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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ CAMPUS ALTO PARAOPEBA MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES Projeto e Desenvolvimento de Antena Multibandas e Dispositivos Microeletrônicos Integrados de Recepção para Futura Telefonia 5G Winner Humberto Vieira Martins Congonhas, Junho de 2014 Winner Humberto Vieira Martins Projeto e Desenvolvimento de Antena Multibandas e Dispositivos Microeletrônicos Integrados de Recepção para Futura Telefonia 5G Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal de São João Del-Rei como parte dos requisitos para a obtenção do Grau de Engenheiro de Telecomunicações Orientador: Prof. Dr.Humberto Xavier de Araújo Congonhas, Junho de 2014 i SUMÁRIO AGRADECIMENTOS .................................................................................................................ii LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. iii LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. v LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................... vi RESUMO .................................................................................................................................... vii ABSTRACT ............................................................................................................................... viii INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1 ANTENA MULTIBANDAS ....................................................................................................... 3 FRONT-END DE RECEPÇÃO MICROELETRÔNICO ..................................................... 13 Amplificador de Baixo Ruído ............................................................................................... 14 Misturador de RF .................................................................................................................. 23 Oscilador Regulado por Tensão ........................................................................................... 30 CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 32 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................... 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 34 ii AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado tudo o que eu precisava para alcançar essa conquista, aos meus pais Walmir e Rosane por terem me proporcionado as condições ideais e necessárias para que eu pudesse conquistar mais essa vitória em minha vida, ao meu irmão Wiclef que mesmo estando longe manda positividade e apoia no que preciso, a todos os familiares que apoiaram essa trajetória, à Tayná pelo apoio e compreensão nos momentos que difíceis que passei na universidade nesta reta final do curso, na fase graduação/estágio, agradeço aos professores do CAP que contribuíram para minha formação, aos orientadores de projetos que participei Paulo Tibúrcio Pereira (TCIC), Marcelo Martins de Oliveira (IC). Em especial ao Professor Doutor Humberto Xavier de Araújo (TCC), por ter mostrado um lado muito interessante e legal da engenharia de telecomunicações e ter mostrado também que não há limites quando se deseja alcançar algo, agradeço também as amizades que fiz durante o curso e ao pessoal de Telecom, aos amigos que fiz durante meu estágio na Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil, em especial, Diego Silva Melo, Luciano Júnior de Souza e Raphael Muniz da Silva. Enfim, agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para que eu pudesse chegar até aqui. iii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Esquema básico de uma antena microfita ......................................................... 6 Figura 2: Resultado da simulação antena com as características citadas acima. .............. 7 Figura 3: Dimensões da antena multibandas .................................................................... 8 Figura 4: Resultados da simulação da antena multibandas ............................................. 10 Figura 5: Diagrama de radiação para 1575 MHz (GPS) ................................................. 11 Figura 6: Diagrama de radiação para 1800 MHz (GSM) ............................................... 11 Figura 7: Diagrama de radiação para 2100 MHz (3G) ................................................... 11 Figura 8: Diagrama de radiação para 2.6 GHz (4G Brasileiro) ...................................... 11 Figura 9: Diagrama de radiação para 2.4 GHz (WLAN) ................................................ 11 Figura 10: Diagrama de radiação para 26 GHz (5G) ...................................................... 11 Figura 11: Diagrama em blocos do sistema de recepção demultiplexado. ..................... 13 Figura 12: Representação de cada bloco do Front-End. ................................................. 14 Figura 13: LNA Cascode. ................................................................................................ 14 Figura 14: Partes do LNA ................................................................................................ 15 Figura 15: Resultados obtidos para o LNA do GPS ........................................................ 19 Figura 16: Resultados obtidos para o LNA do GSM ....................................................... 20 Figura 17: Resultados obtidos para o LNA do 3G .......................................................... 21 Figura 18: Resultados obtidos para o LNA do WLAN de 2.4 GHz ................................. 21 Figura 19: Resultados obtidos para o LNA do 4G Brasileiro .......................................... 22 Figura 20: Célula de Gilbert. .......................................................................................... 24 Figura 21: Resultados obtidos para o mixer do GPS ...................................................... 26 Figura 22: Resultados obtidos para o mixer do GSM ..................................................... 27 Figura 23: Resultados obtidos para o mixer do 3G ......................................................... 27 Figura 24: Resultados obtidos para o mixer da WLAN de 2.4 GHz ................................ 28 iv Figura 25: Resultados obtidos para o mixer do 4G Brasileiro ........................................ 29 Figura 26: Circuito de um oscilador local ...................................................................... 31 v LISTA DE TABELAS Tabela I – Valores calculados para uma antena retangular típica ..................................... 7 Tabela II – Frequência e funções que a antena deve atender. ........................................... 9 Tabela III – Valores obtidos na simulação do parâmetro S11 e VSWR. .......................... 12 Tabela IV – Valores obtidos na simulação dos diagramas de radiação do plano E. ...... 12 Tabela V – Valoresobtidos na simulação dos diagramas de radiação do plano H. ....... 12 Tabela VI – Parâmetros de fabricação da foundry. ......................................................... 16 Tabela VII – Valores calculados para largura do canal. ................................................. 16 Tabela VIII – Valores das Capacitâncias entre porta e fonte. ........................................ 17 Tabela IX – Valores das transcondutâncias. ................................................................... 17 Tabela X – Valores das correntes de dreno. ................................................................... 18 Tabela XI – Valores das somas dos indutores de porta e fonte. ..................................... 18 Tabela XII – Resultados do LNA. ................................................................................... 