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execução da fazenda publica pronto corrigido

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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE TEOFILO OTONI – MG
CURSO DE DIREITO
CARLA ROBERTA GRIGÓRIO DA SILVA
EULA PAULA ALMEIDA NEVES
LUANA LOPES DA SILVA
LUCAS SÁTIRO NICOMEDES DE MATOS
LUCIANA DA CRUZSANTOS
SABRINA PENA FELICIANO
TAUANE CAMPOS BATISTA
6º. TURMA III
EXECUÇÃO CONTRA Á FAZENDA PÚBLICA 
Teófilo Otoni – MG
2018
CARLA ROBERTA GRIGÓRIO DA SILVA
EULA PAULA ALMEIDA NEVES
LUANA LOPES DA SILVA
LUCAS SÁTIRO NICOMEDES DE MATOS
LUCIANA DA CRUZSANTOS
SABRINA PENA FELICIANO
TAUANE CAMPOS BATISTA
EXECUÇÃO CONTRA Á FAZENDA PÚBLICA 
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Direito Processual Civil III da Faculdade Presidente Antônio Calos (FUPAC) como requisito para obtenção de conhecimentos na referida disciplina.
Professor: Rodrigo Oliveira dos santos 
TEÓFILO OTONI – MG
2018
		RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão acerca da Execução contra a Fazenda Pública. Em breves relatos buscou-se refletir sobre o tema proposto no que diz respeito aos aspectos, definições, cumprimento de sentença e o precatório. Tem como base da pesquisa legislação especifica como o Código de processo civil, Constituição Federal e doutrinas.
Palavras-chaves: Fazenda Pública; Execução;
SUMÁRIO
RESUMO	3
1 INTRODUÇÃO	5
2 EXECUÇÃO POR QAUNTIA CERTA CONTRA Á FAZENDA PÚBLICA	6
3 EXECUÇÃO FORÇADA OU IMPENHORABILIDADE	8
4 INTIMAÇÃO E À POSSIBILIDADE DE OPOSIÇÃO DA IMPUGNAÇÃO	9
4.1Impugnação	9
4.2A não oposição de impugnação	10
5 PRECATÓRIO	12
6A DISPENSA DO PRECATÓRIO NA EXECUÇÃO DE PEQUENO VALOR	14
7 CONCLUSÃO	15
REFERENCIAS	16
1 INTRODUÇÃO
A execução contra a Fazenda Pública está prevista nos artigos 534 e 535 do Código de Processo Civil, o art. 534 dispõe sobre a obrigação do exequente na apresentação do demonstrativo de crédito.
Ademais, o art. 535 traz a possibilidade de impugnação da execução no prazo de 30 dias, trazendo em seus incisos as possibilidades de arguição. O artigo 100 da Constituição Federal preconiza o pagamento na ordem cronológica de apresentação dos precatórios.
Redirecionando ao tema execução a ideia principal é o ataque ao patrimônio do executado. Se tratando da Fazenda Pública a execução na obrigação de fazer é feita direta já na obrigação de pagar, há uma impossibilidade do pagamento direto, pois os bens da Fazenda pública não podem ser penhorados, arrematados ou adjudicados.
2 EXECUÇÃO POR QAUNTIA CERTA CONTRA Á FAZENDA PÚBLICA
Com a atualização do Código de Processo Civil em 2015, algumas foram às alterações firmadas, entre elas a Execução contra a Fazenda Pública, quando esta se encontra no pólo passivo da lide. Já quando o ente em questão é quem está pleiteando uma cobrança, o título a ser cobrado é nomeado de Execução Fiscal, como postulado no Decreto de lei n 6.380/80. Em nível de definição, Fazenda Pública vem a ser o órgão fiscal que abrange União, Estados, Distrito Federal e municípios, autarquias e fundações públicas.
