserido isoladamente 
no ordenamento de determinados institutos do Direito Desportivo. No 
entanto, alguns de seus enunciados encontram-se disciplinados por um 
determinado regime, a exemplo dos processos desportivos disciplinares, 
relações advindas do desporto profissional, observância de normas 
nacionais e internacionais aplicáveis a diversas modalidades esportivas, 
recursos financeiros ao financiamento do desporto, relações de consumo, 
etc. 
Na tentativa de elucidar o tema, emprestamos o verbete 
“gênero” que significa “a classe cuja extensão se divide em outras 
classes, as quais, em relação à primeira, são chamadas espécies”. Assim, 
o regime desportivo é o gênero e os regimes adotados em cada instituto 
do Direito Desportivo são as espécies (sub-regimes). Obviamente que 
para delinear o regime é preciso que o gênero constitua princípios 
formadores das espécies, e estas guardem coesão e harmonia com 
aquele. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 17
Em que pese o nível de abstração e elevadas considerações 
teóricas, o regime jurídico desportivo ainda carece ser investigado 
minuciosamente. O desafio está em inter-relacionar alguns de seus 
elementos-parte, quais sejam: princípios gerais, princípios derivados ou 
sub-princípios, leis, normas e procedimentos. Essa inter-relação, 
formadora de um todo (o regime desportivo), propicia identificar o Direito 
Desportivo distinguindo-o dos demais ramos do direito. 
Importante frisar que um sistema, formado pela acepção de 
totalidade, encontra sustentação em outras áreas do conhecimento 
humano. As relações humanas regidas por normas jurídicas, formadoras 
do Direito, são enriquecidas pela interpretação do saber existente em 
diferentes campos de estudo como na Filosofia, Antropologia, Psicanálise, 
entre outros. Para a superação do dualismo cartesiano, Merleau-Ponty 
assinala que “O corpo não é mais um objeto. (...) sua unidade é sempre 
implícita e confusa”7. Com isso, nem mesmo o ser-humano, essência da 
expressão e do comportamento, pode ser objeto de um estudo 
fragmentado. 
De fato, um regime-sistema de elementos em um todo 
unitário, admite que leis esparsas, de difícil conhecimento, sejam 
interpretadas com a exatidão requerida pelos seus destinatários. Sempre 
através da visão panorâmica do direito a que pertencem – no caso o 
Direito Desportivo. 
Ainda, revela-se como contributo valioso à sistematização 
normativa, conceitual e principiológica do Direito Desportivo alguns 
elementos auxiliares de todo esse processo de transformação e 
reconhecimento científico dos seus institutos, quais sejam:
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 18
7 Merleau-Ponty, Fenomenologia da Percepção, 1971.
(i) doutrina aplicada produzida por juristas consagrados e 
recorrentes na matéria, cujos ensinamentos impulsionam toda uma nova 
plêiade de estudiosos e futuros doutrinadores; 
(ii) reconhecimento legal da profissão de educação física, 
encerrando a criação de Conselho Federal e Conselhos Regionais de 
fiscalização da atividade; 
(iii) espaços organizados em grupos de Direito Desportivo e 
Justiça Desportiva em redes sociais;
(iv) criação de entidades, sociedades, associações e institutos 
de direito desportivo, justiça desportiva e outras; 
(v) edição de periódicos sobre o tema, com destaque para a 
Revista Brasileira de Direito Desportivo do Instituto Brasileiro de Direito 
Desportivo (IBDD);
(vi) proliferação de congressos, seminários, fóruns, cursos de 
extensão, inclusão de disciplinas em cursos de graduação e cursos de 
pós-graduação na matéria; 
(vii) formação de uma base jurisprudencial sobre o assunto; 
(viii) organização e funcionamento de instâncias da Justiça 
Desportiva nas mais variadas modalidades; e, 
(ix) o avanço tecnológico com a inclusão digital através de 
técnicas de comunicação eletrônica, Internet e sítios especializados em 
desporto e direito desportivo.
É preciso consignar novamente que a Justiça Desportiva 
constitui elemento essencial ao reconhecimento do Direito Desportivo 
como área ou mesmo disciplina autônoma.
Aliás, é a própria codificação desportiva que conceitua o 
processo desportivo como o instrumento pelo qual os órgãos judicantes 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 19
aplicam o Direito Desportivo aos casos concretos. Nesse contexto, os 
Códigos de Justiça Desportivatanto contemplam a figura de um processo 
(desportivo) dissociado dos tradicionais (civil, penal, administrativo, 
dentre outros), como recepcionam expressamente a existência de um 
regime jurídico próprio ao desporto. 
E quanto ao ordenamento desportivo vigente, vale destacar 
as seguintes normas em rol não exaustivo:
CF/88 - DESPORTO (Art. 217)
LEGISLAÇÃO FEDERAL - LEIS ORDINÁRIAS 
• [TREINADOR DE FUTEBOL] LEI Nº 8.650/1993. Dispõe 
sobre as relações de trabalho do Treinador Profissional de Futebol.
• [LEI GERAL SOBRE DESPORTO - LEI PELÉ] LEI Nº 
9.615/1998 - Institui normas gerais sobre desporto e dá outras 
providências.
• [EDUCAÇÃO FÍSICA] LEI Nº 9.696/1998 - Dispõe sobre 
a regulamentação da Profissão de Educação Física. 
• [ESTATUTO DO TORCEDOR] LEI Nº 10.671/2003 - 
Dispõe sobre o Estatuto de Defesa do Torcedor e dá outras 
providências.
• [BOLSA-ATLETA] LEI Nº 10.891/2004 - Institui a Bolsa-
Atleta.
• [TIMEMANIA] LEI Nº 11.345/2006 - Dispõe sobre a 
instituição de concurso de prognóstico destinado ao desenvolvimento 
da prática desportiva. 
• [INCENTIVO FISCAL] LEI Nº 11.438/2006 - Dispõe 
sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter 
desportivo e dá outras providências.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 20
• [ATO OLÍMPICO] LEI Nº 12.035/2009. Institui o Ato 
Olímpico, no âmbito da administração pública federal, com a 
finalidade de assegurar garantias à candidatura da cidade do Rio de 
Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
• [DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA - EVENTOS FIFA] LEI Nº 
12.350/2010. Dispõe sobre medidas tributárias referentes à 
realização, no Brasil, da Copa das Confederações Fifa 2013 e da 
Copa do Mundo Fifa 2014. 
• [AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA] . LEI Nº 
12.396/2011. Ratifica o Protocolo de Intenções firmado entre a 
União, o Estado do Rio de Janeiro e o Município do Rio de Janeiro, 
com a finalidade de constituir consórcio público, denominado 
Autoridade Pública Olímpica – APO.
• [LEI GERAL DA COPA] LEI Nº 12.663/2012 - Dispõe 
sobre as medidas relativas à Copa das Confederações FIFA 2013, à 
Copa do Mundo FIFA 2014 e à Jornada Mundial da Juventude - 2013, 
que serão realizadas no Brasil.
LEGISLAÇÃO FEDERAL - DECRETOS-LEIS
• [CBDU] DECRETO-LEI Nº 3.617/ 1941. Estabelece as 
bases de organização dos desportos universitários
LEGISLAÇÃO FEDERAL - DECRETOS
• [BOLSA-ATLETA - REGULAMENTO] DECRETO Nº 
5.342/2005 - Regulamenta a Lei Nº 10.891, de 9 de julho de 2004, 
que institui a Bolsa-Atleta.
• [INCENTIVO FISCAL - REGULAMENTO] DECRETO Nº 
6.180/2007 - Regulamenta a Lei no 11.438 / 2006, que trata dos 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 21
incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter 
desportivo.
• [TIMEMANIA - REGULAMENTO] DECRETO Nº 
6.187/2007 - Regulamenta a Lei no 11.345 / 2006, institui o 
concurso de prognóstico denominado Timemania. 
• [DOPING] DECRETO Nº 6.653/2008. Promulga a 
Convenção Internacional contra o Doping nos Esportes, celebrada 
em Paris, em 19 de outubro de 2005.
• [LAUDOS - REGULAMENTO] DECRETO Nº 6.795/2009. 
Regulamenta o art. 23 do Estatuto do Torcedor, que dispõe sobre o 
controle das condições de segurança dos estádios desportivos.
• [LEGADOS] DECRETO Nº 7.258/2010. Cria a Empresa 
Brasileira de Legado Esportivo S.A. - BRASIL 2016
• [AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA - PROCEDIMENTOS] 
DECRETO Nº 7.560/2011. Dispõe sobre os procedimentos a serem 
observados pelos órgãos da Administração Pública federal quanto às 
ações do Poder Executivo federal no âmbito da Autoridade Pública 
Olímpica - APO.
• [LEI GERAL DA COPA - REGULAMENTO] DECRETO Nº 
7.783/2012 - Regulamenta a Lei nº 12.663 / 2012, que dispõe sobre 
as medidas relativas à Copa das Confederações FIFA 2013, à Copa 
do Mundo FIFA 2014 e à Jornada Mundial da Juventude - 2013.
• [LEI PELÉ - REGULAMENTO] DECRETO Nº 7.984/2013 -
Regulamenta a Lei nº 9.615 / 1998, que institui normas gerais sobre 
desporto.
NORMAS NACIONAIS COMPLEMENTARES
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 22
• [CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA - 
CBJD] Resolução CNE nº 01/2003 (Alterada pelas Resoluções CNE 
06/2006 e 29/2009).
• [EDUCAÇÃO FÍSICA - ESTATUTO] ESTATUTO DO 
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA - CONFEF
• [EDUCAÇÃO FÍSICA - CÓDIGO DE ÉTICA] RESOLUÇÃO 
CONFEF nº 056/2003 - Dispõe sobre o Código de Ética dos 
Profissionais de Educação Física registrados no Sistema CONFEF/
CREFs.
• [RGC CBF] REGULAMENTO GERAL DAS COMPETIÇÕES 
DA CBF
• [LAUDOS] PORTARIA No 238/2010 DO MINISTÉRIO DO 
ESPORTE. Consolida os requisitos mínimos a serem contemplados 
nos laudos técnicos previstos no Decreto no 6.795/2009.
• [FIFA ANTIDOPING] REGULAMENTO ANTIDOPING DA 
FIFA
REFERÊNCIAS - NORMAS Nacionais e Internacionais
NORMAS INTERNACIONAIS
• [TAS-CAS] ESTATUTOS E CÓDIGO - TRIBUNAL 
ARBITRAL DO ESPORTE
• [DOPING - CMA] CÓDIGO MUNDIAL ANTIDOPING.
• [DOPING - AMA] AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING - 
WADA. PROCEDIMENTOS E LISTA DE SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS.
• [ F U T E B O L ] E S T A T U T O S D A F E D E R A Ç Ã O 
INTERNACIONAL - FIFA.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 23
• [FUTEBOL] CÓDIGO DISCIPLINAR DA FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL - FIFA. 
• [FUTEBOL] CÓDIGO DE ÉTICA DA FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL - FIFA. 
• [FUTEBOL] REGULAMENTO ANTIDOPING DA 
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - FIFA. 
• [FUTEBOL] REGULAMENTO DISCIPLINAR DA 
CONFEDERAÇÃO SULAMERICANA - CONMEBOL.
• [BASQUETEBOL] REGULAMENTO ANTIDOPING DA 
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - FIBA.
• [BASQUETEBOL] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL - FIBA. 
• [CICLISMO] REGULAMENTO ANTIDOPING DA UNIÃO 
CICLÍSTICA INTERNACIONAL - UCI.
• [CICLISMO] CÓDIGO DE ÉTICA DA UNIÃO CICLÍSTICA 
INTERNACIONAL - UCI. 
• [GINÁSTICA] REGRAS DE PRÁTICA DA FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL - FIG. 833
• [GINÁSTICA] CÓDIGO ANTIDOPING E CÓDIGO 
DISCIPLINAR DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - FIG. 
• [HANDEBOL] ESTATUTOS E REGRAS DE PRÁTICA 
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - IHF.
• [HANDEBOL] REGULAMENTOS ANTIDOPING DA 
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - IHF. 
• [JUDÔ] ESTATUTOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - 
IJF 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 24
• [JUDÔ] REGRAS DE PRÁTICA - FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL - IJF 
• [VOLEIBOL] REGRAS DE PRÁTICA - FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL - FIVB 
• [VOLEIBOL] REGULAMENTOS ANTIDOPING - 
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL - FIVB
NORMAS NACIONAIS 
• [DOPING] DECRETO Nº 6.653/2008 - Promulga a 
Convenção Internacional contra o Doping nos Esportes, celebrada 
em Paris, em 19 de outubro de 2005. 
• [ C O B ] E S TAT U TO S D O C O M I T Ê O L Í M P I C O 
BRASILEIRO. 
• [MINISTÉRIO DO ESPORTE] LEGISLAÇÃO CNE.
• [CBF] CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. 
Estatutos, Regimentos STJD, CBJD, e Regulamento Geral de 
Competições. 
• REGRAS DE PRÁTICA 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 25
III. PRINCÍPIOS DO DIREITO DESPORTIVO 
Conceito de princípios
O Direito Desportivo, como por vezes salientado, diferencia-
se dos demais ramos do direito justamente porque está sob a égide de 
um determinado regime jurídico, composto de um conjunto sistematizado 
de princípios e normas, reunidos de forma coordenada e lógica, 
formadores de um todo unitário – o “regime jurídico desportivo”. 
Portanto, o conjunto de princípios peculiares desse regime constitui o seu 
elemento essencial. 
Princípios são proposições norteadoras de uma ciência. José 
Afonso da Silva observa que “princípios são ordenações que irradiam e 
imantam o sistema de normas”8. Na perspectiva de um sistema 
desportivo são os seus sustentáculos, alicerces,bases e fundamentos. 
Constituem a fonte ou causa de uma ação, resultante de um processo de 
pensamentos gerais e abstrações a partir do real vivido. É a própria 
essência de cada indivíduo constituindo, segundo Japiassu e Marcondes, 
"um preceito moral, norma de ação que determina a conduta humana e à 
qual um indivíduo deve obedecer quaisquer que sejam as circunstâncias. 
Duas condições são necessárias: uma, que sejam tão claros e evidentes 
que o espírito humano não pode duvidar de sua validade; a outra, que 
seja deles que dependa o conhecimento de outras coisas, de sorte que 
possam ser conhecidos sem elas, mas não reciprocamente elas sem 
eles".9
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 26
8 José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo, Malheiros, 1999.
9 Citação de João Bosco da Silva e Paulo Marcos Schmitt in Entenda o Projeto Pelé. Londrina/
Pr, Ed. Lido, 1997, p.49.
É forçoso reconhecer que doutrina, legislação e 
jurisprudência, contemplam um número cada vez maior de princípios 
aplicáveis ao desporto. Percebe-se que ao eleger um dado princípio 
minimiza-se o processo apropriado de tomada de decisão. Assim, um ato 
que esteja em desconformidade com um determinado princípio aplicável, 
pode constituir o seu fundamento revogatório ou anulatório. 
A função dos princípios
A importância do estudo dos princípios que orientam o 
regime jurídico desportivo reside, além do reconhecimento de tratarem-
se de preceitos de obrigatória observância, principalmente em aclarar o 
sentido das normas – o espírito das leis. Preconiza-se, todavia, aplicar 
métodos de interpretação dos textos das leis sem, contudo, distanciar-se 
do objetivo para as quais foram editadas.
Para que se aplique uma lei, ou para que se compreenda 
com exatidão determinado diploma legal, é imprescindível que se 
evidencie qual o objetivo almejado na sua fase de elaboração (princípio 
da finalidade).
Assim, para se implementar de forma correta determinada 
lei, é necessário que o ato de aplicação se encontre compatível com o 
escopo por ela almejado, de forma que, para o correto cumprimento do 
princípio da legalidade, é necessário a satisfação da finalidade legal.
E os princípios têm a função de auxiliar no processo 
interpretativo das regras, permitindo o adequado preenchimento de suas 
lacunas. As leis, normas e regulamentos em geral reconhecem, para a 
solução de casos omissos, o uso da analogia, jurisprudência, costumes e 
princípios gerais de direito. Entretanto, embora não expresso 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 27
formalmente pelo notório reconhecimento doutrinário e jurisprudencial 
que possui, o uso dos princípios precede qualquer omissão contida na lei. 
Vai além, os princípios informam a correta interpretação de todo a 
aparelho legal.
Não basta conhecer a lei, faz-se necessário o seu estudo 
conceitual e principiológico. Uma lei é editada com uma finalidade 
específica. Distanciar-se desse fim – o espírito da lei (mens legis)– 
significa incorrer em erro invencível de interpretação, qual seja, desprezar 
os seus princípios, explícitos ou implícitos. 
Nem sempre os princípios se acham transpostos literalmente 
no texto das leis (explícitos). Há aqueles consagrados no mandamento 
interno inseridos no sistema ou regime de determinada disciplina do 
Direito (implícitos). Os princípios implícitos não podem ser alçados como 
tal por mera conveniência doutrinária. Ao contrário, decorrem do 
raciocínio lógico compreendido pela órbita do sistema, no caso, do regime 
jurídico desportivo. 
Os princípios implícitos são tão importantes quanto os 
explícitos; constituem, como estes, verdadeiras normas jurídicas. Por isso, 
desconhecê-los é tão grave quanto desconsiderar quaisquer outros 
princípios10.
Conflito de princípios
Embora devam estar dispostos harmonicamente em um 
sistema coeso de normas nem todos os princípios são aplicáveis 
indistintamente de modo a informar, ao mesmo tempo, um conjunto de 
normas. Essa aparente incompatibilidade de observância de um princípio 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 28
10 Carlos Ari Sunfeld, Fundamentos de Direito Público, 1998.
em detrimento de outro, pode ser dirimida através dos estudos de Robert 
Alexy, na Teoria de Los Derechos Fundamentales (Centro de Estudios 
Constitucionales, Madrid, 1993). O referido autor estabelece que os 
princípios diferenciam-se das regras, especialmente, quando estudados 
sob o prisma do conflito ou colisão. 
Regras conflitantes são normalmente solucionadas através de 
uma cláusula de exceção prevista em uma delas. Caso contrário, se 
inexistente uma condição de previsibilidade ou exceção, uma das regras 
deve ser invalidada e eliminada do ordenamento jurídico para que a outra 
possa ser aplicada. Assim, os critérios adotados de invalidação, podem se 
dar através da importância das regras em conflito, anterioridade da regra 
ou preponderância de regras especiais sobre regras gerais.
No caso dos princípios a solução não é tão simples. Não se 
pode, por exemplo, invalidar um princípio em detrimento de outro, 
retirando-lhe do ordenamento jurídico. O que está em jogo não é a 
validade do princípio, como no caso das regras. Ao contrário, parte-se do 
pressuposto de que os princípios somente se acham em conflito se forem 
válidos ou consagrados no ordenamento sistêmico. 
Como já dissemos princípios são alicerces e anulá-los ou 
retirar-lhes a validade, significa enfraquecer ou desestruturar a base de 
um sistema. Em verdade, um conflito de princípios aplicáveis a um 
mesmo caso concreto, determina que um princípio deve ceder para que o 
outro seja aposto. 
Nesse sentido, Alexy formula o que denomina de ´ley de 
colisión’, para dirimir o conflito de princípios. A lei sob análise utiliza uma 
didática de equacionamento exemplificativo para aclarar a solução de 
princípios conflitantes. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 29
No entanto, o postulado principiológico pode ser 
compreendido a partir de premissas de precedência incondicionada ou de 
precedência condicionada. Na primeira hipótese, um princípio precede a 
outro por razões puramente abstratas, sem considerar as condições ou 
circunstâncias do caso concreto. Na segunda, um princípio antecede o 
outro, consideradas algumas condições dessa precedência. Para que se 
adote a preferência de um princípio sobre o outro, tais condições 
constituem um peso, quantificado segundo determinadas circunstâncias e 
suas conseqüências jurídicas. Quanto maior a complexidade e valores 
envolvidos no caso concreto, maior o plexo condicional. Nesses casos, o 
critério de preferência de um princípio é, em tese, mais objetivo e 
concreto. 
De qualquer forma, os princípios imantam um sistema de 
normas, de tal sorte que refletem valores sociais. Nesse sentido, a 
aplicação de um dado princípio precedente a outro, independentemente 
de condição, não pode preterir a finalidade para a qual determinada 
norma foi editada. 
Como dito anteriormente, encontramos inúmeros princípios 
relacionados para o Direito Desportivo. No momento, importa apenas 
elencá-los com a adequada fundamentação constitucional ou 
infraconstitucional, doutrinária e jurisprudencial, sem contraditá-los ou 
deferir-lhes uma disposição sistemática. 
Isto porque, à medida que nos apropriamos do conhecimento 
principiológico, depuramos o processo de interpretação das normas.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 30
Princípios constitucionais
Autonomia desportiva
A autonomia das entidades desportivas, prevista no art. 217 
da CF/88, não pode ser interpretada comoindependência, muito menos 
como soberania. A constitucionalização não teve o condão de ampliar o 
seu alcance, nem afastá-las do controle administrativo ou jurisdicional 
competentes, pois autonomia é autodeterminação dentro da lei, e toda 
entidade privada dela usufrui.11 
A autonomia desportiva, interpretada isoladamente pode 
ensejar o surgimento de preceitos perversos que preservem o interesse 
exclusivo e protecionista das entidades de prática e de administração do 
desporto (interesses secundários), em detrimento dos interesses técnicos, 
de performance, de consumo, comerciais, institucionais e de todo o corpo 
social (interesses primários).
É bem verdade que alguns doutrinadores defendem que 
inexiste interesse público nas atividades desportivas. Contudo, a defesa 
indiscriminada da “autonomia desportiva” vem historicamente 
ocasionando graves distorções e inversão de valores, a saber: 
(i) a falta de credibilidade dos espetáculos desportivos; 
(ii) a (des)organização do desporto em seus diversos níveis e 
de representação nacional e internacional;
(iii) a crise de moralidade e ética no desporto; 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 31
11 STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, MS - MANDADO DE SEGURANÇA – 3318, 
Processo: 1994.00.03012-6 UF: DF, Orgão Julgador: PRIMEIRA SEÇÃO, Data da Decisão: 
31/05/1994, Documento: STJ000068650, Fonte DJ DATA:15/08/1994, PÁGINA:20271, LEXSTJ 
VOL.:00070, PÁGINA:42 RDA VOL.:00197 PÁGINA:236 RSTJ VOL.:00078 PÁGINA:39 Relator 
ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO 
(iv) o tratamento desigual àqueles que se encontram em 
uma mesma situação jurídica; 
(v) a falta de regulação e normatização adequadas em torno 
do que se denomina atualmente de "desporto de rendimento / desporto-
espetáculo / desporto-trabalho...".
Enfim, toda essa problematização decorre de uma balbúrdia 
interpretativa descontextualizada, viciada, assistêmica e inconstitucional 
do que se poderia denominar isoladamente de "autonomia desportiva".
Entretanto, tal conclusão não permite que se efetive uma 
interpretação destoada de sentido técnico-jurídico que pretenda afastar o 
reconhecimento de que o desporto é uma manifestação econômica de 
interesse público e, como tal, exige a atuação estatal pela denominada 
“intervenção mínima”. Bem destaca a versão preliminar do voto do Dep. 
Gilmar Machado, relator do Projeto de Lei do Estatuto do Desporto:
“A autonomia, que neste caso é uma garantia da preservação de um 
ambiente de liberdade de pensamento, não se exerce como se fosse 
soberania. O campus, não é um estado à parte, no qual se deixa de 
aplicar, por exemplo, a lei penal. E assim com as demais normas de 
ordem pública. A universidade é autônoma, mas submete-se ao controle 
de qualidade previsto pela lei estatal. O mesmo raciocínio aplica-se 
mutatis mutandi ao desporto. Isto é, afasta-se a idéia de qualquer 
intervenção do Estado, ou de regulação de normas esportivas no sentido 
estrito – mas não de regulação segundo normas de ordem pública que 
garantam a eficácia de princípios e regras constitucionais.”
Portanto, confundir regulação estatal sobre uma atividade 
econômica de interesse público com intervenção antidemocrática é ir 
contra princípios arraigados e insculpidos pela própria Constituição 
Federal brasileira. Mais do que isso, o ferimento aos princípios 
constitucionais está na atribuição de ampla liberdade a entes que 
exploram esta atividade de interesse público.
Não obstante tais considerações, não se pode deixar de 
registrar que as últimas modificações do ordenamento desportivo 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 32
avançaram o sinal, especialmente com a promulgação do Estatuto de 
Defesa do Torcedor (Lei nº 10671/03) e Lei de Moralização do Futebol 
(Lei nº 10672/03). Ao mesmo tempo em que havia pretensa regulação de 
atividade econômica, incorria-se em flagrante violação da sobredita 
autonomia constitucional, à medida que alguns preceptivos legais, como 
um “rolo compressor” aos poderes internos das entidades, estabeleceram 
regras de consumo contraditórias e insubsistentes com a finalidade de 
equiparar o espectador de um evento esportivo com o cidadão comum 
que adquire um eletrodoméstico qualquer. Nesse particular aspecto, o 
debate merece ser aprofundado para reforma ou regulamentação da 
legislação de regência, embora o STF já tenha declarado a 
constitucionalidade do referido estatuto, ampliando inclusive o seu 
alcance a todas as modalidades esportivas.12
É imperioso que a autonomia das entidades diretivas seja 
exercida precipuamente interna corporis, ou seja, para preservar a 
organização interna das entidades e suas normas, não se prestando a 
justificar o descumprimento das leis ou a invasão de competência em 
matérias reservadas à apreciação da Justiça Desportiva, por exemplo. 
Destinação prioritária de recursos públicos 
A receita pública é arrecadada basicamente via carga 
tributária que compreende impostos, taxas e contribuições. Portanto, é 
dinheiro do contribuinte colocado a disposição do Poder Público através 
do aparelho estatal para o seu adequado gerenciamento e de acordo com 
uma finalidade pública que alcance os anseios sociais. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 33
12STF ADI 2937
Dessa forma, o princípio da destinação prioritária de recursos 
ao desporto é uma opção político-legislativa que o constituinte preferiu 
colocar em ordem de precedência o desporto educacional e, apenas em 
casos específicos, a manifestação do desporto de rendimento. Saliente-se 
que a prática da atividade física no ambiente escolar, mediante a 
utilização de uma modalidade esportiva ou não, foi eleita como prioridade 
ao dispêndio de recursos financeiros. 
Sobre o tema, vale transcrever as recentes inovações trazidas 
com o regulamento da Lei Pelé (Decreto 7984/2013):
Art. 3º  O desporto pode ser reconhecido nas seguintes manifestações:
I - desporto educacional ou esporte-educação, praticado na educação 
básica e superior e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a 
seletividade, a competitividade excessiva de seus praticantes, com a 
finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua 
formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer;
(...) 
§ 1º O desporto educacional pode constituir-se em:
I - esporte educacional, ou esporte formação, com atividades em 
estabelecimentos escolares e não escolares, referenciado em princípios 
socioeducativos como inclusão, participação, cooperação, promoção à 
saúde, co-educação e responsabilidade; e
II - esporte escolar, praticado pelos estudantes com talento esportivo no 
ambiente escolar, visando à formação cidadã, referenciado nos princípios 
do desenvolvimento esportivo e do desenvolvimento do espírito esportivo, 
podendo contribuir para ampliar as potencialidades para a prática do 
esporte de rendimento e promoção da saúde.
§ 2º O esporte escolar pode ser praticado em competições, eventos, 
programas de formação, treinamento, complementação educacional, 
integração cívica e cidadã, realizados por:
I - Confederação Brasileira de Desporto Escolar - CBDE, Confederação 
Brasileira de Desporto Universitário - CBDU, ou entidades vinculadas, e 
instituições públicas ou privadas que desenvolvem programas 
educacionais; e
II - instituições de educação de qualquer nível. 
Por outro lado, a Carta Constitucional traçou uma linha 
específica de financiamento do desporto de rendimento o fazendo através 
de “casos específicos”, como a participação de selecionados nacionais em 
competições internacionais ou competições internas, e treinamentos 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 34
preparatórios, bem assim a sediação e organização de eventosinternacionais. 
A codinominada Lei Agnelo-Piva (art. 56 da Lei 9615/98) é 
um exemplo dessa destinação prioritária e específica ao desporto, assim 
como o contrato de desempenho previsto no art. 56-A da Lei 9615/98. E 
sua regulamentação pelo Decreto 7.984/2013 também revela uma 
preocupação com a observância de regras e obtenção de resultados e o 
cumprimento de metas de desempenho.
Tratamento diferenciado entre o desporto profissional e o não 
profissional
O princípio do tratamento diferenciado pretende separar o 
desporto profissional do não profissional com o intuito de conferir normas 
e procedimentos específicos a cada qual, porquanto distinta é a realidade 
que anima cada uma de suas manifestações.
Vejamos alguns dispositivos constantes do recém publicado 
Decreto 7.984/2013 que regulamenta a Lei Pelé, acerca da prática 
desportiva profissional e não-profissional:
Art. 4º  O desporto de rendimento pode ser organizado e praticado:
I - de modo profissional, caracterizado pela remuneração pactuada em 
contrato especial de trabalho desportivo entre o atleta e a entidade de 
prática desportiva empregadora; e
II - de modo não profissional, identificado pela liberdade de prática e pela 
inexistência de contrato especial de trabalho desportivo, sendo permitido o 
recebimento de incentivos materiais e de patrocínio.
Parágrafo único. Consideram-se incentivos materiais, na forma disposta 
no inciso II do caput, entre outros:
I - benefícios ou auxílios financeiros concedidos a atletas na forma de 
bolsa de aprendizagem, prevista no § 4º do art. 29 da Lei nº 9.615, de 
1998;
II - Bolsa-Atleta, prevista na Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 35
III - bolsa paga a atleta por meio de recursos dos incentivos previstos na 
Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006, ressalvado o disposto em seu 
art. 2º, § 2º; e
IV - benefícios ou auxílios financeiros similares previstos em  normas 
editadas pelos demais entes federativos. 
CAPÍTULO IX
DA PRÁTICA DESPORTIVA PROFISSIONAL 
Seção I
Da Atividade Profissional 
Art. 42.  É facultado às entidades desportivas profissionais, inclusive às de 
prática de futebol profissional, constituírem-se como sociedade 
empresária, segundo um dos tipos regulados pelos arts. 1.039 a 1.092 da 
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.  
Seção II
Da Competição Profissional 
Art. 43. Considera-se competição profissional aquela promovida para 
obter renda e disputada por atletas profissionais cuja remuneração 
decorra de contrato especial de trabalho desportivo.
Parágrafo único. Entende-se como renda a receita auferida pelas 
entidades previstas no § 10 do art. 27 da Lei nº 9.615, de 1998, na 
organização e realização de competição desportiva com a venda de 
ingressos, patrocínio e negociação dos direitos audiovisuais do evento 
desportivo, entre outros. 
Seção III
Do Atleta Profissional 
Art. 44.  A atividade do atleta profissional é caracterizada por remuneração 
pactuada em contrato especial de trabalho desportivo, firmado com 
entidade de prática desportiva, na forma da Lei nº 9.615, de 1998, e, de 
forma complementar e no que for compatível, pelas das normas gerais da 
legislação trabalhista e da seguridade social.
§ 1º O contrato especial de trabalho desportivo fixará as condições e os 
valores para as hipóteses de aplicação da cláusula indenizatória 
desportiva ou da cláusula compensatória desportiva, previstas no art. 28 
da Lei nº 9.615, de 1998.
§ 2º O vínculo desportivo do atleta com a entidade de prática desportiva 
previsto no § 5º do art. 28 da Lei nº 9.615, de 1998, não se confunde com 
o vínculo empregatício e não é condição para a caracterização da 
atividade de atleta profissional.  
O Código Brasileiro de Justiça Desportiva - CBJD, editado 
originariamente através da Resolução nº 01/2003 do Conselho Nacional 
do Esporte, atendendo ao prescritivo constitucional de observância ao 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 36
princípio da diferenciação previsto no art. 2º., VI da Lei 9615/98, 
expressamente prevê tal diferenciação logo no art. 1º, em seu § 2º13. 
E na aplicação de medidas disciplinares pelo CBJD foram 
recepcionadas as seguintes regras:
(i) inaplicabilidade de penas pecuniárias a atletas não 
profissionais (art. 170, § 2º); e
(ii) redução pela metade quando a infração for cometida 
por atleta não-profissional ou por entidade partícipe de competição 
que congregue exclusivamente atletas não-profissionais (art. 182): 
a. Se a diminuição da pena resultar em número 
fracionado, aplicar-se-á o número inteiro imediatamente 
inferior, mesmo se inferior à pena mínima prevista no 
dispositivo infringido; 
b. se o número fracionado for inferior a um, o 
infrator sofrerá a pena de uma partida, prova ou equivalente;
c. a redução também se aplica a qualquer pessoa 
natural que cometer infração relativa a competição que 
congregue exclusivamente atletas não-profissionais, como, 
entre outras, membros de comissão técnica, dirigentes e 
árbitros;
d. o infrator não terá direito à redução a que se 
refere este artigo quando reincidente e a infração for de 
extrema gravidade. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 37
13Art. 1º. 
...
§ 2º Na aplicação do presente Código, será considerado o ao desporto de prática profissional e ao de 
prática não-profissional, previsto no . (AC).
Vale lembrar que a prática desportiva profissional encerra 
uma realidade absolutamente distinta do desporto praticado de forma a 
não vincular seus praticantes à atividade laboral. E não é apenas esse 
aspecto que deve ser enfocado (praticante), mas toda uma gama de bens 
e serviços colocados à disposição da sociedade advindos do 
profissionalismo. Em verdade não é o desporto (ou modalidade 
desportiva) que pode ser considerado profissional ou não, mas o 
praticante (atleta). 
E como se viu, a teor da legislação de regência (arts. 3º., III 
e 26 da Lei 9615/98 regulamentados pelos arts. 4º., 42, 43 e 44 do 
Decreto 7984/2013 acima), atleta profissional é aquele que mantém 
contrato especial de trabalho desportivo com entidade de prática (clube) 
com a finalidade precípua de participar de competições profissionais que, 
dentre outros aspectos, visam a obtenção de renda.
Esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva
A Carta Magna reconhece e qualifica a Justiça Desportiva 
como um conjunto de instâncias que possui atribuições de dirimir os 
conflitos de natureza desportiva e competência limitada ao processo e 
julgamento de infrações disciplinares (definidas em códigos desportivos). 
Ainda, a estrutura orgânica da Justiça Desportiva proposta pela Lei n.º 
9.615, de 24 de março de 1998, foi destinada às entidades de 
administração do desporto de cada sistema, sendo deferido à 
Administração Pública reconhecer suas peculiaridades e estabelecer a 
organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 38
incidente sobre suas competições, respeitados os princípios gerais 
insculpidos na legislação de regência.14
Em suma, o constituinte de 1988 definiu o amplo espectro de 
benefícios trazidos pela instituição da Justiça Desportiva, cujos limites de 
atuação encontram-se estabelecidos às ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas.
A Constituição Federal de 1988 foi ainda mais longe, 
reconhecendo um limite formal de conhecimento dos litígios desportivos 
perante o Poder Judiciário, vinculado ao esgotamento das instâncias da 
Justiça Desportiva.
Desde uma abordagem imediata é possível alcançar a 
importância atribuída pela Constituição Federal à Justiça Desportiva, 
configurando-se em mais um movimento desolução alternativa de 
controvérsias, evitando os custos e a demora de um processo judicial.
Na realidade, a Justiça Desportiva revela-se como meio ideal 
para solução de conflitos estabelecidos no âmbito desportivo, pois 
permite a solução rápida e devidamente fundamentada, a custos mínimos 
e de maneira eficiente, respeitados os princípios inerentes ao devido 
processo legal.
O problema na aplicação indiscriminada do princípio 
insculpido no art. 217 da CF/88 reside que, em diversas oportunidades, 
as entidades desportivas quando acionadas judicialmente, apresentam 
como tese preliminar de defesa o que se denomina de incompetência do 
Poder Judiciário em apreciar a causa face ausência de esgotamento da 
instância desportiva.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 39
14 QUADROS, Alexandre H. e SCHMITT, Paulo M. Excertos do Código Nacional de 
Organização da Justiça e Disciplina Desportiva. Administração Pública Federal. Ministério do 
Esporte e Turismo: Brasília/DF, 2002, pp.5-7. 
No entanto, existem argumentos suficientes para justificar 
tanto a busca direta da tutela jurisdicional quanto a desnecessidade de 
esgotamento da Justiça Desportiva. Tudo depende do objeto da demanda 
em matéria desportiva. Exemplo disso é uma demanda judicial a respeito 
de alteração estatutária realizada em desconformidade com o 
ordenamento jurídico para as entidades de administração do desporto. 
Na realidade, em situações como tais, não se adapta ao sistema 
constitucional do Estado Democrático de Direito, a exigência de 
esgotamento de uma instância privada. É inconcebível a estipulação de 
requisito de admissibilidade que restrinja a ampla possibilidade de 
dedução de pedido junto ao Poder Judiciário, em benefício de uma 
entidade de cunho administrativo privado e em detrimento da segurança 
jurídica necessária para o exercício da cidadania no Estado Democrático 
de Direito.
“Embora tenham sido alargadas as perspectivas do Judiciário, ao nível 
‘social’ e ‘político’, é no exercício de sua função jurídica que se manifesta 
de forma mais aparente o seu Poder. Nela, consoante visto, encontra-se a 
legitimação democrática. A função jurídica do Judiciário coincide, 
fundamentalmente, com a função atual do juiz, porque este é, em última 
análise, o órgão encarregado de seu exercício. Por sua vez, a atividade 
jurisdicional desenvolve-se através do processo, em cumprimento do 
princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional e da 
cláusula do ‘due process of law’ e da qual se irradiam outras, 
‘disciplinando, com isso, o exercício do poder e oferecendo a todos a 
garantia de que cada procedimento a ser realizado em concreto terá 
conformidade com o modelo preestabelecido’ (Dinamarco).”15
Sobre o tema, assim decidiu o E. Superior Tribunal de 
Justiça:
“CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES - TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA - 
NATUREZA JURÍDICA - INOCORRÊNCIA DE CONFLITO. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 40
15 CICHOSKI NETO, José. O papel do poder judiciário no moderno estado democrático. Ver. 
Jurisprudência brasileira – JB 161 – págs. 25/42.
1. Tribunal de JUSTIÇA DESPORTIVA não se constitui em autoridade 
administrativa e muito menos judiciária, não se enquadrando a hipótese 
em estudo no art. 105, I, g, da CF/88. 2. Conflito não conhecido.”16
O princípio do esgotamento das instâncias da Justiça 
Desportiva aparentemente sofreria de patente inconstitucionalidade, em 
face da previsão estabelecida no artigo 5º, XXXV, da Carta de 1988:
“COMPETÊNCIA. ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL – Ação 
intentada por atleta profissional de futebol visando a compelir a 
associação desportiva empregadora ao pagamento de ‘luvas’ 
compulsórias (15%) pela cessão definitiva do atestado liberatório (passe). 
Inaplicabilidade do art. 29, da Lei 6354/76, no que condiciona o 
exaurimento da via administrativa para ingresso em juízo, o que somente 
se tornou admissível quanto “as ações relativas a disciplina e as 
competições desportivas” com o advento da CF/88 (art. 217, parágrafo 
1º.). Prevalência do direito constitucional da ação (art. 5º, inciso XXXV). 
Competência da Justiça do Trabalho reconhecida sem o esgotamento de 
recursos administrativos na esfera da Justiça Desportiva.”17
Portanto, inafastável a apreciação do Poder Judiciário quando 
sua tutela é legitimamente provocada, a teor do princípio do direito de 
ação (due process of law).
Todavia, para dirimir o conflito de princípios do devido 
processo legal, acesso à Justiça e esgotamento de instância 
administrativa ao desporto, a Constituição fixou plexo de competência em 
razão da matéria. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 41
16 STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Classe: CA - CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO – 53 
Processo: 1996.00.57234-8 UF: SP Orgão Julgador: SEGUNDA SEÇÃO Data da Decisão: 
27/05/1998 Documento: STJ000220441 Fonte DJ DATA:03/08/1998 PÁGINA:66 Relator 
WALDEMAR ZVEITER.
17 TRT-PR-RO 8.366/91 – Ac. 1ª T 421/93 – Rel. Juiz Oreste Dalazen – DJPr. 15/01/93. (Base 
Juris).
É importante ressaltar que o requisito de admissibilidade 
constitucional levado a efeito pelo §1º do art. 217, diz respeito ‘as ações 
relativas à disciplina e as competições desportivas’.18
Exemplifica-se: uma lide de natureza tributária ou criminal 
não merece análise da Justiça Desportiva como requisito para 
conhecimento do Poder Judiciário. Da mesma forma, a uma ação ajuizada 
sobre a legalidade de uma determinada alteração estatutária. Portanto, 
inaplicável a restrição de esgotamento da instância desportiva sob este 
fundamento, porque a organização, o funcionamento e as atribuições da 
Justiça Desportiva estão limitadas ao processo e ao julgamento das 
infrações disciplinares e às competições desportivas (art. 50 – Lei Federal 
9615/98). 
A doutrina é assente em afirmar que o esgotamento da 
instância desportiva visa, de um lado, propiciar a análise de matéria 
desportiva - estritamente descumprimento de normas relativas à 
disciplina e às competições desportivas - por uma instância administrativa 
especializada e, de outro, desafogar o Judiciário.
Excetuadas hipóteses de regras estatutárias específicas 
prevendo cláusula arbitral nesse sentido, não se pode pretender que o 
STJD ou TJD de qualquer entidade desportiva julgue-se competente para 
processar e julgar toda e qualquer contenda entre federações, 
confederações e seus filiados ou associados. Seria ampliar de tal modo a 
sua competência, inviabilizando a organização e funcionamento da Justiça 
Desportiva da entidade a qual se encontra vinculada, além de retirar a 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 42
18 “Constituição Federal de 1988
Art. 217 – É dever do estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito 
de cada um, observados:
...
