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PARTE 1 INTRODUÇÃO Neste trecho de um discurso, o ex-presidente do Federal Reservede DaI/as argumenta sobre o estudo de economia. Uma ciência sinistra?' Duvido! PorRobert D.MeTeer,k. Minha opinião sobre o estudo de econo- mia é que ele se torna cada vez mais valioso à medida que subimos na carreira profissional. Não consigo imaginar melhor curso para presidentes de empresas, con- gressistas ou presidentes... Você adquire uma forma de pensar disciplinada e siste- mática que lhe serámuito útil. No entanto os que enfrentam os desafios econômicos se surpreendem ao descobrir como uma economia funciona melhor com menos pessoasno comando. Quem faz o planeja- mento? Quem toma as decisões? Quem decide o que produzir? Na minha opinião, a mão invisível de Adam Smith é a coisa mais importante que se aprende ao estu- dar economia. Entendemos de que modo cada um de nós pode trabalhar em interes- se próprio e ainda produzir um resultado social desejável. Entendemos como o mer- cado coordena atividades aparentemen- te sem coordenação para aumentar a riqueza das nações. Entendemos a mágica dos mercados e os perigos de mexer muito com eles. Entendemos melhor o que aprendemos no jardim de infância: que não se deve matar ou machucar a galinha dos ovos de ouro. [.] NOTíCIAS POR QUE ESTUDAR ECONOMIA A economia ajuda a entender as fa- lácias e as consequências imprevistas. Na verdade, estou inclinado a definir econo- mia como o estudo da forma de antecipar consequências imprevistas [...) Poucos registros na literatura parecem mais relevantes para os debates da eco- nomia contemporânea que aquilo que geralmente se chama de falácia da janela quebrada. Sempre que um programa go- vernamental é justificado, não por seus méritos, mas pelos empregos que poderá criar, lembrem-se da janela quebrada: alguns adolescentes, que sempre gostam de aprontar alguma brincadeira,jogam um tijolo na janela da padaria. Logo há um amontoado de gente lamentando: "Que malvadezal' Entretanto, alguém mostra o lado positivo da situação: o dono da pada- ria precisa gastar para consertar a janela. Issoaumentará a renda do vidraceiro, que gastará essa renda extra, que aumentará a renda de outra pessoa,e assim por diante. Vocês sabem. Essa cadeia de gastos se multiplicará e irágerar mais renda e empre- gos. Se a janela for bem grande, poderá gerar rápido crescimento econômico. Muitos eleitores caem nessa falácia, não os bons economistas. Elesdirão: "Es- pere um poucol' Seo dono da padaria não tivesse gasto seu dinheiro no conserto da janela, ele teria gasto no terno novo para o qual estava economizando. Então, o alfaia- te teria mais dinheiro para gastar, e assim por diante. A janela quebrada não criou novos gastos,apenas os desviou para outro lado. A janela quebrada não criou novas atividades, apenas atividades diferentes. As pessoas enxergam aquilo que acontece, não aquilo que poderia ter acontecido. A falácia da janela quebrada se perpe- tua de muitas formas. Sempre que a cria- ção ou retenção de empregos é o objetivo principal, chamo-a de falácia de contagem de empregos. Os bons economistas enten- dem a realidade não intuitiva de que o progresso verdadeiro resulta da eliminação de empregos. Antigamente, era preciso que 90%da população de nosso paísculti- vasse alimentos. Agora bastam 3%. Des- culpem, mas será que estamos em pior situação por causa das perdas de emprego na agricultura? Os pretensos agricultores e fazendeiros são agora professores universi- tários e especialistas de informática. Então, em vez de contar empregos, deveríamos fazer que cada emprego vales- se a pena. Ocasionalmente teremos um ponto vulnerável, quando houver uma des- proporção entre oferta e demanda no mercado de trabalho. Mas isso é temporá- rio. Não se torne um ludita,2 que destrói máquinas, ou um protecionista, que tenta cultivar bananas na cidade de Nova York. Fonte: TheWallStreetJournal,4 jun. 2003. 1 No original dismalscience- expressão pejorativa também usada para economia, criada pelo historiador Thomas Carlyle. (NT) 2 Indivíduo que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias. (NT) CAPíTULO 1 DEZ PRINCípIOS DE ECONOMIA 15 • O aumento da demanda pode, com o tempo, levar as empresas a aumentem os preços, porém, nesse ínterim, esse aumento também incentiva as empresas a contratar mais mão de obra e a aumentar a quantidade de bens e serviços produzidos. • Maior contratação significamenos desemprego. Essa linha de pensamento leva a um amplo tradeof{final na economia: um tradeof{ de curto prazo entre inflação e desemprego. Embora alguns economistas ainda questionem essas ideias, a maioria aceita que a sociedade enfrenta um tradeof{ de curto prazo entre inflação e desemprego. Isso significa que, em um período de um ou dois anos, muitas políticas econômicas empurram a inflação e o desemprego em