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Aquino Perspectivas para o 5G

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Perspectivas para o 5G
Article · January 2015
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Guilherme Pedro Aquino
Instituto Nacional de Telecomunicações
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42 – RTI – JAN 2015
A conexão entre os
usuários nas redes
móveis precisa ser
cada vez mais
eficiente. Isso não diz
respeito apenas a
ampliar a taxa de
transmissão, mas
também a uma série de
desafios que surgem
com a crescente
demanda. O artigo
levanta os principais
tópicos que estão por
vir no cenário da
telefonia móvel,
exaltando os
pré-requisitos para a
próxima geração da
rede celular, as
organizações que
estão envolvidas no
estudo para a
padronização do 5G e
as tecnologias usadas
para atingir as suas
exigências.
Perspectivas
para o 5G
Guilherme Pedro Aquino, do Inatel
A evolução dos sistemas de telecomunicações é cada vez
mais notável. Os usuários utilizam,
cada vez mais, diversas aplicações
em seus dispositivos móveis,
unindo o acesso à Internet banda
larga com streaming de áudio e
vídeo, download de arquivos,
serviços de localização, jogos em
tempo real e multimídia em geral.
Isso, inevitavelmente, exige uma
maior taxa de transmissão de dados
e de QoS da rede telefonia móvel.
Desde a segunda geração de
telefonia móvel celular, onde houve a
digitalização do serviço de voz,
grandes evoluções aconteceram na
rede, tanto no acesso do canal rádio
móvel, quanto no núcleo. Os sistemas
3G proporcionaram a primeira grande
experiência de banda larga móvel,
aumentando consideravelmente a taxa
de transmissão de dados. Hoje, as
operadoras de telefonia celular estão
fazendo investimentos na estrutura da
quarta geração da telefonia móvel
(4G). O padrão adotado foi o LTE -
Long Term Evolution e sua evolução,
LTE-Advanced. O LTE é definido pelo
3GPP e segue a linha de evolução do
GSM, que compreende os padrões
GPRS, EDGE, WCDMA, HSPA.
A conexão entre os usuários nas
redes móveis precisa ser cada vez
mais eficiente. Isso não diz
respeito apenas a elevar a taxa de
transmissão, mas também a uma
série de requisitos e desafios que
surgem com a crescente demanda.
Pode ser citada a criação de uma
rede onipresente, proporcionando
uma interoperabilidade entre
padrões e dispositivos com uma
baixa latência, alta confiabilidade
e segurança da informação,
visando o menor consumo de
energia possível.
Sistemas de transmissão que
proporcionam a utilização eficiente
do espectro, como por exemplo as
redes de rádios cognitivos, são
soluções para contornar os
problemas de congestionamento do
espectro. O advento da Internet das
coisas e ainda a possibilidade de
processamento na nuvem (cloud
computing) são algumas das
projeções que podem ser
entrelaçadas com a quinta geração
de telefonia móvel celular.
Muitas especulações e opiniões
giram em torno do que será o 5G.
Pesquisadores, engenheiros e
presidentes de indústrias do
segmento dividem opiniões. Alguns
apontam para a necessidade das
redes serem conscientes,
autocuráveis e com maior
disponibilidade em qualquer lugar.
Outros mencionam a questão de
uma maior taxa transmissão de
dados e melhor utilização do
espectro de rádio e aproveitamento
de energia do sistema.
