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PROJETO 8ª ETAPA GENEROS TEXTUAIS (Reparado)

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“Gêneros Textuais como forma de Ensino-Aprendizagem nas Séries Iniciais” 
RESUMO
O presente projeto de Ensino intitulado “Gêneros Textuais como forma de Ensino-Aprendizagem nas Séries Iniciais” tem a pretensão de contribuir para a formação de alunos leitores, críticos e participativos, capazes de interagirem em sua realidade na condição de cidadãos consciente de sua atuação na sociedade, entendida como pré condição do exercício pleno da cidadania, desenvolvido dentro da linha da docência, trabalhando com o tema Literatura infantil nos anos iniciais, despertar na criança o interesse pela leitura, desenvolvendo sua criatividade e imaginação, ampliando assim a comunicação e expressão oral e escrita, que serão trabalhados em conteúdos como: Linguagem oral e escrita, através de recontos e listagens, Artes, através de teatro, desenhos e colagem, Música, através de dança expressando livremente gestos, e ludicidade, através de brincadeira com jogo. Os recursos necessários para desenvolver as atividades são variados como: livros, sucatas, cola, tesoura, cds, tinta, etc. A avaliação será a observação, diagnosticando o que as crianças estão aprendendo e suas dificuldades, proporcionando-lhes, de forma lúdica e prazerosa, variadas situações de aprendizagem que valorize diversos gêneros textuais e favoreça a ação, a reflexão, o humor e a fantasia. Conforme diz Vigotsky (1999, p.128) caminham juntos: “a imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista.” Ainda segundo Sandroni & Machado (2000, p.12) “a criança percebe desde muito cedo, que livro é uma coisa boa, que dá prazer”. As crianças bem pequenas interessam-se pelas cores, formas e figuras que os livros possuem e que mais tarde, darão significados a elas, identificando-as e nomeando-as.
Palavras-chave: Aprendizagem, Linguagem, Ludicidade, ensino, leitura. 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................6
3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO....................14
3.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA...........................................................................14
3.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................14
3.3 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................15
3.4 OBJETIVOS.........................................................................................................15
3.5 CONTEÚDOS......................................................................................................16
3.6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO..............................................................16
3.7 TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO..................................................18
3.8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS..............................................................19
3.9 AVALIAÇÃO.........................................................................................................19
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................20
5 REFERÊNCIAS.......................................................................................................21
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INTRODUÇÃO
O projeto de ensino aqui apresentado foi elaborado dentro da linha da docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundametal com o tema “Gêneros Textuais como forma de Ensino-Aprendizagem nas Séries Iniciais”. 
Diante da evolução da sociedade, a educação requer cada vez mais atenção dos profissionais sobretudo aqueles que trabalham com crianças, é de relevante importância o uso das práticas psicomotoras que muito podem contribuir com o desenvolvimento integral dos alunos que possuem uma natureza singular, são seres que pensam e sentem o mundo de um jeito muito próprio e estabelece relações com o outro e o mundo que as rodeiam, considerar a relevância da comunicação corporal torna-se um princípio norteador na educação, pois favorece a comunicação entre educando e educador.
Assim sendo apresenta-se neste trabalho o tema para o projeto de ensino: “Gêneros Textuais como forma de Ensino-Aprendizagem nas séries iniciais”, dando enfâse à linguagem corporal e as fábulas a fim de que os alunos possam superar as constantes e reais dificuldades relacionadas ao cotidiano de leitura e escrita, proporcionando-lhes, de forma lúdica e prazerosa, variadas situações de aprendizagem que valorize diversos gêneros textuais e favoreça a ação, a reflexão, o humor e a fantasia.
Dessa forma, busca-se desenvolver a integração constante que, consequentemente, favorecerá a expressão, a escrita, e também a leitura do aluno, elevando a sua auto-estima e possibilitando aprender com alegria, contribuindo de forma significativa para que, futuramente, nossos alunos se tornem cidadãos críticos e competentes.
Se considerarmos que a escola tem como uma de suas funções primordiais a formação do indivíduo leitor, pois ela ocupa o espaço privilegiado de acesso à leitura, é imprescindível que a escola crie possibilidades que oportunizem o desenvolvimento do gosto pela leitura por intermédio de textos significativos para os alunos. Desse modo, acredita-se que, a partir do entusiasmo que a criança alimenta pelo prazer da expressão, surgirá o seu interesse para aprender o código escrito, o qual passará a possuir significado para ela, desenvolvendo suas potencialidades para criar e expor suas ideias.
