Prévia do material em texto
MATÉRIAS - PRIMAS DA FERMENTAÇÃO ETANÓLICA. Prof.Clóvis Parazzi Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Agrárias ÁLCOOIS COMBUSTÍVEIS R R O C=C O R R C alquenos C R OH R R’ O ácidos cetonas carboxílicos C R H aldeído RX ROH ROR’ halogenetos Álcool éter de alquila Os álcoois ocupam uma posição central na química orgânica. São obtidos e também podem dar origem a outras funções (alquenos, ésteres, éter, ácidos, aldeídos, etc O C R OR éster ÁLCOOIS COMBUSTÍVEIS Álcool ? composto orgânico em que um átomo de H, de um alcano é substituído por um grupo hidroxila, OH. CH4 ? CH3OH (METANOL) CH3CH3? CH3CH2OH (ETANOL) Aplicações ? combustíveis e reagente químico. ÁLCOOL ETÍLICO ?O ETANOL ? CH3CH2OH ?Propriedades ? Incolor ? inflamável → (CH3CH2OH + 3 O2 → 3 H2O + 2 CO2) ? Odor...... característico. ? Ponto de fusão.....-111,8°C ? Ponto de ebulição............. 78,32°C. ? Densidade a 20ºC........................0,7894 Miscível em água e em outros compostos orgânicos. VIAS DE OBTENÇÃO a) Metanol ? Obtido a partir da destilação da madeira. (aquecimento da madeira a altas temperaturas e na ausência de ar). Álcool da madeira. ? Hidrogenação catalítica do monóxido de carbono à temperaturas e pressões elevadas, em torno de 300 - 400°C e 200 - 300 atm. CO + 2H2 ?CH3OH VIAS DE OBTENÇÃO b) Etanol ? Via Sintética – subprodutos do petróleo ?Via fermentativa C6H12O6 ? 2 CH3CH2OH + 2 CO2 + 23,5 Cal. Glicose Etanol gás carbônico energia etileno etanol FbP 2 ATP DHAP GAP NAD NADH 2 ATP PIRUVATO ACETALDEÍDO CO2 NADH NAD GLICOSE TREALOSE GLICEROL AMINOÁCIDOS ÁCIDOS ORGÂNICOS ETANOL ACETATO PROTEÍNAS BIOMASSA FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA (LEVEDURAS) Sacarose Glicerol Etanol Ácidos orgânicos MATÉRIAS - PRIMAS a) AMILÁCEAS E FECULENTAS ? Amido ? cereais ? Féculas ? raízes e tubérculos b) CELULÓSICAS ? Lenhosas ? madeiras ? Resíduos sulfíticos ? lixivia ? Bagaço de cana e palha c) AÇUCARADAS ? Diretamente fermentecíveis ? trioses, tetroses e hexoses (sucos de frutas, mel de abelha, etc.). ? Não diretamente fermentecíveis ? sacarose, maltose, rafinose ( cana, beterraba, sorgo) ? Mistas ? melaço TRANSFORMAÇÕES (Não Diretamente Fermentecíveis) a) Sacarose C12H22O11 + HOH → C6H12O6 + C6H1206 (glicose) (frutose) b) Maltose CH12H22O11 + HOH → C6H1206 + C6H1206 (glicose) (glicose) c) Melibiose C12H22011 + HOH → C6H1206 + C6H1206 (Glicose) (galactose) d) Rafinose C18H32016 + HOH → C6H1206 + C6H1206 + C6H1206 (galactose) (glicose) (frutose) TRANSFORMAÇÕES (Polissacarídios) e) Amido (C6H10O5)n + n HOH → n C6H12O6 (ácidos /enzimas) (glicose) C6H1005 + n HOH → C12H22O11 + 2 (C6H1005)n (malte) (maltose) (dextrinas limites) f) Celulose (C6H10O5)n + n HOH → n C6H12O6 ( ácidos/enzimas) (glicose) g) Pentosanas (C5H8O4)n + n HOH → n C5H10O5 (pentoses ?arabinose/xilose) h) Hemicelulose (C6H10O5)n , (C5H8O4)m + n + m HOH → n C6H12O6 + m C5H10O6 (glicose) (arabinose) + m (C5H10O5) + n C6H12O6 (xilose) (galactose) DISSACARÍDEOS POLISSACARÍDEOS A MOLÉCULA DE AMIDO a. AMILOSE (cadeias simples) ? PESO MOLECULAR PODE CHEGAR ATÉ 500.000. ? HIDRÓLISE ? ENZIMA α-AMILASE AO ACASO LIGAÇÕES (α 