§1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e a competições desportivas 
após esgotarem-se as instâncias da Justiça Desportiva, regulada em lei.”
competência dos tribunais das federações estaduais e o direito 
constitucional de ação das pessoas físicas e jurídicas quando a matéria 
não versasse sobre competições e disciplina. 
A real intenção da norma desportiva pretende tão somente 
assegurar a continuidade das atividades no ambiente desportivo, 
essencialmente em razão de que um litígio incidente em um torneio ou 
campeonato, por descumprimento de normas ou prática de infrações 
disciplinares, impetrado diretamente no Poder Judiciário, poderia paralisar 
as atividades de interesse da comunidade esportiva. Assim manifesta-se a 
jurisprudência:
“A regra é a inafastabilidade do controle de lesões ou de ameaças de 
lesões a direitos pelo Poder Judiciário (art. 5º. XXXV, da ConstituiçãoFederal), regra que pode ser limitada ou condicionada, como ocorre com o 
artigo 217, §3º, da Constituição Federal, quanto ao prévio exaurimento da 
instância desportiva, mas não afastado. O artigo 52, §2º, da Lei Pelé, 
entretanto, foi além do preceito constitucional: simplesmente afastou o 
controle judicial de lesões ou ameaças de lesões a um direito. Ao 
estabelecer, para fins desportivos, que prevalece a decisão da justiça 
desportiva, a norma ordinária restringiu o interesse dos clubes ou equipes 
apenas ao lado econômico de um torneio ou campeonato, único aspecto 
que poderia ser questionado na justiça, colocando ao largo de discussões 
judiciais o desportivo em si, como se também a conquista do título não 
fosse digna de tutela.”
Interessante destacar que o artigo 50 da Lei n.º 9.615, de 24 
de março de 1998 (Lei Pelé), estabelece:
“Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça 
Desportiva, limitadas ao processo e ao julgamento das infrações 
disciplinares e às competições desportivas, serão definidas em Códigos 
Desportivos...”
Entretanto, a redação apresentada pelo Poder Legislativo, 
para sanção presidencial, era diferenciada:
Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça 
Desportiva, serão definidas em Códigos de Justiça Desportiva de 
cumprimento obrigatório para as filiadas de cada entidade de 
administração do desporto, nos quais excetuar-se-ão as matérias de 
ordem trabalhista e de Direito Penal Comum.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 43
O veto ao referido dispositivo, pelo Presidente da República, 
após a manifestação do Ministério da Justiça, foi assim fundamentado, 
justamente para garantir o acesso ao Poder Judiciário:
“RAZÕES DO VETO
Além disso, a exceção das matérias de ordem trabalhista e de direito 
Penal Comum leva a falsa impressão de que outras não poderão ser 
objeto de exame da justiça comum, o que é equivocado. Basta ver que o 
texto constitucional deixa claro que a competência da Justiça Desportiva 
circunscreve-se a ações relativas à disciplina e às competições 
desportivas. Tudo o mais deverá ser apreciado por um juiz togado e 
mesmo as ações relativas à disciplina e às competições desportivas 
deverão submeter-se ao poder Judiciário após esgotarem-se as instâncias 
da Justiça Desportiva. Deve, portanto, o dispositivo ser vetado por 
contrariar o interesse público.”
O veto do Presidente da República objetivou não criar 
qualquer obstáculo que impossibilitasse o acesso ao Judiciário. 
Este também é o argumento para demonstrar a ilegalidade 
de dilatação da competência de STJD, TJD ou outra instância desportiva 
efetivada através, por exemplo, da análise de verbas trabalhistas, 
alteração do estatuto de uma assembléia de entidade desportiva ou outra 
matéria que não verse sobre disciplina e competição.
Sobre o tema também manifesta-se o Poder Judiciário:
“ ... não é matéria condicionada ao prévio exame pela via administrativa, a 
teor do que dispõe o próprio artigo 217, I , da Constituição Federal 
vigente, aludido na defesa. Isto porque o artigo 217, dispõe que o poder 
judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições 
desportivas após esgotarem-se as instâncias da Justiça Desportiva 
reguladas em lei. (Grifos nossos). Deste modo, como a Constituição 
estabeleceu os assuntos que não podem ser admitidos pela Justiça 
Comum sem o exame prévio da Justiça Desportiva, como a matéria 
controversa não se confunde com tais temas a evidência e admissível o 
conhecimento da lide por este juízo. Oportuno adicionar acerca do tema 
que, se o diploma constitucional limitou o prévio esgotamento da via 
administrativa tão somente para os dois assuntos retro mencionados, 
entende este juízo que nem a legislação infra constitucional, muito menos 
o Regimento Interno do Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação 
Brasileira de Hipismo podem ampliar o rol prévio da Justiça Desportiva, 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 44
pois isto fere o direito Constitucional de acesso ao judiciário, assentado no 
inciso XXXV do art. 5º, da Constituição Federal. ... “19
O assunto em exame é relativamente polêmico e parte do 
estudo acima foi publicado na Revista Brasileira de Direito Desportivo20, o 
qual apresenta a seguinte síntese conclusiva: 
(i) O conflito entre os princípios de esgotamento da instância 
desportiva e do acesso ao Judiciário é apenas aparente e tais comandos 
constitucionais podem conviver harmoniosamente pela aplicação do 
princípio estruturante da cedência recíproca, inexistindo negação interna 
ou qualquer obstáculo de compatibilidade de conteúdo; 
(ii) a precitada convivência harmoniosa dos artigos 5º, XXXV 
e 217, §§1º e 2º, CF/88 está diretamente relacionada com a observância 
da competência conferida pela Carta da República à justiça desportiva em 
matéria de competições e disciplina desportiva. 
Com efeito, a regra geral é o esgotamento da instância 
desportiva. Todavia, qualquer vício capaz de produzir lesão ou ameaça a 
lesão a direito configurará o não cumprimento do seu papel 
constitucional. Tais vícios decorrem comumente de inobservância dos 
prazos constitucionais, composição irregular das instâncias desportivas, 
supressão de instância desportiva ou mesmo de análise de matéria que 
refoge da área delimitada, como por exemplo lides de ordem trabalhista, 
societária, penal, dentre outras que não estão diretamente relacionadas a 
competições e disciplina. 
Mas, se de um lado, alguns litígios não podem sequer serem 
avaliados por tribunais desportivos, notadamente em razão da matéria, 
por outro, vale destacar que em matéria própria para tal análise 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 45
19 Autos n.º918/99 - 3ª Vara Cível da Comarca de Curitiba
20 Justiça Desportiva vs. Poder Judiciário: Um conflito constitucional aparente. Alexandre 
Hellender de Quadros e Paulo Marcos Schmitt. Revista Brasileira de Direito Desportivo nº 04, 
IBDD, Imprensa Oficial, segundo semestre/2003.
(competição e disciplina), as decisões da Justiça Desportiva devem ser 
prestigiadas dada a importância a ela conferida pela nossa Carta Magna:
“ A G R AV O D E I N S T R U M E N TO . D I R E I TO P R I VA D O N Ã O 
ESPECIFICADO. COMPETIÇÃO DESPORTIVA. AUTONOMIA DAS 
ENTIDADES DESPORTIVAS E O DIREITO À LIVRE ASSOCIAÇÃO E À 
NÃO INTERVENÇÃO ESTATAL. ALEGAÇÃO DE INFRINGÊNCIA AOS 
PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. NULIDADE 
DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS. AUSÊNCIA DE 
VEROSSIMILHANÇA A ENSEJAR A ANULAÇÃO EM SEDE DE 
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE 
PROVA CONTUNDENTE ACERCA DAS ALEGADAS IRRGULARIDADES 
NOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS QUE TRAMITARAM NO STJD. 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. 
A antecipação de tutela depende da força da prova, esta capaz de 
convencer o Magistrado da verossimilhança das alegações do autor. 
Não emerge, no estado em que o feito se encontra, a prova inequívoca da 
verossimilhança do direito almejado pela parte autora. A questão relativa a 
terem os direitos do atleta CLÁUDIO ROBERTO SIQUEIRA FERNANDES 
FILHO sido suprimidos no feito administrativo que determinou sua 
suspensão por um jogo implica a produção probatória, envolvendo o 
mérito. Isto também se aplica às demais alegações da inicial, 
particularmente, no que respeita à busca de informações atinentes às 
condições de jogo do atleta depois da realização da partida de 22 de julho 
de 2010 (fl. 160).
Ademais, a Constituição Federal, no artigo 217, §1º, concede importância 
ímpar à Justiça Desportiva. Em liminar, desconstituir uma decisão do 
STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) exige elementos que não 
se mostram presentes na situação atual do processo. 
Logo, inviável reconhecer a nulidade do procedimento administrativoda 
requerida, porquanto dependente de produção de prova inequívoca a 
embasar as alegações autorais. 
À unanimidade, preliminares rejeitadas. No mérito, agravo de instrumento 
desprovido, por maioria. 
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Segunda Câmara 
Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em rejeitar as 
preliminares, e, por maioria, vencido o Relator, em desprover o agravo de 
instrumento.
Custas na forma da lei.
Participou do julgamento, além dos signatários, a eminente Senhora Des.ª 
Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout.
Porto Alegre, 14 de junho de 2012.
DES. JOSÉ AQUINO FLÔRES DE CAMARGO, 
Presidente e Relator. 
DES. UMBERTO GUASPARI SUDBRACK, 
Redator.
...
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 46
A Constituição Federal, no artigo 217, §1º, concede importância ímpar à 
Justiça Desportiva. Em liminar, desconstituir uma decisão do STJD 
(Superior Tribunal de Justiça Desportiva) exige elementos que não se 
mostram presentes na situação atual do processo. Com efeito, se a Carta 
Constitucional empresta tal relevância à Justiça Desportiva, há que se 
levar em conta esse dado. Por analogia, conceder a antecipação de 
tutela, antevendo presentes os requisitos pertinentes, seria o mesmo que, 
no Direito Administrativo, desconstituir o ato dessa natureza, o qual tem 
presunção de legitimidade. Só com prova forte seria viável tal pleito.
(Agravo de Instrumento Nº 70048692768, Décima Segunda Câmara Cível, 
Comarca de Porto Alegre.)
De outra parte, não obstante os princípios da inafastabilidade 
do controle jurisdicional e acesso ao Poder Judiciário, algumas normas 
internacionais aplicáveis a determinadas modalidades esportivas, de certa 
forma, vedam que conflitos de interesse sejam dirimidos em tribunais 
comuns. 
E nesse particular aspecto é inegável reconhecer que o 
sistema desportivo revela um modelo que possui uma estrutura 
hierarquizada de filiações e aceitabilidade de normas e regras nacionais e 
internacionais de prática desportiva. 
Observe-se que da base para o topo da pirâmide temos 
comumente: (1) o atleta é filiado, registrado ou inscrito por um clube 
(entidade de prática desportiva, p.ex. Esporte Clube Pinheiros/SP) que, 
por sua vez, (2) está vinculado a uma federação (entidade regional de 
administração, p.ex. Federação Paulista de Basketball) que, (3) está 
filiada a uma confederação (entidade nacional de administração da 
respectiva modalidade, p.ex. Confederação Brasileira de Basketball - 
CBB), e esta, a seu turno, (4) está filiada a uma entidade internacional na 
modalidade (p.ex. Federação Internacional de Basketball - FIBA), sem 
prejuízo por óbvio (5) de outras filiações ou vinculações no movimento 
olímpico (Comitês Olímpicos Brasileiro e Internacional - COB e COI).
Vejamos a ilustração gráfica a seguir:
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 47
 Nesse cenário, fica a pergunta: quando estamos diante do 
esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva previsto no art. 217 da 
CF que, em tese, autorizaria que o Poder Judiciário admitisse o 
conhecimento de matéria relativa a competição e disciplina? E a resposta, 
depende de análise criteriosa de normas nacionais e internacionais 
aplicáveis, ao menos para o sistema privado / (con)federado, no caso a 
Lei no. 9.615/98 e Estatutos, Regulamentos e Regras da modalidade 
esportiva e instituições que a regulam.
É sempre bom lembrar que o parágrafo 1o. do art. 217 da CF 
condiciona o esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva regulada 
em lei para ingresso de demandas de natureza disciplinar junto ao Poder 
Judiciário. No entanto, a lei a que se refere o texto constitucional é a Lei 
no. 9.615/98 (Lei Geral Sobre Desporto) que, no seu art. 50 e ss. regula a 
temática em apreço, porém, em seus arts. 1o. e 3o. faz remissiva a 
normas internacionais, ao definir: (i) que a prática desportiva formal é 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 48
regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática 
desportiva de cada modalidade, aceitas pelas respectivas entidades 
nacionais de administração do desporto e; (ii) desporto de rendimento, 
praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, 
nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar 
pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações.
Ilustrativamente, na prática desportiva formal da modalidade 
de futebol, que certamente possui a maior demanda de litígios, 
logicamente impulsionada pela paixão que desperta, aliada ao interesse 
econômico, a última instância da Justiça Desportiva, consoante 
normas internacionais, é o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS-
CAS).21 
Os fundamentos jurídicos estão devidamente consignados 
nos seguintes dispositivos do Regulamento Geral de Competições da CBF, 
Estatutos da FIFA e Estatutos e Código do TAS-CAS:
RGC - CBF (2013)
Art. 99 - Os clubes que tenham concordado em participar de quaisquer 
das competições, reconhecem a Justiça Desportiva como instância 
própria para resolver as questões relativas à disciplina nas competições 
desportivas, nos termos do artigo 64 do Estatuto da FIFA 22.
[<http://imagens.cbf.com.br/201212/1644694637.pdf>]
ESTATUTO DA FIFA (2012)
66 Tribunal Arbitral do Esporte - Corte de Arbitragem do Esporte 
(TAS/CAS)
1. A FIFA reconhece o direito de interpor recurso para o Tribunal Arbitral 
do Esporte (TAS/CAS), um tribunal de arbitragem independente com sede 
em Lausanne, na Suíça, para resolver disputas entre FIFA, membros, 
confederações, ligas, clubes, jogadores, funcionários, agentes de partidas 
e agentes licenciados de jogadores.
2. O procedimento de arbitragem é regido pelas disposições do Código de 
Arbitragem em matéria desportiva do Tribunal Arbitral do Esporte - TAS. O 
TAS aplica em primeiro lugar os regulamentos da FIFA e, adicionalmente, 
a lei suíça.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 49
21 www.tas-cas.org
22 Na versão de 2011 do estatuto da FIFA, sendo hoje o art. 68 do estatuto vigente - edição de 2012.
67 Jurisdição do TAS/CAS
1. Todo recurso contra as decisões finais adotadas pela FIFA, 
especialmente pelos órgãos jurisdicionais, e contra as decisões adotadas 
pelas confederações, membros ou ligas deve ser apresentado ao TAS/
CAS no prazo de 21 dias após a notificação da decisão.
2. Somente pode ser apresentado um recurso ao TAS depois de esgotar 
todas as instâncias jurisdicionais internas.
O TAS não admitirá recursos relacionados com: 
a) violação as regras do jogo;
b) suspensão de até quatro jogos ou até três meses (com exceção de 
decisões relacionadas a doping);
c) as decisões objeto de recurso para atender uma apelação perante 
tribunal arbitral independente devidamente constituído, e reconhecido sob 
as regras de uma associação ou confederação.
4. O recurso não tem efeito suspensivo. O órgão competente da FIFA, ou 
se for o caso, o TAS/CAS pode conceder efeito suspensivo ao recurso.
5. Em conformidade com os itens 1 e 2 do presente artigo, a FIFA pode 
apresentar um recurso no TAS/CAS contra as decisões internamente 
finais e vinculativas das confederações, membros ou ligas em casos de 
doping.
6. Em conformidade com os itens 1 e 2 do presente artigo, a Agência 
Mundial Anti-Doping (WADA) pode interpor recurso ao TAS/CAS contra as 
decisões internamente finais e vinculativas da FIFA, das confederações, 
membros ou ligas em casos de doping.
7. A autoridade competente deve notificar a FIFA e a WADA decisões 
internamente finais e vinculativas das confederações, membros ou ligas 
em casos de doping. O período disponível para a FIFA ou a WADA para 
recorrer começa a correr no momento em que a FIFA ou WADArecebe a 
notificação da decisão final em uma das línguas oficiais da FIFA.
68 Obrigações
1. As Confederações, os membros e Ligas devem reconhecer o TAS/CAS 
como uma autoridade judicial independente e comprometem-se a adotar 
todas as medidas necessárias para os seus membros, jogadores e 
funcionários acatem a arbitragem e decisões do TAS. Esta obrigação 
aplica-se igualmente aos agentes de partida e os agentes dos jogadores.
2. São proibidos recursos aos tribunais comuns, a menos que 
especificado no regulamento da FIFA. Além disso, são excluídos os 
recursos na forma ordinária, no caso de medidas preventivas de todos os 
tipos.
3. As associações são obrigadas a incorporar em seus estatutos ou 
regulamentos uma cláusula, em caso de disputa da associação interna ou 
disputas sobre a liga, um membro da liga, um clube, um membro de um 
clube, um jogador, funcionário ou qualquer outra pessoa ligada à 
associação, proibindo tribunais comuns de direito, a menos que os 
regulamentos da FIFA ou de disposições vinculativas de lei 
expressamente exigir recurso aos tribunais comuns. Em vez de os 
tribunais comuns devem prever jurisdição arbitral. Tais litígios serão 
submetidos a um tribunal arbitral independente devidamente constituído e 
reconhecido de acordo com as regras da associação ou confederação, ou 
TAS. Da mesma forma, as associações comprometem-se a garantir que 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 50
esta condição é implementada dentro da associação, se necessário, 
impondo a obrigação de seus membros. Em caso de violação desta 
obrigação, as Associações devem impor sanções adequadas precavendo 
qualquer recurso contra essas penalidades e que serão estritamente 
submetido igualmente à jurisdição arbitral e não aos tribunais comuns.
[Grifos nossos. Tradução livre: <http://www.fifa.com/mm/document/
affederation/generic/01/66/54/21/fifastatutes2012s.pdf>]
ESTATUTOS E CÓDIGO TAS-CAS
A Disposições comuns
S1 Com a finalidade de resolver disputas relacionadas ao esporte por 
meio de arbitragem e mediação, dois órgãos ficam criados:
• o Conselho Internacional de Arbitragem do Esporte (ICAS)
• o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS).
Os litígios e disputas em que uma federação, associação ou um 
organismo de esportes relacionado for parte, são uma questão de 
arbitragem, nos termos deste Código, na medida em que os estatutos ou 
regulamentos de órgãos ou um acordo específico assim proporcionar.
A sede do ICAS e do CAS é Lausanne, na Suíça.
S2 O objetivo da ICAS é facilitar a resolução de disputas relacionadas ao 
esporte por meio de arbitragem ou de mediação, e para salvaguardar a 
independência do CAS e os direitos das partes. Ele também é 
responsável pela administração e financiamento do CAS.
S3 O CAS mantém uma lista de árbitros e prevê a resolução arbitral de 
controvérsias relacionadas ao esporte por meio de arbitragem conduzida 
por painéis compostos por um ou três árbitros.
O CAS é composto por uma Divisão de Arbitragem Ordinária e uma 
Divisão de Arbitragem de Apelação.
O CAS mantém uma lista de mediadores e prevê a resolução de conflitos 
relacionados com o desporto através da mediação. O procedimento de 
mediação é regido pelas Regras de Mediação CAS.
...
C Tribunal Arbitral do Esporte (CAS)
1 Missão
S12 O CAS constitui painéis que têm a responsabilidade de resolver os 
litígios que surjam no âmbito do esporte por meio de arbitragem e / ou 
mediação de acordo com as regras processuais (artigos R27 e segs.).
Para tanto, o CAS fornece a infraestrutura necessária, os efeitos da 
constituição de painéis e supervisiona a condução eficiente do processo.
As responsabilidades dos painéis, entre outras, são:
a. para resolver as disputas que se refere a eles por meio de arbitragem 
ordinária;
b. para resolver as disputas através dos apelos a procedimento de 
arbitragem, ou a respeito das decisões de federações, associações ou 
outras entidades relacionadas com o desporto, na medida em que os 
estatutos ou regulamentos de órgãos ou um acordo específico assim 
proporcionar.
c. para resolver as disputas através da mediação.
[Grifos nossos. Tradução livre: <http://www.tas-cas.org/d2wfiles/document/
4962/5048/0/Code20201320corrections20finales20(en).pdf>]
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 51
Como se denota, por força de norma internacional, cogente e 
referenciada pelo regulamento de competições da CBF, a última instância 
da Justiça Desportiva, ao menos para o mundo do futebol profissional, é 
o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS-CAS). 
Não há que se falar, portanto, ao menos “prima facie”, em 
esgotamento de TODAS as instâncias da Justiça Desportiva quando a 
decisão objeto de impugnação na Justiça Comum for proferida pelo STJD 
do Futebol, porquanto este se revela a mais alta Corte Desportiva no 
Brasil, cabendo recurso ao TAS/CAS.
Princípios infraconstitucionais - Lei nº 9.615/98 (Lei Geral Sobre Desporto 
- Lei Pelé)
A Lei nº 9.615/98, em seu art. 2º, arrola doze princípios 
dispondo sobre suas principais características e conceitos, sendo 
desnecessário maiores comentários acerca de tais proposições diretoras 
da citada lei. 
No entanto, é imperioso trazer à colação as anotações de 
Marcílio Krieger quando aduz que tais “princípios fundamentais dão 
viabilidade prática tanto à garantia constitucional do desporto como 
direito fundamental, quanto ao da autonomia das entidades práticas e 
dirigentes – autonomia que pressupõe o respeito às normas 
constitucionais quanto às normas e regras internacionais e nacionais da 
respectiva modalidade”. 23
Vejamos cada qual, na forma como se encontram transpostos 
no ordenamento jurídico pátrio:
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 52
23 Lei Pelé e Legislação Desportiva Brasileira Anotadas: ed. Forense, Rio de Janeiro, 1999, p. 
34.
• Soberania, caracterizado pela supremacia nacional na 
organização da prática desportiva;
• Autonomia, definido pela faculdade e liberdade de pessoas 
físicas e jurídicas organizarem-se para a prática desportiva;
• Democratização, garantido em condições de acesso às 
atividades desportivas sem quaisquer distinções ou formas de 
discriminação;
• Liberdade, expresso pela livre prática do desporto, de 
acordo com a capacidade e interesse de cada um, associando-se ou não 
a entidade do setor;
• Direito social, caracterizado pelo dever do Estado em 
fomentar as práticas desportivas formais e não-formais;
• Diferenciação, consubstanciado no tratamento específico 
dado ao desporto profissional e não-profissional;
• Identidade nacional, refletido na proteção e incentivo às 
manifestações desportivas de criação nacional;
• Educação, voltado para o desenvolvimento integral do 
homem como ser autônomo e participante, e fomentado por meio da 
prioridade dos recursos públicos ao desporto educacional;
• Qualidade, assegurado pela valorização dos resultados 
desportivos, educativos e dos relacionados à cidadania e ao 
desenvolvimento físico e moral;
• Descentralização, consubstanciado na organização e 
funcionamento harmônicos de sistemas desportivos diferenciados e 
autônomos para os níveis federal, estadual, distrital e municipal;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 53
• Segurança, propiciado ao praticante de qualquer 
modalidade desportiva, quanto a sua integridade física, mental ou 
sensorial;
• Eficiência, obtido por meio do estímulo à competência 
desportiva e administrativa.
Princípios infraconstitucionais - Lei nº 10.672/03
A legislação desportiva, com a publicação da Lei nº 
10.672/03, enuncia os seguintes princípios:
• Transparência financeira e administrativa; 
• Moralidade na gestão desportiva; 
• Responsabilidade social de seus dirigentes;
• Tratamento diferenciado emrelação ao desporto não 
profissional;
• Participação na organização desportiva do País.
Após uma análise detalhada dos princípios acima 
referenciados, podemos nominá-la de uma "medida de boas intenções", 
assim rotulado em razão de todos os princípios eleitos terem sido 
emprestados do conceito de Responsabilidade Fiscal inseridos explícita ou 
implicitamente na própria LRF. 
Vejamos alguns princípios da LRF citados por Edson Ronaldo 
do Nascimento e Ilvo Debus24 e que comparamos com a sobredita lei:
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 54
24 Gestão Fiscal Responsável: JM editora, Brasília/Df, 2001.
• Equilíbrio e planejamento - não gastar mais do que se 
arrecada e planejar, antes de executar (LRF) = moralidade na gestão 
desportiva (Lei nº 10.672/03)
• Transparência - prestar contas e informar à sociedade (LRF) 
= Transparência financeira e administrativa (Lei nº 10.672/03)
• Participação - governar com o cidadão e não contra o 
cidadão (LRF) = Participação na organização desportiva do país (Lei nº 
10.672/03)
Álvaro Melo Filho (Novo Regime Jurídico do Desporto, p. 14) 
afirma que a Lei Pelé é um clone jurídico em 53% da Lei Zico. Então, 
malcomparando constatamos que os princípios encartados na Lei nº 
10.672/03 pode ser considerado um clone conceitual ou principiológico 
da LRF.
É indene de dúvidas que a LRF contribuiu e vem contribuindo 
para um maior controle do gasto público e moralização da atividade 
administrativa, requerendo uma nova atitude dos administradores 
públicos em matéria de finanças e orçamento. Todos esses valores 
aplicados às atividades desportivas revelam, no mínimo, que a legislação 
em comento se reveste, como antes afirmado, de “boas intenções", à 
medida que não passarão de bons propósitos caso o debate não seja 
aprofundado. Até porque as exigências de administração responsável com 
sanções aos dirigentes desidiosos ou negligentes, no contexto da 
pretensa lei, não trazem, em uma análise perfunctória, condições 
materiais de aplicabilidade ou conformidade constitucional com a 
autonomia associativa e desportiva. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 55
Princípios infraconstitucionais - Lei nº 10.671/03 (Estatuto do Torcedor), 
Decreto 7984/2013 (Regulamenta Lei Pelé) e CBJD - Justiça Desportiva25
A nova codificação desportiva (art. 2º do CBJD), em um feito 
inédito perante os códigos até então vigentes, conjuntamente com o 
Estatuto de Defesa do Torcedor (Lei nº 10.671/03) e do Decreto 
7984/2013 regulamentador da Lei 9615/98 (Lei Pelé), tratou de elencar 
um rol de princípios orientadores da Justiça Desportiva (e não apenas 
restrito ao processo disciplinar). Por questões metodológicas passamos a 
estudá-los na forma que segue. 
Legalidade 
A legalidade é o princípio do Estado de Direito, pressuposto 
de uma sociedade estável e politicamente organizada. 
Cármen Lúcia Antunes Rocha prefere chamar o princípio da 
legalidade de “juridicidade”:
“A preferência que se confere à expressão deste princípio da juridicidade, 
e não apenas ao da legalidade como antes era afirmado, é que, ainda que 
se entenda esta em sua generalidade (e não na especificidade da lei 
formal), não se tem a inteireza do Direito e a grandeza da Democracia em 
seu conteúdo, como se pode e se tem naquele. Se a legalidade continua a 
participar da juridicidade a que se vincula a Administração Pública — é 
certo que assim é —, esta vai muito além da legalidade, pois afirma-se em 
sua autoridade pela legitimidade do seu comportamento, que não se 
contém apenas na formalidade das normas jurídicas, ainda que 
consideradas na integralidade do ordenamento de Direito.”26
O princípio da legalidade é um verdadeiro alicerce do Estado 
de Direito, pois ao mesmo tempo em que confere uma garantia essencial 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 56
25 Código Brasileiro de Justiça Desportiva: comentários e legislação. Ministério do Esporte, 
Brasília, Ass. Comunicação Social, 2004, pp. 25 a 31.
26 (ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Princípios constitucionais da administração pública. Belo 
Horizonte: Del Rey, 1994. p. 69-70.
aos administrados é, também, um dever de primeira ordem para a 
Administração.27
Conforme García de Enterría: 
“A legalidade atribui potestades à Administração precisamente. A 
legalidade outorga faculdades de atuação, definindo cuidadosamente 
seus limites, habilita a Administração para sua ação, conferindo-lhe, com 
efeito, poderes jurídicos. Toda ação administrativa se nos apresenta, 
assim, como exercício de um poder atribuído previamente pela lei e por 
ela delimitado e constituído. Sem uma atribuição legal prévia de 
potestade, a Administração não pode atuar, simplesmente”.28
Ressalta-se, também, que o princípio da legalidade não 
privilegia a submissão da atividade administrativa tão-somente à Lei em 
sentido formal, sujeita ao devido processo legislativo. Não é essa a 
inteligência do princípio em alusão. Como afirma Odete Medauar, 
“buscou-se assentar o princípio da legalidade em bases valorativas, 
sujeitando as atividades da Administração não somente à lei votada pelo 
Legislativo, mas também aos preceitos fundamentais que norteiam todo o 
ordenamento”.29 
Para o regime jurídico desportivo, a legalidade é quem 
configura e rege a harmonia no sistema coeso de princípios e normas. 
Constitui o contraveneno do poder soberano consagrado pelo Estado 
totalitário.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 57
27 Celso Antônio Bandeira de Mello assinala que “Em suma, a lei, ou, mais precisamente o 
sistema legal, é o fundamento jurídico de toda e qualquer ação administrativa. A expressão 
‘legalidade’ deve, pois, ser entendida como ‘conformidade ao Direito’, adquirindo então um 
significado mais extenso”. (BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito 
administrativo. 11. ed. São Paulo: Malheiros, 1999 p. 36.). 
28 García de Enterría, apud FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de direito administrativo. 2. ed. 
São Paulo: Malheiros, 1995, p. 112.
29 MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
1999, p. 138.
Moralidade e Espírito Desportivo (fair play)
Falar em moral é falar em juízo, comportamento, hierarquia 
de valores e código de conduta. Parece-nos mais apropriado analisar a 
moral pelo seu caráter pessoal. Para Maria Lúcia de Arruda Aranha e 
Maria Helena Pires Martins “o aumento do grau de consciência e 
liberdade, e portanto de responsabilidade pessoal no comportamento 
moral, introduz um elemento contraditório que irá, o tempo todo, 
angustiar o homem: a moral, ao mesmo tempo em que é o conjunto de 
regras que determina como deve ser o comportamento dos indivíduos de 
um grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas”30.
Assim sendo, a conduta moral é aquela praticada com 
lealdade, boa-fé, sinceridade e lhaneza que asseguram a liberdade e 
consciência necessária à aceitação das normas. É fácil, portanto, 
perceber porque a moralidade é princípio de diversos ramos do Direito, 
inclusive o Direito Desportivo. Um regime jurídico desportivo pautado no 
comportamento humano astucioso não é típico de um Estado 
compromissado com a sociedade. Não há hipótese de que um ato seja 
legal se for imoral. A imoralidade, quando praticada, contamina todo o 
sistema desportivo, viciando todo e qualquer ato, sujeitando-o ao 
controle da Justiça Desportiva. 
No esteira do espectro da moralidade desportiva está o 
espírito esportivo, muitas vezes denominado de “fair play”. Esse 
demandado e indispensável “espírito desportivo”, ou “jogo justo” requer 
prestígio permanente de valores basilares da prática desportiva como o 
congraçamento, a competitividade,a socialização do desporto, o respeito 
entre os competidores e às leis e regras da competição. É o contraveneno 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 58
30 Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, Introdução à Filosofia, 1987.
do “jeitinho”, o antídoto da fraude, do “se dar bem” às custas do 
adversário, enfim de qualquer forma de violência ou expediente que 
contrarie regras e condutas em prol de um resultado que despreze a 
melhor performance de atletas e equipes.
Publicidade 
No âmbito da Justiça Desportiva, publicidade tem o sentido 
de tornar público e transparente determinado ato ou comportamento. A 
regra geral é a publicidade dos atos, oposto à exceção que é o sigilo, 
admitido apenas em situações excepcionais previstas em lei. Em síntese, 
as instâncias desportivas têm o dever de divulgar os seus atos para dar-
lhes conhecimento geral, assegurando o direito à informação da 
sociedade desportiva ou para esclarecimentos de interesse individual. 
Denota-se que a publicidade dos atos vinculados à Justiça 
Desportiva é um dos componentes do mecanismo de controle da 
legitimidade. Assim, ressalvadas as hipóteses de sigilo e circunstâncias de 
ordem interna, as decisões e procedimentos exarados em atos da Justiça 
Desportiva devem ser disponibilizados à sociedade por meio de regular 
publicação, notadamente citações, intimações, denúncia, decisões, entre 
outros. A forma mais comum de publicação se dá através de editais 
sendo recepcionado também os meios eletrônicos. Já o processo 
disciplinar que envolver menores deve observar as exigências 
estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, tanto em 
relação aos atos processuais de comunicação, quanto as audiências. Com 
efeito, é direito da sociedade ou do indivíduo afetado por uma decisão da 
Justiça Desportiva, a partir da publicação de determinado ato, insurgir-se 
na mesma esfera ou no âmbito judicial, conforme o caso. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 59
A inobservância na divulgação de alguns atos obstaculiza 
uma série de providências e procedimentos por parte do legitimamente 
interessado, restringindo a sua oposição tempestiva diante de 
determinada conduta.
Impessoalidade 
Para as instâncias desportivas pouco importa se o 
denunciado é dirigente, organizador, coordenador, árbitro, atleta ou até 
mesmo membro da própria Justiça Desportiva. Se foi denunciado pela 
prática de infração disciplinar, deve ser processado e julgado sem 
distinção de qualquer natureza, inclusive de posição social ou desportiva, 
admitindo-se, no entanto, que algumas pessoas em razão do foro, sejam 
julgadas diretamente pelos órgãos colegiados de instâncias superiores. 
Celso Antônio Bandeira de Mello, na seara administrativa e 
sobre o princípio da impessoalidade, explica que “nele se traduz a idéia 
de que a administração tem que tratar a todos os administrados sem 
discriminações, benéficas ou detrimentos. nem favoritismo nem 
perseguições são toleráveis. simpatias ou animosidades pessoais, 
políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e 
muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer 
espécie. o princípio em causa não é senão o princípio da igualdade ou 
isonomia. está consagrado no art. 37, caput, da constituição. além disso, 
assim como ‘todos são iguais perante a lei’(art. 5º, caput), a fortiori 
teriam de sê-lo perante a administração”.31
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 60
31 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 11. ed. São Paulo: 
Malheiros, 1999 p. 70.
A impessoalidade decorre, portanto, do tratamento isonômico 
que a Justiça Desportiva deve dispensar a todos os participantes dos 
eventos esportivos e destinatários das normas sob sua jurisdição.
Oficialidade 
Este princípio permite que a Justiça Desportiva promova a 
responsabilidade daqueles que transgrediram determinada norma 
disciplinar por impulso oficial (de ofício), ou seja, sem a necessidade da 
manifestação antecipada das partes envolvidas. Atualmente, não é 
comum que as instâncias desportivas, em casos isolados, atuem de ofício. 
Faz-se necessário que a parte interessada formule queixa, 
encaminhando-a à Procuradoria para manifestação. 
Nos casos notórios e mais complexos, que ponham em risco 
a paz e moralidade desportiva, a atuação da Justiça Desportiva é 
obrigatória. Isto ocorre em razão da evolução e profissionalização das 
competições desportiva onde, nem sempre, os vencidos reconhecem suas 
derrotas. Como existem muitos interesses envolvidos, é de praxe que 
surjam reclamações infundadas e, se fosse obrigatória a atuação 
jurisdicional, os casos mais relevantes ou devidamente provados e 
instruídos ficariam sem julgamento.
Devido Processo Legal, Contraditório e Ampla Defesa 
Expresso no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal, a 
ampla defesa e o contraditório devem ser respeitados em todos os 
processos desportivos 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 61
Vejamos os ensinamentos de Antônio Carlos de Araújo 
Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco sobre o 
direito à ampla defesa:
“O juiz, por força de seu dever de imparcialidade, coloca-se entre as 
partes, mas eqüidistante delas: ouvindo uma, não pode deixar de ouvir a 
outra; somente assim dará a ambas a possibilidade de expor suas razões, 
de apresentar suas provas, de influir sobre o convencimento do juiz. 
Somente pela soma das parcialidades das partes (uma representando a 
tese e a outra a antítese) o juiz pode corporificar a síntese, em um 
processo dialético. É por isso que foi dito que as partes em relação ao 
juiz, não tem um papel de antagonistas, mas de ‘colaboradores 
necessários’: cada um dos contendores age no processo tendo em vista o 
próprio interesse, mas a ação combinada dos dois serve à justiça na 
eliminação do conflito ou controvérsia que os envolve.”32
A efetivação do devido processo legal também demanda a 
aplicação do princípio do contraditório, significando a possibilidade da 
parte interessada contradizer a posição contrária a seus interesses ou que 
serviram de supedâneo à acusação.
Odete Medauar, explica o princípio do contraditório com 
singular propriedade: 
“Em essência, o contraditório significa a faculdade de manifestar o próprio 
ponto de vista ou argumentos próprios, ante fatos documentos ou pontos 
de vista apresentados por outrem. Fundamentalmente o contraditório quer 
dizer “informação necessária e reação possível” (Cândido Dinamarco, 
Fundamentos do processo civil moderno, 2. ed.., 1987, p. 93). Elemento 
ínsito à caracterização da processualidade, o contraditório propicia ao 
sujeito a ciência de dados, fatos, argumentos, documentos, a cujo teor ou 
interpretação pode reagir, apresentando, por seu lado, outros dados, 
fatos, argumentos, documentos. À garantia do contraditório para si próprio 
corresponde o ônus do contraditório, pois o sujeito deve aceitar a atuação 
no processo de outros sujeitos interessados, com idênticos direitos.”33
O contraditório decorre, como se observa, da relação bilateral 
do processo, significando que as partes em contradição devem ser 
ouvidas igualmente. Quando uma das partes alega algo deve-se ouvir 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 62
32 Antônio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco, 
Teoria Geral do Processo, 1994, p. 55.
33 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 
2005. pp. 194/195.
também a outra parte, isto é, toda acusação deve ser seguida da 
possibilidade de uma defesa. 
Mesmo caracterizado regra geral pelo procedimento(e não 
julgamento) sumário, não se afasta do devido processo legal, devendo 
propiciar que o denunciado pela prática de determinada infração, em 
regra, constitua advogado ou habilite pessoa maior e capaz para a sua 
defesa, devendo ser concedido vista do processo, de indicar e produzir 
provas, de servir-se de defesa técnica, de contestar ou impugnar atos 
que forem contrários ao seu interesse, bem como na possibilidade de 
acompanhá-los na fase de instrução e valer-se dos recursos cabíveis.
E ainda que obrigado a proferir decisões rápidas, portanto 
com a celeridade processual inerente às competições, a instância 
desportiva deve permitir que o acusado tenha todas as condições de 
defesa. Assim, as decisões devem estar fundadas na certeza dos fatos, 
não podendo subsistir qualquer decisão condenatória fundamentada na 
dúvida.
Oralidade, Economia Processual e Celeridade 
Devido à rapidez com que as decisões da Justiça Desportiva 
devem ser proferidas alguns atos processuais são produzidos oralmente 
(forma não escrita). Isto se dá, como já dito, pelas peculiaridades das 
competições desportivas e está diretamente relacionado com o princípio 
da celeridade. Diferentemente da justiça comum em que os atos em sua 
maioria são escritos, a oralidade agiliza e acelera o julgamento de 
processos disciplinares. Todavia alguns atos dependem da forma escrita 
como os termos de citação, intimação, denúncia, etc.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 63
O princípio da Economia Processual visa evitar que atos 
processuais desnecessários sejam praticados. Do contrário, a “máquina” 
judicial desportiva será dotada do gravame da morosidade, desviando-a 
plenamente de sua finalidade. Tal princípio é corolário do princípio 
implícito da instrumentalidade das formas. 
Em resumo, alguns atos se não praticados segundo uma 
forma pré-determinada não geram qualquer efeito, devendo ser repetidos 
ou até mesmo causando a nulidade de todo o processo. Entretanto, como 
se disse, o rigor com o formalismo não essencial pode comprometer a 
agilidade no alcance do fim do processo. 
Já a celeridade se deve às peculiaridades e dinamismo do 
desporto, à medida que decisões tardias ou infrações não apreciadas em 
tempo acarretam prejuízos irreparáveis ao sistema desportivo e, 
particularmente, às competições em frontal desobediência ao 
ordenamento jurídico. Além disso, é preciso lembrar que o constituinte 
elegeu o prazo de sessenta dias para a solução definitiva do litígio 
desportivo. Nesse contexto, será fácil verificar que a imensa maioria dos 
prazos processuais na esfera desportiva são incomparáveis à Justiça 
Comum, justamente pela observância do princípio ora sob exame. 
Motivação 
Motivação significa a exposição das razões de fato e de 
direito que serviram a providência adotada, qual seja a decisão. Tal 
determinação legal impõe que os votos dos auditores sejam 
adequadamente fundamentados, sendo ideal a expedição de ementas ou 
do resultado dos julgamentos e respectivo dispositivo legal 
fundamentador da decisão. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 64
Compete ainda ao auditor designado como relator, quando 
requerido pela parte, a expedição de acórdãos, preferencialmente no ato 
contínuo à respectiva sessão, revelando de maneira formal as razões que 
permearam a correspondente decisão. Esta tarefa constitui, na realidade, 
um desdobramento do princípio do devido processo legal, pois o 
denunciado necessita acessar, conhecer e compreender as razões da 
procedência ou não procedência de uma denúncia contra si formulada, 
possibilitando, assim o exercício do amplo direito de recurso, 
contrapondo-se aos fundamentos expedidos pelo colegiado a quo. Isso só 
é possível se a instrução processual e os fundamentos da decisão 
colegiada estiverem, de algum modo, consignados. 
A motivação dos atos decisórios de qualquer processo, 
inclusive o de natureza desportiva, é uma exigência para a manutenção 
da transparência do próprio Estado Democrático de Direito e privilegia os 
princípios da legalidade e da moralidade. A decisão sem a devida 
motivação carece de pressuposto de validade.