É comum que quando falamos em transmitir informações automaticamente associamos a prática da fala, pois, muitos ainda acreditam que o único meio do professor transferir o conhecimento para o aluno seria através da sua fala. 
Bakhtin (1992) expressa sobre a história infantil abordando que por ser um instrumento motivador e desafiador, ele é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade.
Logo, assegurar o hábito de ouvir histórias desde os primeiros anos de vida da criança ajuda no desenvolvimento do seu pensamento lógico e também de sua imaginação, que como diz Vigotsky (1999, p.128) caminham juntos: “a imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista.”.
ainda segundo Sandroni & Machado (2000, p.12) “a criança percebe desde muito cedo, que livro é uma coisa boa, que dá prazer”. As crianças bem pequenas interessam-se pelas cores, formas e figuras que os livros possuem e que mais tarde, darão significados a elas, identificando-as e nomeando-as.
Revisão Bibliográfica
A ação física representa a primeira forma de aprendizagem da criança, estando à motricidade ligada á atividade mental. Ela se movimenta pelo prazer do exercício, para explorar o ambiente, adquirir melhor mobilidade e se expressar com liberdade enfim, a ação física é necessária para que a criança harmonize de maneira integradora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas. 
O bebê, por exemplo, muito antes de estar no mundo, lá no ventre materno já reconhecer a voz da mãe, convive com o ritmo das pulsações, do coração de sua mãe e com ruídos. Desde a infância, os sons dos objetos e brinquedos, as vozes dos pais e das pessoas próximas chamam a atenção da criança e ela reage de diversas formas uma delas é emitindo sons. 
Dai a importância entre a relação da construção de textos do gênero do narrar e a linguagem corporal, apontando atividades que possam colocar em prática essa relação. Corpos danças- construções de novas percepções e novas imagens.
O corpo constitui-se na primeira forma de comunicação do ser humano com o mundo. A dança por exemplo, pode ser uma manifestação instintiva do ser humano, permite que este expresse seu eu por meio do movimento corporal, situando-se e posicionando-se diantedo seu tempo histórico. Toda ação humana envolve a atividade corporal. Criança constantemente utiliza delas para buscar conhecimento de si mesmo e daquilo que a rodeia, relacionando-se com objetos e pessoas. Ela corre, pula, gira, sobe nos objetos, pois sente necessidade de experimentar seu corpo, para seu domínio e também a construção de sua autonomia. 
Os jogos e brinquedos musicais da cultura infantil incluem os acalentos, as parlendas, as rondas (canções de roda), as advinhas, os cantos, os romances. Os jogos sonoros musicais possibilitaram situações de questões relacionadas ao som (e suas características), ao silêncio e a música. Brincar de estátuas é um exemplo de jogo em que por, meio de contaste entre som e silêncio, se desenvolve a expressão corporal, a concentração, a disciplina e a atenção. 
A vivência musical promovida pela musicalização permite na criança o desenvolvimento da capacidade de expressar-se de modo integrado, realizando movimentos corporais enquanto canta ou ouve uma música. A dança se faz presente nas manifestações populares, no folclore, na vida social das pessoas, faz parte das culturas humanas e sempre integrou o trabalho, as religiões e as atividades de lazer. 
Também o teatro permite que narremos fatos e que por intermédio da ação dramática, representá-los. São necessidades humanas o recriar da realidade em que vivermos. O jogo teatral pode ser relacionado aos processos de imitação, simbolização e de jogo que pertencem à infância. Os exercícios de expressão dramática estão relacionados á fantasia e a imaginação, ao mundo do sonho e da representação, desenvolvida a comunicação e a criatividade. Os textos no teatro são transformados por meio da linguagem gestual. Essa linguagem se desenvolve pela observação do cotidiano e no confronto texto/ gestos. O jogo pode envolver várias pessoas, mesmo que jogamos sozinhos, e arremesso de basquete, ou jogando futebol, jogarem grupo. No teatro, podemos jogar sozinhos fazendo um monólogo, temos o público. Por isso a experiência com teatro na escola amplia a capacidade dos alunos de dialogar, negociar, tolerar e conviver com as diferenças pois uma personagem é constituída de expressões vocais que servirão para revelá-la ao público. Para que o ator ou atriz possa construir ou descobrir essas expressões, recorre aos jogos dramáticos. 