direções opostas. Os formu- ladores de políticas enfrentam esse traâeoff sem considerar se tanto a inflação quanto o desemprego se apresentam em níveis elevados (como ocorreu no início da década de 1980), em níveis baixos (como na década de 1990) ou em níveis intermediários. Esse tradeof{ de curto prazo é de grande importância para a SAIBA MAIS SOBRE... COMO LER ESTE LIVRO A economia é divertida, mas também pode ser difícil de apren- der. Meu objetivo ao escrever este texto é torná-Io o mais agradá- vel e fácil possível. Mas você, estudante, também tem um papel a cumprir. A experiência prova que, se você realmente se envolver ao estudar por este livro, obterá melhores resultados tanto nos exames quanto nos anos que se seguirem. Aqui vão algumas dicas sobre como ler melhor este livro: 1. Leiaantes da aula. O aluno se sai melhor quando lê o respec- tivo capítulo antes de assistir à aula. Você entenderá mais facilmente a aula, e suas perguntas vão se concentrar real- mente nos aspectos de que precisa de ajuda. 2. Resuma,não marque. Passar um marca-texto amarelo sobre estas páginas é uma atividade passiva demais para manter sua mente concentrada. Em vez disso, quando chegar ao fim de uma seção, resuma com suas próprias palavras o que aca- bou de aprende; Ao terminar o capítulo, compare seu resu- mo com o que consta do final do capítulo. Será que você entendeu os pontos principais? 3. Testea si mesmo. No decorrer do livro, os Testes Rápidos pro- porcionam um feedback instantâneo para revelar se você aprendeu o que deveria. Aproveite essa oportunidade para escrever suas respostas e conferi-Ias com as que são apresen- tadas no site do livro. Os testes servem para avaliar sua com- preensão básica. Se sua resposta não estiver correta, você provavelmente precisará rever a seção. 4. Pratique, pratique e pratique. No final de cada capítulo, há Questões para Revisão, que testam seu entendimento, e Problemas e Aplicações, para você aplicar e ampliar o mate- rial. Seu professor talvez peça que você faça alguns desses exercícios em casa. Neste caso, faça-os; se ele não pedir, faça-os do mesmo jeito. Quanto mais você usar seus novos conhecimentos, mais sólidos eles se tornarão. 5. Estudeem grupo. Depois de ler o livro e resolver os problemas sozinho, reúna-se com seus colegas para discutir o material. Vocês aprenderão uns com os outros - um exemplo dos ganhos do comércio. 6. Ensinealguém. Como todo professor sabe, a melhor maneira de aprender é ensinar. Aproveite a oportunidade para ensinar alguns conceitos a alguém, como um colega, amigo, pai ou mãe, ou mesmo ao cachorro! 7. Não ignore os exemplos do mundo real. Em meio a todos os números, gráficos e vocabulário novo, é fácil perder o foco sobre o que realmente é economia. As seções Estudo de Caso e Notícias, que aparecem em todos os capítulos, ajudarão a manter esse foco, pois mostram como a teoria está ligada a eventos que acontecem a todos nós. 8. Aplique o raciocínio econômico à vida diária. Depois de aprendercomo a economia é aplicada ao mundo real,tente fazê-Ia!Você pode empregar a análise econômica para entender melhor suas próprias decisões, a economia à sua volta, e os eventos que lê nos jornais. Você verá o mundo de outra forma. 1 PARTE 1 INTRODUÇÃO análise do ciclo de negócios - as flutuações irregulares e imprevisíveis na ativi- dade econômica, medidas pela produção de bens e serviços ou pelo número de pessoas empregadas. Os formuladores de políticas podem explorar o tradeaff de curto prazo entre inflação e desemprego usando diversos instrumentos de política econômica. Mudando o montante de gastos do governo, o montante arrecadado de impostos e o montante de emissões de moeda, os formuladores de políticas podem influen- ciar a demanda global por bens e serviços.As mudanças na demanda, por sua vez, influenciam a combinação de inflação e desemprego que a economia apresenta no curto prazo. Uma vez que esses instrumentos de política econômica são potencialmente tão poderosos, a maneira como os formuladores de políticas devem utilizá-los para controlar a economia e mesmo se devem ou não utilizá-Ios é objeto de constante debate. 