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Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
GRUPO MARISTA
ESCOLA DE DIREITO
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL I
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
TDE – TRABALHO DISCENTE EFETIVO
Curitiba
2018
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
TDE – TRABALHO DISCENTE EFETIVO
“Case Almeida”
Curitiba
2018
TDE – TRABALHO DISCENTE EFETIVO
Aluno (a):
Fernanda de Oliveira Takashima
Curitiba
2018
Questionário
 A partir das peças processuais selecionadas, o grupo deve ser capaz de estabelecer as principais diferenças entre os crimes de tentativa de homicídio e lesão corporal.
 1) O Ministério Público imputa à "Almeida" a prática de tentativa de homicídio. Qual o fundamento (tese) que sustenta está imputação? Descreva a tese utilizada pelo Ministério Público. 
R: O Ministério Publico sustenta a tentativa de homicídio qualificado tanto por motivo fútil (rompimento de namoro) como a utilização de meio insidioso ou cruel (uso do ácido sulfúrico), a sua tentativa se dá quando iniciada a execução e a mesma não se efetiva por circunstâncias alheias a vontade do autor (não concluída pela assistência medica que se mostrou eficaz perante a situação).
Todos esses atos estão demonstrados explicitamente no código penal, nos artigos 14 inciso II, e no artigo 121, parágrafo 2° nos incisos II e III.
Com tudo, esses não poderiam ter significado se não acrescentássemos um detalhe importante, “animus necandi”, onde o autor tem a intenção de matar. A intenção fica comprovada quando ao juntar vários indícios, entre eles, as ameaças e perseguições feita pelo agente descritas por testemunhas (parentes da vítima e colegas de trabalho de ambas as partes), a vasta revolta e vontade de vingança pelo termino do relacionamento amoroso com a vítima.
Entre os motivos supra citados, temos o inquérito policial, em que o agente confessa o crime praticado aos policiais e juntamente com os mesmos, é levado ao local do crime e descreve o “iter criminis”. 
Segundo as testemunhas, o réu apresentava uma forte indignação pelo termino do relacionamento, em que o mesmo conjurava fazer algo, para se vingar. Os mesmos afirmam que Renil teria saído do trabalho para perseguir a vítima Marilene e ainda ameaçando.
Diante dessas circunstâncias podemos considerar que o agente teve vontade de matar. A perseguição, as ameaças e a frieza ao descrever todo o “iter criminis”, pode caracterizar esse fato.
2) Qual seria a tese defensiva para tentar desclassificar o crime para lesões corporais? Qual o fundamento? Embase sua resposta com doutrina e jurisprudência.
R: O autor Renil do Prado Gomes Almeida poderia estar de fato revoltado pelo termino, mas estar revoltado não significa que o mesmo queria o resultado morte de Marilene, sendo plausível considerar “animus laedendi”, provável intenção de ferir.
Marilene apresenta lesão corporal gravíssima, ocorrendo deformidade permanente em seu corpo. Essa classificação é nada mais que lesão corporal, não uma tentativa homicídio.
O entendimento sobre deformidade permanente, o qual é das uma característica fundamental da lesão corporal, é entendida por NUCCI (2017, p. 808), e pela maioria dos doutrinadores, sendo esse o entendimento majoritário como:
“(...) estar essa qualificadora ligada à estética. Por isso, é posição majoritária a existência de ser a lesão visível, causadora de constrangimento ou vexame à vítima, e irreparável. Citam-se como exemplo as cicatrizes de larga extensão em regiões visíveis do corpo humano, que possam provocar reações de desagrado ou piedade (tais como as causadas pela VITRIOLAGEM, isto é, o lançamento de ácido no ofendido.)”