Assim também é de suma importância o ato de contar histórias que durante muito tempo era tido como uma forma de entreter, distrair e relaxar as crianças, e ainda em algumas instituições continua a ser assim. Esse antigo costume popular pertencente à tradição oral, vem sendo resgatado pela educação como estratégia para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita – a formação do leitor passa pela atividade inicial do escutar e do recontar. Dessa forma, propostas de formação e cursos de capacitação de educadores vêem incluindo em sua metodologia a preparação para o ato de contar histórias.
Ainda assim esta não é uma prática comum no Ensino Fundamental das séries iniciais. As instituições educacionais recusam um trabalho diferenciado com a leitura, porque a contação de histórias se distancia dos métodos das avaliações. Não se pode medir notas ou conceitos quando contamos ou ouvimos um conto e a escola tem dificuldades em trabalhar com aquilo que não pode ser avaliado. Tal dificuldade é vista até mesmo com a literatura infantil, que perde a sua beleza quando o texto se transforma em uma ferramenta avaliativa, fazendo com que o prazer da leitura se perca com a avaliação. O fracasso escolar no ensino fundamental se refere ao desenvolvimento pelo gosto da leitura e formação de leitores, que recai sobre a forma como o professor está trabalhando a relação do livro com o aluno. A literatura não está recebendo um estímulo adequado e a contação de histórias é uma alternativa para que os alunos tenham uma experiência positiva com a leitura, e não uma tarefa rotineira escolar que transforma a leitura e a literatura em simples instrumentos para as provas, afastando o aluno do prazer de ler. "Porque para formar grandes leitores, leitores críticos, não basta ensinar a ler. É preciso ensinar a gostar de ler. [...] com prazer, isto é possível, e mais fácil do que parece" (VILLARDI, 1997, p. 2).
De acordo com vários estudiosos a contação de histórias é um valioso auxiliar na pratica pedagógica de professores da educação infantil e anos inicias do ensino fundamental. As narrativas estimulam a criatividade e a imaginação, a oralidade, facilitam o aprendizado, desenvolvem as linguagens oral, escrita e visual, incentivam o prazer pela leitura, promovem o movimento global e fino, trabalham o senso crítico, as brincadeiras de faz-de-conta, valores e conceitos, colaboram na formação da personalidade da criança, propiciam o envolvimento social e afetivo e exploram a cultura e a diversidade.
A arte de contar histórias na antiguidade era vista sob um olhar inferior à escrita, apesar disso os povos se reuniam ao redor da fogueira e contavam suas lendas e contos, disseminando a sua cultura e os seus costumes; reunir-se para ouvir histórias era uma atividade dos simplórios, isto explica por que durante tanto tempo esta prática foi rejeitada pela sociedade. Essas lendas e contos eram histórias do imaginário popular pertencentes à memória coletiva, destinadas, a ouvintes, adultos e crianças, que não sabiam ler. Segundo Malba Tahan (1966, p.24) “até os nossos dias, todos os povos civilizados ou não, tem usado a história como veículo de verdades eternas, como meio de conservação de suas tradições, ou da difusão de idéias novas.” O homem descobriu que a história além de entreter, causava a admiração e conquistava a aprovação dos ouvintes. O contador de histórias tornou-se o centro da atenção popular pelo prazer que suas narrativas proporcionavam.
Sendo assim, por muito tempo o contar histórias foi uma atividade oral: as histórias, reais ou inventadas, eram contadas de viva voz. Na idade média o contador era respeitado em todos os lugares por aonde ia. Os trovadores obtinham entrada em palácios e aldeias contando historias do gosto popular. Com o aparecimento da escrita, surgem, ao lado das histórias orais, as histórias escritas – e, com essa, sugiram tanto a história, propriamente dita, como relatos de eventos que se acredita terem de fato acontecidos, como a literatura, ou seja, relatos de eventos imaginados (ficção). A literatura infantil nasce dos contos populares por isso a contação de histórias é a origem da literatura.