43 – RTI – JAN 2015
Evolução dos sistemas
celulares, do GSM ao LTE
Os sistemas 2G foram introduzidos
no início da década de 1990 em um
processo de evolução dos sistemas
analógicos de primeira geração (1G). O
GSM se tornou o padrão 2G mais
difundido no mundo e introduziu um
sistema digital combinado com o
acesso múltiplo por divisão no tempo
(TDMA – Time Division Multiple
Access) para oferecer tráfego de voz e
serviço de troca de mensagens curtas
(SMS) através de uma rede de telefonia
móvel. Os sistemas 2G evoluíram para
suportar o tráfego baseado em pacotes,
permitindo que os dispositivos móveis
tivessem acesso à Internet. Essa
revolução ficou conhecida como a
segunda e meia geração (2,5 G) das
redes móveis. Dentre os sistemas 2,5G,
destacam-se o GPRS e o EDGE, ambos
evoluções do GSM. No GPRS, o
sistema pode alcançar uma taxa de
transmissão de pico de 140 kbit/s
quando todos os slots de tempo de uma
determinada portadora estão alocados
para esse fim. A tecnologia EDGE
aumenta a taxa de pico para 384 kbit/s.
Esse aumento é conseguido usando um
esquema de modulação e codificação
adaptativa, onde a melhor modulação e
codificação de canal são escolhidas de
acordo com a relação sinal-ruído
instantânea do usuário móvel.
Os avanços tecnológicos
culminaram na terceira geração da
rede de telefonia móvel. Após essa
grande revolução, deu-se início as
melhorias que levaram o sistema
celular até sua quarta geração. A
figura 1 ilustra a linha de tempo de
evolução do sistema 3G até o 4G.
O sistema de comunicações móvel
universal (UMTS) foi apresentado na
Release-99 (R99) do 3GPP, publicada
em 2000. O UMTS é considerado
um sistema de terceira geração (3G),
tem como base o acesso múltiplo em
banda larga por divisão no código
(WCDMA) e é a evolução das redes
GPRS e EDGE. A portadora do
sistema ocupa uma largura de faixa
de 5 MHz. É possível atingir uma
taxa de transmissão de pico, no
downlink, da ordem de 384 kbit/s,
em ambientes externos, e até 2 Mbit/s,
em ambientes internos.
Com a rápida aceitação do UMTS,
iniciou-se a próxima fase, que foi
chamada de R5. Essa versão oferece um
aumento na taxa de transmissão para
serviços de dados no downlink. Dessa
forma, o sistema ficou conhecido
como HSDPA, onde a modulação e a
codificação são adaptadas de acordo
com a condição de canal. A taxa de
pico do HSDPA é de 14,4 Mbit/s e é
compartilhada entre os usuários
HSDPA que estão utilizando o sistema
no mesmo momento.
A próxima versão do 3G é
conhecida como HSUPA e foi
introduzida na R6 da evolução da
família 3GPP. Ela provê uma
melhoria no UL do UMTS, que
consiste em uma maior taxa de
transferência de dados, baixa latência,
e aumento da capacidade do
sistema. Juntos, o HSDPA e o HSUPA
são comumente referidos como
HSPA - High Speed Packet Access.
As tecnologias chave para o HSPA
é o agendamento rápido e
HARQ - Hybrid Automatic Repeat
Request com combinação suave (soft
combining). Uma alta ordem de
modulação para UL somente foi
introduzida na Release 7 (R7), da
evolução das tecnologias da família 3GPP,
que ficou conhecida como HSPA+
(HSPA plus). O HSPA+ também
introduz novos recursos tecnológicos
como, MIMO - Multiple-Input
Multiple-Output e muitas outras
pequenas melhorias na estrutura existente.
De modo geral, o MIMO denota o uso
de múltiplas antenas de transmissão
(Multiple-Input) e múltiplas antenas de
recepção (Multiple-Output). Pode ser
usado para obter um ganho de
diversidade e, assim, aumentar o
desempenho do sistema de recepção.
Contudo, o termo MIMO pode ser usado
para denotar a transmissão de múltiplos
quadros de dados de um único usuário,
aumentando a sua taxa de transmissão.