Como objeto jurídico, o título executivo judicial é a obrigação de pagamento proferida por uma sentença que impõe ao devedor da mesma que seja feita a quitação da dívida pela sua recognição diante o Estado. Tal objeto é reconhecido através da demanda judicial de conhecimento, ação esta que quando ajuizada pelo autor, visa reconhecer a dívida existente entre as partes que não demandam de comprovante tácito para avaliação devendo o autor estar com a descrição de todas as dividas contidas já com correção monetária e juros. Com a atualização do CPC, para este caso, não será necessária ação autônoma para pagamento da dívida. No que diz respeito a execução contra a Fazenda Pública, esta terá 30 dias para a apresentação de impugnação, prazo este que não é contado em dobro por se tratar de uma peculiaridade deste órgão. Isto posto, corrobora-se com o posicionamento de Humberto Theodoro Junior que diz:
“Ao criar um documento a que a lei reconhece a força do título executivo, o devedor, além de reconhecer sua obrigação, aceita, no mesmo ato, o consectário lógico jurídico de que poderá vir a sofrer a agressão patrimonial que corresponde à sanção de seu eventual inadimplemento”. (JÚNIOR, Humberto Theodoro, 2009, pg. 140).
Como participante da mesma categoria, mas com objeto um pouco diferente, se tem o denominado título executivo extrajudicial. Neste caso, a instituição pública descrita como devedora de coisa certa para o autor do processo. A ação a ser impetrada será a de execução postulada no art. 910 do respectivo código já citado em contraposição ao réu. Nesta demanda irão ser aplicadas as regras contidas nos itens 534 e 535 que versam sobre cumprimento de condenaçãopelo reconhecimento da obrigação a pagamento de quantia clara e certa demonstrada pelo autor ao magistrado e confirmado pelo mesmo. Importante frisar que nessa modalidade o autor do processo tem título certo que relaciona a obrigação que não foi cumprida pelo réu do processo.
3 EXECUÇÃO FORÇADA OU IMPENHORABILIDADE
Execução forçada é provida de penhorabilidade e expropriação do bem pertencente ao executado, entretanto essa execução não tem paramentos para ser cumprida contra á Fazenda Pública, pois seus bens são impenhoráveis. Devido ao que legitima á Constituição Federal em seu art.100, salientando-se que as dívidas da Fazenda serão pagar exclusivamente por ordem cronológica de apresentação dos precatórios. Entende-se então, que para o cumprimento da execução de sentença de por quantia certa contra a Fazenda Pública não procederá por meio de execução forçada, mas sim de acordo com os termos apresentados em Lei Federal.
4 INTIMAÇÃO E À POSSIBILIDADE DE OPOSIÇÃO DA IMPUGNAÇÃO
Ao que se refere intimação e a possibilidade de oposição da Fazenda Pública com a impugnação, notamos que o intimado será a pessoa com poder de representar legalmente a Fazenda Pública em juízo, quando assim necessitar. Ademais, a intimação será feita por cargo, remessa ou meio eletrônico. A Fazenda Publica será intimada não para cumprir a sentença executória, mas sim para anexar em seus autos impugnação com as devidas alegações elencadas no Novo CPC. O intimidado, em nome da Fazenda Pública, tem o prazo de o de 30 dias para apresentar a impugnação. 
 O art. 523 do Novo CPC em seu caput e§1º aduz que o executado será intimado á pagar o débito voluntariamente no prazo de quinze dias, caso não seja efetuado o pagamento deverá arcar com multa e honorários advocatícios. Entretanto, a Fazenda Pública, conforme estipulado em lei, está isenta de cumprir tais previsões elencadas nos art. 534, §2º: “a multa prevista no §1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública”. (BRASIL. 2018)
4.1Impugnação
A Impugnação é o meio determinado pelo judiciário para que o requerido possa manifestar-se contra a execução proferida no processo. No que diz respeito à Fazenda Pública, será a sua oposição à sentença, com o escopo de a reverter em seu favor. A respeito do que se trata a temática Impugnação na Execução contra a Fazenda Pública, é necessário ressaltar que a impugnação necessita cumprir com requisitos apresentados no NCPC, ademais, somente será viável apresentação dessas, caso for contra quantia certa e líquida. O artigo 535 prevê que a Fazenda Pública se manifestará não para apresentar defesa, pois isso ocorre no processo de conhecimento, mas sim alegar as matérias de cabimento elencadas nos incisos I ao VI: 
A citação acima está elencada no Novo Código de processo civil em seu art. 535.