A Contação de Histórias como estratégia educacional pedagógica que pode favorecer de maneira significativa a prática docente na educação infantil e ensino fundamental. A escuta de histórias estimula a imaginação, educa, instrui, desenvolve habilidades cognitivas, dinamiza o processo de leitura e escrita, além de ser uma atividade interativa que potencializa a linguagem infantil. A ludicidade com jogos, danças, brincadeiras e contação de histórias no processo de ensino e aprendizagem desenvolvem a responsabilidade e a autoexpressão, assim a criança sente-se estimulada e, sem perceber desenvolve e constrói seu conhecimento sobre o mundo. Em meio ao prazer, à maravilha e ao divertimento que as narrativas criam, vários tipos de aprendizagem acontecem, habilidades de reconhecimento de letras, relação entre fonema e grafema, construção textual, conhecimentos sintáticos, semânticos e ampliação do léxico. “A leitura de histórias é uma rica fonte de aprendizagem de novos vocabulários” (RCNEI, VOL. 3, p.145).
Dentro das histórias encontramos a gramática do conto: as personagens (protagonista e antagonista), apresentação inicial do conto, sucessão de eventos/ações complexas e o final; esta regularidade facilita a compreensão textual e a criação de histórias pela própria criança, assim contribuindo para as habilidades lingüísticas em nível oral e escrito. 
A criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada umadas palavras. Ouvir um texto já é uma forma de leitura (RCNEI, VOL. 3, p.141).
A didática do conto de histórias é motivante e enriquecedora nas series inicias, mas com o cuidado de que a estrutura da narração deve ser previsível para a criança, de fácil linguagem, com imagens e possibilidade de explorá-las posteriormente de forma lúdica, às narrativas possibilitarão as crianças um melhor desenvolvimento da capacidade de produção e compreensão textual.
O docente precisa incluir em seu planejamento curricular períodos dedicados à leitura, formando crianças que gostem de ler e escrever, uma geração de leitores e escritores que vêem na literatura infantil um meio de interação e diversão. Segundo Abramovich (1991) o ato de escutar contos é o início para a aprendizagem de se tornar um leitor.
Oferecer estas oportunidades didático-educativas significa capacitar às crianças para que possam desenvolver todas as suas potencialidades dentro da língua materna.
Outra fonte de aprendizagem pode ser apontada nos contos. Nos enredos de suas histórias, aparecem situações ligadas a valores universais como a liberdade, a verdade, a justiça, a amizade, a solidariedade, etc. Levando a criança a refletir sobre o convívio em sociedade.
Além disso, ao também expressarem à inveja, a traição, a covardia, a desigualdade, entre outros, permitem a escola a análise crítica de componentes éticos, abrindo espaço para a discussão de valores morais. Para Abílio e Mattos (2003) o educador deve estar ciente de que todo conto reflete a ideologia da época em que foi produzido, e, a partir dessa perspectiva, deve ser compreendido e discutido com os alunos. A partir daí, o desenvolvimento do espírito crítico no aluno também pode ser provocado pelo educador ao propor questionamentos sobre as escolhas adotadas pelos personagens.
Atualmente as frentes tecnológicas, os estímulos socioculturais, visuais, auditivos, A relação da escuta da leitura pela criança é afetiva. Este sentimento se manifesta pela identificação com a história, com os temas tratados e com os personagens; esta identificação consiste em afirmar a sua personalidade graças ao livro, formulando parâmetros de julgamentos éticos com relação aos personagens e de experiências e questionamentos pessoais. Sendo assim a escuta de histórias tem um caráter formador ou ético.
A repetição da historia contada e sempre positiva, a criança sempre observa algo novo após a contação.
Quem convive com crianças sabe o quanto elas gostam de escutar a mesma história várias vezes, pelo prazer de reconhecê-la, de apreendê-la em seus detalhes, de cobrar a mesma seqüência e de antecipar as emoções que teve da primeira vez. Isso evidencia que a criança que escuta muitas histórias pode construir um saber sobre a linguagem escrita (RCNEI, VOL. 3, p.143).