Independência
A Justiça Desportiva deve atuar com independência e 
autonomia das entidades de administração do desporto, sendo patente a 
existência de vinculação apenas de ordem econômica, porquanto a 
mantença da estrutura de tais instâncias compete as aludidas entidades. 
Com efeito, a dependência econômica dos tribunais 
desportivos junto a às respectivas entidades diretivas jamais deve 
prejudicar ou obstar a liberdade na análise de provas no processo 
desportivo, e o conseqüente o poder decisório. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 65
De outra parte, o princípio da independência também pode 
ser compreendido a partir de pressupostos de definitividade das decisões 
dos tribunais desportivos em razão de eventual julgamento do mesmo 
fato em outras instâncias. 
Razoabilidade e Proporcionalidade 
Além da previsão no rol de princípios do CBJD, o art. 39. do 
Decreto 7984/2013 que regulamenta a Lei Pelé, estabelece que “na 
aplicação das penalidades por violação da ordem desportiva, previstas no 
art. 48 da Lei nº 9.615, de 1998, além da garantia do contraditório e 
ampla defesa, devem ser observados os princípios da proporcionalidade e 
da razoabilidade”. 
Eleger a razoabilidade como um princípio pode parecer 
impróprio, vez que se trata de uma “qualidade de razoável”. Para a 
Justiça Desportiva a razoabilidade é um predicado exigível dos membros 
das instâncias desportiva. Significa atuar com ponderação, bom senso e 
prudência ante a diversidade de situações deferidas ao encargo do 
julgador. 
Assim, condutas desarrazoadas, extravagantes ou eivadas 
pelo sentimento pessoal, não atingem a finalidade pretendida em lei 
sendo, portanto, ilegais. Como bem define Hely Lopes Meirelles a 
razoabilidade “... pode ser chamado de princípio da proibição de excesso 
que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e 
os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte 
da Administração, com lesão aos direitos fundamentais”.34
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 66
34 Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 1999.
A linha que divide a razoabilidade da proporcionalidade é, por 
demais, tênue. A margem de liberdade discricionária na apreciação das 
provas e convencimento, muitas vezes, conferida ao auditor não o 
autoriza a agir com excesso. Se assim o fizer, estará atuando em 
desconformidade com o pretendido em lei, caracterizando excesso de 
competência, desvio de finalidade e abuso no exercício do poder. 
Portanto, o manejo do poder decisório requer, daquele que está investido 
na função jurídico-desportiva, a exteriorização de atos coerentes e 
sensatos. Destarte, “o plus, o excesso acaso existente, não milita em 
benefício de ninguém. Representa, portanto, apenas um agravo inútil aos 
direitos de cada qual”.35
Tipicidade Desportiva 
As infrações disciplinares, que comumente encartam a parte 
material da codificação desportiva, devem ser avaliadas em rol exaustivo 
para efeitos de denúncias e julgamentos nas esferas desportiva. 
Em suma não há espaço para a definição de novas infrações 
ou desvalor de conduta que já não estejam adequadamente previstos nos 
respectivos códigos. Portanto, vi de regra, parte-se da premissa de que 
as condutas não previstas na parte material da codificação desportiva não 
são proibidas, não merecendo qualquer reprimenda no campo disciplinar. 
Outros ramos do Direito (Direito Penal, p.ex.) e outras 
normas são imprestáveispara fins de identificação e qualificação de 
infração disciplinar, e a responsabilização de agentes.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 67
35 Celso Antonio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo, 1999.
Prevalência, Continuidade e Estabilidade das Competições (pro 
competitione) 
Alguns procedimentos especiais (v.g. impugnação de 
partida), bem assim o julgamento de determinadas infrações através do 
procedimento sumário, como a participação irregular de atletas (art. 214 
do CBJD), acarretam profundo impacto na classificação de equipes e 
continuidade das competições. 
Nesse cenário, o auditor/julgador deverá ter sempre em 
mente que o trâmite processual, e muitas vezes a demora do autor em 
provocar a Corte Desportiva, poderá não produzir o resultado pretendidos 
pelo interessado. A perda de pontos, ou a designação de novas partidas, 
dentre outras sanções e providências, dependendo da fase da competição 
ao momento do julgamento na esfera desportiva, poderá não beneficiar 
diretamente o postulante. 
Isso não significa que o processo não deva ser julgado, ou 
haja a completa perda e comprometimento de seu objeto. Ao contrário, 
os vícios e infrações merecem rigorosa apuração, mas mesmo uma 
eventual desclassificação de equipes e outras conseqüências, poderá 
frustrar algumas expectativas. Desse modo, a agilidade em provocar a 
resposta dos tribunais desportivos é fundamental, ao mesmo tempo que 
auxilia para preservar os eventos de descontinuidades e desnecessárias 
paralizações.
De outra parte, o auditor deve avaliar com critério os 
princípios em "jogo", não havendo que se falar no "pro competitione" 
para minimizar determinadas condutas infracionais. Ou seja, inexiste a 
possibilidade de relativizar a aplicação de sanção a um determinado 
atleta, que em tese deveria ser punido com suspensão por partida, mas 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 68
acaba sofrendo mera advertência ou penalidade de multa, ou convertida 
em pecúnia, por exemplo, ao desprovido fundamento de que é 
importante “ator” para o espetáculo desportivo. Muito ao contrário, além 
de desprestigiar a competição, mediante violação dos princípios de 
isonomia, legalidade e moralidade, estará aderindo a um verdadeiro 
modelo de “vale-tudo” contra a ética no desporto, colocando preço na 
indisciplina.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 69
IV. JUSTIÇA DESPORTIVA
Conceito de Justiça Desportiva
Justiça Desportiva é o conjunto de instâncias desportivas 
autônomas e independentes, considerados órgãos judicantes, que 
funcionam junto a entidades dotadas de personalidade jurídica de direito 
público36 ou privado37, com atribuições de dirimir os conflitos de natureza 
desportiva e de competência limitada ao processo e julgamento de 
infrações disciplinares em rito sumário ou procedimentos especiais 
definidos em códigos desportivos.
Natureza jurídica dos órgãos judicantes
No Brasil, os órgãos judicantes “desportivos” constituem 
elementos despersonalizados incumbidos da realização das atividades 
previstas na Constituição Federal, legislação desportiva, codificação 
desportiva e regimentos internos. Assim, quem possui capacidade 
postulatória é a respectiva entidade de administração ou, na hipótese de 
sistema desportivo público como adiante se verá, o órgão da 
Administração Pública promotora de eventos esportivos, o que afasta a 
suposta vinculação ou interesse do órgão judicante ou de seus membros 
em eventual “debate” no âmbito do Poder Judiciário.
Esta situação pode ser comparada ao Poder Executivo e à 
Câmara municipais, que caracterizam plexos de competência, os quais, 
no caso, emanam da própria Constituição da República e, a par de, na 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 70
36 Órgãos da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal, como Ministério do 
Esporte, Secretarias de Esporte, Autarquias, Fundações ou mesmo departamentos 
responsáveis pela atividade desportiva.
37 Comumente Confederações, Federações ou Ligas das diversas modalidades desportivas.
estrutura constitucional, tratarem-se de Poderes instituídos, são 
denominados órgãos independentes, conforme lição de Hely Lopes 
Meirelles38:
“Nessa categoria encontram-se as Corporações Legislativas (Congresso 
Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembléias 
Legislativas, Câmara de Vereadores), as Chefias de Executivo 
(Presidência da República, Governadorias dos Estados e do Distrito 
Federal, Prefeituras Municipais), os Tribunais Judiciários e os Juízes 
singulares (Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores Federais, 
Tribunais Regionais Federais, Tribunais de Justiça e de Alçada dos 
Estados-membros, Tribunais do Júri e Varas das Justiças Comum e 
Especial). De se incluir, ainda, nesta classe o Ministério Público federal e 
estadual e os Tribunais de Contas da União, dos Estados e Municípios, os 
quais são órgãos funcionalmente independentes e seus membros 
integram a categoria dos agentes políticos, inconfundíveis com os 
servidores das respectivas instituições".
Torna-se mesmo despiciendo ressaltar que, a despeito de 
gozar de autonomia para assuntos internos e de independência decisória, 
por força legal, os tribunais desportivos só podem ser reconhecidos como 
órgãos integrantes das respectivas entidades diretivas. Assim se constata 
quando (i) o artigo 23, I, da Lei n.º 9.615/98 estabelece que os estatutos 
da entidades de administração do desporto deverão obrigatoriamente 
regulamentar a instituição dos tribunais de justiça desportiva; (ii) o artigo 
51 da Lei n.º 9.615/98 define que os órgãos da justiça desportiva são 
autônomos e independentes das entidades de administração do desporto; 
e, (iii) o artigo 3º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva identifica a 
jurisdição de cada órgão da justiça desportiva à respectiva atribuição 
territorial da correspondente entidade de administração do desporto. 
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol, por 
exemplo, não é detentor de personalidade jurídica própria e, portanto, 
não se inclui na regra geral de legitimidade para ocupar o pólo ativo ou 
passivo de ações judiciais, incumbindo tal representação à entidade de 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 71
38 “Órgãos independentes são os originários da Constituição e representativos dos Poderes de 
Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário (...)". (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito 
administrativo brasileiro. 20. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 1995, p. 66.).
administração do desporto à qual encontra-se vinculado, qual seja a 
Confederação Brasileira de Futebol – CBF.
Para além destas considerações, é preciso ordenar o 
argumento de que – apesar de não deter personalidade jurídica – o STJD 
poderia ser reconhecido como um órgão despersonalizado com 
capacidade de compor o pólo de uma lide, como ocorreria com o espólio 
ou o condomínio. 
É esclarecedora, neste sentido, decisão expedida pelo 
Superior Tribunal de Justiça, que reconhece: 
“(...). A ciência processual, em face dos fenômenos contemporâneos que 
a cercam, tem evoluído a fim de considerar como legitimados para estar 
em juízo, portanto, com capacidade de ser parte, entes sem 
personalidade jurídica, quer dizer, possuidores, apenas, de personalidade 
judiciária. 8. No rol de tais entidades estão, além do condomínio de 
apartamentos, da massa falida, do espólio, da herança jacente ou vacante 
e das sociedades sem personalidade própria e legal, todos por disposição 
de lei, hão de ser incluídos a massa insolvente, o grupo, classe ou 
categoria de pessoas titulares de direitos coletivos, o PROCON ou órgão 
oficial do consumidor, o consórcio de automóveis,as Câmaras Municipais, 
as Assembléias Legislativas, a Câmara dos Deputados, o Poder 
Judiciário, quando defenderem, exclusivamente, os direitos relativos ao 
seu funcionamento e prerrogativas. 9. Precedentes jurisprudenciais.”39
Os tribunais de justiça desportiva não estão incluídos no rol 
acima mencionado, especialmente porque a lei não lhe atribui a 
capacidade de ser parte. Não obstante, mesmo que se entenda que o rol 
elencado pelo Superior Tribunal de Justiça seja exemplificativo, é certo e 
irrefutável que a atribuição de legitimidade para compor o pólo de um 
litígio judicial para uma entidade despersonalizada está condicionado a 
que estas entidades estejam defendendo exclusivamente, os direitos 
relativos ao seu funcionamento e prerrogativas. Por isso, no precedente 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 72
39 Acordão Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Classe: ROMS – RECURSO 
ORDINARIO EM MANDADO DE SEGURANÇA – 8967. Processo: 199700675475 UF: SP 
Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA. Data da decisão: 19/11/1998 Documento: STJ000253086. 
Fonte DJ DATA:22/03/1999 PÁGINA:54 LEXSTJ VOL.:00120 PÁGINA:74. Relator(a) 
HUMBERTO GOMES DE BARROS. Decisão Por maioria, vencido o Sr. Ministro Humberto 
Gomes de Barros, conhecer do recurso e dar-lhe provimento.
mencionado, a ementa menciona expressamente a ‘defesa de interesses 
institucionais próprios e vinculados a sua independência e 
funcionamento’40.
Em regra, não há qualquer interesse próprio das instâncias 
desportivas, a não ser que em um dado caso concreto sejam debatidas 
questões inerentes à independência ou às prerrogativas do órgão 
judicante desportivo. 
Por outro lado, ainda que fosse possível atribuir aos órgãos 
judicantes a natureza de ente associativo, o que não se admite, 
remanesceriam dúvidas elementares, sobretudo aquelas ligadas a 
desvendar quem são os seus membros e quais foram as finalidades 
mútuas que justificaram a sua personalização. Levar a frente a Justiça 
Desportiva, conduzindo os procedimentos a ela inerentes, nem de longe 
se assemelha com qualquer finalidade legítima que, proveniente do 
arbítrio de qualquer sujeito, fosse capaz de justificar a reunião sob o 
manto associativo. Em termos mais fáceis de serem digeridos, a 
associação não dispensa a existência de uma finalidade mútua a ser 
perseguida pela reunião de forças, o que, ressalvada eventual ausência 
de senso elementar, não se mostra presente no caso dos tribunais 
desportivos.
Ademais, parece ser preciso insistir: qual a tarefa 
desempenhada por um colegiado incumbido das mais valiosas funções de 
controlar a atividade esportiva por excelência do nosso País, que poderia 
se inserir no bojo dos "fins não lucrativos ou não econômicos", 
reclamados pela legislação civil? A resposta é uma só: nenhuma, pois 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 73
40 CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. AÇÃO POPULAR. ATO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO 
PAULO. PERSONALIDADE JURÍDICA. CAPACIDADE PROCESSUAL EM JUÍZO. DEFESA DE 
INTERESSES INSTITUCIONAIS PRÓPRIOS E VINCULADOS À SUA INDEPENDÊNCIA E 
FUNCIONAMENTO. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL. PRECEDENTES.
finalidade capaz de justificar uma associação é aquela palpável e 
perseguida pelo cidadão comum.
A Justiça Desportiva e seu feixe de atribuições
Alexandre Hellender de Quadros41 lembra que a Constituição 
de 1988 utiliza o termo ‘justiça’ sob dois sentidos. O primeiro sentido 
atribuído ao termo relaciona-se ao ideal, à justiça como um dos ‘valores 
supremos de uma sociedade fraterna’ (preâmbulo), um objetivo 
fundamental da República (art. 3º), um balizador da atividade econômica 
(art. 170). O segundo sentido tem caráter institucional, referindo-se aos 
órgãos do Poder Judiciário (arts. 93 e ss.), às funções essenciais do 
Ministério Público, da Advocacia Pública, da Advocacia e da Defensoria 
Pública (arts. 127 e ss.), à justiça de paz (art. 98, II) e à justiça 
desportiva (art. 217, §§1º e 2º).
Sob o aspecto institucional, a justiça desportiva é composta 
por tribunais desportivos, cuja competência também se encontra imposta 
pelos parágrafos do art. 217, CF/88. Esses tribunais que compõem a 
justiça desportiva, ou simplesmente ‘tribunais de justiça desportiva’, não 
estão elencados como órgãos do Poder Judiciário (arts. 93 e ss., CF/88).
A justiça desportiva constitui, portanto, um meio alternativo 
de solução de conflitos de interesse. Alternativo porque não vinculado ao 
Poder Judiciário que, para Ângelo Luiz de Souza Vargas “ao assumir fazer 
justiça com suas próprias leis, o desporto toma as rédeas de seu próprio 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 74
41 SCHMITT, Paulo Marcos (coord). Código Brasileiro de Justiça Desportiva Comentado. Ed. 
Quartier Latin, São Paulo, 2006; Justiça Desportiva vs. Poder Judiciário: Um conflito 
constitucional aparente. Alexandre Hellender de Quadros e Paulo Marcos Schmitt. Revista 
Brasileira de Direito Desportivo nº 04, IBDD, Imprensa Oficial, segundo semestre/2003.
destino, inaugura sua autonomia e ratifica sua independência e sua 
especificidade diante dos outros Direitos”.42
A justiça desportiva não pertence ao Poder Judiciário, nem 
tampouco recebe o mesmo tratamento da arbitragem contratual. Os 
órgãos do Poder Judiciário gozam de prerrogativas e envergam 
atribuições específicas e delimitadas pela Constituição, notadamente 
quando a Carta Constitucional tutela o processo judicial.
Apesar da referência doutrinária, por vezes mencionar que a 
Justiça Desportiva constituiria uma instância administrativa, é certo que o 
faz exclusivamente para diferenciá-la da instância jurisdicional. Em 
verdade, a justiça desportiva exerce sua atividade em âmbito 
estritamente privado sem qualquer influência de Direito Administrativo, 
salvo em hipóteses de tribunais desportivos que atuam perante órgãos 
públicos43.
A arbitragem e a justiça desportiva são meios alternativos de 
solução de conflitos de interesse. De um lado, a arbitragem, que é 
opcional para as partes, que poderão (i) abdicar do Judiciário e definir a 
solução de seus conflitos por árbitros privados ou (ii) submeter-se à 
atividade jurisdicional do Estado. De outro, a justiça desportiva que, em 
regra, é pressuposto a ser esgotado antes que a parte mova o Poder 
Judiciário, composta de forma paritária pelos entes participantes da 
atividade desportiva. Resguardadas as distinções, arbitragem e justiça 
desportiva não tem poder para executar diretamente suas decisões, 
porque a força executiva, o monopólio do exercício da força, permanece 
inerente ao Estado.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 75
42 VARGAS, Ângelo Luiz de Souza. Desporto, Fenômeno Social. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 
1995. p. 52.
43 Ver jurisprudência do Capítulo II, item 3.3.4.
Os tribunais de justiça desportiva poderão apresentar 
natureza jurídica de direito público ou privado (pública ou particular). 
Terão natureza particular quando vinculados a entidades de 
administração do desporto (confederações, federações e ligas) e natureza 
pública quando vinculados a competições promovidas pelo Poder Público 
(União, Estados e Municípios).
As entidades de administração do desporto, segundo 
definição da Lei n.º9.615/98, são pessoas jurídicas de direito privado (art. 
16), enquanto os tribunais de justiça desportiva constituem unidades 
autônomas vinculadas a essas entidades de administração (art. 52). A 
justiça desportiva vinculada às entidades de administração do desporto, 
portanto, tem natureza privada e deve seguir a estrutura imposta pelos 
artigos 52 e seguintes da Lei n.º9.615/98. De outro lado,as pessoas 
jurídicas de direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) podem instituir seus próprios sistemas desportivos e compor 
seus respectivos tribunais de justiça desportiva. Neste caso, considerando 
a vinculação com o Poder Executivo, estes órgãos da justiça desportiva 
serão regidos pelo regime de direito público.
A Administração Pública de modo geral e o Ministério do 
Esporte em particular, integrantes do sistema brasileiro do desporto, não 
estão inseridos no sistema nacional como entidades de administração do 
desporto, pelo que é possível reconhecer-lhes completo descolamento da 
estrutura organizacional da Justiça Desportiva prevista pela Lei 
n.º9.615/98. 
Por certo, esta afirmação não leva à conclusão de que esteja 
deferido à Administração Pública, seja do nível federal, estadual ou 
municipal, ampla liberdade para instituir dispositivos de caráter normativo 
destinados a afastá-la das imposições da Constituição Federal e das 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 76
normas gerais sobre Justiça Desportiva impostas pela Lei n.º9.615/98. Na 
prática, a Constituição Federal e a lei geral sobre desportos não apenas 
alicerçam a atividade da Administração Pública na organização de eventos 
desportivos, como também concedem fundamento de validade para a 
elaboração de suas próprias codificações desportivas.
Entretanto, União, Estados e Municípios que desenvolvem a 
prática do desporto no seu espectro de atuação (competições promovidas 
por entes públicos), não estão obrigados a reproduzir a estrutura 
organizacional dos órgãos da Justiça Desportiva tal qual previsto na Lei 
n.º9.615/98. Como aquela estrutura foi prevista para as entidades de 
administração do desporto e o regime jurídico administrativo prevê o 
poder regulamentar, é plausível que a Administração Pública estabeleça 
sua própria organicidade, de acordo com as peculiaridades de seus 
respectivos eventos, desde que respeitados os princípios gerais 
estabelecidos pela legislação de regência.
Esta construção estabelece o apoio jurídico necessário ao 
reconhecimento de que à Administração Pública é deferido constituir seus 
próprios órgãos judicantes desportivos, cuja organização, funcionamento 
e atribuições também estarão definidos em códigos desportivos editados 
pela própria Administração Pública.
Contudo, independente da natureza jurídica pública ou 
privada, a justiça desportiva tem sua competência delimitada na disciplina 
e nas competições desportivas. A Lei n.º9.615/98 aborda esta delimitação 
de funções, relacionando a competência da justiça desportiva às infrações 
disciplinares e às competições desportivas, previstas nos Códigos 
Desportivos.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 77
Autonomia e independência da Justiça Desportiva
O artigo 52 da Lei nº 9.615/98 prevê uma estrutura orgânica 
de caráter hierárquico para os denominados órgãos integrantes da Justiça 
Desportiva, reconhecendo-os como entes “autônomos e independentes 
das entidades de administração do desporto de cada sistema”.44
A autonomia consiste na relação equilibrada com os demais 
poderes da entidade de administração do desporto (assembléia e 
diretoria), de forma similar ao que ocorre no sistema de freios e 
contrapesos entre os poderes estatais. Impõe-se o respeito às 
prerrogativas de cada órgão interno e o trato respeitoso recíproco. Esta 
autonomia dos órgãos integrantes da Justiça Desportiva se reflete, por 
exemplo, na aparente dependência físico-financeira destes em relação às 
entidades de administração do desporto (art 3º CBJD – custeio do 
funcionamento promovido na forma da lei). A dependência é adjetivada 
de aparente, visto que a diretoria da entidade de administração do 
desporto está obrigada a suprir as necessidades materiais dos órgãos da 
Justiça Desportiva, por força do § 4º do art. 50 da Lei 9615/98. 
Como se vê, a independência da Justiça Desportiva está 
relacionada à estruturação dos órgãos judicantes desportivos e, ainda, à 
absoluta independência decisória blindando os tribunais de toda e 
qualquer intervenção ou influência que se pretenda perpetrar através de 
atos emanados das entidades diretivas públicas ou privadas.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 78
44 Art. 52. Os órgãos integrantes da Justiça Desportiva são autônomos e independentes das 
entidades de administração do desporto de cada sistema, compondo-se do Superior Tribunal 
de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades nacionais de administração do desporto; 
dos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades regionais da administração 
do desporto, e das Comissões Disciplinares, com competência para processar e julgar as 
questões previstas nos Códigos de Justiça Desportiva, sempre assegurados a ampla defesa e 
o contraditório. (Redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000)
A impossibilidade de qualquer interferência das entidades de 
administração do desporto (Confederações) na organização da Justiça 
Desportiva, é amplamente reconhecida pela própria jurisprudência do 
STJD do Futebol :
“EMENTA: AUDITORES. MANDATO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
DESPORTIVA. Compete a Justiça Desportiva apreciar matéria relativa a 
sua organização e funcionamento a teor do previsto no Art. 217 da 
Constituição Federal de 1988; Art. 50 da Lei n° 9.615/98 com as 
modificações que lhe foram introduzidas pela Lei n° 9.981/00 e Lei n° 
10.672/2003 e Resolução n° 01/03 do CNE – Código Brasileiro de Justiça 
Desportiva – CBJD”.45
Destaca-se que o mesmo raciocínio (autonomia das 
instâncias desportivas) consta de decisões no âmbito do Egrégio Tribunal 
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Senão vejamos:
“DECISÃO
(...)
A conclusão imediata que se retira dessa leitura é que, face à ausência de 
excepcional autorização legal, são vedadas as ingerências no STJD. Por 
isso, não pode a CBF pretender conduzir o processo de composição do 
Tribunal e declarar instalado o mesmo, desempenhando função de 
repercussão direta na administração do STJD.
(...)
Como se depreende dos artigos citados, cabe ao STJD declarar a 
vacância do cargo de auditor (como no caso de falecimento, p. ex.), 
atribuindo-se, então, ao presidente do Tribunal dar ciência da referida 
vacância à entidade indicante. Mais do que razoável ultrapassar a leitura 
restritiva desses dispositivos para entender como “caso de vacância” o 
término do mandato dos auditores, cabendo, assim, ao presidente do 
Tribunal convocar as entidades enumeradas nos incisos do art. 55 da Lei 
nº 9615/98, receber as respectivas indicações e instalar o Tribunal. Afinal, 
é também atribuição do presidente do Tribunal dar posse aos auditores. 
Por conseguinte, no atual ordenamento normativo, à entidade de 
administração do desporto é facultado tão-somente apresentar os seus 
indicados ao STJD, como previsto no inciso I do art. 55 da Lei nº 
9615/1998. O que for além desses limites é excesso de competência”.46 
“DECISÃO
(...)
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 79
45 STJD. MG 20/04. Rel. Paulo Marcos Schmitt. J.01/04/2004
46 Processo n° 2004.209.005843-0, Medida Cautelar, Juízo de Direito da 4ª Vara Cível da 
Comarca do Estado do Rio de Janeiro.
8. De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, artigo 9º, o 
presidente do STJD, dentre suas atribuições, deve zelar pelo perfeito 
funcionamento da Justiça Desportiva.
9. E mais. Como não há Regimento Interno regularizador da eleição do 
presidente e do vice-presidente daquele Tribunal, conforme prescreve o 
artigo 8º, do Código de Justiça Desportiva, em importância se avulta a 
responsabilidade do presidente em exercício na garantia da transição de 
seus membros.
10. Inegável, portanto,se reconheça, na hipótese dos autos, que, para o 
perfeito funcionamento da Justiça Desportiva, deve o presidente do STJD 
promover as medidas cabíveis para a composição do referido órgão 
judicante.
(...)
14. Portanto, não cabe à Confederação Brasileira de Futebol – CBF 
considerar instalado e composto o Superior Tribunal de Justiça 
Desportiva, conforme fizera em Portaria PRE nº 11/2004, vez que não é 
sua atribuição legal, não havendo qualquer permissivo que a permita tal 
ingerência, muito ao contrário. Desta forma, irregular e ilegal os atos por 
ela praticados para o fim de promover, manu militare, a transição do órgão 
Judicante Maior.”47 
Sobre a autonomia e independência dos órgãos da Justiça 
Desportiva, confira-se Álvaro Melo Filho, in “Novo Regime Jurídico do 
Desporto”, Brasília Jurídica, Brasília, 2001:
“Com a autonomia (face interna) e a independência (face externa) 
realçadas, pretende-se colocar os órgãos da Justiça Desportiva 
protegidos de subordinação ou sujeição aos demais poderes da entidade 
de administração de desporto, seja estadual, seja nacional”. (p. 197)
O eminente mestre vai além e, na obra “Direito Desportivo. 
Aspectos Teóricos e Práticos”, destaca o princípio da proteção da Justiça 
Desportiva, inclusive sugerindo propostas para alteração da legislação 
atual que reduzam a sua dependência econômica:
“f) Princípio da proteção da justiça desportiva – retratada em ditames da 
Constituição Federal e na legislação vigorante que albergam órgãos 
judicantes dotados de efetiva independência e autonomia, de 
procedimentos que garantam e imediatidade, celeridade e transparência 
nas decisões e de um conjunto de apenações especialmente incidentes 
sobre a disciplina e competições desportivas, impondo-se, ainda, o prévio 
exaurimento ou cogente esgotamento das instâncias da Justiça 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 80
47 Processo n° 2004.001.006333-3, Ação Declaratória, Comarca da Capital, 5ª Vara Cível 
Regional da Barra da Tijuca.
Desportiva para que as demandas desportivas possam ser admitidas na 
Justiça Comum. 48
...
19) A Justiça Desportiva é contemplada no art. 217, §§ 1º e 2º do Texto 
Constitucional, porquanto desempenha relevante função educacional-
disciplinadora no contexto desportivo, sobretudo em face de dois 
aspectos:
a) a especificidade da codificação desportiva e as peculiaridades das 
normas e regras promanadas dos entes desportivos, aliadas à 
impreparação e insensibilidade dos tribunais comuns para sua adequada 
compreensão;
b) as exigências de celeridade decisória no âmbito das competições 
desportivas e o receio da inexistência de pronta e tempestiva resposta dos 
órgãos da Justiça Comum.
A Justiça Desportiva insculpida na Lei nº 9.615/98, tem um concepção 
dilargada e ajustada à instável e complexa realidade jusdesportiva, 
estando a exigir, apenas, pequenos ajustes. Por exemplo, a previsão 
recursos financeiros oriundos de um fundo a ser constituído destinados à 
manutenção e funcionamento da Justiça Desportiva é uma regra salutar e 
de amplo espectro, posto que, além da autonomia, asseguraria, de fato, 
total independência financeira, administrativa e técnica dos órgãos 
judicantes desportivos.”49
Nessa esteira, não se pode admitir que os órgãos da Justiça 
Desportiva sejam ignorados ou desrespeitados e, ainda que desfrute da 
autonomia atribuída pela Constituição Federal às entidades de 
administração do desporto, reitera-se, seria inadmissível reconhecer que 
entidades dirigentes públicas ou privadas gozassem de prerrogativa capaz 
de superar a normatização expedida pelo Poder Público. Com efeito, a 
autonomia consiste apenas em – e não mais do que – a 
discricionariedade autorizada dentro dos limites estipulados pela norma 
aplicável.
Neste ponto, não apenas o princípio da hierarquia 
fundamentaria a superioridade da norma editada pelo Poder Público 
(Códigos de Justiça Desportiva). Trata-se, retornando ao aspecto da 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 81
48 FILHO, Álvaro Melo. Direito Desportivo. Aspectos Teóricos e Práticos. Thomson / IOB, São 
Paulo-SP, 2006, p 91.
49 Op. Cit., pp. 103-104
competência, do reconhecimento de que a norma superior identifica o 
órgão competente para editar a normatização inferior.
A autonomia não se revela em instrumento capaz de 
distorcer a hierarquia das normas e/ou desvirtuar a atribuição de 
competência estabelecida pelo ordenamento jurídico.
Repisamos: a autonomia deferida pela Carta Constitucional 
às entidades de administração do desporto não significa independência 
do ordenamento jurídico. Mesmo autônomas, ou melhor, exatamente 
porque autônomas, suas regulamentações internas dependem de limites 
impostos pela legislação.
E essa autonomia conferida às entidades diretivas é que 
possibilita o exercício de um poder decisório ex-officio e interna corporis. 
No entanto, como repisado, a sobredita autonomia encontra limites na 
lei, não podendo o dirigente desportivo ou a diretoria de entidade de 
administração invadir a competência dos órgãos judicantes, por exemplo. 
Uma prática absolutamente distorcida e abusiva em 
competições de algumas modalidades desportivas tem se revelado nos 
seus regulamentos, através das chamadas “medidas disciplinares 
automáticas”, fixando penalidades sem que haja processo e julgamento 
por instâncias desportivas.
Nesse sentido, é perfeita a observação de Alexandre 
Hellender de Quadros:
“Outro problema enfrentado pelos tribunais de justiça desportiva consiste 
na cons tan te t en ta t i va de i n te r fe rênc ia na compe tênc ia 
constitucionalmente atribuída àqueles órgãos. A previsão regulamentar de 
aplicação de penalidades disciplinares automáticas – impostas 
diretamente pela entidades de administração do desporto, sem o respeito 
ao devido processo legal – é recorrente e preocupante.
Em verdade, de acordo com o disposto no art. 48, da Lei n° 9.615/98, as 
entidades de administração desportiva somente podem aplicar as sanções 
de advertência, censura escrita, multa, suspensão, desfiliação ou 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 82
desvinculação para manter a ordem desportiva com relação ao respeito 
aos atos emanados de seus poderes internos, não existindo previsão legal 
para aplicação de sanção ao cometimento de infrações disciplinares, 
prerrogativa exclusiva da justiça desportiva.
Trata-se de preservar a prerrogativa constitucional, como um meio de 
permitir que a solução de conflitos de interesse seja realizada de forma 
justa e juridicamente adequada, evitando-se o arbítrio e a lesão a direitos 
dos desportistas.”50 
As medidas automáticas em referência são, portanto, 
flagrantemente inconstitucionais, porquanto é consabido que a matéria 
disciplinar ou de competição é de exclusiva e reservada competência da 
Justiça Desportiva. 
Inácio Nunes ao comentar o tema da ordem desportiva 
destaca “que a lei andou bem, sendo a atual cópia da anterior, por não 
me parecer justo que se cumpra uma pena conseqüente de uma 
condenação antes de se esgotarem todos os meios e modos, 
principalmente os recursos judiciais, de que se possa valer o indiciado 
para provar não merecer tal apenação. Portanto, quando a pena imposta 
por uma entidade de administração do desporto ou por uma entidade de 
prática desportiva for de suspensão (inciso IV) ou desfiliação ou 
desvinculação (inciso V), essa pena só poderá ser aplicada após o 
trânsito em julgado da sentença definitiva proferida pela Justiça 
Desportiva.” 51
Como se denota, as demais ações que visem restabelecer o 
respeito aos poderes internos das entidades, ou mesmo quanto a 
aspectos incidentes sobre cumprimento de regras e regulamentos, podem 
ser objeto de algumas providências ou aplicação desanções nos termos 
dos arts. 48 e 49 da Lei 9.615/98 que, mesmo nas de maior gravidade, 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 83
50 Texto apresentando na XIX CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS. República, 
poder e cidadania. Painel Direito Desportivo. Justiça Desportiva: Princípios e problemas. 
Alexandre Hellender de Quadros e Paulo Marcos Schmitt.
51 NUNES, Inácio. Lei Pelé – Comentada e Comparada Lei Pelé x Lei Zico. Rio de Janeiro: Ed. 
Lumen Juris, 1998. pp. 60.
devem ser definitivamente julgadas pelos respectivos órgãos da Justiça 
Desportiva mediante procedimento especial previsto pelo CBJD.
E foi justamente nessa linha de raciocínio que a 
regulamentação da Lei, através do Decreto 7984/2013, em seu art. 38 
prevê que a aplicação de qualquer penalidade prevista nos incisos IV ou 
V do “caput” do art. 48 da Lei nº 9.615, de 1998, exige decisão definitiva 
da Justiça Desportiva, limitada às questões que envolvam infrações 
disciplinares e competições desportivas, em observância ao disposto no § 
1º do art. 217 da Constituição. 
E mais, o referido diploma normativo não se limitou a fixar 
regras restritivas sobre a aplicação de sanções pelas entidades diretivas. 
Foi muito além! Estabeleceu no seu art. 32 que, para a celebração do 
contrato de desempenho, dentre outras exigências, será preciso que as 
entidades de administração interessadas na obtenção de recursos 
públicos, sejam regidas por estatutos que disponham expressamente 
sobre o funcionamento autônomo e regular dos órgãos de Justiça 
Desportiva referentes à respectiva modalidade, inclusive quanto a não 
existência de aplicação de sanções disciplinares através de mecanismos 
estranhos a esses órgãos.
É uma resposta clara e objetiva aos desmandos e soluções 
de “penada” que muitas entidades diretivas encontram para punir sem 
julgamento, em matéria de disciplina e competição. Seja qual for a 
sanção, revela prática da centralização de poder em matéria 
absolutamente estranha e diversa da prevista às suas atribuições 
estatutárias e normativas.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 84
V. ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DESPORTIVA
Códigos de Justiça Desportiva - aplicabilidade e abrangência
Existem vários instrumentos displinares, mais conhecidos por 
Códigos de Justiça Desportiva, que regulam a atividade desportiva com 
vistas à aplicação de sanções de natureza disciplinar. A diferenciação 
entre um ou outro codex fica por conta da sua aplicabilidade e 
abrangência conforme o respectivo sistema desportivo - público ou 
privado. E a codificação é editada conforme previsão legal, normalmente 
remetendo ou delegando competência a ato administrativo ou resolução 
de órgão colegiado consultivo, normativo, deliberativo e de 
assessoramento de órgãos do Poder Executivo da União, Estados e 
Municípios, como os diversos Conselhos de Esporte.
Alguns constitucionalistas “de plantão” que não economizam 
em criticar a forma pela qual os Códigos de Justiça Desportiva são 
editados (via de regra, mediante Resolução de órgãos colegiados, como 
conselhos de esporte) esquecem que a Constituição Federal de 1988 em 
seu artigo 217, § 1º, define que ao Poder Judiciário é facultado o exame 
de matéria relativa à disciplina e competições após o esgotamento das 
instâncias da Justiça Desportiva, quando até então toda matéria a ela 
restringia-se.
Com o intuito de normatizar a previsão Constitucional, 
editou-se a Lei nº 9.615 de 24 de março de 1998 onde em seu artigo 50 
delimitou sua atuação jurisdicional limitando-a, neste aspecto, às 
matérias relativas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e 
às competições, definindo que sua forma de organização e 
funcionamento seriam aquelas previstas em Códigos Desportivos que 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 85
deveriam observar critérios fixados na própria lei, como a forma de 
composição de seus quadros.
Já o artigo 52 da referida lei dotou a Justiça Desportiva de 
autonomia e independência das entidades de administração do desporto 
ficando, elas, única e exclusivamente com a responsabilidade de prover o 
custeio das despesas para o funcionamento dos Órgãos Judicantes, regra 
esta inserta no § 4º do artigo 50.
Denota-se, pois, que a Constituição Federal colocou como 
pré-requisito para o acesso ao Poder Judiciário o esgotamento da Justiça 
Desportiva em matéria disciplinar e de competições, enquanto a Lei nº 
9.615/98, com as modificações introduzidas pela Lei nº 9.981/2000 e Lei 
nº 10.672/2003, definiu e separou a atuação da Justiça Desportiva em 
atuação administrativa, que seriam aquelas previstas no Código quanto a 
sua organização e funcionamento e, atuação jurisdicional, que limitar-se-
ia ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições.
Dentro de tais normas é que o Conselho Nacional de 
Esportes – CNE - pelo o poder que lhe foi conferido pelo artigo 11 da 
citada Lei nº 9.615/1998, com os acréscimos daquelas que a sucederam, 
editou o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). 
Então, foi a própria Lei que inseriu no espectro de 
competência do CNE, no âmbito daqueles que compõem o Sistema 
Nacional do Desporto, a edição, atualização e reformulação da 
codificação desportiva. O legislador optou, portanto, em prestigiar um 
órgão representativo do segmento desportivo e da sociedade civil – in 
casu CNE em matéria de Código de Justiça Desportiva – ou invés de 
submeter o assunto ao regular processo legislativo, que poderia redundar 
em discussões infindáveis no Congresso Nacional em torno de um tema 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 86
que a própria Constituição reconheceu a necessidade de uma Justiça 
especializada, a Justiça Desportiva. 
Ademais, como consabido, os atos de sanção ou veto, no 
processo legislativo, são formas de intervenção do Executivo no 
procedimento de elaboração da lei52. Sobre o tema, João Jampaulo 
Júnior53 lembra que “a sanção e a promulgação são atos terminativos, 
finais, do processo legislativo, que resultarão na formação da nova lei. 
(...) O veto somente poderá ser aposto pelo Chefe do Executivo quando 
este considerar o projeto inconstitucional, ilegal ou contrário ao interesse 
público, em mensagem fundamentada.”
O ato de sanção ou veto no processo legislativo é um ato 
eminentemente político, consubstanciado na concordância ou recusa, 
total ou parcial, na aprovação de um projeto de lei. Nessa linha de 
raciocínio, é imperioso dizer que esse ato político, quando a matéria em 
lume é o desporto, costuma revestir-se de muita polêmica, notadamente 
diante da manifestação do desporto profissional - futebol. Não é de hoje 
que o Executivo Federal tenta modificar a legislação existente nesse 
campo “minado” ou “movediço” da paixão nacional, eivado de interesses 
contrapostos e dotados de muita obscuridade.
Em suma, não há que se falar em inconstitucionalidade deste 
ou daquele Código apenas porque não decorreu de projeto de lei 
aprovado pelas Casas Legislativas, mesmo porque, conforme dispõe a 
própria Carta Magna, o controle de constitucionalidade é feito pelo Poder 
Judiciário (no critério difuso, pelos juízes de primeiro grau e no critério 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 87
52 Cléve, Clémerson Merlin. Atividade Legislativa do Poder Executivo. 2ª ed., Editora RT, São 
Paulo, 2000, p.110. 
53 Júnior, João Jampaulo. O Processo Legislativo Municipal. Editora LED, São Paulo. p.114 a 
117.
concentrado pelo Supremo Tribunal Federal), não havendo previsão de 
existência desse controle pelo Poder Executivo.
Acrescentamos a esse argumento, a constatação de que não 
há, noordenamento jurídico, autorização para que o administrador deixe 
de aplicar a lei que entenda confrontar a Constituição da República. Mas 
sim, muito pelo contrário, a determinação constitucional é no sentido de 
que todas as leis vigentes devem ser aplicadas, pois são consideradas 
constitucionais até o momento em que sejam formalmente declaradas 
inconstitucionais pelo órgão competente. E não se tem notícia de que o 
art. 11 da Lei nº 9.615/1998 que fixa a competência do Conselho 
Nacional de Esporte para aprovação dos Códigos de Justiça Desportiva e 
suas alterações tenha sequer sido objeto de ADIN (Ação Direta de 
Inconstitucionalidade). 
Aliás, as atribuições do CNE exigem a presença plural dos 
segmentos que constituem o Sistema Brasileiro do Desporto e o Sistema 
Nacional do Desporto, servindo para auxiliar o Executivo no cumprimento 
de suas finalidades precípuas, ou seja, na orientação e implementação de 
uma Política Nacional do Esporte, dentre outras atribuições conferidas por 
lei, o que legitima sobremaneira os Códigos de Justiça Desportiva por ele 
aprovados.