6 - ~ e neqódos ações da atividade econômica, medidas pelo número de pessoas empregadas ou pela produção de bens e serviços Teste Rápido Liste e descreva resumidamente os três princípios que descrevem como a economia como um todo funciona. CONCLUSÃO Agora você já teve uma amostra do que trata a economia. Nos capítulos posteriores, desenvolveremos muitos assuntos específicos sobre as pessoas, os mercados e as economias. Dorniná-los exigirá algum esforço, mas não será uma tarefa árdua. O campo da economia se baseia em algumas grandes ideias que podem ser apli- cadas em muitas situações diferentes. No decorrer do livro, faremos referência aos Dez Principias de Economia que destacamos neste capítulo e resumimos na Tabela 1. Mantenha estes princípios em mente, pois até a mais sofisticada das análises econô- micas se fundamenta nos dez princípios aqui apresentados. TABELA 1 Dez Princípios de Economia Como as PessoasTomam Decisões 1: As pessoasenfrentam tradeoffs 2: O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-Ia 3: As pessoasracionais pensam na margem 4: As pessoasreagem a incentivos Como as PessoasInteragem 5: O comércio pode ser bom para todos 6: Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica 7: Às vezesos governos podem melhorar os resultados dos mercados Como a Economia Funciona 8: O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços 9: Os preços sobem quando o governo emite moeda demais 10: A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre infiação e desemprego PARTE' INTRODUçAo - e está tentando decidir se tira férias ou não. A maioria dos custos (passagem aérea, hotel, rendimentos que deixam de ser ganhos) se mede em dólares, mas os benefícios são psico- lógicos. Como se podem comparar os benefícios com os custos? 3. Você pretendia passar o sábado trabalhando, mas um amigo o convida para jogar futebol. Qual é o verdadeiro custo de ir jogar futebol? Agora suponha que você planeje passar o dia estudando. Nesse caso, qual é o custo de ir jogar futebol? Explique. 4. Vocêganhou $ 100 em um bolão e pode escolher entre gastar o dinheiro agora e guerdá-lo por um ano, depositando numa conta de poupança que paga juros de 5%. Qual é o custo de oportunidade de gastar os $100 agora? 5. A empresa que você administra investiu $ 5 mi- lhões no desenvolvimento de um novo produ- to, mas ele ainda não foi concluído. Em recente reunião, seu pessoal de vendas relatou que a introdução de produtos concorrentes reduziu o volume previsto de vendas de seu novo produto para $ 3 milhões. Se o custo de completar o desenvolvimento e fazer o produto fosse $ 1 milhão, valeria a pena gastar esse dinheiro? Qual o valor máximo que você deveria pagar para concluir o desenvolvimento? 6. Três gerentes da Poção Mágica S.A. estão discu- tindo um possível aumento de produção. Cada um sugere uma maneira de tomar a decisão: HARRy: Devemos verificar se a produtivi- dade de nossa empresa - litros de poção por trabalhador - aumen- taria ou diminuiria. RON: Devemos verificar se nosso custo médio - custo por trabalhador - aumentaria ou diminuiria. HERMIONE:Devemos verificar se a receita adi- cional da venda da poção adicional vai ser maior ou menor do que os custos adicionais. Quem, na sua opinião, está certo? Por quê? 7. O Sistema de Seguro Social proporciona renda a pessoas com mais de 65 anos de idade. Se um beneficiário do Seguro Social decidir tra- balhar para obter alguma renda extra, o valor dos beneficios que recebe do Seguro Social deverá diminuir. a. Como essa decisão do Seguro Social afeta a decisão de poupar das pessoas enquanto ainda não tiverem completado 65 anos? b. Como a redução dos benefícios associada a maiores rendimentos afeta a disposição de as pessoas trabalharem depois dos 65 anos? 8. Ao reformar os programas antipobreza do gover- no norte-americano, um recente projeto de lei limitou, para muitos dos beneficiários dos pro- gramas de assistência social, o período de rece- bimento a dois anos. a. Como isso afeta os incentivos ao trabalho? b. Como isso poderia representar um tradeof! entre igualdade e eficiência? 9. Seu colega de quarto cozinha melhor do que você, mas você é mais rápido na faxina. Se seu colega sempre cozinhasse e você sempre fizesse a limpeza, essas tarefas levariam mais ou menos tempo do que se fossem divididas por igual en- tre vocês? Dê um exemplo semelhante de como a especialização e o comércio podem beneficiar dois países. 10. Suponhamos que os Estados Unidos adotem o planejamento central em sua economia e que você se tome o planejador-chefe. Entre milhões de decisões que precisa tomar para o próximo ano, estão quantos CD produzir, que artistas vão gravar e que consumidores devem receber os discos. Para tomar essas decisões de forma inte- ligente, de que informações sobre a indústria de CD você precisaria? E sobre cada cidadão do país? Você acha que faria um bom trabalho? 11. Explique se cada uma das seguintes atividades do governo é motivada pela preocupação com a igualdade ou por uma preocupação com a eficiên- cia. Quando a preocupação for com a eficiência, discuta o tipo de falha de mercado em questão. a. Regulamentação dos preços de TV a cabo. b. Dar às pessoas pobres tíquetes que podem ser usados para comprar comida. c. Proibir que as pessoas fumem em locais públicos. d. Dividir a Standard Oil (que já possuiu 90% de todas as refinarias de petróleo) em várias pequenas empresas. e. Aumentar alíquotas do imposto de renda das pessoas com renda elevada. f. A aprovação de leis para punir quem dirigir bêbado ou sob efeito de drogas. CAPíTULO 1 DEZ PRINCípIOS DE ECONOMIA 9 12. Discuta cada uma das afirmativas a seguir do ponto de vista da igualdade e da eficiência. a. "É preciso garantir a todos os membros da sociedade o melhor atendimento médico possível." b. "Os trabalhadores que são demitidos deve- riam estar qualificados a receber os benefícios do seguro-desemprego até que encontras- sem trabalho." 