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Introdução
Este trabalho visa apresentar os seguintes temas: eutanásia, distanásia e ortotanásia, seu significado e importância, os problemas que envolvem este tema e como é tratado no jurídico brasileiro.
A eutanásia abrevia a morte do paciente, também chamada de boa morte, ou até mesmo ajuda para morrer, antecipando a morte daquele indivíduo que não tem mais perspectiva de futuro.
Já a distanásia é um recurso que visa prolongar a vida do paciente usando aparelhos e fármacos, usados independentemente se está sendo preservado o conforto e bem estar do paciente, mesmo se o paciente não estiver em uma situação digna.
A ortotanásia vem do grego “morte correta” é a denominação da prática feita pelos médicos em que o quadro clínico do paciente seja considerado terminal e qualquer terapia que possa prolongar a vida desse paciente que seja considerada fútil. Então os médicos suspendem o tratamento do paciente quando o mesmo manifesta sua vontade, permanecendo apenas os cuidados paliativos.
O testamento vital é um documento onde define a vontade do paciente em relação aos cuidados e tratamentos visando a morte digna.
Ao longo do trabalho veremos os aspectos abordados, respeitando suas particularidades e tendo como princípio a vida humana, tanto em suas escolhas quanto suas expectativas.
Eutanásia
A eutanásia na sua etimologia deriva das expressões gregas “eu” e “thanatos”, cuja a tradução significa “boa morte” ou “morte boa”.
Esse método é o mais famoso entre os temas que serão citados, consiste em abreviar a morte do paciente, que geralmente se encontra acometido de doença grave irreversível, no estágio terminal da doença e cientificamente não há mais possibilidade de recuperação no seu quadro de saúde.
A finalidade é cessar o seu sofrimento, isto é, ao invés de permitir que a morte ocorra de maneira natural, interfere-se diretamente sobre o curso natural da vida, ceifando-a.
É atualmente ilegal no Brasil, segundo nosso código penal.
Entre as formas dessa prática existe a diferenciação entre eutanásia ativa e eutanásia passiva.
Eutanásia ativa
Quando há participação ou assistência de terceiros- quando uma pessoa mata intencionalmente o enfermo por meio de artifícios que forcem o cessar das atividades vitais do paciente.
Afirma-se frequentemente que, na eutanásia ativa se dá origem a morte fazendo algo como por exemplo: administrando uma injeção letal.
Eutanásia Passiva
Consiste em não realizar procedimentos de ressuscitação ou procedimentos que tenham como único fim o prolongamento da vida, como medicamentos voltados para a ressuscitação do enfermo ou máquinas de suporte vital como a ventilação artificial que remediariam momentaneamente a causa da morte do paciente e não consistiriam em tratamento da enfermidade ou do sofrimento do mesmo, servindo apenas para prolongar a vida biológica e, consequentemente o sofrimento.
Distanásia
A distanásia na sua etimologia deriva das expressões “dis” e “thanatos”, cuja tradução significa “morte ruim”.
Com o avanço da medicina são várias as opções dos tratamentos e remédios dos pacientes considerados terminais, muitos permitem o controle da doença e aumentam as expectativas de vida.
É o procedimento terapêutico que visa prolongar a vida do paciente se valendo de aparelhos e fármacos, usados independentemente se está sendo preservado o conforto e bem estar do paciente. 
É o prolongamento exagerado da agonia, sofrimento e morte de um paciente. Ressalta-se que a suspensão de tratamentos fúteis não promove a morte e sim evita que o morrer seja alongado à custa de enorme sofrimento.
Ao invés de se permitir ao paciente uma morte natural, prolonga-se a sua agonia sem que nem o paciente nem a equipe médica tenham reais expectativas de sucesso ou de uma qualidade de vida melhor para o paciente.
Ortotanásia
Etimologicamente derivado do grego, ortotanásia significa “morte correta’, tendo “orto” significado de certo e “thanatos” de morte.
Como relata o seu significado, a ortotanásia tenta fazer com que a morte inevitável de uma pessoa que foi acometida por uma patologia grave, que cientificamente não há como ser curada, possa falecer de maneira natural, não intervindo de modo a dar sobrevida ao paciente, é dita como morte no tempo certo.
