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Demanda Química de Oxigênio e Demanda Bioquímica de Oxigênio Alexandra Petry*(IC)¹, Paula Gonçalves Chimello (IC)², William Rafael Stegall dos Santos (IC)3, Daiana Cardoso de Oliveira (PS)4 Universidade do Sul de Santa Catarina Data: 11/05/2018 Palavras chave: poluição das águas, matéria orgânica. Introdução A matéria orgânica presente nos corpos d'água e nos esgotos é uma característica de primordial importância, sendo a causadora do principal problema de poluição das águas: o consumo de oxigênio dissolvido pelos microrganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização da matéria orgânica (VON SPERLING, 2005). A DBO é considerada como um importante parâmetro para o controle da poluição das águas por matéria orgânica biodegradável. Em águas naturais, representa a demanda potencial de oxigênio dissolvido que poderá ocorrer devido à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis, o que poderá reduzir os níveis de oxigênio nas águas abaixo dos exigidos pela vida aquática. Trata-se de um importante padrão utilizado pela legislação para o estabelecimento de padrões de emissão de despejos líquidos e padrões de manutenção em corpos receptores. É um parâmetro imprescindível nos estudos de autodepuração dos cursos d’água e composição dos índices de qualidade dos mesmos (SABESP, 2014). A necessidade de avaliar-se a medida de matéria orgânica de um despejo liquido, num intervalo de tempo menor que os 5 dias, necessários para o teste de DBO, tem levado à substituição por outros testes mais rápidos, como por exemplo o teste da DQO. O teste da DQO mede o consumo de oxigênio ocorrido em função da oxidação química da matéria orgânica. O teste gasta de 2 a 3 horas para ser realizado e envolve a utilização de um agente oxidante forte (VON SPERLING, 2005). A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluente industriais. A DQO é muito útil quando utilizada conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de despejos. Sabe-se que o poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante a ação de microrganismos, exceto raríssimos casos como hidrocarbonetos aromáticos e piridina. Desta forma, os resultados de DQO de uma amostra são superiores aos de DBO. Como na DBO mede -se apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor aproximar da DQO significa que mais biodegradável será o efluente (CETESB, 2014). Este trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade da água do lago pela determinação da Demanda de Bioquímica de Oxigênio (DBO) e da Demanda Química de Oxigênio (DQO). Materiais e Métodos Foram utilizados todos os materiais contidos na tabela 1 junto com os reagentes da tabela 2. Tabela 1. Materiais MATERIAIS CAPACIDADE QUANT. Balão de fundo chato de boca esmerilada 500 mL 3 Bureta 50 mL 1 Chapa de aquecimento *** 1 Condensador de refluxo de extremidade esmerilada *** 1 Conjunto Respirométrico - OXITOP *** 1 Pipeta volumétrica 10 mL 1 Proveta 50 mL 1 Tabela 2. Reagentes REAGENTES QUANTIDADE NaOH (pastilhas) *** Solução ácido sulfúrico – sulfato de prata 30 mL Solução de indicador ferroin 3 gotas Solução padrão de Dicromato de potássio 0,15N 10 mL Solução padrão de sulfato ferroso amoniacal *** Sulfato de mercúrio 0,4g Sulfato de prata *** DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO – DQO Colocou-se 0,4g de sulfato de mercúrio em um balão de 500 mL de fundo chato. Introduziu-se no balão, 20 mL da amostra de água do lago e 10 mL de solução de dicromato de potássio 0,15N. Adicionou-se ao balão 30 mL da solução de ácido sulfúrico – sulfato de prata e algumas pérolas de vidro. Repetiu-se esse procedimento, substituindo os 20 mL da amostra por 20 mL de água deionizada para fazer o branco. Conectou-se o balão com o condensador de refluxo. Refluxou-se a amostra e o branco por um período de duas horas. Pipetou-se 10 mL da solução padrão de dicromato de potássio em um Erlenmeyer de 250 mL e