13. De que maneira o seu padrão de vida é dife- rente do de seus pais ou avós quando tinham sua idade? O que causou essas mudanças? 14. Suponhamos que os norte-americanos decidam poupar uma parte maior da renda que recebem. Se os bancos emprestarem essa poupança extra para as empresas, que usam esses fundos para construir novas fábricas, como esse aumento de poupança poderia levar a um crescimento rá I- do da produtividade? Quem, na sua opinião, se beneficiará da maior produtividade? A socieda- de está obtendo um"almoço gratuito"? 15. Durante a Guerra da Independência, as colônias americanas não conseguiam obter receita públi- ca suficientepara financiar os esforços de guer- ra; para compensar essa diferença, as colônias decidiram imprimir mais moeda. Às vezes im- primir mais moeda para cobrir despesas chama- -se "imposto inflacionário". Quem paga a conta quando mais moeda é impressa? Por quê? 16. Imagine que você é um formulador de políticas tentando decidir se deve ou não reduzir a taxa de inflação. Para tomar uma decisão inteligente, o que você precisaria saber sobre inflação, de- semprego e tradeoff entre eles? PENSANDO COMO UM ECONOMISTA Cada campo de estudos tem sua própria linguagem e sua própria maneira de pensar. Os matemáticos falam de axiomas, integrais e espaços vetoriais. Os psicólogos falam de ego, id e dissonância cognitiva. Os advoga- dos falam de comarcas, delitos contratuais e embargos promissórios. A economia não é diferente. Oferta, demanda, elasticidade, vantagem comparativa, excedente do con- sumidor, peso morto - esses termos são parte da linguagem dos economistas. Nos próximos capítulos você encontrará muitos termos novos e algumas palavras comuns que os economistas usam de maneira especializada. À primeira vista, essa nova linguagem pode parecer desnecessariamente enigmática. Mas, como você verá, ela tem valor por proporcionar uma maneira nova e útil de pensar sobre o mundo em que vivemos. O principal objetivo deste livro é ajudar você a aprender a maneira de pensar do economista. É claro que, assim como ninguém se torna um matemático, psicólogo ou advogado da noite para o dia, aprender a pensar como um economista leva algum tempo. Mas, com uma combinação de teoria, estudos de caso e exemplos de economia nas notícias, este livro oferece uma excelente oportunidade para o desenvolvimento e para a prática dessa habilidade. Antes de entrarmos na substância e nos detalhes da teoria econômica, será bom ter uma visão geral de como os economistas encaram o mundo. Este capítulo, portanto, discute a metodologia utilizada no campo da economia. O que distingue a maneira como os economistas enfrentam um problema qualquer? O que significa pensar como um economista? o ECONOMISTA COMO CIENTISTA 22 PARTE 1 INTRODUÇÃO Os economistas procuram abordar seu campo de estudo com a objetividade de cientistas. Estudam a econo- mia da mesma forma como um físico estuda a matéria e um biólogo estuda a vida: eles desenvolvem teorias, colhem dados e então analisam esses dados para confirmar ou refutar suas teorias. Para os iniciantes, pode parecer estranho afirmar que a economia é uma ciência. Afinal de contas, os economistas não trabalham com tubos de ensaio nem telescópios. Mas a essência da ciência é o método científico - o desenvolvimento e o teste imparcial de teorias sobre como funciona o mundo. Esse método de investigação aplica-se tanto ao estudo da economia de um país quanto ao estudo da gravidade da Terra ou da evolução das espécies. Como disse Albert Einstein, "A Ciência nada mais é do que o refinamento do pensamento cotidiano". Embora o comentário de Einstein seja verdadeiro tanto para as ciências sociais, como a economia, quanto para as ciências naturais, como a física, a maioria das pessoas não está habituada a enxergar a sociedade com os olhos de um cientista. Assim sendo, vamos abordar algumas das maneiras pelas quais os economistas aplicam a lógica da ciência para examinar como uma economia funciona. o Método Científico: Observação, Teoria e Mais Observação Segundo a lenda, Isaac Newton, o famoso cientista e matemático do século XVII,ficou intrigado um dia ao ver uma maçã cair da árvore. A observação disso o levou a desenvolver uma teoria da gravidade que se apli- ca não só a uma maçã que cai no chão, mas também a qualquer objeto no universo. Testes posteriores da teoria de Newton demonstraram que ela funciona muito bem em diversas circunstâncias (embora, como mais tarde observaria Einstein, não em todas). Por ter sido muito bem-sucedida para explicar