Superada a questão da constitucionalidade da codificação 
desportiva pátria, os Códigos que elegemos como referência para o nosso 
estudo são:
• CBJD - Código Brasileiro de Justiça Desportiva (Resolução 
nº 01/2003 alterada pelas Resoluções nº 11/2006 e 29/2009 do 
Conselho Nacional do Esporte – CNE);
• CNOJDD – Código Nacional de Organização da Justiça e 
Disciplina Desportiva - Ministério do Esporte;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 88
• COJDD – Código de Organização da Justiça e Disciplina 
Desportiva – Governo do Paraná – Resolução nº 03/2006 do Conselho 
Estadual do Esporte e Lazer;
• CBJDE - Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o 
Desporto Educacional (projeto ainda em tramitação para aprovação em 
180 dias pelo CNE - exigência do art. 60 do Decreto 7984 de 08 de abril 
de 2013). 
Além dos Códigos acima, é preciso registrar que a existência 
de Códigos de Justiça Desportiva em órgãos governamentais de Estados 
e Municípios encontra respaldo no art. 25 da Lei 9.615/9854, e também da 
proposta que tramita na Comissão de Estudos Jurídicos do Ministério do 
Esporte, qual seja o Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o 
Desporto Educacional - CBJDE, que nos termos do art. 60 do Decreto 
7984/2013, se revela uma exigência para fins de aprovação em 180 dias 
pelo CNE, ouvidas as Confederações Brasileiras de Desporto Universitário 
(CBDU), e Desporto Escolar (CBDE).
O art. 8o. do Decreto 7.984/2013 reforça a autonomia dos 
entes federados e municipalidades à criação de seus próprios sistemas 
desportivos, o que inclui a estrutura orgânica e codificação para as 
instâncias desportivas municipais e estaduais vinculadas ao Poder 
Público:
Art. 8o. A relação entre o Sistema Brasileiro do Desporto e os sistemas de 
desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios observará o 
princípio da descentralização, com organização e funcionamento 
harmônicos de sistemas desportivos diferenciados e autônomos de cada 
ente federativo. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 89
54 Art. 25. Os Estados e o Distrito Federal constituirão seus próprios sistemas, respeitadas as 
normas estabelecidas nesta Lei e a observância do processo eleitoral.
Parágrafo único. Aos Municípios é facultado constituir sistemas próprios, observadas as 
disposições desta Lei e as contidas na legislação do respectivo Estado.
Nesse sentido, Giovani Rodrigues Mariot e Alexandre Beck 
Monguilhott explicam que “em vista de tal permissivo é que existe o 
Sistema Catarinense, fomentado e sustentado pelo Estado de Santa 
Catarina e regulado pela Lei Estadual nº 9.808, de 26 de dezembro de 
1994. Vale dizer que em Santa Catarina as competições promovidas e 
desenvolvidas pela FESPORTE – Fundação Catarinense de Desporto – que 
é parte integrante do Sistema Catarinense – estão sujeitas à jurisdição do 
TJDSC e têm como regramento disciplinar aplicável um código próprio. 
Não por mero capricho, mas, visando atender as peculiaridades dos 
eventos promovidos no Sistema Catarinense, é que o Legislador Barriga 
Verde optou por criar regramento disciplinar próprio, não se sujeitando ao 
CBJD, o que não gera nenhuma ilegalidade ou contradição, mas uma 
necessidade. Vale ressaltar, aliás, que este sistema, a exemplo do Sistema 
Nacional sujeito ao CBJD, também contempla, além dos princípios 
constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do duplo grau de 
jurisdição, dentre outros princípios codificados como a oralidade, 
razoabilidade, publicidade, etc.”55
Os Códigos de Justiça Desportiva indicam, logo nos seus 
primeiros dispositivos, quais são os seus destinatários, sendo certo que 
abrangem especificamente o desporto de prática formal, conceituado 
pela legislação infraconstitucional (art. 1º, parágrafo 1º da Lei 9.615/98) 
como aquele regulado por normas nacionais e internacionais e pelas 
regras de prática desportiva de cada modalidade, aceitas pelas 
respectivas entidades nacionais de administração do desporto (mais 
conhecidas por Confederações). 
O Código Brasileiro de Justiça Desportiva - CBJD delimitava a 
sua aplicabilidade basicamente às pessoas físicas ou jurídicas filiadas ou 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 90
55 MARIOT, Giovani Rodrigues (Organizador). OAB em Movimento. Florianópolis: Ed. OAB/
SC, 2006. p. 271.
vinculadas às entidades que compõe o Sistema Nacional do Desporto, 
assim delineado no parágrafo único do art. 13 da Lei 9.615/98: 
“Art. 13 (...)
...
Parágrafo único. O Sistema Nacional do Desporto congrega as pessoas 
físicas e jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos, 
encarregadas da coordenação, administração, normalização, apoio e 
prática do desporto, bem como as incumbidas da Justiça Desportiva e, 
especialmente:
I - o Comitê Olímpico Brasileiro-COB;
II - o Comitê Paralímpico Brasileiro;
III - as entidades nacionais de administração do desporto;
IV - as entidades regionais de administração do desporto;
V - as ligas regionais e nacionais;
VI - as entidades de prática desportiva filiadas ou não àquelas referidas 
nos incisos anteriores.”
Com a reforma do texto do CBJD, através da Resolução CNE 
29/2009, ocorreu um verdadeiro detalhamento dessa abrangência, senão 
vejamos: 
Art. 1º. (...)
§ 1º Submetem-se a este Código, em todo o território nacional: (AC).
I - as entidades nacionais e regionais de administração do desporto; (AC).
II - as ligas nacionais e regionais; (AC).
III - as entidades de prática desportiva, filiadas ou não às entidades de 
administração mencionadas nos incisos anteriores; (AC).
IV - os atletas, profissionais e não-profissionais; (AC).
V - os árbitros, assistentes e demais membros de equipe de arbitragem; 
(AC).
VI - as pessoas naturais que exerçam quaisquer empregos, cargos ou 
funções, diretivos ou não, diretamente relacionados a alguma modalidade 
esportiva, em entidades mencionadas neste parágrafo, como, entre 
outros, dirigentes, administradores, treinadores, médicos ou membros de 
comissão técnica; (AC).
VII - todas as demais entidades compreendidas pelo Sistema Nacional do 
Desporto que não tenham sido mencionadas nos incisos anteriores, bem 
como as pessoas naturais e jurídicas que lhes forem direta ou 
indiretamente vinculadas, filiadas, controladas ou coligadas. (AC).
Resta claro portanto que a estrutura orgânica proposta pela 
legislação de regência ao CBJD vincula-se exclusivamente às competições 
organizadas pelas chamadas entidades de administração do desporto 
(Confederações e Federações) e eventuais ligas, porquanto a própria lei 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 91
exclui, emseu art. 51, a incidência de tais regras de Justiça Desportiva 
aos Comitês Olímpico e Paralímpico. 
Já Códigos como CNOJDD (que acabará sendo sucedido pelo 
CBJDE), COJDD/Pr e outros, criados e vinculados diretamente a entidades 
de personalidade jurídica de direito público, aplicam-se, “via de regra”, 
tão-somente a pessoas físicas e jurídicas participantes, direta ou 
indiretamente, de competições promovidas pelos próprios órgãos da 
Administração Pública de qualquer esfera ou poder da União, Distrito 
Federal, Estados e Municípios, conforme o caso. 
Diz-se via de regra porque o Comitê Olímpico Brasileiro - 
COB, mesmo sendo uma entidade privada mas que, como dito, não se 
submete às normas da Lei 9.615/98 previstas para a Justiça Desportiva, 
adota o CNOJDD às Olimpíadas Colegiais56. No mesmo sentido, é 
perfeitamente possível que entes públicos de Estados e Municípios optem 
por não criar uma codificação específica, mas elejam formalmente 
determinado Código como o instrumento que regulará suas competições. 
O que não poderá ocorrer no desporto de rendimento é uma 
entidade privada que integra o Sistema Nacional do Esporte aplicar um 
código que não o CBJD, porquanto não há permissivo legal para tanto. O 
mesmo ocorrerá com o desporto educacional, que deverá observar o 
CBJDE (Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o Desporto 
Educacional) ainda a ser aprovado pelo CNE por força do parágrafo 2º. 
do art. 11 do Decreto No 7.984/2013 (vide legislação complementar no 
anexo).
Em outras palavras, a liberdade de criação ou utilização de 
um instrumento disciplinar (Código de Justiça Desportiva) existente se 
restringe a manifestação do desporto de participação e aos órgãos como 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 92
56 Fonte: www.cob.org.br 
Governo da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, eventualmente 
e conforme o caso, ao Comitê Olímpico e Paralímpico Brasileiro que, na 
hipótese de organizarem eventos classificados como desporto 
educacional, poderão ser obrigados à observância do CBJDE.
De todo modo, a Justiça Desportiva, repita-se, é composta 
por um conjunto de instâncias desportivas atreladas à jurisdição e 
territorialidade das entidades organizadores ou promotoras das 
competições, com atribuições de dirimir os conflitos de natureza 
desportiva e de competência limitada ao processo e julgamento de 
infrações disciplinares definidas em códigos desportivos.
A experiência do Paraná
Aliado ao presente estudo, utilizaremos para fins didáticos e 
metodológicos como paradigma de sistema estadual do desporto (art. 25 
da Lei 9.615/98), o Código de Organização da Justiça e Disciplina 
Desportiva – COJDD do Governo do Paraná que serviu, tanto de modelo 
para a criação do CNOJDD às competições do Governo Federal, como 
para auxiliar nas propostas de unificação e alteração do CBJD 
(Confederações, Federações, Clubes, Ligas etc - entidades privadas). A 
idéia é trazer à colação uma codificação para servir de espelho para 
Estados e Municípios que ainda não tenham, sob o panorama disciplinar, 
criado seus sistemas desportivos. 
A Justiça Desportiva da Administração Pública do Paraná é 
também resultante do incansável trabalho de Renato Geraldo Mendes e a 
escolha da referida codificação (COJDD), cujo texto original é de sua 
autoria, pautou-se pela experiência prática regional, demonstrada ao 
longo de mais de quinze anos de sua evolução.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 93
O Prof. Dr. Alberto Puga Barbosa faz o retrospecto histórico 
da contribuição do Paraná no cenário da Justiça Desportiva, lembrando a 
origem do Código Nacional de Organização da Justiça e Disciplina 
Desportiva (CNOJDD): 
“A experiência do Estado do Paraná nas competições de natureza pública, 
a exemplo da obra de Schmitt, Quadros, Binhara e Silva (1996), ganha 
cenário nacional nos VI Jogos da Juventude, Goiânia, julho de 2002, 
quando é aplicado pela primeira vez o Código Nacional de Organização 
da Justiça e Disciplina Desportiva (CNOJDD) num trabalho proposto por 
Schmitt e Quadros (2002), para as competições organizadas pelo Poder 
Público Federal, em especial, o atual Ministério do Esporte e sua 
divulgação junto às delegações do estados brasileiros, partícipes 
daquelas competições.” 57
Atualmente, é inconteste que o Poder Público é o promotor 
de eventos esportivos com o maior número de participantes. Exemplo 
disso, independente da nomenclatura, são os Jogos Abertos, Jogos da 
Juventude e Jogos Escolares, competições poliesportivas que ocorrem na 
maioria dos Estados e Municípios do Brasil. Somente no Paraná, em 
competições promovidas apenas pelo Estado, são mais de 40.000 
pessoas envolvidas nas mais variadas fases regionais e finais. Tais 
competições assumem características muito próprias, mais precisamente 
pelas suas condições de participação, número de modalidades, formas de 
disputa e o seu período ininterrupto de realização. 
O regulamento desse tipo de competição é um contrato entre 
os participantes e os respectivos promotores, entes públicos e, como todo 
contrato, faz lei entre as partes. Com isso, é forçoso que seja adotada 
uma estrutura própria para que sejam dirimidos os casos disciplinares 
decorrentes desse tipo de competição, onde há um envolvimento direto 
da Administração Pública. No caso do Paraná, a Justiça Desportiva desse 
tipo de competições já está totalmente consolidada. Em atividade desde 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 94
57 Texto integrante do material didático do I Congresso Nacional de Justiça Desportiva: 
Curitiba/Pr, 16 a 18/11 de 2005.
 
1988, possui organização e funcionamento comprometidos com a mais 
adequada administração da justiça, orientando, fiscalizando, processando 
e julgando as questões de natureza disciplinar.58
A experiência paranaense aliou, há mais de uma década, 
acadêmicos e profissionais de Direito e Educação Física em um 
movimento de estruturação que ampliou os horizontes da gestão 
esportiva, pois alcançou de forma legítima a regulação das atividades 
desportivas, reduzindo drasticamente a violência e disponibilizando aos 
participantes dos seus eventos a segurança jurídica necessária, através 
da interpretação dos dispositivos disciplinares e regulamentares.
Ana Paula Myszczuk ressalta a importância da composição 
dos tribunais desportivo do sistema desportivo do Estado do Paraná por 
profissionais da Educação Física:
“Há que se destacar, também, a importante participação dos profissionais 
de Educação Física nos tribunais do poder público no Estado do Paraná. 
Isto permite ao profissional de Direito um diálogo interdisciplinar, travando 
contato com outro tipo de conhecimento desportivo, o técnico-científico. 
Desta maneira, é oportunizada a oxigenação das bases fundamentais do 
profissional da área jurídica, com elementos externos à sua a própria 
ciência, podendo remodelar sua atuação com o objetivo de atender às 
respostas da sociedade em favor de uma ordem social e jurídica mais 
justa.”59
Atualmente, a estruturação aplicada pelo modelo paranaense 
permite que a indisciplina e a violência sejam punidas de forma célere, 
sem prejudicar a organização do evento e sempre respeitados os 
princípios de contraditório e ampla defesa. A experiência demonstra que 
o órgão julgador pode abranger todas as modalidades desportivas 
desenvolvidas durante o evento. Daí um dos elementos que 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 95
58 SILVA, João Bosco e SCHMITT, Paulo Marcos. Entenda o Projeto Pelé. LIDO: Londrina/Pr, 
1997, p. 93.
59 O papel dos Tribunais de Justiça Desportiva do Governo do Estado do Paraná na formação 
dos profissionais queatuam na área do Direito Desportivo. Texto integrante do material didático 
do I Congresso Nacional de Justiça Desportiva: Curitiba/Pr, 16 a 18/11 de 2005.
impossibilitam a adoção da estrutura e composição de tribunais 
desportivos propostas pelos arts. 50 e seguintes da Lei 9.615/98.
Da mesma forma, as questões de interpretação do próprio 
Código e do Regulamento da competição, em casos concretos e no 
âmbito do Poder Público, são deferidas ao órgão julgador, transmitindo 
segurança jurídica às pessoas físicas e jurídicas participantes.
Assim, a codificação que ora emprestamos à análise e que 
encontra respaldo na organização e funcionamento da Justiça Desportiva 
do Paraná, é exemplo de seriedade, serenidade, celeridade e 
reconhecimento no âmbito do desporto organizado, coordenado ou 
supervisionado pelo Poder Público Estatal, tendo julgado mais de três mil 
processos disciplinares desde o seu nascedouro e culminando com a 
queda vertiginosa em mais de 60% das punições a pessoas físicas entre 
1.988 e 2.005, conforme demonstra o gráfico a seguir.
0
75
150
225
300
19
88
19
89
19
90
19
91
19
92
19
93
19
94
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
Quadro de Puniçoes - Pessoas Físicas
QUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICASQUADRO DE PUNIÇÕES - PESSOAS FÍSICAS
Ano 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
Punidos 287 277 176 193 172 75 74 98 77
Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Punidos 80 65 70 72 68 70 75 90 89
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 96
A avaliação da Justiça Desportiva do Governo do Paraná 
consta de trabalho de conclusão de curso de Mauro Myskiw, publicado 
em parte na forma de artigo na versão impressa do CNOJDD60 e aponta 
as seguintes conclusões e resultados: 
“Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar a percepção da 
Comunidade Esportiva Paranaense sobre o trabalho dos Tribunais de 
Justiça Desportiva nos Jogos Oficiais do Paraná. Para tanto, foram 
abordadas 603 pessoas, dentre eles atletas (292), comissão técnica (99), 
dirigentes (52), árbitros (114) e organizadores (40), sendo 420 do sexo 
masculino e 183 do sexo feminino. Para obtenção dos dados utilizou-se 
um questionário com perguntas objetivas. Face aos resultados obtidos 
observou-se o reconhecimento de credibilidade no desempenho dos 
Tribunais Desportivos ao atender a comunidade desportiva paranaense de 
maneira qualificada, no exercício de sua função.
...
5. Considerações finais
Face as características dos resultados apresentados e discutidos 
podemos inferir um reconhecimento de credibilidade no desempenho dos 
Tribunais de Justiça Desportiva atuantes nos Jogos Oficiais do Paraná, 
consubstanciado pela sua configuração administrativa sempre atenta aos 
princípios legais do direito penal, administrativo e desportivo vigentes, 
sobretudo, atendendo a comunidade desportiva paranaense de maneira 
qualificada. A preparação preliminar certamente esta relacionada a 
percepção positiva. 
Na medida em que se aglomeram interesses no resultado de partidas e/ou 
eventos, cresce a importância presencial dos Tribunais Desportivos. Jogos 
ou provas ganham em motivação, emoção e responsabilidade. Qualquer 
ato ilícito ou conflito de interesses necessita ser dissolvido no sentido de 
valorizar a prática desportiva e o trabalho dos dirigentes e promotores do 
evento, o que parece estar ocorrendo, tendo em vista os resultados desta 
pesquisa.”
0
12,50
25,00
37,50
50,00
Regular Boa Excelente
Valores percentuais gerais sobre a atuação da Justiça Desportiva da Paraná Esporte
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 97
60 Mauro Myskiw e Paulo Marcos Schmitt. A percepção da comunidade esportiva sobre a 
atuação dos tribunais nos Jogos Oficiais do Paraná. Brasília/DF: Ministério de Esporte e 
Turismo, 2002, pp.137/142.
Jurisdição e territorialidade dos tribunais desportivos
Em linhas gerais, os elementos que diferenciam os diversos 
órgãos judicantes estão centrados na jurisdição, competência e 
territorialidade.
Jurisdição, em sede de Justiça Desportiva, deve ser 
compreendida como poder de deliberação regularmente conferida aos 
órgãos judicantes para o conhecimento de certos litígios desportivos. Isto 
se dá em razão da suposta inadequação da expressão para atividades 
extrajudiciais, pois é tradicionalmente conceituada como designativo de 
atribuições especiais aos magistrados, encarregados da administração da 
justiça, o que inocorre em uma Justiça (Desportiva) que não integra o 
Poder Judiciário.
Não obstante, a terminologia está coadunada à compreensão 
contemporânea de que há meios alternativos de solução de conflitos de 
interesse. E, neste cenário, a Justiça Desportiva ganha maior significação, 
por seu reconhecimento constitucional, coadunando-se ao conceito atual 
e abrangente de jurisdição. Da mesma forma, constata-se que a 
competência territorial quer significar o estabelecimento de limitação de 
espaço territorial em que o presidente do órgão judicante possui 
jurisdição61.
Estrutura dos Órgãos da Justiça Desportiva
Instâncias da Justiça Desportiva - Estrutura dos órgãos judicantes que 
funcionam junto às Federações, Confederações e Ligas 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 98
61 Compilação e adaptação de expressões do Vocabulário Jurídico – De Plácido e Silva, 7ª 
edição, 1982.
INSTÂNCIAS E ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DESPORTIVA
De início, convém consignar que “instância” na Justiça 
Desportiva tem o mesmo significado que na Justiça Comum. Ou seja, se 
nos tribunais comuns quer dizer o grau de hierarquia do Poder Judiciário, 
em sede de Justiça Desportiva quer significar a estrutura hierárquica dos 
tribunais desportivos. 
Comissões Disciplinares Nacionais ou Regionais, ressalvadas 
as hipóteses de competência originária do STJD e TJD, são órgãos que 
processam e julgam em primeira instância as pessoas físicas e jurídicas 
submetidas ao CBJD.
O STJD e os TJDs de cada modalidade são órgãos judicantes 
que via de regra (novamente fazendo a ressalva da competência 
originária) atuam em grau de recurso (2ª instância -, ou até mesmo 
como 3ª instância nas situações de esgotamento da matéria no TJD e 
cabimento de recurso ainda ao STJD). 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 99
O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS/CAS), conforme 
previsão em norma internacional da respectiva modalidade esportiva 
(como no caso do futebol), é a última instância da Justiça 
Desportiva.
É importante destacar que a competência originária do STJD 
ou TJD para processo e julgamento, via de regra, ocorre em razão da 
pessoa (foro privilegiado) ou em face da matéria a ser submetida a 
análise e julgamento.
Sob o aspecto da territorialidade, os órgãos judicantes 
brasileiros estão diretamente relacionados com os limites de atuação das 
entidades de administração do desporto (regionais ou nacionais). Os 
Tribunais de Justiça Desportiva e Comissão Disciplinar Regional que 
funcione junto a si, por exemplo, estão afetos, por modalidade esportiva, 
às entidades regionais de administração do desporto (Federações - 
abrangência estadual). Já o Superior Tribunal de Justiça Desportiva e sua 
respectiva Comissão Disciplinar Nacional possuem a mesma abrangência 
das entidades nacionais de administração do desporto, também por 
modalidade esportiva (Confederações – todo o territórionacional).
Outro ponto importante, diz respeito a possibilidade dos 
Tribunais de Justiça Desportiva apreciarem, em grau de recurso, 
processos oriundos de Comissões Disciplinares Regionais constituídas por 
Ligas Municipais, desde que a referida liga esteja vinculada a entidade 
regional de administração do desporto.
Muito embora a Lei n° 9.615/98 não trate de maneira direta 
das Ligas Municipais, é inegável que as mesmas fazem parte do Sistema 
Nacional do Desporto, uma vez que integram o sub-sistema relacionado 
às entidades regionais de administração do desporto (Federações). E 
exatamente por estarem atreladas às entidades regionais, as Ligas 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 100
Municipais estão submetidas ao sistema organizacional das respectivas 
Federações, tanto no aspecto técnico/administrativo, quanto na questão 
relacionada à Justiça Desportiva.
Vale destacar que os Tribunais de Justiça Desportiva devem 
criar Comissões Disciplinares Regionais vinculadas à sua estrutura, e 
podem instituir que funcionem junto às ligas existentes, conforme se 
observa no art. 27, IV, do CBJD.
Já o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS / CAS - Corte Arbitral 
do Esporte <www.tas-cas.org>) é um órgão judicante internacional que 
tem sede em Lausane (Suíça) e, a exemplo dos nossos órgãos judicantes 
no Brasil, goza de total independência de qualquer organização esportiva. 
A sua competência está diretamente ligada a facilitar a resolução de 
litígios relacionados com o desporto por meio de arbitragem ou de 
mediação, através de normas processuais, adaptados às necessidades 
específicas do mundo dos esportes.
O TAS/CAS, como é mais conhecido, foi criado em 1984 e é 
colocado sob a autoridade administrativa e financeira do Conselho 
Internacional de Arbitragem do Esporte (ICAS), e tem cerca de 300 
árbitros de 87 países, escolhidos por seus conhecimentos de especialista 
de arbitragem e direito desportivo. 
Como se disse, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS-CAS) tem 
a tarefa de resolver disputas legais no domínio do desporto por meio de 
arbitragem. E faz isso por meio de sentenças arbitrais que têm a mesma 
força executiva que sentenças dos tribunais comuns. Além disso, pode 
emitir pareceres consultivos sobre questões jurídicas relacionadas com o 
desporto.
Ainda, o TAS fixa e estabelece tribunais não permanentes, 
quando da realização de Jogos Olímpicos ou outros grandes eventos 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 101
semelhantes. Para levar em conta as circunstâncias de tais eventos, as 
regras processuais especiais são estabelecidos em cada ocasião.
Quaisquer disputas, direta ou indiretamente ligadas ao 
esporte podem ser enviadas para o TAS-CAS, desde litígios de natureza 
comercial (por exemplo, um contrato de patrocínio), como de natureza 
disciplinar na sequência de uma decisão de uma organização desportiva 
(por exemplo, um caso de doping ou outra infração disciplinar julgada no 
tribunal desportivo brasileiro).
Estrutura das instâncias desportivas que funcionam junto ao Ministério 
do Esporte - CNOJDD (CBJDE proposta)
JUSTIÇA DESPORTIVA - CNOJDD / CBJDE (proposta)
As Comissões Disciplinares Especiais são chamados órgãos 
judicantes de 1ª instância, competentes para julgar originariamente os 
processos disciplinares. Já a Comissão Permanente, como adiante 
veremos, possui competência híbrida, pois, além de atuar em 1ª 
instância, reanalisa os casos julgados pelas Comissões Especiais em 
situações excepcionalíssimas nos casos de recursos de revisão.
As atribuições e competências das Comissões Disciplinares 
Especiais estão intimamente relacionadas ao período em que se realiza 
determinada competição. Como dito, é órgão que processa e julga 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 102
originariamente (1ª instância) tanto pessoas físicas como pessoas 
jurídicas que, de qualquer modo, infringirem as disposições do Código, 
Regulamento ou regras das modalidades em um evento esportivo 
específico. 
Como o que determina a competência das Comissões 
Especiais é o seu caráter de transitoriedade, isto é, a atribuição de 
julgamento dos processos durante a realização de eventos esportivos, 
qualquer caso não disposto no Código, Regulamento, regras e demais 
normas (casos omissos) também devem ser resolvidos por estas 
Comissões. 
Semelhante às Comissões Especiais, a Comissão Permanente 
também julga em 1ª instância, entretanto o que a torna diferente é o 
julgamento de processos antes ou após o encerramento dos trabalhos 
realizados pelas Comissões em determinado evento. Quando surgirem 
dúvidas veementes a respeito de qual Comissão deve apreciar 
determinado processo, a Comissão Permanente é o órgão indicado para 
resolver o “conflito de competência”. Também compete à Comissão 
Permanente apreciar (i) os recursos de revisão e (ii) os embargos de 
declaração interpostos contra suas próprias decisões.
A regra é que as Comissões Especiais possam processar e 
julgar tudo que ocorrer durante uma competição, mas nem sempre isto é 
possível. É comum que os fatos ocorridos no último dia dos jogos devam 
ser apreciados pela Comissão Permanente. Vários motivos podem 
determinar a remessa de determinado caso, seja pela complexidade da 
causa, porque os denunciados não puderam ser encontrados, porque as 
testemunhas mais importantes já se retiraram da competição, dentre 
outros fatores.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 103
O importante é que existam possibilidades de defesa e da 
busca da verdade. Do contrário, caso a situação fática não permita, 
torna-se desaconselhado que o feito seja apreciado pela respectiva 
Comissão Especial, devendo ser remetido à Permanente.
Como nas demais Comissões, a Comissão Disciplinar 
Permanente julga os impedimentos de seus membros em determinado 
processo disciplinar, os mandados de garantia e os casos omissos 
quando já encerrado o evento.
Estrutura dos tribunais desportivos que funcionam junto à Secretaria de 
de Estado do Esporte - Governo do Paraná
JUSTIÇA DESPORTIVA - COJDD
O que diferencia basicamente o Tribunal Permanente do 
Tribunal Especial é a sua localização e o período de funcionamento. 
Enquanto que o funcionamento do Permanente é ininterrupto na capital 
do Estado, o Tribunal Especial atua transitoriamente e especificamente na 
sede do evento, durante a sua realização. O Tribunal de Recursos 
também tem sua sede na capital do Estado e como o Tribunal 
Permanente funciona o ano todo sediado na Paraná Esporte, que é o 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 104
órgão mantenedor dos tribunais desportivos. Apesar disso, a atuação da 
Justiça Desportiva no Estado é autônoma e independente, sendo que 
suas decisões não podem ser afetadas por atos emanados dos órgãos da 
Administração Pública, sob pena de tornarem-se sem efeito ou finalidade.
Os Tribunais Permanente e Especial são os chamados 
tribunais de 1ª instância, que julgam os processos disciplinares pela 
primeira vez em uma primeira análise. Já o Tribunal de Recursos, 
reanalisa os casos julgados ou pelo Tribunal Especial ou pelo Tribunal 
Permanente.
Composição dos órgãos da Justiça Desportiva
Os tribunais desportivos que funcionam junto às 
Confederações, Federações e Ligas – Sistema Nacional do Desporto 
(privado) STJD e TJDs, devem ser compostos de forma quase que 
paritária, por nove membros indicados por segmentos desportivos e pela 
Ordem dos Advogados do Brasil, consoante o previsto em lei (art. 55 da 
Lei nº 9615/98) e o disposto nos arts. 4º e 5º do CBJD. 
Tal representatividade, porém, não significa que a entidade 
ou órgão indicantepossa, a qualquer tempo, requerer a substituição do 
indicado (em geral seria motivada pela atuação do auditor em 
desconformidade aos interesses da entidade, como se dela representante 
fosse). Em outras palavras o mandato não pertence às referenciadas 
entidades ou órgãos, mas apenas a indicação. Enfim, o mandato deve ser 
cumprido integralmente, a não ser em casos excepcionais como de 
vacância, licenças e outros, como veremos adiante.
A regra para a composição do STJD ou TJD do sistema 
federado é a seguinte: 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 105
• 2 (dois) indicados pela entidade nacional de administração 
do desporto (STJD ou pela entidade regional de administração de 
desporto (TJD);
• 2 (dois) indicados pelas entidades de prática desportiva que 
participem da principal competição da entidade Nacional de 
administração do Desporto (STJD) ou pelas entidades de prática 
desportiva que participem da principal competição da entidade regional 
de administração do desporto (TJD);
• 2 (dois) advogados indicados pelo Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil (STJD) ou pela Ordem dos Advogados 
do Brasil, por intermédio da seção correspondente à territorialidade 
(TJD);
• 1 (um) representante dos árbitros, indicado por sua 
entidade representativa (entidade de classe, conf. Lei 12.395/2011); e
• 2 (dois) representantes dos atletas, indicados por sua 
entidade representativa (entidades sindicais, conf. Lei 12.395/2011).
As Comissões Disciplinares devem ser compostas por cinco 
membros, mediante indicação dos respectivos STJD ou TJD, desde que 
não pertençam aos referidos órgãos judicantes. Podem ser criadas tantas 
Comissões Disciplinares quantas se fizerem necessárias (arts. 4º.-A e 5º-A 
do CBJD).
A crítica fica por conta da indicação do segmento dos atletas. 
De acordo com a legislação vigente (art. 55, V, da Lei 9.615/98, com 
redação dada pela Lei 12.395/2011), dentre os nove auditores de cada 
STJD, dois devem ser indicados pelos atletas. Na vigência do Decreto 
2.574/98, a norma era regulamentada por intermédio da determinação 
de que a representatividade de atletas se dava por “entidades de 
classe” (artigo 57, §5º do Decreto n° 2.574/98).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 106
Diante da t ransparente incompat ib i l idade entre 
representatividade desportiva e representatividade classista ou sindical, o 
dispositivo foi revogado pelo Decreto n° 5.000/04.
A alteração da Lei Pelé, através da Lei 12.395/2011, acabou 
por repisar o erro anterior, retomando a determinação de que os 
representantes dos atletas, e também dos árbitros, devam ser indicados 
por suas respectivas entidades sindicais e classistas, repristinando a 
confusão entre representação sindical e representação desportiva.
A representação sindical diz respeito exclusivamente a 
questões relacionadas no artigo 8º. da Constituição Federal e nos artigos 
511 e seguintes da CLT. Não tem qualquer relação com a representação 
desportiva.
O impacto da alteração legislativa é desastroso, pois: (i) 
entidades sindicais representam atletas sob a perspectiva trabalhista e 
empregatícia; vale dizer, são órgãos de classe da categoria dos atletas 
profissionais; de outro lado, (ii) a única modalidade que, atualmente, 
alberga atletas profissionais como regra, é o futebol. Assim, os STJDs das 
demais modalidades ficariam carentes da representação de atletas, pois 
os mesmos não são sindicalizados pelo simples fato de não serem, via de 
regra, profissionais.
Como se vê, o legislador parece ter considerado que existe 
apenas um STJD (o do futebol), quando – na verdade – cada modalidade 
desportiva no Brasil tem seu próprio STJD e demais órgãos judicantes 
desportivos. E mais, confronta a própria realidade ao desconsiderar que 
os atletas das demais modalidades não são profissionais e, de 
conseqüência, não são sindicalizados; portanto, não podem ser 
representados por entidades de classe.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 107
E mesmo em relação à modalidade de futebol, o STJD não 
julga apenas atletas profissionais, mas também atletas em formação (não 
profissionais, na denominação legal vigente). 
Em síntese, o STJD do Futebol não julga apenas atletas 
profissionais, mas também os não profissionais e os em formação, além 
de todos aqueles ligados direta ou indiretamente às competições. O 
mesmo ocorre nas demais modalidades esportivas aonde, regra geral, as 
entidades diretivas não se organizam de modo profissional. Assim, 
mesmo no futebol, a representação por entidades de classe não abrange 
todos os atletas, mas apenas sua minoria.
De outra parte, para os órgãos judicante que integram o 
sistema público (competições promovidas pela Administração Pública da 
União, Estados e Municípios) ou Comitê Olímpico Brasileiro, comumente 
as áreas de envolvimento na atuação da Justiça Desportiva são advindas 
das cadeiras de Educação Física e de Direito, sendo, portanto 
interessante que a composição dos tribunais desportivos recaia sobre 
profissionais e/ou acadêmicos dessas duas áreas do conhecimento. É 
imperioso que sejam realizados, anualmente, cursos de Justiça 
Desportiva, preferencialmente nas Instituições de Ensino Superior, 
destinados à formação e preparação de acadêmicos para o exercício das 
atividades das instâncias desportivas, como bem destaca Alessandro 
Kioshi Kishino ao referir-se à estrutura dos tribunais desportivos que 
funcionam junto à Paraná Esporte:
“E exatamente pelo fato dos membros dos órgãos judicantes se 
submeterem a cursos de capacitação e serem previamente avaliados, a 
Justiça Desportiva do Governo do Estado do Paraná é qualificada e 
eficiente, sendo constantemente apontada como um celeiro de inovações 
e de conquistas para o Direito Desportivo.”62 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 108
62 Justiça Desportiva do Governo do Estado do Paraná: algumas considerações. Texto 
integrante do material didático do I Congresso Nacional de Justiça Desportiva: Curitiba/Pr, 16 a 
18/11 de 2005.
A criação de um Quadro Geral de Justiça Desportiva também 
é uma alternativa extremamente interessante, a exemplo do que ocorre 
no Estado do Paraná (COJDD). A criação do Quadro Geral, aliada ao 
enquadramento do pessoal em categorias, viabiliza a estipulação e a 
observância de parâmetros objetivos destinados à composição das 
respectivas comissões disciplinares ou tribunais desportivos, conforme o 
caso. 
Ilustrativamente, no âmbito do Governo do Paraná, foi criado 
efetivamente em 2005 o Conselho Estadual de Esporte e Lazer que 
reconheceu e recriou na sua esfera uma comissão temática, qual seja a 
Comissão Especial de Justiça Desportiva que, dentre suas atribuições, 
encontra-se a de elaborar a composição dos tribunais desportivos 
mediante atos administrativos próprios. 
E o número de membros de cada tribunal ou comissão 
disciplinar depende da realidade e necessidade em face das 
características das competições que encontram-se sob sua jurisdição, 
desde que expressamente previsto no Código (CNOJDD, COJDD etc).
Competência dos órgãos e membros da Justiça Desportiva
Competência das instâncias desportivas
Inicialmente é preciso salientar que a competência consiste 
na aptidão e no poder de desenvolver determinadas atribuições, seja por 
determinado órgão ou entidade, seja por parte de um dado agente. Em 
nosso sistema desportivo, para ser válida, deve derivar e ser delimitada 
por lei e ou codificação desportiva. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 109
A doutrina que melhor se aproxima das nuances do Direito 
Desportivo é a já consagrada pelo Direito Administrativo.Vejamos alguns 
posicionamentos sobre o tema, preliminarmente sob a definição de Hely 
Lopes Meirelles63: 
"Entende-se por competência administrativa o poder atribuído ao agente 
da Administração para o desempenho específico de suas funções. A 
competência resulta da lei e por ela é delimitada. Todo ato emanado de 
agente incompetente, ou realizado além do limite de que dispõe a 
autoridade incumbida de sua prática, é inválido, por lhe faltar um elemento 
básico de perfeição, qual seja, o poder jurídico para manifestar a vontade 
da Administração. Daí a oportuna advertência de Caio Tácito de que 'não 
é competente quem quer, mas quem pode, segundo a norma de 
Direito''"64. 
Para Lucia Valle Figueiredo, competência “é o plexo de 
atribuições outorgadas pela lei ao agente administrativo para consecução 
do interesse público”.65 Bem salienta a autora que esse plexo de 
atribuições conferidas ao agente administrativo é determinado pela lei, ou 
seja, a competência não é ilimitada, pelo contrário. 
A própria lógica do regime jurídico – no caso o regime 
desportivo – elege o princípio da legalidade, definindo a competência em 
matéria de Justiça Desportiva quando prescreve que o Conselho Nacional 
do Esporte deverá aprovar os Códigos de Justiça Desportiva e suas 
alterações. O mesmo raciocínio vale para as competições promovidas pelo 
Poder Público, ou seja, deve existir previsão no ordenamento jurídico 
para a edições de códigos de Justiça Desportiva. No mesmo sentido e em 
capítulo próprio, a Lei 9615/98 define a competência das instâncias 
desportivas, ressaltando a necessidade de previsão de infrações 
disciplinares em códigos.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 110
63 Direito Administrativo Brasileiro, 20a edição, Malheiros, São Paulo, 1999, p. 134.
64 Caio tácito, O abuso de Poder Administrativo no Brasil, Rio, 1959, p. 27.
65 FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 1995, p. 111.
Sob esse aspecto, haverá vício de competência na realização 
de um ato perante a Justiça Desportiva quando este for praticado com 
abuso de competência, ou seja, além dos lindes permitidos pela 
codificação ou, ao contrário, por simples ausência de competência, 
quando o código não a confere ao órgão judicante ou ao membro que, 
ilegalmente, praticou o ato. Ainda, configurará o desvio de função ou de 
competência, quando restar caracterizada a irregular investidura na 
função.
É importante destacar que a competência originária de 
instâncias desportivas para processo e julgamento, em geral, ocorre em 
razão da pessoa (foro privilegiado) ou em face da matéria a ser 
submetida a análise e julgamento.
Desta forma, são os Códigos de Justiça Desportiva que fixam 
a competência de cada órgão judicante. No caso das instâncias que 
funcionam nos limites de territorialidade de Confederações, Federações e 
Ligas, confira-se o disposto nos arts. 25 a 28 do CBJD. Já para as 
competições organizadas pelo Poder Público, exemplificativamente a 
Justiça Desportiva que atua perante o Ministério do Esporte (União) e 
Paraná Esporte (Estado do Paraná), interessa a análise do art. 19 do 
CNOJDD e dos arts. 21 a 23 do COJDD, respectivamente.
Para finalizar este tópico, interessante destacar que a Justiça 
Desportiva não possui natureza consultiva, não podendo se manifestar 
sobre aspectos técnicos relacionados à classificação de equipes, cadastro, 
ou estruturação de entidades, entre outros assuntos.
Pelo sistema adotado pela legislação vigente, os órgãos 
judicantes têm atribuições de “processar e julgar”, não lhes competindo 
exercer função meramente consultiva, até mesmo porque, em cenário 
diverso, os mesmos estariam substituindo a função que originariamente é 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 111
administrativa e está sob atribuição das próprias entidades de 
administração.
Por óbvio, estes atos administrativos estão – sem exceção – 
sujeitos à observância das normas e regras, sujeitando-se a possível 
revisão pelos órgãos judicantes desportivos, em sede, v.g., de mandado 
de garantia.
Funções na Justiça Desportiva
O membro de tribunal desportivo exerce função considerada 
de relevante interesse público (“munus” público) e, na hipótese de 
ocupar cargo público, deverá ter abonadas suas faltas ao 
comparecimento de sessões de instrução e ou julgamento, computando-
se como de efetivo exercício tal participação (art. 54 da Lei nº. 9615/98).
A esse respeito torna necessário trazermos à colação 
definições da doutrina acerca do conceito de cargo e de função pública.
Cargo é a mais simples e indivisível unidade de competência 
a ser preenchida por um agente público, com denominação e atribuições 
próprias, com vencimento certo pago pelos cofres públicos, criados por 
lei, a exceção dos cargos auxiliares do Poder Legislativo, os quais são 
criados por resolução da respectiva Casa. Os ocupantes dos cargos estão 
sujeitos ao regime próprio, estatutário ou institucional - não contratual, 
para preenchimento em caráter efetivo ou em comissão66. 
Assim conceitua Hely Lopes Meirelles:
“Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com 
denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas e 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 112
66 Nesse sentido: Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo. 17 ed. São 
Paulo: Malheiros, 2004, p. 233
estipêndio correspondente, para ser promovido e exercido por um titular, 
na forma estabelecida em lei.”67
Já funções públ icas são as atr ibuições a serem 
desempenhadas por servidores ocupantes de cargos efetivos, que 
correspondem à chefia, direção e assessoramento. Nesse sentido 
vejamos o conceito apresentado por Celso Antônio Bandeira da Mello:
“Funções Públicas são plexos de atribuições criados por lei, 
correspondentes e encargos de direção, chefia ou assessoramento, a 
serem exercidos por titular de cargo efetivo, da confiança da autoridade 
que as preenche (art. 37, V, da Constituição, com a redação dada pelo 
‘Emendão’). Assemelha-se, quanto à natureza das atribuições e quanto à 
confiança que caracteriza seu preenchimento, aos cargos em comissão.”68
Trata-se, portanto, de função de relevante interesse público e 
não de cargo ou função pública na acepção técnica dos referidos termos. 
A maior parte da doutrina pátria afirma que, não havendo 
acúmulo de remunerações, não será considerado acúmulo nos termos do 
artigo 37, XVI e XVII, da Constituição da República. E a atividades 
daqueles que integram os tribunais desportivos que funcionam perante 
Confederações, Federações e Ligas é totalmente diletante. 
