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material de apoio da disciplina de Títulos de Crédito Prof. Ricardo Espindola

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Disciplina: TÍTULOS DE CRÉDITO Prof. Ricardo Espindola
 TÍTULOS DE CRÉDITO
Teoria Geral (noções)
O direito patrimonial de uma pessoa em relação a outra pode estar representado por contrato, declaração da vontade, sentença, títulos de créditos e outros instrumentos previstos na legislação, assim, os títulos de crédito, tais como a letra de câmbio, a nota promissória, o cheque a duplicata são apenas instrumento de crédito, embora representem direitos, os títulos de crédito não se confundem com a própria obrigação, a qual é um vínculo pessoal existente entre devedor e credor que tem por objeto uma prestação.
Crédito decorre do latim creditu que significa fé, confiança, segurança. No âmbito do direito de acordo com o professor André Gide, crédito é a troca no tempo e não no espaço, isto porque, aquele que obteve crédito, obtem alguma coisa, mas a contra prestação é entregue no futuro.
Para Cesare Vivante título de crédito "é o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele mencionado". Tal conceito foi reproduzido do Código Civil de 2002 cujo art. 887� prevê o seguinte: "o título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido somente produz efeito quando preenche os requisitos da lei".
O título de crédito tem duas características importantes:
a) Circulabilidade: o título de crédito pode ser transferido facilmente.
	
	
	
	
	Portador
	Tradição
	
	
	
	Transferência
	
	
	
	
	À ordem (endosso)
	
	Nominativo
	
	
	
	Não à ordem transfere a cessão civil de crédito (contrato)
Portador: não tem nome do beneficiário e a tradição se da até o valor de R$ 100,00.
Nominativo: tem nome do beneficiário e se da com valores maiores de R$ 100,00.
b) Executividade: o título de crédito vencido e não pago é um título executivo extrajudicial (art. 585 do CPC) e as leis específicas, ou seja, o credor não está obrigado a propor uma ação cognitiva (conhecimento) para futuro cumprimento, ele pode executar diretamente o título de crédito.
Pergunta: O pagamento por meio de título de crédito, tem efeito pro soluto (extintivo da obrigação) ou pro solvendo (não extintivo da obrigação)?
O pagamento de prestação por meio de título de crédito, em regra tem efeito pro solvendo, ou seja, efeito não extintivo da obrigação original, isso porque é necessário que o título seja pago. 
Contudo, em alguns negócios, por exemplo a compra e venda de imóvel, as partes inserem no contrato a cláusula pro soluto pela qual a simples entrega do título produz efeito extintivo da obrigação original. 
Há decisões no sentido de que tal cláusula é válida de modo que restaria ao credor a execução do título de crédito e não a rescisão do contrato, mas há decisões no sentido de que tal cláusula não é válida porque o título de crédito sempre produz efeito pro solvendo. Jurisprudência do TJ: RT 645/90.
Em relação a legislação aplicável o Código Civil contém diversos art. 887 a art. 926� que podem ser considerados uma teoria do Direito Cambiário.
Quanto à legislação aplicável:
1. Devem ser observadas as leis específicas que tratam dos diversos tipos de títulos de crédito, tais como:
* Decreto Lei n° 57.663/66 - Lei Uniforme de Genebra (Convenção assinada pelo Brasil) sobre Letras de Câmbio e Notas Promissórias.
* Lei n° 5.474/68 - Lei de Duplicatas; 
* Lei n° 7.357/86 - Lei do Cheque;
 * Lei n° 1.931/04 - Cédula de crédito bancário (promessa de pagamento feita pelo correntista junto à uma instituição financeira para obter empréstimo).
2. Supletivamente ou subsidiariamente é aplicado o Código Civil de 2002, isso se não houver regra na legislação especial (art. 903, do CC�). O aval parcial, por exemplo, é proibido pelo Código Civil, mas é permitido pela Lei Uniforme de Genebra (Decreto Lei n° 57.663/66). Neste caso, resolve-se em favor da Lei Uniforme de Genebra.
A doutrina divide os títulos em: 
1. Títulos Próprios: são aqueles que representam créditos e aos quais são aplicáveis os 3 princípios do Direito Cambiário, que são a cartularidade, a literalidade e a autonomia. 
São próprios:
Letra de câmbio;
Nota promissória; 
Duplicata;
Cheque.
2. Títulos Impróprios: São títulos que não representam créditos, mas mercadorias em poder de quem não é dono (proprietário) ou empréstimos bancários, aos quais nem sempre são cabíveis os princípios do Direito Cambiário (cartularidade, literalidade e autonomia).
São impróprios:
Conhecimento de depósito de mercadorias e "warrant" (garantia), que representam produtos agropecuários depositados em armazéns gerais.
Conhecimento de transporte, também chamado conhecimento de frete, que representa produtos ou bens em poder de transportadora.
Notas e cédulas de crédito (industrial, rural, comercial etc), que representam empréstimos bancários.
 PRINCÍPIOS DO DIREITO CAMBIÁRIO
A partir do conceito de Vivante, que foi adotado pelo Código Civil (art. 887�), são extraídos os 3 princípios do Direito Cambiário.
1. Princípio da Cartularidade
Título de crédito é o documento necessário para que sejam exercidos os direitos nele constante. Assim, para receber o valor, protestar ou executar, o credor deverá apresentar a cártula, ou seja, o título original, não são válidas as cópias para tais fins, ainda que autenticadas. Contudo, admite-se a cópia na ação de execução ou de cobrança se o título original foi apreendido em inquérito policial ou processo crime.
2. Princípio da Literalidade
O título de crédito vale pelo que expressamente constar no seu texto. O credor não pode exigir mais do que constar na cártula, por isso, são válidos os atos cambiais tais como, endosso, aval e protesto que constem no próprio título e não em documento separado.
3. Princípio da Autonomia
As obrigações e direitos constantes no título de crédito são independentes entre si. Em regra, a nulidade de um ato cambial não representa necessariamente a nulidade de outro ato, assim se o endosso é nulo por ser seu endossante incapaz, não significa que o aval dado por pessoa capaz também seja nulo. Nesse caso, o aval é válido e o endosso é nulo.
 credor
sacador/devedor
 endossatário (novo credor)
O princípio da autonomia é dividido em dois subprincípios, os quais têm importância quando o título é transferido. Apenas fala-se em subprincípio quando o título circula.
Existem dois subprincípios, que são:
a) Abstração
b) Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé
Subprincípio da Abstração
Quando o título circula, ele se desvincula da obrigação original que lhe deu causa, assim, o endossatário tem direito de receber o valor no vencimento ainda que o negócio original tenha algum vício, por exemplo, o veículo vendido pelo endossante apresentou defeito. Trata-se do aspecto de direito material do princípio da autonomia (não se fala aqui de ação judicial).
 Comprador	Vendedor (beneficiário do título)
 sacador
 Endossou o título
 endossatário (novo credor)
Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé
Quando o título circula e é necessário propor alguma ação judicial, especialmente execução, o devedor (executado, réu) não pode se valer de defesas não relacionadas ao credor atual (exequente, autor), por isso, nos embargos à execução o executado não terá aceita pelo juiz a alegação de que não vai pagar o valor porque o bem apresentou defeito. O novo credor (exequente, embargado) não tem relação com o negócio original.
Comprador	Vendedor (primeiro credor)
emitente do título
 endossatário (segundo credor)
A inoponibilidade é o aspecto processual do princípio da autonomia, ou seja, o devedor não pode alegar matérias não relacionadas ao credor atual (defeito do produto vendido).Para que o credor seja considerado de má-fé e não tenha direito da Inoponibilidade, basta que ele, ao adquirir o título, tenha conhecimento do defeito no negócio original, não é necessário que ele esteja agindo em conluio com o credor que lhe transferiu o título. Portanto, o devedor pode alegar qualquer matéria relativa ao defeito no processo. (art. 916 do CC�). 
Obs: Para caracterizar a má-fé, basta a ciência do negócio viciado.
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
A doutrina classifica os títulos de acordo com vários critérios, são eles:
1. Modelo
Quanto ao modelo, os títulos são de modelo livre ou vinculado. 
São de modelo livre aqueles títulos que não têm um padrão previsto em lei, por exemplo, nota promissória, letra de câmbio e as cédulas de crédito, entre outros.
São títulos de modelo vinculado aqueles que devem ser elaborados conforme o padrão expressamente previsto na lei, por exemplo, o cheque e a duplicata.
2. Forma
Quanto à forma, os títulos podem ser ordens de pagamento ou promessas de pagamento.
Obs: São ordens de pagamento o cheque, a duplicata e a letra de câmbio.
Cheque e letra de câmbio (não precisa ser necessariamente um banco)
Sacador (emitente) – Sacado/devedor (banco) – Tomador (beneficiário)
Duplicata
Sacador (credor) - Tomador
Nas ordens de pagamento, em regra. existem três figuras, que são o sacador (emitente), o sacado (devedor), e o beneficiário (tomador), que é quem recebe o dinheiro.
TÍTULO DE CRÉDITO 
Teoria geral
classificação
a) modelo
b) forma 	Ordem de pagamento (letra de câmbio)
 	Promessa de pagamento
Pergunta: Qual a forma da duplicata?
É uma ordem de pagamento.
A duplicata tem apenas duas figuras, que são o sacador (empresário) e o sacado (comprador da mercadoria ou serviço), mas também é uma ordem de pagamento.
Promessas de pagamento
São títulos pelos quais o emitente se compromete a pagar uma quantia ao tomador. Elas têm apenas duas figuras: 
Sacador (promitente)
Tomador (credor ou beneficiário)
São promessas de pagamento: a nota promissória e cédula de crédito bancário (lei n° 10.931/04).
3. Hipóteses de emissão 
Os títulos são divididos em:
a) Títulos causais: são os que só podem ser emitidos se ocorrer um motivo ou causa prevista em lei, tais como a duplicata, que só pode ser emitida após a fatura e, portanto, se ocorrer a venda de produto ou serviço, e o conhecimento de depósito e warrant (garantia), que só podem ser emitidos pelo armazém geral se forem depositados produtos agropecuários pelo produtor rural.
Conhecimento de frete também é um título causal, pois é emitido em razão de transporte feito por transportadora.
b) Títulos não causais ou abstratos: são os que podem ser emitidos livremente, por exemplos cheque e nota promissória.
c) Títulos limitados: são aqueles que não podem ser emitidos em determinadas situações, por exemplo, a letra de câmbio, que pode representar qualquer operação financeira, mas não a compra e venda mercantil, porque o art. 2° da Lei 5.474/68 (lei da duplicata) exige a emissão da duplicata.
4. Circulação 
Quanto à circulação, os títulos podem ser ao portador e nominativos.
a) Títulos ao portador: são os títulos que não têm originariamente o nome do beneficiário, atualmente apenas cheques de até R$ 100,00 podem ser emitidos validamente ao portador originariamente.
Nota promissória
A - emitente
B - tomador (endossante)
Qualquer pessoa que pegar o título pode descontá-lo.
Com o endosso em branco, o título originariamente nominativo torna-se ao portador, podendo ser transferido por mera tradição (entrega). No momento da cobrança ou execução o último credor deverá ser identificado.
b) títulos nominativos: são os que indicam o beneficiário, também chamado de tomador. Com exceção do cheque de até R$ 100,00, todos os demais títulos devem ser sacados (emitidos) nominativamente (letra de câmbio, nota promissória).
�
Os títulos nominativos à ordem são transferidos por endosso.
Os títulos nominativos não à ordem podem ser transferidos mediante contrato de cessão civil de crédito.
Para impedir o endosso, risca-se a expressão “ou à sua ordem” e escreve-se “não à ordem.”
Título que não tem cláusula sobre a transferência é a ordem. Vale dizer, a cláusula “não à ordem” deve ser expressa.
De acordo com o art. 921 do CC� "é título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente", em algum livro. Nos termos do art. 922 do CC�, o título nominativo é transferido mediante termo em registro do emitente assinado pelo proprietário e pelo adquirente.
Para o Professor Fábio Ulhôa, a definição de título nominativo do CC é “imprestável”. De fato, as leis especiais não exigem qualquer registro do título nominativo, e a definição do CC é boa para a Itália.
 
 TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE
Os títulos são divididos em próprios e impróprios. São títulos próprios a Letra de câmbio (LC), a nota promissória (NP), o cheque e a duplicata, eis que os quatro representam créditos e comportam os três princípios do direito cambiário. Todos os demais títulos, tais como notas e cédulas de crédito, o conhecimento de transporte e outros, representam empréstimo, financiamento ou bens móveis em poder de quem não é dono.
 LETRA DE CÂMBIO
É uma ordem de pagamento do sacador (emitente) contra o sacado (devedor principal) em favor do tomador (beneficiário).
A letra de câmbio tem a mesma dinâmica do cheque, inclusive, historicamente o cheque tem origem na letra de câmbio. É o título mais antigo que existe se considerada a legislação.
A letra de câmbio passou por três períodos, que foram: o Italiano , o Francês e o Alemão. No período italiano, século XI em diante, era comum que os comerciantes comprassem produtos em outras cidades, para evitar a perda ou roubo do dinheiro, foi criada a lettera (carta), que era objeto de câmbio, ou seja, troca. Assim, um comerciante depositava dinheiro junto a um banqueiro que assinava a lettera a ser descontada ou paga em outra cidade. Portanto, letra de câmbio decorre de lettera de câmbio ou seja, carta de troca.
No período francês (século XVII), ainda era necessário o depósito do valor junto ao sacado, mas a partir da ordonnance sur le commerce de terre, de 1673, tornaram-se possíveis a cláusula à ordem e o endosso da letra de câmbio.
No período alemão, a partir da Lei Geral sobre Letra de Câmbio, de 1848, não era mais necessário o depósito do valor junto ao sacado. Tal sistema permanece até hoje.
O Brasil adotou a letra de câmbio por meio do Código Comercial de 1850 (art. 354 e seguintes), posteriormente foi editado o Decreto n° 2.044/1908 sobre letra de câmbio e notas promissórias. 
Em 1930 o Brasil e outras nações assinaram a Convenção de Genebra sobre letra de câmbio e notas promissórias, mas apenas em 1966 tal convenção tornou-se direito interno do Brasil, por meio do Decreto n° 57.663/66, conhecido como LUG - Lei Uniforme de Genebra.
Embora tenha assinado a Convenção de Genebra, o Brasil assinalou algumas "reservas" ou seja, preferiu manter em vigor algumas normas do Decreto n° 2.044/1908 como, por exemplo, sobre o vencimento: no Brasil, por força do art. 20 do Decreto 2.044/1908�, o título deve ser pago no dia do vencimento, mas em outros países, conforme art. 38 da LUG - Lei Uniforme de Genebra, o título pode ser pago em até dois dias após o vencimento.
Em resumo, são aplicados os seguintes diplomas legais à letra de câmbio e à nota promissória:
1. Decreto n° 57.663/1966 - Lei Uniforme de Genebra - LUG.
2. Decreto n° 2.044/1908 em relação às reservas do Brasil na Convenção de Genebra.
3. Código Civil 2002 - é aplicado apenas supletivamente à letra de câmbio e à nota promissória, ou seja, se não houver regra específica na lei especial. (art. 903 do CC)�.
Saque 
É oato cambial de criação do título de crédito. Quem pratica o saque é o sacador, que dá uma ordem ao sacado para que ele pague o tomador. Após o saque feito pelo sacador, o título é entregue ao tomador (que é o beneficiário).
A doutrina distingue a criação, que é o preenchimento do título, da emissão, que é a entrega do título ao tomador.
A letra de câmbio tem requisitos essenciais e requisitos não essenciais quanto ao saque:
Requisitos essenciais: são requisitos sem os quais o título não tem valor jurídico e podem ser intrínsecos e extrínsecos. 
São requisitos essenciais intrínsecos ou subjetivos aqueles relativos a qualquer ato jurídico (capacidade do agente, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei) - art. 104, do CPC.�
Os requisitos essenciais extrínsecos se referem ao preenchimento da letra de câmbio, e estão previstos no art. 1° do anexo I da Lei Uniforme de Genebra - LUG.
Modelo da Letra de Câmbio
São Paulo, 10 de maio de 20085 
R$ 10.000,00
Pagará2 a Vossa Senhoria Fernando Henrique por esta letra de câmbio1 a Luis Inácio a quantia de2 dez mil reais em 10 de maio de 2009.
(assinatura)6
Sacador3 Sacado3 
CPF CPF
São requisitos extrínsecos:
1. A expressão letra de câmbio na língua empregada para a redação do título.
Houve erro de tradução dos textos genebrinos que estavam em inglês e francês. De acordo com o professor Luiz Emygdio Rosa Júnior, deve ser aceito o título com a expressão "letra" ou "letra de câmbio", porque não se pode exigir do homem comum que conheça o textos originais da convenção, que é de 1930.
2. Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada, ou seja, a ordem deve ser incondicional.
Já houve discussão sobre o título indexado, por exemplo, 1000 UFIRs ou ORTNs. Em São Paulo era admitido o título indexado, mas em Minas Gerais não era aceito.
Havendo divergência entre o valor por extenso e por algarismo, prevalece o valor por extenso.
3. Nome do sacado, que deve ser identificado por número de documento dele (CPF) - Lei n° 6.268/75.
O sacado é o devedor principal do título e tem responsabilidade se ele aceitá-lo.
4. Nome do tomador, que é o credor do título. Não existe letra de câmbio ao portador.
5. Data do saque (emissão do título)
6. Assinatura do sacador de próprio punho ou por procurador com poderes expressos.
É possível a cláusula mandato, pela qual um terceiro fica autorizado a emitir a letra de câmbio no lugar do sacador, exceto quando se tratar de contrato bancário (súmula 60 do STJ�).
 		intrínsecos (art. 104 do CC�)
	- Essenciais	extrínsecos (art. 1°, anexo I da LUG�)
Requisitos 
	- Não essenciais
Requisitos não essenciais, também chamados de supríveis ou equivalentes
Alguns requisitos podem ser supridos por informações constantes do próprio título e dispensados pela lei, (art. 2° da LUG) são eles:
1. Época de pagamento: porque se não houver (data de vencimento) ela é pagável a vista.
2. Lugar do pagamento: porque se não houver considera-se o endereço do sacado.
É possível a "letra de câmbio domiciliada", ou seja, a indicação de um endereço de terceiro como local para pagamento, por exemplo, o endereço de um banco, cartório.
3. Lugar do saque: porque se não houver considera-se o endereço do sacador. O lugar do saque é a local indicado na data, por exemplo, São Paulo, 25 de março de 2009.
Se faltar qualquer requisito, exceto a assinatura, o título pode ser completado de boa fé (de acordo com os ajustes) pelo credor: art. 3° do Decreto n° 2.044/1908 (Reserva - Obs: não utiliza-se a LUG); art. 891, do CC; súmula 387 do STF�. Tal preenchimento deve ser feito antes da cobrança ou do protesto.
Aceite
É o ato praticado pelo sacado, pelo qual ele concorda em cumprir a ordem que lhe foi dirigida pelo sacador.
Trata-se de ato cambial que depende exclusivamente da vontade do sacado, em nenhuma hipótese ele é obrigado a aceitar, assinando o título.
O aceite é efetivado mediante assinatura no anverso (parte frontal), mas pode ser lançado no verso, desde que o ato seja identificado, por exemplo escrever: "aceito", assinar e colocar CPF.
A recusa do aceite é lícita, mas provoca o vencimento antecipado do título, caso em que o credor (tomador) pode protestar o título por falta de aceite e cobrar em seguida o sacador (ou cláusula sem despesa, isto é, não precisa protestar).
O ato pelo qual o credor (tomador) ou seu representante apresenta o título para aceite é chamado de apresentação. Assim, o sacador emite o título e o entrega ao tomador para que ele procure o sacado com o objetivo de que este o aceite.
Espécies de aceite
O aceite pode ser total ou parcial. O aceite total é o que decorre da simples assinatura do sacado. O aceite parcial ocorre quando o sacado não concorda com algum aspecto do título e pode ser limitativo ou modificativo.
No aceite parcial limitativo o sacado concorda com o pagamento de parte do valor do título, por exemplo "aceito pagar metade do valor - assinatura e CPF". 
No aceite parcial modificativo o sacado altera algum aspecto do título, por exemplo, a data do vencimento "aceito pagar apenas em 120 dias um título que se venceria em 60 dias - assinatura e CPF".
Nos dois casos também ocorre o vencimento antecipado do título, sendo que no aceite limitativo o tomador (credor) pode: 
a) Cobrar na data do aceite parcial tudo do sacador, que cobrará o valor aceito pelo sacado no vencimento.
b) Cobrar na data do aceite parcial (recusa parcial) uma parte do sacador e outra do sacado (aceitante parcial).
c) Cobrar no dia do vencimento uma parte do sacador e outra do sacado.
Quando o sacado aceita o título ele passa a ser chamado de aceitante.
Cláusula não aceitável
É a cláusula que o sacador pode inserir no título para que o tomador não apresente o título (cártula) ao sacado para aceite antes do vencimento.
Com essa cláusula o sacador evita o vencimento antecipado, porque a data do aceite também é a data do vencimento (art. 22 da LUG�).
Portanto, o dia do aceite, nesse caso, também é o dia do pagamento.
Cancelamento do Aceite
Após aceitar a letra de câmbio, o sacado pode, antes de devolvê-la ao tomador, riscar o seu aceite. Tal ato, contudo, causa o vencimento antecipado do título (art. 29, LUG)�, o que deve ser feito antes de devolver ao tomador.
Prazo de Apresentação para o aceite (art. 21 a 23 e 34 da LUG)�
A letra de câmbio tem prazos de:
Apresentação para aceite;
Vencimento;
Protesto;
Execução;
O tomador deve observar, no que tange à apresentação para aceite, os prazos de vencimento.
Existem quatro tipos de vencimento na letra de câmbio, que são:
1. À vista;
2. A certo termo da vista;
3. A certo termo da data;
4. À data certa;
1. Vencimento à vista (1 ano)
São Paulo, 10 de março de 2009.
Pagará V. Sa. João da Silva esta Letra de Câmbio, a Luis dos Santos a quantia de vinte mil reais, à vista.
(assinado)	(assinado)
Sacador	sacado
CPF	CPF
Endereço	Endereço
É a letra de câmbio que se vence com a contra-apresentação. O título, em verdade, é apresentado não para aceite, mas para pagamento.
O título deve ser apresentado para aceite e pagamento em até 1 ano contado do dia do saque (emissão), no exemplo, 10 de março de 2009, o prazo é 10 de março de 2010.
b) Vencimento a certo termo da vista (até 1 ano)
São Paulo, 10 de março de 2009.
Pagará V. Sa. João da Silva esta Letra de Câmbio, a Luis dos Santos a quantia de vinte mil reais, em 3 meses da vista.
(assinado)	(assinado)
Sacador	sacado
CPF	aceito em 15/03/2009
Endereço	
Trata-se de letra de câmbio que deve ser apresentada duas vezes ao sacado. A primeira para vista, ou seja, para aceite (vista = aceite). A segunda vez é feita para pagamento do título, portanto, o aceite é necessário paraque o título tenha termo a quo (inicial) de vencimento. Neste caso o aceite deve ser datado.
Quanto tempo tem para que o título seja apresentado para aceite?
Neste caso o título deve ser apresentado para aceite em até 1 ano contado da data de emissão (art. 34 da LUG). Contudo, esse prazo de 1 ano pode ser aumentado ou diminuído pelo sacador. 
c) Vencimento a certo termo da data (vencimento)
É a letra de câmbio que se vence em determinado termo, contado do saque, ou seja, da emissão.
São Paulo, 10 de março de 2009.
Pagará V. Sa. João da Silva esta Letra de Câmbio, a Luis dos Santos a quantia de vinte mil reais, em 3 meses da data.
(assinado)	(assinado)
Sacador	sacado
CPF	CPF
Endereço	Endereço
O título deve ser apresentado para aceite até o dia do vencimento, que é neste exemplo é em 10/06/09.
Data = saque
Vista = aceite
d) Vencimento Letra de câmbio a data certa (vencimento)
data certa = data específica do calendário
É o título que se vence em determinado dia do calendário comum, também chamado calendário gregoriano (Papa Gregório).
São Paulo, 10 de março de 2009.
Pagará V. Sa. João da Silva esta Letra de Câmbio, a Luis dos Santos a quantia de vinte mil reais, em 10 de junho de 2009.
(assinado)	(assinado)
Sacador	sacado
CPF	CPF
Endereço	Endereço
Pergunta: Qual o prazo máximo para apresentação do aceite?
Tal título deve ser apresentado para aceite até o dia do vencimento (10 de junho de 2009).
Vencimento a vista 	1 ano
Vencimento a certo termo da vista 	até 1 ano
Vencimento a certo termo da data 	vencimento
Vencimento a data certa	vencimento
Se não forem obedecidos tais prazos, o documento não será um título de crédito.
Se não for encontrado o sacado, protesta-se o título por falta de aceite.
Prazo de respiro
O sacado pode pedir ao beneficiário que o título lhe seja apresentado no dia seguinte para que ele (sacado) decida sobre o aceite, e se for o caso, também pelo pagamento da letra de câmbio (art. 24 da LUG - Lei Uniforme de Genebra�).
Se o dia da primeira apresentação também for o dia do vencimento e o sacado pedir o prazo de respiro, prorroga-se o prazo para protesto, que é de 2 dias.
Retenção indevida do título
O título não deve ser deixado com o devedor (sacado), pois ele pode alegar que já efetuou o pagamento ou retê-lo indevidamente ao lhe ser apresentado para aceite. Se houver retenção, pelo CPC existe a possibilidade de o credor pedir a decretação da prisão administrativa do sacado por até 90 dias (art. 885 e 886 do CPC� - que trata do protesto e apresentação de título). Contudo, tais artigos não prevalecem, pois o STF já declarou, em fins de 2008, que não cabe prisão civil por dívida, tendo em vista que foi subscrito pelo Brasil o Pacto de San José da Costa Rica em 1992, o qual permite apenas a prisão civil por dívida alimentar.
Endosso
Saque	 sacador
Aceite	 sacado
Endosso 	 tomador (beneficiário)
É o ato cambial de transferência de título de crédito nominativo à ordem. O título ao portador é transferido por tradição (mão em mão) e o título nominativo não à ordem, por contrato de cessão civil de crédito.
	Transferência
	Ao portador 
	(tradição)
	