Jean Piaget (1896-1980), já dizia que quando a criança entra contato com experiências novas ouvindo ou vendo coisas que para ela são novidades, acaba inserindo esses conteúdos as estruturas cognitivas que possuía anteriormente, construindo significados e assim aumentando o seu conhecimento, somando o novo ao que já vivenciou, ao considerarmos o condicionamento mental infantil, o ideal e que a criança repita a história que acabou de ouvir, que ela tenha a oportunidade de dar outro final, altere, modifique a história que foi contada, quando a criança narra um conto estabelece uma relação entre fantasia e realidade.
A escola tem uma grande responsabilidade nesse processo, o sistema educativo deve ajudar quem cresce em determinada cultura a se identificar, a partir das narrativas é possível construir uma identidade e de encontrar-se dentro da própria cultura. 
Apesar das crianças precisarem de ajuda para lidar com seus sentimentos estas não conseguem falar com naturalidade e facilidade sobre seus problemas, isto porque não estão habituadas à linguagem cotidiana, para elas esta não é a linguagem do sentimento, elas se expressam melhor através da metáfora, da imagem como em histórias e sonhos.
A comunicação por meio da narração de histórias fala as crianças mais profundamente do que a linguagem literal, a linguagem do pensamento; dramatizar com bonecos ou fantoches, representando aquilo que se quer dizer através do desenho ou pintura é fazer uso da linguagem imaginativa, essa é naturalmente a linguagem infantil.
Nas histórias, o mal está tão presente quanto o bem, existem inúmeros obstáculos a serem vencidos, aparecendo escolhas de solução que permitem que a vitória aconteça. Todos esses aspectos fazem parte da vida psíquica da criança, formalizando o processo de identificação.
Aquele herói que luta e vence mostra a possibilidade de não desistir diante dos problemas da vida real e ter forças para superar todos os desafios. Os seres que figuram o mal significam o aspecto instintivo do homem e, ao serem subjugados, criam a possibilidade de equilíbrio entre a natureza animal/instintiva e a humana.
É isto que a história faz, ela apresenta mecanismos para enfrentar os problemas de uma maneira saudável e criativa, levando a criança ao um mundo maravilhoso onde os processos vivenciados pelos personagens e suas aventuras são repletas de significados, a criança sente isso, ela entra no mundo da história, um mundo de esperança, opções e possibilidades: opções sobre o que fazer diante de um grande obstáculo, possibilidades e soluções criativas para a superação dos problemas e como lidar com as emoções. A contação de histórias é um instrumento de grande valia nessa de transição. Não só a história escrita, mas também a dramatização como por exemplo os bonecos que atraem as crianças proporcionando o prazer de dar vida e voz a eles; graças ao fantoche pode-sesuperar a timidez que dificulta a comunicação e podem ser expressos sentimentos. O teatro de fantoches ensina a criança a prestar atenção no mundo sonoro, é um excelente recurso didático onde os professores podem abordar assuntos do conteúdo programáticos, focalizando o interesse para o assunto proposto, enriquecendo a aula. Neste contexto também a musica, tem o poder de alterar o comportamento incentivando a realização das atividades com prazer, diversas são as músicas infantis que podem ser trabalhadas nas diferentes modalidades e estratégias educacionais. A educação ganha força ao aliar-se a expressão corporal, expressão plástica e as emoções.
Para a escritora de literatura infantil e juvenil, pedagoga, atriz e contadora de histórias profissional Fanny Abramovich os cuidados e preparos do professor/contador de historias se referem a: 1. Saber escolher o que vai contar, levando em consideração o público e com qual objetivo; 2. Conhecer detalhadamente a história que contará; 3. Preparar o início e fim no momento da contação e narrá-la no ritmo e tempo que cada narrativa exige; 4. evitar descrições imensas e com muitos detalhes, favorecendo o imaginário da criança; 5. Mostrar à criança que o que ouviu está ilustrado no livro, trazendo-a para o contato com o objeto do livro e, por consequência, o ato de ler; 6. e por último, saber usar as possibilidades da voz variando a intensidade, a velocidade, criando ruídos e dando pausas para propiciar o espaço imaginativo.
Os contos tradicionais, como os contos de fadas – com linguagem simbólica, auxiliam a criança nos seus momentos de angustia e insegurança emocional, trazendo conforto e restaurando a confiança a partir da resolução com um final feliz. 
Pease (1995, p.19) afirma que:
A linguagem falada, apesar de sua importância, reconhece que a linguagem corporal também tem seu papel fundamental em nossa comunicação, portanto, a mesma precisa de uma melhor atenção para que a sua valorização necessite estudos e interação no currículo escolar.