“Art. 535.A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidadede parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença”. (BRASIL,2018)
De acordo com o doutrinador Marcos Vinícius Rios Gonçalves, o procedimento de impugnação ao cumprimento de sentença contra a Fazenda Publica é o mesmo da impugnação em geral, além disso, as hipóteses de cabimento para interpô-la coincidem quase integralmente com o art. 525, §1 que rege o procedimento deimpugnação em geral. 
Por fim, o prazo será de 30 dias para a Fazenda apresentar em seus autos. 
4.2A não oposição de impugnação
A Fazenda Pública quando intimada não tem a obrigação de se opor à inclusão da impugnação em seus autos. Entretanto, se assim o fizer será considerado então que ao findar o prazo previsto para que haja possibilidade de impugnar, a Fazenda Pública cumprirá imediatamente com seus dividendos por meio de precatório ou requisição de pequeno valor que será determinada pelo juiz. Além disso, tais expedições dar-se-ão não somente quanto a não oposição de impugnação do executado, mas também quando rejeitada a impugnação, como está previsto no §3º e seus incisos do art. 535 do Novo CPC.
5 PRECATÓRIO
O precatório é uma requisição feita pelo tribunal competente que julga a execução contra a Fazenda Pública, para que o executado cumpra com suas devidas obrigações enquanto devedor.
Em determinada conta será efetivado o pagamento, assim que deferido o precatório, devendo ser então informado a natureza do crédito para que a Fazenda efetue a partir de então o pagamento do débito. Quando recebido o requisitório, a Fazenda Pública deverá incluir no planejamento a verba necessária para a efetuação do pagamento, além disso, o credor com a pretensão de receber o valor requisitado poderá solicitar ao Procurador-Geral da República ou de justiça que esteja realizando uma ação objetivando a intervenção. 
Os referidos cálculos dos precatórios judiciários atualizados com juros e correção monetária deverão ser quitados provenientes da data subsequenteaté que se finde o próximo exercício a da entrega dos precatórios, tendo como data final especifica o dia 1º de julho para a realização das respectivas entregas como prevê o §5º do art. 100 da CF∕88.
Ademais, Elpídio Donizetti aduz que o precatório ao chegar ao tribunal recebe numeração sequenciada. Assim, são estabelecidas duas ordens numéricas, duas filas para recebimento de créditos: uma para créditos de natureza alimentícia e outra para créditos de natureza diversa,os mesmos seguem ordem de pagamento como prevê á CF∕88. (art. 100, § 2º, da CF/1988
Tais alegações estão prevista na Carta Magna de 1988 em seu art. 100.
“Art 100 Os pagamentos devidos pelas Fazendas Pública Federal, Estadual, Distritais e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e á conta dos créditos respectivos, proibida a designação de caso ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. [...]
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.[...]
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente”. (BRASIL, 2018)
Por fim, o precatório é dispensado quando há uma Requisição de pequeno valor como previsto no §3º do art. 100 da CF∕88 sendo este emitido pelo juiz.
6A DISPENSA DO PRECATÓRIO NA EXECUÇÃO DE PEQUENO VALOR
No que tange ao cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade da Obrigação de Pagar Quantia Certa Pela Fazenda Pública, dispensa-se a expedição de precatório e viabiliza que as condenações de pequeno valor sejam cobradas através de Requisição de Pequeno Valor (RPV), assim preconiza o art. 100, § 3, da Constituição Federal, 1988. O prazo previsto para quitação do valor pelo devedor é de 60 dias como prevê o art. 535, § 3º, II, do CPC e art. 17, caput, da Lei n.10.259/2001, sob pena de seqüestro de bens. Ademais, cada ente federado possui um limite de RPV para honrar com a obrigação. De acordo com a legislação vigente, o ente público que pleiteia no pólo passivo deve estabelecer o seu próprio limite. Entretanto, ao versarem sobre obrigações de até 60 salários mínimos, este será o limite de execução contra a Fazenda Pública, nos termos do art. 17, § 1º da Lei n.10.259/2001. Todavia, em relação as execução contra a Fazenda Estadual e Municipal, serão considerados 40 salários mínimos, para a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, e até 30 salários mínimos, para a Fazenda dos Municípios, para os casos em que lei complementar não for editada pelo próprio ente, como aduz Marcus Vinicius Rios Gonçalves. 