	
	
	
	
	à ordem (endosso)
	
	Nominativo
	
	
	
	não à ordem (cessão)
Também se transfere por endosso o título que não tem cláusula sobre a transferência. O endosso se distingue da cessão civil.
No endosso o endossante torna-se coobrigado pelo pagamento, ou seja, se o sacado e coobrigados não pagarem, o endossante pode ser obrigado a fazê-lo, isso porque, no endosso, o endossante responde pela existência do crédito e também pelo pagamento.
Na cessão civil de crédito (cláusula não à ordem), o cedente responde pela existência do crédito, mas só responderá pelo pagamento se o contrato de cessão permitir, ou seja, não é garantido automaticamente o pagamento (art. 295 e 296 do CC�).
Com o endosso, duas novas figuras são introduzidas no título:
a) Endossante: que transfere o título (cártula), e na maioria das vezes, também o crédito (há endossos que não transferem o crédito, por exemplo, o endosso mandato).
b) Endossatário: é o novo credor do título, na maioria dos casos, em se tratando de endosso pleno ou comum, o endossatário também pode se tornar endossante, ou seja, transferir o título.
Verso do endosso:
Pague-se a (fulano)
(assinatura)
CPF
Por endosso a (siclano)
(assinatura do fulano)
Forma e local do endosso
O endosso é efetivado mediante a assinatura do endossante no verso do título ou no anverso (parte frontal), desde que no segundo caso, seja identificado o ato, por exemplo, pague-se a fulano, assinatura, CPF ou escrever: por endosso.
Modalidades de Endosso
O endosso pode ser em preto ou em branco.Endosso em preto é aquele que identifica o endossatário.
O endosso em branco é aquele que não identifica o endossatário, por exemplo, “pague-se” e assina.
Com o endosso em branco o título torna-se ao portador, podendo ser transferido por mera tradição. Apenas o último credor deverá se identificar para receber, protestar ou executar a cambial.
De acordo com o professor Rubens Requião, não há mais endosso em branco no Brasil por força do art. 19 da Lei n° 8.088/90�, o qual determina que as cambiais devem ser nominativas e transferidas mediante endosso em preto.
Para o Professo Fabio Ulhôa, o endosso em branco ainda existe, pois o Brasil nunca denunciou (rescisão unilateral) a Convenção de Genebra de 1930, e para ele as convenções internacionais prevalecem sobre a legislação ordinária.
Espécies de Endosso
Existem várias espécies de endosso, sendo que alguns não transferem o crédito, mas apenas a cártula (o papel).
1. Espécie de Endosso próprio ou pleno ou translatício.
É o endosso comum, que decorre da assinatura do endossante e que transfere a cártula e o crédito (art. 11 da LUG - Lei Uniforme de Genebra�).
2. Espécie de Endosso mandato ou procuração
É uma espécie de endosso impróprio, que transfere a cártula (o papel), mas não a propriedade do crédito, assim, quem recebe tal título pode cobrar o valor do devedor, mas não se apropriar do crédito (art. 18 da LUG - Lei Uniforme de Genebra e art. 917, do CC�).
Para os bancos essa espécie é chamada de endosso simples.
3. Espécie de Endosso caução ou pignoratício
É o endosso impróprio que não transfere imediatamente o crédito representando penhor ou caução sobre o título de crédito. Trata-se de endosso que representa uma garantia do cumprimento de uma obrigação contratual.
Se o devedor da obrigação, por exemplo, do contrato de empréstimo ou mútuo, pagar o que é devido o endossatário não pode se apropriar do valor relativo ao título de crédito. Se ele não cumprir sua parte então o credor, mutuante, endossatário, pode se apropriar do crédito (título seja transferido como garantia) - art. 19 da LUG - Lei Uniforme de Genebra�.
4. Espécie de Endosso Condicional 
É aquele que tem uma cláusula pela qual o pagamento fica sujeito a um evento futuro e incerto.
Tal endosso é considerado não escrito e o endossatário pode cobrar o valor normalmente (art. 12 da LUG - Lei Uniforme de Genebra�).
5. Espécie de Endosso Limitado ou parcial
Por exemplo, pague-se metade do valor.
É o endosso que transfere apenas parte do valor do título ao endossatário. Referido endosso é considerado nulo. E a doutrina ensina que mesmo assim o valor é transferido na sua integralidade. (art. 12 da LUG - Lei Uniforme de Genebra e art. 912, parágrafo único do CC�).
Endosso e cessão civil
Há duas espécies de transferência que não geram obrigação cambiária, pois são consideradas cessão civil de crédito:
1. Endosso com cláusula não à ordem
Quem insere a cláusula não à ordem deseja que o título não seja transferido pelo endossatário.
Contudo o endossatáriopode transferir o título mediante contrato de cessão civil. 
O endossante que inseriu a cláusula não à ordem responde perante o endossatário, mas não perante o cessionário.
Endosso tardio ou póstumo
É o endosso efetivado após o protesto ou após o prazo para protesto por falta de pagamento.
Ex: vencimento: 10/4/09 - dois dias para levar a protesto. Protestado em 20/4/09. Credor endossou em 27/4/09. Assim, ele não pode ser atingido pelo protesto, não tem responsabilidade cambiária.
É a hipótese em que o credor do título resolve transferi-lo por endosso após o protesto ou prazo para tal, de sorte que ele, endossante, não pode mais ser atingido pelos efeitos do referido ato cambial. O protesto por falta de pagamento deve ser solicitado em até dois dias após o vencimento, atingindo quem assinou o título até então.
Aval (garantia)
É o ato cambiário pelo qual alguém, chamado avalista ou "dador de aval", garante o pagamento de qualquer devedor ou co-devedor do título, chamado avalizado.
Todo aquele que pode cobrar do avalizado também pode cobrar do avalista, isso porque, nos termos do art. 32 da LUG� "o dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada" - (houve erro de tradução, pois deveria constar a expressão "avalizada").
Podem ser avalizados o sacador, o sacado, o endossante e o avalista, ou seja, podem ser avalizados todos aqueles que assinaram o título. O aval é uma garantia formalmente dependente e substancialmente autônoma. É formalmente dependente porque só é válido se constar no próprio título. É substancialmente autônoma porque a nulidade dos atos cambiais não representa a nulidade do aval, por exemplo, um endosso feito por menor incapaz.
O aval difere da fiança : aval é garantia de título de crédito, e a fiança é garantia de contratos (direito civil). A fiança segue a sorte da obrigação principal (se nulo o contrato, a fiança nesse contrato também o será), enquanto o aval é autônomo.
Apesar das diferenças. a validade do aval e da fiança depende da anuência (assinatura) de ambos os cônjuges), independentemente do regime de bens.
Caso não obtida a autorização, qualquer dos cônjuges pode demandar a rescisão dos contratos de fiança ou a invalidade do aval (arts. 1.647, III e 1.642, IV, CC�).
Forma e local do aval
O aval é lançado mediante assinatura do avalista no anverso do título, mas também pode ser lançado no verso, desde que o ato seja identificado (arts. 30 e seguintes da LUG e art. 898, CC�). Qualquer assinatura no anverso do título, que não seja do sacador ou do sacado, é considerada aval.
Modalidades de aval
O aval pode ser em branco ou em preto
Aval em preto é aquele que identifica o avalizado, por exemplo, "por aval, ao sacado" (com assinatura do avalista).
Aval em branco é aquele que não identifica o avalizado. O beneficiário do aval em branco é o sacador (art. 30 da LUG).
Aval Antecipado
O aval pode ser prestado (dado) antes do aceite do sacado, neste caso o avalista responde pelo pagamento em razão da autonomia das obrigações cambiárias.
O aval antecipado ao endosso, contudo, não produz nenhum efeito se o título não for efetivamente transferido, pois o avalizado será o credor, que tem direitos e não obrigações.
Aval Limitado ou parcial (art. 897, parágrafo único do CC X art. 30 da LUG�)
A Lei Uniforme de Genebra - LUG admite o aval parcial, por exemplo de 50% do valor do título, conforme art. 30.
O CC proíbe tal aval (art. 897), mas prevalece o texto da LUG ,tendo em vista o art. 903 do CC�.
Avais simultâneos e sucessivos
Em qualquer título de crédito pode haver vários avais em preto superpostos, ou seja, um acima do outro. Tais avais podem ser simultâneos ou sucessivos.
a) Avais Simultâneos
Consideram-se avalistas simultâneos em preto aqueles que garantem o pagamento do valor do título em favor de um devedor ou co-devedor do título. 
Nos avais simultâneos todos os avalistas respondem solidariamente entre eles, por isso, se um coavalista pagar o total da dívida, poderá dividir o prejuízo entre os outros, por exemplo, título de R$ 30.000,00, cada um dos 3 avalistas pagam R$ 10.000,00.
b) Avais Sucessivos 
Nos avais sucessivos um avalista garante o pagamento do título em favor de um devedor ou co-devedor da letra (título), e tem a sua própria obrigação também garantida por aval, portanto, nesse caso, há aval de aval. Os diversos avalistas em tal situação não são devedores solidários, portanto, se um deles pagar para que possa cobrar o total do outro, necessário se faz verificar a situação topográfica deste último, vale dizer, o avalista que pagou pode cobrar do avalista anterior ou devedores anteriores, mas não dos posteriores.
	Aval Simultâneo
(dívida solidária cambial)
	Aval Sucessivo
(depende da situação topográfica)
	Aval em Branco
(responde de forma solidária)
	
Por aval ao sacado 
assinatura avalista
CPF
---
Por aval ao sacado 
assinatura avalista
CPF
---
Por aval ao sacado 
assinatura avalista
CPF
	
por aval ao sacado
assinatura avalista
CPF
---
por aval ao avalista supra
assinatura avalista 
CPF
 