É importante trabalharmos a relação da construção de textos do gênero do narrar e a linguagem corporal, apontando atividades que possam colocar em prática essa relação.
As pessoas quando interatuam falam. (...) Contudo, enquanto falam, as pessoas também manifestam uma complexa seqüência de movimentos corporais,na forma de olhares,expressões faciais, mudanças de postura, gestos, etc. basta observarmos um encontro
filmado com o som desligado para nos apercebermos da extensão da comunicação corporal. (GAHAGAN, 1980 p. 37).
Toda ação humana envolve a atividade corporal. Criança constantemente utiliza delas para buscar conhecimento de si mesmo e daquilo que a rodeia.
3. Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino
3.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA
O projeto de ensino aqui apresentado é proposto para ser trabalhado dentro da linha da docência nos Anos Iniciais com o tema: “Gêneros Textuais como forma de Ensino-Aprendizagem nas séries iniciais”, explorar a Literatura Infantil dando enfâse à linguagem corporal e as fábulas a fim de que os alunos possam superar as constantes e reais dificuldades relacionadas ao cotidiano de leitura e escrita, proporcionando-lhes, de forma lúdica e prazerosa, variadas situações de aprendizagem que valorize diversos gêneros textuais e favoreça a ação, a reflexão.
A importância entre a relação da construção de textos do gênero do narrar e a linguagem corporal, apontando atividades que possam colocar em prática essa relação.
3.2 JUSTIFICATIVA
Toda ação humana envolve a atividade corporal. Criança constantemente utiliza delas para buscar conhecimento de si mesmo e daquilo que a rodeia, relacionando-se com objetos e pessoas. Ela corre, pula, gira, sobe nos objetos, pois sente necessidade de experimentar seu corpo, para seu domínio e também construção de sua autonomia. A ação física representa a primeira forma de aprendizagem da criança, estando à motricidade ligada á atividade mental. Ela se movimenta pelo prazer do exercício, para explorar o ambiente, adquirir melhor mobilidade e se expressar com liberdade enfim, a ação física é necessária para que a criança harmonize de maneira integradora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas. 
A importância da expressão corporal e sua dimensão, bem como repensar a prática pedagógica a partir da expressão corporal é contribuir como possível alternativa pedagógica capaz de facilitar a compreensão das mais diversas formas de expressar e interagir da criança com o ambiente escolar, abordando a psicomotricidade como aliada do processo de ensino e aprendizagem na educação infantil. Além disso, reafirma a importância da psicomotricidade na educação infantil, pois sua prática proporcionará à oportunidade da vivência através do jogo simbólico e a exploração da linguagem corporal a partir da observação do educador contribuído com a capacidade de aprendizagem a evolução da criança. Já Os contos estão envolvidos no maravilhoso mundo das crianças e partem de uma situação real e concreta, para proporcionar emoções e vivências significativas. Neste gênero aparecem seres encantados e elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário que todas as crianças se encantam. Por meio de linguagem simbólica dos contos, a criança vem a construir uma ponte de significação do mundo exterior para seu mundo interior, aprendendo valores, refletindo sobre suas ações, desenvolvendo seu senso crítico, sua criatividade, sua expressão e linguagem.
3.3 PROBLEMATIZAÇÃO
A linguam corporal asssim como diversos gêneros textuais contribui de maneira expressiva para estruturação e formação do esquema corporal da criança? É possível a expressão dos sentimentos por intermédio do corpo? 
Acreditamos que a criança é movimento, vida também é movimento, a valorizando a linguagem do corpo também. As expressões psicomotoras são estímulos à vida social e a atividade construtiva da criança, formando um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e social. Por isso partimos do presuposto que o nosso corpo é um conjunto fantástico de estruturas e funções complexos e sutis, se prestarmos atenção veremos que todo pensamento é expresso através do nosso corpo de alguma forma.
3.4 OBJETIVOS
Identificar letras e palavras conhecidas presentes nos títulos das histórias e nomes de personagens.