observações, a teoria de Newton é até hoje ensinada em cursos de física em todo o mundo. Essa interação entre teoria e observação também ocorre no campo da economia. Um economista poderia viver em um país que passa por rápidos aumentos de preços e ser levado por essa observação a desenvolver uma teoria da inflação. A teoria poderia afirmar que a inflação elevada surge quando o governo emite muita moeda (como você deve se lembrar, esse é um dos Dez Princípios de Economia discutidos no Capítulo 1). Para testar essa teoria, o economista poderia colher e analisar dados sobre preços e moedas em diferentes países. Se o aumento na quantidade de moeda não estivesse relacionado com a taxa de crescimento dos preços, o economista começaria a duvidar da validade de sua teoria da inflação. Se o aumento na quantidade de moeda e a inflação estivessem fortemente correlacionados nos dados internacionais, como de fato ocorre, o econo- mista passaria a confiar mais em sua teoria. Embora os economistas usem a teoria e a observação da mesma maneira que os outros cientistas, eles enfrentam um obstáculo que toma sua tarefa especialmente difícil: experimentos em economia frequente- mente são difíceis e algumas vezes impossíveis. Os físicos que estudam a gravidade podem deixar cair quan- tos objetos quiserem em seus laboratórios para gerar dados para testar suas teorias. Em comparação, os economistas que estudam a inflação não podem manipular a política monetária de um país simplesmente para gerar dados úteis. Os economistas, assim como os astrônomos e biólogos que estudam a evolução, em geral têm de se satisfazer com quaisquer dados que o mundo possa dar a eles. Para encontrar um substituto para os experimentos em laboratório, os economistas prestam muita aten- ção aos experimentos naturais que a História oferece. Por exemplo, quando uma guerra no Oriente Médio interrompe o fluxo de petróleo, os preços dessa mercadoria explodem em todo o mundo. Para os consumi- dores de petróleo e derivados, isso diminui o padrão de vida. Para os formuladores de políticas econômicas, representa uma escolha difícil quanto à melhor forma de reagir. Mas, para os cientistas econômicos, oferece uma oportunidade para estudar os impactos de um recurso natural essencial sobre as economias do mundo, e essa oportunidade persiste por muito tempo depois de terminado o aumento dos preços do petróleo. No decorrer do livro, portanto, trataremos de muitos episódios históricos, os quais são importantes para o estu- CAPíTULO 2 PENSANDO COMO UM ECONO ISTA 23 do porque permitem ver como a economia funcionou no passado e, o que é mais importante, ilustrar e c, ""- liar as teorias econômicas do presente. o Papel das Hipóteses Se você perguntar a uma física quanto tempo levaria para uma bolinha de gude cair do alto de um edifício de dez andares, ela provavelmente responderá a questão supondo que a bolinha cai no vácuo. Naturalmente, essa suposição é falsa. Na verdade, o edifício está cercado de ar, cujo atrito sobre a bolinha em queda reduz sua velocidade. Mas a física esclarecerá, corretamente, que o atrito sobre a bolinha é tão pequeno que seu efeito é insignificante. Admitir que a bolinha cai no vácuo simplifica em muito o problema sem afetar substancialmente a resposta. Os economistas adotam hipóteses pelo mesmo motivo: elas são capazes de simplificar o mundo comple- xo em que vivemos e torná-Io mais fácil de entender. Para estudarmos os efeitos do comércio internacional, por exemplo, podemos supor que o mundo consiste em apenas dois países e que cada um deles produz apenas dois bens. É claro que o mundo real consiste em inúmeros países, cada um dos quais produzindo milhares de diferentes tipos de bens. Mas, adotando a hipótese de dois países e dois bens, podemos concen- trar mais nosso pensárriento na essência do problema. Uma vez que tenhamos entendido o comércio inter- nacional em um mundo imaginário com dois países e dois bens, estaremos em melhores condições de entender o comércio internacionalno mundo mais complexo em que vivemos. A arte do pensamento científico - em física, biologia ou economia - está em decidir quais hipóteses ado- tar. Suponhamos, por exemplo, que deixamos cair do alto do edifício uma bola de praia em vez de uma bolinha de gude. A nossa física consideraria que a hipótese de ausência de atrito não é mais tão adequada: o atrito exerce muito mais força sobre a bola de praia do que sobre a bolinha de gude porque a bola de praia é muito maior. A hipótese de que a gravidade opera no vácuo é razoável para estudar a queda de uma bolinha de gude, mas não de uma bola de praia. Da mesma forma, os economistas usam diferentes hipóteses para responder a diferentes questões. Suponhamos que queiramos estudar o que acontece com a economia quando o governo muda a quanti- dade de dólares em circulação. Uma parte importante dessa