--- 
por aval ao avalista supra
assinatura avalista
CPF
	
por aval 
assinatura
CPF
---
por aval 
assinatura
CPF
--- 
Por aval 
assinatura
CPF
Obs: Estando o título protestado, o credor pode executar a todos.
Portanto, nos avais simultâneos em preto, todos os coavalistas respondem solidariamente, e nos avais sucessivos não há tal solidariedade.
Avais em Branco
É possível que os diversos avais superpostos sejam em branco, surgindo dúvida sobre a existência ou não de solidariedade.
Nos termos da súmula 189 do STF� "avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos", portanto, há solidariedade entre os diversos avalistas em branco, que, aliás, garantem pagamento em favor do Sacador.
Na época em que a súmula 189 do STF� foi editada, os doutrinadores Pontes de Miranda, José Maria Whitaker e Magarinos Torres entendiam que tais avais eram sucessivos e não simultâneos.
Pagamento do título pelo avalista
O avalista é um coobrigado na letra de câmbio ou em outros títulos. Ele apenas pode ser obrigado a pagar em caso de inadimplemento do devedor principal (sacado) antes da prescrição e se o título estiver protestado ou possuir a cláusula sem despesa.
Apenas o avalista do sacado pode ser cobrado sem o protesto, os avalistas dos demais (endossante, sacador ou outro avalista) podem ser cobrados após o protesto, ou em razão da cláusula sem despesa, também chamada de sem protesto (o avalista não é devedor principal, só pode ser acionado após inadimplemento do sacado).
A cláusula sem despesa pode ser inserida pelo sacador, caso em que qualquer devedor ou co-devedor pode ser cobrado independentemente de protesto (esta cláusula pode ser inserida pelo endossante).
Exigibilidade do crédito cambiário
Em regra, o crédito cambiário é exigível a partir do dia do vencimento. Existem duas espécies de devedores na letra de câmbio, o devedor principal, que é o sacado e os coobrigados, que são o sacador, o endossante e o avalista.
Para se tornar exigível, o crédito contra o sacado e seu avalista, basta o vencimento. Em relação aos demais, além do vencimento, é necessário o protesto contra o sacado ou a cláusula sem despesa.
Vencimento
É a ocorrência de uma causa jurídica que acarreta a exigibilidade do crédito. Existem duas espécies de vencimento:
1. Vencimento ordinário: é aquele que consta no próprio título, ou seja, a vista, a certo termo da vista, a certo termo da data e a data certa.
Termo da (vista = aceite)
Termo da (data = emissão/saque)
 2. Vencimento extraordinário: É o que decorre antecipadamente em razão da falência ou da falta de aceite. (art. 43� da LUG e art. 19 do Decreto n° 2.044/1908�)
A falênciafaz com que os títulos vençam automaticamente.
No caso de falência é necessário verificar quem faliu, se foi o sacado todas as obrigações se vencem antecipadamente; se quem faliu foi um coobrigado o vencimento ocorre apenas em relação a ele.
Contagem do prazo
Em relação à contagem dos prazos, devem ser observadas as seguintes regras (art. 36 da LUG�):
1) prazo mensal conta-se pelo mês, e prazo anual, pelo ano. Um mês não pode ser convertido em 30 dias e o ano em 365 dias, por exemplo. 
2) Meio mês significa o lapso de 15 dias.
3) Início, meio e fim do mês significam, respectivamente, dias 1º, 15 e ultimo do mês.
Falta de data de aceite na Letra de Câmbio a certo termo da vista
Tal cambial deve ser apresentada para aceite, o qual deverá ser datado. A partir do aceite, começa a ser contado o prazo de vencimento, por exemplo, três meses da vista. É possível que o sacado tenha aceitado o título, mas não datado o aceite, por isso, são aplicadas as seguintes regras:
1) o credor de boa-fé pode, simplesmente, datar o aceite (Súmula 387 do STF e artigo 891 do CC�).
2) o credor pode pedir o protesto por falta de data de aceite, o sacado será intimado pelo tabelionato para datar o título em cartório. Caso ele não o faça, será extraído o protesto por falta de data de aceite, data a partir da qual o credor poderá passar a contar o prazo de vencimento.
3) o credor pode aguardar um ano a partir da data do saque e passar a contar o prazo de vencimento (art. 23 da LUG�).
PAGAMENTO: É o ato cambial pelo qual são extintas algumas ou todas as obrigações da cambial. Se o pagamento é feito pelo sacado, todas as obrigações do título são extintas. Se o pagamento é feito por um coobrigado, são extintas as obrigações dele e dos coobrigados posteriores a ele. Nesse caso, o coobrigado que pagou tem direito de regresso contra os anteriores, especialmente o sacado e o sacador, caso este não tenha ele próprio feito o pagamento.
sacado (devedor principal)
sacador (coobrigado)
endossante1 (coobrigado)
endossante2 (coobrigado)
endossante3 (coobrigado)
endossatário (coobrigado)
Prazo de pagamento
O pagamento de uma cambial no Brasil deve ser feito no dia do vencimento. Se este não for dia útil (sábado, domingo e feriado), prorroga-se o prazo para o primeiro dia útil seguinte. Considera-se dia útil aquele em que há expediente bancário (art. 20 do Dec. 2.044/1908� e art. 12, §2º da Lei 9.492/97� - lei do protesto). Trata-se de reserva do Brasil, porque, em outros países, aplica-se o artigo 38 da LUG�, segundo o qual o pagamento pode ser feito no dia do vencimento ou em até dois dias úteis seguintes.
De acordo com o professor Fran Martins, aplica-se o artigo 38 da LUG no Brasil, mas tal entendimento não prevalece.
Cautelas no pagamento
Em razão do princípio da legalidade, cabe ao devedor exigir a quitação do credor no próprio título. Tendo em vista o princípio da cartularidade, cabe ao devedor, ao pagar, exigir a entrega da cártula (pois, do contrário, corre o risco de ser cobrado de novo).
É cabível o pagamento parcial, desde que feito pelo sacado ficando o título em poder do credor, com quitação parcial.
O coobrigado que pagou pode riscar o nome dele e os nomes dos coobrigados posteriores a ele.
O pagamento pode ser recusado pelo devedor se ocorrer justa causa, por exemplo, extravio do título ou falência do credor.
Local do pagamento
A obrigação cambiária tem natureza quesível (quérable) de sorte que o credor deve procurar o devedor para a satisfação do seu crédito, isto porque o título pode ser transferido.
Não se trata de dívida portável (portable), contudo, já se admitiu a cambial domiciliada, em que o devedor fica obrigado a procurar uma agência bancária na qual o pagamento deve ser feito.
Protesto
Noções
Protesto é o ato cambial de responsabilidade do credor destinado a instrumentalizar a:
Prova da falta de pagamento, 
Prova da falta de aceite ou 
Prova da falta de data de aceite na letra de câmbio a certo termo da vista.
Os pedidos de protesto devem ser protocolizados pelo tabelionato em 24 horas, em ordem cronológica.
As intimações são feitas pelo tabelionato pessoalmente ou por edital, caso não seja localizada ou não for conhecida a pessoa que deve praticar o ato, nesse caso (edital) haverá afixação do edital no próprio tabelionato com publicação na imprensa local (arts. 14 e 15 da Lei n° 9.492/97� - Lei do protesto).
O protesto será lavrado (extraído, efetivado) se a pessoa intimada não efetuar o pagamento, não aceitar o título ou não datar o título em 3 dias.
Pergunta: Protesto por falta de pagamento interrompe ou não a prescrição? Ou suspende?
O protesto cambial interrompe a prescrição, conforme art. 202, III do CC�, que revogou a súmula 153 do STF�.
Como ocorre a interrupção, o prazo para propositura da ação de execução começa a ser contado novamente.
 LETRA DE CÂMBIO
Emissão	sacado	final 
	3 anos
Prazo para o protesto
Para que o credor garanta todos os direitos inerentes ao título de crédito, ele deverá observar os prazos para o protesto, que são os seguintes:
a) Protesto por falta de pagamento
É o protesto lavrado (extraído, tirado) contra o sacado que não pagou o título ao ser procurado no vencimento (título já aceito). O credor deve entregar a letra de câmbio ao tabelionato até 2 dias úteis após a data do vencimento. O sacado será intimado para pagar em 3 dias (art. 44 da Lei Uniforme de Genebra�).
De acordo com o professor Requião, o prazo é de 24 horas, porque estaria em vigor o art. 28 do Decreto n° 2.044/1908� contudo não se trata de reserva do Brasil, ou seja, aplica-se a Lei Uniforme de Genebra.
b) Protesto por falta de aceite
É o protesto extraído contra o sacador, cuja ordem de aceite não foi cumprida pelo sacado, contudo é o sacado quem deve ser intimado para comparecer ao cartório e aceitar ou não o título.
Se for efetivado o protesto o sacador poderá ser executado e também eventual avalista antecipado do sacado ou avalista do sacador.
O título deve ser encaminhado ao cartório de protesto até o final do prazo de apresentação ao sacado para aceite (art. 44 da Lei Uniforme de Genebra), ou no dia seguinte, se for solicitado o prazo de respiro (prazo de 1 dia).
A letra de câmbio à vista deve ser encaminhada para aceite e protesto em até 1 ano, contado do dia do saque.
Se a letra de câmbio é a certo termo da data (saque) ou a data certa, o prazo para aceite ou protesto por falta de aceite é até o vencimento.