Simplesmente se aceita com realismo e sensatez o estado terminal do paciente, reconhecendo que as capacidades humanas não são mais capazes de impedir a iminência da morte, ou seja, trata-se de não fazer procedimentos invasivos para prolongar artificialmente a vida.
2.5 Testamento Vital
O testamento vital consiste em um documento devidamente assinado, em que o interessado juridicamente capaz declara a que tipo de tratamento médico deseja ser submetido ao se encontrar em situação de impossibilite a sua manifestação de vontade, podendo se opor a futura aplicação de tratamentos e procedimentos médicos que prolonguem sua vida em detrimento da qualidade da mesma.
Diferencia-se da eutanásia, pois nesta o médico age ou omite-se surgindo diretamente a morte, com o consentimento do paciente, a pedido de algum familiar ou sob impulso da piedade humana.
 
Quanto a dignidade humana
A eutanásia pode ser considerada como morte digna, sabendo que o paciente escolhe não viver mais devido a dor e o sofrimento. Então temos a prática do que chamamos de suicídio, ressaltando que esta parte da vontade do enfermo.
Distanásia é uma prática que fere a dignidade da pessoa humana pois, seu bem estar não é preservado, não é parte da sua própria escolha, e prolonga-se uma vida de maneira fútil e totalmente artificial.
Dos assuntos abordados, a ortotanásia é considerada a morte que acontece de forma mais digna, pois visa preservar exclusivamente o bem estar do indivíduo e sua vontade de não prolongar sua vida com tratamentos degradantes, visto que não há mais chance de sobrevivência.
Quanto a jurisprudência 
No Brasil, a eutanásia é crime previsto em lei como assassinato, no entanto, existe um atenuante que é verificado no caso do ato ter sido realizado a pedido da vítima e tendo em vista o alívio de um sofrimento latente e inevitável, que reduz a pena para a reclusão de 3 a 6 anos.
Art. 121/CP- “Matar alguém. Pena de reclusão 6 ( seis ) à 20 ( anos ) anos.
A eutanásia é um direito legalmente previsto em alguns países, como a Holanda e Bélgica, nos casos para pacientes terminais ou portadores de doenças incuráveis que geram sofrimento físico e emocional para o paciente e seus familiares. É importante ressaltar que a eutanásia é um ato de vontade própria e individual do enfermo, quando em estado de plena consciência , que garante a escolha entre cessar seu sofrimento em vida ou continuar lutando.
Para a distanásia não se encontra impedimento legal e nem que ofenda algum princípio estabelecido no direito.
Quanto a ortotanásia também não há impedimento legal, já teve a regulamentação da sua prática impedida pelo Ministério Público Federal. Atualmente, a prática não somente é permitida como também é vista como caminho para fazer valer a dignidade da pessoa humana.
Conclusão
Embora gerador de grande polêmica e havendo distorção de seu real significado, o reconhecimento do direito a eutanásia é possível.
Nos dias de hoje, no âmbito assistencial da saúde, muitas vezes trata-se a doença e esquece-se de tratar o doente, buscando não somente o seu bem estar físico, mas também o psíquico e o emocional. Preserva-se a vida a qualquer custo, independente de sua qualidade, em um processo onde os efeitos do tratamento muitas vezes podem ser mais nocivos do que os da própria doença. Um dia a medicina pode não mais travar uma luta sem fim contra a morte, e passar a aceitar a morte como parte da vida biológica da pessoa, como um limite que não pode ser vencido. Através da aceitação e do processo de viver e de morrer, a medicina pode proporcionar não somente uma morte digna,mas também uma vida digna aos pacientes.
Embora ainda não haja o reconhecimento e a regulamentação do direito a eutanásia, admite-se a prática da ortotanásia, onde o paciente desiste de um tratamento inútil, neste caso não há encurtamento da vida nem prorrogação exagerada, como no caso da distanásia, o organismo morre no momento “certo”. Também chamada de eutanásia passiva essa conduta é aceita, inclusive pelas religiões que contrariam a eutanásia ativa que encurta a vida do paciente.
Bibliografia
www.jusbrasil.com.br
www.conjur.com.br
www.infoescola.com
www.todamateria.com.br
www.brasilescola.uol.com.br

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