1-4) ? GLICOSE. b. AMILOPECTINA (cadeias ramificadas) ? PESO MOLECULAR ATÉ 1.000.000. ? HIDRÓLISE ? ENZIMA α-AMILASE? ligações (α 1-4) ? ENZIMA AMILOGLICOSIDASE ? ligações (α 1-6) α (1-4) α (1-6) D - Glicose ESTRUTURA DA MOLÉCULA DE AMIDO AMILOSE AMILOPECTINA COMPARAÇÃO ENTRE A MOLÉCULA DA AMILOPECTINA NO AMIDO E NO GLICOGÊNIO. A MOLÉCULA DE CELULOSE ? POLISSACARÍDEO ?FORMADO POR MOLÉCULAS DE D-GLICOSE, ? COMPOSTA POR CADEIA LINEAR (β 1-4), ? FUNÇÃO ESTRUTURAL. ? HIDRÓLISE ?ENZIMAS CELULASES ?ligações (β1-4). Características Sorgo Sacarino Cana-de-açúcar Ciclo vegetativo 120 a 130 dias 12 e 18 meses Rendimento (t/ha) 48,0 65,0 Umidade % 67,9 68,7 Açúcares Redutores (%) 5,6 3,0 Açúcares Redutores totais (ART/ t) 96,3 105,0 Álcool a 100º GL (L/t) 62,4 67,9 Fonte: TEIXEIRA Fonte: TEIXEIRA etet al., 1997 (al., 1997 (CiencCienc. . TecnolTecnol. . AlimAlim., v.17,n.3, 1997) ., v.17,n.3, 1997) MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE ÁLCOOL (Características) ÁLCOOL DE MILHO ? O custo do produto (Álcool), ? EUA – U$ 1,10 a 1,40/galão (3,785L). ? Brasil – U$ 0.65 a 0,85/galão. ? Ganhos de ordem ambiental (UNICA, 2005) (unidade de energia gerada por cada unidade de energia fóssil gasta na produção) ? Alcooll de milho - são geradas 1,2 a 1,4 unidades de energia. ? Cana-de-açúcar – são geradas de 8 a 10 unidades de energia ( 700%). Características Gerais do Milho • Um dos cereais mais cultivados no mundo. • Composição : carboidratos, proteínas, vitaminas, sais minerais, óleos, açucares, gorduras, celulose e calorias. Produção do Álcool de Milho ?Etapas ? Recebimento, Controle e Limpeza remoção de materiais estranhos (pedaços de sabugo, partículas metálicas, pó); ? Maceração ou Amolecimento O milho limpo é transportado para grandes tanque de maceração. Durante a maceração, os componentes solúveis são extraídos do grão. O milho já amolecidos passam por moinhos de baixo atrito, são quebrados, perdem a película e liberam o germe do endosperma. Produção do Álcool de Milho Produção do Álcool de Milho ? Separação do Gérmen O germe, nesta etapa, contém de 40 a 50% de óleo, ele é mais leve do que o endosperma e a película, é separado pela força centrifuga (hidrociclones). O germe limpo que foi separado, é secado e o óleo cru removido através de prensas mecânicas e/ou extração com solventes. Produção do Álcool de Milho ?Moagem e Peneiração Película + Endosperma Trituração e Filtragem (Moinhos de Impacto) Amido/Glúten Separadores de Amido Mistura Remanescente ? Separação do Amido A massa fluída de água de amido e glúten é separada por centrifugação. A maior parte segue para produção de xaropes de milho e dextrose Produção do Álcool de Milho O amido, com ainda 1 ou 2 % de proteínas é O amido, com ainda 1 ou 2 % de proteínas é diluído e lavado (de 8 a 14 vezes), em diluído e lavado (de 8 a 14 vezes), em hidrocicloneshidrociclones até remoção total de proteínas,até remoção total de proteínas, chegandochegando--se assim a um amido de alta se assim a um amido de alta qualidade, tipicamente qualidade, tipicamente 99,5% puro99,5% puro.. Produção do Álcool de Milho ? O tratamento com outra enzima (glicoamilase) continua o processo de conversão. No processo, os refinadores podem parar a ação ácida ou enzimática, em pontos determinados, para obter as misturas certas de açúcares com dextrose e maltose para os xaropes atenderem a diferentes finalidades. ?? Conversão do Amido Amido (suspenso H2O) Ácido/enzima α- amilase Dextrose (Solução com baixo teor) conversão ? Fermentação ? DEXTROSE ? AÇÚCARES ? A dextrose é, de todos os açúcares, um dos mais fermentáveis. ? Após a conversão do amido a dextrose é enviada a fermentação onde é convertida em álcool em processo tradicional de fermentação por leveduras ou outros bioprodutos obtidos por fermentação bacteriológica. ? Após fermentação, o caldo resultante é destiladospara recuperar álcool ou concentrado por separação com membrana para produzir outros bioprodutos. ? O dióxido de carbono da fermentação é recuperado para venda e os nutrientes restantes após a fermentação são utilizados como componentes de ingredientes para nutrição animal. Produção do Álcool de Milho Produção do Álcool de Milho BAGAÇO INTEGRAL FIBRA MEDULA CELULOSE % 46,6 47,7 41,2 HEMICELULOSE % 25,2 25,0 26,0 LIGNINA % 20,7 19,5 21,7 LIGNOCELULÓSICOS 45% SÓLIDOS INSOLÚVEIS 2-3% SÓLIDOS SOLÚVEIS 2-3% UMIDADE 50% ??COMPOSIÇÃO DO BAGAÇO DE CANACOMPOSIÇÃO DO BAGAÇO DE CANA Produção do Álcool de BagaçoProdução do Álcool de Bagaço Fonte: Russel, 2007. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS RESÍDUOS DA COLHEITA DE CANA CELULOSE 45,1% HEMICELULOSE 25,6% LIGNINA 12,7% OUTRAS MATÉRIAS ORGÂNICAS 4,3% CINZA 8,0% UMIDADE 9,7% PALHA DE CANA Fonte: Russel, 2007. HIDROLISE DE MATERIAL LIGNOCELULÓSICOS REQUERIMENTOS PARA AS MATERIAS PRIMAS BAIXO CUSTO DISPONIBILIDADE NO BRASIL A MATERIA PRIMA MAIS APROPRIADA É O BAGAÇO DE CANA (FUTURAMENTE A PALHA) NÃO REQUER PREPARO DEMASIADO ESTA DISPONIVEL EM GRANDES VOLUMES ESTANDO DISPONIVEL NO LOCAL NÃO ENVOLE CUSTOS ADICIONAIS DE TRANSPORTE SEU CUSTO É COMPARATIVAMENTE MENOR COMPOSIÇÃO DO BAGAÇO DE CANA HEMICELULOSE CELULOSE LIGNINA Produção de Etanol P R O CES S OS D E H ID R ÓLIS E Hidrólise Química Hidrólise Enzimática Pré-tratamentos Solvente orgânico Ácido concentrado Ácido diluído TECNOLOGIA DHR Produção de Etanol de Bagaço ou Palha Conversão de Ligno-celulósicos em Etanol Fonte: Russel, 2007. (CDM) -conversão direta pelo microorganismo (SFS) - sacarificação e fermentação simultânea. REATOR TQ. PREPARO DE HIDROSSOLVENTE COLUNA RECUP. DE ETANOL FERMENTAÇÃO BALÕES DE FLASH CONDENSADORESETANOL BAGAÇO H2SO4 TANQUES LIGNINA Produção de Etanol – PROCESSO DHR INTEGRAÇÃO DHR DESTILARIA DE ÁLCOOL OU USINA DE AÇÚCAR COM DESTILARIA ANEXA (PROCESSO TRADICIONAL OTIMIZADO ENERGETICAMENTE) DHR ÁLCOOL CANA PALHA EFLUENTE BIOGÁS PALHA ENERGIAVINHAÇA ENERGIA EXCEDENTE BAGAÇO + PALHA HIDROLISADO LIGNINA ENERGIA AÇÚCAR BIODIGESTÃO CALDEIRA +TURBOGERADOR Fonte: Russel, 2007. Hidrólise de Bagaço FONTE: Didini S/A Indústrias (Química e derivados, 2006) FASES/ RENDIMENTOS Hexoses Pentoses Hexoses Pentoses Hexoses Pentoses Sacarificação (%) 82 82 82 82 90 90 Fermentação (%) 90 - 90 62 90 82 Destilação (%) 99 - 99 98 99 98 Álcool (L/t) 109 - 109 41 120 60 Álcool Total (L/t) 109 150 180 MELAÇO Variabilidade