22 Tabela XIII – Resultados do Misturador de RF. ............................................................. 29 vi LISTA DE ABREVIATURAS 3G - Sistemas móveis de terceira geração 4G - Sistemas móveis de quarta geração 5G - Sistemas móveis de quinta geração ADS - Advanced Design System (Agilent Technologies) AMS - AustriaMicroSystems CAD - Computer Aided Design CST - Computer Simulation Technology DC - Direct Current DEMUX - Demultiplexador DSB - Double Side Band FCC - Federal Communications Commission GPS - Global Positioning System GSM - Global System for Mobile Communication IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers IF - Intermediate Frequency IIP3 - Input Third-Order Interception Point MOS - Metal Oxide Semiconductor OIP3 - Output Third-Order Interception Point PA - Power Amplifier RF - Rádio-Frequência SNR - Signal-to-Noise Ratio SSB - Single Side Band TBJ - Transistor Bipolar de Junção UWB - Ultra-Wide Band VSWR - Voltage Standing Wave Ratio WLAN - Wireless Local Area Network vii RESUMO O presente trabalho aborda o desenvolvimento de uma antena de microfita capaz de operar na futura geração de telefonia móvel 5G e também dos outros recursos desejados em um smartphone como: GPS, WLAN’s, 3G, 4G e GSM. Aborda ainda o projeto do front-end de recepção para a mesma, de forma que o sinal proveniente da antena será demultiplexado. O front-end é o bloco microeletrônico, normalmente construído com transistores, indutores e capacitores, responsável pela recepção e tratamento de um sinal recebido. Em linhas gerais, o front-end é formado, basicamente, por quatro estágios: o LNA (Low Noise Amplifier – Amplificador de baixo Ruído), que amplifica o sinal RF vindo da antena inserindo o mínimo de ruído; o Misturador de RF (Mixer), recebe os sinais vindos do LNA e do oscilador local e faz o translado em frequência; Oscilador Local, que gera o sinal da portadora que irá fazer o translado no mixer e PA (Power Amplifier), que é responsável por amplificar sinais em alta frequência, e irá amplificar o sinal da saída do mixer. O tipo de antena utilizado neste trabalho se trata de uma antena de microfita, a escolha se deu devido ao fato de, além de ser compacta, apresentar um baixo custo e bom controle de radiação. É o tipo de antena mais utilizado em aparelhos móveis na atualidade ainda que tenham surgido na metade da década de setenta. Antenas deste tipo utilizam os processos de fabricação de circuitos impressos, é construída em uma placa constituída por três camadas um elemento radiante, substrato e plano terra. As formas assumidas pelo plano terra e pelo elemento radiante da antena são responsáveis pelas características de radiação da mesma. As simulações da antena foram realizadas através do software CST Microwave Studio. Os estágios iniciais do front-end de recepção, amplificador de baixo ruído e misturador de RF, foram projetados utilizando a tecnologia de fabricação da foundry AMS e as topologias utilizadas para o LNA foi o LNA cascode com degeneração indutiva e para o Mixer a célula de Gilbert modificada. Para cada frequência proposta são mostrados os resultados da antena e dos circuitos integrados do front-end, de forma a comprovar a viabilidade do estudo em questão. viii ABSTRACT This paper shows the development of a microstrip antenna capable of operating in future generation mobile phone 5G and also other desired resources on a smartphone, such as GPS, WLAN's, 3G, 4G and GSM. It also shows the design of the receiver front- end for this antenna. The signal from the antenna will be demultiplexed. The front-end is the microelectronic block usually built with transistors, inductors and capacitors, responsible for receiving and processing the received signal. In general, the front-end is formed basically by four stages: the LNA (Low Noise Amplifier), which amplifies the RF signal from the antenna inserting minimal noise; the RF mixer that receives the signals from the LNA and the local oscillator to do the signal transfer; local oscillator that generates the carrier signal that will do the transfer in the mixer and PA (Power Amplifier), which is responsible for amplifying signals at high frequency, and will amplify the signal from the output of the mixer. The type of antenna used in this project is a microstrip antenna, the choice of this type of antenna is due to the fact that, besides being compact, it presents a low-cost, good control of radiation and is the type of antenna used in most mobile devices nowadays. Antennas of this type use printed circuit board processes of manufacturing and is constructed on a plate consisted of three layers radiant element, substrate and ground plane, forms assumed by the ground plane and the radiating element of the antenna are responsible for the radiation characteristics of the same. The antenna simulations were performed using CST Microwave Studio software. The early stages of the reception front-end, low noise amplifier and RF mixer, were designed using the manufacturing technology of foundry AMS. The topologies used for the LNA was the cascode with inductive degeneration and for Mixer the modified Gilbert Cell. For each proposed frequency are shown the results of the antenna and the front-end integrated circuits in order to prove the feasibility of the study. 1 INTRODUÇÃO No cenário da telefonia móvel atual deseja-se que um smartphone possua vários recursos móveis da atualidade como wi-fi, internet móvel de alta velocidade (3G e 4G) e GPS, além de outras facilidades já conhecidas e amplamente utilizadas, como bluetooth, roteamento de internet móvel e TV digital. É desejado que, hoje, no mundo se alcance velocidades cada vez maiores para que possam ser realizadas chamadas de vídeo em tempo real com alta qualidade, assistir vídeos em TV online com alta qualidade, compartilhamento de mídias em redes sociais e acesso à internet móvel rápida em todos os lugares. Para que isso ocorra, é necessário que se tenham velocidades de internet fornecidas por empresas de telefonia fixa ou móvel cada vez maiores, contribuindo mesmo que de forma indireta para uma certa tendência onde as telas dos aparelhos também aumentem para que possa ser melhor a experiência do usuário em utilizar os recursos de mídia em seus smartphones com tela de alta resolução [1]. Porém em contrapartida ao aumento da dimensão da tela dos aparelhos há também a diminuição de sua espessura. Deseja-se que os aparelhos sejam cada vez mais finos, para que a discrição seja balanceada devido ao tamanho da tela. Sendo assim, para que um smartphone se torne cada vez mais compacto, torna-se necessária a diminuição dos componentes internos, como a fabricação de circuitos integrados em escalasnanométricas e também de antenas impressas que possuem espessura extremamente pequena. A necessidade de velocidades cada vez maiores de internet móvel devido aos fatores citados anteriormente e a tendência que a rede de telefonia móvel assume de ficar baseada em internet faz com que as mesmas estejam em constante desenvolvimento. A tecnologia 4G, que pode alcançar velocidades previstas de 2 Mbps a 1 Gbps [2], é a geração de telefonia móvel mais atual e ainda não está completamente implantada no Brasi. Em contrapartida, estudos ao redor do mundo, já começaram a desenvolver a quinta geração de comunicação móvel (5G), de forma que tais estudos propõem uma comunicação que pretende alcançar altas taxas (acima de 1 Gbps) e utilizará faixas de frequência do espectro eletromagnético acima dos 25 GHz [2,3]. A quinta geração já teve o início