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Universidade de São Paulo Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Aula 10 Hidrograma Unitário PHA 5013 – Hidrologia Determinística Prof. Dr. Arisvaldo V. Méllo Jr Hietograma Bacia Hidrográfica Saída da Bacia Hidrográfica Tempo (h) V az ão ( m 3 /s ) Fonte: Musy,2001 Hidrograma Chuva excedente Chuva Infiltrada Resposta de uma Bacia Hidrográfica Hidrograma unitário Usado para bacias médias (2,5 < A-km2 < 250) Aplicado para calcular o hidrograma superficial direto para qualquer chuva Definição hidrograma de escoamento superficial direto, resultante de uma chuva efetiva com intensidade e duração unitárias HU padrão 0 0 2 2 4 4 6 6 8 8 𝐼𝑒 = 1 2 mm/h 1 mm 1 mm Tempo (h) V az ão Q tr = 2 h Hidrograma unitário de 2 h para uma bacia de 50 km2 A = 50 km2 Um chuva de 1 mm produziu 1 mm de escoamento numa bacia de 50 km2 num período de 2 horas Premissas Admite-se que a chuva seja uniformemente distribuída sobre a bacia A área sob a curva corresponde a um volume unitário de escoamento superficial direto Pode ter vários HU, um para cada duração da chuva Obtido um HU para uma duração, pode-se derivar outro a partir deste A definição do HU está baseada em três princípios básicos 0 10 20 30 40 50 600 2 4 6 8 10 12 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Pr ec ip ita çã o ( m m ) Va zã o (m 3/ s) Tempo (h) 0 10 20 30 40 50 600 2 4 6 8 10 12 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Pr ec ip ita çã o ( m m ) Va zã o (m 3/ s) Tempo (h) 1° Princípio: Constância do Tempo de Base Princípios do HU 6 6 6 Para chuvas efetivas de intensidade constante e de mesma duração, os tempos de escoamento superficial direto são iguais 2° Princípio: Proporcionalidade das Descargas Princípios do HU (linearidade) 7 0 2 4 6 8 10 12 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tempo (h) Va zã o (m 3/ s) 0 10 20 30 40 50 60 Pr ec ip ita çã o (m m ) P2 P1 2 1 2 1 P P Q Q Q2 Q1 Chuvas efetivas de mesma duração, porém com volumes de escoamento superficial diferentes, irão produzir em tempos correspondentes, volumes de ESD proporcionais às ordenadas do hidrograma e às chuvas excedentes 3° Princípio: Princípio da Aditividade (superposição) Princípios do HU 8 0 2 4 6 8 10 12 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tempo (h) Va zã o (m 3/ s) 0 10 20 30 40 50 60 Pr ec ip ita çã o (m m ) 0 2 4 6 8 10 12 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tempo (h) Va zã o (m 3/ s) 0 10 20 30 40 50 60 Pr ec ip ita çã o (m m ) P 1 q 1 P 1 q 2 P 1 q 3 P 1 q 4 P 1 q 5 P 1 q 6 P 1 q 7 P 2 q 1 P 2 q 2 P 2 q 3 P 2 q 4 P 2 q 5 P 2 q 6 P 2 q 7 P1 P2 A duração do escoamento superficial de uma determinada chuva efetiva independe de precipitações anteriores. O hidrograma total referente a duas ou mais chuvas efetivas é obtido adicionando-se as ordenadas de cada um dos hidrogramas em tempos correspondentes. Equações de Convolução Conhecido o H.U., é possível calcular os hidrogramas de E.S.D. resultantes de eventos complexos de chuvas 𝑄𝑛 = 𝑃𝑚 ∙ 𝑞𝑛−𝑚+1 𝑛 𝑚=1 Qn = vazão de E.S.D. no intervalo de tempo n (m³/s) Pm = chuva efetiva no intervalo de tempo m (mm) q = vazão de E.S.D. correspondente a P = 1 (m³/s.mm) Equações de Convolução Exemplo com chuva efetiva ocorrendo em 3 intervalos de tempo (P1..3) e HU distribuído por 9 intervalos de tempo (q1..9) Hidrograma Resultante Hidrograma da Chuva 1 Hidrograma da Chuva 2 Hidrograma da Chuva 3 Total Q1 P1 * q1 P1 * q1 Q2 P1 * q2 P2 * q1 P1 * q2 + P2 * q1 Q3 P1 * q3 P2 * q2 P3 * q1 P1 * q3 + P2 * q2 + P3 * q1 (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) Q9 P1 * q9 P2 * q8 P3 * q7 P1 * q9 + P2 * q8 + P3 * q7 Q10 P2 * q9 P3 * q8 P2 * q9 + P3 * q8 Q11 P3 * q9 P3 * q9 Hidrograma Unitário: intervalo de tempo t (h) q (m³/s/mm) 1 0.5 0.5 2 1.0 2.0 3 1.5 4.0 4 2.0 7.0 5 2.5 5.0 6 3.0 3.0 7 3.5 1.8 8 4.0 1.5 9 4.5 1.0 Cálculo da Qesd: total: t (h): 0.5 1.0 1.5 i t(h) P (mm): 20 25 10 Q (m³/s) 1 0.5 10 10 2 1.0 40 13 53 3 1.5 80 50 5 135 4 2.0 140 100 20 260 5 2.5 100 175 40 315 6 3.0 60 125 70 255 7 3.5 36 75 50 161 8 4.0 30 45 30 105 9 4.5 20 38 18 76 10 5.0 25 15 40 11 5.5 10 10 Hidrogramas para cada P (Qn) 0 50 100 150 200 250 300 350 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 tempo (h) Q es d (m ³/s ) 20 25 10 Q (m³/s) Exemplo de Aplicação do HU 11 * = Cálculo da Qesd a partir da Chuva Excedente e do HU 0 50 100 150 200 250 300 350 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 tempo (h) Q es d (m ³/s ) 0 20 40 60 80 100 P (m m ) 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 tempo (h) q (m ³/s /m m ) 0 1 2 3 4 5 P (m m ) 0 5 10 15 20 25 30 0.5 1.0 1.5 tempo (h) P (m m ) x já vimos como calcular a Qesd a partir da chuva efetiva e do hidrograma unitário... Obtenção do HU a partir de hidrograma observado 0 50 100 150 200 250 300 350 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 tempo (h) Q es d (m ³/s ) 0 20 40 60 80 100 P (m m ) 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 tempo (h) q (m ³/s /m m ) 0 1 2 3 4 5 P (m m ) ? mas como obter o H.U. a partir de hidrogramas de cheias observadas Escolha da chuvas Duração definida, sem chuva antecedente ou seguinte, intensidade temporal e espacial uniforme Solução das Equações de Convolução É um sistema de equações lineares: por substituição direta do primeiro ao último intervalo de tempo: Q1 = P1.q1 Q2 = P1.q2 + P2.q1 (...) por substituição direta do último ao primeiro intervalo de tempo: Qn = Pm.qk Qn-1 = Pm-1.qk + Pm.qk-1 (...) Propriedades do HU Tempo Va zã o Pr ec ip ita çã o PU Vol do HU= Área da Bacia x PU 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 Pr ec ip ita çã o Va zã o Tempo Np=3 NHU=20 NQ=22 NQ= NHU + NP -1NQ= NHU + NP - 1 Propriedades do HU Curva S 17 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Tempos (h) Va zõ es (m 3/ s) A curva resultante da soma infinita dos hidrogramas unitários defasados de t é chamada de “curva S” Curva S 18 t QHU Soma t1 q1 q1 t2 q2 q2 + q1 t3 q3 q3 + q2 + q1 t4 q4 q4 + q3 + q2 + q1 ... ... ... tN qN qN + qN-1 + qN-2 + .. . + q1 tN+1 qN + qN-1 + qN-2 + ... + q1 19 Curva S A vazão máxima da curva S vale, portanto: Mas e Então: onde: iU = intensidadeda chuva unitária N i iqS 1 max 𝑉𝐻𝑈 = 𝑃𝑈 ∙ 𝐴 𝑉𝐻𝑈 = 𝑞𝑖 𝑛 𝑖=1 ∙ ∆𝑡𝑈 𝑃𝑈 ∙ 𝐴 = 𝑆𝑚𝑎𝑥 ∙ ∆𝑡𝑈 𝑆𝑚𝑎𝑥 = 𝑃𝑈 ∆𝑡𝑈 ∙ 𝐴 𝑆𝑚𝑎𝑥 = 𝑖𝑈 ∙ 𝐴 Fórmula racional Nota: Em projetos de drenagem de pequenas bacias (estacionamentos, microdrenagem..) utiliza-se a Fórmula Racional, que é originada deste valor Smax Qmax = c. i. A c = é o coeficiente de escoamento direto, relação entre a chuva excedente e a chuva total de projeto i = é a intensidade da chuva de projeto A = é a área da bacia. Curva S Caso se desenhe uma nova curva S defasada da primeira em t, obtém-se o hidrograma unitário original, pela diferença das ordenadas das curvas S. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo Va zã o Ordenadas do HU Curva S Para se obter um HU com duração t’ (diferente de t), deve-se proceder da seguinte forma: Desenha-se novamente a curva S, defasada da primeira em t’, e subtrai-se as ordenadas 𝑆∆𝑡 − 𝑆∆𝑡′ . Obtém-se assim, o hidrograma de duração t’ e intensidade 1/t’. É necessário, então, transformá-lo em HU, pois o total de chuva agora é de (1/t).t’, diferente de 1. ' ' ' ' t t t t S S t q t t q S S t 2º Princípio: 𝑄1 𝑄2 = 𝑃1 𝑃2 𝑄2 = 𝑄1 ∙ 𝑃2 𝑃1 𝑞𝑖 = 𝑆∆𝑡 − 𝑆∆𝑡′ ∙ 𝑖𝑛𝑜𝑣𝑎 𝑖𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑞𝑖 = 𝑆∆𝑡 − 𝑆∆𝑡′ ∙ 1 ∆𝑡′ 1 ∆𝑡 Curva S 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Tempos (h) Va zõ es (m 3/s ) qi = (St - St’). t/t’ St St’ t’ Determinação do HU sem dados Pode-se estimar e utilizar um hidrograma unitário sintético para regiões onde não há dados históricos Como é feito: com a determinação de alguns de seus pontos característicos: o tempo de pico, o tempo de base e a vazão de pico A regionalização destas variáveis com base em características físicas permite estimar o HU para um local sem dados observados Existem diversos métodos: SCS, Snyder, HTA, Clark e outros... HU Sintético Triangular do SCS 1957: a partir de um estudo com um grande número de bacias e de hidrogramas unitários nos EUA, técnicos do SCS (Soil Conservation Service, atual Natural Resources Conservation Service) verificaram que os hidrogramas unitários podem ser aproximados por relações de tempo e vazão estimadas com base no tempo de concentração e na área das bacias. E que o HU poderia ser aproximado por um triângulo! HU sintético SCS Tempo Vazão tA tR = X.tA (X= 1,67) tB Qp 𝑉 = 𝑄𝑝 ∙ 𝑡𝐵 2 = 𝐴 ∙ 1 V – Volume Qp – vazão de pico tB – tempo de base A- área da bacia 1 = uma unidade de lâmina escoada 𝑄𝑝 = 2 ∙ 𝐴 𝑡𝐵 𝑡𝐵 𝑡𝐴 = 2,67 A relação entre o tempo de base e o tempo de pico é constante HU Sintético Triangular do SCS (1 ). 2,67.B A At x t t A Ub p t PA Q 20807,0 B Ubacia p t PA Q 2 Tempo Tempo Vazão Precipitação tA tR = X.tA (X= 1,67) tB Qp tU PU 0,6.tC C U A t t t 6,0 2 Volume do hidrog. = 1000 ∙ 𝐴𝑏𝑎𝑐𝑖𝑎 𝑘𝑚 2 ∙ 𝑃𝑈 𝑚𝑚 Volume (área do triângulo) = 3600∙𝑡𝐵 ℎ ∙𝑄𝑝 𝑚 3 𝑠 2 1000 ∙ 𝐴𝑏 ∙ 𝑃𝑈 = 3600 ∙ 𝑇𝐵 ∙ 𝑄𝑝 2 𝑄𝑝 = 2 ∙ 1000 ∙ 𝐴𝑏 ∙ 𝑃𝑈 3600 ∙ 2,67 ∙ 𝑡𝐴 HU Sintético Triangular do SCS A vazão de pico do hidrograma vale: O tempo de pico vale: onde: Qp: vazão máxima (m 3/s) A: área da bacia hidrográfica (Km²) PU: Altura da chuva unitária (mm) tA: tempo de pico (h) tU: Duração da chuva unitária (h) tC: tempo de concentração da bacia (h) C U A t t t 6,0 2 A Ub p t PA Q 20807,0 Tempo de Concentração É o tempo necessário para que a água precipitada no ponto mais distante da bacia escoe até o ponto de controle, exutório ou seção de medição da vazão Ou seja, é o tempo necessário para que toda a área da bacia contribua para o escoamento O Tc depende da forma da bacia e da rede de drenagem, da declividade do terreno e dos cursos d’água, tipo e uso do solo, obras hidráulicas, etc. Na falta de dados, existem diversas equações empíricas para estimar o Tc nos trechos não canalizados: Kirpich, Califórnia Culverts Practice, FAA, SCS, método cinemático, Dooge, etc. Tempo de concentração 30 Tempo que uma gota de precipitação excedente leva para percorrer a distância do ponto mais afastado até a saída da bacia. Tc Dooge Foi determinada com dados de 10 bacias rurais com áreas na faixa de 140 a 930 Km². É de se supor, portanto, que seus parâmetros reflitam melhor o comportamento de bacias médias e escoamento predominante em canais. 