análise, como veremos, é a maneira como os preços reagem. Muitos dos preços da economia só mudam raramente; o preço das revistas, por exemplo, leva vários anos para mudar. O conhecimento desse fato pode nos levar a formular diferentes hipóteses ao estudar os efeitos da mudança da política em diferentes horizontes de tempo. Para estudarmos os efeitos de curto prazo da política, podemos supor que os preços mudam pouco. Podemos até formular uma hipó- tese extrema e artificial de que todos os preços são completamente fixos. Para estudar os efeitos de longo prazo da política, entretanto, podemos supor que todos os preços sejam completamente flexíveis. Assim como um físico usa diferentes hipóteses para estudar a queda de bolinhas de gude e de bolas de praia, os economistas usam diferentes hipóteses para estudar os efeitos de curto e longo prazos de uma mudança na quantidade de moeda. Modelos Econômicos Os professores de biologia do ensino médio ensinam anatomia básica com réplicas plásticas do corpo huma- no. Esses modelos apresentam todos os principais órgãos - o coração, o fígado, os rins e assim por diante - e permitem que os professores mostrem para seus alunos, de uma maneira simples, como as principais partes do corpo encaixam-se umas nas outras. Como esses modelos de plástico são estilizados e omitem muitos detalhes, ninguém os confundiria com uma pessoa. Mas, apesar dessa falta de realismo - e, na verdade, por causa dessa falta de realismo -, estudar os modelos é útil para aprender como funciona o corpo humano. Os economistas também usam modelos para aprender sobre o mundo, mas, em vez de serem ~ei:: ~;, plástico, os modelos econômicos são geralmente compostos de diagramas e equações. Como o =- plástico dos professores de biologia, os modelos econômicos ornitem muitos detalhes para ~ - ~ 24 PARTE 1 INTRODUÇÃO mos o que realmente importa. Assim como o modelo do professor de biologia não mostra todos os músculos e vasos capilares do corpo, os modelos dos economistas não incluem todas as características da economia. Ao usarmos modelos para examinar diversas questões econômicas ao longo do livro, você verá que todos eles são construídos com hipóteses. Da mesma maneira que um físico inicia a análise de uma bolinha de gude em queda supondo que não haja atrito, os economistas adotam hipóteses para muitos dos detalhes da eco- nomia que são irrelevantes para o estudo da questão analisada. Todos os modelos - em física, biologia ou economia - simplificam a realidade para que possamos compreendê-Ia melhor. Nosso Primeiro Modelo: O Diagrama do Fluxo Circular A economia consiste em milhões de pessoas envolvidas em muitas atividades - comprar, vender, trabalhar, contratar, fabricar etc. Para entendermos como a economia funciona, precisamos encontrar alguma maneira de simplificar nosso pensamento sobre todas essas atividades. Em outras palavras, precisamos de um mode- lo que explique, em termos gerais, como a economia está organizada e como seus participantes interagem uns com os outros. A Figura 1 apresenta um modelo visual da economia chamado diagrama do fluxo circular. esse modelo, a economia é simplificada para incluir apenas dois tipos de tomadores de decisões: famílias e empresas. As empresas produzem bens e serviços usando insumos, como trabalho, terra e capital (prédios e máquinas), os quais são chamados fatores de produção. As famílias são proprietárias dos fatores de produção e consomem todos os bens e serviços que as empresas produzem. As famílias e as empresas interagem em dois tipos de mercado. Nos mercados de bens e serviços, as famílias são compradoras e as empresas, vendedoras. Mais especificamente, as famílias compram os bens e serviços que as empresas produ- zem. Nos mercados de fatores de produção, as famílias são vendedoras e as empresas, compradoras. Nesses mercados, as famílias fornecem os insumos que as empresas usam para produzir bens e serviços.O diagrama do fluxo circular oferece uma maneira simples de organizar todas as transações eco- nômicas que ocorrem entre as famílias e as empresas na economia. Os dois conjuntos de flechas do diagrama de fluxo circular são distintos, mas estão relacionados. O conjunto interno representa o fluxo de insumos e produtos. As famílias vendem o uso de seu trabalho, terra e capital para as empresas nos mercados de fatores de produção. As empresas então utilizam esses fatores para produzir bens e serviços, os quais, por sua vez, são vendidos para as famílias no mercado de bens e serviços. O conjunto externo do diagrama representa o fluxo correspondente de dólares. As famílias gastam dinheiro para comprar bens e serviços das empresas. As empresas usam parte da receita dessas vendas para pagar pelos fatores de produção, como o salário de seus trabalhadores. O que sobra é o lucro dos proprietários da empresa, que são também membros das famílias. Vamos