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Direitos Humanos PRF Rafael Fernandez

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08/07/2011 
1 
Direitos Humanos 
e 
 Cidadania 
 
 
PROF. RAFAEL FERNANDEZ 
 
 
Conteúdo Programático 
 
1.Conceito. 
2.Características. 
3.Evolução histórica. 
4.Princípios Básicos para utilização da força e armas de fogo, adotado pela 
ONU em 07 de julho de 1990. 
5.Código de Conduta para os encarregados da aplicação da lei, adotado pela 
ONU pela Resolução 34/169 de 17 de dezembro de 1979. 
 
 
 
1 
Direitos Humanos 
e 
 Cidadania 
 
 
PROF. RAFAEL FERNANDEZ 
1 
AGENTE 
2 
 
 
 
Rafael, qual o CONCEITO 
de Direitos Humanos? 
3 
 Os Direitos Humanos são 
princípios internacionais que 
servem para proteger, garantir e 
respeitar o ser humano. Devem 
assegurar às pessoas o direito de ter 
uma VIDA DIGNA com acesso à 
liberdade, ao trabalho, à 
propriedade, à saúde, à moradia, a 
educação, lazer, alimentação etc. 
 4 
3 
 Os Direitos Humanos são fruto do percurso 
histórico de costumes e tradições das antigas 
civilizações da produção jusfilosófica e de 
valorização de direitos naturais. 
 A nomenclatura DIREITOS HUMANOS e 
DIREITOS DO HOMEM é frequentemente 
usada entre estudiosos latinos e anglo-
americanos, enquanto DIREITOS 
FUNDAMENTAIS é mais apreciada pelos 
alemães. 
5 
 
 
 
Rafael, resumindo, qual a 
FINALIDADE BÁSICA dos 
Direitos Humanos? 
6 
4 
 
 De forma bastante suscinta, 
a finalidade básica dos 
direitos humanos é coibir o 
abuso do Poder do Estado. 
7 
 
Direitos Humanos? 
Direitos do Homem? 
Direitos Fundamentais? 
 
 Todas essas denominações, em regra, 
querem dizer a mesma coisa, ou seja, é um 
conjunto de direitos políticos, civis, sociais, 
econômicos e culturais garantidos pelo 
Estado a todos os seres humanos. 
 
8 
5 
 A luta contra a opressão e os 
maus tratos colaborou para a gênese 
dos Direitos Humanos bem como a 
luta pela liberdade e pela vida, 
liberdade que significa bem mais que 
não estar preso, é a libertação de 
regimes econômicos, sociais e 
políticos que oprimem e impõem a 
fome e a miséria. 
 9 
 
 
 
Rafael, quais são as 
CARACTERÍSTICAS dos 
Direitos Humanos? 
10 
6 
Principais Características dos Direitos Humanos 
(Fonte: Prof. José Afonso da Silva) 
 
a) Historicidade: São históricos como qualquer direito. Nascem, modificam-
se e desaparecem. Eles apareceram com a revolução burguesa e 
evoluem, ampliam-se, com o correr dos tempos. 
b) Inalienabilidade: São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não 
são de conteúdo econômico-patrimonial. Se a ordem constitucional os 
confere a todos, deles não se pode desfazer, porque são indisponíveis. 
c) Imprescritibilidade: O exercício de boa parte dos direitos fundamentais 
ocorre só no fato de existirem reconhecidos na ordem jurídica. Se são 
sempre exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal de não 
exercício que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição. 
d) Irrenunciabilidade: Não se renunciam direitos fundamentais. Alguns 
deles podem até não ser exercidos, pode-se deixar de exercê-los, mas 
não se admite sejam renunciados. 
 11 
Outras Características dos Direitos Humanos 
 
a) Universalidade: deve alcançar a todos os seres 
humanos. 
b) Limitabilidade/Relatividade: não são absolutos e 
no caso concreto deverá ser conjugada a máxima 
observância dos direitos fundamentais envolvidos 
com a mínima restrição. 
c) Concorrência: podem ser exercidos 
cumulativamente. 
d) Efetividade: o Estado deverá garantir a efetivação 
desses direitos. 
 
12 
7 
Outras Características dos Direitos Humanos 
 
e) Inviolabilidade: impossibilidade de não serem observados por normas 
subconstitucionais ou por atos administrativos. 
f) Interdependência: as previsões constitucionais, embora autônomas, 
possuem inúmeras intersecções para atingirem seus objetivos; logo, o 
direito ambulatório (liberdade de locomoção) está conectado ao habeas 
corpus e assim por diante. 
g) Complementaridade: não devem ser interpretados de maneira isolada, 
mas sempre que possível, de forma conjunta para alcançar as finalidades 
do constituinte. 
h) Individualidade e/ou Coletividade: o jurista Jair Teixeira dos Reis noticia 
que os direitos humanos possuem a peculiaridade da individualidade e/ou 
coletividade e vice-versa, uma vez que são individuais porque são 
portados pelo indivíduo, como o direito à alimentação e à moradia (art. 
6o, CF) e doutra pertencem a toda coletividade, como o acesso à 
informação e a democracia participativa. 
 
 
 
13 
Classificação dos 
Direitos Humanos em 
Gerações ou Dimensões 
 
 Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional 
de Direitos Humanos, Karel Vasak propôs uma 
classificação dos direitos humanos em gerações, 
inspirado no lema da Revolução Francesa (liberdade, 
igualdade e fraternidade). 
 
14 
8 
 
 
 
Rafael, Geração ou 
Dimensão dos Direitos 
Humanos? 
15 
 
 O termo “GERAÇÃO” conduz 
à idéia equivocada de que direitos 
humanos fundamentais se 
substituem ao longo do tempo, 
enquanto “DIMENSÃO” melhor 
reflete o processo gradativo de 
complementaridade, pelo qual não 
há alternância, mas sim expansão, 
cumulação e fortalecimento. 16 
9 
Classificação Doutrinária dos Direitos Humanos 
 
1a Dimensão ou Geração → Liberdade 
2a Dimensão ou Geração → Igualdade 
3a Dimensão ou Geração → Fraternidade ou Solidariedade 
4a Dimensão ou Geração → Evolução da Ciência/Genética* 
5a Dimensão ou Geração → Realidade Virtual* 
 
17 
 1ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 São direitos humanos de 1ª geração ou 
dimensão aqueles inspirados nas doutrinas 
iluministas e jusnaturalistas dos séculos XVII, XVIII e 
XIX, são as liberdades públicas, como os direitos 
políticos e civis, e as liberdades clássicas como o 
direito à vida, à segurança, à propriedade etc. 
Tratam-se de direitos de oposição diante do Estado, 
circunscrevendo uma área de não-intervenção do 
Estado perante a independência e autonomia do 
indivíduo, ou seja, são liberdades negativas onde o 
Estado deve permanecer no campo do não-fazer. 
 
18 
10 
 2ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 A 2ª geração trata dos direitos referentes à 
igualdade, que surgiram impulsionados e 
inspirados pela 1ª Revolução Industrial, na Europa 
do século XIX, decorrentes das péssimas e 
precárias condições trabalhistas e humanitárias em 
que se encontrava o proletariado. Tais condições de 
trabalho foram determinantes para a eclosão de 
movimentos como o Cartista, na Inglaterra, e a 
Comuna de Paris, em 1948, que buscaram 
reivindicações de cunho trabalhista e de 
assistência social... 
 
 
19 
 2ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 ...Logo após, observamos o início do século XX ser 
marcado pela 1ª Grande Guerra Mundial e pelo 
estabelecimento de direitos sociais, que são o grande 
escopo da 2ª geração. Comprovamos essa forte presença de 
direitos sociais no Tratado de Versalhes, 1919 (OIT) e na 
Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha. Tal geração, 
que contaminou o século XX, abarca, principalmente, os 
direitos sociais, econômicos e culturais. São direitos 
positivos, reais, concretos e objetivos, pois conduzem 
indivíduos materialmente desiguais às matérias dos direitos 
através de instrumentos do Estado presente e 
intervencionista. Reclamam a igualdade material, através 
da intervenção positiva do Estado, para sua concretização. 
 
 
 
20 
11 
 3ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 Na 3ª geração foram contemplados osdireitos metaindividuais e supraindividuais. 
Temos como melhores exemplos desses 
direitos: os difusos e coletivos. Aqui a palavra 
de ordem é solidariedade ou fraternidade... 
 
 
 
 
 
21 
 3ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 ...A sociedade encontra-se marcada por grandes mudanças e 
novas preocupações na ordem mundial, como o consumo de massa, o 
crescente desenvolvimento tecnológico e científico, a sustentabilidade 
etc. O indivíduo e a coletividade começam a reclamar para si e para as 
gerações futuras o direito ao meio ambiente sadio, não poluído e 
equilibrado (art. 225, CF), ao desenvolvimento econômico sustentável, à 
busca pela paz, a normatização das regras de mercado e a proteção 
do consumidor entre outras matérias que afetam diretamente o bem 
estar da coletividade. A 3ª geração ou dimensão dos direitos humanos, 
além de fortemente humanizada, busca atingir valores e princípios 
universais, pois não se destina apenas à proteção de interesses 
individuais, nem de grupos específicos ou de um espaço temporal fixo e 
determinado, mas reflete temas destinados à coletividade como um 
todo, englobando a atual sociedade bem como as gerações futuras. 
 