O LTE foi introduzido nas
especificações da R8, onde também foi
inserido o EPC - Evolved Packet Core,
um núcleo de rede todo baseado no
protocolo IP. Essa versão também
apresenta uma nova rede de acesso,
chamada de E-UTRAN - Evolved
Universal Terrestrial Radio Access, para
a família de tecnologias 3GPP. Entre
outras coisas, essa nova rede tem como
base o uso do múltiplo acesso por
divisão em frequências ortogonais
(OFDMA) para o downlink, enquanto
que, para o uplink, o acesso múltiploé
baseado no SC-FDMA - Single Carrier
Frequency Division Multiple Access.
Juntos, o EPC e o E-UTRAN, formam
o EPS - Evolved Packet System. A taxa
de transmissão de pico é de 100 Mbit/s
para downlink e 50 Mbit/s para uplink,
quando o sistema opera com uma
alocação de espectro de 20 MHz com
uso da técnica MIMO.
As características de um sistema de
quarta geração foram definidas pelo
IMT-Advanced - International Mobile
Telecommunications - Advanced.
Dentre vários requerimentos, os
sistemas 4G devem apresentar uma
interface de transferência de dados
com taxa de 1 Gbit/s para usuários
que estiverem relativamente estáticos.
Portanto, o 3GPP trabalhou em um
estudo chamado de LTE-Advanced,
que define a maior parte do conteúdo
da R10 das tecnologias 3GPP. A
tabela I é uma tentativa de resumir os
principais aspectos de cada tecnologia
da evolução das redes 3GPP.
Principais projetos e grupos
de pesquisas para o 5G
O desenvolvimento do 5G
exigirá vários progressos, entre eles,
Fig. 1 - Linha de evolução das tecnologias 3GPP
44 – RTI – JAN 2015
REDES MÓVEIS
novos avanços tecnológicos de
acessos múltiplos e de formas de
ondas combinadas com algoritmos
na codificação e modulação para
que se tenha uma grande melhoria
em eficiência espectral. Isso
ajudará a suportar as conexões
em massa da Internet das coisas
e reduzirá drasticamente a
latência de acesso.
As redes 5G devem ser construídas
para atender uma série de
necessidades de usuários individuais
e empresariais, como:
• Pelo menos 1 Gbit/s de taxa de
dados para suportar aplicações de
vídeo em alta definição.
• Taxa de dados de 10 Gbit/s para
apoiar o serviço móvel em nuvem.
• Latência e tempo de resposta
de 1 milissegundo para apoiar as
aplicações em tempo real.
• Máximo de 10 ms de comutação
entre diferentes tecnologias de acesso
de rádio para assegurar uma perfeita
prestação de serviço em redes
heterogêneas (HetNet).
• Grande capacidade de rede para
suportar a quantidade de usuários e
os vários milhões de aplicações
referente a comunicação M2M
(machine-to-machine).
• O consumo de energia deverá ser
reduzido por um fator de 1000 vezes
para diminuir a emissão de CO2 das
redes celulares.
Os primeiros passos para abrir o
caminho para uma possível tecnologia
de quinta geração de redes móveis
foram dados pela operadora de
telefonia japonesa NTT Docomo. A
empresa conseguiu desenvolver um
sistema capaz de alcançar uma taxa de
transmissão de 10 Gbit/s na interface
aérea. Foi a primeira vez que se
alcançou tal taxa em um ambiente
móvel sem fio. Para tanto, foi utilizado
um sistema com uma largura de banda
de 400 MHz na faixa de frequência de
11 GHz. A transmissão foi feita por
uma estação móvel se movendo a
aproximadamente 9 km/h. A utilização
da tecnologia MIMO foi necessária
para proporcionar a multiplexação
espacial dos diferentes fluxos de dados.
Foram utilizadas 24 antenas, sendo
oito para transmissão e 16 na recepção.
A modulação digital foi a 64-QAM.