c) protesto por falta de data de aceite na letra de cambio a certo termo da vista 
É o protesto específico da letra de cambio a certo termo da vista que foi aceita pelo sacado, mas que não tem data de aceite.
Prazos para protesto
Se o título tem aceite, mas não data de aceite, o credor pode:
1. Datar de boa-fé o aceite.
2. Aguardar 1 ano a partir da emissão do saque e começar a contar o prazo de vencimento.
3. Protestar o título por falta de data de aceite, sendo que o dia do protesto será considerado o termo a quo (inicial) do vencimento.
4. Tal protesto tem sentido, portanto, se feito antes de 1 ano contado da emissão.
Consequências da falta de protesto
Se o título não for protestado ou for requerido fora do prazo para protesto em razão da falta de pagamento, o credor só pode executar o sacado aceitante e seu avalista, se houver, ou seja, não poderá executar o sacador, o endossante e nem os avalistas destes dois.
Se houver perda do prazo de protesto por falta de aceite o credor só poderá executar eventual avalista antecipado do sacado.
O protesto portanto é necessário em relação aos coobrigados (endossante, sacador e avalista deles), também é necessário para pedir falência por impontualidade (art. 94, I, da Lei de Falência e Recuperação Judicial�).
Cláusula sem despesaou sem protesto
É a cláusula que pode ser inserida pelo sacador, endossante ou avalista e que dispensa o protesto por falta de pagamento. 
Se tal cláusula for inserida pelo sacador, todos que assinarem o título estão dispensados do protesto, caso seja inserida pelo endossante ou avalista, só eles estarão dispensados do protesto.
Para que tenha validade essa cláusula, o credor deverá obedecer o prazo de apresentação para pagamento, ou seja, o título deve ser apresentado no vencimento (art. 53 da Lei Uniforme de Genebra - LUG�).
Cancelamento do protesto
O protesto por falta de pagamento causa prejuízos morais ao devedor, que pode ficar, por exemplo, privado de crédito na praça, mas a lei n° 9.492/97 permite o cancelamento administrativo ou judicial.
O cancelamento administrativo do registro do protesto decorre do pagamento. O devedor poderá apresentar o título quitado ao tabelionato de protesto para que após o pagamento dos emolumentos seja cancelado tal registro. Uma cópia do título ficará arquivada no tabelionato (art. 26 da Lei n° 9.492/97�).
O cancelamento judicial do registro de protesto é feito em todas as demais situações, por exemplo, falsidade do título, prescrição, etc.
Se o título não foi protestado ainda o devedor poderá propor uma ação cautelar de sustação de protesto e depois uma ação anulatória ou de inexigibilidade do título (ação principal).
Se o título já foi protestado cabe ação anulatória ou de inexigibilidade cumulada com cancelamento do protesto.
Na pratica o Juiz exige caução para conceder a liminar.
Pagamento do título em Cartório
Se o título foi pago em cartório o credor pode cobrar correção monetária e despesas com o tabelionato além do valor do título (art. 11 da lei n° 9.492/97�). O credor pode apresentar uma memória do seu crédito.
Quando se tratar de devedor que seja Micro Empresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), a lei complementar n° 123/06 (art. 73�) estipula as seguintes condições sobre o pagamento em cartório:
1. Sobre os emolumentos do tabelionato não incidirão quaisquer acréscimos a título de taxas, custas, contribuições ou qualquer outro valor, inclusive a associação de classe.
2. Para pagamento do título em cartório não pode ser exigido cheque administrativo, mas cheque comum do devedor, ao contrário do que ocorre em relação aos demais devedores.
3. O cancelamento do protesto será feito independentemente de anuência do credor, exceto se o título original não for apresentado. 
4. O devedor provará sua condição de ME ou EPP mediante documento da Junta Comercial ou do Cartório de Pessoas Jurídicas.
5. Quando o pagamento for feito com cheque sem fundos ficam suspensos todos os benefícios acima pelo prazo de 1 ano.
Ação cambial
A execução é a ação cabível em caso de inadimplemento no pagamento do valor da letra de câmbio. (art. 185, I do CC�)
O credor pode propor a execução contra o sacado e coobrigados, se o título estiver protestado ou possuir a cláusula sem despesa em relação aos coobrigados.
Os prazos prescricionais são os seguintes: (art. 70 da Lei Uniforme de Genebra�)
1. Três (3) anos em relação ao sacado e seu avalista (independentemente de protesto)
2. Hum (1) ano a contar do protesto ou do vencimento, no segundo caso se houver cláusula sem despesa em relação ao sacador, endossantes e avalistas destes.
3. Seis (6) meses a contar do pagamento ou do ajuizamento da execução para o exercício do direito de regresso entre os coobrigados.
Após a prescrição o título pode ser usado em eventual ação monitória ou de cobrança.
Antes da prescrição caso o título esteja protestado por falta de pagamento, tiver valor superior a 40 salários mínimos e o devedor for um empresário, também cabe o pedido de falência.
 NOTA PROMISSÓRIA
É um titulo de crédito que representa uma promessa de pagamento que o promitente-sacador faz ao tomador também chamado de beneficiário.
Desde a Roma antiga existem as promessas de pagamento. Os gregos tinham o Chirographo que era uma promessa de pagamento sem garantia. Os franceses criaram os billets de change que representavam a promessa de pagamento (em 1673). 
No Brasil a nota promissória está prevista na Lei Uniforme de Genebra (Decreto n° 5.7663/66) e no Decreto n° 2.044/1908.
A nota promissória não tem aceite, pois o promitente é equiparado ao aceitante.
Requisitos da nota promissória
A nota promissória tem requisitos essenciais, sem os quais ela não tem valor e requisitos não-essenciais que são supridos pela lei.
Requisitos essenciais (art. 75 da LUG�)
1. A denominação nota promissória na língua utilizada para a sua emissão.
2. Promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada. (a promessa não pode ser condicional)
3. Nome do tomador beneficiário (não existe nota promissária ao portador).
4. Data do saque, ou seja, data da emissão.
5. Assinatura do subscritor promitente e número de documento para a identificação (RG, CPF, Carteira de Trabalho etc.).
Requisitos não-essenciais (art. 75,da LUG)
1. Época do pagamento, porque se não houver a nota promissória é a vista.
2. Lugar do pagamento, porque se não houver considera-se o endereço do sacador-promitente que é o devedor principal desse título.
Regras aplicáveis a Nota Promissória
São aplicáveis a nota promissória as regras da letra de câmbio relativas ao endosso, aval, pagamento, protesto no que for cabível, ação cambial e outras.
Mas há as seguintes regras específicas:
1. Não se aplicam as nota promissória as regras do aceite, porque já nasce aceita.
2. O subscritor da nota promissória (promitente) é o devedor principal sendo facultativo o protesto contra ele e seu avalista.
3. A ação de execução prescreve:
a) Em 3 anos contra o promitente e seu avalista
b) Em 1 ano em relação aos endossantes;
c) Em 6 meses entre os endossantes e seus avalistas.
4. O aval em branco beneficia o sacador promitente.
Nota promissória a certo termo de vista 
Nos termos do artigo 78 da LUG�, é possível o saque (emissão) da nota promissória a certo termo da vista ou do visto, cujo termo inicial de vencimento é o visto dado pelo subscritor após apresentação pelo credor, portanto, tal nota promissória é assinada no momento de sua emissão, mas o vencimento é contado a partir de um visto do promitente, inserido posteriormente.
Tal nota promissória pode ser protestada por falta de visto ou por falta de data de visto. Ela deve ser apresentada para visto em até um ano da emissão, salvo prazo maior ou menor aposto pelo promitente (arts. 23 e 25 da LUG�).
Cabe também o preenchimento da data do visto de boa-fé (súmula 387 do STF�).
 CHEQUE
Noções
É ordem de pagamento à vista, emitido contra uma instituição financeira. Trata-se de título que tem três figuras, que são:
1. O sacador, emitente ou passador;
2. Sacado, que é o banco;
3. Tomador ou beneficiário.
O cheque devolvido por falta de fundos é um título executivo extrajudicial (art. 585, I do CPC�). Trata-se de título que surgiu na Idade Média, sendo que no século XVII passou a ser reconhecido como cheque mandato. A origem da palavra "cheque" é controvertida. Há quem diga que decorre do verbo "to check", que significa conferir ou examinar. Na França, tal título é chamado de cheque. No Brasil, a expressão cheque foi utilizada a partir da lei 149B/1890.
Atualmente, no Brasil, o cheque é tratado pela lei nº 7.357/85 e por normas do Banco Central do Brasil. O banco sacado não tem nenhuma responsabilidade pelo pagamento do cheque em caso de insuficiência de fundos, além disso, o banco não pode aceitar (art.6º�), endossar (art. 18�) e nem avalizar o cheque. É ineficaz qualquer cláusula que desnature o cheque como ordem de pagamento à vista.