 
 
 
 
22 
12 
 Direito ao Meio Ambiente Sadio 
 
 CF, Art. 225 - Todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
23 
 3ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Decorrem de grandes mudanças na comunidade 
internacional geradas pela globalização da 
economia. 
São direitos associados à qualidade de vida que 
permite o progresso sustentável. 
 
 
 
 
 
24 
13 
Classificação Doutrinária 
dos Direitos Fundamentais 
1a Dimensão 
Séculos XVII, XVIII e XIX 
Estado Liberal 
Direitos Negativos 
Liberdade 
Direitos Civis e PolÍticos 
2a Dimensão 
Meados do século XIX 
Estado Social 
Direitos Positivos 
Igualdade 
Direitos Sociais, 
Econômicos e Culturais 
3a Dimensão 
Século XX 
Fraternidade 
Direito ao Meio Ambiente 
sadio, à Paz, ao 
Progresso, à Defesa do 
Consumidor 
25 
A RECEPÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS 
HUMANOS NO DIREITO BRASILEIRO 
26 
14 
 
 
 
Rafael, qual a natureza jurídica 
dos tratados internacionais? 
27 
 Bem, os Tratados Internacionais 
podem ter status de: 
 
a. Emenda Constitucional 
b. Caráter Supralegal 
c. Lei Ordinária 
 
28 
15 
 A República Federativa do Brasil 
adota o DUALISMO JURÍDICO 
 
 “CF, Art. 4º A República Federativa do 
Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: 
 
 I - independência nacional (...)” 
29 
 Dualismo Jurídico 
 
 
ORDEM JURÍDICA 
NACIONAL 
ORDEM 
JURÍDICA 
INTERNACIONAL 
30 
16 
 
 
 
 Em razão da Teoria do Dualismo Jurídico, uma norma de 
direito internacional NÃO produz efeitos IMEDIATOS no 
território nacional. 
 A CF/88 NÃO adota o Princípio da Recepção 
Automática, pois adota o Dualismo Jurídico. 
 Alguns Estados, como Portugal e Alemanha, ADOTAM o 
Princípio da Recepção Automática, onde tratados e 
convenções internacionais, uma vez assinados, têm 
aplicabilidade IMEDIATA. 
 No Brasil, uma norma de direito internacional só produz 
efeitos no território nacional SE RECEPCIONADA 
conforme o rito preconizado na CF/88. 31 
Recepção de Tratado Internacional 
 
1ª Fase 
Assinatura do Presidente (Chefe de Estado) 
 
 “CF, Art. 84, Compete privativamente ao Presidente 
da República: (...) 
 VIII - celebrar tratados, convenções e atos 
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso 
Nacional;” 
32 
17 
Recepção de Tratado Internacional 
 
2ª Fase 
Referendo do Congresso Nacional (Decreto Legislativo) 
 
 “CF, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
 I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional;” 
 
 Dualismo Mitigado ou Abrandado: A CF não obriga que Tratado 
Internacional seja recepcionado somente através de lei. 
33 
Recepção de Tratado Internacional 
 
 
3ª Fase 
 
Promulgação do Tratado 
 
Decreto Presidencial 
 
 
34 
18 
Recepção dos 
Tratados Internacionais 
FASE INSTRUMENTO COMPETÊNCIA 
1ª Assinatura 
Presidente 
(Chefe de Estado  CF, Art. 84, VIII) 
2ª Decreto Legislativo 
Congresso Nacional 
(CF, Art. 49, I) 
3ª Decreto Presidencial 
Presidente 
(Chefe de Estado  CF, Art. 84, VIII) 
35 
 
 
 
Rafael, qual a natureza jurídica 
dos tratados internacionais 
que NÃO versam sobre 
DIREITOS HUMANOS? 
36 
19 
Tratado Internacional 
que NÃO versa sobre 
Direitos Humanos 
 
LEI ORDINÁRIA 
(Norma Infraconstitucional) 
 37 
 
 
 
Rafael, e se o Tratado ou Convenção 
Internacional tiver por objeto o 
tema Direitos Humanos? Qual será 
sua natureza jurídica? Há posição 
pacífica sobre o assunto? 
38 
20 
 
CF 
NORMAS 
SUPRALEGAIS 
NORMAS LEGAIS 
(Lei Complementar, Lei Ordinária, Medida Provisória, 
Lei Delegada, Decreto Legislativo...) 
STF (até 2007) 
NORMAS INFRALEGAIS 
Pirâmide Normativa de Hans Kelsen 
Bidart Campos e Celso de Albuquerque Melo 
Flávia Piovesan 
39 
Bidart Campos e Celso de Albuquerque Melo 
40 
21 
Flávia Piovesan 
41 
42 
22 
STF: Tratados Internacionais sobre 
Direitos Humanos anteriores à EC 45/04 
 
NORMA SUPRALEGAL 
 
 Convenção Americana de Direitos Humanos, 1969 
(Pacto de San José da Costa Rica) 
 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, 1966 
43 
EXEMPLO  DEPOSITÁRIO INFIEL 
 
 CF, Art. 5º, LXVII - não haverá prisão 
civil por dívida, salvo a do responsável 
pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a 
do depositário infiel; 
44 
23 
45 
 SÚMULA VINCULANTE 25 
 
 É ilícita a PRISÃO CIVIL DE 
DEPOSITÁRIO INFIEL, 
qualquer que seja a 
modalidade do depósito. 
46 
24 
 SÚMULA 619, STF 
(REVOGADA) 
 
 A prisão do depositário judicial pode 
ser decretada no próprio processo 
em que se constituiu o encargo, 
independentemente da propositura 
de ação de depósito. 
47 
 O STF reconheceu, por 5 a 4, o caráter SUPRALEGAL 
dos tratados internacionais sobre direitos humanos 
vigentes no Brasil (RE 466.343/SP, j. 03.12.08). 
 Dentro do Supremo havia duas correntes sobre a 
matéria: 
 
 1ª) a sustentada Gilmar Mendes, no entendimento de que 
tais tratados são de caráter SUPRALEGAL (sobre as leis e 
abaixo da CF) – RE 466.343/SP; e 
 2ª) a defendida Celso de Mello que admitia o caráter 
CONSTITUCIONAL dos tratados (HC 87.585/TO). 
 
 Venceu a 1ª tese, por 5 votos a 4. 48 
25 
49 
Principais Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos 
 
1. Convenção Relativa ao Tratamento dos Prisioneiros de Guerra (1929) 
2. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) 
3. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965) 
4. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966) 
5. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) 
6. Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica – 1969) 
7. Declaração Universal dos Direitos dos Povos (1976) 
8. Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (1979) 
9.Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes (1984) 
10. Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (1985) 
11. Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher 
(Convenção de Belém do Pará – 1994) 
12. Declaração sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho (1998) 
13. Protocolo de Prevenção, Supressão e Punição do Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres 
e Crianças (1999) 
14. Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra as 
Pessoas Portadoras de Deficiência (1999) 
15. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo (2007) 
 
 
 
 
50 
1 
Direitos Humanos 
e 
 Cidadania 
 
 
PROF. RAFAEL FERNANDEZ 
1 
AGENTE 
2 
 
Evolução Histórica dos 
Direitos Humanos 
 
Surgimento dos Direitos Humanos 
 
 O Holocausto foi o grande momento de ruptura e 
desrespeito para com a dignidade da pessoa humana; 
 As demais barbáries e atrocidades perpetradas durante 
a 2ª Grande Guerra Mundial contra ciganos, judeus, 
negros e outras minorias também contribuíram para este 
surgimento; e 
 A Constituição Política do Império do Brasil de 1824 
foi a primeira a contemplar os direitos fundamentais. 
 
4 
3 
 Primeiros marcos do processo de 
internacionalização dos Direitos Humanos 
 
1. Direito Internacional Humanitário ou Direito 
Internacional de Guerra 
2. Liga das Nações 
3. Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
 
 
5 
Direito Internacional Humanitário 
 
 Criado no século XIX. 
 Sub-ramo do Direito Internacional Público Positivo. 
 Integra o Direito Internacional dos Direitos Humanos. 
 Formado por tratados e costumes internacionais. 
 Aplicado no caso de conflitos armados (GUERRA). 
 Impõe limites à atuação do Estado para assegurar a 
observância dos DIREITOS HUMANOS EM SITUAÇÕES DE 
GUERRA e objetiva proteger em caso de guerra, militares 
postos fora de combate (feridos, doentes, naufragos, 
prisioneiros) e populações civis, bem como regulamentar 
como matar, ferir, capturar, sequestrar etc em zonas de 
conflito. 6 
4 
DIREITO INTERNACIONAL 
HUMANITÁRIO 
DIREITO DE 
GENEBRA 
PROTEGE VÍTIMAS DE 
CONFLITOS ARMADOS 
DIREITO DE 
HAIA 
TRATA DE CONDUTAS DE 
HOSTILIDADES 
7 
 
 INSTRUMENTOS MAIS CONHECIDOS DO 
DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO 
CONVENÇÕES 
DE 
GENEBRA 
1949 
PROTOCOLOS 
ADICIONAIS 
1977 
8 
5 
Direito Internacional Humanitário 
 
 “numa ampliação do jus in bello, voltada para o tratamento na 
guerra de combatentes e de sua diferenciação em relação a 
não-combatentes, e faz parte da regulamentação jurídica 
do emprego da violência no plano internacional, suscitado 
pelos horrores da batalha de Solferino, que levou à criação 
da Cruz Vermelha.” (Celso Lafer) 
 
 “uma regulamentação jurídica do emprego da violência no 
âmbito internacional.” (Flávia Piovesan) 
 
 “a primeira expressão de que no plano internacional, há 
limites à liberdade e à autonomia dos Estados, ainda que na 
hipótese de conflito armado.” (Valério de O. Mazzuoli) 
 
 
9 
Liga das Nações 
 
 Criada após a 1a Guerra Mundial; 
 Sua missão era promover a cooperação 
internacional e alcançar a paz e a segurança 
internacionais; 
 Através de uma convenção da Liga das Nações, os 
membros tinham o compromisso de garantir 
condições dignas de trabalho para homens e 
mulheres e de vida para crianças; aqueles que 
descumprissem estes preceitos deveriam receber 
sanções econômicas e militares. 10 
6 
Organização Internacional do Trabalho 
(OIT) 
 
Criada após a 1a Guerra Mundial, em 1919, 
através do Tratado de Versalhes. 
Promovendo parâmetros básicos de trabalho, 
seguridade social e bem-estar social, seu 
objetivo foi regular a condição dos trabalhadores 
no âmbito mundial. 
Sede: Genève, Switzerland. 
11 
Precursores dos Direitos Humanos 
Magna Cartha Libertatum, 1215 (Magna Carta) - 
firmada pelo Rei inglês João Sem-Terra foi feita 
para proteger essencialmente os privilégios dos 
barões e os direitos dos homens livres. 
 
Habeas Corpus Amendment Act, 1689 - foi uma 
das maiores conquistas da liberdade individual em 
face do Estado como remédio judicial destinado a 
evitar ou a fazer cessar violência ou a coação na 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso 
de poder. 
12 
7 
Documentos, Cartas, 
Tratados, Atos e Estatutos 
que serviram de antecedentes 
históricos para o 
desenvolvimentos dos 
Direitos Humanos 
13 
Precursores dos Direitos Humanos 
1) Bill of Rights, 1689 (Declaração de Direitos) - 
efetiva o surgimento da Monarquia Constitucional na 
Inglaterra, submetendo a autoridade real à 
soberania popular. 
 
2) Act of Settlement, 1701 - proibía que fosse 
escolhido pela Câmara dos Comuns (Poder 
Legislativo) algum indicado que tivesse cargo ou 
recebesse proventos do monarca (rei ou rainha) ou 
que fosse pensionista da coroa. Temia-se a 
subordinação de um Poder ao outro e visava-se 
reforçar a Separação dos Poderes. 
 
14 
8 
Precursores dos Direitos Humanos 
3) Declaração Francesa, 1789 - apresentando 
verdadeiro breviário do Constitucionalismo, os 
direitos mais importantes declarados foram a 
liberdade, a propriedade, a segurança e o direito de 
resistência e tem como pressuposto o conceito de 
cidadão. Objetivava proteger o homem em face do 
Estado. Representa, inegavelmente, o mais 
importante estatuto de reconhecimento dos 
Direitos Humanos, influenciando todo o movimento 
de positivação de tais direitos, que aconteceu nas 
democracias do Ocidente, bem como na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 
 
15 
Precursores dos Direitos Humanos 
4) Petition of Rights, 1628 - requeria o 
reconhecimento de direitos e liberdades para os 
súditos do rei. 
 
5) Bill of Rights da Declaração da Virgínia, 1776 
- proclamou o direito à vida, à liberdade, e à 
propriedade. Outros direitos humanos foram 
expressos na declaração, como o princípio da 
legalidade, a liberdade de imprensa e a liberdade 
religiosa. 
 
 
 
16 
9 
A Evolução dos 
Direitos Humanos nas 
Constituições Brasileiras 
17 
 Alguns exemplos de Direitos Humanos garantidos na 
Constituição Politica do Imperio do Brazil de 1824 
 
 Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos 
Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a 
propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira seguinte. 
 
 I. Nenhum Cidadão póde ser obrigado a fazer, ou deixar de fazer alguma cousa, 
senão em virtude da Lei. (...) 
 IV. Todos podem communicar os seus pensamentos, por palavras, escriptos, 
e publical-os pela Imprensa, sem dependencia de censura; com tanto que hajam 
de responder pelos abusos, que commetterem no exercicio deste Direito, nos 
casos, e pela fórma, que a Lei determinar. 
 V. Ninguem póde ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que 
respeite a do Estado, e não offenda a Moral Publica. 
 VI. Qualquer póde conservar-se, ou sahir do Imperio, como Ihe convenha, 
levando comsigo os seus bens, guardados os Regulamentos policiaes, e salvo o 
prejuizo de terceiro. 
 VII. Todo o Cidadão tem em sua casa um asylo inviolavel. De noite não se 
poderá entrar nella, senão por seu consentimento, ou para o defender de 
incendio, ou inundação; e de dia só será franqueada a sua entrada nos casos, e 
pela maneira, que a Lei determinar. 
18 
10 
 O Habeas Corpus naConstituição 
da República dos Estados Unidos 
do Brasil de 1891 
 
 Art. 72 - A Constituição assegura a brasileiros e a 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos 
direitos concernentes à liberdade, à segurança 
individual e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
 § 22 - Dar-se-á o habeas corpus, sempre que o 
indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de 
sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de 
poder. 
19 
Alguns exemplos de Direitos Humanos garantidos na 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes (...) 
 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição; (...) 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
20 
11 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
 
21 
ONU 
 
 Trata-se de uma Organização Internacional. 
 Objetivo declarado: facilitar a cooperação em matéria 
de direito internacional, segurança internacional, 
desenvolvimento econômico, progresso social, direitos 
humanos e a realização da paz mundial. 
 Fundada em 1945 após a 2a Guerra Mundial para 
substituir a Liga das Nações, com o objetivo de deter 
guerras entre países e para fornecer uma plataforma 
para o diálogo e direitos humanos. 
 Composta, atualmente, de 192 Estados-membros, 
incluindo quase todos os estados soberanos do mundo. 22 
12 
ONU 
 
Sede: New York (USA) 
Os Estados-membros são unidos pela Carta da 
ONU, um tratado internacional que enuncia 
direitos e deveres dos membros da comunidade 
internacional. 
A Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (1948) é um dos documentos básicos 
da ONU onde estão enumerados os direitos que 
todos os seres humanos possuem. 
 
23 
Órgãos Principais da ONU 
 
1.Assembléia Geral (New York, USA) 
2.Secretariado (New York, USA) 
3.Conselho Econômico e Social (New York, 
USA) 
4.Tribunal Internacional de Justiça (Haia, 
Nederlands) 
5.Conselho de Segurança (New York, USA) 
 
 
 
 
 
24 
13 
Conselho de Segurança da ONU 
 
Composto por 15 membros 
Sendo 5 permanentes + 10 rotativos 
Os membros permanentes são: EUA, Rússia, Grã-
Bretanha, China e França. 
De acordo com a Carta da ONU, os membros das 
Nações Unidos concordam em aceitar e cumprir as 
decisões do Conselho, bem como as Resoluções do 
referido Conselho criam obrigações para os Estados-
membros. 
Sua missão é zelar pela manutenção da paz e da 
segurança internacional. 
 
 
 
 
25 
 
TRIBUNAL 
PENAL 
INTERNACIONAL 
INTERNATIONAL CRIMINAL COURT (ICC) 
 
26 
14 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL(TPI) 
 
 Organismo Internacional que funciona como corte 
permanente com jurisdição e competência internacional 
para processar e julgar pessoas acusadas de cometerem 
graves violações aos direitos humanos e competente 
para julgar crimes contra a humanidade, genocídio, de 
guerra e o crime de agressão de um Estado contra outro, 
todos tipificados em seu Estatuto. 
 
 Sede: Haia, Nederlands. 
 
 O Estatuto de Roma foi o instrumento fundamental que 
criou o TPI em 2002. 
 
 
 
 
 
27 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL(TPI) 
 
 Acatamento de decisões do TPI (CF/88, art. 105, I, “i”) e abrandamento das 
noções de soberania da República Federativa do Brasil (RFB). 
 
 ADCT, Artigo 7º. O Brasil propugnará pela formação de um tribunal 
internacional dos direitos humanos. 
 
 A República Federativa do Brasil assina o Estatuto de Roma em 07 de 
fevereiro de 2000; o Congresso o referenda através do Decreto Legislativo 
112, de 06 de junho de 2002, para em seguida ser promulgado pelo Decreto 
Presidencial 4.388, de 25 de junho de 2002 e publicado no Diário Oficial da 
União um dia após, quando entrou em vigência. 
 