de sua fase experimental com os testes sendo feitos na Coréia do Sul. Com isso, estima-se que entre 2015 e 2016 haja um padrão definitivo para a tecnologia, com versões de testes realizados em 2017 e o início de seu uso comercial no fim de 2020. Os investimentos no desenvolvimento desta nova tecnologia apenas na Coréia do Sul são em torno de US$ 1,5 bilhão. Ainda não há uma padronização de qual frequência será utilizada 2 pela mesma, ao certo a princípio ela está sendo desenvolvida para operar na faixa das ondas milimétricas, ou seja, uma faixa de frequências entre 3 e 300 GHz. Alguns testes já realizados na Coréia do Sul mostram a intenção de se utilizar a frequência central de 26 GHz ou 28 GHz [4]. No Brasil, como pode-se observar no documento “Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequência no Brasil” [5], disponibilizado no site da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que a faixa de frequência entre 25 e 28 GHz é atribuída à Telefonia Fixa Comutada (STFC) e Comunicação Multimídia (SCM), não tendo nenhuma aplicação móvel em uso [5]. Por outro lado, tecnologia 5G não está limitada a 28 GHz [6], segundo engenheiros da Samsung, podendo-se utilizar maiores frequências, uma vez que ainda não há uma padronização. Vale ressaltar que, para frequências muito altas obtém-se alta atenuação de percurso, o que, obviamente, irá levar a ter-se um maior número de antenas distribuídas em uma cidade grande, por exemplo e, consequentemente, diminuição do tamanho das células. O presente trabalho propõe na seção “Antena Multibandas” o desenvolvimento de uma antena de microfita que opere em todas as frequências dos recursos disponíveis em um smartphone, como, por exemplo, GSM, que tem frequências de operação de 900/1800/1900/2100 MHz, GPS, que tem frequência de uso civil de 1575 MHz, 3G, que tem frequência semelhante ao do GSM na banda de 2100 MHz, WLAN’s, que utiliza a frequência central de 2,4 GHz nesta frequência estão englobados os bluetooth e a internet wi-fi, 4G brasileiro, que trabalha na frequência central de 2,6 GHz e o 5G, que, a princípio, será utilizada como base a frequência de 26 GHz. Não são levadas em conta as WLAN’s de 5 GHz devido ao alto custo dos equipamentos que as roteiam, o que a torna por enquanto não muito acessível ao uso doméstico. Na seção “Front-End de Recepção Microeletrônico”, devido ao curto espaço de tempo, é proposto o projeto de apenas dois estágios de um front-end de recepção para cada frequência da antena (LNA e Mixer), com exceção da frequência do 5G. Por se tratar de uma tecnologia muito recente e que utiliza frequência muito alta, não foi possível o acesso a suas ferramentas para simulação. Não foi possível o acesso aos parâmetros de fabricação da foundry que produz circuitos integrados que trabalham em frequências altas como a do 5G. Este front-end se trata da outra fase de recepção composta por dispositivos ativos, que consiste em um conjunto de blocos microeletrônicos. O front-end é composto por quatro blocos básicos que compõem o estágio de recepção, são eles: o LNA (Low Noise Amplifier), que é responsável por amplificar o sinal vindo da antena inserindo (ou amplificando) o mínimo de ruído, o Mixer que é 3 responsável por fazer o translado em frequência do sinal vindo do LNA com a frequência do oscilador local, oscilador local responsável por gerar o sinal da portadora que será utilizado para transladar a frequência do sinal RF vindo do LNA, e o PA (Power Amplifier) que amplifica o sinal, mas desta vez sem se preocupar em inserir ruído. É proposta também uma topologia para o oscilador local controlado por tensão LC CMOS, porém o mesmo não será simulado devido ao curto espaço de tempo. ANTENA MULTIBANDAS Uma antena é definida genericamente como um dispositivo metálico (na forma de uma haste ou arame) para irradiar ou receber ondas de rádio. O padrão do IEEE para antenas (IEEE Standard 145-1983) define antena como um meio para irradiar ou receber ondas de rádio, ou seja, o meio de transição entre o espaço livre e o guia de onda. Uma antena ideal é aquela que vai irradiar toda a potência entregue a ela nas direções desejadas, alguns parâmetros podem ser alterados para que se aproxime o máximo possível da antena ideal [7]. Existem diversos tipos de antenas cada qual com sua aplicabilidade. São elas: Antena filamentar, que é o tipo de antena mais conhecido, consiste basicamente em simples fio ligado a uma fonte (dipolo); Antenas de abertura, são bastante comuns atualmente, utilizam altas faixas de frequência para transmissão de dados; Antenas de microfita que são antenas constituídas basicamente por três camadas, uma de metal, uma de substrato e outra de metal; Array de antenas, que são utilizados quando as características de radiação desejadas não são alcançadas utilizando apenas um elemento Antenas refletoras, um tipo comum dessa antena é o refletor parabólico e o podem ter dimensões muito grandes com diâmetros em torno de trezentos metros e essa dimensão muito grande é responsável por obter ganhos muito elevados. O tipo de antena escolhido para ser utilizada no smartphone foi um tipo de antena que apresenta a menor espessura que é a antena de microfita. Primeiramente, este tipo de antena era utilizado em aplicações espaciais na década de 70 (embora sua ideia tenha surgido na década de 50) o que as tornou muito popular neste âmbito na época. Nos dias atuais é usado largamente 4 em aplicações comerciais civis, principalmente em dispositivos móveis (celulares e smartphones, por exemplo). Este tipo de antena é basicamente formado por três camadas: Uma metálica que é o elemento radiante da antena; Uma camada de substrato; Outra camada metálica que é o plano terra. O elemento radiante e o plano terra da antena podem assumir diversas formas diferentes, essas formas farão com que a antena tenha comportamentos diferentes para cada frequência. As formas circulares e retangulares deste tipo de antena são os mais utilizados devido à sua facilidade de projeto, desenvolvimento e fabricação, também apresenta características de radiação atraentes e baixa polarização cruzada. Estas antenas são antenas de baixo perfil (extremamente finas) o que faz com que elas se adaptem bem a superfícies tanto planas quanto irregulares e as tornem mecanicamente robusta se montadas em superfícies rígidas [8]. Para a aplicação desejada no projeto deve-se explorar a capacidade das antenas de microfitas de se comportarem como uma antena multibandas ou UWB (Ultra Wide Band, Banda Ultra Larga). Antenas multibanda em um sistema de comunicações móveis são definidas como antenas que operam em várias bandas de frequência distintas. Já a característica de banda ultra larga é definida pelo nome técnico 802.15.3 da IEEE, consistequalquer tecnologia de rádio sem fio que utilize uma largura de banda maior que 500 MHz ou largura maior do que 25 por cento da frequência central, de acordo com a FCC (Federal Communications Commission – Comissão Federal das Comunicações) dos Estados Unidos [9]. Como já foi dito anteriormente o tipo de antena escolhido foi a antena de microfita, o formato utilizado é o retangular modificada [10], tal antena é construída com base em uma antena retangular onde são inseridas, no formato retangular da antena, diversas modificações de maneira a se alcançar o resultado desejado através de otimizações na simulação feita utilizando a antena. A antena de microfita possui diversas vantagens, em contrapartida também apresenta algumas desvantagens, sendo as principais vantagens citadas a seguir: As antenas são leves; Possuem um pequeno