A doutrina não é a única a entender esse ato como lesão corporal e excluir a possibilidade de tentativa de homicídio, a existência de decisões dando provimento a desclassificação. Infra citado está uma decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso – Recurso em sentido estrito:
“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - PRONÚNCIA E DESCLASSIFICACAO PARA LESÃO CORPORAL LEVE - TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO E HOMICIDIO QUALIFICADO CONSUMADO - IRRESIGNACAO MINISTERIAL QUANTO À DESCLASSIFICICAO DO HOMICIDIO QUALIFICADO TENTADO PARA LESÃO CORPORAL LEVE POR INEXISTENCIA DE LAUDO COMPLEMENTAR - PRETENDIDA DESCLASSIFICACAO DO DELITO PARA LESAO CORPORAL GRAVE - POSSIBILIDADE - INCAPACIDADE PARA AS OCUPAÇÕES HABITUAIS POR MAIS DE TRINTA DIAS COMPROVADAS PELOS DEPOIMENTOS DE TESTEMUNHAS E DA PROPRIA VITIMA CONFORME PREVE O ART. 168, PARÁGRAFO 3º DO CPP . RECURSO PROVIDO.”
“- A absolvição sumária, nos processos de competência do tribunal do júri, se admite, somente, quando o denunciado faça prova precisa, completa e indiscutível da excludente alegada.
- Ante a demonstração inequívoca de que o acusado não agiu com animus necandi, impõe-se a desclassificação do delito de tentativa de homicídio para o crime de lesão corporal grave, ainda, que inexistente o laudo complementar, pois, pode ser suprido pela prova testemunhal, em conformidade com o que dispõe o art. 168, § 3 do CPP.
- Recurso provido. (RSE 121986/2014, DES. RONDON BASSIL DOWER FILHO, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 28/07/2015, Publicado no DJE 31/07/2015)”
Decisão do tribunal de Justiça do Maranhão – Recurso em Sentido Estrito:
“EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. PRONÚNCIA. TENTATIVA DE HOMICIDIO. MATERIALIDADE NÃO COMPROVADA. IMPRONÚNCIA. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 414 DO CPP. DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÕES CORPORAIS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1- Não havendo nos autos provas suficientes de que o fato não se consumou por circunstâncias alheias à vontade do agente, a impronúncia do réu é medida que se impõe. 2- Desclassificação para lesões corporais, com a remessa dos autos à Primeira Instância. 3- Recurso conhecido e parcialmente provido. Acórdão- Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os Senhores Desembargadores, "unanimemente e de acordo com o parecer da douta procuradoria geral de justiça, a Primeira Câmara Criminal deu provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do desembargador relator". Participaram do julgamento os Senhores Desembargadores Antônio Fernando Bayma Araújo (Presidente), João Santana Sousa e Raimundo Nonato Magalhães Melo. Funcionou pela Procuradoria Geral de Justiça o Dr. Eduardo Jorge Hiluy Nicolau. São Luís (MA), 14 de abril de 2015.”
A desclassificação seria algo tão evidente, que mesmo o juiz não provendo a mudança, os próprios jurados irão fazer, como infra citado uma decisão na qual os próprios jurados a fizeram, acontecimento no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – apelação Criminal:
“JURI. TENTATIVA DE HOMICIDIO. DESCLASSIFICAÇÃO PROPRIA. DECISÃO DOS JURADOS CONTRA A PROVA DOS AUTOS. APELO DA ACUSAÇÃO PROVIDA. O ELEMENTO SUBJETIVO DIFERENCIADOR DA TENTATIVA DE HOMICIDIO E DA PRATICA DE LESÕES CORPORAIS, A INTENSÃO DE MATAR OU DE APENAS FERIR, NÃO PODE SER VERIFICADA SENÃO PELAS CIRCUNSTANCIAS OBJETIVAS DO FATO. E O PROPRIO AGIR DO ACUSADO, OS INSTRUMENTOS EMPREGADOS E OUTROS DADOS EXTERNOS DA AÇÃO QUE FORNECEM OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA AFERIR O DOLO. QUANDO A PROVA EVIDENCIA O ANIMUS NECANDI, OS JURADOS DECIDEM EM MANIFESTA CONTRARIEDADE A PROVA DOS AUTOS AO DESACOLHEREM A ACUSAÇÃO DE TENTATIVA DE HOMICIDIO, OPERANDO A DESCLASSIFICAÇÃO PROPRIA. (Apelação Crime n° 695159558, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ranolfo Vieira, Julgado em 20/03/1996).”