 No §4o do artigo 5o, inserido na CF/88 através da EC no 45, de 8 de 
dezembro de 2004, o ordenamento jurídico brasileiro reconhece, com status 
constitucional, a jurisdição do TPI, que o país já integra. Logo, na eventual 
intenção de retirada, deverá fazê-lo pelo procedimento destinado à elaboração 
das Emendas Constitucionais previsto no artigo 60 da Lex Fundamentalis. 
 
 
 
 
 
28 
15 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI) 
 
 CF, Art. 5º, § 4º: O Brasil se submete à 
jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja 
criação tenha manifestado adesão. (EC 45/2004) 
 
 
29 
Convenções 
de 
Genebra 
30 
16 
As 4 Convenções de Genebra 
 
Estabelecem regras especiais para a 
proteção de feridos, enfermos e 
náufragos, civis ou militares. 
Cada uma das Convenções trata do 
regime de proteção de uma categoria 
principal de vítimas dos conflitos 
armados. 
 
31 
As 4 Convenções de Genebra 
 
1a  Feridos e doentes (1864) 
2a  Feridos, doentes e naufragos (1906) 
3a  Prisioneiros de guerra (1929) 
4a  População civil (1949) 
 
 Incluindo mais 3 Protocolos Adicionais adotados em 1977 e 2005. 
 
 
32 
17 
Assembléia Geral das Nações Unidas, Paris em 10 de dezembro de 1948. 33 
Declaração Universal dos Direitos Humanos 
 
 Constitui, tecnicamente, uma recomendação, transportando um 
conteúdo principiológico, e por ser uma Declaração não está 
dotada de normas congentes que criem obrigações para os 
Estados signatários. Possui natureza meramente orientadora e 
referencial. 
 Foi adotada e proclamada na 3a Sessão da Assembléia Geral 
das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, em 
30 artigos, e foi ratificada, no Brasil, na mesma data. 
 Tem por fundamento a tríade iluminista: liberdade, 
igualdade e fraternidade. 
 Define os direitos essenciais, iguais e inalienáveis de todos os 
seres humanos como a base e o fundamento da liberdade, da 
paz e da justiça social e na qual se assegura a o princípio da 
indivisibilidade dos direitos humanos. 
 Introduziu a concepção contemporânea dos direitos humanos. 
 
34 
18 
 Artigo 1º 
 Todos os seres humanos 
 nascem livres e iguais 
 em dignidade e em direitos. 
 Dotados de razão e de 
consciência, devem agir uns para com os 
outros em espírito de fraternidade. 
 35 
 
 
Artigo 2º 
Todos os seres humanos podem invocar 
os direitos e as liberdades proclamados na 
 presente Declaração, sem distinção 
alguma, nomeadamente de raça, de cor, de 
sexo, de língua, de religião, de nascimento ou 
de qualquer outra situação. 
 
19 
Artigo 3º 
Todo indivíduo tem direito à 
vida, à liberdade e à segurança 
 pessoal. 
 Artigo 4º 
 Ninguém será mantido 
 em escravatura ou em 
 servidão; a escravatura e o 
trato dos escravos, sob todas as 
formas, são proibidos. 
20 
 Artigo 5º 
 Ninguém será submetido à 
 tortura nem a penas ou 
tratamentos cruéis, desumanos ou 
degradantes. 
Artigo 6° 
 Todos os indivíduos têm 
direito ao reconhecimento, 
 em todos os lugares, da sua 
 personalidade jurídica. 
21 
Artigo 7° 
 Todos são iguais perante a lei 
 e, sem distinção, têm direito 
 a igual proteção dalei. Todos 
 têm direito a proteção igual contra 
 qualquer discriminação que viole a 
Presente Declaração e contra qualquer 
incitamento a tal discriminação. 
 
 Artigo 8° 
 Toda a pessoa tem direito a 
recurso efetivo para as 
 jurisdições nacionais 
competentes contra os atos que violem os 
direitos fundamentais reconhecidos pela 
Constituição ou pela lei. 
22 
 Artigo 9° 
Ninguém pode ser 
arbitrariamente preso, 
detido ou exilado. 
 Artigo 10° 
 toda a pessoa tem direito, em 
 plena igualdade, a que a sua 
causa seja equitativa e publicamente 
julgada por um tribunal independente e 
 imparcial que decida dos seus direitos e 
 obrigações ou das razões de qualquer 
acusação em matéria penal que contra 
ela seja deduzida. 
23 
 Artigo 11° 
 Toda a pessoa acusada de um ato 
delituoso presume-se 
 inocente até que a sua 
culpabilidade fique legalmente provada 
no decurso de um processo público em 
que todas as garantias necessárias de 
defesa lhe sejam asseguradas. 
Artigo 12° 
 Ninguém sofrerá intromissões 
 arbitrárias na sua vida privada, 
 na sua família, no seu domicílio 
 ou na sua correspondência, nem ataques 
à sua honra e reputação. Contra tais 
intromissões ou ataques toda a pessoa 
tem direito à proteção da lei 
24 
Artigo 13° 
 Toda a pessoa tem o direito 
 de livremente circular e 
 escolher a sua residência no 
Interior de um Estado. Toda a pessoa 
tem o direito de abandonar o país em 
que se encontra, incluindo o seu, e o 
direito de regressar ao seu país. 
 
Artigo 14° 
 Toda a pessoa sujeita a 
 perseguição tem o direito de 
 procurar e de beneficiar-se de 
 asilo em outros países. 
25 
Artigo 15° 
 Todo o indivíduo tem direito 
 a ter uma nacionalidade. 
Ninguém pode ser 
arbitrariamente privado da sua 
nacionalidade nem do direito de mudar 
de nacionalidade. 
 
Artigo 16° 
 A partir da idade núbil, o 
 homem e a mulher têm o direito 
 de casar e de constituir família, 
 sem restrição alguma de raça, 
 nacionalidade ou religião. Durante o 
 casamento e na altura da sua 
 dissolução, ambos têm direitos iguais. 
26 
 Artigo 17° 
 Toda a pessoa, individual ou 
 coletiva, tem direito à 
 propriedade. Ninguém pode ser 
arbitrariamente privado da sua 
propriedade. 
 
Artigo 18° 
 Toda a pessoa tem direito à 
 liberdade de pensamento, de 
 consciência e de religião; este 
direito implica a liberdade de mudar de 
 religião ou de convicção, assim como 
a liberdade de manifestar a religião ou 
convicção, sozinho ou em comum, tanto 
em público como em privado, pelo ensino, 
pela prática, pelo culto e pelos ritos. 
27 
 Artigo 19° 
 Todo o indivíduo tem direito à 
 liberdade de opinião e de 
 expressão, o que implica o 
 direito de não ser inquietado pelas suas 
 opiniões e o de procurar, receber e 
 difundir, sem consideração de fronteiras, 
 informações e idéias por qualquer meio 
 de expressão 
Artigo 20° 
 Toda a pessoa tem direito à 
 liberdade de reunião e de 
 associação pacíficas. 
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte 
 de uma associação. 
28 
Artigo 21° 
 Toda a pessoa tem o direito de 
 tomar parte na direção dos 
 negócios, públicos do seu país, 
 quer diretamente, quer por intermédio 
 de representantes livremente escolhidos. 
 Toda a pessoa tem direito de acesso, em 
 condições de igualdade, às funções 
 públicas do seu país. 
 Artigo 22° 
 Toda a pessoa, como membro 
 da sociedade, tem direito à 
 segurança social; e pode 
legitimamente exigir a satisfação dos direitos 
econômicos, sociais e culturais indispensáveis, 
graças ao esforço nacional e à cooperação 
internacional, de harmonia com a organização e 
os recursos de cada país. 
29 
Artigo 23° 
 Toda a pessoa tem direito ao 
 trabalho, à livre escolha do 
 trabalho, a condições equitativas 
e satisfatórias de trabalho e à proteção 
contra o desemprego. Todos têm direito, 
sem discriminação alguma, a salário 
igual por trabalho igual. 
 
Artigo 24° 
 Toda a pessoa tem direito ao 
 repouso e aos lazeres, 
 especialmente, a uma limitação 
 razoável da duração do trabalho e as 
 férias periódicas pagas. 
 
30 
Artigo 25° 
 Toda a pessoa tem direito a um 
 nível de vida suficiente para lhe 
 assegurar e à sua família a saúde e 
o bem-estar, principalmente quanto à 
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à 
assistência médica e ainda quanto aos serviços 
sociais necessários, e tem direito à segurança 
no desemprego, na doença, na invalidez, na 
viuvez e na velhice. 
 
Artigo 26° 
 Toda a pessoa tem direito à 
 educação. A educação deve ser 
 gratuita, pelo menos a 
 correspondente ao ensino elementar 
 fundamental. O ensino elementar é 
 obrigatório. O ensino técnico e profissional 
 dever ser generalizado; o acesso aos 
 estudos superiores deve estar aberto a 
 todos em plena igualdade. 
 