dar uma volta pelo fluxo circular, acompanhando o caminho que faz uma nota ao passar de pessoa para pessoa na economia. Vamos imaginar que a nota comece em uma família; dentro da sua carteira, diga- mos. Se você quer comprar uma xícara de café, deve levar sua nota a um dos mercados de bens e serviços da economia, por exemplo, o Fran's Café mais próximo. Ali, você a gasta em sua bebida predileta. Ao entrar na caixa registradora da loja, a nota vira receita da empresa. Entretanto, o dinheiro não fica muito tempo no Fran's Café porque a empresa o usa para comprar insumos nos mercados de fatores de produção. Por exem- plo, o Fran's Café pode usar a nota para pagar o aluguel ao locador em troca do espaço que utiliza ou para pagar o salário de seus trabalhadores. Seja como for, o dinheiro entra para a renda de alguma família e volta à carteira de alguém. Nesse ponto, a história do fluxo circular da economia recomeça. O diagrama do fluxo circular da Figura 1 é um modelo simples da economia. Ele desconsidera detalhes que são importantes em alguns casos. Um modelo de fluxo circular mais complexo e realista incluiria, por exemplo, os papéis representados pelo governo e pelo comércio internacional. (Parte daquele dólar que você deu ao diagrama do fluxo circular um modelo visual da economia que mostra como os dólares circulam pelos mercados entre as famílias e as empresas Bens e serviços vendidos 1 EMPRESAS i'Produzem e vendem bens e serviços • Contratam e utilizam fatores de produção Salários, aluguéis e lucro \ ) CAPíTULO 2 PENSANDO COMO UM ECONOMISTA 25 Receita MERCADOS DE BENS E SERViÇOS • Empresas vendem • Famílias compram Bens e serviços comprados ; FIGURA 1 Fran's Café pode ser usado para pagar impostos e/ou comprar café de algum fazendeiro no Brasil.)Mas esses detalhes não são cruciais para um entendimento básico de como a economia está organizada. Por causa de sua simplicidade, é útil ter em mente o diagrama do fluxo circular ao pensar sobre como os componentes da economia se encaixam. Nosso Segundo Modelo: A Fronteira de Possibilidades de Produção Diferentemente do que se dá com o diagrama do fluxo circular,a maioria dos modelos econômicos se cons- trói com as ferramentas da matemática. Trataremos agora do mais simples deles, chamado fronteira das possibilidades de produção, e veremos como ele ilustra algumas ideias econômicas básicas. Embora as economias reais produzam milhares de bens e serviços, vamos imaginar uma economia que produza apenas dois bens: carros e computadores. Juntas, a indústria de carros e a de computadores usam todos os fatores de pro- fronteirade possibilidades dução da economia. A fronteira de possibilidades de produção é um gráfico de produção que mostra as diversas combinações de produção - neste caso, entre carros e umgráficoquemostraas computadores - que a economia pode produzir dados os fatores de produção e a combinaçõesde produto E tecnologia produtiva disponíveis que as empresas podem usar para transformar a economiatempossibili E esses fatores em produto. de produzirdadosos -:: A Figura 2 mostra essa fronteira de possibilidades de produção. Se a economia deproduçãoea tealOk:~ emprega todos os recursos na indústria automobilística, produz 1.000 carros, mas produçãodispo' e., nenhum computador. Se emprega todos os recursos na indústria de computadores, Gastos o Fluxo Circular Estediagrama é uma representação esquemática da organização da economia. As decisões são tomadas por famílias e empresas que interagem nos mercados de bens e serviços (em que as famílias são compradoras e as empresas, vendedoras) e nos mercados de fatores de produção (em que as empresas são compradoras e as famílias, vendedoras). O conjunto externo de setas representa o fluxo de dinheiro (dólares) e o conjunto interno refere-se ao fluxo correspondente de insurnos eprodutos. I FAMíLIAS • Compram e consomem bens e serviços • São proprietárias e vendedoras dos fatores de produção Fatores de produção Trabalho, terra e capitalMERCADOS DE FATORESDE PRODUÇÃO • Famílias vendem • Empresas compram Renda --... = Fluxo de insumos e produtos --... = Fluxo de dólares 28 I PARTE 1 INTRODUÇÃO A economia também é estudada em diversos níveis. Podemos estudar as decisões de famílias ou empresas tomadas individualmente. Ou a interação entre famílias e empresas nos mercados de bens e serviços especí- ficos. Ou a operação da economia como um todo, que é a soma das atividades de todos os toma dores de decisões em todos os mercados. V O campo da economia divide-se tradicionalmente em dois amplos subcampos. A microeconomia é o estudo de como as famílias e empresas tomam decisões e de como elas interagem em mercados específicos. A macroeconomia é o estudo de fenômenos que englobam toda a economia. Um microeconomista pode estudar os efeitos do controle de aluguéis sobre os imóveis residenciais na cidade de Nova