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UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
Instituto de Letras – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas 
Profª: Ilana Rebello Viegas 
 
PORTUGUÊS V – GLC00216 
 
Versificação 
 
Poesia: forma de expressão ordenada segundo certas regras e dividida em unidades 
rítmicas. 
Poema: obra de poesia. 
Verso: conjunto de palavras que formam, dentro de qualquer número de sílabas, uma 
unidade fônica sujeita a um determinado ritmo. 
O ritmo poético, que na essência não difere das outras modalidades de ritmo, se 
caracteriza pela repetição. O ritmo consiste na divisão perceptível do tempo e do espaço em 
intervalos iguais. Quando a poesia se constitui de unidades rítmicas iguais, diz-se que a 
versificação é regular; quando isto não ocorre, a versificação é irregular ou livre. 
 
Como se contam as sílabas de um verso – Na recitação, a contagem das sílabas se 
processa diferentemente da análise gramatical; nesta se atenta para a sua representação na 
escrita enquanto naquela se busca a realidade auditiva. No verso: 
 
“É /to/da um/ hi/no: - es/pe/ran/ça!” (CA. 1,97) 
1 2 3 4 5 6 7 
 
7 sílabas métricas 
10 sílabas gramaticais 
 
 Só se conta até a última sílaba tônica: versos agudos, graves e esdrúxulos. 
 
“O padre não falou – mostrou-lhe o céu!” (CA. 1,37) Agudo 
 
“Eu vi-a lacrimosa sobre as pedras.” (CA. 1,106) Grave 
 
“Estátua da aflição aos pés dum túmulo!” (CA. 1, 106) Esdrúxulo 
 
 
Fenômenos fonéticos correntes na leitura dos versos 
 
Sinérese ou ditongação: é a junção de vogais contínuas numa só sílaba em virtude de 
uma das vogais passar a semivogal, no interior da palavra. (Quando pronunciamos um hiato 
como se fosse ditongo). 
 Na língua portuguesa moderna, especialmente no Brasil, é normal a sinérese interna: 
 
a) Nos grupos vocálicos átonos não finais, de segunda vogal, alta, correspondente em 
vocábulo derivado ou composto à vogal tônica do primitivo (ex.: traidor, de trair) ou à 
vogal inicial de uma das formas mínimas componentes (ex.: vaidade, rad. va-, suf. –
idade), sendo que, fora dessas duas condições, se tem aí um ditongo sistemático (ex.: 
lei-tu-ra, cau-te-la, etc.); 
b) Nos grupos vocálicos átonos não finais, de primeira vogal alta (ex.: piedade, suavidade); 
c) Nos grupos vocálicos átonos finais, de primeira vogal átona (ex.: glória, série, tênue), 
sendo que não há primeira vogal média nesses grupos (cf. níveo/ níviu/ mágoa/ mágua). 
 
Diérese: é a dissolução de um ditongo em hiato no interior da palavra. A diérese, que é 
sempre interna, é fenômeno hoje raro em poesia, geralmente usado apenas para certos fins 
expressivos ou como expediente para dar ao verso o número de sílabas exigidas. 
 
“Pe/sa/-me es/ta/ bri/lhan/te au /ré /o /la / de/ nu/ me...” 
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 
 
Sinalefa: é a perda de autonomia de uma vogal para tornar-se semivogal e, assim, 
constituir um ditongo com a vogal seguinte. 
 
E triste e triste e fatigado eu vinha (lido como tritongo: /wew/). 
Que eu tenho a impressão. (lido como ditongo: /wa/) 
 
Elisão: é o desaparecimento de uma vogal quando pronunciada junto de outra vogal 
diferente. 
 
E fatigad(o) eu vinha (lido: /ew/) 
 
 
 
Crase: é a fusão de dois ou mais sons iguais num só. 
 
“Teu pensamento, como o sol que morre, 
Há de cismando mergulhar-se em mágoas” 
 
“Durante a noite quando o orvalho desce” 
 
Ectlipse: é a supressão da ressonância nasal de uma vogal final de vocábulo para 
facilitar a sinérese ou a crase com a vogal contígua. Ocorre com mais frequência a ectlipse no 
final –em e na preposição com. Neste último caso, é comum ser indicada por apóstrofo, 
porque, a rigor, a ectlipse não passa de uma elisão considerada a palavra no seu sentido mais 
geral. 
 