volume; Tem uma espessura muito pequena; Podem ser dimensionadas conforme a superfície que as vai receber; 5 Uma vez que utilizam a técnica de circuito impresso para a sua fabricação isso a torna barata assim como o seu custo de fabricação em massa; Permitem a polarização tanto linear quanto circular; Excelente para comunicação móvel, devido aos motivos citados na primeira vantagem; Permitem operações em multibandas. E as principais desvantagens em relação aos outros tipos de antenas que trabalham na faixa de micro-ondas são citadas a seguir: Largura de banda estreita; Baixo ganho; Difícil manipulação uma vez montadas. Para um primeiro contato com este tipo de antena foram utilizadas as equações base da teoria das antenas de microfita para se projetar uma antena retangular tal como a Figura 1, que apresentasse ressonância apenas na frequência de operação da futura geração da telefonia celular (5G) que é de 26 GHz. Utilizada esta antena também para se fazer uma familiarização e um primeiro contato com o software de simulação (CST Microwave Studio). As dimensões da antena podem ser obtidas pelas equações que serão mostradas posteriormente. Existem diversos substratos que podem ser utilizados no projeto de antenas de microfita. Em geral sua constante dielétrica varia entre 2.2 e 12. A antena projetada utiliza o substrato RT/duroid 5880 (Rogers 5880) fabricado pela Rogers Corporation. Para o projeto da antena as características principais que se deve levar em conta sobre o substrato são a permissividade e a espessura. Tais parâmetros, para o substrato escolhido Rogers 5880, apresentam os valores de 2.2 e 0.508 mm (correspondentes a εr e h da figura 1, respectivamente), respectivamente. 6 εr Figura 1: Esquema básico de uma antena microfita. Para iniciar o projeto da antena devem ser definidos os valores de εr (Permissividade do substrato), h (espessura do substrato) e fr (frequência de ressonância) que se deseja. Para um elemento radiante eficiente tem-se um valor prático para W que pode ser calculado pela seguinte equação [8]: 𝑊 = 𝑣0 2𝑓𝑟 √ 2 𝜀𝑟 + 1 (1) Onde 𝑣0 é a velocidade da luz no espaço livre, 𝑓𝑟 é a frequência de ressonância desejada e 𝜀𝑟 é a permissividade do substrato utilizado. Após o cálculo de W pela equação (1), parte-se para a parte de cálculo dos parâmetros efetivos da antena começando pela permissividade efetiva e depois pela extensão que o comprimento da antena tem devido a efetividade da permissividade [8]. 𝜀𝑟𝑒𝑓𝑓 = 𝜀𝑟 + 1 2 + 𝜀𝑟 − 1 2 [1 + 12 ℎ 𝑊 ] −1/2 (2) ∆𝐿 ℎ = 0.412 (𝜀𝑟𝑒𝑓𝑓 + 0.3) (𝜀𝑟𝑒𝑓𝑓 − 0.258) + ( 𝑊 ℎ + 0.264) ( 𝑊 ℎ + 0.8) (3) Após obtidos os valores pelas equações (2) e (3) pode-se calcular o comprimento do elemento radiante da antena através da equação (4), abaixo [8]. 7 𝐿 = 𝐶0 2𝑓𝑟√𝜀𝑟𝑒𝑓𝑓 − 2∆𝐿 (4) Os resultados obtidos dos cálculos podem ser vistos na tabela I, abaixo: Tabela I– Valores calculados para uma antena retangular típica 𝑊 4.56 mm 𝜀𝑟𝑒𝑓𝑓 1.9925 ∆𝐿 ℎ 0.514688 ∆𝐿 0.2614 mm 𝐿 3.56 mm Após a simulação da antena no software CST Microwave Studio com as devidas dimensões calculadas os seguintes resultados foram obtidos e são mostrados na figura 2, destacados, na figura 2a o resultado do parâmetro S11 obtido para a antena e na figura 2b a taxa de onda estacionária (VSWR) para a antena na faixa de ressonância (onde S11 é menor que -10 dB), corresponde à área hachurada nos gráficos da Figura 2. (a) (b) Figura 2: Resultado da simulação antena com as características citadas acima. (a) faixa de ressonância (parâmetro S11) da antena e (b) taxa de onda estacionária (VSWR). Dos valores calculados utilizando o modelo de linha de transmissão vê-se que as dimensões para a antena na menor frequência levariam a uma antena muito grande para que se possa ser utilizada em um smartphone. Então foram consideradas as dimensões de um smartphone comercial como exemplo, o Motorola® RazrI, que têm suas dimensões mostradas 8 na figura 3ª. De posse destas dimensões criou-se uma antena que tivesse dimensões que pudessem ser utilizadas neste smartphone e então obteve-se através de simulação, otimização via tentativa e erro e testes via software, a antena mostrada na figura 3b e 3c, com as seguintes dimensões expressas em milímetros. (a) (b) (c) Figura 3: Dimensões da antena multibandas. (a) Modelo de smartphone cujas dimensões foram utilizadas como base [11]. Modelo CAD obtido em GrabCAD.com; (b) dimensões do elemento radiante da antena; (c) dimensões do plano terra da antena. A inserção de corte retangular no plano terra foi proposta e analisada, e conclusões em alguns estudos mostraram que tais cortes são capazes de diminuir os valores do parâmetro S11 (coeficiente de reflexão), parâmetro este que indica também em quais frequências uma determinada antena possui ressonância e indica qual sua banda de operação [12,13,14]. O arredondamento das quinas do elemento radiante da antena foi feito como forma de otimizar, via tentativa e erro, geometria da antena nas simulações objetivando alcançar ressonância nas frequências desejadas que são as frequências dos recursos disponíveis de um smartphone (GPS, GSM, 3G, 4G, WLAN e 5G). Não é desejada uma antena com dimensões muito elevadas, por isso para o desenvolvimento de uma antena que atendesse a esses recursos foram levadas em conta dimensões do smartphone mostrado na figura 3a, anteriormente. O tipo de elemento radiante escolhido para a antena é o retangular modificado, que proporciona uma simplicidade de confecção. As alterações no formato retangular da antena combinados com cortes no plano terra torna melhor a seletividade de frequências de operação 9 das antenas de microfita. A mesma deve ter ressonância nas frequências mostradas na tabela II, a seguir: Tabela II – Frequência e funções que a antena deve atender. Função Frequência Central 4G Brasileiro 1 2,6 GHz 3G 2,1 GHz GSM 900 MHz 1800 MHz 1900 MHz 2100 MHz GPS 1575 MHz WLAN 2,4 GHz 5G 26 GHz O desenvolvimento da antena foi feito de maneira empírica levando em conta as dimensões de um smartphone comum, o que foi crucial para adaptar as dimensões da antena (pois a mesma não pode ser tão grande, apesar da tendência do aumento das dimensões dos smartphones no futuro). O valor ideal das dimensões foi obtido em software através de inúmeras simulações até que fossem obtidas as frequências de ressonância desejadas. A antena cujo elemento radiante e plano terra podem ser vistos na figura 3b e 3c, respectivamente, foi modelada esimulada no software CST Microwave Studio. Da simulação da antena obtiveram- se os seguintes gráficos, mostrados na figura 4, para as frequências ressonantes, gráfico do parâmetro S11 da antena. O VSWR (taxa de onda estacionária) é função do coeficiente de reflexão e é dado por: 𝑉𝑆𝑊𝑅 = 1 + |𝑆11| 1 − |𝑆11| (5) O parâmetro S11 é definido como a relação entre a quantidade de sinal RF que incide na antena e a quantidade deste sinal que foi refletida pela antena, com isso podemos concluir que, quanto menor o valor de S11 melhor será a antena, pois menos sinal será refletido. O VSWR indica o quanto de um sinal de RF foi refletido para o transmissor de volta, ocorre em valores altos caso as impedâncias não estejam muito bem casadas. Os resultados para os parâmetros S11 1 No Brasil também está previsto o uso da faixa de frequência de 700 MHz para a telefonia 4G. No momento não é utilizada pois se trata da faixa em uso pela TV analógica. 