0,41 0,17 1,18 A Tc S Tc – tempo de concentração, h A – área da bacia, km2 S – declividade da bacia, m/km 0,1 0,2 1 76,86 5280 L Tc A S Tc – tempo de concentração, min L – comprimento do rio, m A – área da bacia, km2 S – declividade da bacia, m/m Kerby 0,467 0,5 1,44 L c Tc S Tc – min L – m c – rugosidade de retardo, adm S – m/m Bransby-Willians Kirpich I Foi obtida em pequenas bacias rurais com canais bem definidos e declividades altas. É de se esperar, portanto, que forneça bons resultados nestas condições. Canais bem definidos indicam que os escoamentos ao longo de seu curso prevalecem sobre os escoamentos em superfícies. Indicam também que as bacias não são muito pequenas (provavelmente A > 2,5 Km²). Entretanto, à medida que o parâmetro L cresce, a velocidade média de escoamento atinge valores grandes e pouco realistas. Para uma declividade de 3 m/Km a velocidade chega a 3,12 m/s para um comprimento L de 100 Km. 1,155 0,385 57 L Tc h Tc – min L – km h – diferença de cotas, m 0,77 0,385 57 L Tc S Tc – min L – km S – m/km Kirpich I Kirpich II Onda cinemática Essa equação foi deduzida a partir das equações de onda cinemática aplicada a superfícies, baseando-se na hipótese de precipitação constante igual ao tempo de concentração e na equação de Manning. É a solução teórica das equações que regem o escoamento turbulento em um plano e é de se esperar que funcione bem em pequenas bacias, uma vez que, neste caso, prevalece esse tipo de escoamento. A tendência é de que o valor do tempo de concentração seja superestimado, à medida que a bacia aumenta. 0,6 0,6 0,4 0,3 6,92 n L Tc I S Tc – min; n – rugosidade de Manning, adm L – m I – intensidade de chuva, mm/h S – m/m SCS Desenvolvido em bacias rurais com áreas de drenagem de até 8 Km² Tempo de concentração é muito sensível ao valor de CN e, como este parâmetro é um indicador das condições da superfície do solo, a fórmula do SCS aplica-se a situações em que o escoamento em superfície é predominante. Para aplicação em bacias urbanas o SCS sugere procedimentos para ajuste em função da área impermeabilizada e da parcela dos canais que sofreram modificações. Essa fórmula só apresenta resultados compatíveis com as outras para CN próximos de 100 e para valores de L < 10 Km, o que geralmente corresponde a bacias com área de drenagem inferiores a 15 Km². Essa fórmula superestima o valor do tempo de concentraçãoem comparação com as expressões de Kirpich e Dooge e para valores baixos de CN. 0,70,8 0,5 100 0,43 9 L Tc S CN Tc – min; L – km; S – m/m CN – número da curva (método SCS) Tempo de atraso ou retardamento 𝑡𝑟 = 𝐿0,8 ∙ 2540 − 22,86 ∙ 𝐶𝑁 0,7 14,104 ∙ 𝐶𝑁0,7 ∙ 𝑌0,5 tr = tempo de atraso, h L = comprimento do talvegue, m CN = número da curva Y = declividade média da bacia, m/m Exemplo Área da bacia = 250 km2 Declividade da bacia = 5 m/km Precipitação de 1 mm em uma hora 𝑇𝑐 = 1,18 ∙ 2500,41 50,17 = 8,63 h 0,41 0,17 1,18 A Tc S 𝑇𝐴 = 1 2 + 0,6 ∙ 8,63 = 5,68 h C U A t t t 6,0 2 A Ub p t PA Q 20807,0 𝑄𝑝 = 0,20807 ∙ 250 ∙ 1 5,68 = 9,158 m3/s (Dooge)