Segundo Ivan Barbosa Rigolin, “não haverá qualquer 
impedimento numa eventual acumulação não remunerada de cargos, se 
isso fosse possível até mesmo por razão horária”69. Odete Medauar ensina 
que “inexiste impedimento legal à acumulação de cargos, funções ou 
empregos, se não houver duas remunerações”.70 
Adilson Abreu Dallari71 conclui que:
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 113
67 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21 ed. São Paulo: Malheiros, 
1996, p. 364.
68 Ob. Cit., p. 234.
69 RIGOLIN, Ivan Barbosa. Comentários ao regime único dos servidores públicos civis, 4ª 
edição. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 216. 
70 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno, 4ª edição. São Paulo: RT, 2000, p. 331. 
71 DALLARI, Adilson Abreu. Regime constitucional dos servidores públicos, 2ª edição. São 
Paulo: 1990, p. 71. 
“parece ter ficado definitivamente sepultada a controvérsia existente a 
respeito da possibilidade de exercício de um outro cargo ou função por 
funcionáriolicenciado (sem remuneração) para tratar de assuntos 
particulares. Com efeito, ainda que se conclua que o funcionário 
licenciado, sem remuneração, mesmo assim continua titular de seu cargo, 
isto não seria motivo legalmente impeditivo do exercício de outro cargo ou 
função, até mesmo porque, nessa situação, não ocorre nem acumulação 
de remuneração, nem acumulação de autoridade”.72
Como se disse, a teor do disposto no art. 54 da Lei nº. 
9615/98, que os membros dos tribunais desportivos exercem função 
considerada de relevante interesse público. E nesse aspecto, reiteramos: 
o que existe é exercício de função de relevante interesse público e não a 
ocupação ou investidura em cargo ou função pública remunerada (ver 
item 6.2. deste Capítulo). E ainda que seja admitida a percepção de 
valores a título de pró-labore, diárias ou quaisquer outras formas de 
pagamento por serviços prestados na esfera desportiva, tais verbas 
jamais integrariam o sistema remuneratório de qualquer trabalhador, o 
que se dirá dos agentes públicos.
Cármen Lúcia Antunes Rocha é clara quando aduz que “a lei 
– e apenas a lei – é fonte formal a fundamentar o dispêndio legítimo de 
recursos públicos, inclusive o pagamento de pessoal”, que “não se 
haveria sequer de cogitar de feitura de gastos públicos, a dizer, 
comprometimento do patrimônio público, sem o prévio consentimento 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 114
72 No mesmo sentido, Diógenes Gasparini explana que: “E o licenciado para tratar de assunto 
particular? Este pode acumular? A resposta é afirmativa se se cuidar de entidades diferentes. 
Com efeito, esse servidor público, na situação de licenciado para tratar de assunto de interesse 
particular, ainda que se pudesse assegurar que acumula cargo, não acumula, certamente, 
remunerações. Será negativa, se o servidor licenciado vier a ocupar cargo na entidade da qual 
se licenciou. Não, evidentemente, por que acumula remunerações, mas porque tal situação 
afronta o princípio da moralidade administrativa.” (GASPARINI, Diogenes. Direito 
administrativo, 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 165 e 166);
E Hely Lopes Meirelles aduz: “A proibição de acumular, sendo uma restrição de direito, não 
pode ser interpretada ampliativamente. Assim, como veda a acumulação remunerada, 
inexistem óbices constitucionais à acumulação de cargos, funções ou empregos do serviço 
público desde que o servidor seja remunerado apenas pelo exercício de uma das atividades 
acumuladas. Trata-se, todavia, de uma exceção, e não de uma regra, que as Administrações 
devem usar com cautela, pois, como observa Castro Aguiar, cujo pensamento, neste ponto, 
coincide com o nosso, ‘em geral, as acumulações são nocivas, inclusive porque cargos 
acumulados são cargos mal desempenhados.’” (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito 
administrativo brasileiro, 25ª edição. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 404).
livre do povo” e que “a legalidade formal impõe condição translúcida para 
o cuidado com as despesas públicas voltadas ao conjunto de agentes 
públicos”.73
Em face ao princípio constitucional da legalidade, de 
observância obrigatória para a Administração Pública, todo e qualquer 
gasto a ser efetivado com os agentes públicos, sejam eles servidores ou 
agentes políticos, deverá ser precedido de autorização legal.
De outra parte, também não seria em tese possível se falar 
em cargo de entidade privada (Confederação Brasileira ou Federação de 
Futebol, Basketball, Ciclismo, Ginástica, Handebol, Judô, dentre outras 
por exemplo), mesmo porque a teor do § 3º. do art. 55 da Lei nº. 
9615/98, com redação dada pela Lei nº 9.981, de 14.7.2000, “é vedado 
aos dirigentes desportivos das entidades de administração e das 
entidades de prática o exercício de cargo ou função na Justiça 
Desportiva, exceção feita aos membros dos conselhos deliberativos das 
entidades de prática desportiva”. 
As principais funções nas instâncias desportivas são: (i) 
Presidente; (ii) Vice-Presidente; (iii) Auditor; (iv) Procurador; (v) Defensor 
e; (vi) Secretário. 
A seguir, passamos a analisar as atribuições de cada qual e 
algumas circunstâncias que afetam diretamente a atividade e o seu 
desempenho.
Presidente e Vice-presidente dos órgãos judicantes
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 115
73 ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Princípio constitucionais dos servidores públicos. São 
Paulo: Saraiva, 1999, p. 286 e 287.
Os presidentes dos tribunais desportivos são os responsáveis 
pelo perfeito e célere funcionamento da Justiça Desportiva e do 
andamento dos processos desportivos, recaindo tal cargo sobre 
profissionais altamente capacitados para a função, com larga experiência 
na direção dos trabalhos. 
Em geral o Presidente deve orientar a preparação da pauta 
de julgamento dos processos, marcando dia e hora das sessões; ter 
elevada capacidade de condução das atividades para apuração dos fatos, 
argumentos, depoimentos e alegações articulados durante a sessão. Mais 
do que dirigir os trabalhos, o Presidente nomeará um auditor que relatará 
o processo, votando por último e - conforme o caso e quando houver 
empate -, via de regra, seu voto prevalecerá sobre os votos dos demais 
auditores. 
São as seguintes atribuições elencadas nos principais Códigos 
de Justiça Desportiva (art. 9º. do CBJD), sem prejuízo daquelas 
conferidas por Lei, Código e Regimento Interno ou delegadas:
• Zelar pelo perfeito funcionamento do Tribunal e fazer 
cumprir suas decisões;
• ordenar a restauração de autos;
• dar imediata ciência, por escrito, das vagas verificadas no 
Tribunal ao Presidente da entidade indicante;
• determinar sindicâncias e aplicar sanções aos funcionários 
do Tribunal, conforme disposto no regimento interno;
• sortear ou designar os relatores dos processos de 
competência do Tribunal Pleno;
• dar publicidade às decisões prolatadas;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 116
• representar o Tribunal nas solenidades e atos oficiais, 
podendo delegar essa função a qualquer dos auditores;
• designar dia e hora para as sessões ordinárias e 
extraordinárias e dirigir os trabalhos;
• dar posse aos auditores do Tribunal Pleno e dós órgãos de 
primeira instância (Comissões Disciplinares), bem como aos secretários;
• exigir da entidade de administração o ressarcimento das 
despesas correntes e dos custos de funcionamento do Tribunal e 
prestar-lhe contas;
• receber, processar e examinar os requisitos de 
admissibilidade dos recursos provenientes da instância imediatamente 
inferior;
• conceder licença do exercício de suas funções aos 
auditores, secretários e demais auxiliares;
• determinar períodos de recesso do Tribunal;
• criar comissões especiais e designar auditores para o 
cumprimento de funções específicas de interesse do Tribunal. 
Já o Vice-Presidente deve substituir o Presidente nos 
impedimentos eventuais e definitivamente quando da vacância, 
representar o órgão judicante a que pertença nas solenidades e atos 
oficiais (apenas nas hipóteses de delegação) e exercer as funções de 
Corregedor, na forma que dispuser o regimento interno.
Auditores
Os Auditores são responsáveis pelo julgamento das questões 
disciplinares, devendo conhecer em profundidade o conjunto de normas 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 117
aplicadas nos trabalhos das instâncias desportivas (minimamente Código, 
Regulamento e regras). Mais que isso, como veremos adiante, devem 
estar totalmente isentos de qualquer influência das partes envolvidas 
(imparcialidade e independência), das pressões exercidas pelos 
interessados (serenidade) e empenhar-se nos trabalhos com a seriedade 
que a Justiça Desportiva merece, competindo-lhes:• Comparecimento obrigatório às sessões e audiências com a 
antecedência mínima conforme previsão no Código, quando 
regularmente convocado;
• empenho no sentido da estrita observância das leis, do 
contido na codificação desportiva e zelo pelo prestígio das instituições 
desportivas;
• manifestação rigorosa dentro dos prazos processuais;
• representação contra qualquer irregularidade, infração 
disciplinar ou sobre fatos ocorridos nas competições dos quais tenha 
tido conhecimento;
• livre apreciação da prova dos autos, tendo em vista, 
sobretudo, o interesse do desporto, fundamentando, obrigatoriamente, 
a sua decisão;
• devolução à Secretaria, no prazo legal antes da sessão de 
julgamento, qualquer processo que tenha em seu poder e que esteja 
incluído em pauta.
Procuradoria da Justiça Desportiva
A análise atenta das disposições dos códigos em geral 
permite reconhecer que o rol de atribuições da Procuradoria de Justiça 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 118
Desportiva corresponde ao desempenho de um papel de máxima 
relevância dentro do Processo Desportivo e demais atividades inerentes à 
Justiça Desportiva. 
Ao procurador é atribuída a função de promover a 
responsabilidade das pessoas físicas ou jurídicas submetidas ao 
respectivo instrumento disciplinar (Código) que violarem as disposições 
contidas, conforme o caso, no próprio Código, Regras ou Regulamentos, 
cabendo ainda fiscalizar o cumprimento e a execução das leis esportivas 
(fiscal da lei), zelando pela manutenção da paz no desporto. Trata-se, em 
verdade, do verdadeiro titular da ação desportiva.
A Procuradoria junto aos órgãos judicantes pertencentes à 
Justiça Desportiva guarda inegável similitude com o Ministério Público, 
função essencial à Justiça; e, exerce um munus similar ao exercido pelo 
Ministério Público na defesa da ordem jurídica. 
Esta quase identidade de atribuições entre Ministério Público 
e procuradoria dos tribunais desportivos é explorada pelo saudoso amigo 
Marcílio Krieger (in Comentários ao CBDF, p. 14): 
"A Procuradoria, na Justiça Desportiva, é quem toma a iniciativa para que 
o processo se concretize – e o faz através da denúncia. É o órgão a quem 
incumbe intentar a ação penal/disciplinar correspondente à infração 
praticada, promovendo os termos acusatórios necessários. Compete-lhes, 
igualmente, promover a fiscalização da execução das disposições legais e 
infralegais aplicáveis ao futebol."
É imperioso lembrar que, nos termos do § 2º do art. 4º da 
Lei nº 9.615/98 “A organização desportiva do País, fundada na liberdade 
de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de 
elevado interesse social, inclusive para os fins do disposto nos incisos I e 
III do art. 5º da Lei Complementar no 75, de 20 de maio de 1993. 
(Redação dada pela Lei nº 10.672, de 2003)”. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 119
Assim, compete aos procuradores, em geral, oferecer 
denúncia nos casos previstos em lei ou Código, dar parecer nos processos 
de competência do órgão judicante ao qual esteja vinculado, formalizar 
as providências legais e acompanhá-las em seus trâmites, requerer vistas 
dos autos, interpor recursos nos casos previstos em lei ou neste código 
ou propor medidas que visem à preservação dos princípios que regem a 
Justiça Desportiva; requerer a instauração de inquérito, exercer outras 
atribuições que lhes forem conferidas por lei, Código ou regimento 
interno. 
O CBJD prevê a necessidade de nomeação pelo respectivo 
órgão judicante (apenas STJD ou TJD), com mandato idêntico ao dos 
auditores de, no mínimo, dois procuradores à estrutura judicante de cada 
modalidade desportiva, mesmo porque é preciso lembrar que, também 
minimamente, devem existir duas instâncias, seja em sede de TJD74 como 
STJD, mediante a criação de inúmeras Comissões Disciplinares, tendo em 
mira a necessidade e demanda de litígios disciplinares.
Vale lembrar que todo o sistema de formação dos órgãos da 
Justiça Desportiva brasileira para os cargos e funções de auditor é 
paritário, congregando de modo equilibrado os partícipes das respectivas 
competições e, ainda, a Ordem dos Advogados do Brasil.
Como já destacado, dentre os nove membros de cada STJD, 
os clubes indicam dois auditores e os atletas indicam outros dois. Na 
mesma linha, a entidade de administração do desporto (confederação ou 
federação) indica dois auditores e a OAB indica outros dois. Os árbitros 
completam as entidades representativas, indicando um auditor.
Contudo, no bojo da alteração da Lei 9615/98, o projeto que 
culminou com a Lei 12.395/2011, atropelava essa paridade e atribuía 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 120
74 Salvo matérias que podem subir em grau recursal ainda ao STJD – três instâncias.
competência desequilibrada em favor das entidades de administração do 
desporto (confederações e federações), ao lhes conceder a indicação dos 
procuradores que atuam junto aos STJDs e TJDs (então proposta de nova 
redação ao artigo 55, §5º).
Isso é, pela redação originariamente proposta, além da 
indicação de dois auditores – dentre nove – para o respectivo STJD, a 
Confederação indicaria também todos os procuradores. Obviamente, 
haveria enorme disparidade em relação às demais entidades 
representativas, tais como os atletas, árbitros, clubes e a própria OAB.
O impacto desta proposta não era apenas desequilibrar as 
relações de estruturação dos tribunais desportivos, mas criar verdadeiro 
salvo-conduto para que as confederações e federações fiquem suscetíveis 
a nomear apenas procuradores a si vinculadas, prejudicando 
sobremaneira a imparcialidade da função acusatória e a efetiva 
fiscalização da lei desportiva.
Ora, a própria Lei em seu art. 52 determina que os órgãos 
integrantes da Justiça Desportiva sejam autônomos e independentes em 
relação às entidades de administração do desporto de cada sistema. Com 
efeito, a concentração de indicação de toda a composição do órgão 
acusador, titular da ação desportiva, por um determinado segmento 
desportivo como as Confederações e federações, certamente fereria de 
morte a idéia mais comezinha de independência e autonomia. 
A proposta, portanto, se não fosse ingênua, seria de 
profundo desconhecimento da área, desprezando as pressões a que 
estão sujeitos os dirigentes de entidades de administração quando se 
defrontam com julgamentos que impactam diretamente nos seus filiados, 
notadamente nos tribunais das paixões. Algo que pode parecer em um 
primeiro momento interessante aos administradores de Federações e 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 121
Confederações poderia se transformar em uma avalanche de solicitação 
de interferências na atuação dos Procuradores por eles indicados. E os 
Procuradores sempre estariam na berlinda, se fizessem ou não o que lhes 
competia, gerando permanente desconfiança em face da vinculação com 
entidades diretivas. Um cartório desnecessário e pernicioso ao sistema 
jusdesportivo vigente.
E justamente por tais motivos, dentre outros aspectos, a 
proposta recebeu VETO da Presidência da República. O texto da 
modificação criava o parágrafo 5º. do art. 55 nos seguintes termos: 
“Os procuradores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva e dos 
Tribunais de Justiça Desportiva serão indicados pelas respectivas 
entidades de administração do desporto”. [VETADO - Lei 12.395_2011] - 
Razão do veto: “O procedimento hoje adotado pelo Código Brasileiro de 
Justiça Desportiva para a escolha dos procuradores configura menor risco 
à independência de sua atuação do que a presente proposta de indicação 
direta pelas entidades a serem por eles fiscalizadas”.Como se denota, foi prestigiada a regra prevista na atual 
codificação desportiva nacional, qual seja a de que os Procuradores serão 
nomeados pelo respectivo tribunal (STJD ou TJD). O único desequilíbrio, 
se é que assim pode ser considerado, fica por conta da indicação do 
Procurador-Geral, que depende de escolha do nome pelo tribunal, mas 
desde que conste de uma lista tríplice enviada pela Federação (TJDs) ou 
Confederação (STJD), conforme o caso. 
Eis a normatização do tema pelo Código Brasileiro de Justiça 
Desportiva - CBJD: 
Art. 21. A Procuradoria da Justiça Desportiva destina-se a promover a 
responsabilidade das pessoas naturais ou jurídicas que violarem as 
disposições deste Código, exercida por procuradores nomeados pelo 
respectivo Tribunal (STJD ou TJD), aos quais compete: (Redação dada 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - oferecer denúncia, nos casos previstos em lei ou neste Código; 
(Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução nº 13 de 2006)
II - dar parecer nos processos de competência do órgão judicante aos 
quais estejam vinculados, conforme atribuição funcional definida em 
regimento interno; (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 122
III - formalizar as providências legais e processuais e acompanhá-las em 
seus trâmites; -(NR).
IV - requerer vistas dos autos; (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 
2006 e Resolução nº 13 de 2006)
V - interpor recursos nos casos previstos em lei ou neste Código ou 
propor medidas que visem à preservação dos princípios que regem a 
Justiça Desportiva; (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006)
VI - requerer a instauração de inquérito; (Incluído pela Resolução CNE nº 
11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
VII - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, por este 
Código ou regimento interno. (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 
2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
§ 1º A Procuradoria será dirigida por um Procurador-Geral, escolhido por 
votação da maioria absoluta do Tribunal Pleno dentre três nomes de livre 
indicação da respectiva entidade de administração do desporto. (AC).
§ 2º O mandato do Procurador-Geral será idêntico ao estabelecido para o 
Presidente do Tribunal (STJD ou TJD). (AC).
§ 3º O Procurador-Geral poderá ser destituído de suas funções pelo voto 
da maioria absoluta do Tribunal Pleno, a partir de manifestação 
fundamentada e subscrita por pelo menos quatro auditores do Tribunal 
Pleno. (AC).
Do mesmo modo que para os auditores, é assegurado aos 
procuradores o livre acesso às praças desportivas, sendo-lhes aplicáveis 
as hipóteses cabíveis de incompatibilidades e impedimentos. 
Diz-se “cabíveis” porque algumas circunstâncias, pela 
natureza da função de auditor, são absolutamente inaplicáveis ao 
procuradores, como por exemplo a vedação em manifestar sobre casos 
que serão levados a julgamento. Ora, o Procurador não julga, e portanto 
não está obrigado a não revelar as providências que adotará, o que 
entende previamente, acerca de determinado caso concreto.
Vejamos como decidiu o Plenos do STJD do Futebol sobre o 
tema em sede de preliminar no julgamento do Recurso Voluntário 
016/2009, que examinava o caso que ficou conhecido por "super-mando" 
no futebol do Paraná, e que o objeto da demanda estava centrado em 
dispositivo do regulamento do certame estadual que fixava vantagem 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 123
excessiva através de mando de campo a equipes melhores classificadas 
na primeira fase da competição:
“Recurso Voluntário 016/2009
RECORRENTE: Clube Atlético Paranaense
RECORRIDO: Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná
ARGUIÇÃO DE IMPEDIMENTO:
Chega aos autos Argüição de Impedimento aforada pela Federação 
Paranaense de Futebol contra o Procurador Geral do STJD, Dr. Paulo 
Schmitt.
Por se tratar de questão cuja decisão pode, em tese, importar na 
impossibilidade do douto procurador de participar do julgamento da 
questão, coloco-a em julgamento antes mesmo da leitura do relatório.
Em suas razões, a arguinte suscita que o Dr. Paulo Schmitt teria se 
manifestado previamente sobre fato concreto objeto de causa em 
julgamento, ofendendo assim o disposto no art. 18, II, cumulado com o art. 
22 do CBJD. 
Para comprovar suas alegações, junta prova de vídeo, em que o douto 
Procurador participa de programa televisivo no qual concede entrevista; 
além de juntar recortes de jornais“que transcrevem algumas citações que 
teriam sido de sua autoria.
É o breve relatório.
Voto:
Rechaço integralmente a argüição de impedimento em mãos. As regras 
do CBJD, como todas as normas de direito, devem ser interpretadas de 
forma sistêmica, analisadas em cotejo com os princípios do direito e com 
as demais normas. A interpretação literal, justamente por ser a mais fácil 
de ser feita, é a mais sujeita a equívocos de todos os matizes.
Os dispositivos em análise dispõem ser proibido, sob pena de 
impedimento, a manifestação prévia sobre fato concreto objeto de causa 
em julgamento, estendendo essa proibição tanto aos auditores como aos 
Procuradores. A sua interpretação deve ser realizada com temperamento, 
levando-se em consideração as circunstâncias do caso, e, muito embora, 
a norma não faça distinção expressa, é óbvio que a regra se aplica de 
forma diferente aos auditores e aos procuradores.
É que os auditores possuem função decisória, ao passo que aos 
procuradores cabe ora a função opinativa, ora a função impulsionadora do 
processo desportivo (quando atuam como verdadeira parte titular da ação 
disciplinar). Portanto, pela simples diferença de funções, percebe-se que a 
vedação ao auditor de manifestar-se sobre causa em julgamento possui 
“uma importância muito maior. O auditor só apresenta manifestação sobre 
o mérito ao final do processo. Se revelar opinião prévia pode revelar o 
futuro da causa.
Essa distinção entre as funções do auditor e do Procurador, bem como o 
conhecimento amplo das peculiaridades da justiça desportiva, permite 
aferir que o impedimento de manifestação do procurador relaciona-se 
essencialmente as questões sobre as quais ele desconhece ou não tem 
ainda analisado com profundidade. De outra forma, a vedação de 
manifestação seria incompatível com diversas obrigações naturais do 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 124
Procurador, especialmente a apresentação de parecer, interposição de 
recurso, oferecimento de denúncia (pois todas são, em tese, 
manifestações prévias do Procurador sobre fato concreto objeto de causa 
em julgamento).
Assim, quem milita na justiça desportiva sabe que o dispositivo que proíbe 
a manifestação prévia do Procurador restringe-se a fatos sobre os quais 
ele ainda não teve o conhecimento pleno, nem analisou com 
profundidade. A proibição de manifestação prévia justifica-se para evitar 
que o procurador, depois de analisar com mais cuidado a questão, fique 
refém, por ter tornado pública, de uma posição anterior que, só depois, 
verificou equivocada. Existe portanto como forma de assegurar o livre 
convencimento. Todavia, uma vez possuindo o conhecimento pleno da 
questão, o Procurador fica livre para manifestar-se previamente, pois 
assim lhe é exigido em diversas ocasiões, como as citadas acima. O que 
se busca impedir é a manifestação irresponsável, leviana, feita sem 
conhecimento de causa mas capaz de, no futuro, impedir que o 
procurador tenha posição diferente da original. O que se busca, volto a 
dizer, é assegurar o seu livre convencimento.
Já disse em outras ocasiões que a Procuradoria da Justiça desportiva é, 
ao lado da presidência, o órgão de maior importância desse tribunal. Isso 
porque, por ser o titular da ação disciplinar, a Procuradoria detém inegável 
e importante posição de representação política da justiça desportiva. Essa 
representaçãose dá através da pessoa do Procurador Geral, que através 
de orientações, esclarecimentos, apontamento de diretrizes, confere maior 
transparência, independência e legitimidade aos atos da justiça 
desportiva.
No caso concreto, todas as manifestações do douto Procurador foram 
feitas com amplo conhecimento do caso, demonstram estudo 
aprofundado, de forma que não se contempla a hipótese retroaludida de 
irresponsabilidade ou leviandade. Pelo contrário, suas manifestações 
encontram-se no rol das atividades de representação política de que a 
Procuradoria é incumbida. Ressalte-se ainda que o litígio versa sobre 
questão de direito, o que dispensaria a espera da análise do processo 
para que se pudesse opinar sobre o caso.
Não vejo, tampouco, nas afirmações do procurador, nenhum desrespeito 
ou desmoralização à Federação Paranaense.
Por tudo isso, rejeito a argüição de impedimento do Procurador.
(...)
É como voto.
Rio de Janeiro/RJ, 25 de março de 2009.
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA
Auditor – STJD
Passamos agora a análise da estrutura, composição e 
procedimentos da Procuradoria na esfera do Superior Tribunal de Justiça 
Desportiva do Futebol. Recomendamos também sobre o assunto a leitura 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 125
do Regimento Interno da Procuradoria (vide legislação complementar no 
anexo).
Nesse aspecto vale o destaque a algumas normas internas 
são imprescindíveis ao regular funcionamento do órgão, em especial para 
dotá-lo de preceitos básicos de coerência, harmonia e isonomia. 
Confira-se:
• Fica a critério exclusivo do Procurador-Geral, ouvido o 
respectivo Subprocurador-Geral, efetuar modificações na escala, a 
qualquer tempo, conforme complexidade da causa/matéria ou eventual 
impossibilidade do Procurador previamente escalado na elaboração da 
denúncia e/ou Parecer.
• Visando conferir maior agilidade, o Subprocurador-Geral 
deverá elaborar pré-escala com os membros de sua equipe, sendo 
responsável também pela análise das denúncias, conferência do 
enquadramento legal, controle de prazo e encaminhamento para a 
Secretaria do STJD. Os Procuradores deverão acompanhar as datas de 
realização das partidas, referências, grupos, rodadas etc., e a 
publicação das súmulas diretamente no site da CBF (www.cbf.com.br).
• As denúncias deverão ser encaminhadas para a Secretaria 
no prazo máximo de 02 (dois) dias da data de publicação na súmula na 
Internet.
• Os procuradores deverão enviar as denúncias já com a 
assinatura eletrônica para o e-mail do Subprocurador-Geral de seu 
grupo. Em casos que necessitem urgência, os Subprocuradores irão 
avocar a função de elaborar as denúncias. Na falha dos procuradores 
quanto ao tempo de encaminhamento, o Subprocurador-Geral será 
responsável por elaborar a peça, advertindo o procurador que não 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 126
realizou seu trabalho em tempo hábil e informando tal fato ao 
Procurador-Geral para que ele adote as medidas que entender cabíveis.
• Pelo menos um Procurador deverá comparecer ao Tribunal 
todo dia para fiscalização dos trabalhos de elaboração das denúncias 
que lá já deverão estar impressas e prontas para autuação.
• O Procurador responsável pela sessão chegará mais cedo 
para exercer tal função e no dia em que não houver julgamento, 
mesmo assim, comparecerá na sede do Tribunal.
• Os Procuradores têm autonomia e independência no 
exercício de suas atribuições, entretanto, para manter um mínimo de 
uniformidade de entendimento e procedimentos, a transação 
desportiva, solicitação de imagens dos jogos, interposição de recursos, 
oferecimento de pareceres, manifestações ou esclarecimentos, deverão 
ser submetidos à análise do Procurador-Geral.
Abaixo a composição das equipes da Procuradoria do STJD 
do Futebol, bem assim as escalas as mais variadas competições 
organizadas pela CBF, e que estão sob sua jurisdição.
STJD - ESCALA DE PROCURADORES - 2013
Escala de distribuição de súmulas e presença por Comissões 
Disciplinares e Tribunal Pleno 
Copa do Nordeste, Copa Brasil, Copa Brasil de Futebol Feminino, 
Campeonatos Brasileiros Séries A, B, C e D - 2013
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 127
Equipe/ 
Comissão
Dia da 
Semana
Procuradores
1/ 1ª CD Segunda-
feira
Caio Pompeu Medauar de Souza (SP) - 
Subprocurador-Geral
Sergio da Silva Santos (RJ)
Henrique Domenici (RJ)
Gustavo Normanton Delbin (SP)
Carlos José Eduardo Senger (SP)
2 / 2ª CD Terça-feira Wi l l iam Figue iredo de Ol ive ira (RJ) - 
Subprocurador-Geral
Aldo Abrahão Massih Jr (SC)
Gustavo Gomes Silveira (RJ)
Mislaine Scarelli da Silva (SP)
Giseli Amantino (PR)
Marcus Vinícius Campos (RJ)
3 / 3ª CD Quarta-feira Rafae l F ioravante Alves Vanzin (RJ) - 
Subprocurador-Geral
Maran Carneiro da Silva (PR)
Marcelo Aparecido Tavares (SP)
Celso Xavier (SP)
Victor Gustavo Lobo Cortez Amado (GO)
4 / 4ªCD Sexta-feira Renata Quadros (PR) – Subprocuradora-Geral
Rodrigo José Teixeira de Oliveira (MG)
Rodrigo Moraes Mendonça Raposo (RJ)
Diego Gomes (RJ)
Marcelo Lopes Salomão (PR)
5 / 5a CD Quinta-feira
(5ª CD)
Alessandro Kioshi Kishino (PR) – Subprocurador-
Geral
Marcio Fernando Andraus Nogueira (SP)
Márcio de Almeida Azevedo (RJ)
Fernando Francisco da Silva Junior (DF)
Milton Jordão (BA)
PLENO Quinta-feira Paulo Marcos Schmitt (PR) - Procurador-Geral 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 128
COPA DO NORDESTE - 2013
Equipe 
Responsável
Grupos
1ª FASE1ª FASE
1 A
2 B
3 C
4 D
2ª FASE2ª FASE
5 E
1 F
2 G
3 H 
3ª FASE3ª FASE
4 I
5 J 
4ª FASE4ª FASE
1 K
COPA DO BRASIL DE FUTEBOL FEMININO - 2013
Equipe 
Responsável
Grupos
1ª FASE1ª FASE
5 1 – 5 – 9 –13 
4 2 – 6 – 10 – 14
3 3 – 7 – 11 – 15 
2 4 – 8 – 12 – 16
2ª FASE2ª FASE
1 17 – 21
5 18 – 22
4 19 – 23
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 129
3 20 – 24 
3ª FASE3ª FASE
2 25
1 26 
5 27
4 28
4ª FASE4ª FASE
3 29
2 30
5ª FASE5ª FASE
1 31
5 32
COPA DO BRASIL
2013
Equipe 
Responsável
Grupos
1ª FASE1ª FASE
1 1 – 6 – 11 – 16 – 21 – 26 – 31 – 35 
2 2 – 7 – 12 – 17– 22 – 27 – 32 – 37 
3 3 – 8 – 13 – 18 – 23 – 28 – 33 – 38 
4 4 – 9 – 14 – 19 – 24 – 29 – 34 – 39 
5 5 – 10 – 15- 20 – 25 – 30 – 35 – 40 
2ª FASE2ª FASE
1 41 – 46 – 51 – 56
2 42 – 47 - 52 – 57 
3 43 – 48 – 53 – 58 
4 44 – 49 – 54 – 59 
5 45 – 50 - 55 – 60 
3ª FASE3ª FASE
1 61 – 66
2 62 – 67 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 130
3 63 – 68
4 64 – 69
5 65 – 70 
4ª FASE4ª FASE
1 71 – 75
2 72 – 76 
3 73 – 77
4 74 – 78 
5ª FASE5ª FASE
5 79
1 80
2 81
3 82
6ª FASE6ª FASE
4 83
5 84
7ª FASE7ª FASE
1 85
CAMPEONATO BRASILEIRO
Série A – 2013
Equipe 
Responsável
Rodada Referência – Nº Jogo
1 1ª 1 a 10
2 2ª 11 a 20
3 3ª 21 a 30
4 4ª 31 a 40
5 5ª 41 a 50
1 6ª 51 a 60
2 7ª 61 a 70
3 8ª 71 a 80
4 9ª 81 a 90
5 10ª 91 a 100
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 131
1 11ª 101 a 110
2 12ª 111 a 120
3 13ª 121 a 130
4 14ª 131 a 140
5 15ª 141 a 150
1 16ª 151 a 160
2 17ª 161 a 170
3 18ª 171 a 180
4 19ª 181 a 190
5 20ª 191 a 200
1 21ª 201 a 210
2 22ª 211 a 220
3 23ª 221 a 230
4 24ª 231 a 240
5 25ª 241 a 250
1 26ª 251 a 260
2 27ª 261 a 270
3 28ª 271 a 280
4 29ª 281 a 290
5 30ª 291 a 300
1 31ª 301 a 310
2 32ª 311 a 320
3 33ª 321 a 330
4 34ª 331 a 340
5 35ª 341 a 350
1 36ª 351 a 360
2 37ª 361 a 370
3 38ª 371 a 380
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 132
CAMPEONATO BRASILEIRO
Série B – 2013
Equipe 
Responsável
Rodada Referência – Nº Jogo
5 1ª 1 a 10
4 2ª 11 a 20
3 3ª 21 a 30
2 4ª 31 a 40
1 5ª 41 a 50
5 6ª 51 a 60
4 7ª 61 a 70
3 8ª 71 a 80
2 9ª 81 a 90
1 10ª 91 a 100
5 11ª101 a 110
4 12ª 111 a 120
3 13ª 121 a 130
2 14ª 131 a 140
1 15ª 141 a 150
5 16ª 151 a 160
4 17ª 161 a 170
3 18ª 171 a 180
2 19ª 181 a 190
1 20ª 191 a 200
5 21ª 201 a 210
4 22ª 211 a 220
3 23ª 221 a 230
2 24ª 231 a 240
1 25ª 241 a 250
5 26ª 251 a 260
4 27ª 261 a 270
3 28ª 271 a 280
2 29ª 281 a 290
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 133
1 30ª 291 a 300
5 31ª 301 a 310
4 32ª 311 a 320
3 33ª 321 a 330
2 34ª 331 a 340
1 35ª 341 a 350
5 36ª 351 a 360
4 37ª 361 a 370
3 38ª 371 a 380
CAMPEONATO BRASILEIRO
Série C – 2013
Equipe 
Responsável
Grupo/Jogos
1ª FASE – turno 1ª FASE – turno 
1 A (1 a 5) 
2 B (1 a 5)
3 A (6 a 10)
4 B (6 a 10)
5 A (11 a 15) 
1 B (11 a 15)
2 A (16 a 20)
3 B (16 a 20)
4 A (21 a 25)
5 B (21 a 25)
1 A (26 a 30)
2 B (26 a 30)
3 A (31 a 35)
4 B (31 a 35)
5 A (36 a 40)
1 B (36 a 40)
2 A (41 a 45)
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 134
3 B (41 a 45)
1ª FASE – returno 1ª FASE – returno 
4 A (46 a 50)
5 B (46 a 50)
1 A (51 a 55) 
2 B (51 a 55)
3 A (56 a 60)
4 B (56 a 60)
5 A (61 a 65)
1 B (61 a 65)
2 A (66 a 70)
3 B (66 a 70)
4 A (71 a 75)
5 B (71 a 75)
1 A (76 a 80)
2 B (76 a 80)
3 A (81 a 85)
4 B (81 a 85)
5 A (86 a 90)
1 B (86 a 90)
2a. FASE2a. FASE
2 C (jogos de ida e volta) 
3 D (jogos de ida e volta)
4 E (jogos de ida e volta)
5 F (jogos de ida e volta)
3ª FASE3ª FASE
1 G (jogos de ida e volta)
2 H (jogos de ida e volta)
4ª FASE4ª FASE
3 I (jogos de ida e volta)
CAMPEONATO BRASILEIRO
Série D – 2013
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 135
Equipe 
Responsável
Grupos
1ª FASE1ª FASE
5 A1
4 A2
3 A3
2 A4
1 A5
5 A6
4 A7
3 A8
2ª FASE2ª FASE
2 B1
1 B2
5 B3
4 B4 
3 B5
2 B6
1 B7
5 B8
3ª FASE3ª FASE
4 C1
3 C2 
2 C3
1 C4
4ª FASE4ª FASE
5 D1
4 D2
5ª FASE5ª FASE
3 E (jogo de IDA)
2 E (jogo de VOLTA)
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 136
COPA DO BRASIL SUB 20
2013
Equipe 
Responsável
Grupos
1ª FASE1ª FASE
1 1 – 5 – 9 –13 
2 2 – 6 – 10 – 14 
3 3 – 7 – 11 – 15 
4 4 – 8 – 12 – 16 
2ª FASE2ª FASE
5 17 – 21
1 18 – 22
2 19 – 23
3 20 – 24 
3ª FASE3ª FASE
4 25
5 26 
1 27
2 28
4ª FASE4ª FASE
3 29
4 30
5ª FASE5ª FASE
5 31
Defensores
Inicialmente, o CBJD mantinha a mesma redação dos códigos 
anteriores (CBJDD e CBDF) para o exercício da função de defensor 
perante órgãos judicantes a quem compete promover o assessoramento 
e a defesa dos direitos das pessoas físicas ou jurídicas, apenas 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 137
suprimindo a regra dos 21 anos e acrescendo a capacidade civil como 
pressuposto para atuação. Seguia-se a linha de dispensabilidade de 
advogado em instâncias não judiciais, reconhecida pela maioria da 
doutrina como não absoluta75, inclusive admitindo-se a autodefesa como 
corolário do princípio do direito de defesa. O STF já decidiu que o 
princípio constitucional insculpido no art. 133 admite exceções, como na 
capacidade postulatória para impetração de habeas corpus, bem como 
nas ações de revisão criminal76. 
Exemplificativamente, em procedimentos administrativos 
como licitações (Lei nº 8666/93) e processo administrativo disciplinar77 
adota-se a mesma tese de desnecessidade da presença de advogado 
para manifestações e postulações. 
Confira-se o que diz Léo Da Silva Alves:
“No processo penal, o réu pode cuidar da sua própria defesa, desde que 
seja habilitado. No processo disciplinar, pelas regras normalmente 
consagradas nos estatutos, essa exigência não existe. Qualquer servidor 
pode fazer a autodefesa”.78
No processo desportivo, a exigência de advogado para as 
atividades de defensoria poderia criar um obstáculo ao direito de defesa, 
dada a peculiaridade do procedimento no meio jurídico-desportivo, 
diametralmente oposto ao processo judicial. 
De outro lado, há parte da doutrina jurídico-desportiva que 
ressalta a aplicação do devido processo legal como suporte 
principiológico definitivo para exigir a participação obrigatória de 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 138
75 Ver Constituição Federal Anotada – Uadi Lammêgo Bulos, Saraiva, 4ª edição, p. 1036 e 
Constituição do Brasil Interpretada – Alexandre de Moraes, Atlas, p. 1594.
76 Ob. Cit. 21, pp. 1035/1036.
77 Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo, após solicitação do 
presidente da comissão, designará um servidor como defensor dativo, ocupante de cargo de 
nível igual ou superior ao do indiciado (Lei nº 8.112/90, art. 164, § 2º).
78 Léo Da Silva Alves, Questões relevantes da Sindicância e do Processo Disciplinar, Ed. 
Brasília Jurídica, Brasília,1999, p.82. 
advogados no exercício da função de defensor no âmbito da Justiça 
Desportiva. A Constituição Federal reconhece a advocacia como função 
essencial à Justiça e, mais adiante, reconhece a Justiça Desportiva como 
meio de solução de conflitos em competições e disciplina esportiva. 
Portanto, não há como reconhecer a defesa – especialmente em matéria 
sancionatória – patrocinada por indivíduo que não envergue o grau de 
advogado.
E a Conferência Nacional da Advocacia realizada no mês de 
setembro de 2005, em Florianópolis, no painel de Direito Desportivo, 
foram aprovadas deliberações no sentido de indicar a necessidade da 
presença de advogado para atuação como defensor na Justiça 
Desportiva, bem assim a criação de defensorias públicas junto aos órgãos 
judicantes. 
Registre-se que a Justiça Desportiva do Governo do Paraná, 
no COJDD (art. 25), já contempla a figura do defensor público integrante 
de órgão auxiliar denominado Defensoria Pública, cujas funções são ser 
exercidas, via de regra, por Advogado regularmente inscrito na OAB, 
inclusive fazendo constar em ata o seu número da carteira de registro 
profissional, tendo a sua efetiva participação assegurada em qualquer 
julgamento.
A sugestão da Conferência acabou sendo acolhida na 
proposta das sucessivas modificações do CBJD. 
Atualmente, a regra do art. 29 do CBJD, com redação 
conferida pela Resolução CNE nº 29 de 2009, prevê que qualquer pessoa 
maior e capaz é livre para postular em causa própria ou fazer-se 
representar por advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil, observados os impedimentos legais.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 139
Demais disso, o estagiário de advocacia regularmente inscrito 
na Ordem dos Advogados do Brasil também poderá sustentar oralmente, 
desde que instruído por advogado regularmente inscrito na OAB, 
mediante declaração por escrito do advogado, que assumirá a 
responsabilidade pela sustentação oral do estagiário.
A representação em referência habilita o defensor a intervir 
no processo, até o final e em qualquer grau de jurisdição, podendo as 
entidades de administração do desporto e de prática desportiva 
credenciar defensores para atuar em seu favor, de seus dirigentes, atletas 
e outras pessoas que lhes forem subordinadas, salvo quando colidentes 
os interesses, sendo lícito a quaisquer dessas pessoas a nomeação de 
outro defensor. 
E o que antes era uma faculdade, hoje vige a regra de que 
os tribunais desportivos, tanto os STJDs, como TJDs locais, por meio das 
suas Presidências, deverão nomear defensores dativos para exercer a 
defesa técnica de qualquer pessoa natural ou jurídica que assim o 
requeira expressamente, bem como de qualquer atleta menor de dezoito 
anos de idade, independentemente de requerimento.
Secretaria
As atribuições mais comuns de Secretaria recaem sobre a 
execução cartorial dos atos e termos processuais. 
São a t i v idades essenc ia i s ao regu la r e cé le re 
desenvolvimento da JustiçaDesportiva e conseqüente prestação 
jurisdicional, tais como:
• Receber, registrar, protocolar e autuar os termos da 
denúncia e outros documentos enviados aos órgãos judicantes, e 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 140
encaminhá-los, imediatamente, ao Presidente do Tribunal, para 
determinação procedimental;
• convocar os auditores para as sessões designadas, bem 
como cumprir os atos de citações e intimações das partes, testemunhas 
e outros, quando determinados; 
• atender a todos os expedientes dos órgãos judicantes; 
• prestar às partes interessadas as informações relativas ao 
andamento dos processos;
• ter em boa guarda todo o arquivo da Secretaria constante 
de livros, papéis e processos; 
• expedir certidões por determinação dos Presidentes dos 
órgãos judicantes;
• receber, protocolar e registrar os recursos interpostos.