O cheque é um título de modelo vinculado, devendo ter 17,5cm x 8 cm, admitindo-se um milímetro para mais ou para menos. São admitidas no cheque a cláusula nãoà ordem (art. 8º, II�) e sem despesa (art. 49�). Não se admite o endosso parcial no cheque (art. 18 da Lei�).
Emissão do cheque
O cheque tem os seguintes requisitos:
I - Essenciais
São requisitos essenciais (art. 1º da Lei�):
1. A denominação cheque inscrita no contexto, na língua de sua emissão;
2. Ordem incondicional de pagar quantia determinada;
Se o valor estiver escrito por extenso e por algarismos, e houver divergência, prevalece o valor por extenso. Se o valor estiver escrito duas ou mais vezes por extenso ou por algarismos, e houver divergência, prevalece o valor que for menor (art. 12 da Lei�).
3. Identificação do banco sacado, pois não existe cheque contra quem não é banqueiro;
4. Local do pagamento ou endereço do sacado ou endereço do emitente.*
5. Data de emissão. O mês pode ser escrito por algarismo ou por extenso, em razão da revogação do Dec. 22.393/33, mas recomenda-se que o emitente o faça por extenso.
6. Assinatura do emitente ou do seu mandatário com poderes especiais. O emitente deve ser identificado por números de documentos pessoais. Admite-se a chancela mecânica no lugar da assinatura do emitente.
II - Só há um requisito não essencial, que é o local de emissão, se não houver, considera-se o endereço do sacador (art. 2º, II da Lei�).
* Há quem diga que o local de pagamento é requisito não essencial, mas trata-se de requisito alternativo, pois pelo menos um endereço de pagamento deve existir no cheque.
Modalidades de emissão do cheque
O cheque pode ser:
1. Ao portador, desde que o valor não supere R$100,00 (art. 69 da Lei nº 9.069/95�);
2. Nominativo, se o valor superar R$100,00. Este pode ser à ordem ou não à ordem, mas a segunda deve ser expressa (art. 8º da Lei 7.357/85�).
Com a perda da eficácia do art. 17 da Lei nº 9.311/96�, não há mais limitação ao número de endossos, desde 1º/01/2008. Isso porque não existe mais a CPMF, que era autorizada pela EC nº 42/03.
Existem as seguintes espécies de cheque:
1) Visado - é o cheque do cliente no qual o banco lança um visto que indica a suficiência de fundos, a pedido do emitente ou do portador (art. 7º). O visto só é possível no cheque nominativo ainda não endossado. O banco deve reservar o valor da conta do emitente, respondendo pelo pagamento se não o fizer. Caso o banco não pague, o credor pode propor uma ação declaratória de responsabilidade do banco, e se vier a pagar, terá ação regressiva contra o emitente. Os efeitos do visamento se produzem apenas no prazo de apresentação (30 ou 60 dias, conforme o caso), após, o banco deve estornar o valor na conta do emitente;
2) Administrativo, também chamado bancário ou de tesouraria, é o cheque do banco emitido contra suas agências. Sacador e sacado são o banco. O "traveller check" é uma espécie de cheque administrativo, tal cheque pode ser adquirido junto a uma instituição financeira, e é assinado pelo adquirente duas vezes: a primeira na aquisição, e a segunda na utilização, e no exterior;
3) Cruzado é o cheque que permite a identificação do credor, pois deve ser depositado. Tal título decorre da inserção de duas listras na transversal e no anverso. O cruzamento pode ser em branco, também chamado de geral, quando entre os traços não houver nada escrito, e pode ser em preto ou especial, quando for indicado um banco no qual deve ser depositado. Se o credor não tiver conta em tal banco, deverá abrir uma ou endossar o título a quem tenha. O cruzamento não pode ser anulado ou cancelado;
4) Cheque para se levar em conta é o cheque que deve ser depositado em conta corrente do beneficiário, não podendo ser pago em dinheiro. Tal cheque decorre da inserção de uma cláusula na transversal e no anverso, como, por exemplo, "para depósito na conta do favorecido".
Esse cheque pode ser endossado se não for indicado uma conta no anverso.
Apresentação do cheque
O cheque deve ser apresentado para cobrança ao banco no prazo de 30 dias se for da mesma praça ou em 60 dias se for de praças diferentes.
Considera-se da mesma praça o cheque que o município da agência coincide com o município aposto junto com a data de emissão, por exemplo, agência de São Paulo e emissão com nome da cidade de São Paulo, e cheque de praças diferentes, quando tais municípios não coincidem, não importa que os municípios façam parte da mesma câmara de compensação (art. 11 da Res. nº 1.682/90 do Banco Central�). Após os 30 ou 60 dias, o título pode ser apresentado durante 6 meses, que é o prazo da execução. Contudo, se não for observado o prazo de 30 ou 60 dias:
1. O credor perde o direito de executar eventuais endossantes e avalistas, se o título for devolvido sem fundos;
2. Perde o direito de executar, mas não de cobrar, o emitente e seu avalista, se durante o prazo de apresentação havia fundos e estes deixaram de existir por motivo não imputável ao emitente, por exemplo, confisco ou falência do banco.
Cheque pós datado, também chamado de cheque pré-datado
O cheque é ordem de pagamento à vista, sendo considerada não escrita qualquer menção em sentido contrário. Se constar uma data de emissão posterior à data da efetiva emissão, o título deve ser pago na data de apresentação, e não na data indicada.
Na prática, é comum a emissão de cheque pós-datado ou pré-datado. O STJ, a despeito do art. 32 da Lei de Cheque�, tem decidido que o descumprimento do prazo do cheque pós-datado legítima ação de dano moral contra aquele que inobservou tal prazo, inclusive, editou a súmula 370, em 2 de fevereiro de 2009 - "caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado".
 Chama-se cheque bancável o cheque pré-datado descontado em banco ou empresa de factoring. Nesse caso, o banco ou a factoring adianta uma parte do valor do cheque e aguarda a data do "vencimento" do cheque.
Cheque sem fundos
Considera-se sem fundos o cheque devolvido pelo banco ou câmara de compensação por insuficiência de recursos do sacador. O cheque devolvido pode ser reapresentado uma vez, mas a execução já é cabível na primeira devolução. O cheque sem fundos acarreta consequências:
1. Penal – art. 171, §2º, VI do CP� - Crime previsto no CP. Como só existe a figura dolosa, não se caracteriza o fato típico se houver apenas culpa do emitente.
O pagamento antes do recebimento da denúncia obsta-se a ação penal por falta de justa causa, ademais, súmula 554 do STF�. Conforme a súmula 246 do STF�, se comprovado que não houve fraude, não se caracteriza tal crime. Assim, entende-se que cheque pré-datado não seria fraudulento, pois não foi entregue como pagamento à vista.
Consequências civis
O cheque sem fundos pode ser executado ou utilizado para o pedido de falência, se for o caso (art. 94, I da Lei de Falência�).
Consequências administrativas
O cheque sem fundos acarreta a inscrição do nome do emitente em diversos registros, especialmente, no CCF - Cadastro de Cheque sem fundo do Banco Central, no SPC - Serviço de proteção ao crédito das associações comerciais, e da empresa SERASA, que pertence aos bancos.
Sustação do cheque
É o comando que visa o não pagamento do cheque. Há duas espécies de sustação:
1. Revogação ou contra ordem
É a sustação que decorre de ato judicial, por exemplo, liminar ou extrajudicial, por exemplo, notificação em razão de o título não ter sido apresentado em 30 ou 60 dias, após a emissão, ou seja, durante o prazo de apresentação. 
Apenas o emitente pode revogar o cheque.
2. Oposição
É a sustação decorrente de causa justa, tais como, furto, roubo ou extravio. Se a oposição for injusta o emitente pode responder por crime do art. 171, §2°, VI do CP�. 
Protesto do cheque
O cheque pode ser protestado apenas durante o prazo de apresentação que é de 30 ou 60 dias, mas admite-se o protesto também durante o período da execução que é de 6 meses após o término do prazo de apresentação
Ler o art. 48 da Lei do Cheque� - Lei 7.357/85
O protesto só é necessáriopara o pedido de falência porque a declaração do banco de insuficiência de fundos substitui referido ato cambial, isto é substitui o protesto (art. 47, II, da Lei do Cheque�).
Na prática os cartórios de protesto aceitam pedidos de protestos de cheques emitidos há vários anos, tal prática é ilegal podendo ser proposta ação de indenização em face do cartório.
 AÇÃO CAMBIAL
A execução é a ação cabível se o cheque não for pago pelo banco. C/abe se for o caso o pedido de falência (art. 94, I da Lei de falência).
O prazo da execução é de até 6 meses após o término do prazo de apresentação, ou seja, 30 ou 60 dias.
	Direito cambiário
	Direito civil
	30/60
	6 meses
	2 anos
	Segue a prescrição do CC
	Apresentação
	Execução
	Ação de enriquecimento ilícito (art. 61, da Lei do Cheque�)
	Ação de cobrança ou monitória
Após o término do prazo de execução cabe ação de enriquecimento ilícito inclusive contra os coobrigados pelo prazo de 2 anos. Expirado tal prazo, cabe apenas ação de cobrança ou monitória que não tem natureza cambiária e que observa o prazo de prescrição civil (art. 178 e seguintes do CC�).
 