10 e VSWR obtidos na simulação podem ser vistos na figura 4, ambos mostrados nas faixas de frequência de 0.5 GHz a 3.5 GHz e faixa de 24 GHz a 28.5 GHz. (a) (b) (c) (d) Figura 4: Resultados da simulação da antena multibandas. (a) S11 para frequências baixas; (b) S11 para frequências altas; (c) VSWR frequências baixas e (d) VSWR frequências altas. Analisando os gráficos pode-se observar que a antena possui uma banda de ressonância entre 940 MHz e 2,74 GHz, que atende o GSM, GPS, 3G, 4G e WLAN de 2,4 GHz e outra banda de ressonância entre 24,7 GHz e 27,5 GHz, que atende ao 5G. A banda de ressonância é correspondente à área hachurada nos gráficos da Figura 4. Pode-se observar ainda que em grande parte das faixas de frequências desejadas o VSWR apresenta valores menores que 2, o VSWR igual a 2 significa que S11 é aproximadamente igual a -10 dB. Outros parâmetros importantes que deve-se observar em uma antena é o seu diagrama de radiação nos planos E e H, o que nos fornece os ganhos da antena para o campo elétrico e para o campo magnético em cada frequência desejada. Os mesmos serão mostrados a seguir, nas figuras 5 a 10, a seguir. 11 (a) (b) (a) (b) Figura 5: Diagrama de radiação para 1575 MHz (GPS). (a) Plano E e (b) Plano H. Figura 6: Diagrama de radiação para 1800 MHz (GSM). (a) Plano E e (b) Plano H. (a) (b) (a) (b) Figura 7: Diagrama de radiação para 2100 MHz (3G). (a) Plano E e (b) Plano H. Figura 8: Diagrama de radiação para 2.6 GHz (4G Brasileiro). (a) Plano E e (b) Plano H. (a) (b) (a) (b) Figura 9: Diagrama de radiação para 2.4 GHz (WLAN). (a) Plano E e (b) Plano H. Figura 10: Diagrama de radiação para 26 GHz (5G). (a) Plano E e (b) Plano H. Legenda: Diagrama de Radiação Diretividade -3dB em Relação ao Lóbulo Principal Direção do Lóbulo Principal Nível dos Lóbulos Laterais ou Traseiros 12 Os resultados obtidos para cada tecnologia (recurso), observando o gráfico do parâmetro S11 e do VSWR do smartphone são observados na tabela III, mostrada a seguir: Tabela III – Valores obtidos na simulação do parâmetro S11 e VSWR. Tecnologia Frequência (GHz) S11 (dB) VSWR GPS 1,575 -15 1,48 GSM 1,8 -12,5 1,63 3G 2,1 -14,2 1,49 WLAN 2,4 -18,8 1,26 4G 2,6 -13,3 1,56 5G 26 -16,5 1,37 Os resultados obtidos observando-se os diagramas de radiação do plano E e do plano H da antena podem ser vistos na tabela IV e tabela V, respectivamente. Tabela IV – Valores obtidos na simulação dos diagramas de radiação do plano E. Tecnologia Frequência (GHz) Diretividade Plano E (dBi) Direção Lóbulo Principal (Deg.) Largura Angular de 3 dB (Deg.) GPS 1,575 2,8 168 98,7 GSM 1,8 3,1 165 101,7 3G 2,1 3,6 160 105,8 WLAN 2,4 4,2 23 107,1 4G 2,6 4,7 25 109,1 5G 26 2,4 107 17,5 Tabela V – Valores obtidos na simulação dos diagramas de radiação do plano H. Tecnologia Frequência (GHz) Lóbulo Principal (dBi) Direção Lóbulo Principal (Deg.) Largura Angular de 3 dB (Deg.) GPS 1,575 1,7 14 81,7 GSM 1,8 1,8 161 77,2 3G 2,1 2,1 156 70,1 WLAN 2,4 2,4 31 63,1 4G 2,6 2,7 146 59,0 5G 26 5,6 160 16,3 Através da análise tanto dos gráficos e diagramas de radiação quanto as tabelas anteriores, pode-se observar que a antena possui a ressonância (faixa de frequência onde o parâmetro S11 é menor que -10 dB) nas frequências dos recursos desejados e VSWR menor que 13 2 dois em todas estas frequências. Também apresenta ganhos não muito elevados porém todos maiores que 1 dBi para todas as frequências. FRONT-END DE RECEPÇÃO MICROELETRÔNICO O front-end é o bloco microeletrônico presente após a antena, construído com transistores, indutores e capacitores, responsável pela recepção e tratamento do sinal recebido. Em linhas gerais, o front-end é formado por um LNA (Low Noise Amplifier), Mixer, Oscilador Local e PA (Power Amplifier) [15]. A ideia do projeto é estabelecer um front-end demultiplexado no tempo, de maneira a utilizar a antena também projetada neste trabalho. Para cada frequência de operação dos blocos mostrados na Figura 11 será desenvolvido um front-end (bloco de recepção microeletrônico). O bloco para a telefonia 5G não será desenvolvido devido à ausência dos pacotes de desenvolvimento, fornecidos pela foundry que fabrica circuitos para frequência alta. Os diagramas dos blocos e de cada bloco microeletrônico são mostrados nas figuras 11 e 12, respectivamente. Cada bloco deve ser desenvolvido na forma de circuitos integrados com o objetivo de se diminuir a dimensão dos circuitos de recepção. O projeto do demux não será abordado nesta monografia. Sinal de Entrada Antena DEMUX Bloco do 5G Bloco do 4G Bloco do 3G Bloco do GSM Bloco do GPS Bloco do WLAN Figura 11: Diagrama em blocos do sistema de recepção. 14 LNA Misturador Oscilador Local Amplificador Filtro Sinal de Saída para o Demodulador Sinal em Alta Frequência Figura 12: Representação de cada bloco do Front-End [16]. Amplificador de Baixo Ruído O LNA é o primeiro estágio do receptor e é o responsável por amplificar o sinal recebido pela antena sem adicionar ruído (ou adicionando o mínimo de ruído possível), ou seja, degradando o mínimo possível a SNR da entrada em relação à observada na saída. A razão entre a SNR de saída e a SNR de entrada é denominada figura de ruído, valores entre 2 e 3 dB são aceitáveis [17]. O LNA também é utilizado para casar a impedância da antena com os demais estágios do front-end de recepção. Para se projetar um LNA primeiramente deve-se escolher a topologia que será utilizada no caso deste projeto foi utilizada a topologia que utiliza cascode, fonte degenerada por indutor e um espelho de corrente. Abaixo a Figura 3, mostra como é o circuito do LNA que utiliza este tipo de topologia. Vout Vin Rref Vdd Rbias Ld Ls Lg CB CLM2 M1 M3 RS Figura 13: LNA Cascode. 15 Foi utilizada uma fonte do transistor M1 degenerada com indutor mostrada na figura 14a. O indutor LS presente nela é utilizado para se casar a parte real da impedância de entrada do LNA, e também é utilizado para controlar a frequência de ressonância do circuito, uma vez que a reatância indutiva varia em função do valor do indutor e da frequência. É mais vantajosa do que se utilizar uma fonte degenerada com resistor, porque o resistor contribui com ruído térmico no circuito e já uma reatância pura não. O uso de tal tipo de degeneraçãotorna o LNA inerentemente banda estreita, com isso utiliza-se o cascode, mostrado na figura 14b, que se trata de um transistor em cascata para que a banda seja aumentada por conta do efeito Miller. O espelho de corrente mostrado na figura 14c foi utilizado com a finalidade de polarizar o transistor M1 e M3, o resistor Rbias é escolhido grande o suficiente tal que a sua corrente de ruído seja suficientemente pequena para ser ignorada. Na entrada do circuito tem-se o capacitor CB que deve ser utilizada para que não haja problema na polarização porta-fonte do transistor M1. O valor dessa capacitância é escolhido de maneira a se obter, na frequência de operação do circuito, uma reatância que seja ignorada [19]. Ls M1 LG Ld M2 Rref Rbias M3 (a) (b) (c) Figura 14: Partes do LNA. (a) Degeneração indutiva; (b) Cascode e (c) Espelho de Corrente. Também deve ser escolhida a foundry (empresa que fabrica o circuito integrado) e o tipo de tecnologia fornecida pela mesma no caso deste projeto a foundry escolhida foi a AMS (austriamicrosystems) e a tecnologia foi a 0,35µm (a tecnologia consiste no comprimento do canal que a foundry utiliza para fabricar os transistores MOS). Os parâmetros de fabricação fornecidos pela AMS se encontram na tabela VI, abaixo. 