Posse, mandato e antiguidade
A posse dos membros das instâncias desportivas deve 
ocorrer através de ato formal do Presidente do Tribunal, via de regra, e 
consoante o que determinar o Código ou, se houver, regimento interno 
de cada órgão. Já o mandato, que significa o tempo de duração no 
exercício da respectiva função depende de previsão legal ou 
regulamentar -, atualmente no máximo de quatro anos permitida uma 
recondução (art. 55, parágrafo 2º da Lei 9615/98) para aqueles que 
compõem a estrutura da Justiça Desportiva que funciona junto a 
Confederações, Federações e Ligas.
A regra de antigüidade dos auditores merece destaque diante 
da ordem de votação nas sessões ou nas hipóteses de vacância 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 141
simultânea das funções de Presidente e Vice-Presidente do órgão 
judicante, sendo regra geral assim definida:
• Data da posse;
• posse na mesma data - maior número de mandatos; 
• persistindo o empate - auditor mais idoso.
Vacância
Os serviços das instâncias desportivas não se interrompem, 
entretanto factível é a ocorrência de vacância, isto é, determinado cargo/
função ficar vago, sem auditor. Tais casos são bem específicos e ocorrem 
quando um membro da Justiça Desportiva vem a falecer, renuncia ao 
exercício de suas atribuições ou quando condenado pela própria Justiça 
Desportiva ou pela Justiça Comum por infração que importe em 
incapacidade moral do punido. 
Não poderia ficar de fora a questão da assiduidade, isto é, do 
comparecimento nas sessões marcadas. Ainda, a vacância pode vir a 
ocorrer por declaração de incompatibilidade, decidida pelo colegiado.
A regra de preenchimento nas hipóteses de vacância 
depende de previsão em Lei, Código ou Regimento Interno. O CBJD 
determina que a vacância deve ser comunicada pelo órgão judicante à 
entidade indicante para o regular preenchimento. Decorridos 30 (trinta) 
dias do recebimento da comunicação, caso o órgão indicante competente 
não houver preenchido a vaga, o respectivo órgão judicante (STJD ou 
TJD) designará substituto para ocupar, interinamente, o cargo, até a 
efetiva indicação (art. 15). O mesmo procedimento deverá ser adotado 
pela respectiva entidade de administração do desporto e vale 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 142
exclusivamente para as hipóteses de inexistência de órgão judicante ou, 
em existindo, por qualquer razão, deixar de funcionar (art. 281).
Vejamos algumas regras específicas sobre o tema no CBJD:
Art. 15. Ocorrendo a vacância do cargo de auditor no Tribunal Pleno, o 
Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), no prazo de cinco dias, 
comunicará a ocorrência ao órgão indicante competente para preenchê-la. 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Decorridos trinta dias do recebimento da comunicação, se o órgão 
indicante competente não houver preenchido a vaga, o respectivo Tribunal 
(STJD ou TJD) designará substituto para ocupar, interinamente, o cargo 
até a efetiva indicação. (AC).
§ 2º A comunicação a que se refere este artigo far-se-á pela mesma forma 
das citações e intimações. (AC).
§ 3º O descumprimento deste artigo pelo Presidente do Tribunal (STJD ou 
TJD) ensejará a aplicação da penalidade prevista no art. 239. (AC).
Art. 15-A. Ocorrendo a vacância do cargo de auditor em Comissão 
Disciplinar, o Presidente da respectiva Comissão Disciplinar comunicará, 
no prazo de cinco dias, a ocorrência ao Presidente do Tribunal (STJD ou 
TJD), e o Tribunal Pleno procederá na forma dos arts. 4º-A e 5º-A, 
conforme o caso, na primeira sessão subsequente à vacância. (Incluído 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. O descumprimento deste artigo pelo Presidente da 
Comissão Disciplinar ensejará a aplicação da penalidade prevista no art. 
239. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 15-B. Os auditores poderão afastar-se temporariamente de suas 
funções, pelo tempo que se fizer necessário, conforme licença a ser 
concedida pelo Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), o que não 
interrompe nem suspende o transcurso do prazo de exercício do mandato. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Durante a licença dos auditores de Comissões Disciplinares, os 
respectivos órgãos judicantes deverão indicar auditor substituto para a 
composição temporária do colegiado, conforme o procedimento previsto 
nos arts. 4º-A e 5º-A, conforme o caso. (Incluído pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
§ 2º Durante a licença de auditor de Tribunal Pleno, o auditor substituto 
será indicado pela mesma entidade elencada nos arts. 4º e 5º, conforme o 
caso, que tiver indicado o auditor licenciado. (Incluído pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 143
Incompatibilidade
O CBJD impõe vedação ao exercício de qualquer função na 
Justiça Desportiva aos membros do Conselho Nacional do Esporte e aos 
dirigentes das entidades de administração e de prática do desporto. É 
uma regra genérica de incompatibilidade entre as atribuições conferidas 
aos membros do CNE e dirigentes desportivos em correspondência às 
atividades precípuas de independência e imparcialidade dos membros da 
Justiça Desportiva que devem estar totalmente desvinculados das 
referidas entidades (art. 16).
No mesmo sentido, ocorre a incompatibilidade a partir da 
condenação criminal, passada em julgado na Justiça Comum, ou 
disciplinar, passada em julgado na Justiça Desportiva, quando, a critério 
do Tribunal (STJD ou TJD), conforme decidido por dois terços dos 
membros de seu Tribunal Pleno, e o resultado comprometer a probidade 
necessária ao desempenho do mandato; (Art. 14, Parágrafo Único, I).
Valed Perry, explica que “a Justiça Desportiva exercida por 
homens de notória experiência, desligados da direção das entidades e 
das associações, trouxe para os desportos, no seu aspecto disciplinar, 
fora de qualquer dúvida, maior tranqüilidade e possibilidade, 
infinitamente maiores, de melhor aplicação dos dispositivos penais, 
sabido que os dirigentes das entidades, quando lhes era atribuída 
competência para julgar e apenar, viam-se pressionados pelos dirigentes 
das associações interessadas no resultado do julgamento, dos quais, 
afinal, dependiam para continuação em seus cargos, daí resultando 
atritos ou a injustiça, o que é muito pior.”79
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 144
79 PERRY, Valed. Comentários à Legislação Desportiva Brasileira. 1965, p. 71.
Importante destacar que não existe incompatibilidade entre o 
cargo de auditor e o exercício de função meramente executiva em órgão 
da administração do esporte ou a presença em comissão consultiva 
também em entidades de administração do desporto, visto que tais 
atribuições não conduzem necessariamente ao raciocínio deflagrante 
exercício em cargo/função diretiva, este sim vedado pela legislação 
desportiva em órgãos judicantes; mesmo porque, se a lei abre exceção a 
membros de conselhos deliberativos de entidades de prática, nos termos 
do art. 55, § 3º da Lei nº 9.615/98, não poderia ser diferente em relação 
a membros de comissões temporárias de estudo ou de determinada área 
desportiva. 
Do mesmo modo, por óbvio, não há que se falar em 
incompatibilidade quando o auditor (ou procurador) exerce cargo diretivo, 
ou função em tribunal desportivo, em modalidade diversa da qual integra 
o órgão judicante. Nesse aspecto, vale lembrar que toda a estrutura 
prevista às instâncias desportivas encontra-se vinculada a cada 
modalidade. O que não pode ocorrer, por certo e lógico, é o auditor e ou 
procurador, vir exercer cargo ou função, em tribunal desportivo na 
mesma modalidade. Em outras palavras, quem é auditor e ou procurador 
no TJD do Futebo l de Go iás , jamais , ao mesmo tempo 
(simultaneamente), poderá ocupar a função de auditor e ou procurador 
no STJD do Futebol, ou vice-versa.
Suspeição e impedimento
Suspeições e impedimentos são circunstâncias de ordem 
individual, íntima, de parentesco (consangüíneo ou afim), que, 
envolvendo, regra geral, a pessoa do denunciado com os membros da 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 145
Justiça Desportiva, testemunhas, peritos e autoridade julgadora, 
impossibilitam estes de exercerem qualquer função no respectivo 
procedimento disciplinar80.
Da mesma maneira que ocorre em processos judiciais, o 
procedimento disciplinar desportivo é pautado em consolidados princípios 
e garantias, possibilitando que as partes envolvidas tenham absoluta 
certeza de que o resultado será correto e justo.
Destarte, princípios constitucionais – como contraditório e a 
ampla defesa – são antídotos a qualquer juízo ou tribunal de exceção. 
Desta feita, o processo disciplinar desportivo também necessita, para que 
sua decisão possua eficácia e seja respeitada, que os componentes dos 
órgãos judicantes tenham considerável conhecimento técnico-jurídico e 
que estejam totalmente desvinculados do litígio em referência.
Certamente não há situação mais nefasta do que um 
determinado procedimento disciplinar vir a ser apreciado por pessoa com 
interesse no resultado.
Egon Bockmann Moreira81, ao comentar o art. 47 da Lei nº 
9784/99 (legislação federal do processo administrativo), assevera que:
"A única peculiaridade do processo administrativo reside na possibilidade 
de o órgão que participa da instrução não ser aquele que proferirá a 
decisão (art. 47). Medida de todo saudável, vez que muitas vezes a 
Administração é parte no processo. Ao transferir a competência decisória 
para outro órgão a Lei 9.784, de 1999, prestigia a imparcialidade e 
moralidade do processo administrativo."
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 146
80 Definição adaptada do Manual de Processo Administrativo Disciplinar – Apostila 6 – fonte 
www.planalto.gov.br 
81 MOREIRA, Egon Bockmann. Processo Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2000, p.236.
Interessante, ainda, transcrever as palavras de Sérgio Ferraz 
e Adilson Abreu Dallari82 sobre o princípio da imparcialidade no processo 
administrativo:
"Seria total e absurdamente inútil o processo administrativo se inexistisse 
para os litigantes a garantia de imparcialidade na tomada de decisão. Do 
administrador-julgador há, pois, de se exigir, como condição de 
capacidade subjetiva, a inexistência de condições que, direta ou 
indiretamente, sejam suscetíveis de prejudicar a total isenção que há de 
marcar sua atuação em face dos direitos e interesses contrapostos (ainda 
quando entre tais direitos e interesses figurem aqueles que titular da 
própria Administração). Incumbe sublinhar: a) sequer é necessário que 
tais condições afetem, efetivamente, o conteúdo da decisão; basta que 
sejam em tese suscetíveis de fazê-lo; b) tão indeclinável é o dever de 
imparcialidade que a simples suposição, em tese, de que, mesmo 
indiretamente, possa ser ela comprometida há de conduzir o 
administrador-juiz a afastar-se dessa atuação."
Ao que se vê, o vício de parcialidade nasce do justo receio 
decorrente de circunstância determinante da condição de influenciar o 
auditor a tomar atitude diversa do seu dever motivado subjetivamente 
por aspectos alheios aos dados constantes do processo. Em síntese, os 
impedimentos de atuação no julgamento de processos disciplinares se 
originam quando o poder de discernimento e convencimento do auditor 
não consegue se expressar livremente.
N o s t e r m o s d o C B J D , n ã o p o d e m i n t e g r a r 
concomitantemente o Tribunal Pleno, ou uma mesma Comissão 
Disciplinar, auditores que tenham parentesco na linha ascendente ou 
descendente, nem auditor que seja cônjuge, companheiro, irmão, tio, 
sobrinho, sogro, padrasto, enteado ou cunhado, durante o cunhadio, de 
outro auditor (art. 17).
São circunstâncias configuradoras de impedimento quando o 
auditor for credor, devedor, avalista, fiador, sócio, patrão ou empregado, 
direta ou indiretamente, de qualquer das partes. E, ainda como visto 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 147
82 FERRAZ, Sérgio e DALLARI, Adilson Abreu. Processo Administrativo. São Paulo: Malheiros, 
2000, pp.106/107.
anteriormente, quando se houver manifestado, previamente, sobre fato 
concreto do objeto da causa em julgamento. Esta última circunstância, 
especificamente, deve ser analisada com ressalva, notadamente em face 
de pressões dos meios de comunicação para que os membros de órgãos 
judicantes pronunciem-se previamente. Tais manifestações não conduzem 
necessariamente à uma condição de prevenção no processo desportivo. 
Para tanto, é preciso que da sua manifestação prévia não reste dúvida 
quanto à sua convicção em julgamento futuro. 
E, do mesmo modo, nem sempre nas situações que um 
auditor preside ou apresenta conclusões em sede de inquérito disciplinar 
pode-se argüir tal condição como de impedimento. Isto em razão do 
CBJD não recepcionar expressamente vedação nesse sentido. Já no 
processo administrativo pode ocorrer justamente o oposto, à medida que 
das conclusões de uma sindicância, por exemplo, pode até resultar a 
aplicação de penalidade. Na Justiça Desportiva, em sentido diverso, o 
inquérito ou sindicância possui natureza eminentemente investigativa e o 
auditor que opina pela instauração do processo desportivo poderá, 
conforme a produção de provas e argumentações de defesa, votar pela 
absolvição.
Os impedimentos devem ser declarados pelo próprio auditor 
tão logo tome conhecimento do processo, sob pena das partes ou a 
Procuradoria argüi-los na primeira oportunidade em que se manifestarem 
no processo, decidindo o respectivo órgão judicante em caráter 
irrecorrível.
Nelson Nery Jr., Arruda Alvim e Celso Barbi destacam que “Os 
motivos indicadores do impedimento do juiz são de natureza objetiva, 
caracterizando presunção iuris et de iure, absoluta, de parcialidade do 
magistrado (Arruda Alvim, CPCC, VI, 26; Barbi, Coment., n. 717, p. 413). 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 148
Provada a causa de impedimento, o juiz deve ser inexoravelmente 
afastado do processo, passando nele a funcionar seu substituto 
automático, de acordo com a lei de organização judiciária respectiva. O 
impedimento é pressuposto processual negativo.”83
Livre acesso
Para que os membros dos tribunais desportivos possam 
desempenhar plenamente suas funções, não pode ser impedido o acesso 
a nenhum local, público ou particular, destinado ao evento esportivo da 
modalidade em questão, devendo ser-lhes reservado assento em setordesignado para as autoridades desportivas.
Muitos dos atos de comunicação são imprescindíveis de 
serem realizados, às vezes, durante uma partida, prova ou equivalente. 
Exemplo disso é a citação ou intimação de alguém para o julgamento 
imediato de um processo disciplinar. Outra finalidade importante é a 
presença dos membros dos tribunais desportivos, à medida que tanto 
facilita o convencimento do que se visualiza como se verifica, neste 
sentido, uma drástica redução da prática de infrações disciplinares, sendo 
a atuação da Justiça Desportiva, nestes casos, classificada como 
preventiva. 
Assim, conforme expressamente previsto, é dever de todas 
as entidades de prática desportiva garantir e disponibilizar o livre acesso 
dos membros dos tribunais aos locais onde são realizadas as disputas, 
sejam estes locais públicos ou privados e, ainda, reservar assento em 
setor designado para autoridades.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 149
83 CPC Comentado. 8ª ed. p. 603, citado por Alexandre Hellender de Quadros, STJD do 
Futebol, Parecer em Recurso Voluntário, processo sob nº 012/2005. 
No entanto, o referido acesso, para os eventos promovidos 
por federações, nos limites de suas territorialidade aos TJDs, e em 
qualquer eventos aos membros de STJDs, somente será garantido se 
informado pelo respectivo órgão judicante à entidade mandante da 
partida, prova ou equivalente, com antecedência mínima de quarenta e 
oito horas.
O descumprimento de tais normas acarreta a imediata 
comunicação ao Presidente do órgão judicante, que poderá interditar, 
liminarmente, o local para a prática de qualquer atividade relativa à 
respectiva modalidade, intimando a entidade organizadora do evento 
para que adote as medidas necessárias ao cumprimento da decisão, sob 
pena de suspensão até que o faça.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 150
VI. DECRETO 7.984/2013 - ORDEM E JUSTIÇA DESPORTIVA
O Decreto que regulamentou a Lei 9615/98, ao que tudo 
indica, procurou preservar os ditames legais já consolidados pela 
legislação vigente e eficaz quanto ao tema, trazendo inovações e 
alterações para o seu constante aperfeiçoamento. 
Vale conferir algumas modificações e implementações 
necessárias ao modelo já incorporado pelo sistema vigente para a 
“Ordem Desportiva” e os limites ao poder sancionador das entidades 
diretivas, bem assim à temática da “Justiça Desportiva”:
Art. 11.  Compete ao CNE:
...
VI - aprovar os Códigos de Justiça Desportiva e suas alterações, com as 
peculiaridades de cada modalidade;
...
§ 2º Para o atendimento ao disposto no inciso VII do caput, o CNE 
aprovará o Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o Desporto de 
Rendimento - CBJD e o Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o 
Desporto Educacional - CBJDE.  
...
Art. 32.  Para a celebração do contrato de desempenho será exigido das 
entidades que sejam regidas por estatutos que disponham expressamente 
sobre:
...
IV - funcionamento autônomo e regular dos órgãos de Justiça Desportiva 
referentes à respectiva modalidade, inclusive quanto a não existência de 
aplicação de sanções disciplinares através de mecanismos estranhos a 
esses órgãos, ressalvado o disposto no art. 51 da Lei nº 9.615, de 1998;
CAPÍTULO VII
DA ORDEM DESPORTIVA 
Art. 38.  A aplicação de qualquer penalidade prevista nos incisos IV ou V 
do caput do art. 48 da Lei nº 9.615, de 1998, exige decisão definitiva da 
Justiça Desportiva, limitada às questões que envolvam infrações 
disciplinares e competições desportivas, em observância ao disposto no § 
1º do art. 217 da Constituição. 
Art. 39.  Na aplicação das penalidades por violação da ordem desportiva, 
previstas no art. 48 da Lei nº 9.615, de 1998, além da garantia do 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 151
contraditório e ampla defesa, devem ser observados os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade.
CAPÍTULO VIII
DA JUSTIÇA DESPORTIVA 
Art. 40.  A Justiça Desportiva regula-se pela Lei nº 9.615, de 1998, por 
este Decreto e pelo disposto no CBJD ou CBJDE, respectivamente 
observados os seguintes princípios: 
I - ampla defesa;
II -  celeridade;
III - contraditório;
IV - economia processual;
V -  impessoalidade;
VI - independência;
VII - legalidade;
VIII - moralidade;
IX - motivação;
X - oficialidade;
XI - oralidade;
XII - proporcionalidade;
XIII - publicidade;
XIV - razoabilidade;
XV - devido processo legal;
XVI - tipicidade desportiva;
XVII - prevalência, continuidade e estabilidade das competições; e
XVIII - espírito desportivo 
Art. 41.   Os órgãos integrantes da Justiça Desportiva, autônomos e 
independentes das entidades de administração do desporto de cada 
sistema, são os Superiores Tribunais de Justiça Desportiva - STJD, 
perante as entidades nacionais de administração do desporto; os 
Tribunais de Justiça Desportiva - TJD, perante as entidades regionais da 
administração do desporto, e as Comissões Disciplinares, com 
competência para processar e julgar questões previstas nos Códigos de 
Justiça Desportiva, assegurados a ampla defesa e o contraditório. 
§ 1º Os tribunais plenos dos STJD e dos TJD serão compostos por nove 
membros:
I - dois indicados pela entidade de administração do desporto;
II - dois indicados pelas entidades de prática desportiva que participem de 
competições oficiais da divisão principal, por decisão em reunião 
convocada pela entidade de administração do desporto para esse fim;
III - dois advogados com notório saber jurídico desportivo, indicados pela 
Ordem dos Advogados do Brasil; 
IV - um representante dos árbitros, indicado pela entidade de classe; 
V - dois representantes dos atletas, indicados pelas entidades sindicais.
§ 2º Para os fins dispostos nos incisos IV e V do § 1º   na hipótese de 
inexistência de entidade regional, caberá à entidade nacional a indicação. 
...
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 152
Art. 60.  No prazo de cento e oitenta dias da data da entrada em vigor 
deste Decreto, o Conselho Nacional do Esporte - CNE aprovará o Código 
Brasileiro de Justiça Desportiva para o Desporto Educacional - CBJDE, 
ouvidas a CBDE e a CBDU. 
...
Art. 64.   Ao COB e ao CPB aplicam-se as disposições constantes do 
inciso I do caput do art. 23 da Lei nº 9.615, de 1998, acerca da instituição 
do Tribunal de Justiça Desportiva, quando estiverem atuando na 
administração de modalidade desportiva em substituição a entidade 
nacional de administração do desporto. 
 
O art. 217, I, da Constituição Federal consagra a autonomia 
das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua 
organização e funcionamento. 
E essa autonomia conferida às entidades diretivas é que 
possibilita o exercício de um poder decisório ex-officio e interna corporis. 
No entanto, a sobredita autonomia encontra limites na lei, não podendo o 
dirigente desportivo invadir a competência dos órgãos judicantes, por 
exemplo. Uma prática absolutamente distorcida e abusiva em 
competições de algumas modalidades desportivas tem se revelado nos 
regulamentos, através das chamadas “medidas disciplinares automáticas”, 
fixando penalidades que dependem de processo e julgamento por 
instâncias desportivas.
Nessa esteira, a regulamentação visou coibir expressamente 
essa ilegalidade através da impossibilidade de aplicação de recursos 
públicos em entidades que não asseguram o regular e funcionamento dos 
tribunais desportivos, preservando as competências de tais órgãos 
judicantes e respeitando as suas decisões. Ora, é consabido que matéria 
disciplinar ou de competição é de exclusiva e reservada competência da 
Justiça Desportiva. As demais ações que visem restabelecer o respeito 
aos poderes internos das entidades, ou mesmo quanto a aspectosincidentes sobre cumprimento de regras e regulamentos, podem ser 
objeto de aplicação de algumas providências ou aplicação de sanções 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 153
que, mesmo nas de maior gravidade, devem ser definitivamente julgadas 
pelos respectivos órgãos da Justiça Desportiva.
O modelo disciplinar vigente consolidado na prática, mas 
carente de algumas novas proposições, em parte contemplou no bojo do 
texto algumas disposições que eliminam controvérsias, dúbias 
interpretações sobre uma mesma situação concreta e, especialmente, 
contribui para a construção de uma Justiça Desportiva séria e célere ao 
mesmo tempo, sem interferências e pressões externas muito comuns em 
atividades recheadas do ingrediente da paixão, como no desporto.
Passamos ao destaque das principais modificações e 
inovações dessa proposta para a Justiça Desportiva:
• Delimitação da Justiça Desportiva prevista na proposta, 
assim como já estava implícito na legislação vigente, aos componentes 
do Sistema Nacional do Desporto, deixando que os órgãos do Poder 
Público que organizam competições tenham seus próprios sistemas 
desportivos, porém ao desporto educacional a imperiosa aplicabilidade 
do ainda a ser editado Código Brasileiro de Justiça Desportiva para o 
Desporto Educacional, em tese em substituição ao CNOJDD que hoje é 
utilizado praticamente apenas pelo COB ao organizar Olimpíadas 
Escolares;
• enumeração de dezoito princípios que orientam a Justiça 
Desportiva do país, conforme já previsto no CBJD;
• reconhecimento do Código Brasileiro de Justiça Desportiva 
(e também do CBJDE) a partir da definição de matérias como 
organização e funcionamento da Justiça Desportiva e sua aplicação 
subsidiária na falta de disposições específicas;
• manutenção da estrutura hierarquizada STJDs, TJDs e CDs;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 154
• manutenção da forma de composição dos tribunais 
desportivos, entretanto, com a possibilidade de indicação de entidades 
nacionais de classe ou sindicatos na hipótese de inexistência de 
representatividade regional de atletas ou árbitros para tal indicação;
• previsão de necessidade de instituir tribunais desportivos 
também ao COB e CPB quando porventura atuarem em substituição de 
entidades nacionais de administração do desporto.
Da análise da regulamentação em referência, e de tantas 
propostas que encaminhamos e debatemos na Comissão de Estudos 
Jurídicos do Ministério do Esporte, sendo a grande maioria contemplada 
na sua edição, faltou a previsão expressa da possibilidade de 
formalização de acordo, convênios, etc para propiciar que mais de uma 
entidade de administração de modalidade desportiva possa compor sua 
estrutura judicante, um reclame de inúmeras modalidades cuja realidade 
não permite o regular funcionamento de sua Justiça Desportiva. Mas isso 
não inviabiliza que tal venha a ocorrer, bastando que as representações 
das diversas modalidade e segmentos indiquem os mesmo nomes para a 
composição dos Tribunais Plenos.
Finalmente, merece destacar, ainda, a natureza da previsão 
constitucional que impõe prazo de sessenta dias para a justiça desportiva 
proferir decisão final (art. 217, §2º, CF/88), não podendo ser reconhecido 
caráter decadencial ou prescricional à referida norma constitucional, até 
porque, por prescrição entende-se a perda da pretensão punitiva ou 
executória do Estado, no caso Justiça Desportiva, pelo decurso do tempo 
sem o seu exercício. Porém, trata-se, na realidade, de um complemento 
ao parágrafo anterior do mesmo artigo, pois o constituinte inicialmente 
previu o esgotamento da instância desportiva como precedente 
necessário à dedução da pretensão dos interessados junto ao Poder 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 155
Judiciário. Contudo, para impedir que a instância desportiva durasse 
eternamente e, assim, ficasse esvaziada a possibilidade de acesso ao 
Judiciário, a Constituição impõe o prazo de sessenta dias para o 
esgotamento da instância desportiva. 
A proposta aprovada infelizmente deixou de reforçar esse 
entendimento, mas é indene de dúvida que há plena garantia que 
decurso do referido prazo não retira da justiça desportiva a possibilidade 
de proceder ao andamento do processo disciplinar desportivo, ou seja, 
não lhe retira o direito material, nem tampouco impede o seu exercício. 
Apenas autoriza o interessado, independente do esgotamento da 
instância desportiva, a buscar a tutela jurisdicional do Poder Judiciário, 
mas desde que não se proceda a análise de mérito.
De suma relevância que fique estabelecido que o acesso ao 
Poder Judiciário só deveria ser permitido àqueles que não só estejam sob 
o crivo jurisdicional da Justiça Desportiva, mas que tenham 
obrigatoriamente dela antes se utilizado com o fim de buscar o direito a 
ser perseguido quando então obterão a necessária legitimidade 
postulatória. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 156
ANEXO I. CÓDIGOS DE JUSTIÇA DESPORTIVA
1. Código Brasileiro de Justiça Desportiva - CBJD
RESOLUÇÃO CNE Nº 01/2003 (ALTERADO PELAS 
RESOLUÇÕES CNE 06/2006 e 29/2009).
CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA
(Texto Consolidado)
LIVRO I
DA JUSTIÇA DESPORTIVA
TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DO PROCESSO 
DESPORTIVO
Capítulo I
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DESPORTIVA
Art. 1º A organização, o funcionamento, as atribuições da 
Justiça Desportiva brasileira e o processo desportivo, bem como a 
previsão das infrações disciplinares desportivas e de suas respectivas 
sanções, no que se referem ao desporto de prática formal, regulam-se 
por lei e por este Código. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Parágrafo Único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º Submetem-se a este Código, em todo o território 
nacional: (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 157
I - as entidades nacionais e regionais de administração do 
desporto; (AC).
II - as ligas nacionais e regionais; (AC).
III - as entidades de prática desportiva, filiadas ou não às 
entidades de administração mencionadas nos incisos anteriores; (AC).
IV - os atletas, profissionais e não-profissionais; (AC).
V - os árbitros, assistentes e demais membros de equipe de 
arbitragem; (AC).
VI - as pessoas naturais que exerçam quaisquer empregos, 
cargos ou funções, diretivos ou não, diretamente relacionados a alguma 
modalidade esportiva, em entidades mencionadas neste parágrafo, como, 
entre outros, dirigentes, administradores, treinadores, médicos ou 
membros de comissão técnica; (AC).
VII - todas as demais entidades compreendidas pelo Sistema 
Nacional do Desporto que não tenham sido mencionadas nos incisos 
anteriores, bem como as pessoas naturais e jurídicas que lhes forem 
direta ou indiretamente vinculadas, filiadas, controladas ou coligadas. 
(AC).
§ 2º Na aplicação do presente Código, será considerado o 
tratamento diferenciado ao desporto de prática profissional e ao de 
prática não-profissional, previsto no inciso III do art. 217 da Constituição 
Federal. (AC).
Art. 2º A interpretação e aplicação deste Código observará 
os seguintes princípios, sem prejuízo de outros: (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - ampla defesa;
II - celeridade;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 158
III - contraditório;
IV - economia processual;
V - impessoalidade;
VI - independência;
VII - legalidade;
VIII - moralidade;
IX - motivação;
X - oficialidade;
XI - oralidade;
XII - proporcionalidade;
XIII - publicidade;
XIV - razoabilidade;
XV - devido processo legal; (AC).XVI - tipicidade desportiva; (AC).
XVII – prevalência, continuidade e estabilidade das 
competições (pro competitione); (AC).
XVIII – espírito desportivo (fair play). (AC).
Art. 3º São órgãos da Justiça Desportiva, autônomos e 
independentes das entidades de administração do desporto, com o 
custeio de seu funcionamento promovido na forma da lei:
I - o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), com 
jurisdição desportiva correspondente à abrangência territorial da entidade 
nacional de administração do desporto; (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 159
II - os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD), com jurisdição 
desportiva correspondente à abrangência territorial da entidade regional 
de administração do desporto; (NR).
III - as Comissões Disciplinares constituídas perante os 
órgãos judicantes mencionados nos incisos I e II deste artigo. (NR).
Art. 3º-A. São órgãos do STJD o Tribunal Pleno e as 
Comissões Disciplinares. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 4º O Tribunal Pleno do STJD compõe-se de nove 
membros, denominados auditores, de reconhecido saber jurídico 
desportivo e de reputação ilibada, sendo: (Redação dada pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
I - dois indicados pela entidade nacional de administração do 
desporto;
II - dois indicados pelas entidades de prática desportiva que 
participem da principal competição da entidade nacional de administração 
do desporto;
III - dois advogados indicados pelo Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – um representante dos árbitros, indicado por entidade 
representativa; e (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução nº 13 de 2006)
V – dois representantes dos atletas, indicados por entidade 
representativa. (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução 
nº 13 de 2006)
Art. 4º-A. Para apreciação de matérias relativas a 
competições interestaduais ou nacionais, funcionarão perante o STJD, 
como primeiro grau de jurisdição, tantas Comissões Disciplinares 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 160
Nacionais quantas se fizerem necessárias, compostas, cada uma, por 
cinco auditores, de reconhecido saber jurídico desportivo e de reputação 
ilibada, que não pertençam ao Tribunal Pleno do STJD. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Os auditores das Comissões Disciplinares serão 
indicados pela maioria dos membros do Tribunal Pleno do STJD, a partir 
de sugestões de nomes apresentadas por qualquer auditor do Tribunal 
Pleno do STJD, devendo o Presidente do Tribunal Pleno do STJD preparar 
lista com todos os nomes sugeridos, em ordem alfabética. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º Cada auditor do Tribunal Pleno do STJD deverá, a partir 
da lista mencionada no § 1º, escolher um nome por vaga a ser 
preenchida, e os indicados para compor a Comissão Disciplinar serão 
aqueles que obtiverem o maior número de votos, prevalecendo o mais 
idoso, em caso de empate. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 3º Caso haja mais de uma vaga a ser preenchida em uma 
ou mais Comissões Disciplinares, a votação será única e a distribuição 
dos auditores nas diferentes vagas e Comissões Disciplinares far-se-á de 
modo sucessivo, preenchendo-se primeiro as vagas da primeira Comissão 
Disciplinar, e posteriormente as vagas das Comissões Disciplinares de 
numeração subsequente, caso existentes, conforme a ordem decrescente 
dos indicados mais votados. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Art. 4º-B. São órgãos de cada TJD o Tribunal Pleno e as 
Comissões Disciplinares. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 5º Cada TJD compõe-se de nove membros, 
denominados auditores, de reconhecido saber jurídico desportivo e de 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 161
reputação ilibada, sendo: (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
I - dois indicados pela entidade regional de administração de 
desporto;
II - dois indicados pelas entidades de prática desportiva que 
participem da principal competição da entidade regional de administração 
do desporto;
III - dois advogados indicados pela Ordem dos Advogados do 
Brasil, por intermédio da seção correspondente à territorialidade;
IV - um representante dos árbitros, indicado por entidade 
representativa; e (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução nº 13 de 2006)
V - dois representantes dos atletas, indicados por entidade 
representativa. (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução 
nº 13 de 2006)
Art. 5º-A. Para apreciação de matérias relativas a 
competições regionais e municipais, funcionarão perante cada TJD, como 
primeiro grau de jurisdição, tantas Comissões Disciplinares Regionais 
quantas se fizerem necessárias, conforme disposto no regimento interno 
do TJD, compostas, cada uma, por cinco auditores, de reconhecido saber 
jurídico desportivo e de reputação ilibada, que não pertençam ao Tribunal 
Pleno do respectivo TJD. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Os auditores das Comissões Disciplinares serão 
indicados pela maioria dos membros do Tribunal Pleno do TJD, a partir de 
sugestões de nomes apresentados por qualquer auditor do Tribunal Pleno 
do TJD, devendo o Presidente do Tribunal Pleno do TJD preparar lista, 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 162
com todos os nomes sugeridos, em ordem alfabética. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º Cada auditor do Tribunal Pleno do TJD deverá, a partir 
da lista mencionada no § 1º, escolher um nome por vaga a ser 
preenchida, e os indicados para compor a Comissão Disciplinar serão 
aqueles que obtiverem o maior número de votos, prevalecendo o mais 
idoso, em caso de empate. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 3º Caso haja mais de uma vaga a ser preenchida em uma 
ou mais Comissões Disciplinares, a distribuição dos auditores nas 
diferentes vagas e Comissões Disciplinares far-se-á de modo sucessivo, 
preenchendo-se primeiro as vagas da primeira Comissão Disciplinar, e 
posteriormente as vagas das Comissões Disciplinares de numeração 
subsequente, caso existentes. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Art. 6º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 7º Os órgãos judicantes só poderão deliberar e julgar 
com a presença da maioria de seus auditores, excetuadas as hipóteses de 
julgamento monocrático admitidas por este Código. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 8º Os órgãos enumerados no art. 3º serão dirigidos por 
um Presidente e um Vice-Presidente, eleitos pela maioria de seus 
membros. (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução nº 
13 de 2006)
Parágrafo único. A Presidência e a Vice-Presidência do STJD 
e do TJD serão exercidas pelos respectivos Presidentes e Vice-Presidentes 
de seus Tribunais Plenos. (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 163
Art. 8º-A. Em caso de vacância na Presidência do órgão 
judicante, o Vice-Presidente assumirá imediatamente o cargo vago, que 
será exercido até o término do mandato a que se encontrava vinculado o 
Presidente substituído. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Ao assumir a Presidência do órgão 
judicante, o Vice-Presidente terá a incumbência de convocar sessão, a ser 
realizada no prazo máximo de trinta dias, com o fim de preencher a Vice-
Presidência, que será exercida até o término do mandato a que se 
encontrava vinculado o até então Vice-Presidente. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 8º-B. No caso de vacância concomitante na Presidência 
e na Vice-Presidência do órgão judicante, a Presidênciaserá 
temporariamente exercida pelo auditor mais antigo, e a Vice-Presidência, 
pelo segundo auditor mais antigo. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º O auditor que assumir temporariamente a Presidência 
terá a incumbência de convocar sessão, a ser realizada no prazo máximo 
de trinta dias, com o fim de preencher os cargos vagos. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º Os auditores eleitos ocuparão os cargos a que se refere 
o caput até o término dos mandatos a que se encontravam vinculados os 
auditores substituídos. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo II
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DO STJD, 
DOS TRIBUNAIS E DAS COMISSÕES DISCIPLINARES
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 164
Art. 9º São atribuições do Presidente do Tribunal (STJD ou 
TJD), além das que lhe forem conferidas pela lei, por este Código ou 
regimento interno: (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - zelar pelo perfeito funcionamento do Tribunal e fazer 
cumprir suas decisões;
II - ordenar a restauração de autos;
III - dar imediata ciência, por escrito, das vagas verificadas 
no Tribunal ao Presidente da entidade indicante;
IV - determinar sindicâncias e aplicar sanções aos 
funcionários do Tribunal, conforme disposto no regimento interno; (NR).
V - sortear os relatores dos processos de competência do 
Tribunal Pleno; (NR).
VI - dar publicidade às decisões prolatadas;
VII - representar o Tribunal nas solenidades e atos oficiais, 
podendo delegar essa função a qualquer dos auditores; (NR).
VIII - designar dia e hora para as sessões ordinárias e 
extraordinárias e dirigir os trabalhos;
IX - dar posse aos auditores do Tribunal Pleno e das 
Comissões Disciplinares, bem como aos secretários; (NR).
X - exigir da entidade de administração o ressarcimento das 
despesas correntes e dos custos de funcionamento do Tribunal e prestar-
lhe contas;
XI - receber, processar e examinar os requisitos de 
admissibilidade dos recursos provenientes da instância imediatamente 
inferior; (NR).
XII (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 165
XIII - conceder licença do exercício de suas funções aos 
auditores, inclusive aos das Comissões Disciplinares, secretários e demais 
auxiliares; (NR).
XIV - exercer outras atribuições quando delegadas pelo 
Tribunal; (NR).
§ 1º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 3º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
XV - determinar períodos de recesso do Tribunal; (AC).
XVI - criar comissões especiais e designar auditores para o 
cumprimento de funções específicas de interesse do Tribunal. (AC).
Art. 10. Compete ao Vice-Presidente:
I - substituir o Presidente nas ausências ou impedimentos 
eventuais e definitivamente quando da vacância da Presidência; (NR).
II - exercer as funções de Corregedor, na forma do 
regimento interno. (NR).
III (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 10-A. No caso de ausência ou impedimento eventuais 
concomitantes do Presidente e do Vice-Presidente do órgão judicante, a 
Presidência será temporariamente exercida pelo auditor mais antigo, ao 
passo que a Vice-Presidência será temporariamente ocupada pelo 
segundo auditor mais antigo, salvo disposição diversa do regimento 
interno do Tribunal (STJD ou TJD). (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Art. 10-B. No caso de impetração de mandado de garantia 
em que o Presidente do STJD figure como autoridade coatora, competirá 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 166
ao Vice-Presidente do STJD praticar todos os atos processuais de 
atribuição do Presidente do STJD. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Parágrafo único. Quando o Vice-Presidente do STJD estiver 
afastado, impedido ou der-se por suspeito para a prática dos atos a que 
se refere este artigo, o auditor mais antigo do Tribunal Pleno do STJD 
cumprirá as atribuições ali mencionadas. (Incluído pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Art. 10-C. Os Presidentes das Comissões Disciplinares terão, 
no que for compatível, as mesmas atribuições dos art. 9º, I, V, VI, VII, 
VIII e XIV, e os Vice-Presidentes, a mesma atribuição do art. 10, I. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 10-D. Salvo disposição diversa do regimento interno do 
Tribunal (STJD ou TJD), os mandatos dos Presidentes e Vice-Presidentes 
do Tribunal Pleno e das Comissões Disciplinares serão de dois anos, 
autorizadas reeleições. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo III
DOS AUDITORES
Art. 11. O Presidente do Tribunal (STJD ou TJD) dará posse 
aos auditores do Tribunal Pleno e das Comissões Disciplinares. (Redação 
dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º A posse dos auditores do Tribunal Pleno dar-se-á na 
primeira sessão subsequente ao recebimento, pelo Presidente do Tribunal 
(STJD ou TJD), da indicação pela entidade a quem competir o 
preenchimento do cargo. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 167
§ 2º A posse dos auditores das Comissões Disciplinares dar-
se-á na primeira sessão subsequente à aceitação, pelo contemplado, da 
indicação feita pelo Tribunal Pleno do Tribunal (STJD ou TJD). (AC).
§ 3º No caso de o auditor indicado, ao Tribunal Pleno ou a 
Comissão Disciplinar, mesmo que não empossado, deixar de comparecer 
ao número de sessões necessário à declaração de vacância do cargo, 
haverá nova indicação pela mesma entidade, salvo justo motivo para as 
ausências, assim considerado pelo Tribunal Pleno (STJD ou TJD). (AC).
Art. 12. O mandato dos auditores terá a duração máxima 
permitida pela legislação brasileira, assim como poderá haver tantas 
reconduções quantas forem legalmente admitidas. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 13. A antiguidade dos auditores conta-se da data da 
posse. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Quando a posse houver ocorrido na mesma 
data, considerar-se-á mais antigo o auditor que tiver maior número de 
mandatos; se persistir o empate, considerar-se-á mais antigo o auditor 
mais idoso. (AC).
Art. 14. Ocorre vacância do cargo de auditor:
I - pela morte ou renúncia;
II - pelo não-comparecimento a cinco sessões consecutivas, 
salvo se devidamente justificado; (NR).
III - pela incompatibilidade. (NR).
IV (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Ocorre incompatibilidade para o exercício 
do cargo de auditor: (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 168
I - a partir da condenação criminal, passada em julgado na 
Justiça Comum, ou disciplinar, passada em julgado na Justiça Desportiva, 
quando, a critério do Tribunal (STJD ou TJD), conforme decidido por dois 
terços dos membros de seu Tribunal Pleno, o resultado comprometer a 
probidade necessária ao desempenho do mandato; (AC).
II - quando o auditor, durante o mandato, incorrer nas 
hipóteses do art. 16. (AC).