Valorizar o conto (popular e de fadas) como parte da tradição dos povos;
Aprender valores; Desenvolver o senso crítico e a criatividade ampliando as possibilidades de movimentos dramatizando histórias, por meio de expressões orais e dança;
3.5 CONTEÚDOS
Português (linguagem oral e ecrita através da literatura infantil); O trabalho com gêneros textuais é uma importante oportunidade de lidarmos com a língua pátria em seus diversos usos, pois todas nossas interações linguísticas são um gênero. 
Artes: (linguagem corporal, música, teatros, mímicas, etc.) a arte é uma linguagem, uma forma de expressão e comunicação humana e tem um papel fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis, e culturais e isso já é suficiente para que se justifique sua presença na vida escolar. Por ser uma linguagem, é uma forma de expressar emoções, ideias, vivências, entre outras. É também, uma forma de comunicação e a compreensão dessa comunicação só torna possível se o outro decodificar a mensagem.
História/Geografia: (Lendas, folclore e danças). 
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
1ª Atividade – Acolhida 
- Receber as crianças com música alegre.
- Apresentação da história de Cinderela em DVD, Slide show, Livro Ilustrado ou Tv de papelão.
- Aplique a dinâmica do rolo de barbante adaptada:
Alunos sentados em círculos.
 O professor deve adquirir anteriormente um rolo grande de barbante e elaborar cartões com perguntas sobre o conto Cinderela.
Entrega-se o rolo de barbante a uma das crianças, tira-se um cartão com pergunta (simples).
A  criança devera jogar o rolo para a criança que deseja que responda a pergunta 
(caso a criança não consiga responder, a professora deverá pedir que os colegas o ajudem, dessa forma estará trabalhando a cooperação e solidariedade do grupo)
 A criança agarrará o rolo e responderá a pergunta jogando pra próxima criança   a responder a pergunta sorteada.
O jogo continua até que todas as crianças tenham participado ou acabarem as perguntas
 Ao final torna-se uma "teia" grande.
-  Aplique a atividade entregando a cada criança a estrela que ela deseja fazer sua varinha mágica como a da fada madrinha de cinderela, entregue também  um palito de picolé e tinta guache de várias cores para que a criança escolha sua preferida e com ajuda do pincel pinte o que será a haste da varinha
Brinque a vontade com as crianças no momento da confecção  e quando a varinha estiver pronta estimule-os a brincar de faz de conta um realizando os desejos dos outros.
Observe durante um bom tempo  e anote em diário de bordo os desejos de seus pequeninos para na medida do possível ir tornando esses sonhos realidade
- Ao final da aula faça questão de chamar cada aluno à frente e ressaltar sua qualidade diante dos colegas.
2ª Atividade - “Musicalização”
Colocar as crianças todas deitadas em colchonetes, e informar que não poderá fazer nenhum tipo de barulho para poder ouvir os diferentes sons/ruídos (Cd para relaxamento) – produzir Barulho de água/cachoeira - Canto dos pássaros - Assovios, etc.).
Após essa atividade, conversar na rodinha sobre os diversos sons que podemos ouvir no ambiente.
Pessoas conversando
Barulhinhos de vasilhas na cozinha
Galo cantando no quintal do vizinho
Cachorro latindo
Telefone tocando
Criança gritando
Brincadeiras de roda. Brincar de corre cutia.
3ª Ativiade (Ciências naturais) - orgãos do sentido (audição, visão e tato), 
Contar a história destacando os sons dos instrumentos musicais, no livro, observar o cenário, o Ursinho tocando tambor, Guaxinim tocando flauta, gatinho tocando piano/teclado, cachorrinho tocando trompete, cavalinho, cachorrinho e gatinho tocando triângulo, hipopótamo tocando a tuba. Pedir para fechar os olhinho e identificar os sons... tambor, flauta, piano...
Brincar de bandinha com alguns dos instrumentos citados na história.
Brincadeiras de roda. Cantar onde está a margarida.
4ª Atividade 
Conteúdos:Linguam corporal e equilíbrio.
Objetivos: Desenvolver a linguagem corporal e ampliar o vocabulário infantil; fortalecer a musculatura através da dança. 
Procedimentos metodológicos: colocar as crianças num espaço livre para que elas possam ao assistir o DVD, dançar e cantar a vontade.
Recursos: Televisão, aparelho de DVD, DVD da Xuxa. 