7 CONCLUSÃO
A partir do exposto, podemos considerar as peculiaridades da execução contra a Fazenda Pública, execução esta prevista no Código de Processo Civil. Argumentando que a Fazenda Pública não pode ser executada forçadamente, pois seus bens são impenhoráveis, como corrobora o art. 100 da Constituição Federal, salientando que a ordem do pagamento será feita pela ordem cronológica da apresentação dos precatórios. Como meio de defesa a fazenda pública usa-se do instituto da impugnação para manifestar-se contra o que foi decidido na sentença, sendo válida a impugnação contra sentença de quantia certa e de natureza líquida. Essa impugnação será feita no prazo de 30 (trinta dias).Via de regra, a Fazenda pública não é obrigada a impugnar, mas se não feito deverá pagar voluntariamente o débito no prazo de 15 dias. No §1º do art. 523 do CPC traz a previsão de pagamento de multa e honorários advocatícios, mas a Fazenda Pública é isenta dessa previsão conforme o art. 534 §2º.
REFERENCIAS
BRAZIL, Código de Processo Civil. VadeMecum OAB, Colaboração, Livia Céspedes e Fabiana Dias Rocha. – 14. ed. atual. eampl. – São Paulo: Saraiva, 2018. p.419, 421 e 422. Arts. 523, 525, 534 e 535.
BRAZIL, Constituição Federal, VadeMecum OAB, Colaboração, Livia Céspedes e Fabiana Dias Rocha. – 14. ed. atual. eampl. – São Paulo: Saraiva, 2018. p. 38, 39 e 40. Art. 100
CNJO que são os precatórios?.Disponível em:<http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/77269-o-que-sao-os-precatorios> Acesso em: 19/08/2018.
DIREITO NA REDE, Execução contra a Fazenda Pública e o novo CPC, disponível em: <http://direitonarede.com/execucao-contra-a-fazenda-publica-e-o-novo-cpc/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+direitonarede+%28DireitonaRede%29>Acesso em:19/08/2018.
DONIZETTI,Elpídio.Curso didático de direito processual civil – 19. ed. - São Paulo: Atlas, 2016. p. 648 a 656.
GILBERTO MELO, os títulos executivos, disponível em: <http://gilbertomelo.com.br/os-titulos-executivos-no-novo-cpc/>Acesso em: 19/08/2018.
GONÇALVES, Marcos Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado - 9. ed - São Paulo:Saraiva,2018,p.874 a 877.
JUSBRASIL,Da execução por quantia certa contra a Fazenda Pública de acordo com a Lei nº 13.105/2015, disponível em: <https://relvariosadv.jusbrasil.com.br/artigos/209855511/da-execucao-por-quantia-certa-contra-a-fazenda-publica-de-acordo-com-a-lei-n-13105-2015>Acessoem: 19/08/2018.
NORMAS LEGAIS, precatórios, guia do cliente, disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/precatorios.htm>Acesso em: 25∕08∕2018.
PLANAUTO, emenda constitucional nº 62, de 9 de dezembro de 2009, disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc62.htm>Acesso em: 25∕08∕2018.
SENADO FEDERAL, atividade legislativa, art. 100, disponível em: <http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.09.2015/art_100_.asp>Acesso em: 25∕08∕2018.
THEODORO JÚNIOR, Humberto.Curso de Direito Processual Civil – vol. III. 47. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2016.p. 640.