31 
Artigo 27° 
 Toda a pessoa tem o direito de 
 tomar parte livremente na vida 
 cultural da comunidade, de fruir 
 as artes e de participar no progresso 
 científico e nos benefícios que deste 
 resultam.Todos têm direito à proteção 
 dos interesses morais e materiais 
 ligados a qualquer produção científica, 
 literária ou artística da sua autoria. 
Artigo 28° 
 Toda a pessoa tem direito a 
 que reine, no plano social e 
 no plano internacional, uma 
ordem capaz de tornar plenamente 
efetivos os direitos e as liberdades 
enunciadas na presente Declaração. 
32 
Artigo 29° 
 O indivíduo tem deveres 
para com a comunidade, fora da 
qual não é possível o livre 
e pleno desenvolvimento 
da sua personalidade. 
Artigo 30° 
 Nenhuma disposição da presente 
 Declaração pode ser interpretada 
 de maneira a envolver para 
 qualquer Estado, agrupamento 
ou indivíduo o direito de se entregar a alguma 
atividade ou de praticar algum ato destinado 
a destruir os direitos e liberdades aqui 
 enunciados. 
 
33 
 
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65 
66 
1 
Direitos Humanos 
e 
 Cidadania 
 
 
PROF. RAFAEL FERNANDEZ 
1 
AGENTE 
2 
 
Código de conduta para os encarregados da 
aplicação da lei, adotado pela ONU pela 
Resolução 34/169 de 17/12/1979. 
 
 
A Assembléia Geral... 
 Considerando que um dos objetivos 
proclamados na Carta das Nações 
Unidas é o da realização da cooperação 
internacional para o desenvolvimento e 
encorajamento do respeito pelosdireitos do homem e das liberdades 
fundamentais para todos, sem distinção 
de raça, sexo, língua ou religião, 
4 
3 
A Assembléia Geral... 
 Lembrando, em particular, a 
Declaração Universal dos 
Direitos do Homem e os 
Pactos Internacionais sobre 
os Direitos do Homem, 
5 
A Assembléia Geral... 
 Lembrando igualmente a 
Declaração sobre a Proteção de 
Todas as Pessoas contra a Tortura e 
Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes, adotada 
pela Assembléia Geral na sua 
resolução 3452 (XXX) de 9 de 
Dezembro de 1975, 
6 
4 
A Assembléia Geral... 
 Consciente de que a natureza das 
funções de aplicação da lei para 
defesa da ordem pública e a forma 
como essas funções são exercidas, 
têm uma incidência DIRETA sobre a 
qualidade de vida dos indivíduos e 
da sociedade no seu conjunto, 
7 
A Assembléia Geral... 
 Consciente das importantes tarefas 
que os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei levam a cabo, 
com diligência e dignidade, em 
conformidade com os princípios dos 
direitos do homem, 
8 
5 
A Assembléia Geral... 
Reconhecendo que a elaboração de um 
Código de Conduta para os Funcionários 
Responsáveis pela Aplicação da Lei é apenas 
uma das várias medidas importantes para 
garantir a proteção de todos os direitos e 
interesses dos cidadãos servidos pelos 
referidos funcionários, 
9 
A Assembléia Geral... 
 Consciente, no entanto, das 
possibilidades de abuso que 
o exercício destas tarefas 
proporciona, 
10 
6 
A Assembléia Geral, consciente de que existem outros 
importantes princípios e condições prévias ao desempenho 
humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente: 
 a) Que, como qualquer órgão do 
sistema de justiça penal, todos os 
órgãos de aplicação da lei devem ser 
representativos da comunidade no seu 
conjunto, responder às suas 
necessidades e ser responsáveis 
perante ela, 
11 
A Assembléia Geral, consciente de que existem outros 
importantes princípios e condições prévias ao desempenho 
humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente: 
 b) Que o respeito efetivo de 
normas éticas pelos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei, 
depende da existência de um 
sistema jurídico bem concebido, 
aceite pela população e de 
caráter humano, 
12 
7 
A Assembléia Geral, consciente de que existem outros 
importantes princípios e condições prévias ao desempenho 
humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente: 
 c) Que qualquer funcionário 
responsável pela aplicação da lei é um 
elemento do sistema de justiça penal, 
cujo objetivo consiste em prevenir o 
crime e lutar contra a delinquência, e 
que a conduta de cada funcionário do 
sistema tem uma incidência sobre o 
sistema no seu conjunto, 
13 
A Assembléia Geral, consciente de que existem outros importantes 
princípios e condições prévias ao desempenho 
humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente: 
 d) Que qualquer órgão encarregado da aplicação da lei, em 
cumprimento da primeira norma de qualquer profissão, tem o 
dever de AUTODISCIPLINA, em plena conformidade com os 
princípios e normas aqui previstos, e que os atos dos 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem estar 
sujeitos ao ESCRUTÍNIO PÚBLICO, exercido por uma comissão 
de controle, um ministério, um procurador-geral, pela 
magistratura, por um provedor, uma comissão de cidadãos, ou 
por vários destes órgãos, ou ainda por um outro organismo de 
CONTROLE, 
14 
8 
A Assembléia Geral, consciente de que existem outros importantes 
princípios e condições prévias ao desempenho 
humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente: 
e) Que as NORMAS, enquanto tais, 
carecem de valor prático, a menos que o 
seu conteúdo e significado seja inculcado 
em todos os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei, mediante educação, 
formação e controle, 
15 
A Assembléia Geral, 
 Adota o CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS 
FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO 
DA LEI, que figura em anexo à presente resolução 
e decide transmiti-lo aos GOVERNOS, 
recomendando que encarem favoravelmente a sua 
utilização no quadro da LEGISLAÇÃO e PRÁTICA 
nacionais como CONJUNTO DE PRINCÍPIOS que 
DEVERÃO ser observados pelos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei. 
 
106.ª sessão plenária 
(17 de Dezembro de 1979) 
16 
9 
ARTIGO 1º 
Os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei devem 
cumprir, A TODO O MOMENTO, 
o dever que a lei lhes impõe, 
servindo a COMUNIDADE e 
protegendo todas as PESSOAS 
contra atos ilegais, em 
conformidade com o elevado 
grau de responsabilidade que a 
sua profissão requer. 
17 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 1º 
a) A expressão “funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei” inclui todos os agentes 
da lei, quer nomeados, quer eleitos, que 
exerçam poderes DE POLÍCIA, especialmente 
poderes de prisão ou detenção. 
 
b) Nos países onde os poderes policiais são 
exercidos por autoridades MILITARES, quer 
em uniforme, quer não, ou por forças de 
segurança do Estado, a definição dos 
funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei INCLUIRÁ os funcionários de tais serviços. 
18 
10 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 1º 
c) O serviço à comunidade deve incluir, em 
particular, a prestação de serviços de 
assistência aos membros da comunidade que, 
por razões de ordem pessoal, econômica, 
social e outras emergências, necessitam de 
ajuda imediata. 
 
d) A presente disposição visa, não só todos os 
atos violentos, destruidores e prejudiciais, mas 
também a totalidade dos atos proibidos pela 
legislação penal. É igualmente aplicável à 
conduta de pessoas não susceptíveis de 
incorrerem em responsabilidade criminal. 
19 
ARTIGO 2º 
No cumprimento do seu 
dever, os funcionários 
responsáveis pela aplicação 
da lei devem respeitar e 
proteger a dignidade humana, 
manter e apoiar os direitos 
fundamentais de todas as 
pessoas. 
20 
11 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 2º 
a) Os direitos do homem em questão são identificados 
e protegidos pelo direito nacional e internacional. De 
entre os instrumentos internacionais relevantes 
contam-se a Declaração Universal dos Direitos do 
Homem, o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e 
Políticos, a Declaração sobre a Proteção de Todas as 
Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou 
Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, a 
Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação Racial, a Convenção 
Internacional sobre a Supressão e Punição do Crime de 
Apartheid, a Convenção sobre a Prevenção e Punição 
do Crime de Genocídio, as Regras Mínimas para o 
Tratamento de Reclusos, e a Convenção de Viena 
sobre Relações Consulares. 
21 
ARTIGO 3º 
Os funcionários responsá-veis 
pela aplicação da lei SÓ podem 
empregar a força quando tal se 
afigure ESTRITAMENTE necessá-
rio e NA MEDIDA EXIGIDA para o 
cumprimento do seu dever. 
22 
12 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 3º 
a) Esta disposição salienta que o emprego da 
força por parte dos funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei deve ser EXCEPCIONAL. 
Embora admita que estes funcionários 
possam estar autorizados a utilizar a força na 
medida em que tal seja RAZOAVELMENTE 
considerado como NECESSÁRIO, tendo em 
conta as circunstâncias, para a prevenção de 
um crime ou para deter ou ajudar à detenção 
legal de delinquentes ou de suspeitos, 
qualquer uso da força FORA deste contexto 
NÃO é permitido. 
23 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 3º 
b) A lei nacional restringe normalmente o 
emprego da força pelos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei, de acordo 
com o PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 
Deve-se entender que tais princípios 
nacionais de proporcionalidade devem ser 
respeitados na interpretaçãodesta 
disposição. A presente disposição não deve 
ser, em nenhum caso, interpretada no 
sentido da autorização do emprego da força 
em desproporção com o legítimo objetivo a 
atingir. 
24 
13 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 3º 
c) O emprego de armas de fogo é considerado 
uma medida extrema. Devem fazer-se todos os 
esforços no sentido de excluir a utilização de 
armas de fogo, especialmente contra as crianças. 
Em geral, não deverão utilizar-se armas de fogo, 
exceto quando um suspeito ofereça resistência 
armada, ou quando, de qualquer forma coloque 
em perigo vidas alheias e não haja suficientes 
medidas menos extremas para o dominar ou 
deter. Cada vez que uma arma de fogo for 
disparada, deverá informar-se prontamente as 
AUTORIDADES COMPETENTES. 
25 
ARTIGO 4º 
As informações de natureza 
confidencial em poder dos 
funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem ser 
mantidas em segredo, a não ser 
que o cumprimento do dever ou 
as necessidades da justiça 
estritamente exijam outro 
comportamento. 
26 
14 
COMENTÁRIO AO ARTIGO 4º 
Devido à natureza dos seus deveres, os 
funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei obtêm informações que podem relacionar-
se com a vida particular de outras pessoas 
ou ser potencialmente prejudiciais aos seus 
interesses e especialmente à sua reputação. 
Deve-se ter a máxima cautela na salvaguarda 
e utilização dessas informações as quais só 
devem ser divulgadas no desempenho do 
dever ou no interesse. Qualquer divulgação 
dessas informações para outros fins é 
totalmente abusiva. 
27 
ARTIGO 5º 
Nenhum funcionário responsável pela aplicação 
da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer 
ato de tortura ou qualquer outra pena ou 
tratamento cruel, desumano ou degradante, 
nem invocar ordens superiores ou 
circunstanciais excepcionais, tais como o 
estado de guerra ou uma ameaça à segurança 
nacional, instabilidade política interna ou 
qualquer outra emergência pública como 
justificação para torturas ou outras penas ou 
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. 
28 
15 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 5º 
a) Esta proibição decorre da Declaração sobre a 
Proteção de Todas as Pessoas contra a 
Tortura e outras Penas ou Tratamentos Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes, adotada pela 
Assembléia Geral, de acordo com a qual: 
 