York, o impacto da competição estrangeira sobre a indústria automobilística dos Estados Unidos ou os efeitos da frequência escolar obrigatória sobre os ganhos dos trabalhadores. Um macroeconomista pode estudar os efeitos de empréstimos feitos pelo governo federal, as mudanças da taxa de desemprego ao longo do tempo ou políticas alternativas para promover a elevação do padrão de vida nacional. A microeconomia e a macroeconomia estão intimamente ligadas. Como as mudanças na economia como um todo resultam das decisões de milhões de pessoas, é impossível entender os desdobramentos macroeconômicos sem con- siderar as decisões microeconômicas a eles associadas. Por exemplo, um macro- economista pode estudar os efeitos de um corte no imposto de renda sobre a produção geral de bens e serviços. Para analisar a questão, ele precisa levar em consideração de que maneira o corte de impostos afeta as decisões das famílias sobre quanto gastar em bens e serviços. Apesar da ligação inerente entre microeconomia e macroeconomia, os dois campos são distintos. Como tratam de questões diferentes, cada um deles tem seu próprio campo de atuação e frequentemente são ensi- nadas em cursos separados. FIGURA 3 Um Deslocamento da Fronteira de Possibilidades de Produção Um avanço tecnológico na indústria de computadores permite à economia produzir mais computadores para cada número determinado de carros. Como resultado, a fronteira de possibilidades de produção se desloca para fora. Sea economia semove do ponto A para o G, a produção de ambos, carros e computadores, aumenta. microeconomia O estudo de como famílias e empresas tomam decisões e de como interagem nos mercados macroeconomia o estudo dos fenômenos da economia como um todo, incluindo inflação, desemprego e crescimento econômico Quantidade de Computadores Produzidos 4.000 3.000 2.300 2.200 o 600 650 1.000 Quantidade de Carros Produzidos CAPíTULO 2 PENSANDO COMO U ECO O ST Estudar na London School of Economics talvez não tenha ajudado Mick Jagger a tirar notas altas, mas provavelmente deu a ele certo discernimento sobre como investir os valores substanciais que recebe em sua carreira de astro de rock, John Elway Kofi Annan TedTurner Lionel Richie Diane von Furstenberg Michael Kinsley Ben Stein SAIBA MAIS SOBRE ... QUEM ESTUDA ECONOMIA? Cate Blanchett Anthony ZinniComo aluno de curso superior, você deve se perguntar: a quantas aulas de economia devo assistr? Qual é a utilidade disso para minha vida? A economia pode parecer algo muito abstrato a princípio, mas trata-se de uma área muito prática e seu estudo é útil para muitas carreiras diferentes, Segue uma pequena lista de pessoas conhecidas que se formaram em ecónomia: TigerWoods Steve Ballmer Arnold Schwarzenegger Sandra Day-O'Connor Scott Adams Mick JaggerMegWhitman Ronald Reagan William F.Buckley Jr. Danny Glover Barbara Boxer Presidente e CEOl do Ebay Ex-presidente dos EUA Jornalista Ator Senadora norte-americana Zagueiro de futebol norte-a-ne :::=-: Ex-secretário-geral da ONU Fundador da CNN e proprietário time de beisebol Atlanta Braves Cantor Desenhista de moda Jornalista Redator de discursos políticos, ator e apresentador de programa de jogos Atriz General dos fuzileiros navais norte-americanos Jogador de golfe CEOda Microsoh Governador da Califórnia e ator Ex-juízada Suprema Corte dos EUA Cartunista Vocalista do grupo Rolling Stones 1 CEO - Chief Executive Officer superintendente,(NRT) Teste Rápido Emque sentido a economia é uma ciência7• Desenhe uma fronteira de possibilidades de produção de uma sociedade que produz alimentos e roupas, Indique um ponto de eficiência, um ponto de ineficiência e um ponto impossível de ser atingido, Mostre os efeitos de uma seca na fronteira de possibilidades de produção, • Defina microeconomia e macroeconomía Muitas vezes pede-se que os economistas expliquem as causas de acontecimentos econômicos. Por que, por exemplo, o desemprego entre adolescentes é maior do que entre trabalhadores mais velhos? Às vezes soli- cita-se que os economistas recomendem políticas que melhorem os resultados da economia. O que, por exemplo, o governo deveria fazer para melhorar o bem-estar econômico dos adolescentes? Quando tentam e licar o mundo, os economistas são cientista~./Quando tentam a'udar a melhorar a situa ão, são .c~ ~eiros 12olíticos._ 1r Para ajudar a esclarecer os dois papéis que os economistas desempenham, começaremos examinando o uso da linguagem. Como cientistas e conselheiros políticos têm objetivos diferentes, usam a linguagem de manei- ras diferentes. Por exemplo, suponhamos que duas pessoas estejam discutindo a respeito do salário mínimo. Seguem duas afirmativas que poderíamos ouvir delas: o ECONOMISTA COMO CONSELHEIRO DE POLíTICAS Análise Positiva versus Análise Normativa POLLY: NORMA: O salário mínimo causa desemprego. O governo deveria aumentar o salário mínimo.