5ª atividade: (Encerramento) - Linguam visual, expressão corporal e convívio social
- Deixar um espaço livre onde as crianças possam ficar bem a vontante e sem risco de se machucarem, formar uma bandinha musical com os alunos cada um com um instrumento e tocar diversos ritmos musicais, trocar os alunos da bandinha a cada música para que todos possam participar. 
3.7 TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO
O tempo segerido é de uma semana. 
3.8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
RECURSOS HUMANOS:
- Alunos, professores, supervisores, e demais integrantes da comunidade escolar.
Recursos materiais:
 Computadores
Data show
Impressora
Aparelho de som
Microfone
Tapete de histórias;
Cenário para realização de leituras;
Fantasias de acordo com os personagens;
Instrumentos musiciais (brinquedos: pandeiros, violão, tambor, etc) 
Lápis de cor, giz de cera, sulfite, canson, papéis coloridos, tinta guache,
 cola, tesoura e pincel.
Livros de contos de fadas e histórias infantis.
3.9 AVALIAÇÃO
A avaliação será feita através da observação diária das crianças, avaliação formativa ao longo de todo o processo, nas atividades propostas, observando a participação e interação de cada aluno. 
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Considerações finais
A linguagem corporal é um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivo e social. Por isso partimos do pré-suposto que o nosso corpo é um conjunto de estruturas e funções complexas e sutis. Se prestarmos atenção veremos que todo pensamento é expresso através do nosso corpo de alguma forma, gestos, caras, bocas, sorriso, choro, birras etc. o nosso corpo representa a nossa individualidade.
A ssim sendo a criança consegue organizar o mundo a sua volta quando vivem experiências sensórias motoras, ou seja, interage com os órgãos do seu corpo e o mundo que a cerca, só então ela se localiza, assimila, identifica e formula conhecimento. 
O desenvolvimento infantil se dá num processo criado pela própria criança a partir das interações que vivencia, sendo assim, a literatura infantil em especial a contação de histórias na educação infantil e ensino fundamental, como atividade interativa e pedagógica mediada pelo educador contribui para este desenvolvimento.
Além disso, a história permite o contato das crianças com o uso real da escrita, leva-as a conhecerem novas palavras, a discutirem valores como o amor, família e trabalho, e a usarem a imaginação, desenvolvem a oralidade, a criatividade e o pensamento crítico, auxiliam na construção da identidade do educando, seja, esta pessoal ou cultural, melhoram seus relacionamentos afetivos interpessoais e abrem espaço para novas aprendizagens nas diversas disciplinas escolares, pelo seu caráter motivador sobre a criança.
Por isso é indispensável que o educador tenha conhecimento dos benefícios dessa prática sobre o desenvolvimento infantil, e saiba utilizá-lo adequadamente em sala de aula no ensino e aprendizagem dos seus educandos, como potencializadora dos conteúdos trabalhados e ferramenta interdisciplinar, e não apenas por isso, mas também como uma fonte de prazer, conhecimento e emoção, onde o lúdico se torna um eixo condutor no estímulo à leitura e à formação de uma geração leitora e escritora de alunos.
  Mas é importante reconhecer o uso da linguagem corporal para a nossa comunicação, mas necessita de uma análise por parte do professor.  O Professor deve estar atento ao desenvolvimento do seu aluno, é importante que a linguagem corporal seja incluída em sala de aula com mais frequência e de uma forma mais esclarecida, para que alunos e professores possam ter mais alternativas de comunicação e possibilidades de analisar a importância da expressão corporal e sua dimensão, bem como repensar a prática pedagógica a partir da expressão corporal e contribuir como possível alternativa pedagógica capaz de facilitar a compreensão das mais diversas formas de expressar e interagir do aluno com no ambiente escolar. 
  É necessário compreender que a comunicação não inclui apenas as mensagens que as pessoas trocam deliberadamente entre si. Além das mensagens trocadas conscientemente, com efeito, muitas outras são trocadas sem querer, numa espécie de comunicação envolutária, como por exemplo a expressão de raiva, de felecidade, de tristeza de dúvidas, entres outras. 
Dessa forma, busca-se desenvolver a integração constante que, consequentemente, favorecerá a expressão, a escrita, e também a leitura do aluno, elevando a sua auto-estima e possibilitando aprender com alegria, contribuindo de forma significativa para que, futuramente, nossos alunos se tornem cidadãos críticos e competentes.
REFERÊNCIAS
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