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ResumoD PenalBonus 8 Crimes contra a AP

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Direito Penal - Bônus 
Prof. Leonardo Galardo 
 
 
 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. 
Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
www.cursoenfase.com.br 1 
 
Sumário 
1. Crimes contra a Administração Pública .......................................................... 2 
1.1 Corrupção ........................................................................................................ 3 
1.2 Concussão ........................................................................................................ 6 
1.3 Excesso de exação ........................................................................................... 6 
1.4 Prevaricação X Corrupção passiva privilegiada .............................................. 7 
1.5 Peculato ........................................................................................................... 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal - Bônus 
Prof. Leonardo Galardo 
 
 
 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. 
Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
www.cursoenfase.com.br 2 
1. Crimes contra a Administração Pública 
Há uma distinção entre os crimes contra a Administração pública praticados pelo 
funcionário público e aqueles praticados pelo particular. O que nos interessa, 
especificamente, são aqueles praticados pelo funcionário público. 
Encontram-se entre os artigos 312 e 327 do Código Penal. Os crimes mesmo estão do 
artigo 312 ao 326. O artigo 327 traz o conceito de funcionário público. 
Antes de qualquer coisa, você precisa saber quem é o funcionário público: 
Funcionário público 
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
 § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em 
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou 
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos 
neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, 
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 
1980) 
O importante é a pessoa exercer um cargo público, um emprego público ou uma 
função pública. Mesmo que de maneira transitória, mesmo que sem remuneração. Se ocupar 
um cargo público, um emprego público ou uma função pública, será um funcionário público. 
O mesário eleitoral é um funcionário público? Sim, ele exerce uma função pública, 
transitória e não remunerada. 
O jurado do tribunal do júri também é um funcionário público, pois exerce uma função 
pública, transitória e não remunerada. 
Preciso saber a diferença entre cargo, emprego ou função pública? Não. Isso é do 
direito administrativo. No direito penal não precisa se preocupar com isso. 
Quem mais é funcionário público? De acordo com o parágrafo 1º, o chamado 
funcionário público por equiparação, que é aquele que exerce um cargo, emprego ou função 
em uma empresa paraestatal e aquele que atua em uma empresa prestadora de serviços 
contratada ou conveniada para execução de uma atividade típica da Administração Pública. 
Também não se preocupe em saber o que é uma empresa paraestatal. Aqui no direito 
penal não importa. 
Quem tem que cuidar de coleta de lixo, de iluminação pública, ressocialização de 
preso? O Estado. Se o Estado coloca uma empresa privada prestadora de serviços para cuidar 
de presos no Norte, em Roraima por exemplo, uma empresa privada para praticar atividade 
Direito Penal - Bônus 
Prof. Leonardo Galardo 
 