Para não ter provimento apenas nos tribunais, apresento um Recurso Extraordinário – Supremo Tribunal Federal:
“EMENTA: DESCLASSIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO PENAL, EM SEGUNDA INSTÂNCIA, EM RELAÇÃO A UM DOS REUS, DE TENTATIVA DE HOMICIDIO, PARA LESÕES CORPORAIS LEVES. INEXISTÊNCIA DE FUNDAMENTO DO RECURSO OBRIGATÓTIO, PREVISTO NO ART. 411 DO CPP. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA ABSOLVITORIA DOOUTRO RÉU, DA QUAL NÃO HOUVE RECURSO VOLUNTARIO. RECURSO EXTRAORDINARIO CONHECIDO E PROVIDO.”
A vontade de matar, não existe nesse caso, tendo animus laedendi, por esse motivo não tem o que se falar em tentativa de homicídio. Para um último exemplo, exponho um Recurso em sentido estrito do Tribunal de Justiça do Paraná:
RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO – TENTATIVA DE HOMICIDIO – PRONÚNCIA – INSURGIMENTO – DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO CORPORAL – RECURSO PROVIDO – EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE RECONHECIDA. 1. Não caracterizado o “animus necandi”, impõe-se a desclassificação do crime de homicídio tentado para o de lesão corporal leve. 2. Manifestado a vítima o desejo de não representar o fluído o lapso decadencial, opera-se a extinção da punibilidade, que é declarada.”
Outro ponto relevante é se existiu de fato uma confissão, dadas as circunstâncias que Renil alega ter sido vítima de agressão e tortura, desse modo, alegando autoria do presente caso. Sobre esse ponto temos a premissa de não existir uma prova verdadeira de uma confissão, apenas uma assinatura em um documento em que não lhe foi permitido ler.
A desclassificação possui embasamento não somente na jurisprudência, mas também na doutrina. Dos vários juristas renomados, apresento a teoria da desclassificação de Nucci (2008, p.227):
“Pela sistemática adotada na elaboração dos quesitos, temos o seguinte: a) tratando-se de desclassificação própria (alterar de homicídio para lesão corporal), continua não havendo necessidade de indagação específica. Basta que a defesa solicite aos jurados que neguem o segundo quesito, dizendo respeito ao nexo causal do homicídio ou da tentativa de homicídio.”
A análise da desclassificação ocorre na hora dos quesitos, onde ambas as partes podem se manifestar com relação a quais devem ser inclusas e quais devem ser excluídas.
3) Estabeleça as principais diferenças entre os crimes de tentativa de homicídio e lesão corporal.
R: Dos crimes contra a pessoa, esse é o título onde encontramos ambos os crimes no código penal. São crimes de suma importância e que causam amplos efeitos na sociedade.
Crimes que apresentam grande distinção, mas podem ser facilmente confundidos na hora de denúnciar. Primeiramente o crime de homicidio tem como objeto juridico (no caso o interesse protegido pela norma penal) a vida humana, e na lesão corporal é a integridade fisica da pessoa.
O objeto juridico define o elemento objetivo do tipo colocando na lesão corporal o verbo “ofender”, que seria lesionar tanto o corpo como a mente, ambito interno e externo da vítima. No homicidio ou mesmo na tentativa do homicidio a intenção é a mesma, é o verbo “matar”, não é apenas lesionar a pessoa e sim eliminar a vida.
Como supra mensionado, ambos os crimes podem ser analisados equivocamente mesmo tendo já de começo uma diferença considerável. Isso porque a intenção da pessoa de matar ou de apenas ferir, é algo que não se tem somente no olhar o agente, existe toda uma pesquisa a ser feito sobre o que o agente queria, qual era seu comportamente antes do crime. E mesmo ao analisar diversos fatores pré e pos crime, podemos errar a intenção do agente, podendo ser o elemento subjetivo o “animus necandi” – intenção de matar, ou “animus laedendi” – intençãode ferir.
O animus do réu é o fator mais relevante para definir o crime que teve, o interno, o consciente dele queria eliminar ou ferir? 
