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01 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 1 As propriedades mecânicas determinam a resposta do material à APLICAÇÃO DE CARGAS. INTRODUÇÃO São FUNDAMENTAIS para o projeto de componentes mecânicos de máquinas e estruturas. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais INTRODUÇÃO SOCIEDADES TÉCNICAS estabelecem as normas de execução desses ensaios. As propriedades são determinadas através de ENSAIOS. Ensaio de compressão Ensaio de dobramento Ensaio de tração Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 3 INTRODUÇÃO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 4 INTRODUÇÃO Os ensaios são realizados em CORPOS DE PROVA. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais INTRODUÇÃO Os ensaios mecânicos levam em consideração: Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 6 TRAÇÃO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 7 COMPRESSÃO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 8 CISALHAMENTO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 9 TORÇÃO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 10 ENSAIO DE TRAÇÃO Permite a avaliação de diversas propriedades mecânicas . Utiliza um corpo de prova PADRÃO ou produtos de forma adequada (fios, barras, chapas delgadas). É um ensaio DESTRUTIVO . Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 11 ENSAIO DE TRAÇÃO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 12 ENSAIO DE TRAÇÃO 12 Moderna máquina de ensaio. Corpos de prova. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais ENSAIO DE TRAÇÃO DEFORMAÇÃO TENSÃO Ruptura do corpo de prova O ensaio é DESTRUTIVO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais ENSAIO DE TRAÇÃO: TENSÃO E DEFORMAÇÃO TENSÃO DE ENGENHARIA (): DEFORMAÇÃO DE ENGENHARIA (): * psi: pounds per square inch, libra-força por polegada quadrada Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 15 CONSIDERAÇÕES GEOMÉTRICAS: ESTADO DE TENSÃO 15 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 16 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA NÃO É PERMANENTE: quando a força é removida, o corpo volta a sua forma original. NÃO HÁ A QUEBRA DE LIGAÇÕES QUÍMICAS entre os átomos do material. ANELASTICIDADE: a deformação elástica não é instantânea, mas dependente do tempo. É desprezível para os metais. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 17 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 18 LEI DE HOOKE Durante a DEFORMAÇÃO ELÁSTICA, TENSÃO () e DEFORMAÇÃO () são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS. MÓDULO DE ELASTICIDADE ou MÓDULO DE YOUNG (MPa). MÓDULO DE ELASTICIDADE é uma medida da RIGIDEZ do material. Sir Robert Hooke Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais LEI DE HOOKE O módulo de elasticidade é igual à INCLINAÇÃO DA CURVA x : (DEFORMAÇÃO) (TENSÃO) 1 2 2 1 E = tan() CARGA DESCARGA E1 > E2 1 2 Material 1 é MAIS RÍGIDO. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 20 MÓDULO DE ELASTICIDADE TANGENCIAL E SECANTE Para os materiais que não obedecem à Lei de Hooke definem-se os MÓDULOS DE ELASTICIDADE TANGENCIAL e SECANTE (EXEMPLOS: concreto e ferro fundido cinzento). (DEFORMAÇÃO) (TENSÃO) = Módulo secante = Módulo tangencial 2 1 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 21 MÓDULO DE ELASTICIDADE X TEMPERATURA Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 22 EXEMPLO SOLUÇÃO: como a deformação é elástica, a lei de Hooke é válida: Tem-se para o cobre: E = 110 GPa = 110 X 103 MPa. Da definição de deformação, = l/l0, logo: Uma amostra de COBRE originalmente com 305 mm de comprimento é tracionada com uma tensão de 276 MPa. Se a sua deformação é INTEIRAMENTE ELÁSTICA, qual será o alongamento resultante? Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais COEFICIENTE DE POISSON () Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 24 E, G, PARA ALGUNS METAIS E LIGAS Liga Módulo de Elasticidade Coeficiente de Poisson GPa 106psi Alumínio 69 10 0,33 Latão 97 14 0,34 Cobre 110 16 0,34 Magnésio 45 6,5 0,29 Níquel 207 30 0,31 Aço 207 30 0,30 Titânio 107 15,5 0,34 Tungstênio 407 59 0,28 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 25 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA É PERMANENTE: quando o esforço aplicado é removido, o corpo NÃO retorna à sua forma original. Tem início quando é ultrapassada a FASE ELÁSTICA do material. A plasticidade do material é de grande importância prática para: OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA (LAMINAÇÃO, FORJAMENTO, ESTRICÇÃO, entre outras). Projetos de elementos estruturais Ocorre principalmente em metais através do MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 