adicionou-se 100 mL de água deionizada. Adicionou-se 30 mL de ácido sulfúrico concentrado. Agitou-se levemente. Depois de frio, adicionou-se 3 gotas do indicador ferroin. Titulou-se com sulfato ferroso amoniacal até a solução adquirir coloração marrom tijolo. Anotou-se o volume gasto e repetiu-se o procedimento mais duas vezes. Lavou-se o interior do condensador com água deionizada. Deixou-se esfriar e adicionou-se 140 mL de água deionizada. Titulou-se a amostra e o branco com a solução de sulfato ferroso amoniacal 0,088N. Anotou-se o volume gasto e repetiu-se o procedimento mais uma vez. DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO – DBO Introduziu-se a amostra de água do lago em uma garrafa com sistema respirométrico. Adicionou-se algumas pastilhas de hidróxido de sódio na borracha da tampa e fixou-se o conjunto à garrafa. Fechou-se bem a garrafa. Zerou-se o display. Ligou-se a agitação magnética do sistema oxitop. Incubou-se o sistema durante 5 dias. Resultados e Discussões DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO – DQO A titulação da solução de sulfato ferroso amoniacal foi realizada em triplicata. Na primeira titulação da triplicata foram gastos 16,3 mL. Na segunda titulação da triplicata, 16,7 mL foram necessários. Na terceira titulação da triplicata, 16,8 mL causaram viragem na solução. O volume gasto na prova em branco foi de 15,8 mL. Calculou-se então a normalidade da solução. Os seguintes cálculos foram feitos para determinar a normalidade da solução: A titulação da amostra refluxada com sulfato ferroso amoniacal foi realizada em duplicata. Na primeira titulação da duplicata foram gastos 15,2 mL. Na segunda titulação da duplicata, 14,6 mL foram suficientes para causar viragem na solução. Fez-se os seguintes cálculos para DQO: ( ( A Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº01, de 05 de maio de 2008, estabelece que o valor da DQO para lançamento de efluentes em um curso d’água deve ser de até 180 mg L-1 ou um tratamento com eficiência de redução de DQO em no mínimo 70% e média anual igual ou superior a 75%. As análises laboratoriais mostraram uma DQO que está dentro do limite, então esse efluente pode ser lançado ao ambiente. DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO – DBO Depois de 5 dias com o sistema incubado, o valor lido na DBO foi de 13,1. O valor aproximado de DBO esperado, levando em consideração que a expectativa de DBO fosse de 80% da DQO (de acordo com a Lei 14.675/2009) era de 50,4 mg/L. Segundo o Código Estadual do Meio Ambiente, de Santa Catarina, Lei 14.675, de 13 de abril de 2009, em seu artigo 177, o limite máximo permitido para o lançamento de efluente em termos de DBO é 60 mg/L. Conclusões Conclui-se com o relatório e seus resultados, que os valores encontrados para a DQO estão dentro do limite permitido. Porém, os valores encontrados para a DBO foram inconclusivos. Os valores encontrados para a DQO foram maiores que os valores encontrados para a DBO, pois o oxidante químico utilizado na DQO além de oxidar a matéria orgânica oxida também matéria inorgânica. Assim confirmando a confiabilidade das análises. A relação DQO/DBO prediz o quanto biodegradável pode ser uma amostra e a partir de então indicar o tipo de tratamento que melhor se adequa ao efluente a ser tratado. Referencias CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Demanda Química de Oxigênio. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file /agua/aguas- superficiais/aguas- interiores/variaveis/aguas/variaveis_quimicas/ demanda_quimica_de_oxigenio.pdf>. Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01, de 05 de maio de 2008. Disponível em: <http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8151>. SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) Demanda Bioquímica De Oxigênio. Disponível em: <http://www2.sabesp.com.br/normas/nts/nts003.pdf>. VON SPERLING,M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFMG, 1995.