 
 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. 
Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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que deveria ser do poder público, o funcionário será considerado funcionário público por 
equiparação. 
Agora você já sabe quem é o funcionário público: 
 Cargo público, emprego público ou função pública, ainda que transitoriamente, 
ainda que sem remuneração; 
 Por equiparação: cargo, emprego ou função em empresa paraestatal; 
 E aquele que atua em empresa prestadora de serviços contratada ou conveniada 
para execução de atividade típica da Administração Pública. 
Você precisa saber que nesse grande conceito de funcionário público, esse sujeito 
ainda poderá sofrer um aumento de pena, ele ainda tem uma causa de aumento de pena, uma 
majorante, no parágrafo 2º do artigo 327, de 1/3. 
 Cargo em comissão: aquele de livre nomeação, livre exoneração. 
A prova vai perguntar se o particular, totalmente alheio ao serviço público, se ele 
também pode responder pelos crimes dos artigos 312 ao 326 do Código Penal. 
Esse é o detalhe, mesmo não estando no conceito do artigo 327, caput e parágrafo 1º, 
ele pode sim. O particular pode ser responsabilizado pelo crime do funcionário público desde 
que: o particular contribua para o crime e saiba que o sujeito é funcionário público. 
Por exemplo, eu, policial civil, estou fazendo uma blitz. Você para o carro e vem falar 
comigo e fica por ali, olhando. Eu paro um carro para averiguações e ele tem o combo “arma, 
droga, corpo”. Flagrante. Eu quero efetuar a prisão, mas você insiste para que eu aceite um 
suborno de valor alto. De tanto você, particular, insistir, acaba me convencendo e eu aceito. 
Eu cometo um crime porque você me induziu. Eu vou responder por um crime (corrupção 
passiva, concussão, a depender do contexto). Você, que não é funcionário público, também 
vai responder pelo mesmo crime porque você contribuiu para isso, na qualidade de partícipe 
(induz, instiga, auxilia materialmente ou auxilia moralmente). Você induziu, criou a ideia 
criminosa na minha cabeça. Você contribuiu para o meu crime, sabe que eu sou funcionário 
público (dois requisitos cumulativos). Isso comunica para você e você responde pelo crime 
que eu praticar. 
Questão assim caiu na prova do TJ/RJ: o sujeito praticou um peculato com um 
notebook, tendo ajuda de sua esposa, que não era funcionária pública. No final das contas ele 
responde por peculato e a pergunta era: e ela? Ela também responde por peculato porque ela 
o ajudou e sabia que ele era funcionário público. 
Dentre os crimes contra a Administração Pública, o que você precisa saber? Tem que 
saber o básico, os mais relevantes. 
1.1 Corrupção 
Há corrupção ativa e corrupção passiva. Cuidado porque a corrupção ativa não está 
entre os crimes do artigo 312 ao 326, ele encontra-se no artigo 333 – praticado por particular. 
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Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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A corrupção ativa é crime de particular contra a Administração e a corrupção passiva 
é de funcionário público contra a Administração. 
Corrupção passiva 
 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal vantagem: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
10.763, de 12.11.2003) 
 § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica 
infringindo dever funcional. 
 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração 
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
Corrupção ativa 
 Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
10.763, de 12.11.2003) 
 Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever 
funcional. 
Atente-se ao verbo do tipo: 
Corrupção ativa: oferecer ou prometer. 
Corrupção passiva: solicitar ou receber ou aceitar promessa. 
DICA: toda vez que encontrar a expressão “vantagem indevida” você deve pensar em 
vantagem de qualquer natureza (pode ser dinheiro, pode ser vantagem patrimonial, social, 
moral, até mesmo sexual). 
O funcionário público está do outro lado, ele não vai oferecer nem prometer. Ele vai 
solicitar, receber ou aceitar promessa. Mas tudo está ligado em torno de uma vantagem 
indevida. 
Alguém oferece ou promete e alguém solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem 
indevida. Há uma separação (quebra da teoria monista): corrupção ativa e corrupção passiva. 
Precisa ter o resultado? JAMAIS. Eu não preciso conseguir o que eu quero para o crime 
se consumar. Esses crimes se consumam com o verbo. Aconteceu o verbo, o crime está 
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consumado. 
Por exemplo, eu, particular, ofereço para você, policial, mil reais para deixar-me ir 
embora, mesmo que o policial não aceite, o crime já está consumado. O crime se consuma 
com a prática do verbo do tipo. 
São crimes formais: se consumam com a prática da conduta independentemente da 
ocorrência do resultado. 
Note que o parágrafo único do artigo 333 aumenta a pena em 1/3 caso o resultado 
aconteça e o parágrafo primeiro do artigo 317 também aumenta a pena de 1/3 caso o 
resultado aconteça. Mais uma demonstração de que o crime se consuma somente com a 
conduta. 
Se o resultado acontecer, eu não estou consumando, mas sim, majorando a pena. O 
crime já estava consumado. O crime consumou com o verbo e, se além disso, acontecer, a 
pena aumenta 1/3. 
Por exemplo, eu ofereço a vantagem a você – consumou. Se você aceitar, minha pena 
ainda aumenta 1/3. Na corrupção passiva também, você solicita a vantagem indevida – já 
consumou. Se, ainda, eu lhe entrego essa vantagem, sua pena será aumentada em 1/3. Ou 
seja, o resultado agrava a situação, majora a situação (porque é causa de aumento de pena 
ou majorante). 
Outro ponto: se eu tenho dois crimes diferentes, eu posso ter só a corrupção ativa, eu 
posso ter só a corrupção passiva ou eu posso ter os dois. E se eu tiver os dois, pergunto: se eu, 
particular, te ofereço, qual sua contrapartida, servido público? Eu ofereço a vantagem e você 
recebe (corrupção ativa para mim e corrupção passiva para você). Se eu prometer, você aceita 
a promessa (corrupção ativa para mim e corrupção passiva para você). 
Mas e se partir do servidor solicitar? Se ele solicitar eu dou, eu entrego (corrupção 
passiva para ele e nada para mim). Mas eu não estou lá, entregando? Não é o mesmo que 
oferecer? Não. Oferecer é oferecer; entregar é entregar. Não faz parte do tipo do crime. 
Toda vez que a lei falar uma coisa e você decidir ir além, você que está decidindo. A lei 
só falou em oferecer e prometer. Você que decidiu acrescentar “dar” e “entregar”. É você que 
está inventando. 
Toda vez que você “inventa” alguma coisa, o nome disso é analogia. Analogia, em 
direito penal, só pode ser feita se for beneficiar o réu. Se for prejudicar, a chamada analogia 
in malam partem, não pode ser feita porque fere o princípio da legalidade (não há crime sem 
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal). 
A lei só falou que é crime oferecer ou prometer, eu que estou “inventando” dar e 
entregar. Cuidado: se ele solicita e eu entrego, tem crime para ele, mas não tem para mim. 
O funcionário solicita uma vantagem de cem reais. Eu digo que não tenho cem, mas 
tenho noventa. Ele solicitou (corrupção passiva) e eu ofereci (corrupção ativa). 
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Se ele solicita e eu dou, eu não cometo nenhum crime. Mas se ele solicita um valor e 
eu passo outro valor, eu estou oferecendo uma contraproposta. Dessa forma, entra ele no 
“solicitar” e eu no “oferecer”. Se o particular negociar, ele entra no “oferecer”. 
1.2 Concussão 
Encontra-se o artigo 316 e também é crime de funcionário público. 
Concussão 
 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
A diferença é que agora o verbo é exigir. 
Também é um crime formal, também é um crime que se consuma com a prática do 
verbo. Praticou o verbo exigir – está consumado. 
A única diferença é que ele não tem uma majorante de 1/3 se o resultado acontecer. 
CORRUPÇÃO ATIVA 
(particular) 
Art. 333, CP 
CORRUPÇÃO PASSIVA 
(funcionário público) 
Art. 317, CP 
CONCUSSÃO 
(funcionário público) 
Art. 316, CP 
EXCESSO DE EXAÇÃO 
(funcionário público) 
Art. 316, § 1º, CP 
OFERECER 
PROMETER 
SOLICITAR 
RECEBER 
ACEITAR PROMESSA 
EXIGIR EXIGIR 
Tributo ou 
contribuição social 
Parágrafo único: + 1/3 § 1º: + 1/3 
E se o examinador não me der o verbo? Se a banca contar uma história sobre o 
funcionário público, mas não me der o verbo e não permitir que eu identifique, não vier escrito 
nem o solicitar nem o exigir? 
Se isso acontecer, você vai tentar identificar se ele está impondo aquela vantagem 
como condição para a prática do ato ou não. Se o sujeito impõe a vantagem como condição 
para a prática do ato, ele está exigindo. Mas, se não houver essa imposição, ele está 
solicitando. 
Por exemplo, o funcionário diz que vai te liberar da blitz e fala para “deixar um café”. 
Ele não está impondo a vantagem. Ele está solicitando. É corrupção passiva. 
Agora, se ele disser: vou te liberar se você “deixar o café”, se nãodeixar, vou te 
prender. Assim ele está exigindo. É concussão. 
1.3 Excesso de exação 
Também é crime do funcionário público e também está no artigo 316, só que em seus 
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parágrafos 1º e 2º. 
Excesso de exação 
 § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber 
indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei 
não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) 
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, 
de 27.12.1990) 
 § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu 
indevidamente para recolher aos cofres públicos: 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Observe o verbo do parágrafo 1º: exigir. 
O excesso de exação é o único que não vai exigir vantagem indevida. Aqui você vai 
exigir um tributo ou uma contribuição social. 
Por exemplo, o sujeito foi cobrar um tributo do contribuinte, que não pagou. Ele sai e 
manda colocar uma faixa na porta do estabelecimento informando que aquele contribuinte 
está em débito com o fisco. Ele está exigindo um tributo que é indevido? Não. Ele está exigindo 
um tributo que é devido, mas está cobrando de uma forma que é vexatória ou gravosa que a 
lei não autoriza. 
Assim, excesso de exação é exigir um tributo ou uma contribuição social: 
 Que sabe ou deveria saber que o sujeito não tem que pagar (dolosamente); 
 Que o sujeito tem que pagar, mas você cobra de um jeito vexatório, de um jeito 
gravoso, que a lei não autoriza. 
DICA: na prova, procure a palavra “tributo” ou “contribuição social”. Se encontrar, 
marque excesso de exação porque é o único crime que pode ser. Se não aparecer, analise os 
verbos: oferecer/prometer é corrupção ativa; solicitar/receber/aceitar promessa é corrupção 
passiva; exigir é concussão e pronto. Você mata quatro crimes facilmente. 
 
1.4 Prevaricação X Corrupção passiva privilegiada 
Existem outros crimes que você pode confundir, por exemplo, a prevaricação com a 
corrupção passiva privilegiada. 
Qual a diferença entre a prevaricação (artigo 319, CP) e a corrupção passiva 
privilegiada (artigo 317, §2º, CP)? 
Prevaricação 
 Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
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Corrupção passiva 
 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal vantagem: 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração 
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Esses crimes são tão parecidos que até a pena é igual: de 3 meses a 1 ano. Para não 
falar que são idênticos, a prevaricação tem pena de 6 meses a 1 ano E multa, enquanto a 
corrupção passiva privilegiada tem pena de 6 meses a 1 anos OU multa. 
A prevaricação significa praticar, omitir ou retardar um ato de ofício. 
Lembrando que ato de ofício é um dos atos das minhas atribuições, é um daqueles atos 
que eu tenho rotineiramente nas minhas atribuições. 
Na corrupção passiva privilegiada também: eu vou praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício. 
O motivo que vai diferenciar. Se eu praticar, omitir ou retardar um ato de ofício para 
satisfazer interesse ou sentimento pessoal, eu estou prevaricando. Se eu praticar, omitir ou 
retardar um ato de ofício cedendo a pedido ou influência de outrem, eu estou na corrupção 
passiva privilegiada. 
PREVARICAÇÃO 
Art. 319, CP 
CORRUPÇÃO PASSIVA 
PRIVILEGIADA 
Art. 317, § 2º, CP 
PRATICAR 
OMITIR 
RETARDAR 
PRATICAR 
OMITIR 
RETARDAR 
Para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal 
Cedendo a pedido ou influência 
de outem 
 
1.5 Peculato 
Há várias espécies de peculato, mas as mais cobradas em prova são: peculato 
apropriação (artigo 312, caput, 1ª parte, CP) e peculato furto (artigo 312, §1º, CP). 
 Peculato 
 Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, 
ATO DE 
OFÍCIO 
ATO DE 
OFÍCIO 
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em proveito próprio ou alheio: 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse 
do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
 Qual a diferença de apropriação indébita e furto? O dolo e a posse: o que vem 
primeiro. 
 Se a coisa está na minha posse, eu já tinha posse dela e decido levar para casa. O que 
vem primeiro? A posse ou o dolo de ficar com a coisa? A posse! Eu já tinha a posse e depois 
decidi ficar com a coisa. Primeiro eu tive a posse e depois eu tive o dolo. Todas as vezes em 
que eu tenho primeiro a posse e depois o dolo, eu estou em uma apropriação. 
 Por outro lado, no furto eu não tenho a posse da coisa. Eu tenho primeiro o dolo, a 
intenção, a vontade de ter a coisa e só depois eu pego. Inverteu: primeiro eu tenho a intenção, 
o dolo e depois eu tenho a posse. 
 Se primeiro eu tenho a posse e depois o dolo, eu estou na apropriação. Se primeiro eu 
tenho o dolo e depois a posse, eu estou no furto. 
 Para ser peculato eu preciso ter um funcionário público se valendo da função. 
 O que precisa ficar claro é: se eu já tinha a posse para depois pegar a coisa, eu penso 
no peculato apropriação. Mas, se eu não tinha a posse, primeiro eu quis a coisa e depois eu 
fui buscar, é peculato furto. Em ambos os casos eu tenho que ser funcionário público e me 
valer da minha condição de funcionário. 
PECULATO APROPRIAÇÃO 
Art. 312, caput, 1ª parte, CP 
PECULATO FURTO 
Art. 312, § 1º, CP 
1º POSSE 
2º DOLO 
1º DOLO 
2º POSSE 
 
 Exemplo, eu trabalho no TRF da 2ª região e quero pegar um notebook que tem lá no 
tribunal. Eu tenho a posse? Não, eu tenho a vontade, eu tenho o dolo de pegar. Então primeiro 
eu tenho o dolo e depois é que vou lá buscar e ter a posse. Isso é furto. 
 Atente-se: se eu entrar escondido, pegar o notebook e sair correndo, é apenas furto. 
Por outro lado,se eu entrar me valendo da condição de ser funcionário do tribunal, 
cumprimentar o vigia, pegar o notebook e sair normalmente, é peculato furto. 
 O sujeito vai até o local, cumprimenta o segurança e diz que esqueceu a carteira e que 
vai entrar para buscar. Entra e pega o notebook, desce o notebook por uma cordinha através 
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da janela até a sua namorada, que o espera lá embaixo. Ela não é funcionária pública, mas o 
ajuda. Ela pega o notebook, guarda no carro. Você esconde a cordinha, desce, passa pelo vigia, 
se despede e sai normalmente. Passado isso, o casal briga. Uma semana depois ela vai até a 
delegacia, conta tudo e devolve o notebook. Qual a responsabilidade dos dois? 
 Ele tinha dolo e posse – peculato furto (porque ele, se valendo da condição de 
funcionário, ludibria o segurança para conseguir entrar). 
 E a dela? Ela sabe que ele é funcionário público e contribuiu para o crime, logo, vai 
responder por peculato furto também. 
 O fato dela ter devolvido ajuda? Pode gerar arrependimento posterior, mas não cai na 
nossa prova. 
 Existe um outro peculato, o peculato culposo. 
 Saiba que existem crimes culposos contra a Administração e o peculato culposo é o 
maior exemplo. É o único crime culposo contra a Administração que você vai trabalhar aqui. 
 O peculato culposo não é o sujeito que se apropria sem querer, furta sem querer, 
mesmo porque isso não existe. 
 Peculato culposo é o crime do sujeito que acaba sendo negligente, descuidado com 
aquele bem móvel público ou particular que estava em seu poder, em poder da Administração 
e alguém acaba pegando. 
 Imagine você trabalhando no tribunal e deixa um notebook em cima do balcão, vai lá 
dentro buscar um processo e, quando volta, alguém pegou o notebook do balcão. Você não 
se apropriou, você não furtou, mas foi negligente na guarda do bem. 
 Assim como um funcionário na polícia que recebe fiança de preso. Essa fiança tem que 
ser depositada em uma conta. Imagina se esse funcionário pega, coloca o pagamento da fiança 
em um envelope e entrega para alguém depositar. E se o dinheiro sumir? Esse funcionário 
está sendo negligente. 
 Se o funcionário público concorre culposamente para o crime de outrem, é peculato 
culposo (artigo 312, §2º e § 3º, CP). 
 Peculato culposo 
 § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
 O parágrafo 3º trata da reparação do dano no peculato culposo. 
 Você foi negligente com o bem e vai responder por peculato culposo, mas, se você 
reparar o dano, a lei te beneficia, a depender do momento em que você reparar o dano: antes 
ou depois da sentença irrecorrível. 
Direito Penal - Bônus 
Prof. Leonardo Galardo 
 
 
 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. 
Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 Sentença irrecorrível é o mesmo que sentença transitada em julgado, é a sentença 
definitiva, que não cabe mais recurso. 
Se você reparar o dano antes da sentença irrecorrível, haverá extinção da punibilidade. 
Se você reparar o dano depois da sentença irrecorrível, só haverá a redução de metade da 
pena imposta. 
Provas já cobraram assim: no peculato culposo, se eu reparo o dano antes da sentença 
irrecorrível não há crime. Errado. Claro que há crime (fato típico, ilícito e culpável). 
Além de ser crime, tem que ser punível. Se eu reparar o dano antes da sentença 
irrecorrível, eu não acabo com o crime, eu acabo com a punibilidade. Tem crime, mas não será 
punido. 
Se eu reparar o dano só depois da sentença irrecorrível, vai ser punido, mas terá uma 
redução de metade da pena imposta. 
ATENÇÃO: esse benefício acontece apenas no peculato culposo. Nas demais espécies 
de peculato, não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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