16 Tabela VI – Parâmetros de fabricação da foundry [18]. Parâmetro Símbolo Unidade Típica Fator de Ganho Kpn 170 µA/V 2 Tensão de Limiar Vton 0,5 V Fator de Efeito de Corpo Γn 0,58 V1/2 Mobilidade Efetiva μoN 370 cm2/V.s Capacitância do óxido Cox 4,54 fF/μm2 Capacitância do óxido (sobreposta) Cgson 0,120 fF/μm De posse desses parâmetros podem ser calculados alguns parâmetros do circuito como, por exemplo, a largura do canal do transistor com equação dada por [19, 20]: 𝑊 = 1 3𝜔𝐿𝐶𝑜𝑥𝑅𝑠 (6) onde L é a tecnologia (comprimento do canal do transistor), Rs é a resistência na entrada do circuito (50 Ω) e ω é a frequência angular. De posse dos parâmetros da tabela da foundry, da frequência desejada e do valor do resistor de entrada podemos calcular o valor de W para cada frequência de operação dos front- ends, os valores calculados utilizando a equação (6) são mostrados a seguir e serão utilizados também nos outros estágios do front-end. A técnica de fingers é utilizada para se dividir um transistor com o valor de W muito grande em vários outros pequenos que serão conectados em paralelo, com isso se pode também melhorar a área necessária para a integração dos transístores. O número de fingers é limitado a 20 devido ao processo de fabricação da foundry, e cada finger tem no máximo 10 µm, com isso o valor máximo de W que se pode obter é de 200 µm. Quanto menor a frequência maior será o valor de W, por isso em alguns casos são utilizados transistores em paralelo com o objetivo de se ter um valor de W maior que 200 µm. Tabela VII – Valores calculados para largura do canal. Função Frequência Central Largura do Canal GPS 1575 MHz 423,85 µm GSM 1,8 GHz 370,96 µm 3G 2,1 GHz 317,97 µm WLAN 2,4 GHz 278,22 µm 4G Brasileiro 2,6 GHz 256,84 µm 17 Depois de serem calculados os valores de W e de posse dos dados fornecidos pela foundry calcula-se também a capacitância entre a porta e a fonte do transistor para cada frequência de operação durante a saturação, através da equação (7) [19, 20], abaixo: 𝐶𝑔𝑠 = 2 3 𝐶𝑜𝑥𝑊𝐿 + 𝐶𝑔𝑠𝑜𝑊 (7) Tabela VIII – Valores das Capacitâncias entre porta e fonte. Função Frequência Central Capacitância GPS 1575 MHz 448,99 fF GSM 1,8 GHz 392,98 fF 3G 2,1 GHz 336,84 fF WLAN 2,4GHz 294,73 fF 4G Brasileiro 2,6 GHz 272,06 fF Podem ser calculadas também as transcondutâncias e as correntes de dreno na saturação, de posse do valor de W, a transcondutâncias são dadas pela equação (8) [19, 20], abaixo, e os resultados mostrados após na tabela IX: 𝑔𝑚1 = 𝐾𝑝𝑛 𝑊 𝐿 (𝑉𝑔𝑠 − 𝑉𝑡ℎ) (8) onde o Vth é a tensão de limiar dada pela foundry e Vgs é igual a 1,5 Volts. Tabela IX – Valores das transcondutâncias. Função Frequência Central Transcondutância GPS 1575 MHz 0,2059 A/V GSM 1,8 GHz 0,1802 A/V 3G 2,1 GHz 0,1544 A/V WLAN 2,4 GHz 0,1351 A/V 4G Brasileiro 2,6 GHz 0,1247 A/V As correntes de dreno são dadas pela equação (9) [19, 20], a seguir, e são mostradas e uma tabela X, após a equação: 𝐼𝐷 = 𝐾𝑝𝑛 2 𝑊 𝐿 (𝑉𝑔𝑠 − 𝑉𝑡ℎ) 2 (9) 18 Tabela X – Valores das correntes de dreno. Função Frequência Central Corrente de dreno GPS 1575 MHz 102,9 mA GSM 1,8 GHz 90,1 mA 3G 2,1 GHz 77,2 mA WLAN 2,4 GHz 67,6 mA 4G Brasileiro 2,6 GHz 62,4 mA E por último outro parâmetro muito importante que deve ser calculado antes de se partir para a simulação é a soma dos indutores da degeneração da fonte e o indutor da porta do transistor, a soma dos indutores é o valor da indutância que fará com que estes entrem em ressonância com a capacitância da porta e fonte. Essa soma é a dada pela equação (10) [19, 20], a seguir: (𝐿𝑔 + 𝐿𝑠) = 1 𝜔02𝐶𝑔𝑠 (10) Os resultados obtidos podem ser observados na tabela XI, abaixo: Tabela XI – Valores das somas dos indutores de porta e fonte. Função Frequência Central Soma dos Indutores GPS 1575 MHz 22,730 nH GSM 1,8 GHz 19,894 nH 3G 2,1 GHz 17,052 nH WLAN 2,4 GHz 14,921 nH 4G Brasileiro 2,6 GHz 13,773 nH Os indutores Lg e Ls devem ser escolhidos conforme uma tabela fornecida pela foundry com o valor de seus indutores integrados de maneira que a soma dos dois obedeça a tabela acima, devemos levar em consideração que Lg (indutor do gate) seja maior que Ls (indutor da fonte). Os resultados para cada tecnologia serão mostrados a seguir, vale ressaltar que a largura do canal do transistor M3 tem o valor em torno de 10% da largura dos outros dois transistores. As setas vermelhas mostradas nos gráficos a seguir são utilizadas para se destacar os valores das curvas na frequência de escopo. Para o GPS (1575 MHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 15, com os valores dos componentes otimizados utilizando o Agilent ADS. Rref = 60 Ω, Ld = 8,11 nH (a 2,4 19 GHz), Rbias = 5k Ω, CB = 6,5 pF, CL = 0,2 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 1,32 nH (a 2,0 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = 423,85 µm, W2 = 423,85 µm e W3 = 42,385 µm. (a) (b) (c) Figura 15: Resultados obtidos para o LNA do GPS. (a) S21; (b) S11 e (c) Figura de Ruído. Para o GSM (1800 MHz) foram obtidos os seguintes resultados observados na figura 16, com os valores dos componentes otimizados Rref = 60 Ω, Ld = 3,82 nH (a 2,4 GHz), Rbias = 5k Ω, CB = 4 pF, CL = 1 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 1,04 nH (a 2.4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = 370,96 µm, W2 = 370,96 µm e W3 = 42,385µm. 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.11.0 2.2 3 4 5 6 7 8 9 2 10 Frequência (GHz) S 21 (d B ) 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.11.0 2.2 -27 -22 -17 -12 -7 -32 -2 Frequencia (GHz) S1 1 (d B) 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.11.0 2.2 1.75 2.00 2.25 2.50 2.75 1.50 3.00 Frequência (GHz) Fi gu ra d e R uí do 20 (a) (b) (c) Figura 16: Resultados obtidos para o LNA do GSM. (a) S21; (b) S11 e (c) Figura de Ruído. Para o 3G (2100 MHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 17, com os valores dos componentes otimizados Rref = 60 Ω, Ld= 3,82 nH (a 2.4 GHz), Rbias = 5k Ω, CB = 1,5 pF, CL = 1 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 1,04nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = 317,97 µm, W2 = 317,97 µm e W3 = 31,79µm. (a) (b) 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.31.2 2.4 6 7 8 9 5 10 Frequência (GHz) S2 1 (d B) 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.31.2 2.4 -30 -25 -20 -15 -10 -5 -35 0 Frequência (GHz) S1 1 (d B) 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.31.2 2.4 2.0 2.5 3.0 1.5 3.5 Frequência (GHz) Fi gu ra d e R uí do Figura de Ruído 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.41.7 2.5 1 2 3 4 0 5 Frequencia (GHz) S2 1 (d B) 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.41.7 2.5 -14 -12 -10 -8 -6 -16 -4 Frequência (GHz) S1 1 (d B) 21 (c) Figura 17: Resultados obtidos para o LNA do 3G. (a) S21; (b) S11 e (c) Figura de Ruído. Para a WLAN (2,4 GHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 18, com os valores dos componentes otimizados Rref = 90 Ω, Ld = 8,11 nH (a 2,4 GHz), Rbias = 5k Ω, CB = 1,77 pF, CL = 0,1 pF, Lg = 12,08 nH (a 2,4 GHz), Ls = 1,04 nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = 278,22 µm, W2 = 278,22 µm e W3 = 27,82µm. (a) (b) (c) Figura 18: Resultados obtidos para o LNA do WLAN de 2,4 GHz. (a) S21; (b) S11 e (c) Figura de Ruído. 