Art. 15. Ocorrendo a vacância do cargo de auditor no 
Tribunal Pleno, o Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), no prazo de cinco 
dias, comunicará a ocorrência ao órgão indicante competente para 
preenchê-la. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º Decorridos trinta dias do recebimento da comunicação, 
se o órgão indicante competente não houver preenchido a vaga, o 
respectivo Tribunal (STJD ou TJD) designará substituto para ocupar, 
interinamente, o cargo até a efetiva indicação. (AC).
§ 2º A comunicação a que se refere este artigo far-se-á pela 
mesma forma das citaçõese intimações. (AC).
§ 3º O descumprimento deste artigo pelo Presidente do 
Tribunal (STJD ou TJD) ensejará a aplicação da penalidade prevista no 
art. 239. (AC).
Art. 15-A. Ocorrendo a vacância do cargo de auditor em 
Comissão Disciplinar, o Presidente da respectiva Comissão Disciplinar 
comunicará, no prazo de cinco dias, a ocorrência ao Presidente do 
Tribunal (STJD ou TJD), e o Tribunal Pleno procederá na forma dos arts. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 169
4º-A e 5º-A, conforme o caso, na primeira sessão subsequente à 
vacância. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. O descumprimento deste artigo pelo 
Presidente da Comissão Disciplinar ensejará a aplicação da penalidade 
prevista no art. 239. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 15-B. Os auditores poderão afastar-se temporariamente 
de suas funções, pelo tempo que se fizer necessário, conforme licença a 
ser concedida pelo Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), o que não 
interrompe nem suspende o transcurso do prazo de exercício do 
mandato. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Durante a licença dos auditores de Comissões 
Disciplinares, os respectivos órgãos judicantes deverão indicar auditor 
substituto para a composição temporária do colegiado, conforme o 
procedimento previsto nos arts. 4º-A e 5º-A, conforme o caso. (Incluído 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º Durante a licença de auditor de Tribunal Pleno, o auditor 
substituto será indicado pela mesma entidade elencada nos arts. 4º e 5º, 
conforme o caso, que tiver indicado o auditor licenciado. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 16. Respeitadas as exceções da lei, é vedado o 
exercício de função na Justiça Desportiva:
a) (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
b) (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
c) (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - aos dirigentes das entidades de administração do 
desporto; (AC).
II - aos dirigentes das entidades de prática desportiva. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 170
Art. 17. Não podem integrar concomitantemente o Tribunal 
Pleno, ou uma mesma Comissão Disciplinar, auditores que tenham 
parentesco na linha ascendente ou descendente, nem auditor que seja 
cônjuge, companheiro, irmão, tio, sobrinho, sogro, padrasto, enteado ou 
cunhado, durante o cunhadio, de outro auditor. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 18. O auditor fica impedido de atuar no processo: 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - quando for credor, devedor, avalista, fiador, patrono, 
sócio, acionista, empregador ou empregado, direta ou indiretamente, de 
qualquer das partes; (NR).
II - quando se manifestar, específica e publicamente, sobre 
objeto de causa a ser processada ou ainda não julgada pelo órgão 
judicante; (NR).
III - quando for parte. (AC).
§ 1º Os impedimentos a que se refere este artigo devem ser 
declarados pelo próprio auditor tão logo tome conhecimento do processo; 
se não o fizer, podem as partes ou a Procuradoria argui-los na primeira 
oportunidade em que se manifestarem no processo.
§ 2º Arguido o impedimento, decidirá o respectivo órgão 
judicante, por maioria. (NR).
§ 3º Caso, em decorrência da declaração de impedimento, 
não se verifique maioria dos auditores do órgão judicante apta a julgar o 
processo, este terá seu julgamento adiado para a sessão subsequente do 
órgão judicante. (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 171
§ 4º Uma vez declarado o impedimento, o auditor impedido 
não poderá a partir de então praticar qualquer outro ato no processo em 
referência. (AC).
§ 5º O impedimento a que se refere este artigo não se aplica 
na hipótese de o auditor ser associado ou conselheiro de entidade de 
prática desportiva. (AC).
Art. 19. Compete ao auditor, além das atribuições conferidas 
por este Código e pelo respectivo regimento interno:
I - comparecer, obrigatoriamente, às sessões e audiências 
com a antecedência mínima de vinte minutos, quando regularmente 
convocado;
II - empenhar-se no sentido da estrita observância das leis, 
do contido neste Código e zelar pelo prestígio das instituições 
desportivas; 
III - manifestar-se rigorosamente dentro dos prazos 
processuais;
IV - representar contra qualquer irregularidade, infração 
disciplinar ou sobre fatos ocorridos nas competições dos quais tenha tido 
conhecimento;
V - apreciar, livremente, a prova dos autos, tendo em vista, 
sobretudo, o interesse do desporto, fundamentando, obrigatoriamente, a 
sua decisão.
VI – (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 20. O auditor, sempre que entender necessário para o 
exercício de suas funções, terá acesso a todas as dependências do local, 
seja público ou particular, onde estiver sendo realizada qualquer 
competição da modalidade do órgão judicante a que pertença, à exceção 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 172
do local efetivo da disputa da partida, prova ou equivalente, devendo ser-
lhe reservado assento em setor designado para as autoridades 
desportivas ou não. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. O acesso a que se refere este artigo 
somente será garantido se informado pelo respectivo órgão judicante à 
entidade mandante da partida, prova ou equivalente, com antecedência 
mínima de quarenta e oito horas. (NR).
Capítulo IV
DA PROCURADORIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA
Art. 21. A Procuradoria da Justiça Desportiva destina-se a 
promover a responsabilidade das pessoas naturais ou jurídicas que 
violarem as disposições deste Código, exercida por procuradores 
nomeados pelo respectivo Tribunal (STJD ou TJD), aos quais compete: 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - oferecer denúncia, nos casos previstos em lei ou neste 
Código; (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução nº 13 
de 2006)
II - dar parecer nos processos de competência do órgão 
judicante aos quais estejam vinculados, conforme atribuição funcional 
definida em regimento interno; (NR).
III - formalizar as providências legais e processuais e 
acompanhá-las em seus trâmites; -(NR).
IV - requerer vistas dos autos; (Alterado pela Resolução CNE 
nº 11 de 2006 e Resolução nº 13 de 2006)
V - interpor recursos nos casos previstos em lei ou neste 
Código ou propor medidas que visem à preservação dos princípios que 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 173
regem a Justiça Desportiva; (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 2006 
e Resolução CNE nº 13 de 2006)
VI - requerer a instauração de inquérito; (Incluído pela 
Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
VII - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por 
lei, por este Código ou regimento interno. (Incluído pela Resolução CNE 
nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
§ 1º A Procuradoria será dirigida por um Procurador-Geral, 
escolhido por votação da maioria absoluta do Tribunal Pleno dentre três 
nomes de livre indicação da respectiva entidade de administração do 
desporto. (AC).
§ 2º O mandato do Procurador-Geral será idêntico ao 
estabelecido para o Presidente do Tribunal (STJD ou TJD). (AC).
§ 3º O Procurador-Geral poderá ser destituído de suas 
funções pelo voto da maioria absoluta do Tribunal Pleno, a partir de 
manifestação fundamentada e subscrita por pelo menos quatro auditores 
do Tribunal Pleno. (AC).
Art. 22. Aplica-se aos procuradores o disposto nos artigos 
14, 16, 18 e 20. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo V
DA SECRETARIA
Art. 23. São atribuições da Secretaria, além das 
estabelecidasneste Código e no regimento interno do respectivo Tribunal 
(STJD ou TJD): (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - receber, registrar, protocolar e autuar os termos da 
denúncia e outros documentos enviados aos órgãos judicantes, e 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 174
encaminhá-los, imediatamente, ao Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), 
para determinação procedimental; (NR).
II - convocar os auditores para as sessões designadas, bem 
como cumprir os atos de citações e intimações das partes, testemunhas e 
outros, quando determinados; (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 
2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
III - atender a todos os expedientes dos órgãos judicantes; 
(Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 
2006)
IV - prestar às partes interessadas as informações relativas 
ao andamento dos processos; (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 
2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
V - ter em boa guarda todo o arquivo da Secretaria constante 
de livros, papéis e processos; (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 
2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
VI - expedir certidões por determinação dos Presidentes dos 
órgãos judicantes; (NR).
VII - receber, protocolar e registrar os recursos interpostos. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 
2006)
TÍTULO II
DA JURISDIÇÃO E DA COMPETÊNCIA
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 24. Os órgãos da Justiça Desportiva, nos limites da 
jurisdição territorial de cada entidade de administração do desporto e da 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 175
respectiva modalidade, têm competência para processar e julgar matérias 
referentes às competições desportivas disputadas e às infrações 
disciplinares cometidas pelas pessoas naturais ou jurídicas mencionadas 
no art. 1º, § 1º. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo II
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA
Art. 25. Compete ao Tribunal Pleno do STJD: (Redação dada 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - processar e julgar, originariamente: 
a) seus auditores, os das Comissões Disciplinares do STJD e 
os procuradores que atuam perante o STJD; (NR).
b) os litígios entre entidades regionais de administração do 
desporto;
c) os membros de poderes e órgãos da entidade nacional de 
administração do desporto;
d) os mandados de garantia contra atos ou omissões de 
dirigentes ou administradores das entidades nacionais de administração 
do desporto, de Presidente de TJD e de outras autoridades desportivas; 
(NR).
e) a revisão de suas próprias decisões e as de suas 
Comissões Disciplinares;
f) os pedidos de reabilitação;
g) os conflitos de competência entre Tribunais de Justiça 
Desportiva;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 176
h) os pedidos de impugnação de partida, prova ou 
equivalente referentes a competições que estejam sob sua jurisdição; 
(NR).
i) as medidas inominadas previstas no art. 119, quando a 
matéria for de competência do STJD; (AC).
j) as ocorrências em partidas ou competições internacionais 
amistosas disputadas pelas seleções representantes da entidade nacional 
de administração do desporto, exceto se procedimento diverso for 
previsto em norma internacional aceita pela respectiva modalidade; (AC).
II - julgar, em grau de recurso:
a) as decisões de suas Comissões Disciplinares e dos 
Tribunais de Justiça Desportiva;
b) os atos e despachos do Presidente do STJD; (NR).
c) as penalidades aplicadas pela entidade nacional de 
administração do desporto, ou pelas entidades de prática desportiva que 
lhe sejam filiadas, que imponham sanção administrativa de suspensão, 
desfiliação ou desvinculação; (NR).
III - declarar os impedimentos e incompatibilidades de seus 
auditores e dos procuradores que atuam perante o STJD; (NR).
IV - criar Comissões Disciplinares, indicar seus auditores, 
destituí-los e declarar sua incompatibilidade; (NR).
V - instaurar inquéritos;
VI - uniformizar a interpretação deste Código e da legislação 
desportiva a ele correlata, mediante o estabelecimento de súmulas de 
jurisprudência predominante, vinculantes ou não, editadas na forma do 
art. 119-A; (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 177
VII - requisitar ou solicitar informações para esclarecimento 
de matéria submetida à sua apreciação;
VIII - expedir instruções às Comissões Disciplinares do STJD 
e aos Tribunais de Justiça Desportiva; (NR).
IX - elaborar e aprovar o seu regimento interno;
X - declarar a vacância do cargo de seus auditores e 
procuradores;
XI - deliberar sobre casos omissos;
XII - avocar, processar e julgar, de ofício ou a requerimento 
da Procuradoria, em situações excepcionais de morosidade injustificada, 
quaisquer medidas que tramitem nas instâncias da Justiça Desportiva, 
para evitar negativa ou descontinuidade de prestação jurisdicional 
desportiva. (AC).
Parágrafo único – (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Capítulo III
DAS COMISSÕES DISCIPLINARES DO STJD
Art. 26. Compete às Comissões Disciplinares do STJD: 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - processar e julgar as ocorrências em competições 
interestaduais e nacionais promovidas, organizadas ou autorizadas por 
entidade nacional de administração do desporto, e em partidas ou 
competições internacionais amistosas disputadas por entidades de prática 
desportiva; (NR).
II - processar e julgar o descumprimento de resoluções, 
decisões ou deliberações do STJD ou infrações praticadas contra seus 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 178
membros, por parte de pessoas naturais ou jurídicas mencionadas no art. 
1º, § 1º, deste Código; (NR).
III - declarar os impedimentos de seus auditores. (Incluído 
pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
Capítulo IV
DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DESPORTIVA
Art. 27. Compete ao Tribunal Pleno de cada TJD: (Redação 
dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - processar e julgar, originariamente:
a) os seus auditores, os das Comissões Disciplinares do TJD 
e os procuradores que atuam perante o TJD; (NR).
b) os mandados de garantia contra atos ou omissões de 
dirigentes ou administradores dos poderes das entidades regionais de 
administração do desporto; (NR).
c) os dirigentes da entidade regional de administração do 
desporto; (NR).
d) a revisão de suas próprias decisões e as de suas 
Comissões Disciplinares;
e) os pedidos de reabilitação;
f) os pedidos de impugnação de partida, prova ou 
equivalente referentes a competições que estejam sob sua jurisdição; 
(NR).
g) as medidas inominadas previstas no art. 119, quando a 
matéria for de competência do TJD; (AC).
II – julgar, em grau de recurso:
a) as decisões de suas Comissões Disciplinares;
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 179
b) os atos e despachos do Presidente do TJD; (NR).
c) as penalidades aplicadas pela entidade regional de 
administração do desporto, ou pelas entidades de prática desportiva que 
lhe sejam filiadas, que imponham sanção administrativa de suspensão, 
desfiliação ou desvinculação; (NR).
III - declarar os impedimentos e incompatibilidades de seus 
auditores e dos procuradores que atuam perante o TJD; (NR).
IV - criar Comissões Disciplinares e indicar os auditores, 
podendo instituí-las para que funcionem junto às ligas constituídas na 
forma da legislação em vigor; (NR).
V - destituir e declarar a incompatibilidade dos auditores das 
Comissões Disciplinares; (NR).
VI - instaurar inquéritos;
VII - requisitar ou solicitar informações para esclarecimento 
dematéria submetida a sua apreciação;
VIII - elaborar e aprovar o seu Regimento Interno;
IX – declarar vacância do cargo de seus auditores e 
procuradores; (NR).
X - deliberar sobre casos omissos. (AC).
Art. 28. Compete às Comissões Disciplinares de cada TJD: 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - processar e julgar as infrações disciplinares e demais 
ocorrências havidas em competições promovidas, organizadas ou 
autorizadas pela respectiva entidade regional de administração do 
desporto; (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 180
II - processar e julgar o descumprimento de resoluções, 
decisões ou deliberações do TJD ou infrações praticadas contra seus 
membros, por parte de pessoas naturais ou jurídicas mencionadas no art. 
1º, § 1º, deste Código. (AC).
III - declarar os impedimentos de seus auditores. (AC).
Capítulo V
DOS DEFENSORES
Art. 29. Qualquer pessoa maior e capaz é livre para postular 
em causa própria ou fazer-se representar por advogado regularmente 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, observados os impedimentos 
legais. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º O estagiário de advocacia regularmente inscrito na 
Ordem dos Advogados do Brasil poderá sustentar oralmente, desde que 
instruído por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados 
do Brasil. (AC).
§ 2º A instrução a que se refere o § 1º deverá ser 
comprovada mediante declaração por escrito do advogado, que assumirá 
a responsabilidade pela sustentação oral do estagiário. (AC).
Art. 30. A representação de que trata o art. 29 caput habilita 
o defensor a intervir no processo, até o final e em qualquer grau de 
jurisdição, podendo as entidades de administração do desporto e de 
prática desportiva credenciar defensores para atuar em seu favor, de seus 
dirigentes, atletas e outras pessoas que lhes forem subordinadas, salvo 
quando colidentes os interesses. (Redação dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 181
Parágrafo único. Ainda que não colidentes os interesses, é 
lícita a qualquer das pessoas mencionadas neste artigo a nomeação de 
outro defensor. 
Art. 31. O STJD e o TJD, por meio das suas Presidências, 
deverão nomear defensores dativos para exercer a defesa técnica de 
qualquer pessoa natural ou jurídica que assim o requeira expressamente, 
bem como de qualquer atleta menor de dezoito anos de idade, 
independentemente de requerimento. (Redação dada pela Resolução CNE 
nº 29 de 2009).
Art. 32.(Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
TÍTULO III
DO PROCESSO DESPORTIVO
Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 33. O processo desportivo, instrumento pelo qual os 
órgãos judicantes aplicam o direito desportivo aos casos concretos, será 
iniciado na forma prevista neste Código e será desenvolvido por impulso 
oficial.
Parágrafo único. O órgão judicante poderá declarar extinto o 
processo, de ofício ou a requerimento de qualquer interessado, quando 
exaurida sua finalidade ou quando houver a perda do objeto. (NR).
Art. 34. O processo desportivo observará os procedimentos 
sumário ou especial, regendo-se ambos pelas disposições que lhes são 
próprias e aplicando-se-lhes, obrigatoriamente, os princípios gerais de 
direito.
§ 1º O procedimento sumário aplica-se aos processos 
disciplinares.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 182
§ 2º O procedimento especial aplica-se: (NR).
I - ao inquérito;
II - à impugnação de partida, prova ou equivalente; (NR).
III - ao mandado de garantia;
IV - à reabilitação;
V - à dopagem, caso inexista legislação procedimental 
aplicável à modalidade; (NR).
VI (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
VII - à suspensão, desfiliação ou desvinculação imposta pelas 
entidades de administração ou de prática desportiva;
VIII - à revisão;
IX - às medidas inominadas do art. 119; (NR).
X - à transação disciplinar desportiva. (Inclusão dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo II
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
Art. 35. Poderá haver suspensão preventiva quando a 
gravidade do ato ou fato infracional a justifique, ou em hipóteses de 
excepcional e fundada necessidade, desde que requerida pela 
Procuradoria, mediante despacho fundamentado do Presidente do 
Tribunal (STJD ou TJD), ou quando expressamente determinado por lei 
ou por este Código. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º O prazo da suspensão preventiva, limitado a trinta dias, 
deverá ser compensado no caso de punição. (Incluído pela Resolução 
CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 183
§ 2º A suspensão preventiva não poderá ser restabelecida 
em grau de recurso. (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006)
Capítulo III
DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 36. Os atos do processo desportivo não dependem de 
forma determinada senão quando este Código expressamente o exigir, 
reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, atendam à sua 
finalidade essencial. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Os órgãos judicantes poderão utilizar meios 
eletrônicos e procedimentos de tecnologia de informação para dar 
cumprimento ao princípio da celeridade, respeitados os prazos legais. 
(AC).
Art. 37. Não correm em segredo os processos em curso 
perante a Justiça Desportiva, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 38. Todas as decisões deverão ser fundamentadas, 
mesmo que sucintamente.
Art. 39. O acórdão será redigido quando requerido pela 
parte ou pela Procuradoria, e deverá conter, resumidamente, relatório, 
fundamentação, parte dispositiva e, quando houver, a divergência. - 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. O auditor incumbido de redigir o acórdão 
terá o prazo de dois dias para fazê-lo, devolvendo os autos à Secretaria. 
(NR).
Art. 40. As decisões proferidas pelos órgãos da Justiça 
Desportiva devem ser publicadas na forma da legislação desportiva, 
podendo, em face do princípio da celeridade, utilizar-se de edital ou 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 184
qualquer meio eletrônico, especialmente a Internet. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 41. A Secretaria do órgão judicante numerará e 
rubricará todas as folhas dos autos, e fará constar, em notas datadas e 
rubricadas, os termos de juntada, vista, conclusão e outros. (Redação 
dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo IV
DOS PRAZOS
Art. 42. Os atos relacionados ao processo desportivo serão 
realizados nos prazos previstos por este Código.
§ 1º Quando houver omissão, o Presidente do órgão 
judicante fixará o prazo, tendo em conta a complexidade da causa e do 
ato a ser praticado, que não poderá exceder a três dias.
§ 2º Não havendo preceito normativo nem fixação de prazo 
pelo Presidente do órgão judicante, será de três dias o prazo para a 
prática de ato processual a cargo da parte.
§ 3º Nas hipóteses de competições que se realizem 
ininterruptamente e findem em prazo não superior a vinte dias, o 
Presidente do órgão judicante fixará o prazo, tendo em conta a 
complexidade da causa e do ato a ser praticado, que não poderá exceder 
a três dias. (AC).
Art. 43. Os prazos correrão da intimação ou citação e serão 
contados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do 
vencimento, salvo disposição em contrário. (Alterado pela Resolução CNE 
nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
§ 1º Os prazos são contínuos, não se interrompendo ou 
suspendendo no sábado, domingo e feriado.
Direito & Justiça DesportivaVol.1 [Paulo M. Schmitt] 185
§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil 
se o início ou vencimento cair em sábado, domingo, feriado ou em dia em 
que não houver expediente normal na sede do órgão judicante.
Art. 44. Decorrido o prazo, extingue-se para a parte e para a 
Procuradoria, exceto em caso de oferecimento de denúncia, o direito de 
praticar o ato. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo V
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 45. Citação é o ato processual pelo qual a pessoa 
natural ou jurídica é convocada para, perante os órgãos judicantes 
desportivos, comparecer e defender-se das acusações que lhe são 
imputadas. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 46. Intimação é o ato processual pelo qual se dá ciência 
à pessoa natural ou jurídica dos atos e termos do processo, para que faça 
ou deixe de fazer alguma coisa. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
Art. 47. A citação e a intimação far-se-ão por edital 
instalado em local de fácil acesso localizado na sede do órgão judicante e 
no sítio eletrônico da respectiva entidade de administração do desporto. 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º Além da publicação do edital, a citação e a intimação 
deverão ser realizada por telegrama, fac-símile ou ofício, dirigido à 
entidade a que o destinatário estiver vinculado. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 186
§ 2º Poderão ser utilizados outros meios eletrônicos para 
efeito do previsto no § 1º, desde que possível a comprovação de entrega. 
(AC).
Art. 48. O instrumento de citação indicará o nome do citado 
a entidade a que estiver vinculado, o dia, a hora e o local de 
comparecimento e a finalidade de sua convocação. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 49. O instrumento de intimação indicará o nome do 
intimado, a entidade a que estiver vinculado, o prazo para realização do 
ato e finalidade de sua intimação. (Redação dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Art. 50. Feita a citação, por qualquer das formas 
estabelecidas, o processo terá seguimento, independentemente do 
comparecimento do citado. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Parágrafo único. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º O comparecimento espontâneo da parte supre a falta ou 
a irregularidade da citação(AC).
§ 2º Comparecendo a parte apenas para arguir a falta ou a 
irregularidade da citação e sendo acolhida, considerar-se-á feita a citação 
na data do comparecimento, adiando-se o julgamento para a sessão 
subsequente. (AC).
Art. 51. O intimado que deixar de cumprir a ordem expedida 
pelo órgão judicante fica sujeito às cominações previstas por este Código.
Art. 51-A. Se a pessoa a ser citada ou intimada não mais 
estiver vinculada à entidade a que o destinatário estiver vinculado, esta 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 187
deverá tomar as providências cabíveis para que a citação ou intimação 
seja tempestivamente recebida por aquela. (Incluído pela Resolução CNE 
nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Sujeitam-se às penas do art. 220-A, III, a 
entidade que deixar de tomar as providências mencionadas no caput, 
salvo se demonstrada a impossibilidade de encontrar a pessoa a ser 
citada ou intimada. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo VI
DAS NULIDADES
Art. 52. Quando prescrita determinada forma, sem 
cominação de nulidade, o órgão judicante considerará válido o ato se, 
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 53. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira 
oportunidade em que couber à parte manifestar-se nos autos e só será 
declarada se ficar comprovada a inobservância ou violação dos princípios 
que orientam o processo desportivo.
Parágrafo único. O órgão judicante, ao declarar a nulidade, 
definirá os atos atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim 
de que sejam repetidos ou retificados.
Art. 54. A nulidade não será declarada:
I - quando se tratar de mera inobservância de formalidade 
não essencial;
II - quando o processo, no mérito, puder ser resolvido a 
favor da parte a quem a declaração de nulidade aproveitaria;
III - em favor de quem lhe houver dado causa. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 188
Capítulo VII
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIRO
Art. 55. A intervenção de terceiro poderá ser admitida 
quando houver legítimo interesse e vinculação direta com a questão 
discutida no processo, devendo o pedido ser acompanhado da prova de 
legitimidade, desde que requerido até o dia anterior à sessão de 
julgamento. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. As entidades de administração do desporto 
têm a prerrogativa de intervir no processo no estado em que se 
encontrar. (NR).
Capítulo VIII
DAS PROVAS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 56. Todos os meios legais, ainda que não especificados 
neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos alegados no 
processo desportivo. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 57. A prova dos fatos alegados no processo desportivo 
incumbirá à parte que a requerer, arcando esta com os eventuais custos 
de sua produção. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Independem de prova os fatos:
I - notórios;
II - alegados por uma parte e confessados pela parte 
contrária;
III - que gozarem da presunção de veracidade.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 189
Art. 58. A súmula, o relatório e as demais informações 
prestadas pelos membros da equipe de arbitragem, bem como as 
informações prestadas pelos representantes da entidade desportiva, ou 
por quem lhes faça as vezes, gozarão da presunção relativa de 
veracidade. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º A presunção de veracidade contida no caput deste 
artigo servirá de base para a formulação da denúncia pela Procuradoria 
ou como meio de prova, não constituindo verdade absoluta.
§ 2º Quando houver indício de infração praticada pelas 
pessoas referidas no caput, não se aplica o disposto neste artigo.
§ 3º Se houver discrepância entre as informações prestadas 
pelos membros da equipe de arbitragem e pelos representantes da 
entidade desportiva, ausentes demais meios de convencimento, a 
presunção de veracidade recairá sobre as informações do árbitro, com 
relação ao local da disputa de partida, prova ou equivalente, ou sobre as 
informações dos representantes da entidade desportiva, nas demais 
hipóteses. (Inclusão dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 58-A. Nos processos disciplinares, o ônus da prova da 
infração incumbe à Procuradoria. (Inclusão dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Art. 58-B. As decisões disciplinares tomadas pela equipe de 
arbitragem durante a disputa de partidas, provas ou equivalentes são 
definitivas, não sendo passíveis de modificação pelos órgãos judicantes 
da Justiça Desportiva. (Inclusão dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Parágrafo Único. Em caso de infrações graves que tenham 
escapado à atenção da equipe de arbitragem, ou em caso de notório 
equívoco na aplicação das decisões disciplinares, os órgãos judicantes 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 190
poderão, excepcionalmente, apenar infrações ocorridas na disputa de 
partidas, provas ou equivalentes. (Inclusão dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Art. 59. A matéria de prova relativa à dopagem será 
regulada pela legislação específica. (Redação dada pela ResoluçãoCNE 
nº 29 de 2009).
Seção II
Do Depoimento Pessoal
Art. 60. O Presidente do órgão judicante pode, a 
requerimento da Procuradoria, da parte ou de terceiro interveniente, 
determinar o comparecimento pessoal da parte a fim de ser interrogada 
sobre os fatos da causa. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º O depoimento pessoal deve ser, preferencialmente, 
tomado no início da sessão de instrução e julgamento.
§ 2º A parte será interrogada na forma determinada para 
inquirição de testemunhas. 
Seção III
Da Prova Documental
Art. 61. Compete à parte interessada produzir a prova 
documental que entenda necessária.
Seção IV
Da Exibição de Documento ou Coisa
Art. 62. O Presidente do órgão judicante poderá ordenar, a 
requerimento motivado da parte, de terceiro interveniente ou da 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 191
Procuradoria, a exibição de documento ou coisa necessária à apuração 
dos fatos. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. A desobediência da determinação a que se 
refere o caput implicará as penas previstas no art. 220-A, I, deste Código. 
(Inclusão dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Seção V
Da Prova Testemunhal
Art. 63. Toda pessoa pode servir como testemunha, exceto 
o incapaz, o impedido ou o suspeito, assim definidos na lei.
§ 1º A testemunha assumirá o compromisso de bem servir 
ao desporto, de dizer a verdade sobre o que souber e lhe for perguntado, 
devendo qualificar-se e declarar se tem parentesco ou amizade com as 
partes.
§ 2º Quando o interesse do desporto o exigir, o órgão 
judicante ouvirá testemunha incapaz, impedida ou suspeita, mas não lhe 
deferirá compromisso e dará ao seu depoimento o valor que possa 
merecer. 
Art. 64. Incumbe à parte, até o início da sessão de instrução 
e julgamento, apresentar suas testemunhas.
§ 1º É permitido a cada parte apresentar, no máximo, três 
testemunhas.
§ 2º Nos processos com mais de três interessados, o número 
de testemunhas não poderá exceder a nove.
§ 3 º A s t e s t e m u n h a s d e v e r ã o c o m p a r e c e r 
independentemente de intimação, salvo nos casos previstos nos 
procedimentos especiais.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 192
§ 4º É vedado à testemunha trazer o depoimento por escrito, 
ou fazer apreciações pessoais sobre os fatos testemunhados, salvo 
quando inseparáveis da respectiva narração.
§ 5º Os auditores, diretamente, a Procuradoria e as partes, 
por intermédio do Presidente do órgão judicante, poderão reinquirir as 
testemunhas.
§ 6º O relator ouvirá as testemunhas separada e 
sucessivamente, primeiro, as da Procuradoria e, em seguida, as das 
partes, providenciando para que uma não ouça os depoimentos das 
demais. 
Seção VI
Dos Meios Audiovisuais
Art . 65. As p rovas fo tográ f i cas , fonográ f i cas , 
cinematográficas, de vídeo tape e as imagens fixadas por qualquer meio 
ou processo eletrônico serão apreciadas com a devida cautela, 
incumbindo à parte que as quiser produzir o pagamento das despesas 
com as providências que o órgão judicante determinar. (Redação dada 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 66. A produção das provas previstas no art. 65 deverá 
ser requerida pela parte até o início da sessão de instrução e julgamento. 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 67. As provas referidas no art. 65, quando não houver 
motivo que justifique a sua conservação no processo, poderão ser 
restituídas, mediante requerimento da parte, depois de ouvida a 
Procuradoria, desde que devidamente certificado nos autos. 
Seção VII
Da Prova Pericial
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 193
Art. 68. A prova pericial consiste em exame e vistoria. 
Parágrafo único. O Presidente do órgão judicante indeferirá a 
produção de prova pericial quando:
I - o fato não depender do conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas 
ou passíveis de produção;
III - for impraticável;
IV - for requerida com fins meramente protelatórios.
Art. 69. Deferida a prova pericial, o Presidente do órgão 
judicante nomeará perito, formulará quesitos e fixará prazo para 
apresentação do laudo.
§ 1º É facultado às partes indicar assistente técnico e 
formular quesitos, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º A nomeação de perito deverá recair sobre pessoa com 
qualificação técnica comprovada. (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 
2006 e Resolução nº 13 de 2006)
§ 3º O prazo para conclusão do laudo será de quarenta e 
oito horas, podendo o Presidente do órgão judicante prorrogá-lo a pedido 
do perito, em casos excepcionais. 
Seção VIII
Da Inspeção
Art. 70. O relator, de ofício, a requerimento da Procuradoria 
ou da parte interessada, poderá promover a realização de inspeção, a fim 
de buscar esclarecimento sobre fato que interesse à decisão da causa, 
sendo-lhe facultado requerer auxílio de outros auditores. (Redação dada 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 194
Art. 71. Concluída a inspeção, o relator mandará lavrar auto 
circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da 
causa. 
Capítulo IX
DO REGISTRO E DA DISTRIBUIÇÃO
Art. 72. O registro e a distribuição dos processos 
submetidos à Justiça Desportiva serão regulados no regimento interno do 
respectivo Tribunal (STJD ou TJD). (Redação dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
TÍTULO IV
DAS ESPÉCIES DO PROCESSO DESPORTIVO
Capítulo I
DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO
Art. 73. O procedimento sumário será in ic iado 
privativamente mediante denúncia da Procuradoria e destina-se à 
aplicação de medidas disciplinares. (Redação dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Art. 74. Qualquer pessoa natural ou jurídica poderá 
apresentar por escrito notícia de infração disciplinar desportiva à 
Procuradoria, desde que haja legítimo interesse, acompanhada da prova 
de legitimidade. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009). 
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º Incumbirá exclusivamente à Procuradoria avaliar a 
conveniência de promover denúncia a partir da notícia de infração a que 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 195
se refere este artigo, não se aplicando à hipótese o procedimento do art. 
78. (AC).
§ 2º Caso o procurador designado para avaliar a notícia de 
infração opine por seu arquivamento, poderá o interessado requerer 
manifestação do Procurador-Geral, no prazo de três dias, para reexame 
da matéria. (AC).
§ 3º Mantida pelo Procurador-Geral a manifestação contrária 
à denúncia, a notícia de infração será arquivada. (AC).
Art. 75. A súmula e o relatório da competição serão 
elaborados e entregues pelo árbitro e seus auxiliares dentro do prazo 
estipulado em lei ou, em sendo omissa, no regulamento.
§ 1º A inobservância do prazo previsto no caput não 
impedirá o início do processo pela Procuradoria, sem prejuízo de eventual 
punição dos responsáveis pelo atraso. 
§ 2º A entidade responsável pela organização da competição 
dará publicidade aos documentos previstos no caput, na forma da lei.
Art. 76. A entidade de administração do desporto, quando 
verificar existência de qualquer irregularidade anotada nos documentos 
mencionados no art. 75, os remeterá ao respectivo Tribunal (STJD ou 
TJD), no prazo de três dias, contado do seu recebimento. (Redação dada 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009). 
Art. 77. Recebida e despachada a documentação pelo 
Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), a Secretaria procederá ao registro, 
encaminhando-a à Procuradoria para manifestaçãono prazo de dois dias. 
(NR) (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 78. Se a Procuradoria requerer o arquivamento, o 
Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), considerando procedentes as 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 196
razões invocadas, determinará o arquivamento do processo, em decisão 
fundamentada. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Se o Presidente do Tribunal (STJD ou TJD) considerar 
improcedentes as razões invocadas, fará remessa dos autos a outro 
procurador, para reexame da matéria. (NR).
§ 2º Mantida a manifestação contrária à denúncia, os autos 
serão arquivados. 
§ 3º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
II (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
III -(Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
IV (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 4º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 78-A. Recebida a denúncia, os autos serão conclusos ao 
Presidente do respectivo Tribunal (STJD ou TJD) que, no prazo de dois 
dias a contar de seu recebimento: (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
I - sorteará relator; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
II - analisará a incidência da suspensão preventiva, caso já 
não tenha sido determinada; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
III - designará dia e hora da sessão de instrução e 
julgamento; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 197
IV - determinará o cumprimento dos atos de comunicação 
processual e demais providências cabíveis. (Incluído pela Resolução CNE 
nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Sendo de competência da Comissão 
Disciplinar o processamento da denúncia, será a ela encaminhada, 
procedendo o Presidente da Comissão Disciplinar na forma dos incisos I, 
III e IV deste artigo. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 78-B. O regimento interno dos Tribunais (TJD ou STJD) 
poderá atribuir aos Presidentes de Comissões Disciplinares os trâmites 
processuais estabelecidos pelos arts. 77, 78 e 78-A. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 79. A denúncia deverá conter:
I - descrição detalhada dos fatos; (NR).
II - qualificação do infrator;
III - dispositivo supostamente infringido. (NR).
Parágrafo único. A indicação de dispositivo inaplicável aos 
fatos não inquina a denúncia e deverá ser corrigida pelo procurador 
presente à sessão de julgamento, podendo a parte interessada requerer 
o adiamento do julgamento para a sessão subsequente. (AC). 
Capítulo II
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 80. Nos procedimentos especiais, o pedido inicial deverá 
ser, obrigatoriamente, acompanhado do comprovante do pagamento do 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 198
preparo, quando incidente, no valor e forma estabelecidos pelo regimento 
de emolumentos a ser editado pelo STJD de cada modalidade, sob pena 
de indeferimento. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. A Procuradoria e as entidades de 
administração do desporto são isentas do recolhimento de emolumentos. 
(AC).
Seção I-A
(Incluída pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
DA TRANSAÇÃO DISCIPLINAR DESPORTIVA
(Incluída pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 80-A. A Procuradoria poderá sugerir a aplicação 
imediata de quaisquer das penas previstas nos incisos II a IV do art. 170, 
conforme especificado em proposta de transação disciplinar desportiva 
apresentada ao autor da infração. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º A transação disciplinar desportiva somente poderá ser 
admitida nos seguintes casos: - (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
I - de infração prevista no art. 206, excetuada a hipótese de 
seu § 1º; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
II - de infrações previstas nos arts. 250 a 258-C; (Incluído 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
III - de infrações previstas nos arts. 259 a 273. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º Não se admitirá a proposta de tramitação disciplinar 
desportiva quando: (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 199
I - o infrator tiver sido beneficiado, no prazo de trezentos e 
sessenta dias anteriores à infração, pela transação disciplinar desportiva 
prevista neste artigo; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
II - o infrator não possuir antecedentes e conduta desportiva 
justificadores da adoção da medida; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
III - os motivos e as circunstâncias da infração indicarem não 
ser suficiente a adoção da medida. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
§ 3º A transação disciplinar desportiva deverá conter ao 
menos uma das penas previstas nos incisos II a IV do art. 170, que 
poderão ser cumuladas com medidas de interesse social. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 4º Aceita a proposta de transação disciplinar desportiva 
pelo autor da infração, será submetida à apreciação de relator sorteado, 
que deverá ser membro do Tribunal Pleno do TJD ou STJD competente 
para julgar a infração. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 5º Acolhendo a proposta de transação disciplinar 
desportiva, o relator aplicará a pena, que não importará em reincidência, 
sendo registrada apenas para impedir novamente a concessão do mesmo 
benefício ao infrator no prazo de trezentos e sessenta dias. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 6º Da decisão do relator que negar a transação disciplinar 
desportiva acordada entre Procuradoria e infrator caberá recurso ao 
Tribunal Pleno. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 7º A transação disciplinar desportiva a que se refere este 
artigo poderá ser firmada entre Procuradoria e infrator antes ou após o 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 200
oferecimento de denúncia, em qualquer fase processual, devendo sempre 
ser submetida à apreciação de relator sorteado, membro do Tribunal 
Pleno do TJD ou STJD competente para julgar a infração, suspendendo-
se condicionalmente o processo até o efetivo cumprimento da transação. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 8º Quando a denúncia ou o recurso já houver sido 
distribuído, o relator sorteado, membro do Tribunal Pleno do TJD ou STJD 
competente para julgar a infração, será o competente para apreciar a 
transação disciplinar desportiva. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Seção II
Do Inquérito
Art. 81. O inquérito tem por fim apurar a existência de 
infração disciplinar e determinar a sua autoria, para subsequente 
instauração da ação cabível, podendo ser determinado de ofício pelo 
Presidente do Tribunal competente (STJD ou TJD), ou a requerimento da 
Procuradoria ou da parte interessada. (Redação dada pela Resolução CNE 
nº 29 de 2009).
§ 1º O requerimento deve conter a indicação de elementos 
que evidenciem suposta prática de infração disciplinar, das provas que 
pretenda produzir, e das testemunhas a serem ouvidas, se houver, sendo 
facultado ao Presidente do Tribunal (STJD ou TJD) a determinação de 
atos complementares. (NR).
§ 2º Sendo o inquérito requerido pela parte interessada, 
ouvir-se-á obrigatoriamente a Procuradoria, que poderá: (Incluído pela 
Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 201
I - opinar pela rejeição, caso a parte interessada não 
apresente qualquer elemento prévio de convicção; (Incluído pela 
Resolução CNE nº11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
II - acompanhar o feito até a conclusão. (NR).
Art. 82. Deferido o pedido, o Presidente do Tribunal (STJD 
ou TJD) sorteará auditor processante, que terá o prazo de quinze dias 
para sua conclusão, prorrogável por igual período. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Para a realização das diligências e oitiva de 
testemunhas, facultar-se-á ao auditor processante requerer auxílio de 
outros auditores ou solicitar que depoimentos sejam prestados por 
escrito, caso o deslocamento de depoentes ao órgão judicante se 
demonstre de difícil consecução. (NR).
§ 2º Realizadas as diligências e ouvidas as testemunhas, não 
havendo atos investigatórios remanescentes, o inquérito, com o relatório, 
será concluído por termo nos autos. (NR).
§ 3º Caracterizada, pelo auditor processante, a existência de 
infração e determinada sua autoria, os autos de inquérito serão 
remetidos à Procuradoria, para as providências cabíveis. (NR).
§ 4º Não restando caracterizada infração ou não determinada 
a autoria, os autos de inquérito serão arquivados, por decisão 
fundamentada do auditor processante. (AC).
Art. 83. O requerimento de instauração de inquérito será 
indeferido pelo Presidente quando verificar a inexistência dos elementos 
indispensáveis ao procedimento. (Redação dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Seção III
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 202
Da Impugnação de Partida, Prova ou Equivalente
Art. 84. O pedido de impugnação deverá ser dirigido ao 
Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), em duas vias devidamente 
assinadas pelo impugnante ou por procurador com poderes especiais, 
acompanhado dos documentos que comprovem os fatos alegados e da 
prova do pagamento dos emolumentos, limitado às seguintes hipóteses: 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - modificação de resultado; (Incluído pela Resolução CNE 
nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
II - anulação de partida, prova ou equivalente. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
§ 1º São partes legítimas para promover a impugnação as 
pessoas naturais ou jurídicas que tenham disputado a partida, prova ou 
equivalente em cada modalidade, ou as que tenham imediato e 
comprovado interesse no seu resultado, desde que participante da 
mesma competição. (NR).
§ 2º A petição inicial será liminarmente indeferida pelo 
Presidente do Tribunal competente quando: (NR).
I - manifestamente inepta;
II - manifesta a ilegitimidade da parte;
III - faltar condição exigida pelo Código para a iniciativa da 
impugnação;
IV - não comprovado o pagamento dos emolumentos.
§ 3º O Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), ao receber a 
impugnação, dará imediato conhecimento da instauração do processo ao 
Presidente da respectiva entidade de administração do desporto, para 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 203
que não homologue o resultado da partida, prova ou equivalente até a 
decisão final da impugnação. (NR).