 DUPLICATA
É um título que representa uma fatura de venda de produtos ou de prestação de serviços. Trata-se de uma ordem de pagamento genuinamente brasileira cuja origem remonta ao art. 219 do Código Comercial de 1850, mas sua lei só entrou em vigor em 1968, Lei n° 5.474/68.
Segundo o professor Túlio Ascarelli, a duplicata é o príncipe dos título de crédito brasileiro, e tem sido copiada por outros países, como a Argentina, que possui a factura conformada.
A duplicata pode ser emitida para pagamento à vista ou a prazo, mas com data certa (data do calendário).
Para que seja emitida a duplicata, necessário se faz emitir uma fatura ou uma nota fiscal fatura.
NF + Fatura = Duplicata
NF-Fatura (nota fiscal + fatura)
A fatura ou nota fiscal-fatura é sempre única, e a partir dela podem ser emitidas várias duplicatas.
A emissão da duplicata é facultativa, pois o empresário pode receber o que lhe é devido por meio de dinheiro, cartão, cheque e outros instrumentos, mas ele não pode emitir a letra de câmbio por força do art. 2° da Lei de Duplicata�.
A duplicata não pode ser emitida para representar: juros, correção, aluguéis, leasing ou qualquer outro direito que não seja a venda de produtos ou prestação de serviços. (conforme jurisprudência)
O empresário que emitir duplicata está obrigado a escriturar o livro de registro de duplicatas (art. 19 da Lei de Duplicatas�).
A duplicata é um título causal porque depende da anterior emissão da fatura e de modelo vinculado que deve obedecer ao modelo previsto no art. 27 da Lei de Duplicatas� e também a resolução 102/68 do Banco Central.
Requisitos da Duplicata
A duplicata tem os seguintes requisitos todos essenciais:
1. Denominação duplicata, data de emissão e número de ordem;
2. Número da fatura ou da nota fiscal-fatura;
3. Data certa do vencimento ou declaração de que é a vista;
4. Nome e domicílio do vendedor e do comprador;
5. Importância a pagar em algarismos e por extenso;
6. Praça de pagamento;
7. Cláusula a ordem; 
Obs: Na emissão não é possível a cláusula não a ordem. (requisito essencial) Portanto a duplicata é sempre endossável.
8. Declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la a ser assinada pelo comprador como aceite cambial, por isso a duplicata é uma ordem de pagamento, mas com apenas duas figuras o sacador (empresário) e o sacado (comprador);
9. Assinatura do empresário emitente ou uma rubrica mecânica;
Cláusula não à ordem
Cabe a cláusula não a ordem apenas no endosso por não haver proibição legal.
Aceite (art. 7° da Lei�)
A duplicata tem 3 tipos de aceite que deve ser obtidos em 30 dias de sua emissão, são eles:
1. Aceite ordinário
É aquele lançado pelo sacado no próprio título.
2. Aceite por comunicação
É o que decorre da retenção da duplicata pelo sacado que envia ao sacador uma carta, na qual ele declara que aceita o título. 
Referida carta ou comunicação pode ser utilizada para cobrança, protesto ou execução. Esta comunicação substitui a duplicata.
3. Aceite por presunção
Resulta do recebimento da mercadoria ou serviço pelo devedor e da assinatura de um documento, especialmente o canhoto da nota fiscal.
Recusa do aceite
A recusa do aceite é cabível apenas nos casos do art. 8° da Lei, quais sejam:
1. Avaria ou não recebimento das mercadorias, quando expedidas ou entregues por conta do vendedor.
2. Vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou quantidade das mercadorias.
3. Divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
Nesses casos o sacado não poderá assinar o canhoto da nota fiscal e deverá devolver a duplicata acompanhada ou não de declaração de não aceitação no prazo máximo de 10 dias.
Endosso
Aplicam-se a duplicata as mesmas regras de endosso da Letra de Câmbio.
Aval (garantia)
O aval na duplicata pode ser em preto ou em branco, como nos demais títulos.
O aval em branco, ou seja, que não identifica o avalizado beneficia aquele cuja assinatura constar acima da assinatura do avalista. Nos demais casos o beneficiário é o devedor final, ou seja, o sacado (art. 12 da Lei de Duplicatas�).
O aval dado posteriormente ao vencimento possui os mesmos efeitos daquele prestado antes (art. 12 parágrafo único da Lei).
Protesto da duplicata
A duplicata pode ser protestada por falta de pagamento, ou seja, inadimplemento; falta de devolução e falta de aceite em até 30 dias contados do vencimento.
O protesto falta de devolução, ou seja, retenção deve ser precedido de indicações que são informações sobre o título prestadas pelo emitente. (art. 21, §3° da Lei n° 9.492/97� - Lei do protesto).
Se o protesto não for tirado no prazo legal por falta de pagamento o sacador pede o perde o direito de executar o título contra endossantes e avalistas podendo cobrar apenas o sacado e seu avalista (sacador é o 1° endossante).
Triplicata
É a segunda via da duplicata e pode ser emitida em caso de perda, extravio ou retenção indevida da duplicata. (art. 23 da Lei de Duplicatas�).
O STF entendia que a retenção não legitimaria a emissão da triplicata em razão do texto do art. 23. O STJ, contudo, tem admitido também no caso de retenção indevida, por exemplo RT 662/187.
Ação Cambial
Se a duplicata não for paga cabe a ação de execução ou o pedido de falência, se for o caso (art. 94, I, da Lei de falência).
Ocorre que em alguns casos o credor deverá apresentar documentos diversos dependendo do aceite:
1. Execução de duplicata com aceite ordinário
Basta juntar a duplicata com a petição (e os documentos que a instruem).
2. Execução de duplicata com aceite de comunicação (carta)
O devedor reteve o título e o credor não emitiu a triplicata, nesse caso deve ser apresentada a comunicação do sacado devidamente assinada em substituição do título.
3. Execução de duplicata com aceite presumido
Nesse caso o credor deverá juntar o instrumento de protesto e o comprovante de entrega da mercadoria ou serviço. (arts. 7° e 15, II, todos da Lei de Duplicatas�).
Prazo de prescrição da execução (art. 18 da Lei de Duplicatas�)
Os prazos da execução são os seguintes
a) 3 anos contados do vencimento em relação ao sacado e seu avalista.
b) 1 ano contado da data do protesto em relação ao endossante e seu avalista.
c) 1 ano contado do dia do pagamento para o exercício do direito de regresso entre os coobrigados.
Após esses prazos cabe apenas ação causal de cobrança ou monitória.
Ação Causal = porque tem que mostrar a causa da emissão do título na petição inicial.
 TÍTULOS IMPRÓPRIOS
São impróprios os títulos que representa mercadorias em poder de quem não é dono eque nem sempre comportam os três princípios do direito cambiário (cartularidade, literalidade e autonomia), por exemplo, conhecimento de depósito de mercadoria.
1. Título impróprios representativos de mercadoria
Existem os seguintes
a) conhecimento de depósito de mercadoria e "warrant" (garantia)
São títulos emitidos por armazéns gerais que representam produtos agropecuários depositados por produtor rural. 
O conhecimento representa a propriedade das mercadorias, por exemplo, soja, milho, café.
O warrant representa a possibilidade de penhor sobre as mesmas mercadorias. S o warrant for usado por exemplo, em um contrato de mútuo, ou seja, empréstimo, o valor da operação será anotado no verso do conhecimento de depósito (Decreto n° 1.102/1903)
Para retirar a mercadoria devem ser apresentados os dois títulos ao armazém geral. 
A Lei n° 11.076/2004 admitiu o CDA - Conhecimento de Depósito Agropecuário e o WA - "Warrant" agropecuário, os quais representam promessas de entregas futuras de mercadorias agropecuárias (possibilidade de entrega).
2. Conhecimento de frete ou transporte (Decretos n° 19.473/1930 e também n° 24.454/1931)
É título emitido por empresa transportadora que representa o recebimento de mercadorias e a obrigação de entregá-las no destino. 
O conhecimento de transporte endossável pode circular mediante endosso do proprietário da mercadoria. 
Não pode ser endossado o conhecimento de frete com cláusula não a ordem ou em caso de transporte de carga perigosa ou destinada a armazéns gerais.
Títulos impróprios Bancários
Representam empréstimos ou financiamentos bancários. Existem as notas e as cédulas de crédito. As notas não têm e as cédulas têm garantia pignoratícia, hipotecárias (imóveis) ou fiduciárias. São elas:
1. Nota e cédula de crédito industrial - Decreto 413/69
Representam financiamento concedido por banco a empresário da indústria. Quem emite tais títulos é o industrial que se obriga a pagar o empréstimo conforme as condições da nota ou cédula. 
A cédula pode ter garantia pignoratícia, hipotecaria ou fiduciária. No último caso (fiduciária) enquanto não forem pagas todas as prestações a propriedade não é transferida ao industrial.
2. Nota e cédula de crédito rural (Decreto Lei n° 167/67)
Representam empréstimo concedido a agropecuarista. 
O funcionamento é o mesmo da cédula de crédito.
3. Nota e cédula de crédito comercial ou prestação de serviço (Lei n° 6.840/1980)
Representam empréstimos bancário concedido a empresários do comercio ou a prestador de serviço.
O funcionamento é o mesmo da cédula de crédito.
4. Nota e cédula de crédito à exportação
Representam empréstimos concedidos à exportadores.
O funcionamento é o mesmo da cédula de crédito.
5. Cédula de crédito bancário (arts. 26 a 45 da Lei n° 10.931/2004)
Representam uma promessa de pagamento em dinheiro relativa a abertura de crédito concedida pelo banco ao cliente.
 