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.41.7 2.5 2.3 2.5 2.7 2.1 2.9 Frequência (GHz) Fi gu ra d e R uí do 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.91.8 3.0 1 2 3 4 5 0 6 Frequência (GHz) S2 1 (d B) 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.91.8 3.0 -30 -25 -20 -15 -10 -5 -35 0 Frequência (GHz) S1 1 (d B) 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.91.8 3.0 2.25 2.50 2.75 3.00 3.25 2.00 3.50 Frequência (GHz) Fi gu ra d e Ru íd o Figura de Ruído 22 Para o 4G Brasileiro (2,6 GHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 19, com os valores dos componentes otimizados Rref = 60 Ω, Ld = 2,10 nH (a 2,4 GHz), Rbias = 5k Ω, CB = 1,52 pF, CL = 2 pF, Lg = 12,08 nH (a 2,4 GHz), Ls = 1,04 nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = 256 µm, W2 = 256 µm e W3 = 25,6µm. (a) (b) (c) Figura 19: Resultados obtidos para o LNA do 4G Brasileiro. (a) S21; (b) S11 e (c) Figura de Ruído. Na tabela XII podem ser vistos os resultados apresentados nos gráficos na forma de dados numéricos: Tabela XII – Resultados do LNA. Função Frequência Central S11 (dB) Ganho (dB) Figura de Ruído (dB) GPS 1575 MHz -29,4 7,90 2,01 GSM 1,8 GHz -33,2 9,64 2,35 3G 2,1 GHz -15,8 3,75 2,48 WLAN 2,4 GHz -32,1 4,92 2,68 4G Brasileiro 2,6 GHz -19,4 7,10 2,86 2.2 2.4 2.6 2.8 3.02.0 3.2 3 4 5 6 7 2 8 Frequencia (GHz) S2 1 (d B) 2.2 2.4 2.6 2.8 3.02.0 3.2 -18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -20 -4 Frequencia (GHz) S1 1 (d B) 2.2 2.4 2.6 2.8 3.02.0 3.2 2.4 2.6 2.8 3.0 3.2 3.4 2.2 3.6 Frequência (GHz) Fi gu ra d e R uí do Figura de Ruído 23 Misturador de RF Mixer ou Misturador é o segundo estágio do front-end de recepção e realiza o translado do sinal RF em frequência para uma frequência mais baixa, com isso manipula-se com mais facilidade o sinal nos demais estágios. Este dispositivo tem três portas. A primeira porta é ligada ao LNA e receberá o sinal a ser transladado, a segunda porta receberá o sinal vindo do oscilador local e a terceira porta é a saída do mixer e o sinal da saída corresponde ao sinal RF transladado em frequência. Lembrando que o mixer é composto por elementos não-lineares. Em linhas gerais, no front-end, o mixer mistura o sinal do LNA com sinal gerado pelo oscilador local. Pode-se entender o mixer como um dispositivo que realiza a propriedade trigonométrica da multiplicação de dois sinais senoidais, essa multiplicação irá gerar duas componentes, uma soma e uma subtração, mas para o sinal ficar mais selecionável em frequência, a componente de interesse será sempre a de subtração. Os elementos não-lineares que formam o mixer, citados anteriormente, são basicamente constituídos por transistores MOS, eles apresentam uma baixa característica de ruído e fácil integração do circuito. Pode-se também citar algumas vantagens dos transistores MOS em relação aos TBJ, motivos também, que os mesmos foram escolhidos: Devido a característica quase quadrática de transferência Id x Vgs do transistor MOS, na região de saturação, essa característica faz com que o MOS apresente menor distorção harmônica; Melhor desempenho com relação ao ruído gerado internamente; Devido à alta impedância entre porta e fonte. Os projetos do amplificador de RF e do Oscilador Local podem ser feitos separadamente. Com relação à topologia de mixer existem diversas, porém uma boa a ser considerada é a duplamente balanceada pois apresenta uma grande isolação entre as portas, rejeição do ruído em modo comum maior linearidade e menor intermodulação. O projeto do mixer envolve o casamento de impedância das três portas, o que é complicado pelo fato de várias frequências e suas harmônicas estarem envolvidas, mas harmônicas indesejáveis podem ser dissipadas através de terminações resistivas ou blocos com terminações reativas [21]. Uma das topologias mais utilizadas para esse caso é a célula de Gilbert e foi escolhida para se usar no projeto do mixer. A célula de Gilbert possui as seguintes características: 24 As cargas resistivas aumentam as perdas dos mixers enquanto que os blocos reativos são bastante sensíveis em termos de frequência; Estrutura inerentemente balanceada; Dispensa elementos reativos; Bom desempenho em relação ao ruído e de ganho de conversão. A célula de Gilbert possui todas as portas isoladas entre si, entradas balanceadas e é menos susceptível a ruídos provenientes da fonte de alimentação. Apesar da célula Gilbert requerer alto nível de sinal de RF vindo do LNA, esta topologia de mixer atenderá ao projeto. A figura 20 mostra um circuito de uma célula de Gilbert [19, 21], onde os transistores Mn3, Mn4, Mn5e Mn6 formam o bloco de multiplicação do mixer. A tensão é convertida em corrente na fonte do transistor Mn1 e Mn2. Onde os valores do W dos transistores Mn1 e Mn2 são iguais ai valor de W dos transistores do LNA, em alguns casos. Na figura 20: V_LO corresponde a portadora vinda do oscilador local; V_RF corresponde ao sinal vindo do LNA; Vb_LO e Vb_RF correspondem às tensões de polarização dos ramos onde elas estão aplicadas. R R Vbias Vb_RF Vb_RF CS Vb_LO Vb_LO V_IF V_LO V_RF Lg Ls Ls Rb Rb Rb Rb Mn7 Mn2Mn1 Mn3 Mn4 Mn5 Mn6 Vdd Figura 20: Célula de Gilbert. Deve-se observar quatro características importantes como resposta de um misturador, são elas: o ganho de conversão, figura de ruído, linearidade e isolação. O ganho de conversão 25 é a relação entre o sinal IF de saída dado o sinal RF na entrada, é importante que o ganho de conversão seja pelo menos maior ou igual a uma unidade, uma vez que não é a função do misturador amplificar o sinal e tem-se um estágio posterior responsável por amplificar esse sinal da saída do misturador. A figura de ruído é definida como a relação da SNR (Relação Sinal Ruído) na entrada (onde vai o sinal RF) divididopela da saída (onde sai o sinal IF). Em um mixer tem-se dois sinais de entrada (Sinal RF e Sinal Imagem) e os mesmos irão gerar uma frequência intermediária. No caso em que se tem como sinal apenas a frequência do sinal RF tem-se a figura de ruído SSB (Single Side Band), quando tem-se além do sinal de RF o sinal de imagem contendo informação útil tem-se uma figura de ruído DSB (Double Side Band), a figura de ruído SSB é maior em 3 dB, geralmente, que a DSB, pois a SSB tem a potência do ruído concentrada apenas em uma banda lateral. As figuras de ruído em misturadores são, geralmente, maiores que nos amplificadores de baixo ruído, para o SSB tem-se em torno de 10 a 15 dB de figura de ruído. A compressão é uma medida da linearidade de um dispositivo. À medida que o nível do sinal de entrada de RF aumenta, a saída IF deve seguir para um dispositivo misturador. No entanto, quando a saída IF não segue a linearidade da entrada RF e desvia por 1 dB, o que é referido como o ponto de compressão de 1dB, que em linhas gerais é quando a curva de potência de entrada versus de saída perde a característica de linearidade devido a própria não-linearidade do circuito, com isso começa a haver distorções no sinal que irão atrapalhar em sistemas modulados em fase, pois irá ocorrer um maior número de erros de detecção. O ponto de interceptação de terceira ordem é o ponto teórico sobre a curva de entrada de RF vs saída IF, onde o sinal de entrada desejado e produtos de terceira ordem tornam-se iguais em amplitude a medida que o sinal de RF é aumentado, ou seja, mostra a medida da interferência causada devido à não-linearidade do circuito que irá gerar harmônicas, essas harmônicas geram interferência no sinal desejado uma vez que são adjacentes [17]. Para o GPS (1575 MHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 21, com os valores dos componentes otimizados durante a simulação. Rb = 10k Ω, R = 200 Ω, Cs = 2 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 2,04 nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transístores utilizados foram: W1 = W2 = 800 µm, W3 = W4 = W5 = W6 = 85 µm, e W7 = 30µm. 26 (a) (b) (c) Figura 21: Resultados obtidos para o mixer do GPS. (a) S11; (b) ponto de compressão e (c) interceptação de terceira ordem. Para o GSM (1800 MHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 22, com os valores dos componentes otimizados durante a simulação. Rb = 10k Ω, R = 200 Ω, Cs = 2 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 1,04 nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = W2 = 370.96 µm, W3 = W4 = W5 = W6 = 31.5 µm, e W7 = 30µm. (a) (b) 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.91.2 2.0 -40 -30 -20 -10 -50 0 Frequência (GHz) S1 1 (d B) 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.11.4 2.2 -30 -25 -20 -15 -10 -5 -35 0 Frequência (GHz) S1 1 (d B) 27 (c) Figura 22: Resultados obtidos para o mixer do GSM. (a) S11; (b) ponto de compressão e (c) interceptação de terceira ordem. Para o 3G (2100 MHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 23, com os valores dos componentes otimizados durante a simulação. Rb = 10k Ω, R = 200 Ω, Cs = 2 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 1,04 nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = W2 = 317 µm, W3 = W4 = W5 = W6 = 100 µm, e W7 = 30µm. (a) (b) (c) Figura 23: Resultados obtidos para o mixer do 3G. (a) S11; (b) ponto de compressão e (c) interceptação de terceira ordem. 