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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC CENTRO DE TECNOLOGIA - CT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE LABORATÓRIO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS I Relatório da Prática 01 CARACTERÍSTICA DO GERADOR DE CORRENTE CONTÍNUA EM VAZIO Fortaleza (15/03/2018) 2 SUMÁRIO 1. OBJETIVOS _______________________________________________ 3 2. MATERIAL UTILIZADO _____________________________________ 3 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ____________________________ 4 4. QUESTIONÁRIO ___________________________________________ 7 5. CONCLUSÃO ______________________________________________ 9 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________ 9 3 1. OBJETIVOS Levantar a característica do gerador de corrente continua. Observar os efeitos da saturação. Observar os efeitos do magnetismo residual. 2. MATERIAL UTILIZADO 1 Gerador de Corrente Contínua; 1 Motor de Indução Trifásica (MIT); Reostatos de 4400 Ohms; 1 Voltímetro Analógico CC (0 – 500 V); 1 Amperímetro Analógico CC (0 – 2 A). 4 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para se obter as características do gerador de corrente contínua (CC) funcionando a vazio foi realizado o experimento de acordo com o esquemático mostrado na figura 1. Figura 1 – Esquemático utilizado para ensaio do gerador CC em vazio. Fonte: Disciplina de Máquinas I - Guia de práticas de laboratório. Daher, 2018. Foi realizado o teste dos diodos que compõem o retificador trifásico disponível na bancada. Com o auxilio de um multímetro, colocou-se a ponteira de teste negativa no borne de saída positiva do retificador e com a ponteira positiva verificou-se os três bornes de entrada, analisando se existia continuidade de corrente. Após esse teste, foi possível concluir que os três diodos superiores funcionam da maneira correta. Para testar os diodos inferiores, colocou-se a ponteira de teste positiva no borne de saída negativo do retificador e com a ponteira de teste negativa averiguou-se os bornes de entrada, verificando o funcionamento correto deles. Foram identificados os terminais do gerador CC. Os terminais do enrolamento de campo série e do enrolamento de campo paralelo do gerador CC utilizado estão disponíveis através de dois pares de bornes conforme representado na Figura 2. 5 Figura 2 – Representação dos bornes do gerador CC. Fonte: O próprio autor. O enrolamento de campo paralelo possui uma resistência maior do que os enrolamentos de campo série e de armadura, pois é feito de mais espiras. Usando um multímetro na função ohmímetro, foi verificada a resistência entre os terminais de cada par. Na tabela 1, estão os resultados obtidos. Tabela 1 – Identificação dos bornes do gerador CC BORNES RESISTÊNCIA ENROLAMENTO Azul 365 Ω Campo paralelo Preto 6,5 Ω Campo série Vermelho 25 Ω Armadura Fonte: O próprio autor Pelos resultados da tabela 1, verificou-se que os pares de bornes azul e preto correspondem, respectivamente, aos terminais dos enrolamentos de campo paralelo e campo série. Os bornes vermelhos correspondem ao enrolamento de armadura. Em seguida foi acionado o gerador CC no modo de excitação independente, no qual foi necessário o uso de uma fonte externa para alimentar o enrolamento de campo. Essa fonte por ser outro gerador CC, um retificador ou até mesmo uma bateria. O ensaio do gerador CC à vazio foi realizado com a velocidade de rotação de 1797 rpm, essa velocidade foi medida com o auxilio de um tacômetro colocado na ponta do eixo. Em seguida, iniciando com corrente de campo nula foram levantados dados do ensaio onde: Va1 é a tensão de armadura verificada com o aumento da corrente de campo; 6 Va2 é a tensão de armadura verificada à medida que a corrente de campo se reduz. Os dados obtidos estão expostos na tabela 2. Tabela 2 – Corrente de campo e tensão de armadura medidos experimentalmente If (mA) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Vsub(V) 12,91 37,32 66,9 109,3 139,7 172,7 201,8 226,5 240,3 261,5 270 Vdes(V) 12,66 45,1 85,2 127,0 155,4 183,3 211,3 228,8 246,1 260,5 270 Fonte: O próprio autor Durante o ensaio não foi ultrapassado os 270 V como indicado no manual da prática. Inverteu-se a alimentação dos terminais do enrolamento de campo e as medidas foram refeitas como mostra a tabela 3. Tabela 3 – Corrente de campo e tensão de armadura medidos com polaridade dos enrolamentos invertida If (mA) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Vsub(V) 12,47 20,72 61,94 101,5 139,7 175,2 198,5 223,5 244,5 259,7 270 Vdes(V) 12,16 50,68 89,5 126,3 158,8 182,9 206,9 230,6 246,5 262,6 270 Fonte: O próprio autor Durante toda a medição foi utilizado um voltímetro digital para se obter maior precisão nas medidas. 7 4. QUESTIONÁRIO 1. A partir dos dados obtidos, traçar as curvas características obtidas, incluindo seus comentários. Utilizando o Excel foram implementados os dados das tabelas 2 e 3 a fim de obter a curva característica do gerador CC a vazio para cada caso. Figura 3 – Curva característica do Gerador CC em vazio. Fonte: o próprio autor. Figura 4 – Curva característica do Gerador CC com polaridade dos enrolamentos de campo invertida Fonte: o próprio autor. 0 50 100 150 200 250 300 0 100 200 300 400 500 E a - T en sã o n o s te rm in ai s d e A rm ad u ra [V ] If - Corrente no enrolamento de Campo [mA] Curva característica do Gerador CC em vazio Va1 Va2 -50 0 50 100 150 200 250 300 0 100 200 300 400 500 E a - T en sã o n o s te rm in ai s d e A rm ad u ra [V ] If - Corrente no enrolamento de Campo [mA] Curva Característica do Gerador CC em vazio Va1 Va2 8 Analisando os gráficos das figuras 3 e 4 foi possível notar o fenômeno de histerese, já que a curva acima demonstra uma maior tensão de campo para uma mesma corrente devido ao prévio alinhamento dos domínios magnéticos, contudo ao final do ciclo fica explicito a incapacidade do circuito magnético da maquina de manter o magnetismo remanescente possivelmente devido ao desgaste. 2. Tendo como referência as curvas obtidas, comente sobre os seguintes assuntos: histerese, magnetismo residual e saturação magnética. Histerese se deve pela dificuldade que materiais eletromagnéticos apresentam ao realinhamento dos domínios magnéticos oque resulta numa necessidade de maior energia pra retornar os mesmos para o estado anterior e isso pode ser notado nos gráficos anteriores que quando a corrente de campo começa a ser reduzida a tensão nos terminais da armadura assume valores maiores do que quando a corrente de campo estava crescendo. O magnetismo residual ocorre quando um material ferromagnético é submetido gradativamente a um campo magnético e seus domínios magnéticos começam a se alinhar com o campo externo, ao desligar o campo externo os domínios magnéticos do material tendem a retornar a sua posição natural, porém alguns permanecem alinhados com o campo magnético externo a esse efeito dá-se o nome de magnetismo residual. Pelos gráficos do item anterior podemos notar que quando o valorde corrente de campo é reduzido à zero ainda existe uma tensão nos terminais da armadura, isso se deve ao magnetismo residual da máquina. A saturação se deve pela característica magnética dos materiais ferromagnéticos de possuírem uma quantidade limitada de domínios magnéticos e nota-se pelo experimento que a partir de certo ponto mesmo aumentando bastante a corrente de campo a tensão de armadura aumenta muito pouco devido a saturação. 9 5. CONCLUSÃO Ao final desta prática foi possível obter conhecimentos a cerca do funcionamento do motor CC operando como gerador, primeiramente seu funcionamento com a corrente de campo zerada e logo então com a variação do mesmo por meio de um reostato. Monitorando a corrente de campo e a tensão de armadura foi possível traçar experimentalmente o gráfico de histerese e por fim obtemos conhecimentos a cerca da variação do sentido de rotação do gerador podendo essa ser variada pela alteração no sentido da corrente de campo. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY JR, C.; KUSKO, A. Máquinas Elétricas, Mc Graw Hill do Brasil, 1975.