É tão importante saber isso, pois ele vai definir todo o resto do processo, no caso se seria tentativa de homicidio ou lesão corporal, e se ocorrer morte pode ser homicidio ou lesão corporal seguido de morte. Tudos esses crimes supra citados tem caracteristicas diferentes e penas diferentes, por isso a ampla importância de definir a real intenção do agente.
A doutrina majoritaria defende a desclassificação quando for infração de menor potencial ofendido, o ensinamento de Ada Pellegrini Grinover, Antonio Magalhães Gomes Filho e demais doutrinadores é de:
"Nos processos de Júri pode haver desclassificação para infração de menor potencial ofensivo. É o que sucede, por exemplo, na desclassificação de tentativa de homicídio para lesão leve ou vias de fato. Surge com a desclassificação problema de competência. Pelo sistema do Código de Processo Penal, em face da desclassificação cabe ao juiz presidente do Tribunal do Júri proferir sentença (art. 492, § 2º). Mas, quando a desclassificação for para infração de menor potencial ofensivo, outra deve ser a solução, pois a competência passa a ser do Juizado Especial Criminal. Transitada em julgado a decisão desclassificatória, os autos serão remetidos ao Juizado competente, onde será designada a audiência prevista nos arts. 70-76 da lei."
E para o mesmo entendimento temos uma jurisprudência do STJ – Habeas Corpus n.° 30.534 – DF (2003/0167219-1):
“HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. CONSELHO DE SENTENÇA. DESCLASSIFICAÇÃO DA TENTATIVA DE HOMICÍDIO PARA LESÃO CORPORAL LEVE. COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. ORDEM CONCEDIDA. 1. Em face do art. 60 da Lei nº 9.099/95, de natureza material e com base constitucional, é competente para julgar delito decorrente da desclassificação pelo Conselho de Sentença — no caso lesão corporal leve — o Juizado Especial Criminal. Precedentes do STJ. 2. Ordem concedida para, anulado acórdão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, determinar a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal competente.”
Como dito, o animus do agente poderá definir qual será o seu julgamento, e para comprovar sua importância cito um acórdão, no Tribunal de Justiça do Paraná TJ-PR: 8439670 PR 843967-0:
“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº 843.967-0, DA COMARCA DE GRANDES RIOS JUÍZO ÚNICO RECORRENTE: VANILDO BATISTA DE ANDRADE. RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ RELATOR: JUIZ MARCOS S. GALLIANO DAROS RECURSO EM SENTIDO ESTRITO PRONÚNCIA TENTATIVA DE HOMÍCIDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO (ARTIGO 121, § 2º, INCISOS I E IV, DO CÓDIGO PENAL) INDÍCIOS DE AUTORIA E DE MATERIALIDADE IDÔNEOS (ARTIGO 413 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL) DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO CORPORAL IMPOSSIBILIDADE INEXISTÊNCIA DE PROVAS QUANTO À AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ("ANIMUS NECANDI") APRECIAÇÃO PELO TRIBUNAL DO JÚRI PEDIDO DE EXCLUSÃO DAS QUALIFICADORAS ("MOTIVO TORPE" E "RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DO OFENDIDO") IMPOSSIBILIDADE PRESENÇA DE ELEMENTOS INDICIÁRIOS COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI RECURSO DESPROVIDO. 1. Nos termos do artigo 413 do Código de Processo Penal, provada a existência do crime e havendo indícios de que o acusado seja o autor, deverá o juiz, motivadamente, pronunciá-lo. 2. A decisão de pronúncia apenas encerra uma fase do procedimento dos crimes dolosos contra a vida, com foco na materialidade e nos indícios suficientes de autoria.
(TJ-PR 8439670 PR 843967-0 (Acórdão), Relator: Marcos S. Galliano Daros, Data de Julgamento: 21/06/2012, 1ª Câmara Criminal).”