26 O FENÔMENO DO ESCOAMENTO Deformação Elástico Plástico Tensão 0,002 P Deformação Tensão Limite de escoamento superior Limite de escoamento inferior e e Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 27 LIMITE DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO (LRT) LRT Tensão de ruptura F M DEFORMAÇÃO TENSÃO Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Limite de Resistência à Tração (LRT) Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais EXEMPLO 6.3, PÁGINA 88 A partir do comportamento TENSÃO-DEFORMAÇÃO em tração para a amostra de LATÃO mostrada na figura seguinte, determine: O módulo de elasticidade. A tensão limite de escoamento a um nível de pré-deformação de 0,002. A CARGA MÁXIMA que pode ser suportada por um corpo de prova cilíndrico com um diâmetro inicial de 12,8 mm. A VARIAÇÃO DO COMPRIMENTO de um corpo de prova originalmente com 250 mm que é submetido a uma tensão de tração de 345 MPa. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 30 SOLUÇÃO Módulo de elasticidade (E): 150 0,0016 250 450 345 0,06 Limite de escoamento: 0,002 E 250 MPa l para l0 = 250 mm e = 345 MPa: Carga máxima (r0 = 6,4 mm): Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 31 RECUPERAÇÃO ELÁSTICA DURANTE A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais DUCTILIDADE DÚCTIL FRÁGIL Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais DUCTILIDADE É uma medida do grau de DEFORMAÇÃO PLÁSTICA até a FRATURA. Medidas de ductilidade: ALONGAMENTO PERCENTUAL APÓS A RUPTURA (%AL): ESTRICÇÃO ou REDUÇÃO DE ÁREA APÓS A RUPTURA (%RA): Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais MATERIAIS FRÁGEIS X MATERIAIS DÚCTEIS Deformação Tensão Dúctil Frágil Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais PROPRIEDADES MECÂNICAS X TEMPERATURA Comportamento TENSÃO X DEFORMAÇÃO de engenharia para o FERRO em três temperaturas diferentes. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 36 RESILIÊNCIA Capacidade do material ABSORVER energia na região ELÁSTICA e depois devolvê-la, com o descarregamento. MÓDULO DE RESILIÊNCIA (Ur): energia/volume (J/m3) necessária para deformar o material desde σ = 0 até o seu LIMITE DE ESCOAMENTO. É igual à ÁREA SOB A CURVA × até o limite de escoamento. SE A REGIÃO ELÁSTICA É LINEAR: 0,002 e e Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 37 TENACIDADE Capacidade do material absorver energia até a sua fratura. CARREGAMENTO ESTÁTICO: é representada pela área abaixo do diagrama tensão x deformação. CARREGAMENTO DINÂMICO COM ENTALHE: é representada pela energia absorvida no ensaio de impacto. MATERIAL TENAZ: RESISTÊNCIA ELEVADA. DUCTILIDADE ELEVADA. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 38 Ensaios de tenacidade à fratura CTOD modificado SE (B) direção NQ Flexão de três pontos a 3 ± 1 °C. determinação do K avaliação do caminho da trinca Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaios de fratura – Análise micrográfica das amostras ensaiadas K=71 MPam0,5 K=69 MPam0,5 Ensaios de tenacidade à fratura Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaio de Impacto Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaio de Impacto NBR NM 281-1, NBR NM 281-2 Medir a quantidade de energia absorvida pelo material, quando o mesmo é submetido a um esforço de impacto de valor conhecido. tenacidade (natureza qualitativa e relativa) condições mais severas para potencial de fratura deformação à temperatura baixa elevada taxa de deformação estado de tensão triaxial Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaio de Impacto Procedimento de ensaio Corpos de prova Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaio de Impacto Transição dúctil-frágil Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaio de Impacto Fratura dúctil Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaio de Impacto Fratura frágil Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaio de Impacto Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Caso Titanic - 15 de abril de 1912 20 J Transição dúctil – frágil: 40-50°C Água do mar 15/04/1992 2°C The royal mail ship Titanic: Did a metallurgical failure cause a night to remember? JOM, 50(1)(1998), pp.12-18 Importância do conhecimento da transição dúctil-frágil Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS TENSÃO VERDADEIRA (V): Onde: F: carga instantânea. Ai: área da seção reta instantânea do corpo de prova. DEFORMAÇÃO VERDADEIRA (V): Onde: li: comprimento instantâneo do corpo de prova. l0: comprimento inicial do corpo de prova. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 49 Tensão verdadeira e deformação verdadeira Se não houver variação de volume do corpo de prova durante a deformação (Aili = A0l0): As relações acima são válidas SOMENTE ATÉ O EMPESCOÇAMENTO. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 50 TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS Para alguns metais e ligas, até o INÍCIO DO EMPESCOÇAMENTO: Onde K e n (EXPOENTE DE ENCRUAMENTO) são constantes que dependem do material e da sua condição. Deformação Tensão Engenharia Corrigida Verdadeira M e M’: início do empescoçamento. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 51 EXMPLO 6.4, PÁGINA 92 (a) A ductilidade é: Um corpo de prova cilíndrico de aço, com diâmetro inicial de 12,8 mm, é tracionado até a FRATURA. Sua resistência à fratura f determinada foi de 460 MPa. Se o diâmetro na seção reta no momento da fratura é de 10,7 mm, determine: A ductilidade em termos de redução de área percentual. A tensão verdadeira no momento da fratura. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 52 SOLUÇÃO (b) A tensão verdadeira é definida como: A força F no momento da fratura é: Logo: Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 53 DUREZA Friedrich Mohs (1773 – 1825), mineralogista alemão. Resistência à DEFORMAÇÃO PLÁSTICA LOCALIZADA ou à PENETRAÇÃO. ESCALA DE MOHS: primeira escala de dureza. TALCO: 1 DIAMANTE: 10 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 54 ENSAIOS DE DUREZA A dureza dos metais é medida através de ENSAIOS DE DUREZA. Durômetro D d Penetrador Impressão São simples e baratos. Não são destrutivos. Permitem que se estime outras propriedades mecânicas importantes. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 55 ENSAIO DE DUREZA BRINELL Johan August Brinell (1849 – 1925), engenheiro sueco. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 56 ENSAIO DE DUREZA BRINELL Originalmente, a carga empregada era de 3.000 kgf e o diâmetro D da esfera, de 10 mm. Condições para o uso de OUTRAS CARGAS e OUTROS DIÂMETROS DE ESFERAS (para que HB1 = HB2 = ... HBn): G é uma constante empírica que depende do material. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 57 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL Método mais utilizado, pois é muito simples, não exigindo nenhuma habilidade especial do operador. Utiliza vários penetradores e cargas, cujas combinações formam diferentes escalas, adequadas para cada metal e liga. A escala é representada por uma letra do alfabeto, a qual identifica o penetrador utilizado (esferas de diversos diâmetros e cone de diamante). Exemplos: Escala C (HRC): carga de 150 kgf sobre um cone de diamante de 120º. Escala B (HRB): carga de 100 kgf sobre uma esfera de 1/16 pol. A dureza do material é medida por um índice determinado a partir da PROFUNDIDADE DE PENETRAÇÃO resultante da aplicação de uma carga inicial menor, seguida por outra maior. A dureza é indicada por esse índice (número) seguido do símbolo da escala. Exemplo: 80 HRB. Há dois tipos de ensaios: ROCKWELL: carga menor de 10kg; carga maior de 60, 100 ou 150 kg. ROCKWELL SUPERFICIAL: carga menor de 3 kg, carga maior de 15, 30 e 45 kg. Realizado em corpos de prova mais finos. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 58 Ensaio de dureza rockwell Seqüência do ensaio: Aplicação da carga inicial ou pré-carga (F0). Aplicação da carga complementar (F1). Carga principal (F = F0 + F1). O valor da dureza é lido diretamente do durômetro. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 59 ENSAIO DE MICRODUREZA VICKERS Adequado para medir a dureza de regiões pequenas do corpo de prova. Penetrador empregado: PIRÂMIDE DE DIAMANTE DE BASE QUADRADA. Utiliza cargas muito menores do que os ensaios Brinell e Rockwell (de 1 a 1.000 g). A dureza Vickers (HV) é dada pela relação: 50 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 60 ENSAIO DE MICRODUREZA VICKERS 50 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 61 CONVERSÃO DE DUREZA Não existe um sistema de conversão geral entre as diversas escalas. Isso se deve: Às diferenças experimentais entre as diversas técnicas. Ao fato de que a dureza não é uma propriedade bem definida. Quando a conversão é possível, ela é determinada experimentalmente e os dados dependem do material. Os dados de conversão mais confiáveis são os do aços. Tabelas de conversão detalhadas para outros metais podem ser encontradas na norma ASTM E 140: “Standard Hardness Conversion Tables for Metals”. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 62 CORRELAÇÃO ENTRE DUREZA E LIMITE DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO Para alguns metais (aços, ferros fundidos, latão) a dureza e o LRT são praticamente proporcionais. Para a maioria dos aços, vale a relação: Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 63 FATORES DE PROJETO/SEGURANÇA Devido às INCERTEZAS DE PROJETO (magnitude das cargas aplicadas, níveis de tensão existentes nas condições de serviço), introduzem-se FOLGAS DE PROJETO como medida de segurança. Essa folga é estabelecida ao se definir: TENSÃO DE PROJETO, P: Onde N’ é um fator maior que a unidade e C é a tensão calculada. TENSÃO ADMISSÍVEL ou TENSÃO DE TRABALHO, t: Onde E é o limite de escoamento do material e N é o FATOR DE SEGURANÇA (N > 1). Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 64 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE METAIS POLICRISTALINOS A presença do contorno de grão interfere na deformação plástica do material. Como os grãos estão orientados de maneira aleatória, a direção do escorregamento varia de um grão para o outro. Em cada grão, o escorregamento (deformação plástica) ocorre de acordo com o mecanismo descrito anteriormente. 23 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Deformação plástica de metais policristalinos Durante a deformação, o material se mantém coeso ao longo dos contornos de grão (OS GRÃOS NÃO SE SEPARAM). Os grãos MAIS FAVORAVELMENTE ORIENTADOS em relação ao esforço aplicado se deformam primeiro. A deformação de cada grão é restrita pelos grãos vizinhos. Materiais policristalinos SÃO MAIS RESISTENTES do que materiais monicristalinos. 24 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais Deformação plástica de metais policristalinos 25 Amostra de material policristalino (a) antes da deformação plástica e (b) depois da deformação. (a) (b) Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS Para metais MONOFÁSICOS, existem 3 mecanismos de aumento de resistência mecânica: REDUÇÃO DO TAMANHO DO GRÃO. FORMAÇÃO DE SOLUÇÃO SÓLIDA (FORMAÇÃO DE LIGAS). ENCRUAMENTO (TRABALHO A FRIO). Todas essas técnicas se baseiam no seguinte princípio: RESTRINGIR OU DIFICULTAR O MOVIMENTO DAS DISCORDÂNCIAS TORNA O MATERIAL MAIS RESISTENTE MECANICAMENTE OU MAIS DURO. IMPORTANTE: O GANHO DE RESITÊNCIA MECÂNICA É ACOMPANHADO POR PERDA DE PLASTICIDADE. 27 Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais RECOZIMENTO 44 Os efeitos do encruamento (aumento da resistência mecânica e da dureza, perda de plasticidade) podem ser revertidos através de um tratamento térmico conhecido como RECOZIMENTO. Com o recozimento, a estrutura do material anterior à deformação plástica é recuperada, através do seu aquecimento acima de sua temperatura de recristalização. A temperatura de recristalização pode ser formalmente definida como: A MENOR TEMPERATURA NA QUAL A ESTRUTURA DEFORMADA DE UM METAL TRABALHADO A FRIO (ENCRUADO) É RESTAURADA OU É SUBSTITUÍDA POR UMA ESTRUTURA NOVA, LIVRE DE TENSÕES, APÓS A PERMANÊNCIA NESSA TEMPERATURA POR UM TEMPO DETERMINADO. Pode-se ainda definir temperatura de recristalização como a TEMPERATURA NA QUAL A ESTRUTURA É SUBSTITUÍDA EM 1 HORA. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais 45 Recozimento O recozimento é composto por 2 etapas: RECUPERAÇÃO: ocorre o alívio de tensões internas e a restauração de propriedades físicas como a condutividade elétrica. Não há modificação estrutural sensível, apenas alguma redução do número de discordâncias. RECRISTALIZAÇÃO: processo em que se forma um novo conjunto de grãos sem deformação (EQUIAXIAIS), com baixas densidades de discordâncias. As propriedades mecânicas alteradas pelo trabalho a frio são restauradas: o material perde DUREZA e RESISTÊNCIA, ganhando novamente PLASTICIDADE. A recristalização depende de dois fatores: TEMPO e TEMPERATURA. QUANTO MAIOR O TEMPO de aquecimento, MENOR É A TEMPERATURA necessária para que o processo ocorra. Inversamente, QUANTO MAIOR A TEMPERATURA, MENOR O TEMPO necessário para a recristalização se completar. A FORÇA MOTRIZ da recristalização é DIFERENÇA DE ENERGIA EXISTENTE ANTES E DEPOIS DA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA A FRIO. Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais A ÚNICA maneira de se refinar o tamanho do grão de uma material metálico monofásico consiste em se DEFORMAR PLASTICAMENTE OS GRÃOS EXISTENTES E INICIAR A FORMAÇÃO DE NOVOS GRÃOS (RECRISTALIZAÇÃO). Existe um nível mínimo de deformação plástica (encruamento) abaixo do qual a estrutura NÃO pode ser recristalizada. Quanto mais encruado o material, menor é a temperatura de recristalização, a qual se aproxima de um valor constante. À etapa de recristalização, pode ou não se seguir o processo de CRESCIMENTO DE GRÃO. Normalmente, procura-se EVITAR que isso aconteça, em virtude das propriedades mecânicas inferiores associadas a uma granulometria mais grosseira, interrompendo-se o recozimento ao final da recristalização. 46 Recozimento Ciência dos materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais