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Vitaminas e Minerais

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Vitaminas e Minerais
 - Vitaminas e minerais figuram como base de manutenção e desenvolvimento de uma estrutura animal, seja ela qual for, isso ocasiona em uma comum oferta destas substâncias visando que haja um melhor desenvolvimento do mesmo. Estas substâncias quando estão inseridas dentro dos alimentos, são chamadas de nutrientes, se forem colocadas intencionalmente em uma formulação de ração, são chamados de aditivos alimentares, ou seja, ingredientes. Nesta segunda situação, ocorre uma suplementação no alimento, que é suprir a falta de vitaminas e/ou minerais que a ração possui. 
- O estabelecimento de um balanceamento dietético deve-se levar em consideração cargas calóricas (carga energética) que o animal necessita, mas também identificar quanto de cada nutriente que o mesmo precisa. 
- Vitaminas e minerais estão presentes como nutrientes nos alimentos, em quantidades mínimas, porém apresentam funções 100% essenciais ao metabolismo animal. Em grandes ou baixas dosagens destas substâncias, ou seja, em déficit ou acumulo dos mesmos, ocorrem as chamadas manifestações clínicas. É mais comum haver uma sobrecarga de vitaminas e minerais aos animais por meio de suplementação destes elementos nos alimentos, como por exemplo a ração, que são utilizados como ingredientes, onde excedem o que a capacidade metabólica e corpórea necessita. 
- Na Dieta Não Convencional (dieta caseira) ocorre numa não homogeneização quando vitaminas e minerais são acrescentadas à mesma como ingredientes, ou seja, em forma de pó, portanto esta mistura não fica uniforme devido à alta umidade da dieta caseira, cerca de 70%, que por regra só há efeitos científicos comprovados de suplementação se as misturas partem da mesma característica. Portanto, só há suplementação dietética para as rações.
Na Dieta Convencional é mais comum e efetivo haver suplementação de vitaminas e minerais no formato de pó em rações, pois as mesmas possuem baixo teor de umidade, sejam elas fareladas, peletizadas e extrusadas, pois há mistura dos mesmos na própria fábrica, onde a ração e a suplementação partem das mesmas características, são farelos, ficando homogêneas e realizando a suplementação primária. 
- As vitaminas e minerais podem ser ofertadas via alimento na forma farelada, acrescentada na ração do animal ou por via comprimido. 
- Quem opta pela alimentação caseira deve suplementar o animal com vitaminas e minerais na forma de comprimido ou cápsula, pois por via alimentar, que é a mistura do farelo com o alimento, não é possível ser promovida com este tipo de dieta, pois a mesma é muito úmida, impossibilitando/inviabilizando numa mistura homogênea/uniforme com o pó. 
- O que difere a suplementação da ração para a dieta caseira, é que na primeira a mesma já vem atrelada com o alimento, ou seja, já vem inserido no produto, já na segunda dieta a suplementação necessitará de uma prescrição exclusiva, adicional à alimentação. 
- Caso um animal esteja recendo uma dieta convencional, ou seja, não necessitando de suplementação extra pois sua ração já compõe, porém, o mesmo seja incapaz de absorver a quantidade necessária de vitaminas e minerais, será preciso ofertar uma suplementação extra também. 
- As vitaminas e os minerais que são agregados aos alimentos pouco impactam no peso e no custo da ração, sendo respectivamente de 0,1% e 2%. Porém são 100% as interpretações metabólicas sobre as vitaminas e os minerais.
- As Vitaminas, principalmente as lipossolúveis, apresentam fatores limitantes. O teor (porcentagem) das vitaminas nos alimentos deve ser específica e está presente nas rações formuladas, sua industrialização deve ser feita de maneira correta, ou seja, ser armazenada de forma correta, com baixa temperatura, umidade, luminosidade, etc. Estes parâmetros citados culminam em uma grande biodisponibilidade destas vitaminas. Quanto maior a biodisponibilidade para vitaminas e minerais, mais eficiente é o animal frente ao produto que o mesmo passa a receber.
- Existem dois grupos de vitaminas:
- Lipossolúveis: Vitaminas A, D, E e K, sua eliminação é feita por meio das fezes através de uma atividade digestória e demandam mais tempo para serem metabolizadas por serem lipossolúveis, podendo ficar acumulada principalmente no fígado e ocasionar uma intoxicação, caso sejam recebidas e absorvidas de forma errônea. As mesmas são absorvidas no Intestino Delgado, na porção do Jejuno.
- Hidrossolúveis: Complexo B e Vitaminas C, sua eliminação é feita por meio da urina por serem hidrossolúveis através de uma atividade metabólica, causando em uma não acumulação e geração de intoxicação, com isso deve-se ingerir as mesmas todos os dias, caso contrário o animal entra em déficit dessas vitaminas. Estas vitaminas quando ingeridas diariamente exercem função de prevenção á quadros infecciosos. As mesmas são absorvidas no Intestino Delgado, na porção do Duodeno.
- Em resumo as vitaminas lipossolúveis têm efeito constitutivo/construtor, já as hidrossolúveis, principalmente o complexo B, apresentam síntese de energia (Ciclo de Krebs) e cadeia respiratória, exceto B1 e B4 que agem nas sinapses no SNC.
Lipossolúveis	
- Vitamina A: também chamada de Retinol ou Ácido Retinóico, demora um certo tempo para agir e é responsável por favorecer a pigmentação retiniana e melhorar a visão noturna pois dilatam as pupilas, permite elasticidade da pele e alta imunidade, espermatogênese e regulação de ciclo estral, portanto tem uma importante conexão reprodutiva.
Na visão noturna é necessário ter uma dilatação das pupilas muito mais significativa para maior captação de informações, onde a vitamina A gera um estimulo potencializador ao bastonete, que este se quebra e logo gera um impulso nervoso, que via nervo óptico chega ao SNC e como feedback positivo deste processo ocorre a dilatação da pupila. Caso o animal tenha perda de eficiência deste processo, ocasiona em uma velocidade de estimulo e resposta diminuída, podendo gerar a Xeroftalmia ou Cegueira Noturna. 
As diferentes formas de Vitamina A desempenham funções na síntese dos pigmentos retinianos, que são necessários à percepção das cores e a visão na escuridão. 
- Vitamina D: também chamada de Calciferol, demora um certo tempo para agir e é encontrada em produtos de origem animal (D3 – Colecalcoferol) e vegetal (D2 – Ergocalcoferol). Auxilia na homeostase de cálcio e fósforo, que ora é retirado do sistema sanguíneo e disponibilizado na estrutura esquelética (calcitonina) e ora é retirando da estrutura esquelética e disponibilizado no sistema circulatório (paratormônio). Por disponibilizar cálcio à estrutura esquelética, favorece a calcificação óssea. Está vitamina auxilia na formação de esqueleto de um feto, agregar cálcio ao leite materno, casca de ovo, etc. 
Na falta desta vitamina, pode ocorrer uma mineralização ineficaz, podendo gerar uma fratura secundária devido ao enfraquecimento ósseo pelo desiquilíbrio nutricional.
O sol é um potencializador desta vitamina, caso o animal não tenha acesso a essa radiação, a ativação da Vitamina D se dá pela modificação da mesma primariamente no fígado, e em seguida pelos rins, trazendo os mesmos efeitos benéficos. 
- Vitamina E: também chamada de Tocoferol ou Alfa-Tocoferol, possui um efeito antioxidante que atua contra os radicais livres neutralizando-os e mantendo a integridade celular, pois esta vitamina blinda a estrutura celular. Os antioxidantes subsidiam elétrons aos radicais livres, que estas fazem com que os mesmos percam a capacidade de replicação e invariavelmente sejam eliminados. 
Esta vitamina também previne a oxidação dos lipídeos, que estragam os produtos, reduzindo sua qualidade, alteram cor, sabor, aspecto e valores nutricionais, portanto a vitamina E faz com que os alimentos durem um maior tempo por manter cargas lipídicas. 
Ela também previne a infertilidade, que caso ocorra um desiquilíbrio desta vitamina pelo acumulo da mesma, pode gerar falhas de fertilidade e reprodução. 
- Vitamina K: também chamada de Quinonas, Metaquinonasou Metadionas, apresentam diversas denominações pois existem diversas apresentações da mesma, que pode existir vitamina K a partir de atividades de produtos vegetais, a partir de atividades microbianas, pode haver também vitamina K sintética, etc.
A vitamina K é um substância anti-hemorrágica exercendo um papel coagulante, além de ser um cofator enzimático, ou seja, gera uma potencialização para que enzimas atue realizando esta formação de coagulo, a vitamina K catalisa/acelera as reações enzimáticas para evitar o extravasamento excessivo de sangue (hemorragia). 
Esta vitamina também realiza fixação de cálcio nos ossos. 
Hidrossolúveis 
- Tiamina (B1): tem papel direto sobre a biossinalização agindo nas sinapses, que a mesma participa da síntese de acetilcolina, um importante neurotransmissor que transmite impulsos nervosos, portanto também age em prol do funcionamento do sistema nervoso, além de participar de reações bioquímicas, sendo estendida para todas as vitaminas hidrossolúveis e minerais. Caso haja deficiência desta vitamina em um organismo ocorre perda de respostas nervosas, pois não haverá formação de acetilcolina e consequente transmissão de impulsos nervosos. 
- Riboflavina (B2): agem como uma coenzima exercendo ações catalíticas, ou seja, potencializa e acelera as respostas bioquímicas, agem também no funcionamento da mitocôndria, facilitando a síntese de energia (Ciclo de Krebs) e cadeia respiratória. Além de promover a catabolização dos aminoácidos e lipídios principalmente, ou seja, degrada os aminoácidos e lipídeos para obtenção de energia. 
Água, minerais e vitaminas não são fornecedores de energia, porém são nutrientes essenciais que exercem trabalhos bioquímicos funcionais para a síntese de energia, que trabalham sempre em conjunto. 
- Niacina (B3): esta vitamina possui origem no metabolismo do aminoácido chamado Triptofano, que é responsável por auxiliar as coenzimas transportadoras de hidrogênio bastante importante nas reações bioquímicas, além de atuar na síntese da serotonina, substancia de extrema importância ao organismo que regula emoções, sensação de bem-estar, apetite, sono, ciclo circadiano, etc. Esta vitamina pode auxiliar no tratamento de quadros depressivos quando associada ao tratamento padrão da doença. 
- Colina (B4): possui um importante papel no sistema nervoso realizando condução nervosa nas sinapses que libera acetilcolina para permitir a passagem do impulso nervoso, e realiza também uma barreira cutânea com o intuito de evitar desidratação, além de auxiliar na formação da dupla camada fosfolípidica. 
- Ácido Pantotênico (B5): esta vitamina compõe a Vitamina A, participam da descaboxilação oxidativa do piruvato e realiza o funcionamento energético das células, atuando no Ciclo de Krebs. 
- Piridoxina (B6): é uma coenzima de múltiplas funções, atuando no metabolismo dos aminoácidos, proteico, atua na resposta metabólica de glicose, na resposta metabólica de ácidos graxos, trabalha como apoio a síntese de hemoglobina, que é uma transportadora de oxigênio, molécula esta importante na cadeia respiratória e síntese de energia, atua também na produção de carnitina, que está molécula é classificada como a Vitamina B11. 
- Biotina (B7 ou B8): exerce catabolismo, que é a assimilação da resposta de utilização, de glicose, aminoácidos e ácidos graxos, porém sua maior função é a de neutralização de colesterol, que este colesterol é o de baixa densidade, o LDL, esta neutralização é feita pelo máximo aproveitamento do HDL, que é o colesterol de alta densidade. 
- Ácido Fólico (B9): é responsável pela formação de hemoglobina e proteínas estruturais, como queratina, colágeno e elastina. Atua junto a síntese de DNA e embriogênese, sendo bastante indicado para mulheres e fêmeas gestantes.
- Cobalamina (B12): é uma vitamina que possui conexão direta com o elemento Cobalto e atua na produção de glóbulos vermelhos, ou seja, na eritropoiese, prevenindo quadros anêmicos ou auxiliando os mesmos.
- Vitamina C: também chamada de Ácido Ascórbico, possui efeito antioxidante que atua contra os radicais livres neutralizando-os e mantendo a integridade celular, além de atuar como prevenção de doenças infecciosas, ou seja, possui reações anti-infecciosas, porém para esta prevenção ocorrer é necessário a ingestão diária desta vitamina. 
Minerais
- Há duas divisões de minerais: os Minerais Inorgânicos, que são os que a natureza nos oferece, e os Minerais Orgânicos, que são os que a indústria produz. 
- Os minerais inorgânicos podem apresentar efeitos sinérgicos, que é a cooperação entre um ou mais minerais, ou efeitos antagônicos, que é a competição entre um ou mais minerais, que estes são bem mais frequentes nos mesmos. Um exemplo é a competição entre o cálcio e o zinco, que quando o primeiro perde ocorre falhas na mineralização.
- Os minerais organismos não apresentam uma grande escala percentual de efeitos antagônicos, os mesmos apresentam domínio em efeitos sinérgicos, portanto a perda destes minerais é mínima, sendo mais eficiente e funcional para um organismo.
- Material mineral não é somente um exemplo mineral, mas sim um complexo mineral. 
Classificação dos minerais 
- Macrominerais: Cálcio (Ca), Fosforo (P), Sódio (NA), Potássio (K), Cloro (Cl), Manganês (Mg) e Enxofre (S), onde o uso de rotina são todos esses, exceto o enxofre. 
- Microminerais: Ferro (Fe), Zinco (Zn), Magnésio (Mn), Cobre (Cu), Iodo (I), Cromo (Cr), Flúor (F), Molibdênio (Mo), Cádmio (Cd), Bromo (Br), Silício (Si), Estanho (Sn) e Vanádio (V). 
- Elementos traços: Arsênio (As), Cobalto (Co), Lítio (Li), Niquel (Ni) e Selênio (Se).
- Estes são os 25 elementos minerais de maior importâncias, onde estas classificações se dá devido a extração de minério, do que mais facilmente é encontrado para o que dificilmente é encontrado, sendo os macrominerais comumente encontrados e os elementos traços raramente encontrados. Onde alguns são utilizados na nutrição e outros não. Cerca de 5% do corpo animal é composto por minerais. 
- Cálcio: age como estrutura de formação dos ossos, auxiliando no crescimento, além ser um importante íon na transmissão de impulsos nervosos. Caso haja deficiência desse elemento no organismo pode comprometer toda estrutura esquelética, por não mais haver cálcio no sangue para a deposição nos ossos e também pela retirada deste elemento dos mesmos para atender a calcemia, além de comprometer toda estrutura fisiológica e metabólica do animal. Caso haja acumulo deste íon pode correr sedimentação do mesmo em locais inapropriados e formação de calcificação, podendo trazer diversos danos ao organismo.
- Fósforo: age como estrutura de formação dos ossos, constitui a membrana celular por formar a dupla camada fosfolipídica das células e também age na produção de energia a nível celular. 
- Potássio: exerce um equilíbrio celular por meio de trocas através da Bomba de Sódio e Potássio e age também no metabolismo energético, ou seja, na produção de energia a nível celular. 
- Sódio: exerce um equilíbrio celular por meio de trocas através da Bomba de Sódio e Potássio, participa da homeostase hídrica regulando a sede e a diurese, além de também agir no metabolismo energético, ou seja, na produção de energia a nível celular. 
- Magnésio: age como estrutura de formação dos ossos, no metabolismo energético, ou seja, na produção de energia a nível celular, além de agir auxiliando no impulso nervoso e consequentemente no funcionamento do sistema nervoso. 
- Ferro: este íon está atrelado a estrutura da hemoglobina e da mioglobina, que respectivamente dá aporte de oxigênio para os órgãos e para as fibras musculares, portanto exerce uma prevenção ou tratamento de quadros anêmicos, além de promover também a respiração celular. 
 - Zinco: está diretamente ligado a qualidade da pele e do pelo do animal, auxilia em funções reprodutivas e também no funcionamento celular. 
- Manganês: auxiliana funcionalidade da mitocôndria, que é nesta organela que ocorre reações bioquímicas com o intuito de geração de energia, além de dar qualidade aos ossos e cartilagens, que de uma certa forma participa da estruturação, preservação e manutenção óssea e cartilaginosa, permitindo seu funcionamento correto.
- Cobre: é responsável pela coloração de pelagem, participa da síntese da hemoglobina, importante molécula no carreamento de oxigênio, portanto previne e trata quadros de anemia, e também realiza oxidações celulares. 
- Iodo: este íon participa da síntese dos hormônios tiroidianos, que são absorvidos pelo tubo digestório, migram para a glândula tiroide e participa da produção dos hormônios T3 e T4, que logo estes são liberados na corrente sanguínea para agirem. 
 - Selênio: possui um efeito antioxidante que atua contra os radicais livres neutralizando-os e mantendo a integridade celular, pois este íon blinda a estrutura celular, realizando prevenção e tratamento de doenças causados por radicais livres. Portanto atua fortemente em conjunto com as ações da Vitamina C e Vitamina E. 
- Os minerais orgânicos comercialmente são chamados de minerais quelatados, que são estes que quase não possuem efeitos antagônicos. 
- Os minerais inorgânicos possuem baixa capacidade de utilização, que por terem mais efeitos antagônicos em comparação com os efeitos sinérgicos, ocorre uma grande perda de minerais por meio das fezes, poluindo mais o ambiente, além de haver uma grande competição entre os minerais, portanto sua penetração (permeabilidade) no enterócitos é baixa, exercendo também baixo efeito estatístico, ou seja, baixa mineralização. Já os minerais orgânicos por serem quelatados (que é o íon metálico acoplado com três diferentes aminoácidos), não apresentam alto efeito antagônico e, portanto, possuem uma rápida e mais efetiva absorção, onde uma pequena quantidade destes são perdidos nas fezes, gerando um efeito estatístico altíssimo, ou seja, alta mineralização. 
- O intuito da suplementação vitamínica ou mineral é subsidiar frações nutricionais que se encontram deficitárias, onde é feito planos nutricionais específicos para determinado tempo, pois não se suplementa um animal por toda sua vida, exceto aqueles que são incapazes de retirar elementos nutricionais dos alimentos que recebem.

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