“tal ato é uma ofensa contra a dignidade 
humana e será condenado como uma negação 
aos propósitos da Carta das Nações Unidas e 
como uma violação aos direitos e liberdades 
fundamentais afirmados na Declaração 
Universal dos Direitos do Homem (e noutros 
instrumentos internacionais sobre os direitos do 
homem)”. 29 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 5º 
b) A Declaração define TORTURA da seguinte forma: 
 
“Tortura significa qualquer ato pelo qual uma dor 
violenta ou sofrimento físico ou mental é imposto 
intencionalmente a uma pessoa por um funcionário 
público, ou por sua instigação, com objetivos tais 
como obter dela ou de uma terceira pessoa informação 
ou confissão, puni-la por um ato que tenha cometido 
ou se supõe tenha cometido, ou intimidá-la a ela ou a 
outras pessoas. Não se considera tortura a dor ou 
sofrimento apenas resultante, inerente ou consequência 
de sanções legítimas, na medida em que sejam 
compatíveis com as Regras Mínimas para o 
Tratamento de Reclusos*”. 
30 
16 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 5º 
c) A expressão “penas ou 
tratamento cruéis, desumanos ou 
degradantes” não foi definida pela 
Assembléia Geral, mas deve ser 
interpretada de forma a abranger 
uma proteção tão AMPLA quanto 
possível contra abusos, quer 
físicos quer mentais. 
31 
ARTIGO 6º 
Os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem assegurar a 
proteção da SAÚDE das pessoas à 
sua guarda e, em especial, devem 
tomar medidas imediatas para 
assegurar a prestação de 
CUIDADOS MÉDICOS sempre que 
tal seja necessário. 
32 
17 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 6º 
a) “Cuidados Médicos”, 
significando serviços prestados 
por qualquer pessoal médico, 
incluindo médicos diplomados 
e PARAMÉDICOS, devem ser 
assegurados quando 
necessários ou solicitados. 
33 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 6º 
b) Embora o pessoal médico esteja 
geralmente adstrito aos serviços de 
aplicação da lei, os funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei devem 
tomar em consideração a opinião de tal 
pessoal, quando este recomendar que deve 
proporcionar-se à pessoa detida tratamento 
adequado, através ou em colaboração com 
pessoal médico não adstrito aos serviços 
de aplicação da lei. 
34 
18 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 6º 
c) Subentende-se que os 
funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem 
assegurar também CUIDA-
DOS MÉDICOS às vítimas de 
violação da lei ou de 
acidentes que dela decorram. 
35 
ARTIGO 7º 
Os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei não devem 
cometer qualquer ato de 
CORRUPÇÃO. Devem, igual-
mente, opor-se rigorosamente 
e combater todos os atos 
desta índole. 
36 
19 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 7º 
a) Qualquer ato de CORRUPÇÃO, tal como 
qualquer outro ABUSO DE AUTORIDADE, é 
incompatível com a profissão de funcionário 
responsável pela aplicação da lei. A lei deve 
ser aplicada na íntegra em relação a qualquer 
funcionário que cometa um ato de corrupção, 
dado que os Governos não podem esperar 
aplicar a lei aos cidadãos se não a 
puderem ou quiserem aplicar aos seus 
próprios agentes e dentro dos seus 
próprios organismos. 
37 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 7º 
b) Embora a definição de CORRUPÇÃO 
deva estar sujeita à legislação nacional, 
deve entender-se como incluindo tanto a 
execução ou a omissão de um ato, 
praticada pelo responsável, no 
desempenho das suas funções ou com 
estas relacionado, em virtude de ofertas, 
promessas ou vantagens, pedidas ou 
aceites, como a aceitação ilícita destas, 
uma vez a ação cometida ou omitida. 
38 
20 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 7º 
c) A expressão “ATO DE 
CORRUPÇÃO”, anterior-
mente referida, deve ser 
entendida no sentido de 
abranger TENTATIVAS DE 
CORRUPÇÃO. 
39 
ARTIGO 8º 
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
devem respeitar a lei e o presente código. devem, 
também, na medida das suas possibilidades, evitar e 
opor-se vigorosamente a quaisquer violações da lei 
ou do código. os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar 
que se produziu ou irá produzir uma violação deste 
código, devem COMUNICAR O FATO AOS SEUS 
SUPERIORES e, se necessário, a outras 
autoridades com poderes de controle ou de 
reparação competentes. 
40 
21 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º 
a) Este Código será observado 
sempre que tenha sido incorporado 
na legislação ou na prática 
nacionais. Se a legislação ou a 
prática contiverem disposições MAIS 
limitativas do que as do atual 
Código, devem observar-se essas 
disposições MAIS limitativas. 
41 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º 
b) O presente artigo procura preservar o equilíbrio entre 
a necessidade de disciplina interna do organismo do 
qual, em larga escala, depende a segurança pública, por 
um lado, e a necessidade de, por outro lado, tomar 
medidas em caso de violações dos direitos humanos 
básicos. Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei devem informar das violações os seus superiores 
hierárquicos e tomar medidas legítimas sem respeitar a 
via hierárquica somente quando não houver outros 
meios disponíveis ou eficazes. Subentende-se que os 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei não 
devem sofrer sanções administrativas ou de outranatureza pelo fato de terem comunicado que se produziu 
ou que está prestes a produzir-se uma violação deste 
Código. 
42 
22 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º 
c) A expressão «autoridade com poderes 
de controle e de reparação competentes» 
refere-se a qualquer autoridade ou 
organismo existente ao abrigo da 
legislação nacional, quer esteja 
integrado nos organismos de aplicação 
da lei quer seja independente destes, 
com poderes estatutários, 
consuetudinários ou outros para 
examinarem reclamações e queixas 
resultantes de violações deste Código. 
43 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º 
d) Em alguns países, pode considerar-se que 
os meios de comunicação social (mass 
media ou mídia de massa) desempenham 
funções de controle, análogas às descritas 
na alínea anterior. Consequentemente, os 
funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei poderão como ÚLTIMO RECURSO e com 
respeito pelas leis e costumes do seu país e 
pelo disposto no artigo 4º do presente 
Código, levar as violações à atenção da 
opinião pública através dos meios de 
comunicação social. 
44 
23 
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º 
e) Os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei que cumpram as 
disposições deste Código merecem o 
RESPEITO, o TOTAL APOIO e a 
COLABORAÇÃO da COMUNIDADE 
em que exercem as suas funções, do 
ORGANISMO de aplicação da lei no 
qual servem e dos DEMAIS 
FUNCIONÁRIOS responsáveis pela 
aplicação da lei. 
45 
RESOLVA A QUESTÃO! 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
FUNRIO - 2009 
24 
(PRF 2009 – FUNRIO) O Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela 
Aplicação da Lei recomenda que encarem favoravelmente a sua utilização no quadro 
da legislação e prática nacionais como conjunto de princípios que deverão ser 
observados pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei. Assim, é 
INCORRETO afirmar que 
 
A) no cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos 
fundamentais de todas as pessoas. 
B) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, quando estão em 
serviço e se forem requisitados, o dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e 
protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau 
de responsabilidade que a sua profissão requer. 
C) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força 
quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o 
cumprimento do seu dever. 
D) as informações de natureza confidencial em poder dos funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do 
dever ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento. 
E) nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou 
tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, 
desumano ou degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais 
excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, 
instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública como justificação 
para torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. 
 