A NTT Docomo espera alcançar
taxas mais velozes utilizando
frequências ainda maiores. No entanto,
operar sistemas móveis com altas
frequências é um grande desafio devido
às características de propagação, que
apresentam alta atenuação para sinais
com maiores frequências. Isso explica
o fato das operadoras de telefonia
móvel priorizarem as faixas de
frequências mais baixas para operação.
É importante relatar que, na visão da
NTT Docomo, esse experimento
Fig. 2 – Sistema Massive MIMO desenvolvido pela NTT Docomo
45 – RTI – JAN 2015
apenas realiza uma projeção e
incentiva os estudos para as redes 5G.
Ela não tem intenção, pelo menos por
enquanto, de implementar um sistema
5G antes de 2020.
A Samsung anunciou, em 2013,
seus testes para uma tecnologia 5G,
utilizando a faixa de micro-ondas em
uma frequência de 28 GHz. Foram
alcançadas taxas de 1 Gbit/s em uma
distância de 2 km entre o transmissor
e o receptor. Os testes foram
realizados utilizando um sistema
MIMO com 64 antenas. A Samsung
afirma que sua tecnologia poderá
oferecer uma rede onipresente com
uma taxa na ordem de unidades de
Gbit/s em um ambiente móvel.
A Huawei já está trabalhando em
pesquisas e desenvolvendo
componentes tecnológicos
fundamentais para a interface área,
assim como suporte para um conjunto
cada vez mais diversificado de
serviços e uso de espectro eficiente
para o 5G. Para que se tenha uma taxa
de transmissão de dados de 10 Gbit/s
para um usuário, a empresa realizou
dentro do seu laboratório um
protótipo com uma nova arquitetura
de transmissor em frequências de 70 a
90 GHz. Tecnologias como MIMO e
OFDM também foram utilizadas no
projeto, em conjunto com esquemas
de redução da PAPR, que melhoram a
eficiência energética e permitem uma
duração maior de bateria do usuário.
Um dos grupos de pesquisas mais
importantes sobre o 5G surgiu em
2012, na Alemanha, denominado
5GNOW - 5th Generation
Non-Orthogonal Waveforms for
Asynchronous Signalling. Ele envolve
universidades e empresas do âmbito
tecnológico e tem como objetivo
realizar pesquisas para a evolução da
camada física de redes móveis que
vão além do que o LTE-Advanced
pode oferecer.
Fig. 3 – Diagrama em blocos de um transmissor GFDM
46 – RTI – JAN 2015
REDES MÓVEIS
Para realizar um trabalho que
contribua com o desenvolvimento do
5G, o grupo aponta os principais pontos
chave que necessitam evoluir. O fato
das comunicações com máquinas
(MTC – Machine Type Communication)
estarem crescendo rapidamente
contribui com o advento da Internet das
coisas, exigindo cada vez mais a
presença de redes móveis heterogêneas.
Portanto, o grupo cita as comunicações
M2M, CoMP - Coordinated
Multipoint e HetNet como indicadores
de desempenho para um novo conceito
para as redes móveis. Mudanças nas
camadas PHY - Physical Layer e MAC -
Medium Access Control Layer para
permitir elevadas taxas de transmissões
em um espectro fragmentado é alvo de
estudo do grupo. A técnica para detectar
ociosidades no espectro, utilizando
rádios cognitivos, permite explorar
canais vagos para a comunicação da
rede móvel em um espectro dinâmico,
diminuindo os gastos com aquisição de
licença de espectro. O uso do OFDM
nesse cenário não se mostra muito
interessante devido a duas características
da técnica: a alta emissão fora da faixa e
a alta PAPR dos símbolos OFDM. Em
substituição ao OFDM, o 5GNOW
cita o GFDM - Generalized Frequency
Division Multiplexing, UFMC -
Universal Filtered Multicarrier, FBMC
- Filter Bank Multicarrier e BFDM –
Bi-orthogonal Frequency Division
Multiplexing como possíveis
candidatos. No entanto, o grupo
considera o GFDM como sua
principal aposta.