de composição do melaço em Usinas de açúcar Valores observados SÃO PAULO (1) ALAGOAS (2) ELEMENTO Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Água, % 17,3 8,2 26,8 Sólidos Totais, % 82,7 73,2 91,8 Brix, % 80,0 65,0 88,0 78,61 76,77 83,30 Pureza % 65,0 56,0 76,0 46,54 40,41 55,67 Sacarose, % 52,0 47,0 64,0 Glicose, % 12,0 6,0 20,0 Frutose, % 9,0 5,0 17,0 Açúcares redutores, % 6,0 4,0 12,0 16,20 14,45 18,03 Açúcares totais, % 65,6 52,1 72,1 54,73 51,11 61,09 Gomas, ppm - 0,0 2000 Subst. Red. Infermentescíveis, % 0,3 0,1 0,5 Matéria nitrogenada, ppm - 100 300 Acidez sulfúrica, % 0,30 0,18 1,2 PH 6,3 5,0 6,8 Cinzas, % 5 3,5 7 P2O5 0,05 0,01 0,15 0,07 0,02 0,14 K20 2,1 1,23 2,68 3,51 2,93 4,52 CaO 0,36 0,14 0,73 1,36 0,93 2,03 MgO 0,12 0,03 0,6 1,03 0,60 1,31 SiO2 0,58 0,56 0,62 Fe2O3 0,32 0,28 0,56 SO3 1,17 1 1,19 Cl 0,18 0,14 0,28 Na2O 0,12 0,11 0,19 Vitaminas A, B1 e B2 Variável Fonte: Síntese de publicações da Copersucar - (1) e (2) - Vasconcelos, 1985 Idade (meses) Índices 0 1 2 3 4 5 6 7 Brix 89.2 88.9 88.6 88.4 88.2 87.0 88.0 88.0 Sacarose 37.8 37.3 37.0 36.2 35.8 35.4 35.1 35.0 Glicose 11.5 11.0 10.7 10.5 10.3 9.8 10.5 10.1 Açúcares totais 49.2 48.3 47.7 46.7 46.0 45.2 45.6 45.6 pH 5.9 5.7 5.6 5.5 5.3 5.3 5.2 5.2 Perdas de açúcares totais: 3,67% COMPOSIÇÃO DO MELAÇO EM FUNÇÃO DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO (Silva, 2003). ? Açúcar: 12-18% ? Fibra: 12-14% - sem computar os resíduos de colheita. ? Cera 0,1-0,3% ? Cinza: 2-3% Produção do Álcool da CanaProdução do Álcool da Cana--dede--AçúcarAçúcar CANA-DE-AÇÚCAR RECEPÇÃO/ PREPARO EXTRAÇÃO GERAÇÃO DE VAPOR e ELETRICIDADE PROCESSO ÁLCOOL PROCESSO AÇÚCAR MELAÇOBAGAÇO CALDO AÇÚCAR ÁLCOOL VINHAÇA CANA CALDO ? PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL. ? PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL Conversão da Sacarose da Cana Usina de açúcar •Açúcar: 120 kg/TC •Ethanol do melaço: 7 l/TC Açúcar / Etanol (50/50) (Usina com Destilaria anexa) •Açúcar: 67 kg/TC •Etanol: 42 l/TC Etanol (Destilaria Autônoma) •Etanol: 85 l/TC ENERGIA RENOVÁVEL a) ?BÁCTÉRIAS RECOMBINANTES Etanol ⇒ hidrolisado de bagaço, palhas, etc. Escherichia coli (Applied and Environmental Microbiology, 1989) b) ?ETANOL PARA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO Hidrogênio ⇒ gerar eletricidade ⇒ motor elétrico ⇒ veículos(IFGW, 2006). c) ? BIODIESEL (Conversão de óleos ou gorduras em ésteres) Óleo + Metanol ⇒ Ésteres Metílicos + Glicerol Óleo + Etanol - Ésteres Etílicos + Glicerol. F I M Clóvis Parazzi E-mail: parazzi@cca.ufscar.br MATÉRIAS - PRIMAS DA FERMENTAÇÃO ETANÓLICA. ÁLCOOIS COMBUSTÍVEIS� ÁLCOOIS COMBUSTÍVEIS ÁLCOOL ETÍLICO VIAS DE OBTENÇÃO � VIAS DE OBTENÇÃO � MATÉRIAS - PRIMAS TRANSFORMAÇÕES�(Não Diretamente Fermentecíveis) TRANSFORMAÇÕES�(Polissacarídios) ÁLCOOL DE MILHO Características Gerais do Milho Produção do Álcool de Milho Produção do Álcool de Milho Produção do Álcool de Milho Produção do Álcool de Milho Produção do Álcool de Milho Produção de Etanol Produção de Etanol de Bagaço ou Palha Hidrólise de Bagaço�FONTE: Didini S/A Indústrias (Química e derivados, 2006) Conversão da Sacarose da Cana ENERGIA RENOVÁVEL