47 
(PRF 2009 – FUNRIO) O Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela 
Aplicação da Lei recomenda que encarem favoravelmente a sua utilização no quadro 
da legislação e prática nacionais como conjunto de princípios que deverão ser 
observados pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei. Assim, é 
INCORRETO afirmar que (GABARITO: B) 
 
A) no cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos 
fundamentais de todas as pessoas. (art. 2º) 
B) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, quando estão 
em serviço e se forem requisitados, o dever que a lei lhes impõe, servindo a 
comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em conformidade 
com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer. (art. 1º) 
C) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força 
quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o 
cumprimento do seu dever. (art. 3º) 
D) as informações de natureza confidencial em poder dos funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do 
dever ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento. (art. 
4º) 
E) nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar 
qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou 
degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como 
o estado de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna 
ou qualquer outra emergência pública como justificação para torturas ou outras penas 
ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. (art. 5º) 
48 
25 
ARTIGO 1º 
Os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei devem 
cumprir, A TODO O MOMENTO, 
o dever que a lei lhes impõe, 
servindo a comunidade e 
protegendo todas as pessoas 
contra atos ilegais, em 
conformidade com o elevado 
grau de responsabilidade que a 
sua profissão requer. 
49 
 
rafaelfernandez79@gmail.com 
 
www.facebook.com/rafaelfernandez79 
 
Twitter → @rgfernandez79 
50 
26 
51 
1 
Direitos Humanos 
e 
 Cidadania 
 
 
PROF. RAFAEL FERNANDEZ 
1 
AGENTE 
2 
 
Princípios Básicos para utilização da força e 
armas de fogo, adotado pela Organização das 
Nações Unidas em 7 de julho de 1990. 
 
 
 
 
A Assembléia Geral... 
 Considerando que o trabalho dos 
funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei 133 representa um 
serviço social de grande importância 
e que, consequentemente, há que 
manter e, se necessário, aperfeiçoar, 
as suas condições de trabalho e o seu 
estatuto, 
4 
3 
A Assembléia Geral... 
 Considerando que a ameaça à 
vida e à segurança dos 
funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei deve ser 
considerada como uma ameaça 
à estabilidade da sociedade no 
seu todo, 
5 
A Assembléia Geral... 
 Considerando que os funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei têm 
um papel essencial na proteção do 
direito à vida, à liberdade e à 
segurança da pessoa, tal como 
garantido pela Declaração Universal 
dos Direitos do Homem e reafirmado 
no Pacto Internacional sobre os 
Direitos Civis e Políticos, 
6 
4 
A Assembléia Geral... 
 Considerando que as “Regras 
Mínimas para o Tratamento de 
Reclusos” prevêem as 
circunstâncias em que os 
funcionários prisionais podem 
recorrer à força no exercício das 
suas funções, 
7 
A Assembléia Geral... 
 Considerando que a reunião preparatória 
inter-regional do 7o Congresso das Nações 
Unidas para a Prevenção do Crime e o 
Tratamento dos Delinquentes, que teve 
lugar em Varenna (Itália), acordou nos 
elementos que deveriam ser apreciados, no 
decurso dos trabalhos ulteriores, com 
relação às restrições à utilização da força e 
de armas de fogo pelos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei, 
8 
5 
A Assembléia Geral... 
Considerando que o 7o Congresso, 
na sua resolução 14/138, sublinha, 
nomeadamente, que a utilização 
da força e de armas de fogo pelos 
funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei deve ser 
conciliada com o respeito devido 
pelos Direitos do Homem, 
9 
A Assembléia Geral... 
 Considerando que é conveniente atender, 
tendo em devida conta as exigências de 
segurança pessoal, ao papel dos 
funcionáriosresponsáveis pela aplicação 
da lei na administração da justiça, na 
proteção do direito à vida, à liberdade e à 
segurança das pessoas, bem como à 
responsabilidade dos mesmos na 
manutenção da segurança pública e da 
paz social e à importância das suas 
qualificações, formação e conduta, 10 
6 
Os Governos devem ter em conta os 
Princípios Básicos a seguir enunciados, que 
foram formulados tendo em vista auxiliar 
os Estados membros a garantirem e a 
promoverem o verdadeiro papel dos 
funcionários responsáveis pela aplicação 
da lei, a observá-los no quadro das 
respectivas legislação e prática nacionais 
e a submetê-los à atenção dos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei, bem 
como de outras pessoas como os juízes, os 
magistrados do Ministério Público, os 
advogados, os representantes do poder 
executivo e do poder legislativo e o 
público em geral. 11 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
1. Os Governos e os organismos de aplicação da 
lei devem adotar e aplicar regras sobre a 
utilização da força e de armas de fogo contra as 
pessoas, por parte dos funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei. Ao elaborarem essas 
regras, os Governos e os organismos de 
aplicação da lei devem manter sob permanente 
avaliação as questões éticas ligadas à utilização 
da força e de armas de fogo. 
12 
7 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
2. Os Governos e os organismos de aplicação da lei devem 
desenvolver um leque de meios tão amplo quanto possível e 
habilitar os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
com diversos tipos de armas e de munições, que permitam 
uma utilização diferenciada da força e das armas de fogo. 
Para o efeito, deveriam ser desenvolvidas armas 
neutralizadoras não letais, para uso nas situações 
apropriadas, tendo em vista limitar de modo crescente o 
recurso a meios que possam causar a morte ou lesões 
corporais. Para o mesmo efeito, deveria também ser possível 
dotar os funcionários responsáveis pela aplicação da lei de 
equipamentos defensivos, tais como escudos, viseiras, 
coletes antibalas e veículos blindados, a fim de se reduzir a 
necessidade de utilização de qualquer tipo de armas. 13 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
3. O desenvolvimento e utilização de 
armas neutralizadoras não letais 
deveria ser objeto de uma avaliação 
cuidadosa, a fim de reduzir ao mínimo 
os riscos com relação a terceiros, e a 
utilização dessas armas deveria ser 
submetida a um controle estrito. 
14 
8 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
4. Os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei, no exercício das suas 
funções, devem, na medida do possível, 
recorrer a meios não violentos antes de 
utilizarem a força ou armas de fogo. Só 
poderão recorrer à força ou a armas de fogo 
se outros meios se mostrarem ineficazes ou 
não permitirem alcançar o resultado 
desejado. 
15 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
5. Sempre que o uso legítimo da força ou de armas de 
fogo seja indispensável, os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem: 
 
a) Utilizá-las com moderação e a sua ação deve ser 
proporcional à gravidade da infração e ao objetivo 
legítimo a alcançar; 
b) Esforçar-se por reduzirem ao mínimo os danos e lesões 
e respeitarem e preservarem a vida humana; 
c) Assegurar a prestação de assistência e socorros 
médicos às pessoas feridas ou afetadas, tão rapidamente 
quanto possível; 
d) Assegurar a comunicação da ocorrência à família ou 
pessoas próximas da pessoa ferida ou afetada, tão 
rapidamente quanto possível. 
16 
9 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
6. Sempre que da utilização da força 
ou de armas de fogo pelos 
funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei resultem lesões ou a 
morte, os responsáveis farão um 
relatório da ocorrência aos seus 
superiores, de acordo com o princípio 
22. 
17 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
7. Os Governos devem garantir que 
a utilização arbitrária ou abusiva da 
força ou de armas de fogo pelos 
funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei seja punida como 
infração penal, nos termos da 
legislação nacional. 
18 
10 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
8. Nenhuma circunstância 
excepcional, tal como a 
instabilidade política interna ou o 
estado de emergência, pode ser 
invocada para justificar uma 
derrogação dos presentes Princípios 
Básicos. 
19 
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS 
9. Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei não devem fazer uso de armas de fogo contra 
pessoas, salvo em caso de legítima defesa, defesa 
de terceiros contra perigo iminente de morte ou 
lesão grave, para prevenir um crime 
particularmente grave que ameace vidas 
humanas, para proceder à detenção de pessoa 
que represente essa ameaça e que resista à 
autoridade, ou impedir a sua fuga, e somente 
quando medidas menos extremas se mostrem 
insuficientes para alcançarem aqueles objetivos. 
Em qualquer caso, só devem recorrer 
intencionalmente à utilização letal de armas de 
fogo quando isso seja estritamente indispensável 
para proteger vidas humanas. 20 
11 
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS 
10. Nas circunstâncias referidas no princípio 
9, os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem identificar-se como 
tal e fazer uma advertência clara da sua 
intenção de utilizarem armas de fogo, 
deixando um prazo suficiente para que o 
aviso possa ser respeitado, exceto se esse 
modo de proceder colocar indevidamente 
em risco a segurança daqueles responsáveis, 
implicar um perigo de morte ou lesão grave 
para outras pessoas ou se se mostrar 
manifestamente inadequado ou inútil, tendo 
em conta as circunstâncias do caso. 
21 
Disposições Especiais 
11. As normas e regulamentações relativas à utilização de armas de fogo 
pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem incluir 
DIRETRIZES que: 
 