Outro grupo de pesquisas na Europa
iniciou os trabalhos de pesquisas para a
nova geração das redes móveis, a
Comissão Europeia anunciou que nos
próximos 7 anos irá gastar cerca de
700 milhões de euros em pesquisas
envolvendo o 5G. O 5GPPP - Fifth
Generation Public Private Partnership é
um dos principais projetos financiados
pelas empresas de telecomunicações.
Fundado pela Alcatel-Lucent, Ericsson,
Nokia, Orange e SES, ele tem o desafio
de garantir a liderança da Europa nas
áreas específicas onde há potencial para
a criação de novos mercados, como
cidades inteligentes, e-saúde, transporte
inteligente, educação, entretenimento e
mídia. O 5GPPP pretende entregar
soluções, arquiteturas, tecnologias e
padrões para a próxima geração de
infraestruturas de comunicação da
próxima década. Uma característica
imposta pelo 5GPPP é o aumento da
capacidade da interface aérea em 1000
vezes em relação a 2010, conectando
mais de 7 bilhões de dispositivos e
abrindo espaço para a Internet das
coisas. A economia de energia é outro
ponto relevante em discussão, a meta
do 5GPPP é fazer com que a rede 5G
economize 90% de gastos com energia
elétrica por serviço prestado, se
comparada com as redes atuais.
Outra organização,a METIS 2020 -
Mobile and Wireless Communications
Enablers for Twenty-Twenty Information
Society é uma sociedade de pesquisa
co-financiada pela União Europeia
composta por parceiros que incluem
fabricantes, operadores de
telecomunicações, instituições
acadêmicas, indústria automotiva e
centros de pesquisa coordenados pela
Ericsson. Pesquisas da METIS 2020
apontam que o número de
dispositivos conectados deverá crescer
entre dez e 100 vezes no 5G. Para um
ambiente urbano denso, a taxa de
dados deverá atingir picos de 10 Gbit/s
e latência menor que 5 milissegundos,
além de redução no consumo de
energia da ordem de dez vezes para
usuário e sistema. As principais
linhas de pesquisa se concentram em
novas formas de onda como o
GFDM, transmissão usando sistemas
Massive MIMO, comunicação por
múltiplos saltos, usando relays de
rede, entre outras.
Principais tecnologias
consideradas para a quinta
geração das redes móveis
Algumas empresas usaram a
tecnologia MIMO com uma grande
quantidade de antenas, bem maior
que a usada pelos padrões de terceira
e quarta geração, HSPA+, LTE e
LTE-Advanced. Essa técnica é
conhecida como Massive MIMO. Ela
pode oferecer maior capacidade de
transmissão de dados, melhor
confiabilidade na recepção da
informação e minimização da
potência de transmissão do sistema.
A figura 2 mostra um diagrama
ilustrativo do sistema desenvolvido
pela NTT Docomo.
A técnica MIMO pode ser vista
como uma técnica de diversidade de
transmissão e recepção, onde várias
antenas são usadas para transmitir e
receber uma mesma informação. O
ganho de diversidade fornecido pelo
Massive MIMO é capaz de diminuir a
taxa de erro de bit de um sistema sem
a necessidade de aumentar a potência
nos transmissores ou sem utilizar
códigos corretores de erros com alta
taxa de codificação. Assim, o Massive
MIMO viabiliza a transmissão de
dados em altas taxas por canais com
Tab. I – Principais características dos padrões 3GPP
Re leaseRe leaseRe leaseRe leaseRe lease
Técnica deTécnica deTécnica deTécnica deTécnica de
TTTTTaxaaxaaxaaxaaxa
TTTTTaxa deaxa deaxa deaxa deaxa de
PadrãoPadrãoPadrãoPadrãoPadrão
3GPP3GPP3GPP3GPP3GPP
múltiplomúltiplomúltiplomúltiplomúltiplo ModulaçãoModulaçãoModulaçãoModulaçãoModulação
(uplink)(uplink)(uplink)(uplink)(uplink)
transmissãotransmissãotransmissãotransmissãotransmissão BandaBandaBandaBandaBanda
acessoacessoacessoacessoacesso (downlink)(downlink)(downlink)(downlink)(downlink)
GSM – TDMA GMSK
34 kbit/s 34 kbit/s
200 KHzpor canal por canal
GPRS R-97 TDMA GMSK 140 kbit/s 140 kbit/s 200 KHz
EDGE R-98 TDMA 8-PSK 384 kbit/s 384 kbit/s 200 KHz
W-CDMA R-99 DS-CDMA
BPSK (UL)
384 kbit/s 2 Mbit/s 5 MHzQPSK (DL)
HSDPA R-5 DS-CDMA QPSK16-QAM – 14,4 Mbit/s 5 MHz
HSUPA R-6 DS-CDMA QPSK 5,76 Mbit/s – 5 MHz
QPSK
HSPA+ R-7 DS-CDMA 16-QAM 11 Mbit/s 42 Mbit/s 5 MHz
64-QAM (DL)
OFDMA (DL)
QPSK
LTE R-8
SC-FDMA (UL)
16-QAM 50 Mbit/s 100 Mbit/s 1.4/3/5/10/15/20
64-QAM
LTE OFDMA (DL)
QPSK
Advanced
R-10
SC-FDMA (UL)
16-QAM 500 Mbit/s 1 Gbit/s 1.4/3/5/10/15/20
64-QAM
48 – RTI – JAN 2015
REDES MÓVEIS
desvanecimento, diminuindo o gasto
com energia elétrica e aumentando a
eficiência espectral do sistema.
Portanto, nesse modo de
funcionamento o Massive MIMO
prioriza a eficiência energética e
espectral do sistema. Ele pode ser
usado também para priorizar a vazão
de dados do sistema. Nesse caso,
utiliza-se a técnica MIMO como
multiplexação de dados e várias
informações de um único usuário
poderão ser transmitidas de maneira
paralela, usando cada antena do
sistema para transmitir uma
informação diferente. A figura 2 ilustra
um sistema MIMO para
multiplexação. Essa mesma ideia
pode ser estendida para uma
configuração com múltiplos usuários,
conhecida como MU-MIMO -
Multiple User MIMO.
Outro modo de operação do sistema
MIMO, chamado de beam forming,
pode ser usado para prover múltiplo
acesso por divisão no espaço (SDMA)
em redes celulares. Aqui, o arranjo de
antena é configurado para transmitir
os dados de um usuário por um feixe
direcional, como se fosse uma
configuração ponto a ponto.
Apesar das vantagens oferecidas
pelo Massive MIMO, deve-se ficar
atento para algumas características
críticas. Como exemplo, pode-se citar
a questão da limitação no espaço
físico para a implantação de um
sistema com múltiplos dispositivos e
equipamentos cada vez mais
compactos e, também, a questão da
complexidade computacional no
desenvolvimento de algoritmos de
processamento e sincronização das
unidades das antenas.
Além da preocupação com esquemas
MIMO, outra questão importante é a
modulação empregada em sistemas de
transmissão de dados em banda larga.
Sistemas atuais utilizam a técnica
OFDM para realizarem essa
transmissão. Como exemplo, pode-se
citar o LTE, o Wimax e os padrões de
TV Digital terrestre DVB e ISDB-T. A
ortogonalidade entre as múltiplas
portadoras proporcionam uma alta
eficiência em canais com
desvanecimento aliada a um simples
sistema de equalização no receptor.
Entretanto, o OFDM apresenta algumas
desvantagens, como a alta PAPR dos
símbolos de transmissão e a exigência
de um sincronismo crítico entre o
transmissor e o receptor para garantir a
ortogonalidade entre as portadoras. Em
especial, uma característica negativa se
mostra como barreira para considerar a
utilização da técnica na próxima
geração de redes móveis, que é o fato do
sinal apresentar uma alta emissão de
energia fora da faixa de operação de
canal. É um fator crítico que torna o
OFDM uma técnica inadequada para a
transmissão em canais ociosos
explorados por rádios cognitivos em um
espectro fragmentado. Sendo assim,
justifica-se os trabalhos de pesquisa por
novas técnicas de transmissão digital.
Alguns grupos realizam pesquisas
acadêmicas e testes de um novo
formato de onda, denominado GFDM,
um novo conceito para formato de onda
que pode ser considerado um caso
generalizado do OFDM. Trata-se de
uma técnica de transmissão por
múltiplas portadoras não ortogonais. Ela
apresenta algumas características
atrativas para um cenário onde o
espectro é, ao mesmo tempo,
congestionado e fragmentado por
diversos serviços. Existem duas barreiras
que devem ser vencidas para atender
uma relação de compromisso. A
primeira é a geração do sinal assegurar
uma baixa emissão fora de sua largura
de faixa, evitando a interferência nos
canais adjacentes. Por outro lado, os
receptores devem possuir uma alta
sensibilidade para possibilitar a
recepção nos canais vagos.
49 – RTI – JAN 2015
O esquema de transmissão do
GFDM é muito parecido com o
OFDM, exceto pelo fato das
subportadoras não serem ortogonais e
de existirem filtros de formatação de
pulso na transmissão. Basicamente, a
informação digital é mapeada em um
símbolo serial digital M-QAM. Em
seguida, o fluxo serial é paralelizado e
superamostrado (upsample). Esse trem
de pulsos passa através de um filtro,
normalmente raiz de cosseno elevado
com fator de decaimento ±. Na saída
do filtro é realizada modulação de
uma portadora complexa, onde o
símbolo será transladado na
frequência e serializado novamente
para a formação do símbolo GFDM.
A figura 3 ilustra o esquema
conceitual de transmissão do GFDM.
Uma das principais vantagens do
GFDM está justamente em uma das
principais desvantagens do OFDM: a
alta PAPR. Inúmeras pesquisas são
realizadas para minimizar essa
característica em sistemas que utilizam
múltiplas portadoras. A redução da
PAPR impacta positivamente no ponto
de vista mercadológico, uma vez que o
consumo de energia e a complexidade
de implementação em termos de
hardware no sistema podem ser
minimizados. Pesquisas mostram que o
desempenho da taxa de erro de bits do
GFDM foi semelhante ao do OFDM.
Sendo assim, o GFDM pode
proporcionar um esquema de
transmissão de alta eficiência, como o
OFDM, porém com uma melhor
adaptabilidadeàs redes de rádio
cognitivo, imprescindíveis nas redes
móveis de quinta geração.
Conclusões
Ainda acontecerão muitos estudos e
experiências para a consolidação de um
novo padrão 5G. No entanto, é
importante relatar que o lançamento de
um novo padrão no cenário de
comunicação móvel digital não pode
ser tardio a ponto de se tornar
rapidamente obsoleto. Isso se deve a um
possível desenvolvimento de outro
padrão com uso de uma tecnologia
superior. Por outro lado, também não se
deve lançar um novo padrão no
mercado antes das conclusões dos
estudos. Nesse ponto, percebe-se o
quanto é crítica a definição de um novo
padrão para os sistemas móveis
celulares. Enquanto as operadoras de
telecomunicações implantam o 4G,
projeções para o 5G já se iniciaram. É
bem provável que no início da próxima
década pesquisas para uma tecnologia
6G serão desenvolvidas.
Agradecimentos:
Ao Inatel – Instituto Nacional de
Telecomunicações e aos engenheiros
Cássio Gama, Leandro Ribeiro, Luan
Claudino e Lucas Barbosa pelo apoio.
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