§ 4º Não caberá pedido de impugnação no caso de inclusão 
de atleta sem condição legal de participar de partida, prova ou 
equivalente. (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução 
CNE nº 13 de 2006)
Art. 85. A impugnação deverá ser protocolada no Tribunal 
(STJD ou TJD) competente, em até dois dias depois da entrada da 
súmula na entidade de administração do desporto. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 86. Recebida a impugnação, dar-se-á vista à parte 
contrária, pelo prazo de dois dias, para pronunciar-se, indo o processo, 
em seguida, à Procuradoria, por igual prazo, para manifestação. 
Art. 87. Decorrido o prazo da Procuradoria, o Presidente do 
Tribunal (STJD ou TJD) sorteará relator, incluindo o feito em pauta para 
julgamento. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Seção IV
Do Mandado de Garantia
Art. 88. Conceder-se-á mandado de garantia sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, alguém sofrer violação em seu 
direito líquido e certo, ou tenha justo receio de sofrê-la por parte de 
qualquer autoridade desportiva.
Parágrafo único. O prazo para interposição do mandado de 
garantia extingue-se decorridos vinte dias contados da prática do ato, 
omissão ou decisão. 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 204
Art. 89. Não se concederá mandado de garantia contra ato, 
omissão ou decisão de que caiba recurso próprio e tenha sido concedido 
o efeito suspensivo. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 90. A petição inicial, dirigida ao Presidente do Tribunal 
(STJD ou TJD) e acompanhada do comprovante do pagamento dos 
emolumentos, será apresentada em duas vias, devendo os documentos 
que instruírem a primeira via serem reproduzidos na outra.
Parágrafo único. Após a apresentação da petição inicial não 
poderão ser juntados novos documentos nem aduzidas novas razões. 
Art. 91. Ao despachar a inicial, o Presidente do Tribunal 
(STJD ou TJD) ordenará que se notifique a autoridade coatora, à qual 
será enviada uma via da inicial, com a cópia dos documentos, para que, 
no prazo de três dias, preste informações. (Redação dada pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
Art. 92. Em caso de urgência, será permitido, observados os 
requisitos desta Seção, inclusive a comprovação do pagamento dos 
emolumentos, impetrar mandado de garantia por telegrama, fac-símile ou 
meio eletrônico que possibilite comprovação de recebimento, desde que 
comprovada a remessa do original no prazo do parágrafo único do artigo 
88, sob pena de extinção do processo, podendo o Presidente do Tribunal 
(STJD ou TJD), pela mesma forma, determinar a notificação da 
autoridade coatora. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 93. Quando relevante o fundamento do pedido e a 
demora possa tornar ineficaz a medida, o Presidente do Tribunal (STJD 
ou TJD), ao despachar a inicial, poderá conceder medida liminar. 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 205
Art. 94. A inicial será, desde logo, indeferida quando não for 
caso de mandado de garantia ou quando lhe faltar algum dos requisitos 
previstos neste Código.
Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá 
recurso para o Tribunal Pleno do respectivo Tribunal (STJD ou TJD). (NR).
Art. 95. Findo o prazo para as informações, com ou sem 
elas, o Presidente do Tribunal (STJD ou TJD), depois de sortear o relator, 
mandará dar vista do processo à Procuradoria, que terá dois dias para 
manifestação. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Restituídos os autos pela Procuradoria, será 
designada data para julgamento. 
Art. 96. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 97. Os processos de mandado de garantia têm 
prioridade sobre os demais.
Art. 98. O pedido de mandado de garantia poderá ser 
renovado se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
Seção V
Da Reabilitação
Art. 99. A pessoa natural que houver sofrido eliminação 
poderá pedir reabilitação ao órgão judicante que lhe impôs a pena 
definitiva, se decorridos mais de dois anos do trânsito em julgado da 
decisão, instruindo o pedido com a documentação que julgar conveniente 
e, obrigatoriamente, com a prova do pagamento dos emolumentos, com 
a prova do exercício de profissão ou de atividade escolar e com a 
declaração de, no mínimo, três pessoas vinculadas ao desporto, de 
notória idoneidade, que atestem plenamente as condições de 
reabilitação. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 206
Parágrafo único.No caso de infrações por dopagem, 
observar-se-á o disposto no art. 244-A. (AC).
Art. 100. Recebido o pedido, será dada vista à Procuradoria, 
pelo prazo de três dias, para emitir parecer, sendo o processo 
encaminhado ao Presidente do órgão judicante, que, sorteando relator, 
incluirá em pauta de julgamento. (Redação dada pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Seção VI
Da Dopagem
Art. 100-A. Aplicar-se-ão as regras desta Seção caso a 
legislação da respectiva modalidade não estabeleça regras 
procedimentais específicas para as infrações por dopagem. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 101. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 102. Configurado o resultado anormal na análise anti-
dopagem, o Presidente da entidade de administração do desporto ou 
quem o represente, em vinte e quatro horas, remeterá o laudo 
correspondente, acompanhado do laudo da contraprova, ao Presidente 
do Tribunal (STJD ou TJD), que decretará, também em vinte e quatro 
horas, o afastamento preventivo do atleta, pelo prazo máximo de trinta 
dias.
§ 1º No mesmo despacho, assinará ao atleta, à entidade de 
prática ou entidade de administração do desporto a que pertencer e aos 
demais responsáveis, quando houver, o prazo comum de cinco dias, para 
oferecer defesa escrita e as provas que tiver.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 207
§ 2º Não havendo se manifestado o atleta no prazo legal, 
será designado defensor dativo para apresentação de defesa escrita, no 
prazo de dois dias. (NR).
§ 3º Esgotado o prazo a que se refere o § 2º, com defesa ou 
sem ela, o Presidente do Tribunal (STJD ou TJD) competente, nas vinte e 
quatro horas seguintes, remeterá o processo à Procuradoria para oferecer 
denúncia no prazo de dois dias. (AC).
Art. 103. Oferecida a denúncia, o Presidente do órgão 
judicante, nas vinte e quatro horas seguintes, sorteará o auditor relator e 
marcará, desde logo, data para a sessão de julgamento, que se realizará 
dentro de dez dias. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 104. Na sessão de julgamento, as partes terão o prazo 
de quinze minutos para sustentação oral. (Redação dada pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
Art. 105. Proclamada eventual decisão condenatória, haverá 
detração nos casos de cumprimento do afastamento preventivo. 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 106. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Seção VII
Das Infrações Punidas Com Eliminação
Art. 107. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 108. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Art. 109. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 110. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 208
Seção VIII
Da Suspensão, Desfiliação ou Desvinculação Impostas 
pelas Entidades de Administração ou de Prática Desportiva
Art. 111. A imposição das sanções de suspensão, desfiliação 
ou desvinculação, pelas entidades desportivas, com o objetivo de manter 
a ordem desportiva, somente serão aplicadas após decisão definitiva da 
Justiça Desportiva.
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§1º A decisão administrativa expedida para aplicação de 
suspensão, desfiliação ou desvinculação imposta pelas entidades de 
administração ou de prática desportiva será homologada pelo respectivo 
Tribunal (STJD ou TJD), mediante remessa de ofício. (AC).
§2º Caso identificada nulidade, esta será declarada pelo 
Tribunal competente (STJD ou TJD) e os autos serão devolvidos à 
entidade de administração ou de prática desportiva. (AC).
Seção IX
Da Revisão
Art. 112. A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a decisão houver resultado de manifesto erro de 
fato ou de falsa prova;
II - quando a decisão tiver sido proferida contra literal 
disposição de lei ou contra a evidência da prova;
III - quando, após a decisão, se descobrirem provas da 
inocência do punido ou de atenuantes relevantes. (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 209
Art. 113. A revisão é admissível até três anos após o 
trânsito em julgado da decisão condenatória, mas não admite reiteração 
ou renovação, salvo se fundada em novas provas.
Art. 114. Não cabe revisão da decisão que importe em 
exclusão de competição, perda de pontos, de renda ou de mando de 
campo. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 115. A revisão só pode ser pedida pelo prejudicado, 
que deverá formulá-la em petição escrita, desde logo instruída com as 
provas que a justifiquem, nos termos do art. 112.
Art. 116. O órgão judicante, se julgar procedente o pedido 
de revisão, poderá alterar a classificação da infração, absolver o 
requerente, modificar a pena ou anular o processo, especificando o 
alcance da decisão. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 117. Em nenhum caso poderá ser agravada a pena 
imposta na decisão revista.
Art. 118. É obrigatória, nos pedidos de revisão, a 
intervenção da Procuradoria. 
Seção X
Das Medidas Inominadas
Art. 119. O Presidente do Tribunal (STJD ou do TJD), 
perante seu órgão judicante e dentro da respectiva competência, em 
casos excepcionais e no interesse do desporto, em ato fundamentado, 
poderá permitir o ajuizamento de qualquer medida não prevista neste 
Código, desde que requerida no prazo de três dias contados da decisão, 
do ato, do despacho ou da inequívoca ciência do fato, podendo conceder 
efeito suspensivo ou liminar quando houver fundado receio de dano 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 210
irreparável, desde que se convença da verossimilhança da alegação. 
(Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Recebida pelo Presidente do Tribunal (STJD ou TJD) a 
medida a que se refere este artigo, proceder-se-á na forma do art. 78-A. 
(AC).
§ 2º Os réus, a Procuradoria e as partes interessadas terão o 
prazo comum de dois dias para apresentar contra-razões, contado a 
partir do despacho que lhes abrir vista dos autos. (AC).
§ 3º Caberá recurso voluntário da decisão do Presidente do 
Tribunal (STJD ou TJD) que deixar de receber a medida a que se refere 
este artigo. (AC).
Seção XI
Do Enunciado de Súmula
Art. 119-A. O Tribunal Pleno do STJD poderá, após 
reiteradas decisões sobre matéria de sua competência, editar enunciado 
de súmula que, a partir de sua publicação na forma do art. 40, poderá ter 
efeito vinculante em relação a todos os órgãos judicantes da respectiva 
modalidade, nas esferas nacional e regional, bem como proceder à sua 
revisão ou cancelamento. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º A edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de 
súmula dependerão de decisão tomada por dois terços dos membros do 
Tribunal Pleno do STJD. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a 
interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja 
controvérsia que acarrete insegurança jurídica e multiplicação de 
processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 211
§ 3º A revisão ou cancelamento de enunciado de súmula 
poderão ser propostos: (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - por qualquer auditor do Tribunal Pleno do STJD; (Incluído 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
II - pelo Procurador-Geral do STJD; (Incluído pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
III - pela entidade nacional de administração do desporto; 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
IV - pelas entidadesde prática desportiva que participem da 
principal competição da entidade nacional de administração do desporto; 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
V - pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
VI - por entidade representativa dos árbitros; (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
VII - por entidade representativa dos atletas; (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
VIII - pelos Tribunais de Justiça Desportiva. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 4º O Procurador-Geral do STJD, nas propostas que não 
houver formulado, manifestar-se-á previamente à edição, revisão ou 
cancelamento de enunciado de súmula. (Incluído pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
§ 5º A súmula terá eficácia imediata, mas o Tribunal Pleno do 
STJD, por decisão de dois terços dos seus membros, poderá excluir ou 
restringir os efeitos vinculantes, bem como decidir que só tenha eficácia a 
partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 212
de excepcional interesse do desporto. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
§ 6º Revogada ou modificada a norma em que se fundou a 
edição de enunciado de súmula, o Tribunal Pleno do STJD, de ofício ou 
por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o 
caso. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 7º A proposta de edição, revisão ou cancelamento de 
enunciado de súmula não autoriza a suspensão dos processos em que se 
discuta a mesma questão. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo III
DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Art. 120. Nas sessões de instrução e julgamento será 
observada a pauta previamente elaborada pela Secretaria, de acordo com 
a ordem numérica dos processos.
§ 1º Terão preferência os procedimentos especiais e os 
pedidos de preferência das partes que estiverem presentes, com 
prioridade para as que residirem fora da sede do órgão judicante.
§ 2º As sessões de instrução e julgamento serão públicas, 
podendo o Presidente do órgão judicante, por motivo de ordem ou 
segurança, determinar que a sessão seja secreta, garantida, porém, a 
presença da Procuradoria, das partes e seus representantes.
§ 3º Na impossibilidade de comparecimento do relator 
anteriormente sorteado, o processo poderá ser redistribuído e julgado na 
mesma sessão. (NR).
Art. 121. No dia e hora designados, havendo quorum, o 
Presidente do órgão judicante declarará aberta a sessão de instrução e 
julgamento.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 213
Art. 122. Deverá ser lavrada ata da sessão de instrução e 
julgamento em que conste o essencial. (Redação dada pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
Art. 123. Em cada processo, antes de dar a palavra ao 
relator, o Presidente indagará das partes se têm provas a produzir.
Parágrafo único. Compete ao relator deferir ou não a 
produção das provas. (AC).
Art. 124. Durante a sessão de instrução e julgamento, após 
a apresentação do relatório, as provas deferidas serão produzidas na 
seguinte ordem:
I - documental;
II - cinematográfica;
III - fonográfica;
IV - depoimento pessoal;
V - testemunhal;
VI - outras pertinentes.
Art. 125. Concluída a fase instrutória, com a produção das 
provas, será dado o prazo de dez minutos, sucessivamente, à 
Procuradoria e cada uma das partes, para sustentação oral.
§ 1º Quando duas ou mais partes forem representadas pelo 
mesmo defensor, o prazo para sustentação oral será de quinze minutos.
§ 2º Quando houver apenas um defensor a fazer uso da 
palavra na tribuna, este poderá optar entre sustentar oralmente antes ou 
após o voto do relator. (NR).
§ 3º Em casos especiais, poderão ser prorrogados os prazos 
previstos neste artigo, a critério do Presidente do órgão judicante. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 214
§ 4º Quando houver terceiros intervenientes, o Presidente do 
órgão judicante fixará prazo para sustentação oral, que ocorrerá após a 
sustentação oral das partes. (AC).
Art. 126. Encerrados os debates, o Presidente indagará dos 
auditores se pretendem algum esclarecimento ou diligência e, não 
havendo, prosseguirá com o julgamento. (Redação dada pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Se algum dos auditores pretender esclarecimento, este 
lhe será dado pelo relator.
§ 2º As diligências propostas por qualquer auditor e 
deferidas pelo órgão judicante, quando não puderem ser cumpridas 
desde logo, adiarão o julgamento para a sessão seguinte.
Art. 127. Após os votos do relator e do Vice-Presidente, 
votarão os demais auditores, por ordem de antiguidade e, por último, o 
Presidente.
Art. 128. O auditor, na oportunidade de proferir o seu voto, 
poderá pedir vista do processo e, quando mais de um o fizer, a vista será 
comum.
§ 1º O pedido de vista não impedirá que o processo seja 
julgado na mesma sessão, após o tempo concedido pelo Presidente para 
a vista.
§ 2º Quando a complexidade da causa assim o justificar, o 
auditor poderá pedir vista pelo prazo de uma sessão, prorrogável, no 
máximo, por mais uma sessão. (NR).
§ 3º Reiniciado o julgamento, prosseguir-se-á na apuração 
dos votos, podendo-se rever os já proferidos; quando o reinício do 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 215
julgamento se der em outra sessão, as partes e a Procuradoria poderão 
proferir nova sustentação oral. (NR).
§ 4º Nenhum julgamento será reiniciado sem a presença do 
relator. (AC).
Art. 129. O auditor pode usar da palavra duas vezes sobre a 
matéria em julgamento.
Art. 130. Só poderá votar o auditor que tenha assistido ao 
relatório.
Art. 131. Nos casos de empate na votação, ao Presidente é 
atribuído o voto de desempate, salvo quando se tratar de imposição de 
qualquer das penas disciplinares relacionadas no art. 170. (Redação dada 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 132. Nas hipóteses de imposição de quaisquer das 
penas disciplinares relacionadas no art. 170, prevalecerão, nos casos de 
empate na votação, os votos mais favoráveis ao denunciado, não 
havendo atribuição de voto de desempate ao Presidente. (Redação dada 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Quando os votos pela condenação do denunciado não 
forem unânimes a respeito da qualificação jurídica da conduta, serão 
computados separadamente os votos pela absolvição e os votos 
atribuídos a cada diferente tipo infracional; somente haverá condenação 
se o número de votos atribuídos a um específico tipo infracional for 
superior ao número de votos absolutórios. (AC).
§ 2º Na hipótese condenatória do § 1º, apenas os votos 
atribuídos ao tipo infracional prevalecente serão computados para 
quantificação da pena. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 216
§ 3º Havendo empate na votação para quantificação da 
pena, em virtude da diversidade de votos computáveis, prevalecerão, 
entre os votos empatados, os mais favoráveis ao denunciado. (AC).
§ 4º Quando o tipo infracional prevalecente permitir a 
aplicação simultânea de mais de uma penalidade, far-se-á 
separadamente o cômputo dos votos para aplicação, e, se for o caso, 
quantificação de cada pena específica, aplicando-se o § 3º em caso de 
empate. (AC).
§ 5º Na aplicação deste artigo, considerar-se-á a pena de 
multa mais branda do que a de suspensão. (AC).
Art. 133. Proclamado o resultado do julgamento, a decisão 
produzirá efeitos imediatamente, independentemente de publicação ou 
da presença das partes ou de seus procuradores, desde que 
regularmente intimados para a sessão de julgamento, salvo na hipótese 
dedecisão condenatória, cujos efeitos produzir-se-ão a partir do dia 
seguinte à proclamação. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Parágrafo único. Nenhum ato administrativo poderá afetar as 
decisões proferidas pelos órgãos da Justiça Desportiva. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução CNE nº 13 de 2006)
Art. 133-A. As decisões que contemplem condenações 
definitivas relativas às penas dos arts. 234 a 238 e 243-A, bem como nos 
casos de dopagem, serão encaminhadas pelo Presidente do órgão 
judicante ao Presidente da entidade nacional de administração do 
desporto, a fim de que sejam comunicadas à entidade internacional da 
respectiva modalidade. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 134. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 217
Art. 135. Se até sessenta minutos após a hora marcada 
para o início da sessão não houver auditores em número legal, o 
julgamento do processo será obrigatoriamente adiado para a sessão 
seguinte, desde que requerido pela parte, independentemente de nova 
intimação. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
TÍTULO V
DOS RECURSOS
Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 136. Das decisões dos órgãos judicantes caberá recurso 
nas hipóteses previstas neste Código.
§ 1º As decisões do Tribunal Pleno do STJD são irrecorríveis, 
salvo disposição diversa neste Código ou na regulamentação internacional 
específica da respectiva modalidade. (NR).
§ 2º São igualmente irrecorríveis as decisões dos Tribunais 
de Justiça Desportiva que exclusivamente impuserem multa de até R$ 
1.000,00 (mil reais). (NR).
Art. 137. Os recursos poderão ser interpostos pelo autor, 
pelo réu, por terceiro interveniente, pela Procuradoria e pela entidade de 
administração do desporto. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Parágrafo único. A Procuradoria não poderá desistir do 
recurso por ela interposto. 
Art. 138. O recurso voluntário será protocolado perante o 
órgão judicante que expediu a decisão recorrida, incumbindo ao 
recorrente: (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 218
I - oferecer razões no prazo de três dias, contados da 
proclamação do resultado do julgamento; (AC).
II - indicar o órgão judicante competente para o julgamento 
do recurso; (AC).
III - juntar, no momento do protocolo, a prova do pagamento 
dos emolumentos devidos, sob pena de deserção. (AC).
§ 1º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 3º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 4º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. Se constar da ata de julgamento a 
necessidade de elaboração posterior do acórdão, o prazo estipulado no 
inciso I deste artigo terá sua contagem iniciada no dia posterior ao da 
intimação da parte recorrente para ciência da juntada do acórdão aos 
autos. (AC).
Art. 138-A. Protocolado o recurso, o Presidente do órgão 
judicante que expediu a decisão recorrida encaminhará os autos no prazo 
de três dias à instância superior, sob as penas do art. 223, para o devido 
processamento. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 138-B. Recebidos os autos pela instância superior, onde 
o recurso passará a ter toda a sua tramitação, o Presidente do órgão 
judicante competente para julgá-lo fará análise prévia dos requisitos 
recursais. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 138-C. Se o Presidente do órgão judicante considerar 
presentes os requisitos recursais, sorteará relator, designará sessão de 
julgamento, determinará a intimação e abrirá vista dos autos para as 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 219
partes contrárias e interessados impugnarem o recurso no prazo comum 
de três dias. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Em caso de pedido de efeito suspensivo, os autos serão 
encaminhados ao relator para apreciação; em hipóteses excepcionais, 
dada a urgência, cópia dos autos poderá ser remetida ao relator por fac-
símile, via postal ou correio eletrônico, e o relator poderá apresentar seu 
despacho utilizando os mesmos meios. (Incluído pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
§ 2º A Procuradoria será intimada e terá três dias para emitir 
parecer. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 3º Decorrido o prazo previsto no § 2º, mesmo que a 
Procuradoria não tenha se manifestado, os autos retornarão ao relator. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 139. Em caso de urgência o recurso poderá ser 
interposto por telegrama, fac-símile, via postal ou correio eletrônico, com 
as cautelas devidas, devendo ser comprovada a remessa do original no 
prazo de três dias, sob pena de não ser conhecido. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 140. No recurso voluntário, salvo se interposto pela 
Procuradoria, a penalidade não poderá ser agravada. 
Art. 140 - A. A penalidade poderá ser reformada em 
benefício do réu, total ou parcialmente, ainda que o recurso tenha sido 
exclusivamente interposto pela Procuradoria, por outro réu ou por 
terceiro interveniente. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 141. Passada em julgado a decisão do recurso 
voluntário, a Secretaria, no prazo de dois dias, devolverá o processo ao 
juízo de origem. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 220
Art. 142. O recurso devolve à instância superior o 
conhecimento de toda a matéria discutida no processo, salvo quando só 
tiver por objeto parte da decisão.
Parágrafo único. Qualquer instância superior poderá 
conhecer de parte da decisão que não tenha sido objeto do recurso caso 
seja possível reduzir a penalidade imposta ao infrator, total ou 
parcialmente. (AC).
Capítulo II
(Revogado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução 
CNE nº 13 de 2006).
DO RECURSO NECESSÁRIO
(Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução 
CNE nº 13 de 2006).
Art. 143. (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006).
I (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução 
CNE nº 13 de 2006).
II (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006).
III (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006).
Art. 144. (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006).
Art. 145. (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006).
Capítulo III
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 221
DO RECURSO VOLUNTÁRIO
Art. 146. Ressalvados os casos previstos neste Código, cabe 
recurso voluntário de qualquer decisão dos órgãos da Justiça Desportiva, 
salvo decisões do Tribunal Pleno do STJD, as quais são irrecorríveis, na 
forma do art. 136, § 1º. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Capítulo IV
(Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 147. O recurso voluntário será recebido em seu efeito 
devolutivo. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 147-A. Poderá o relator conceder efeito suspensivo ao 
recurso voluntário, em decisão fundamentada, desde que se convença da 
verossimilhança das alegações do recorrente, quando a simples 
devolução da matéria puder causar prejuízo irreparável ou de difícil 
reparação. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Não se concederá o efeito suspensivo a que se refere 
este artigo quando de sua concessão decorrer grave perigo de 
irreversibilidade. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º A decisão que conceder ou deixarde conceder o efeito 
suspensivo a que se refere este artigo será irrecorrível, mas poderá ser 
revogada ou modificada a qualquer tempo, pelo relator, em decisão 
fundamentada. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 147-B. O recurso voluntário será recebido no efeito 
suspensivo nos seguintes casos: (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 222
I - quando a penalidade imposta pela decisão recorrida 
exceder o número de partidas ou o prazo definidos em lei, e desde que 
requerido pelo punido; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
II - quando houver cominação de pena de multa. (Incluído 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º O efeito suspensivo a que se refere o inciso I apenas 
suspende a eficácia da penalidade naquilo que exceder o número de 
partidas ou o prazo mencionados no inciso I. (Incluído pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
§ 2º O efeito suspensivo a que se refere o inciso II apenas 
suspende a exigibilidade da multa, até o trânsito em julgado da decisão 
condenatória. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 3º O efeito suspensivo a que se refere este artigo aplica-se 
a qualquer recurso voluntário interposto perante qualquer órgão 
judicante da Justiça Desportiva, independentemente da origem da 
decisão recorrida. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 148. Os recursos serão julgados pela instância superior, 
de acordo com a competência fixada neste Código.
Art. 149. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 150. Em instância recursal não será admitida a 
produção de novas provas. (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 
e Resolução nº 13 de 2006)
Parágrafo único. Excepcionalmente, a critério do relator, será 
admitida durante a sessão de julgamento a re-exibição de provas, 
especialmente a cinematográfica, bem como a retomada de depoimentos, 
caso este não tenha sido reduzido a termo. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 223
Art. 151. A Secretaria dará ciência aos interessados ou a 
seus defensores e à Procuradoria, com a antecedência mínima de dois 
dias, da inclusão do processo na pauta do julgamento.
Art. 152. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Capítulo IV
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 152-A. Cabem embargos de declaração quando: 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
I - houver, na decisão, obscuridade ou contradição; (Incluído 
pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o 
órgão judicante. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Os embargos serão opostos, no prazo de dois dias, em 
petição dirigida ao relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório 
ou omisso, não estando sujeitos a preparo; aplica-se aos embargos de 
declaração o disposto no art. 138, parágrafo único. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º O relator julgará monocraticamente os embargos de 
declaração, no prazo de dois dias. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 3º Em casos excepcionais, o relator poderá remeter os 
embargos a julgamento colegiado, apresentando-os em mesa na sessão 
subsequente à oposição, quando considerar relevantes as alegações do 
embargante. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 4º Quando o relator entender que os embargos de 
declaração mereçam ser providos com efeitos infringentes, deverá 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 224
remetê-los a julgamento colegiado, na forma do § 3º. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 5º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a 
interposição de outros recursos, por qualquer das partes ou interessados. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 6º Sendo considerados manifestamente protelatórios os 
embargos de declaração, o relator poderá aplicar multa pecuniária ao 
embargante, que não poderá ser inferior ao valor da menor pena 
pecuniária constante deste Código. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
LIVRO II
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 153. É punível toda infração disciplinar tipificada no 
presente Código.
Art. 154. Ninguém será punido por fato que lei posterior 
deixe de considerar infração disciplinar, cessando, em virtude dela, a 
execução e os efeitos da punição.
Parágrafo único. A lei posterior que de outro modo favoreça 
o infrator aplica-se ao fato não definitivamente julgado. 
Art. 155. Considera-se praticada a infração no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
TÍTULO II
DA INFRAÇÃO
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 225
Art. 156. Infração disciplinar, para os efeitos deste Código, é 
toda ação ou omissão antidesportiva, típica e culpável.
Parágrafo único – (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º A omissão é juridicamente relevante quando o omitente 
deveria e poderia agir para evitar o resultado. (AC).
§ 2º O dever de agir incumbe precipuamente a quem: (AC).
I - tenha, por ofício, a obrigação de velar pela disciplina ou 
coibir a prática de violência ou animosidade; (NR).
II - com seu comportamento anterior, tenha criado o risco da 
ocorrência do resultado.
Art. 157. Diz-se a infração:
I - consumada, quando nela se reúnem todos os elementos 
de sua definição; 
II – tentada, quando, iniciada a execução, não se consuma 
por circunstâncias alheias à vontade do agente.
III - dolosa, quando o agente quis o resultado ou assumiu o 
risco de produzi-lo;
IV - culposa, quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia.
§ 1º Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com 
a pena correspondente à infração consumada, reduzida da metade.
§ 2º Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta 
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se a infração.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 226
§ 3º O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se a infração não 
chega, pelo menos, a ser tentada. (AC).
Art. 158. O agente que, voluntariamente, desiste de 
prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só 
responde pelos atos já praticados.
Art. 159. O erro quanto à pessoa contra a qual a infração é 
praticada não isenta o agente de pena.
Art. 160. Se a infração é cometida em obediência à ordem 
de superior hierárquico, não manifestamente ilegal, ou sob coação 
comprovadamente irresistível, só é punível o autor da ordem ou da 
coação.
Art. 161. Não há infração quando as circunstâncias que 
incidem sobre o fato são de tal ordem que impeçam que do agente se 
possa exigir conduta diversa. 
Art. 161-A. A responsabilidade das pessoas jurídicas não 
exclui a das pessoas naturais, autoras, co-autoras ou partícipes do 
mesmo fato. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único. A pessoa natural responsável pela infração 
cometida por pessoa jurídica será considerada co-autora. (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
TÍTULO III
D A R E S P O N S A B I L I Z A Ç Ã O P E L A A T I T U D E 
ANTIDESPORTIVA PRATICADA POR MENORES DE QUATORZE 
ANOS
Art. 162. Os menores de quatorze anos são considerados 
desportivamente inimputáveis, ficando sujeitos à orientação de caráter 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 227
pedagógico. (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução nº 
13 de 2006)
Parágrafo único. Nos casos de reincidência da prática de 
infrações disciplinares previstas neste Código por menores de quatorze 
anos, responderáo seu técnico ou representante legal na respectiva 
competição, caso não tenham sido adotadas as medidas cabíveis para 
orientar e inibir novas infrações. (NR).
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 163. Quem, de qualquer modo, concorre para a 
infração incide nas penas a esta cominadas, na medida de sua 
participação. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena 
pode ser diminuída de um sexto a um terço. (AC).
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de infração 
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena desta. (AC).
§ 3º A pena a que se refere o § 2º será aumentada até 
metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (AC).
TÍTULO V
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Art. 164. Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte da pessoa natural infratora; (NR).
II - pela extinção da pessoa jurídica infratora; (NR).
III - pela retroatividade da norma que não mais considera o 
fato como infração; (NR).
IV - pela prescrição. (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 228
V – pela reabilitação. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
Art. 165. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 165-A. Prescreve:
§ 1º Em trinta dias, a pretensão punitiva disciplinar da 
Procuradoria relativa às infrações previstas nos arts. 250 a 258-D. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º Em sessenta dias, a pretensão punitiva disciplinar da 
Procuradoria, quando este Código não lhe haja fixado outro prazo. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 3º Em dois anos, a pretensão ao cumprimento das 
sanções, contados do trânsito em julgado da decisão condenatória. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 4º Em oito anos, a pretensão punitiva disciplinar relativa a 
infrações por dopagem, salvo disposição diversa na legislação 
internacional sobre a matéria. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 5º Em vinte anos, a pretensão punitiva disciplinar relativa 
às infrações dos arts. 237 e 238. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 6º A pretensão punitiva disciplinar conta-se: (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
a) do dia em que a infração se consumou; (Incluído pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
b) do dia em que cessou a atividade infracional, no caso de 
tentativa; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 229
c) do dia em que cessou a permanência ou continuidade, nos 
casos de infrações permanentes ou continuadas; (Incluído pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
d) do dia em que o fato se tornou conhecido pela 
Procuradoria, nos casos em que a infração, por sua natureza, só puder 
ser conhecida em momento posterior àqueles mencionados nas alíneas 
anteriores, como nos casos de falsidade. (Incluído pela Resolução CNE nº 
29 de 2009).
Art. 165-B. Não haverá, em nenhuma hipótese, prescrição 
intercorrente. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 166. (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006.)
Art. 167. (Revogado pelas Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006.)
Art. 168. Interrompe-se a prescrição:
I - pela instauração de inquérito; (Alterado pela Resolução 
CNE nº 11 de 2006 e Resolução nº 13 de 2006)
II - pelo recebimento da denúncia; (NR).
III (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
IV (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
V (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 169. A prescrição interrompida recomeça a correr do 
último ato do processo que a interrompeu. (Redação dada pela Resolução 
CNE nº 29 de 2009).
Art. 169-A. Os prazos de prescrição ou decadência previstos 
neste Código ficarão suspensos durante período de recesso do órgão 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 230
judicante; suspensa a prescrição, o prazo remanescente será contado a 
partir do término do período de suspensão. (Incluído pela Resolução CNE 
nº 29 de 2009).
Art. 169-B. Os direitos relacionados às provas, torneios e 
campeonatos, salvo os vinculados a infrações disciplinares e aqueles que 
tenham prazo diverso estipulado por este Código, estão sujeitos à 
decadência caso não sejam exercidos durante a respectiva fase da 
competição. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
TÍTULO VI
DAS PENALIDADES
Capítulo I
DAS ESPÉCIES DE PENALIDADES
Art. 170. Às infrações disciplinares previstas neste Código 
correspondem as seguintes penas:
I - advertência;
II - multa;
III - suspensão por partida;
IV - suspensão por prazo;
V - perda de pontos;
VI - interdição de praça de desportos;
VII - perda de mando de campo;
VIII - indenização;
IX - eliminação;
X - perda de renda;
XI - exclusão de campeonato ou torneio.
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 231
§ 1º As penas disciplinares não serão aplicadas a menores de 
quatorze anos.
§ 2º As penas pecuniárias não serão aplicadas a atletas de 
prática não-profissional.
§ 3º Atleta não-profissional é aquele definido nos termos da 
lei.
§ 4º As penas de eliminação não serão aplicadas a pessoas 
jurídicas. (AC).
§ 5º A pena de advertência somente poderá ser aplicada 
uma vez a cada seis meses ao mesmo infrator, quando prevista no 
respectivo tipo infracional. (AC).
Art. 171. A suspensão por partida, prova ou equivalente 
será cumprida na mesma competição, torneio ou campeonato em que se 
verificou a infração.
§ 1º Quando a suspensão não puder ser cumprida na mesma 
competição, campeonato ou torneio em que se verificou a infração, 
deverá ser cumprida na partida, prova ou equivalente subsequente de 
competição, campeonato ou torneio realizado pela mesma entidade de 
administração ou, desde que requerido pelo punido e a critério do 
Presidente do órgão judicante, na forma de medida de interesse social. 
(NR).
§ 2º Quando resultante de infração praticada em partida 
amistosa, a suspensão será cumprida em partida da mesma natureza ou 
executada na forma de medida de interesse social.
§ 3º A suspensão a que se refere este artigo não excederá a 
vinte e quatro partidas, provas ou equivalentes, exceto nas hipóteses 
relativas a infrações por dopagem. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 232
§ 4º O cômputo das partidas, provas ou equivalentes ficará 
suspenso a partir do momento em que o infrator punido transferir-se para 
o exterior, voltando a computar-se a partir do seu retorno, desde que não 
tenha se consolidado a prescrição do art. 165-A, § 2º. (AC).
Art. 172. A suspensão por prazo priva o punido de participar 
de quaisquer competições promovidas pelas entidades de administração 
na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a recintos reservados 
de praças de desportos durante a realização das partidas, provas ou 
equivalentes, de praticar atos oficiais referentes à respectiva modalidade 
desportiva e de exercer qualquer cargo ou função em poderes de 
entidades de administração do desporto da modalidade e na Justiça 
Desportiva. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
§ 1º A critério e na forma estabelecida pelo Presidente do 
órgão judicante, e desde que requerido pelo punido após o trânsito em 
julgado da decisão condenatória, até metade da pena de suspensão por 
prazo poderá ser cumprida mediante a execução de atividades de 
interesse público, nos campos da assistência social, desporto, cultura, 
educação, saúde, voluntariado, além da defesa, preservação e 
conservação do meio ambiente. (AC).
§ 2º A suspensão a que se refere este artigo não excederáa 
setecentos e vinte dias, exceto nas hipóteses relativas a infrações por 
dopagem. (AC).
§ 3º O cômputo do prazo ficará suspenso a partir do 
momento em que o infrator punido transferir-se para o exterior, voltando 
a computar-se a partir do seu retorno, desde que não tenha se 
consolidado a prescrição do art. 165-A, § 2º. (AC).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 233
§ 4º O cômputo do período de execução da suspensão por 
prazo poderá ser suspenso pelo Presidente do órgão judicante nos 
períodos em que não se celebram competições. (AC).
Art. 173. (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Art. 174. A interdição de praça de desportos impede que 
nela se realize qualquer partida da respectiva modalidade, até que sejam 
cumpridas as exigências impostas na decisão, a critério do órgão 
judicante. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 175. A entidade de prática punida com a perda de 
mando de campo fica obrigada a disputar suas partidas, provas ou 
equivalentes, na mesma competição em que ocorreu a infração. 
§ 1º Quando a perda de mando de campo não puder ser 
cumprida na mesma competição, deverá ser cumprida em competição 
subsequente da mesma natureza, independentemente da forma de 
disputa. (NR).
§ 2º A forma de cumprimento da pena de perda de mando 
de campo, imposta pela Justiça Desportiva, é de competência e 
responsabilidade exclusivas da entidade organizadora da competição, 
torneio ou equivalente, devendo constar, prévia e obrigatoriamente, no 
respectivo regulamento. (Incluído pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução CNE nº 13 de 2006)
Art. 176 (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 234
Art. 176-A. Os prazos e condições para cumprimento da 
pena de multa serão definidos pelo Presidente do Tribunal (STJD ou TJD). 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 1º O recolhimento das penas pecuniárias deverá ser 
efetuado à Tesouraria da entidade de administração do desporto que 
tenha a abrangência territorial correspondente à jurisdição desportiva do 
Tribunal (STJD ou TJD), devendo a parte comprová-lo nos autos. 
(Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
§ 2º A critério e na forma estabelecida pelo Presidente do 
Tribunal (STJD ou TJD) e desde que requerido pelo punido, até metade 
da pena pecuniária imposta poderá ser cumprida por meio de medida de 
interesse social, que, entre outros meios legítimos, poderá consistir na 
prestação de serviços comunitários. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
§ 3º Faculta-se ao Presidente do órgão judicante (STJD ou 
TJD), de ofício ou a requerimento do punido, a concessão de 
parcelamento das penas pecuniárias. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
§ 4º As entidades de prática desportiva são solidariamente 
responsáveis pelas penas pecuniárias impostas àquelas pessoas naturais 
que, no momento da infração, sejam seus atletas, dirigentes, 
administradores, treinadores, empregados, médicos, membros de 
comissão técnica ou quaisquer outras pessoas naturais que lhes sejam 
direta ou indiretamente vinculadas. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 
de 2009).
§ 5º A solidariedade estabelecida pelo § 4º não se afasta no 
caso de o infrator desligar-se da entidade de prática desportiva, e não se 
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 235
transmite à nova entidade de prática desportiva à qual o infrator venha a 
se vincular. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 177. A pena de eliminação priva o punido de qualquer 
atividade desportiva na respectiva modalidade, em todo o território 
nacional. 
Capítulo II
DA APLICAÇÃO DA PENALIDADE
Art. 178. O órgão judicante, na fixação das penalidades 
entre limites mínimos e máximos, levará em conta a gravidade da 
infração, a sua maior ou menor extensão, os meios empregados, os 
motivos determinantes, os antecedentes desportivos do infrator e as 
circunstâncias agravantes e atenuantes.
Art. 179. São circunstâncias que agravam a penalidade a ser 
aplicada, quando não constituem ou qualificam a infração:
I - ter sido praticada com o concurso de outrem;
II - ter sido praticada com o uso de instrumento ou objeto 
lesivo;
III - ter o infrator, de qualquer modo, concorrido para a 
prática de infração mais grave;
IV - ter causado prejuízo patrimonial ou financeiro;
V - ser o infrator membro ou auxiliar da justiça desportiva, 
membro ou representante da entidade de prática desportiva; (NR).
VI - ser o infrator reincidente.
§ 1º Verifica-se a reincidência quando o infrator comete nova 
infração depois de transitar em julgado a decisão que o haja punido 
anteriormente, ainda que as infrações tenham natureza diversa. (NR).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 236
§ 2º Para efeito de reincidência, não prevalece a condenação 
anterior se, entre a data do cumprimento ou execução da pena e a 
infração posterior, tiver decorrido período de tempo superior a um ano. 
(Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução nº 13 de 2006)
Art. 180. São circunstâncias que atenuam a penalidade:
I - ser o infrator menor de dezoito anos, na data da infração;
II (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
III (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
IV - não ter o infrator sofrido qualquer punição nos doze 
meses imediatamente anteriores à data do julgamento; (Alterado pela 
Resolução CNE nº 11 de 2006 e Resolução nº 13 de 2006)
V - ter sido a infração cometida em desafronta a grave 
ofensa moral;
VI - ter o infrator confessado infração atribuída a outrem. 
Art. 181. No caso de agravantes e atenuantes, a pena deve 
aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, 
observados os critérios fixados no art. 178. (Redação dada pela 
Resolução CNE nº 29 de 2009).
Art. 182. As penas previstas neste Código serão reduzidas 
pela metade quando a infração for cometida por atleta não-profissional 
ou por entidade partícipe de competição que congregue exclusivamente 
atletas não-profissionais. (Alterado pela Resolução CNE nº 11 de 2006 e 
Resolução nº 13 de 2006)
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Direito & Justiça Desportiva Vol.1 [Paulo M. Schmitt] 237
§ 1º Se a diminuição da pena resultar em número 
fracionado, aplicar-se-á o número inteiro imediatamente inferior, mesmo 
se inferior à pena mínima prevista no dispositivo infringido; se o número 
fracionado for inferior a um, o infrator sofrerá a pena de uma partida, 
prova ou equivalente. (AC).
§ 2º A redução a que se refere este artigo também se aplica 
a qualquer pessoa natural que cometer infração relativa a competição 
que congregue exclusivamente atletas não-profissionais, como, entre 
outras, membros de comissão técnica, dirigentes e árbitros(AC).
§ 3º O infrator não terá direito à redução a que se refere 
este artigo quando reincidente e a infração for de extrema gravidade. 
(AC).
Art. 182-A. Além dos elementos de dosimetria previstos 
neste Capítulo, a fixação das penas pecuniárias levará obrigatoriamente 
em consideração a capacidade econômico-financeira do infrator ou da 
entidade de prática desportiva. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 
2009).
Art. 183. Quando o agente, mediante uma única ação, 
pratica duas ou mais infrações, a de pena maior absorve a de pena 
menor.
Art. 184. Quando o agente mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica duas ou mais infrações, aplicam-se cumulativamente as 
penas.

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