a) Especifiquem as circunstâncias nas quais os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam 
os tipos de armas de fogo e munições autorizados; 
b) Garantam que as armas de fogo sejam utilizadas apenas nas circunstâncias 
adequadas e de modo a reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis; 
c) Proíbam a utilização de armas de fogo e de munições que provoquem 
lesões desnecessárias ou representem um risco injustificado; 
d) Regulamentem o controle, armazenamento e distribuição de armas de 
fogo e prevejam nomeadamente procedimentos de acordo com os quais os 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei devam prestar contas de todas 
as armas e munições que lhes sejam distribuídas; 
e) Prevejam as advertências a efetuar, sendo caso disso, se houver utilização 
de armas de fogo; 
f) Prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei utilizem armas de fogo no 
exercício das suas funções. 
22 
12 
Manutenção da ordem em 
caso de reuniões ilegais 
12. Dado que a todos é garantido o 
direito de participação em reuniões 
lícitas e pacíficas, de acordo com os 
princípios enunciados na Declaração 
Universal dos Direitos do Homem e no 
Pacto Internacional sobre os Direitos 
Civis e Políticos, os Governos e os 
serviços e funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem reconhecer que a 
força e as armas de fogo só podem ser 
utilizadas de acordo com os princípios 13 
e 14. 23 
Manutenção da ordem em 
caso de reuniões ilegais 
13. Os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei devem 
esforçar-se por dispersar as 
reuniões ilegais mas não 
violentas sem recurso à força e, 
quando isso não for possível, 
limitar a utilização da força ao 
estritamente necessário. 
24 
13 
Manutenção da ordem em 
caso de reuniões ilegais 
14. Os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei só podem utilizar armas 
de fogo para dispersarem reuniões 
violentas se não for possível recorrer a 
meios menos perigosos, esomente nos 
limites do estritamente necessário. Os 
funcionários responsáveis pela aplicação 
da lei não devem utilizar armas de fogo 
nesses casos, salvo nas condições 
estipuladas no princípio 9. 
25 
Manutenção da ordem entre 
pessoas detidas ou presas 
15. Os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei não devem 
utilizar a força na relação com 
pessoas detidas ou presas, exceto 
se isso for indispensável para a 
manutenção da segurança e da 
ordem nos estabelecimentos 
penitenciários, ou quando a 
segurança das pessoas esteja 
ameaçada. 
26 
14 
Manutenção da ordem entre 
pessoas detidas ou presas 
16. Os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei não devem utilizar 
armas de fogo na relação com pessoas 
detidas ou presas, exceto em caso de 
legítima defesa ou para defesa de 
terceiros contra perigo iminente de 
morte ou lesão grave, ou quando essa 
utilização for indispensável para 
impedir a evasão de pessoa detida ou 
presa representando o risco referido no 
princípio 9. 
27 
Manutenção da ordem entre pessoas 
detidas ou presas 
17. Os princípios precedentes 
entendem-se sem prejuízo dos 
direitos, deveres e responsabilida-
des dos funcionários dos 
estabelecimentos penitenciários, 
tal como são enunciados nas 
Regras Mínimas para o 
Tratamento de Presos, em 
particular as regras 33, 34 e 54. 
28 
15 
 
Habilitações, formação e 
aconselhamento 
 18. Os Governos e os organismos de 
aplicação da lei devem garantir que todos 
os funcionários responsáveis pela aplicação 
da lei sejam selecionados de acordo com 
procedimentos adequados, possuam as 
qualidades morais e aptidões psicológicas 
e físicas exigidas para o bom desempenho 
das suas funções e recebam uma formação 
profissional contínua e completa. Deve ser 
submetida a reapreciação periódica a sua 
capacidade para continuarem a 
desempenhar essas funções. 
29 
 
Habilitações, formação e 
aconselhamento 
 19. Os Governos e os organismos de 
aplicação da lei devem garantir que todos 
os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei recebam formação e 
sejam submetidos a testes de acordo com 
normas de avaliação adequadas sobre a 
utilização da força. Os funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei que 
devam transportar armas de fogo 
deveriam ser apenas autorizados a fazê-lo 
após recebimento de formação especial 
para a sua utilização. 
30 
16 
 
Habilitações, formação e 
aconselhamento 
 20. Na formação dos funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei, os Governos e os organismos de 
aplicação da lei devem conceder uma atenção 
particular às questões de ética policial e de direitos 
do homem, em particular no âmbito da investigação, 
aos meios de evitar a utilização da força ou de armas 
de fogo, incluindo a resolução pacífica de conflitos, 
ao conhecimento do comportamento de multidões 
e aos métodos de persuasão, de negociação e 
mediação, bem como aos meios técnicos, tendo em 
vista limitar a utilização da força ou de armas de 
fogo. Os organismos de aplicação da lei deveriam 
rever o seu programa de formação e procedimentos 
operacionais, em função de incidentes concretos. 
31 
 
Habilitações, formação e 
aconselhamento 
 21. Os Governos e os 
organismos de aplicação da lei 
devem garantir aconselhamento 
psicológico aos funcionários 
responsáveis pela aplicação da 
lei envolvidos em situações em 
que sejam utilizadas a força e 
armas de fogo. 
32 
17 
 
 
Procedimentos de comunicação 
hierárquica e de inquérito 
 
 
22. Os Governos e os organismos de aplicação da lei 
devem estabelecer procedimentos adequados de 
comunicação hierárquica e de inquérito para os 
incidentes referidos nos princípios 6 e 11. Para os 
incidentes que sejam objeto de relatório por força dos 
presentes Princípios, os Governos e os organismos de 
aplicação da lei devem garantir a possibilidade de um 
efetivo procedimento de controle e que autoridades 
independentes (administrativas ou do Ministério 
Público), possam exercer a sua jurisdição nas condições 
adequadas. Em caso de morte, lesão grave, ou outra 
consequência grave, deve ser enviado de imediato um 
relatório detalhado às autoridades competentes 
encarregadas do inquérito administrativo ou do 
controle judiciário. 
33 
 
 
Procedimentos de comunicação 
hierárquica e de inquérito 
 
 
23. As pessoas contra as quais 
sejam utilizadas a força ou armas de 
fogo ou os seus representantes 
autorizados devem ter acesso a um 
processo independente, em 
particular um processo judicial. Em 
caso de morte dessas pessoas, a 
presente disposição aplica-se às 
pessoas a seu cargo. 
34 
18 
 
 
Procedimentos de comunicação 
hierárquica e de inquérito 
 
 
24. Os Governos e organismos de 
aplicação da lei devem garantir que os 
funcionários superiores sejam 
responsabilizados se, sabendo ou 
devendo saber que os funcionários 
sob as suas ordens utilizam ou 
utilizaram ILICITAMENTE a força ou 
armas de fogo, não tomaram as 
medidas ao seu alcance para 
impedirem, fazerem cessar ou 
comunicarem este abuso. 
35 
 
 
Procedimentos de comunicação 
hierárquica e de inquérito 
 
 
25. Os Governos e organismos responsáveis 
pela aplicação da lei devem garantir que 
nenhuma sanção penal ou disciplinar seja 
tomada contra funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei que, de acordo como 
o Código de Conduta para os Funcionários 
Responsáveis pela Aplicação da Lei e com 
os presentes Princípios Básicos, recusem 
cumprir uma ordem de utilização da força 
ou armas de fogo ou denunciem essa 
utilização por outros funcionários. 
36 
19 
 
 
Procedimentos de comunicação 
hierárquica e de inquérito 
 
 
26. A obediência a ordens superiores 
não pode ser invocada como meio de 
defesa se os responsáveis pela aplicação 
da lei sabiam que a ordem de utilização 
da força ou de armas de fogo de que 
resultaram a morte ou lesões graves era 
manifestamente ilegal e se tinham uma 
possibilidade razoável de recusar cumpri-
la. Em qualquer caso, também existe 
responsabilidade da parte do superior 
que proferiu a ordem ilegal. 
37 
RESOLVA A QUESTÃO! 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
FUNRIO - 2009 
20 
(PRF 2009 – FUNRIO) Segundo os Princípios Básicos para utilização da força e 
armas de fogo, adotado pela ONU em 07/07/1990, as normas e 
regulamentações relativas à utilização de armas de fogo pelos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei devem incluir diretrizes que 
 
a) especifiquem as circunstâncias nas quais os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam os 
tipos de armas de fogo e munições autorizados. 
b) garantam que as armas de fogo e as armas não letais sejam utilizadas apenas 
nas circunstâncias adequadas e de modo a reduzir ao mínimo o risco de danos 
inúteis. 
c) diminuam a utilização de armas de fogo e de munições que provoquem lesões 
desnecessárias ou representem um risco injustificado. 
d) regulamentem o controle, armazenamento e distribuição de armas de fogo e 
prevejam nomeadamente procedimentos de acordo com os quais os funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei necessitem prestar contas de todas as armas e 
munições que lhes sejam distribuídas, somente quando solicitados. 
e) prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei utilizem armas de fogo fora do exercício das 
suas funções. 
 
39 
(PRF 2009 – FUNRIO) Segundo os Princípios Básicos para utilização da força e 
armas de fogo, adotado pela ONU em 07/07/1990, as normas e regulamentações 
relativas à utilização de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devem incluir DIRETRIZES

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