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.41.7 2.5 -25 -20 -15 -10 -30 -5 Frequencia (GHz) S1 1 (d B) 28 Para o WLAN (2.4 GHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 24, com os valores dos componentes otimizados durante a simulação. Rb = 10k Ω, R = 150Ω, Cs = 2 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 2,04 nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = W2 = 278.22 µm, W3 = W4 = W5 = W6 = 200 µm, e W7 = 30µm. (a) (b) (c) Figura 24: Resultados obtidos para o mixer da WLAN de 2.4 GHz. (a) S11; (b) ponto de compressão e (c) interceptação de terceira ordem. Para o 4G Brasileiro (2.6 GHz) foram obtidos os seguintes resultados da figura 25, com os valores dos componentes otimizados durante a simulação. Rb = 10k Ω, R = 200Ω, Cs = 2 pF, Lg = 19,06 nH (a 2,4 GHz), Ls = 2,04 nH (a 2,4 GHz), as larguras dos canais dos transistores utilizados foram: W1 = W2 = 200 µm, W3 = W4 = W5 = W6 = 150 µm, e W7 = 30µm. 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.72.0 2.8 -20 -15 -10 -25 -5 Frequência (GHz) S 1 1 (d B ) 29 (a) (b) (c) Figura 25: Resultados obtidos para o mixer do 4G Brasileiro. (a) S11; (b) ponto de compressão e (c) interceptação de terceira ordem. Na tabela XIII podem ser vistos os resultados apresentados nos gráficos: Tabela XIII – Resultados do Misturador de RF. Função Frequência Central S11 (dB) Ponto de Compressão -1 dB (dBm) Interseção de Terceira Ordem (dBm) Ganho de Conversão Figura de Ruído (dB) OIP3 IIP3 SSB DSB GPS 1575MHz -44,0 -12,5 0 -2 6,51 9,79 6,77 GSM 1,8 GHz -31,6 -13,5 0 -5 1,81 10,56 7,54 3G 2,1 GHz -25,2 -13,5 0 -5 9,11 8,26 5,25 WLAN 2,4 GHz -22,8 -10,0 -2 0 8,32 10,26 7,24 4G Brasileiro 2,6 GHz -21,6 -9,0 1 -2 8,13 9,55 6,53 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.92.2 3.0 -20 -15 -10 -25 -5 Frequência (GHz) S1 1 (d B ) 30 Oscilador Regulado por Tensão O oscilador local é um dispositivo que converte potência DC em potência de RF, possui excelente estabilidade de frequência e o circuito é formado por dispositivos ativos em conjunto com dispositivos passivos. A função do oscilador local no front-end de recepção é gerar um sinal, a uma certa frequência, que será utilizado para transladar o sinal da saída do LNA, através do mixer. Esse translado em frequência correspondente à diferença entre o sinal do LNA e o gerado pelo oscilador. O projeto do oscilador local deve levar em consideração a minimização do ruído e o baixo custo. O oscilador sintonizável é o mais adequado para aplicações de RF. O oscilador sintonizável faz parte do grupo de osciladores controlados por tensão (onde a frequência de oscilação pode ser alterada dentro de uma determinada faixa pré-estabelecida em projeto), possui frequência de oscilação estável, pureza espectral e baixa dissipação de potência. Seu circuito ressonante é formato por um circuito tanque LC ou um cristal. Devido a suas vantagens citadas anteriormente, o circuito oscilador utilizado no front-end é o LC regulado por tensão, mesmo reconhecendo que há uma baixa qualidade de integração e uma grande área necessária para a integração dos indutores. A figura 26 mostra um exemplo do circuito do oscilador local controlado por tensão de resistência negativa, essa resistência negativa é responsável por compensar as resistências parasitas do circuito tanque. O modelo de oscilador proposto consiste em um tanque LC que é composto pelos indutores e pelos varactores mostrados na figura 26. A partir de uma certa tensão de controle (Vct) os varactores terão sua capacitância variada e, consequentemente, controlam a frequência de ressonância. [21] 31 Mn2b Mn2b Mn Mn Mn1bMn1b C Cjvar jvar Vb_B1 VddVdd Vbias Vdd Vct L LVb_RF Vb_RF I II III IV I II III IV Fonte de Corrente Buffer Varactores Par de Transistores Figura 26: Circuito de um oscilador local. Na figura 26 um exemplo de oscilador local está dividido em 4 blocos. O bloco (I) corresponde à fonte de correnteque será responsável por polarizar o oscilador, o bloco (II) corresponde ao buffer que tem o intuito de garantir uma baixa impedância de saída, o bloco (III) corresponde aos varactores que controlam a frequência de ressonância através da tensão aplicada, uma vez que variam a capacitância com a tensão aplicada e o bloco (IV) que é o par de transistores que serão responsáveis por gerar a resistência negativa. Na figura 26 temos Vdd que é a tensão de alimentação do circuito (3,3 V); Vct que é a tensão de controle; Vb_B2 tensão de polarização dos transistores Mn1b e corresponde à Vb_RF; Vb_B1 tensão de polarização dos transistores Mn2b. 32 CONCLUSÕES Neste trabalho foram mostrados o projeto e resultados de uma antena que atende ao mesmo tempo a futura geração de telefonia móvel (5G), assim como os demais recursos desejados em um smartphone como GSM, GPS, 3G, 4G Brasileiro e WLANs. Pela simulação feita utilizando o Software CST Microwave Studio pode-se observar que a antena opera nas faixas de frequências utilizadas pelos recursos citados acima e apresentam bons ganhos para cada frequência de operação. Foi mostrado também o projeto, desde os cálculos manuais até a simulação computacional, de dois estágios do front-end de recepção para todos os recursos acima citados, com exceção do 5G e WLAN de 5 GHz, com relação ao 5G não foi possível obter os pacotes necessários junto à foundry que tem a tecnologia necessária utilizada na fabricação circuitos integrados que trabalham nas frequências altas como a do 5G e o WLAN de 5 GHz não é levado em conta devido ao alto custo dos equipamentos que as roteiam, o que a torna por enquanto não muito acessível ao uso doméstico. Os estágios do front-end projetados são o Amplificador de Baixo Ruído e Misturador de RF através dos resultados obtidos pelas simulações podemos ver que eles apresentam resultados satisfatórios, apresentando figura de ruído dentro da faixa considerada aceitável para cada estágio e também apresentam um bom ganho e, o principal, trabalham nas frequências desejadas. 33 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Fabricar a antena e realizar as medições da mesma (em andamento); Simulações do oscilador local e do power amplifier; Simulação de todos os estágios juntos; Confecção dos Layouts dos circuitos aqui montados (LNA e Mixer); Obtenção do design kits específicos para trabalhar com a frequência do 5G, podendo simular os esquemáticos e confeccionar os layouts; E futuramente fabricação dos circuitos integrados juntamente às foundrys e medição dos circuitos fabricados. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] PROMON BUSINESS & TECHNOLOGY REVIEW, “Mobilidade a grande tendência do futuro”. 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