“Co‟ as tranças presas na fita, 
Co‟ as flores no samburá” 
 
 
Versos de uma a doze sílabas: 
 
a) Monossílabos 
 
“que/bra 
quei/ma 
 rei/na 
 dan/ça 
san/gue 
gos/ma...” (MAn apud MB. 3, 3242) 
 
b) Dissílabos 
 
“Um/ rai/o 
Ful/gu/ra 
No es/pa/ço 
Es/par/so 
De/luz/” (GD. 4, 229) 
 
c) Trissílabos 
 
d) Tetrassílabos 
 
e) Pentassílabos (redondilha menor) 
 
“Não/ sou/ eu/ tão/ to/la” (JD apud AS. 3) 
 
 “Um/ pon/ to a / pa/re/ce” (GD apud AS. 3) 
 
f) Hexassílabos 
 
g) Heptassílabos (redondilha maior) 
 
“Cres/ce a/ chu/va, os/ ri/os/ cres/cem” (GD, IBID.) 
 
“Fo/gem/ do/ ven/to/ que/ ru/ge” (Id., IBID.) 
 
h) Octossílabos 
 
i) Eneassílabos 
 
“Da/ cor/ de u/ma/ me/ni/na/ sem/ vi/da” (AG apud MC. 3, 152) 
 
“Po/bre/ lu/a/ no/va,/ tão/ pe/que/na” (A. Guimarães apud MC. 3) 
 
j) Decassílabos (heróico) 
 
“Um/ som/ lon/gín/quo/ ca/ver/no/so e/ ou/co” (GD, ibid.) 
 
“Eis/ ou/tro in/da/ mais/ per/to, in/da/ mais/ rou/co” (Id., ibid.) 
 
k) Hendecassílabos (arte maior) 
 
“Ai!/ há/ quan/tos/ a/nos/ que eu/ par/ti/ cho/ ran/ do” (GJ. 1, 117) 
 
“Des/te/ meu/ sau/do/so,/ ca/ri/nho/so/ lar!/...” (Id., ibid.) 
 
l) Dodecassílabos (alexandrinos) 
 
“Es/sa/ que o/ra/ nos/ céus/ na/jos/ cha/mam/ Le/no/ra” (MA., ibid.) 
 
“Ca/sa,/ ri/co/ jar/dim,/ ser/vas/ de/ to/da a/ par/te” (Id., Ibid.) 
 
 
Rima: 
 
Quanto à sua disposição, as rimas podem ser: 
 
1) alternadas ou cruzadas (esquema ABAB) 
Ex.: 
Na névoa da manhã, tranquila e suave (A) 
Vieste do fundo incerto do passado; (B) 
Ainda tinhas o mesmo passo da ave (A) 
E o mesmo olhar magoado... (B) 
(CARVALHO, Ronaldo de) 
 
2) opostas ou interpoladas ou entrelaçadas ou enlaçadas (esquema ABBA) 
Ex.: 
Vai-se a primeira pomba despertada. (A) 
Vai-se outra mais... Mais outra... e enfim dezenas (B) 
De pombas vão-se dos pombais apenas (B) 
Raia, sanguínea e fresca, a madrugada. (A) 
(CORREIA, Raimundo) 
 
3) paralelas ou emparelhadas (esquema AABBCC...) 
Ex.: 
Estada de ouro na janela o poente: (A) 
e cerrei a janela calmamente; (A) 
no meu cigarro havia um céu inteiro: (B) 
e deixei-o apagar-se no cinzeiro; (B) 
o romance que eu lia era o mais lindo: (C) 
e marquei minha página, sorrindo (C) 
(ALMEIDA, Guilherme de) 
 
4) interpoladas (AABCCB) 
 
Eu nasci além dos mares (A) 
 Os meus lares, (A) 
Meus amores ficam lá! (B) 
- Onde canta nos retiros (C) 
 Seus suspiros, (C) 
Seus suspiros o sabiá! (B) 
(C. de Abreu) 
 
5) misturadas: a distribuição é livre. 
 
“É meia-noite... e rugindo (A) 
Passa triste a ventania, (B) 
Como um verbo da desgraça, (C) 
Como um grito de agonia. (B) 
E eu digo ao vento que passa (C) 
Por meus cabelos fugaz: (D) 
„Vento frio do deserto, (E) 
Onde ela está? Longe ou perto? (E) 
Mas, como um hálito incerto, (E) 
Responde-me o eco ao longe. (F) 
“Oh! Minh‟ amante, onde estás?...” (D) 
(C. Alves) 
 
Estrofação: dísticos, tercetos, quadras (ou quartetos), quintilhas, sextilhas, oitavas e décimas. 
As estrofes de sete e nove versos não têm nome especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
Instituto de Letras – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas 
Profª: Ilana Rebello Viegas 
 
PORTUGUÊS V – GLC00216 
Versificação 
Exercícios 12 
 
1- No poema de Guilherme de Almeida, separe os versos e classifique-os quanto ao número de 
sílabas poéticas: 
 
Sobre a Ambição 
 
Só 
de pó 
Deus o fez 
mas ele, em vez 
de se conformar, 
quis ser sol, quis ser mar, 
e ser céu... – ser tudo, enfim! 
Mas nada pôde! E foi assim 
que se pôs a chorar de furor... 
Mas – ah! – foi sobre asua própria dor 
que as lágrimas tristes rolaram. E o pó 
molhado, ficou sendo lodo – e lodo só! 
(Meus versos mais queridos. São Paulo: Ediouro, 1984) 
 
2- Separe os versos abaixo em sílabas poéticas. 
 
Presença serena 
que a tormenta amansa; 
nela enfim descansa 
toda a minha pena. 
(Os melhores poemas. São Paulo, Global, 1984) 
 
3- Classifique os versos do exercício (2) quanto ao número de sílabas. 
 
4- Classifique as rimas dos versos do exercício (2). 
 
4- Classifique a estrofe do exercício (2) quanto ao número de versos. 
 
5- Carta (Carlos Drummond de Andrade) 
 
Há muito tempo, sim, que não te escrevo. 
Ficaram velhas todas as notícias. 
Eu mesmo envelheci: Olha, em relevo, 
estes sinais em mim, não das carícias 
 
(tão leves) que fazias no meu rosto: 
são golpes, são espinhos, são lembranças 
da vida, a teu menino, que a sol-posto 
perde a sabedoria das crianças. 
 
A falta que me fazes não é tanto 
à hora de dormir, quando dizias 
"Deus te abençoe", e a noite abria em sonho. 
 
É quando, ao despertar, revejo a um canto 
a noite acumulada de meus dias, 
e sinto que estou vivo, e que não sonho. 
(Carlos Drummond de Andrade – Literatura comentada. São Paulo: Nova Cultural, 1980) 
 
a) De quantos versos é composto o poema? 
 
b) De quantas estrofes é composto o poema? 
 
c) Classifique os versos quanto ao número de sílabas. 
 
d) Classifique as estrofes quanto ao número de versos. 
1ª estrofe: 
2ª estrofe: 
3ª estrofe: 
4ª estrofe: 
 
De acordo com a classificação feita acima, este poema é um __________________. 
 
e) Identifique e classifique as rimas do poema. 
 
f) Copie do poema dois exemplos de crase e um de sinalefa. 
 
6- Essa que eu hei de amar... (Guilherme de Almeida) 
 
Essa que eu hei de amar perdidamente um dia, 
será tão loura, e clara, e vagarosa e bela, 
que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela, 
trazer luz e calor a esta alma escura e fria. 
 
E, quando ela passar, tudo o que eu não sentia 
da vida há de acordar no coração, que vela… 
E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela 
como sombra feliz… Tudo isso eu me dizia, 
 
quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro, 
e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro 
do poente, me dizia adeus, como um sol triste… 
 
E falou-me de longe: "Eu passei a teu lado, 
mas ias tão perdido em teu sonho dourado, 
meu pobre sonhador, que nem sequer me viste!" 
(Meus versos mais queridos. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d) 
 
a) Divida a primeira estrofe do poema em sílabas poéticas. 
1 
co 
2 
mo 
3 
som 
4 
bra 
5 
fe 
6 
liz 
7 
Tu 
8 
do +i 
9 
sso+eu 
10 
me 
11 
di 
12 
zi 
átona final 
a 
 
 
 
 
 
b) Os versos dessa estrofe, de acordo com o número de sílabas poéticas, classificam-se em: 
_______________________________. 
c) Retire as rimas do soneto e classifique-as:

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