Enfatizando a importância da definição do animus, apresento um agravo de instrumento, Supremo Tribunal de Justiça – STJ – AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO n.° 1.379.598 – MG (2011/0021786-4):
“PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. RECURSO DE APELAÇÃO. TRIBUNAL DO JÚRI. DEVOLUTIVIDADE RESTRITA. SÚMULA 713/STF. QUESITO SOBRE A DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO CORPORAL. ACOLHIMENTO INICIAL PELOS JURADOS DA TESE DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO. ANIMUS NECANDI. CRIME QUE NÃO SE CONSUMOU POR CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS A VONTADE DO AGENTE. DESNECESSIDADE DA QUESITAÇÃO ACERCA DA DESCLASSIFICAÇÃO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Nos termos da Súmula 713 do STF o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição. 2. Eventuais irregularidades na quesitação devem ser suscitadas no momento oportuno e registradas na ata da sessão de julgamento do Tribunal do Júri, sob pena de preclusão. 3. Havendo os jurados acolhido, em quesito anterior, a tese de que o acusado cometeu o delito de homicídio,que não se consumou por circunstâncias alheias a sua vontade, e a presença do animus necandi, desnecessário quesito específico sobre a pretensão desclassificatória para o crime de lesões corporais, por logicamente incompatível com a resposta anterior. Precedentes. 4. Agravo Regimental desprovido.”
O animus do agente é a diferença mais importante entre esses dois crimes, sem a definição do mesmo, pode acarretar vários problemas no processo e prolongamento do mesmo.
REFERENCIAS:
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=desclassifica%C3%A7%C3%A3o+tentativa+homicidio+para+les%C3%A3o+corporal+provido
https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/534615597/andamento-do-processo-n-0029914-3020158160013-apelacao-crime-10-01-2018-do-tjpr?ref=topic_feed
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638135/artigo-14-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625629/artigo-121-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://tj-mt.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/365586780/recurso-em-sentido-estrito-rse-93600220138110040-121986-2014
https://tj-ma.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/184258553/recurso-em-sentido-estrito-rse-579282014-ma-0050696-6720128100001
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/TJ-MA/attachments/TJ-MA_RSE_0579282014_553b6.pdf?Signature=ooov81dBHM%2FcvuBomMXNI%2FHeqVg%3D&Expires=1522621082&AWSAccessKeyId=AKIAIPM2XEMZACAXCMBA&response-content-type=application/pdf&x-amz-meta-md5-hash=36f749b08a5927f01fcfe85ba8142247
https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/9254299/apelacao-crime-acr-695159558-rs-tjrs
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STF/IT/RE_70531_PR-_11.03.1971.pdf?Signature=u3qHFn%2BpbyXSpp4lu7FH4vb4mDY%3D&Expires=1522621825&AWSAccessKeyId=AKIAIPM2XEMZACAXCMBA&response-content-type=application/pdf&x-amz-meta-md5-hash=bd09fe94ed94b8826a4d22ff46c5385d
https://tj-pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4015497/recurso-em-sentido-estrito-recsenses-350910
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. São Paulo: Revista dos Tribunais, ano: 2008.
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. Rio de Janeiro: Forense, 6° edição, 2015.
DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 4° edição, 2012.
MIRANETE, Júlio Fabbrini; FABBRINI, Renato N. MANUAL DE DIREITO PENAL. São Paulo: Atlas, 27° edição, 2013.
https://canalcienciascriminais.com.br/saiba-a-diferenca-entre-o-homicidio-e-a-lesao-corporal-seguida-de-morte/
https://www.mundoadvogados.com.br/artigos/diferencas-entre-lesao-corporal-e-tentativa-de-homicidio
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Tentativa+de+homicidio+e+lesao+corporal
https://luanmesan.jusbrasil.com.br/artigos/417314223/a-tentativa-de-homicidio-segundo-cp
https://lc1m.jusbrasil.com.br/artigos/247476487/lesao-corporal-conceito-fundamentos-e-modalidades
GRINOVER, Ada Pellegrini, GOMES FILHO, Antonio Magalhães. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS, Comentários à Lei n.° 9.099, de 26/09/95, 4° edição revista, ampliada e atualizada de acordo com a Lei n.° 10.259/2001.
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/209740/habeas-corpus-hc-30534-df-2003-0167219-1/inteiro-teor-100184986?ref=juris-tabs#

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