Caso o cliente do banco utilize o limite (por exemplo, cheque especial) e não cubra o saldo negativo o banco poderá executar a cédula de crédito bancário desde que apresente o extrato com o saldo negativo ou uma planilha de débito. Portanto, atualmente, existem dois títulos que são promessas de pagamento, a nota promissória (prevista na LUG) e a cédula de crédito bancária.
Tal título foi criado em 2001, em razão da edição da súmula n° 233 do STJ�, segundo a qual "o contrato de abertura de crédito ainda que acompanhado de extrato da conta corrente não é um título executivo" portanto a medida provisória de 2001 e a Lei n° 10.931/2004 foram editadas para ultrapassar (desconsiderar/tornar ineficaz) a súmula n° 233 STJ.
A
B
C
B
A
C
A
B
C
Nota promissória
Pague-se (endosso em branco porque não tem o nome do endossante)
Assinatura
CPF
Cheque
valor
pague-se 10 mil reais 
a (nome da pessoa) ou à sua ordem.
	assinatura
banco
verso do cheque
Pague-se (meio de endosso preto) a (nome da pessoa)
assinatura 
CPF
R$ 20.000,00
R$ 20.000,00
R$ 20.000,00
R$ 20.000,00
R$ 50.000,00
pague-se a Silvio Marques (endossatário)
(assinatura do tomador)
R$ 50.000,00
pague-se
(assinatura do tomador)
R$ 50.000,00
por caução ao banco X
assinatura (credor)
ou
em penhor ao banco
assinatura (credor)
R$ 50.000,00
pague-se a fulano (cedente), não à ordem
(assinatura do tomador - endossante)
Se o endossante 2 pagar a dívida, não poderá cobrar dos coobrigados posteriores (endossante 3 e endossatário), no entanto poderá cobrar dos anteriores (endossante 1, sacador e sacado).
Se o protesto ocorrer 2 dias antes de completar o prazo de 3 anos, interrompe a contagem, iniciando-se novamente o prazo de 3 anos, isto é, o prazo aumenta para quase 6 anos.
Dados do tomador.
assinatura não assinou
 sacador sacado
20/06/2008	R$ 20.000,00
Em 3 meses da vista (aceite)
assinatura assinatura
 sacador sacado
São Paulo, 10 de maio de 2009 	R$ 10.000,00
Vencimento em 6 meses do visto
Visto data 	Assinatura
Assinatura	promitente e CPF
São Paulo, 12 de maio de 2009 	R$ 1.000,00
 
Banco do Brasil
Agência Sé 
São Paulo 
Fornecedor
Declaração
8º requisito acima
X Ltda.
 
pague-se a fulano assinatura (endossante)
por aval
assinatura
CPF
 
por aval
assinatura
CPF
Assinatura (sacado)
Assinatura do sacador
� Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
� Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.
§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente.
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. 
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado.
Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes.
Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria